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A Astronomia e a Gloria do AdventismoJ

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CONTRA-CAPA
Um Estudo sobre a Precisão do Cálculo
Profético de Daniel 8:14 e 9:24-27
Brasília-DF
2008
Sociedade Criacionista Brasileira
Henderson Hermes Leite Velten
Juarez Rodrigues de Oliveira
A Astronomia e
a Glória do Adventismo
Publicado pela Sociedade Criacionista Brasileira
Editor: Ruy Carlos de Camargo Vieira
Editor Associado: Alexandre Fontana de Barros
Revisão: Equipe da SCB
Projeto Gráfico: Helmo Moreira - helmo@oi.com.br
Editoração: hm bureau de criação - (27) 3337-4786
Capa: ???
Impressão: ???
VELTEN, Henderson Hermes Leite; OLIVEIRA, Juarez Rodrigues de. A 
Astronomia e a Glória do Adventismo: um estudo sobre a precisão do 
cálculo profético de Daniel 8:14 e 9:24-27. SCB : Brasília, 2008.
1. Bíblia - V.T. - Daniel 2. Períodos proféticos -
2.300 tardes e manhas - setenta semanas. 3. Saída da ordem
4. Artaxerxes 5. Esdras - Daniel - Calendários - Cronologia
I. Título
 
SOCIEDADE CRIACIONISTA BRASILEIRA
Caixa Postal 08743
Brasília - DF - Brasil
CEP: 70312-970
Telefones: +55 (61) 3468-3892 / 3468-1984
E-mail: scb@scb.org.br
Home Page: www.scb.org.br
IMPRESSO NO BRASIL
2008
Dedico este livro ao Pr. Paulo Barbosa de Oliveira e a sua 
esposa Dirce Braun de Oliveira, os quais exerceram papel 
determinante em minha conversão; a Diolinda dos Reis 
Oliveira (in memoriam), uma grande amiga que descansou na 
esperança da ressurreição sem ter visto a concretização deste 
projeto de que tanto eu lhe falava; e a toda a minha família, 
especialmente à minha avó, Mariana Espíndula Leite, e aos 
meus pais, Hermenegildo Henrique Leite Velten e Marcia 
Helena Andreati Velten, que são em parte responsáveis por 
esta realização.
Henderson Hermes Leite Velten
Dedico este livro ao meu falecido pai, Roldão Marques 
de Oliveira, tio do falecido professor Modesto Marques 
de Oliveira (ambos in memoriam), estudantes dedicados da 
Bíblia e dos escritos de Ellen G. White; à nobre pessoa 
que me batizou e me casou, Pr. Tesinho Pereira Bahia, 
pai do professor Euler Pereira Bahia; à minha família; e a 
todos os pesquisadores das profecias de Daniel, aqueles 
perscrutadores da verdade que estão atendendo ao conselho 
de Jesus Cristo, o Salvador Ungido, em Mateus 24:15.
Juarez Rodrigues de Oliveira
Introdução ...................................................................................................................19
Capítulos:
1. Aspectos Inquietantes da Cronologia Profética de Daniel 8:14 e
9:24-27 .....................................................................................................................27
2. “Olha para os Céus!” – Noções de Cronologia e Astronomia ...........................37
3. Desenvolvimento Histórico da Compreensão Adventista
dos Períodos Proféticos de Daniel 8:14 e 9:24-27 ............................................71
4. A Precisão Matemática das 2.300 Tardes e Manhãs e das
70 Semanas .............................................................................................................85
Apêndice 1 ..........................................................................................................96
Apêndice 2 ....................................................................................................... 103
Apêndice 3 ....................................................................................................... 107
Apêndice 4 ....................................................................................................... 114
Apêndice 5 ....................................................................................................... 115
Apêndice 6 ....................................................................................................... 119
Apêndice 7 ....................................................................................................... 125
Apêndice 8 ....................................................................................................... 130
5. A “Saída da Ordem” e o Sétimo Ano de Artaxerxes ....................................... 133
6. “Uma Estaca em Lugar Firme”: 27 de abril do ano 31 – data da
crucifixão .............................................................................................................. 161
7. A Controvérsia Sobre o Dia da Morte de Jesus ............................................. 197
Apêndice 1 ....................................................................................................... 218
8. A Comprovação de 27 d.C. como a Data do Batismo
de Cristo ............................................................................................................... 225
9. As Festas de Israel – Calendário Profético do Plano da
Redenção .............................................................................................................. 261
SUMÁRIO
10. 23 de Setembro Versus 22 de Outubro: a verdade sobre
os caraítas e o calendário rabínico .................................................................... 321
Apêndice 1 ....................................................................................................... 373
11. “A Alegria Vem pela Manhã”: a experiência de Hiram Edson
e a glória do adventismo .................................................................................... 377
Apêndices Finais:
I. Certezas e Incertezas Atuais .............................................................................. 393
II. O Ciclo dos 19 Anos ......................................................................................... 395
III. Distribuição Esquemática em Ciclos Metônicos das Lunações
Existentes em 486,5 Anos e em 2.300 Anos ............................................... 397
IV. A Correspondência Entre 1º de Thoth e o Calendário
Juliano............................................................................................................... 399
V. O Ciclo dos Anos Sabáticos ............................................................................. 401
VI. Teria Jesus Morrido na Quarta-feira e Ressuscitado
no Sábado? ........................................................................................................ 403
VII. Analisando as Combinações de 14 e 15 de Nisan com
a Sexta-feira nos Anos Possíveis para a Morte de Cristo ........................ 409
VIII. Calculando as Datas do Esquema Profético Apenas
com Papel, Lápis e Calculadora ................................................................ 415
XI. Como Josefo Calculou os Anos de Reinado de Herodes? ........................ 421
X. Como os Tabletes Babilônicos Favorecem a Data de 22
de Outubro ........................................................................................................ 423
XI. Sistemas de Nisan-Nisan e Tishri-Tishri em 1 Macabeus .......................... 429
XII. Como os Escritos de Ellen G. White Apóiam 27 de
Abril de 31 d.C. para a Data da Crucifixão ............................................... 435
XIII. Samuel S. Snow e a Data da Crucifixão ..................................................... 437
XIV. Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia
Diretamente Relacionadas ao Tema do Livro ........................................ 441
XV. O Homem da Vassoura: restaurando o fulgor de
antigas verdades ............................................................................................. 443
XVI. Sites Úteis da Internet .................................................................................. 447
Bibliografia ............................................................................................................... 453
PALAVRA DO EDITOR
É com enorme satisfação que cumpro o compromisso de exprimir, em algu-
mas poucas palavras, minha apreciação pelo livro que ora vem à luz como excelente 
contribuição sobre o tão candente tema das profecias específicas de Daniel que têm 
a ver com as três mensagens angélicas que se encontram no capítulo 14 do livro de 
Apocalipse.
Tenho tido a feliz oportunidade de acompanhar o desenvolvimentodos estudos 
e pesquisas efetuados sobre esse tema, inicialmente pelo estimado irmão em Cristo 
Juarez Rodrigues de Oliveira e posteriormente por alguns outros entusiastas amigos 
seus, dentre os quais se destaca o irmão Henderson Hermes Leite Velten, idealizador 
e co-autor deste livro, que, com clareza e objetividade, traz agora sua contribuição 
própria para a mais ampla divulgação de diversos aspectos deste tema, muitas vezes 
interpretados de forma controvertida.
Permitir-me-ia ponderar que a “Glória do Adventismo” não deveria ser com-
preendida como restrita somente a uma determinada denominação cristã, mas de 
maneira mais ampla deveria ser considerada como um reflexo da magnificente “Glória 
de Deus” estendida a “toda nação, tribo, língua e povo”, associada de maneira especial 
à primeira mensagem angélica de Apocalipse 14, que nos conclama a adorar “Aquele 
que fez os céus, a terra, o mar e as fontes das águas” – o nosso excelso Criador, a 
Quem devemos temer reverenciando e dando-Lhe também a devida glória!
Assim, em conexão com essa Primeira Mensagem Angélica, a notável exatidão 
no cumprimento das profecias dos capítulos 8 e 9 de Daniel – centrais e fundamen-
tais para o estabelecimento da fé cristã – verificada com a impressionante precisão 
dos cálculos astronômicos que nos permite o desenvolvimento da Ciência nestes 
últimos tempos (aliás, também predito pelo profeta Daniel), constitui também um 
poderoso alerta que nos aponta com igual precisão para um dos desdobramentos 
do grande conflito entre a verdade e o erro, que muitas vezes tem sido menospre-
zado em nossos dias – a controvérsia entre o Evolucionismo materialista ateu e o 
Criacionismo bíblico.
Evidentemente, bastariam os aspectos cronológicos e teológicos tão bem 
escrutinados pelos autores para elevar este livro a um patamar de excelência no pa-
norama da literatura bíblica. Entretanto, sobressai também este aspecto adicional de 
sua contribuição para o aprofundamento de uma maior compreensão do significado 
da conexão existente entre a adoração de Deus como o Criador, o Seu plano para a 
redenção e a mensagem da vinda de Seu juízo. Essa é, verdadeiramente, a compreensão 
do Criacionismo bíblico moderno, movimento que se iniciou em meados do século 
passado sob a égide de um punhado de estudiosos adventistas do sétimo dia.
Como Presidente da Sociedade Criacionista Brasileira, cumprimento os autores 
e deixo aqui manifesto meu contentamento pela possibilidade que se abriu para a 
participação da SCB na publicação deste precioso livro.
Brasília, 19 de junho de 2008
Ruy Carlos de Camargo Vieira
UMA PALAVRA DE...
Alberto R. Timm, Ph.D.
Reitor do Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia, DSA 
“A história da salvação foi marcada pelo sacrifício expiatório de Cristo na 
cruz do Calvário, no meio da última das setenta semanas de Daniel 9:24-27, e 
pela transição em Seu sacerdócio no santuário celestial, ao término das 2.300 tardes 
e manhãs de Daniel 8:14. ‘A Astronomia e a Glória do Adventismo’ apresenta 
convincentes evidências exegéticas, históricas e astronômicas para a datação do término 
desses períodos proféticos respectivamente em 31 d.C. e 1844 d.C. Todo estudante 
sério das profecias bíblicas deveria se familiarizar com o conteúdo extremamente 
elucidativo desta importante obra.”
Amin Rodor, Th.D.
Diretor de Graduação e 
Professor de Teologia Sistemática no SALT – UNASP
“Desde o liberalismo teológico do século 19, com sua ênfase existencialista, 
tem existido uma forte tendência em círculos religiosos de negar ou desconsiderar a 
necessidade e importância das doutrinas cristãs. Contudo, as doutrinas tratam do lado 
intelectual, inteligente e cognitivo da religião e são necessárias tanto para a recepção e 
apreciação do Evangelho como para a preservação da fé. Se, por um lado, conhecer 
fatos acerca de Deus não significa conhecê-Lo, por outro lado, para conhecê-Lo, 
amá-Lo e servi-Lo, necessitamos saber de fatos e verdades a Seu respeito. O desco-
nhecimento ou o conhecimento inadequado dos ensinos bíblicos são responsáveis por 
muito da fraqueza do Cristianismo moderno.
“O livro ‘A Astronomia e a Glória do Adventismo’ representa uma enorme 
contribuição para a compreensão lúcida da extraordinária doutrina bíblica do Santu-
ário Celestial, tal como mantida e ensinada pelos Adventistas do Sétimo Dia. Escrito 
numa linguagem acessível e com argumentação sólida, estou certo de que seus leitores 
serão grandemente beneficiados e desenvolverão renovada apreciação pela verdade que 
é vista como um dos pilares da fé do Advento.”
“A Igreja Adventista do Sétimo Dia surgiu na história marcada por uma 
forte afirmação escatológica: como movimento, ela diz ser parte integrante de um in-
trincado, porém preciso cronograma profético, revelado, sobretudo, no livro de Daniel. 
Tal pretensão é deveras desafiante pois exige da teologia adventista provas incontestes 
daquilo que ela diz. Escrito em linguagem simples, porém, tremendamente abalizada, 
a obra ‘A Astronomia e a Glória do Adventismo’ torna-se uma leitura indispensável 
àqueles que pretendem conhecer melhor as razões profético-cronológicas que fazem das 
profecias de Daniel o elemento essencial para a afirmação inequívoca da identidade 
escatológica do movimento adventista.”
Rodrigo P. Silva, Th.D.
Professor de Teologia Bíblica e Histórica no SALT – UNASP
Elias Brasil de Souza, Ph.D.
Diretor do SALT – IAENE
“O plano da salvação, concebido na eternidade e realizado na história, con-
tém importantes marcadores cronológicos comunicados à humanidade pela revelação 
profética. ‘A Astronomia e a Glória do Adventismo’ oferece contribuição original e 
metodologicamente inovadora para uma compreensão mais precisa destes marcadores 
cronológicos, contidos nas profecias bíblicas das 70 semanas e 2300 tardes e manhãs. 
Ao empregar dados astronômicos para estabelecer com precisão eventos fundamentais do 
calendário profético das Escrituras, esta obra oferece valiosos subsídios para exegetas 
e demais estudiosos das profecias bíblicas.”
José Miranda Rocha, Th.D.
Professor de Teologia Aplicada no SALT – UNASP
“Quero externar minha apreciação pelo esforço de Henderson Hermes Leite 
Velten e Juarez Rodrigues de Oliveira na pesquisa e publicação da obra ‘A Astro-
nomia e a Glória do Adventismo’. Para o estudioso das profecias, seja um leigo ou 
um acadêmico em teologia, não existem dúvidas quanto à conexão existente entre a 
interpretação das profecias e os sinais percebidos na leitura astronômica. O próprio 
novo concerto, selado pelo sangue de Cristo, recebe garantia, de permanência e resul-
tado, vinculada pelas ‘leis fixas à lua e às estrelas’ que estão ‘diante de mim, diz o 
Senhor.’ Deste modo, criação e redenção se unem em uma mensagem que pode ser 
comprovada em seus desdobramentos proféticos por ‘estas leis fixas’ da Astronomia, 
que não podem falhar, como o próprio Senhor que as estabeleceu.”
Michelson Borges
Jornalista e editor na Casa Publicadora Brasileira
“O Salmo 19:1 afirma que ‘os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamen-
to anuncia as obras das Suas mãos’. Há mais de um século, Ellen White escreveu: 
‘Como as estrelas no vasto circuito de sua indicada órbita, os desígnios de Deus não 
conhecem adiantamento nem tardança’. É interessante notar essa ligação entre o poder 
cósmico do Criador e a precisão das profecias bíblicas. Juntamente com a grandiosidade 
do universo criado, o cenário profético pintado nas páginas sagradas fala de um Deus 
preciso, cuidadoso e fiel. Em ‘A Astronomia e a Glória do Adventismo’, os autores 
chamam atenção para esse casamento entre a ‘mecânica celeste’ e o cronograma perfeito 
das profecias de Daniel e Apocalipse. Leitura imperdível para quem quer conhecer seu 
lugar na história e, mais do que isso, conhecer o Deus que conduz a história.”
Reinaldo W. Siqueira, Ph.D.
Professor de Línguas Bíblicas e 
Exegese do Antigo Testamento no SALT – UNASP
“O primeiro capítulo de Gênesis declara queo Sol, a Lua e as estrelas foram estabelecidos 
por Deus ‘para sinais, para estações, para dias e anos’ (Gn 1:14), e isto é especialmente notável 
no caso das profecias cronológicas da Bíblia ao serem verificadas por meio dos modernos recursos da 
Astronomia. Na presente obra, os autores nos conduzem a um interessante e desafiador estudo de 
duas das mais importantes profecias cronológicas do livro de Daniel, demonstrando a extraordinária 
precisão das mesmas. 
“O estudo aqui desenvolvido traz uma valiosíssima contribuição ao debate de temas com-
plexos, como as datas de computação do início e fim das 2300 tardes e manhãs, das 70 semanas 
de Daniel, e o ano e dia da crucifixão de Cristo. Os temas abordados são do extremo interesse de 
todo pesquisador sério das Escrituras que busca pelas verdades bíblicas como a ‘tesouros escondidos’. 
Mas além de revelar a precisão e o cumprimento das predições bíblicas, o estudo dos detalhes dessas 
profecias aponta para o Grande Autor das mesmas e assim enfatiza mais uma vez a verdade tão 
claramente proclamada em Isaías 44:6-8: 
“‘Assim diz o Senhor, Rei de Israel, Seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o 
Primeiro e sou o Último, e além de Mim não há Deus. Quem há, como Eu, feito predições desde 
que estabeleci o mais antigo povo? Que o declare e o exponha perante Mim! Que esse anuncie as 
coisas futuras, as coisas que hão de vir! Não vos assombreis, nem temais; acaso, desde aquele tempo 
não vo-lo fiz ouvir, não vo-lo anunciei? Vós sois as minhas testemunhas. Há outro Deus além de 
Mim? Não, não há outra Rocha que Eu conheça.’”
Adolfo Lista Hugo,
Profesor, con actuación en el Departamento de Astronomía de la
Universidad de la República, Montevideo, Uruguay. 
Actualmente es pastor retirado del servicio activo.
“Mediante la construcción del santuario e institución de un sistema de ritos a él 
vinculados, una maravillosa verdad se desplegó ante la nación israelita, una revelación 
del plan de salvación de la raza humana en su totalidad, una revelación que estaba al 
alcance de todos, pero que requirió posteriores explicaciones impartidas por los profetas, 
para que las mentes humanas fueran, poco a poco, descubriendo todo su significado. 
Es más, presentaba un cronograma profético del cumplimiento de ese plan.
“La historia nos muestra en forma abundante, que las fuerzas de las tinieblas 
han ejercido un continuo esfuerzo para impedir la comprensión de esta profecía, desde 
los días que precedieron a Jesús hasta los nuestros. ¿Cómo? Provocando confusión, 
sea astronómica, sea teológica.
“En forma exhaustiva, considerada desde diferentes perspectivas, astronómi-
camente hablando, desde los inicios imprecisos de los ciclos metónicos hasta los más 
modernos resultados que nos provee la Mecánica Celeste, se demuestra en esta obra 
la veracidad doctrinal y de las fechas que originaron la Iglesia Adventista. Es im-
prescindible en la biblioteca de todo investigador de la Revelación Divina.”
Juarez Rodrigues de Oliveira, un laico de la Iglesia Adventista en Brasil, se 
inició en las profundidades de la teología tratando de entender la profecía de Daniel 
8:14 que proyectaba una de las dos grandes expectaciones que iba a tener el cristia-
nismo. Por un lado estaba la expectación de la inauguración del reino sacerdotal del 
Mesías prometido, al comienzo de la era cristiana; y por el otro la conclusión de su 
obra mediadora con la purificación del santuario celestial sobre el que ese Mesías 
había sido nombrado como ministro, en la conclusión misma de la dispensación 
cristiana. Esas dos grandes expectaciones produjeron en su momento dos grandes 
chascos, no porque no se estuviesen cumpliendo los eventos predichos en la época 
determinada, sino porque los que las vivieron procuraron adelantar ciertos eventos 
que no correspondía que se cumpliesen todavía.
Como todo el que comienza a estudiar un tema de tanta envergadura, Juarez de 
Oliveira no sabía al principio hasta dónde iba a ir en esa búsqueda de la verdad. Años 
de intensa investigación aún en áreas que no eran de su especialidad, cuyas dimensio-
nes nunca dejaban de expandirse, iban a terminar transformándolo en la autoridad 
mundial actual sobre la cronología profética de los 2300 días y de las 70 semanas 
de Daniel 8:14 y 9:24-27 respectivamente. Creo que puedo entenderlo como pocos, 
porque también tuve una pasión equivalente que comenzó tratando de entender el 
significado del ritual del antiguo templo de Israel, y su proyección final en la profecía 
de Daniel 8:14. El resultado ha sido igualmente años de intensa investigación, en 
diferentes continentes, con un número considerable de libros que tratan del tema. Y 
aunque pueda haber siempre gente que no entienda la pasión que otros tenemos, por 
haberse acostumbrado a ingerir e impartir sólo “leche” espiritual, también es cierto 
que la iglesia necesita un alimento más sólido para poder crecer (Hb 5:11-14).
Hay quienes gustan manejar autos y viajar en aviones sin importarles el enorme 
UMA PALAVRA SOBRE
A PESQUISA QUE
SUBSIDIOU ESTE LIVRO
Por Alberto R. Treyer, Ph.D.
Doctor in Sciences Religieuses – University of Strasbourg
esfuerzo que requirió para preparar vehículos que rodaran y volaran. Pero cuando se 
ven en problemas sienten la necesidad de recurrir a los mecánicos especializados para 
repararlos. Así también el material que Juarez de Oliveira ofrece en todos sus estudios, 
tiene que ver con aspectos vitales de la fe adventista a los cuales deberán recurrir los 
que vean sacudida su fe en la dirección divina del movimiento adventista. En efecto, 
el diablo sabe dónde dar el golpe. Justamente uno de los puntos más atacados en la 
actualidad tiene que ver con la fecha misma del surgimiento de la Iglesia Adventista. 
Basta con entrar a internet para ver cómo se amontonan los maestros de mentira sobre 
este tema. Saben que si pudieran probar que los cálculos cronológicos de Guillermo 
Miller y sus asociados estuvieron equivocados en relación con su cumplimiento, 
entonces la experiencia de la cual parten los adventistas también estaría basada en el 
error. Y junto con eso, todo el andamiaje profético apocalíptico que sustentó la fe 
de nuestra iglesia a lo largo de los años, estaría igualmente mal fundada.
Aquellos que no quieran ir más allá de “los rudimentos del evangelio” (Hb 6), 
deberían recordar la primera visión que Elena Gould (Harmon) White tuvo después 
del chasco del 22 de octubre de 1844. Vio al pueblo adventista que caminaba sobre 
un sendero recto y angosto, muy por encima del mundo, con Jesús guiándolo delan-
te, en camino a la ciudad celestial que se veía en el otro extremo. “En el comienzo 
del sendero… había una brillante luz que… brillaba a todo lo largo del sendero, y 
alumbraba los pies de los caminantes para que no tropezaran” (Primeros Escriptos, 14). 
Esa luz tenía que ver, entre otras cosas y fundamentalmente, con la experiencia que 
los milleritas habían tenido en relación con la fecha profética que habían establecido 
para el otoño de ese año.
Los movimientos religiosos que surgieron a partir del chasco, y que renunciaron 
a la validez de los cálculos de los milleritas, fueron perdiendo fuerza hasta esfumarse 
con el paso de los años. El movimiento más significativo que queda de ellos es el de 
la Iglesia Cristiana Adventista que cuenta con apenas 40.000 miembros únicamente 
en algunos lugares de los Estados Unidos. Otros, sin embargo, que revisaron la 
cronología ofrecida después del chasco, entendieron que su luz debía iluminar su 
sendero hasta entrar en la Nueva Jerusalén. Fueron el grupo más pequeño en sus 
comienzos pero, en confirmación a esa primera visión de Elena G. White, están hoy 
en todo el mundo y sus adherentes se calculan en más de decenas de millones. Bajo 
un contexto tal, ¡cuán oportuno es que aparezcan personas como el autor de esta 
obra, que se preocupen por afirmar las estacas, y reforzar los fundamentos, de tal 
manera que el edificio de la fe que Dios nos mandó construirpara estos postreros 
tiempos se mantenga firme!
Constantemente recibo consultas por internet y en mis conferencias públicas 
sobre la fecha escogida por los milleritas para el cumplimiento de la profecía de Daniel 
8:14. Hay gente confundida que se enreda con el análisis de los diferentes calendarios 
antiguos y su sincronización con el nuestro. Por consiguiente, es necesario que se 
publiquen obras como la que el lector tiene entre manos aquí, para orientar a todo 
aquel que no sabe qué hacer con tanto material espúreo que circula en la actualidad 
sobre el tema.
Sorprendentemente, algunas respuestas que se han buscado dar en tiempos más 
recientes a los cuestionamientos que procuran destruir el fundamento de la fe adven-
tista revelan, de a momentos, una comprensión menor, si no más simple y perezosa, 
que la que tuvieron los milleritas y mantuvieron luego los pioneros de nuestra iglesia 
en relación al mismo tema. Juarez de Oliveira no sólo vuelve en muchos respectos 
a la interpretación millerita, sino que también la fundamenta con nuevas evidencias 
históricas, arqueológicas, bíblicas y astronómicas. Aunque sobre este último aspecto 
no soy especialista, cuento con un tío matemático que, por vocación, ha revelado tener 
también pasión por la astronomía. Luego de criticar otros planteamientos astronó-
micos que se han ofrecido para determinar la fecha profetizada, Adolfo Lista Hugo 
tuvo entre sus manos la primera obra de Juarez, y se impresionó positivamente por 
los nuevos aportes y conocimientos astronómicos que sus estudios revelaban. Es en 
esa área, especialmente, que encontramos las mayores contribuciones de este libro a 
la teología adventista, con evidencias más precisas que nos traen tanto la astronomía 
como los testimonios históricos disponibles sobre este tema tan importante para la 
iglesia hoy.
Resulta, pues, un alivio y ahorro impresionante de tiempo referir a los que me 
consultan, los trabajos de investigación de nuestro hermano Juarez de Oliveira. La 
suya es hasta el presente, la obra que introduce mayor fundamento científico sólido 
para admirarnos sobre cómo dirigió Dios a los milleritas al escoger la fecha correcta 
para la interpretación de los 2300 días, aún sin tener entonces toda la fundamentación 
científica de la que disponemos hoy. Sería bueno que todos los adventistas contaran 
con este material ofrecido, mediante el cual podrían cerrar más fácil la boca de los 
que se mofan ignorantemente de nuestra herencia histórica. También sería bueno 
que nunca olvidaran que esa luz ilumina el sendero del pueblo de Dios hasta el fin 
mismo, para que su pie no tropiece como ocurrió con los otros movimientos que 
abandonaron esa potente luz, y se desvanecieron.
Corresponde destacar también que, independientemente de Juarez de Oliveira, 
otras personas han estado estudiando el tema con intenso interés. La Providencia 
permitió que uno de ellos también se internara igualmente en las profundidades del 
tema y se encontrara con Juarez para que ambos compartiesen sus descubrimientos 
de una manera admirable. Se trata de Henderson H. L. Velten, quien sorprendente-
mente tampoco es teólogo por formación, sino abogado. Ambas investigaciones que 
no se contraponen, sino que se complementan, se ofrecen en esta obra A Astronomia 
e a Glória do Adventismo. Una vez más puede verse que quien vela por su Palabra es 
el Señor, y llama a diferentes personas para tejer la tela de su verdad, con hilos que 
enhebra el verdadero autor de su Palabra, de tal manera que podamos tener una 
visión más amplia de su mensaje para este tiempo.
Por último, no puedo pasar por alto un hecho notable que nuevamente se 
repite. Juarez de Oliveira es un laico, no un pastor, ni tampoco recibió ningún doc-
torado en teología. Tampoco Henderson H. L. Velten, quien se preparó para servir 
a la humanidad en otra rama social. Esto nos muestra que cuando Dios quiere llamar 
a algunos, no los escoge necesariamente por sus títulos obtenidos. La investigación 
bíblica no está restringida a los grandes teólogos y sabios según el mundo. Está al 
alcance de todo aquel que tenga sed. Y si alguien quiere llegar a ser sabio según Dios, 
aún sin títulos doctorales, lo será en proporción a la oración y diligencia que ponga 
para saciar esa sed profunda por conocer los misterios divinos. Así ocurrió con los 
primeros cristianos que pasaron por el chasco de la cruz, y así ocurrió con los pri-
meros adventistas que pasaron por el chasco de 1844. Fueron gente humilde pero 
que puso todo su corazón en buscar a Dios y descubrir la verdad.
O Adventismo do Sétimo Dia é um movimento religioso verda-
deiramente singular, pois o tempo de seu surgimento estava previamente 
definido nas Escrituras. Assim como outras denominações religiosas, o 
Adventismo integra o ramo protestante do Cristianismo, mas dele se dis-
tingue por sua dimensão profética, vez que é um movimento surgido no 
tempo predeterminado e com uma mensagem acerca do tempo: “Temei a 
Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a HORA do Seu juízo.” (Ap 14:7).
De fato, foi a compreensão da cronologia profética das Escrituras, 
especialmente a de Daniel 8:14 e 9:24-27, que fez do Adventismo do 
Sétimo Dia o que ele é atualmente, e sua existência só se justifica devido 
à missão que lhe foi outorgada: alertar o mundo sobre o tempo solene 
que se inaugurou na manhã de 23 de outubro de 1844, quando o fazen-
deiro Hiram Edson contemplou num êxtase Jesus Cristo entrando no 
Santo dos Santos do Santuário Celestial, a fim de selecionar os súditos 
de Seu Novo Reino, receber a Cidade Santa como Sua capital e então 
regressar.
Alguns acreditam que Deus teria suscitado a Igreja Adventista apenas 
para restabelecer o Sábado à sua dignidade original. Mas, nesse caso, não 
haveria necessidade de um novo movimento religioso, pois os batistas do 
sétimo dia ou mesmo os judeus poderiam ter-se incumbido da tarefa.
Assim também, se fosse apenas para promover um viver mais 
saudável, Deus poderia ter Se servido de outras denominações, já que 
os adventistas não são os únicos a valorizar a saúde como aspecto im-
portante da prática religiosa. Embora com preocupações e orientações 
diferentes, os judeus, os muçulmanos e os mórmons também possuem 
suas regras dietéticas. O vegetarianismo tem sido advogado por um 
número cada vez maior de pessoas, inclusive por aquelas que não tem 
INTRODUÇÃO
A Astronomia e a Glória do Adventismo20 
qualquer apreço pela Bíblia ou pela cultura judaico-cristã. 
Também não haveria necessidade do Adventismo para que erros 
populares como a imortalidade da alma e o tormento eterno fossem de-
nunciados, visto existirem outros segmentos cristãos que aceitam o estado 
inconsciente dos mortos e focalizam sua esperança na ressurreição. 
Com efeito, o Adventismo foi chamado para uma missão parti-
cularmente especial: proclamar que o tempo profético havia expirado. 
E, nesse aspecto, o Adventismo guarda um paralelo com a pregação de 
Cristo e dos apóstolos:
“A nota predominante da pregação de Cristo, era: 
‘O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. 
Arrependei-vos, e crede no evangelho.’ Mar. 1:15. Assim a 
mensagem evangélica, segundo era anunciada pelo próprio 
Salvador, baseava-se nas profecias. O ‘tempo’ que declara-
va estar cumprido, era o período de que o anjo Gabriel 
falara a Daniel.” (grifo nosso)1
“O próprio Cristo os enviara com a mensagem: ‘O tem-
po está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrepen-
dei-vos e crede no evangelho.’ Mar. 1:15. Aquela mensagem 
era baseada na profecia de Daniel 9.” (grifo nosso)2
“Cristo viera no tempo exato, e da maneira predita 
na profecia. O testemunho das Escrituras fora cumprido em 
todos os detalhes de Seu ministério.” (grifo nosso)3
“O que os discípulos haviam anunciado em nome do 
Senhor, era correto em todos os pormenores, e os aconteci-
mentos preditos estavam mesmo então a ocorrer. ‘O tempo 
está cumprido, o reino de Deus está próximo’ - havia sido a 
sua mensagem. À terminação do ‘tempo’- as sessenta e 
nove semanas de Daniel 9, as quais se deveriam estender 
até ao Messias, ‘o Ungido’ - Cristo recebera a unção do 
Espírito, depois de batizado por João, no Jordão. E ‘o 
1 Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, 19ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasilei-
ra,1995), 233.
2 Id., O Grande Conflito, 36ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1988), 345.
3 Ibid., 346.
Introdução 21 
reino de Deus’, que eles declararam estar próximo, foi esta-
belecido pela morte de Cristo.” (grifo nosso)4
“A experiência dos discípulos que pregaram ‘o evangelho 
do reino’ no primeiro advento de Cristo, teve seu PARALELO 
na experiência dos que proclamaram a mensagem de Seu se-
gundo advento. Assim como saíram os discípulos a pregar: ‘O 
tempo está cumprido, o reino de Deus está próximo’, Miller e 
seus companheiros proclamaram que o período profético mais 
longo e o último apresentado na Bíblia estava a ponto de termi-
nar, que o juízo estava próximo, e que deveria ser inaugurado 
o reino eterno. A pregação dos discípulos com relação ao 
tempo, baseava-se nas setenta semanas de Daniel 9. A 
mensagem apresentada por Miller e seus companheiros 
anunciava a terminação dos 2.300 dias de Daniel 8:14, dos 
quais as setenta semanas fazem parte. Cada uma dessas 
pregações se baseava no cumprimento de uma porção diversa 
do mesmo grande período profético.” (grifo nosso)5
O Novo Testamento é enfático quanto à existência de um cronograma 
profético relacionado ao ministério de Cristo. Parte desse cronograma encon-
tra-se na profecia das 70 semanas e parte, no calendário festivo de Israel.
O apóstolo Paulo declara que o nascimento de Jesus ocorreu no tempo 
marcado pelo Céu, pois vindo “a plenitude do tempo, Deus enviou Seu Filho, 
nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4:4). Embora as 70 semanas não 
anunciassem explicitamente a data do nascimento de Cristo, isto era feito 
indiretamente ao se revelar a data de Sua manifestação pública (no batismo), 
pois o costume da época era que os mestres religiosos começassem seu ofí-
cio aos 30 anos de idade. Bastava retroceder 30 anos desde a data prevista 
para o aparecimento do Messias e seria possível determinar o tempo de Seu 
nascimento na Terra.
A proclamação feita por Cristo no início de Seu ministério evidencia Sua 
consciência do término das 69 semanas proféticas naquela ocasião: “Depois de 
João ter sido preso, foi Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, 
dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-
vos e crede no evangelho.” (Mc 1:14 e 15; cf. também os versos 12 e 13). 
A rigor, cada atividade a ser desenvolvida no ministério do Redentor 
4 Ellen G. White, O Grande Conflito, 346. 
5 Ibid., 351.
A Astronomia e a Glória do Adventismo22 
tinha seu momento certo nos planos de Deus. Quando Maria pediu que Jesus 
operasse um milagre nas bodas de Caná, Ele de pronto respondeu: “Mulher, 
que tenho Eu contigo? Ainda não é chegada a Minha hora.” (Jo 2:4).
O momento certo para Jesus aparecer publicamente em Jerusalém, palco 
de Sua paixão e morte, também já estava determinado no grande esquema divi-
no. Quando Seus irmãos insistiram para que Ele fosse a Jerusalém e operasse lá 
os Seus milagres, Sua resposta foi enfática: “O Meu tempo ainda não chegou, 
mas o vosso sempre está presente.” “Subi vós outros à festa; Eu, por enquanto, 
não subo, porque o Meu tempo ainda não está cumprido.” (Jo 7:6 e 8).
Porém, “ao se completarem os dias em que devia Ele ser assunto ao 
céu, manifestou no semblante a intrépida resolução de ir para Jerusalém.” (Lc 
9:51). A entrada triunfal ocorreu no ano marcado para o meio da septuagési-
ma semana, exatamente no dia em que o cordeiro pascal era separado para o 
sacrifício (o décimo dia do primeiro mês judaico).
A existência de um cronograma profético é indicada também como a razão 
pela qual os judeus falharam várias vezes em suas tentativas de prender a Jesus:
“Então, procuravam prendê-lO; mas ninguém Lhe pôs a mão, porque 
ainda não era chegada a Sua hora.” (Jo 7:30).
“Proferiu Ele estas palavras no lugar do gazofilácio, quando ensinava no tem-
plo; e ninguém O prendeu, porque não era ainda chegada a Sua hora.” (Jo 8:20).
Mas, ao aproximar-se o tempo de Seu sofrimento, Jesus assim Se ex-
pressou: “É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem.” “Agora, 
está angustiada a Minha alma, e que direi Eu? Pai, salva-me desta hora? Mas 
precisamente com este propósito vim para esta hora.” (Jo 12:23 e 27).
Também havia um prazo para Cristo ascender ao Céu: 
“Ora, antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a Sua 
hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os Seus que estavam 
no mundo, amou-os até ao fim.” (Jo 13:1).
De fato, a ascensão de Cristo fazia parte de um esquema muito bem estru-
turado e perfeitamente tipificado nas sete semanas que antecediam o Pentecoste 
e na semana estipulada pela Lei Mosaica para a consagração dos sacerdotes.
Por fim, na noite da Última Ceia, ao dirigir-Se ao monte das Oliveiras, 
no qual deveria passar pelas tenebrosas horas do Getsêmani, Jesus “levantou 
os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a Teu Filho, para que 
o Filho Te glorifique a Ti.” (Jo 17:1). Aquele foi matematicamente o meio da 
septuagésima semana.
Sim, tudo na missão de Cristo pertencia a um momento determinado. 
Introdução 23 
Embora estivesse patente que a mensagem de Cristo cumpria as 
especificações da profecia, não somente quanto ao seu conteúdo, mas 
também quanto ao tempo de sua proclamação, os líderes judaicos ainda 
assim a rejeitaram. Tentaram estabelecer outras datas para o início e o 
fim das 70 semanas, com o intuito de desviar a atenção de seu cumpri-
mento em Jesus, e, por fim, chegaram a lançar uma maldição sobre quem 
tentasse calcular o tempo:
“A profecia de Daniel apontava tão insofismavelmente 
para o tempo da vinda do Messias, e tão diretamente lhes pre-
dizia Sua morte, que eles desanimavam o estudo dessa profecia, 
e finalmente os rabis pronunciaram a maldição sobre todos os 
que tentassem uma contagem do tempo.” (grifo nosso)6
A maldição proferida pelos rabis a que Ellen G. White se refere en-
contra-se no Tratado do Sinédrio 97b, do Talmude Babilônico, onde se lê: 
6 Ellen G. White, O Grande Conflito, 378.
Cada etapa de Seu ministério se cumpriu em perfeito sincronismo com o 
relógio de Deus, o que inspirou o autor de Hebreus a declarar que, “ao se 
cumprirem os tempos”, Ele “Se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, 
pelo sacrifício de Si mesmo, o pecado.” (Hb 9:26).
Ao expirar no Gólgota, Jesus venceu a Satanás de uma vez por todas, 
resgatando, por meio de Seu sangue, nosso mundo para Deus. Era a isso que Ele 
Se referia quando anunciou: “Chegou o momento de ser julgado este mundo, 
e agora o seu príncipe será expulso.” (Jo 12:31). Ver Colossenses 2:13-15. 
Isso nos ajuda a entender melhor o protesto dos endemoninhados de 
Gadara: “Que temos nós contigo, ó Filho de Deus! Vieste aqui atormentar-
nos antes de tempo?” (Mt 8:29). 
Quão preciosa é a Cruz do Calvário para todo filho de Deus! Foi ali 
que o Deus feito homem redimiu a Humanidade do cativeiro do pecado, 
abrindo-lhe os portais da salvação. No momento certo, Ele interveio; ou, 
como escreveu Paulo, “Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a 
Seu tempo pelos ímpios.” (Rm 5:6).
Outras referências relevantes sobre o aspecto cronológico em relação 
ao ministério de Jesus podem ser encontradas nos seguintes textos: Mateus 
26:18 e 45; Marcos 14:35 e 41; Lucas 22:53; João 4:21 e 23; 5:25; 16:21, 25 e 
32; Romanos 3:26; 1 Timóteo 2:6; Tito 1:3.
A Astronomia e a Glória do Adventismo24 
“R. Samuel b. Nahmani disse em nome de R. Jonathan: 
‘Malditos sejam os ossos daqueles que calcularem o fim.”
A alusão é ao “fim” dos períodos proféticos que indicavam o tempo 
da vinda do Messias, porque o texto prossegue:
“Pois eles diriam, desde que o tempo predeterminado 
chegou, e ainda Ele não veio, Ele nunca virá. Mas [aindaassim], espere-O, como está escrito. Embora Ele tarde, es-
pere-O.” (tradução e grifo nossos)7
Isso revela que os rabis estavam cientes de que o tempo profético 
havia expirado.8
Quanto ao período maior das 2.300 tardes e manhãs, com seu 
início no outono de 457 a.C. e término no outono de 1844 d.C., Ellen 
G. White declara: 
“A pregação de um tempo definido para o juízo, 
na proclamação da primeira mensagem, foi ordenada 
por Deus. O cômputo dos períodos proféticos nos quais se 
baseava aquela mensagem, localizando o final dos 2.300 dias 
no outono de 1844, paira acima de qualquer contestação.” 
(tradução e grifo nossos)9
Mas, assim como os rabis procederam no passado, também em nossos 
dias há quem tente encontrar diferentes eventos e datas para o início e o 
fim das 2.300 tardes e manhãs, principalmente conectando-os à perseguição 
promovida sob o rei sírio Antíoco IV Epifânio. Ellen G. White adverte:
“Os repetidos esforços por encontrar novas datas para 
o começo e fim dos períodos proféticos, e o raciocínio falaz 
necessário para apoiar este modo de ver, não somente trans-
7 Disponível em: <http://www.come-and-hear.com/sanhedrin/sanhedrin_97.html>, acesso 
em: 01 mar. 2007.
8 “‘Em 1656, ocorreu uma disputa na Polônia entre alguns notáveis eruditos judeus e os católi-
cos, a respeito das 70 semanas. Os rabinos foram tão fortemente pressionados pelo argumento 
que provava a messianidade de Jesus, o tempo do Seu sofrimento e o fim das 70 semanas, que 
interromperam a discussão. Reuniram-se então eles a sós e laçaram uma maldição sobre qual-
quer judeu que procurasse averiguar a cronologia do período profético. Eis o seu anátema: ‘Que 
os ossos e memória do que tentar aferir as 70 semanas apodreçam’. – The Midnight Cry, 10 de 
agosto de 1843.” Roy Allan Anderson, Revelações do Apocalipse, 5ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora 
Brasileira, 1990), 116.
9 Ellen G. White, The Great Controversy, 457, disponível em: <www.whiteestate.org>, acesso em: 
01 mar. 2007. 
Introdução 25 
viam da verdade presente os espíritos, mas lançam o opróbrio 
sobre todos os esforços para se explicarem as profecias.” 
(tradução nossa)10
Hoje alguns adventistas acreditam que os aspectos cronológicos 
de nossa mensagem são apenas resquícios do passado millerita, os quais 
merecem ser relegados ao esquecimento. Julgam como coisa de nenhuma 
importância qualquer discussão sobre períodos proféticos ou cronologia 
bíblica. Acreditam ser impossível obter a certeza histórica das datas que 
advogamos em nosso sistema doutrinário e que 1844 só tem alguma 
relevância por ser a data em que teria ficado provado o erro de se dar 
atenção a esquemas proféticos ou coisas do gênero.
Mas, longe de estarem corretas essas opiniões, a verdade é que 
na cronologia profética das Escrituras reside o firme fundamento da 
fé adventista. Se, por um lado, o abandono dessa herança e desse ali-
cerce é capaz de provocar o abalo do Adventismo, para usar a linguagem 
de Geoffrey J. Paxton11, a comprovação final do cálculo profético que 
conduz a 1844 representará seu triunfo e sua glória. 
A “glória” a que nos referimos aqui não decorre de uma suposta 
perspectiva de salvação exclusiva, crença que definitivamente não ali-
mentamos, pois “Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em 
qualquer nação, aquele que O teme e faz o que é justo Lhe é agradável” 
(At 10:34 e 35). Não obstante, cremos que o Adventismo foi incumbi-
do de uma missão peculiar, de cujo cumprimento seus membros serão 
chamados a prestar contas muito em breve. Tal convicção está alicer-
çada nas profecias bíblicas que apontavam para o tempo específico de 
seu surgimento. A “glória do Adventismo” provém da capacidade que 
temos atualmente de aferir, com inédito grau de exatidão matemática, o 
cumprimento dessas antigas profecias.
Em A Astronomia e a Glória do Adventismo, você terá a maravilhosa 
surpresa de descobrir que a Ciência, especialmente a ciência astronômi-
ca, pode ser um poderoso instrumento na vindicação do Adventismo 
como sistema doutrinário válido. Você descobrirá que as “ordenanças 
10 Ellen G. White, The Great Controversy, 457.
11 O Abalo do Adventismo (Rio de Janeiro, RJ: Juerp, 1987) é o livro do pastor anglicano Geoffrey 
J. Paxton, que analisa os desafios com que a Igreja Adventista tem-se deparado desde meados dos 
anos 50. Trata da tensão existente entre a importância de preservarmos nossas marcas distintivas 
e a necessidade de evoluirmos no pensamento teológico.
A Astronomia e a Glória do Adventismo26 
dos céus” (Jó 38:33) são capazes de determinar a data exata da morte de 
Cristo, na qual está ancorada nossa data mais importante, 1844, de modo 
que a confirmação de Jesus como o “Ungido” da profecia bíblica pode 
também proporcionar a certeza de que a mensagem que temos procla-
mado é verdadeira, e que não temos seguido “fábulas engenhosamente 
inventadas” (2Pe 1:16).
Enfim, a leitura deste livro proporcionará uma nova dimensão das 
palavras inspiradas do salmista: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o 
firmamento anuncia as obras das Suas mãos.” (Sl 19:1). Promover a glória 
do Adventismo e de seu Divino Autor é nosso principal objetivo.
AspECtOs InqUIEtAntEs DA CrOnOlOGIA 
prOFétICA DE DAnIEl 8:14 E 9:24-27
1 
Testemunho Particular de Henderson Hermes Leite Velten
Desde meus primeiros contatos com o Adventismo, percebi que 
a cronologia profética de Daniel 8:14 e 9:24-27 ocupava uma posição 
de destaque em seu sistema doutrinário. Ellen G. White escreveu que 
“a compreensão correta do ministério no santuário celestial constitui o 
alicerce de nossa fé”1, o que evidentemente inclui a data crucial de 1844, 
posto que ela se refere ao “santuário, em conexão com os 2.300 dias” 
como integrando aquele conjunto básico de doutrinas (“a verdade pre-
sente”) que o Adventismo está incumbido de proclamar:
“Há muitas verdades preciosas contidas na palavra de 
Deus, mas é a ‘verdade presente’ que o rebanho necessita 
agora. Tenho visto o perigo de os mensageiros se afastarem dos 
importantes pontos da verdade presente, para se demorarem em 
assuntos que não são de molde a unir o rebanho e santificar a 
alma. Satanás tirará disto toda vantagem possível para prejudicar a 
Causa. Mas assuntos como o santuário, em conexão com os 2.300 
dias, os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, são perfeitamente 
apropriados para esclarecer o passado movimento adven-
tista e mostrar qual é nossa presente posição, estabelecer 
a fé do vacilante e dar a certeza do glorioso futuro. Esses, 
tenho freqüentemente visto, são os principais assuntos nos quais 
os mensageiros se devem demorar.” (grifo nosso)2
1 Ellen G. White. Evangelismo, 3ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1997), 221.
2 Id. Primeiros Escritos, 4ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1991), 63.
A Astronomia e a Glória do Adventismo28 
O papel singular que Ellen G. White reserva para 1844 no arcabouço 
teológico adventista pode ser melhor avaliado a partir do registro de uma 
conversa particular que ela entreteve com A. G. Daniells, presidente da 
Associação Geral da IASD, e cujo teor foi relatado à Conferência Bí-
blica de 1919. O registro dessa conferência foi originalmente publicado 
em Spectrum, vol. 10, n.º 1, pp. 23 a 57.3 O trecho transcrito a seguir é 
particularmente digno de nota:
“A. G. Daniells: [...] peguei Primeiros Escritos e o li para ela, 
e daí lhe falei da controvérsia. Passei longo tempo com ela. Era 
um daqueles dias em que ela se sentia feliz e serena, e então lhe 
expliquei tudo completamente. Disse: ‘Aqui a senhora diz que 
lhe foi mostrado que a posição sobre o ‘contínuo’ defendida 
pelos irmãos estava correta. Agora’, continuei, ‘há duas partes 
aqui neste ‘contínuo’ que a senhora menciona. Uma é este perí-
odo de tempo, os 2.300 anos, e a outra é o ‘contínuo’ em si.’
“Repassei tudo com ela, e cada vez ela dizia, tão logo 
chegava a esse [período de] tempo: ‘Ora, eu sei o que me foi 
revelado – que o período de 2.300 dias estava fixado, e 
que nãohaveria tempo definido após isso. Os irmãos 
estavam corretos ao chegarem à data de 1844.’
“Então eu deixava esse ponto, e prosseguia sobre o tema 
do ‘contínuo’. ‘Ora, irmão Daniells’, ela dizia, ‘eu não sei o que 
é esse ‘contínuo’, se é o paganismo ou o ministério de Cristo. 
Isso não é o que me foi mostrado.’. E ela fugia daquela zona 
nebulosa imediatamente. Então, quando eu retornava aos 2.300 
anos, ela se aprumava e declarava: ‘Este é o ponto do qual 
jamais podemos nos desviar. Digo-lhe que nunca poderá 
se desviar do período de 2.300 anos. Foi-me revelado que 
este tempo estava fixado.’” (tradução e grifo nossos)
A resposta de Ellen G. White dá a entender que possivelmente 
ela estivesse disposta a fazer concessões noutras áreas do pensamento 
teológico, desde que houvesse boas razões escriturísticas para isso, mas 
jamais na data de 1844, pois este era um ponto que, segundo lhe fora 
mostrado, tinha sido fixado por Deus. 
3 Report of Bible Conference for July 30, 1919, página 1206, disponível em: <www.adventistarchives.
org/docs/RBC/RBC1919-07-30/index.djvu>, acesso em: 01 mar. 2007.
Aspectos Inquietantes da Cronologia Profética de Daniel 8:14 e 9:24-27 29 
A abertura de Ellen G. White para reformulações doutrinárias 
noutros aspectos da teologia adventista ficou evidente, por exemplo, na 
discussão de Jones e Waggoner sobre a interpretação da Lei em Gálatas, 
mas, com respeito a 22 de outubro de 1844, ela não estava disposta a 
fazer nenhuma concessão, pois, do contrário, o próprio alicerce em que 
se firmava o edifício da fé adventista ruiria completamente. Isso dá uma 
dimensão da importância de 1844 para o Movimento Adventista.
Com efeito, sem 1844, não há nenhum critério de ordem objetiva 
pelo qual se possa associar os três anjos de Apocalipse 14 ao Adventismo. 
É a frase “pois é chegada a hora do Seu juízo” (Ap 14:7) que cria um 
elo com Daniel 8:14 e condiciona o surgimento da primeira mensagem 
angélica aos anos 1840. A segunda mensagem angélica surgiu por causa da 
rejeição das igrejas protestantes à proclamação da hora do Juízo4 e a ter-
ceira mensagem angélica decorreu da compreensão de que 1844 marcara 
o início do ministério de Jesus no Lugar Santíssimo do Santuário Celestial 
e de que a Lei de Deus, guardada dentro da arca da aliança, conserva sua 
plena vigência5. Isso explica por que Ellen G. White se refere a Daniel 
8:14 como “base”, “coluna central” e “senha” de nossa fé6.
Não é à toa que consideráveis porções de seus livros mais impor-
tantes se dediquem ao tema. A explanação de Ellen G. White sobre 
Daniel 8:14 e 9:24-27 pode ser encontrada em: Profetas e Reis, capítulo 
“A Vinda de Um Libertador”, pp. 698-700; O Desejado de Todas as Nações, 
capítulo “O Reino de Deus Está Próximo”, pp. 233 e 234; e O Grande 
Conflito, capítulos “Uma Profecia Muito Significativa”, pp. 324-328, e “O 
Santuário Celestial – Centro de Nossa Esperança”, pp. 409 e 410.
Transcrevo a seguir um trecho dos escritos de Ellen G. White que 
resume muito bem a compreensão adventista dos períodos proféticos 
de Daniel 8:14 e 9:24-27:
“Verificara-se que os 2.300 dias começavam quando a ordem 
de Artaxerxes para a restauração e edificação de Jerusalém entrou 
em vigor, no outono de 457 antes de Cristo. Tomando isto como 
ponto de partida, havia perfeita harmonia na aplicação de todos 
os acontecimentos preditos na explicação daquele período de Da-
4 Ellen G. White, O Grande Conflito, 380 e 389. 
5 Id., Primeiros Escritos, 254.
6 Id., O Grande Conflito, 409.
A Astronomia e a Glória do Adventismo30 
niel 9:25-27. Sessenta e nove semanas, os primeiros 483 anos dos 
2.300, deveriam estender-se até o Messias, o Ungido; e o batismo 
e unção de Cristo, pelo Espírito Santo, no ano 27 de nossa era, 
cumpriu exatamente esta especificação. No meio da setuagésima 
semana o Messias deveria ser tirado. Três e meio anos depois de 
Seu batismo; na primavera do ano 31, Cristo foi crucificado. As 
setenta semanas, ou 490 anos, deveriam pertencer especialmente 
aos judeus. Ao expirar este período, a nação selou sua rejeição de 
Cristo, pela perseguição de Seus discípulos, e, no ano 34, os após-
tolos voltaram-se para os gentios. Havendo terminado os primeiros 
490 anos dos 2.300, restavam ainda 1810 anos. Contando-se desde 
o ano 34 de nossa era, 1810 anos se estendem até 1844. ‘Então’, 
disse o anjo, ‘o santuário será purificado.’”7
Não obstante meu encantamento pela profecia das 70 semanas, tal como 
exposta por Ellen G. White, certos detalhes do esquema profético me inquieta-
vam, pois não conseguia entender sua razão de ser. [1] Não me parecia lógico, 
por exemplo, que Esdras tivesse saído de Babilônia em 1º de Nisan, isto é, no 
começo da primavera, e o cômputo dos períodos proféticos só viesse a come-
çar no outono (seis meses mais tarde). Eu não conseguia encontrar nenhuma 
linha de evidência dentro do livro de Esdras que desse respaldo para isso, e, no 
entanto, este é um artigo da fé adventista, inconfundivelmente exposto em O 
Grande Conflito. Sua autora, Ellen G. White, declara não apenas que o início da 
purificação do Santuário Celestial se deu em 22 de outubro de 1844, portanto 
no outono, mas que as 2.300 tardes e manhãs, período profético que conduz 
a essa data, também começaram no outono, mais precisamente no outono de 
457 a.C., quando entrou em vigor o decreto de Artaxerxes.
7 Ellen G. White, O Grande Conflito, 410.
Aspectos Inquietantes da Cronologia Profética de Daniel 8:14 e 9:24-27 31 
[2] Outro problema que me afligia era a própria maneira de calcular 
os períodos de tempo profético. Subtraindo 2.300 anos de 
457 a.C., o resultado que se podia obter numa calculadora 
comum era 1843 d.C., um erro de um ano no cômputo 
da profecia. Embora pequeno, um erro dessa natureza era 
intolerável para quem esperava – como eu – encontrar a 
digital de Deus na profecia de Daniel 9.
[3] Havia ainda um problema mais sério, concernente à validade 
histórica do ano 457 a.C.: praticamente todos os livros e enciclopédias 
que eu consultava apontavam 458 a.C., e não 457 a.C., como o ano do 
retorno de Esdras.
[4] A data do batismo de Jesus era outra séria dificuldade. A litera-
tura teológica da Igreja Adventista geralmente define o décimo quinto 
ano de Tibério César como o período compreendido entre o outono 
de 27 d.C. e o outono de 28 d.C.; mas, como poderia ser esse o caso se 
João Batista, o homem que deveria preparar os caminhos do Senhor (Lc 
1:76; e Jo 3:28), também começara seu ministério no ano 15 de Tibério 
e, segundo o cálculo adventista dos cômputos proféticos, Jesus tinha 
sido batizado justamente no outono de 27 d.C.? Nessa perspectiva, um 
décimo quinto ano de Tibério começando no outono do ano 27 não 
permitiria que João tivesse tempo suficiente para realizar sua obra de 
preparação antes que Cristo fosse batizado.
Como se essas divergências já não fossem o bastante, [5] havia 
ainda as informações aparentemente inconciliáveis dos Sinóticos e do 
Evangelho de João concernente à data judaica da morte de Jesus: teria 
Ele morrido num 14 ou num 15 de Nisan? [6] E o que dizer do Festival 
das Primícias? Quando era ele celebrado: no domingo da semana dos 
Ázimos ou em 16 de Nisan?
2.300
457
1.843
A Astronomia e a Glória do Adventismo32 
Na busca por respostas para essas e outras questões, vasculhava to-
dos os comentários sobre os livros de Daniel e Esdras a que conseguia ter 
acesso. Também procurava encontrar obras específicas sobre cronologia 
profética, além de investigar enciclopédias bíblicas. Reunindo as melhores 
informações que pude encontrar, criei minhas próprias explicações para os 
referidos problemas, apesar de muitas delas não me deixarem inteiramente 
satisfeito. Eu próprio não estava convencido de minhas conclusões.
Então, no início de 1997, conheci Juarez Rodrigues de Oliveira, tradutor 
público juramentado e intérprete de Inglês/Português, o qual dedicara cerca 
de duas décadas ao desenvolvimento de extensa pesquisa sobre a cronologia 
proféticade Daniel 8 e 9. Em sua busca por fontes primárias no campo da His-
tória Geral, Arqueologia, Cronologia do Mundo Antigo, Cronologia Bíblica 
e História Denominacional Adventista, bem como pelos melhores dados 
e recursos astronômicos disponíveis, Juarez visitou algumas instituições, 
universidades e bibliotecas e conversou com especialistas naquelas diversas 
áreas em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, no Brasil; nas Universi-
dades de Princeton, Harvard, e Andrews, além da Biblioteca do Congresso 
Americano, nos Estados Unidos; no Museu Britânico, e nas Universidades 
de Durham, Oxford e Cambridge, além do Newbold College, na Inglaterra. 
Esteve também no White Estate, onde colheu informações preciosas sobre 
a compreensão millerita dos esquemas proféticos de Daniel. 
Na primeira conversa que tive com ele, meu castelinho de expli-
cações forçadas e descontextualizadas foi lançado ao chão. Jamais me 
esquecerei daquele dia. Saí daquele primeiro encontro confuso e chate-
Aspectos Inquietantes da Cronologia Profética de Daniel 8:14 e 9:24-27 33 
ado, pois fiquei com a impressão de que todo o esquema teológico que 
havia erigido estava errado e que agora não mais possuía um bom fun-
damento em que alicerçar minha fé. E de fato, boa parte das explicações 
que eu havia aprendido de alguns autores sobre o assunto gerava mais 
dificuldades que soluções, além de não estar ancorada num “Assim diz 
o Senhor”, muito menos em dados científicos.
Após alguns meses, procurei Juarez novamente para investigar mais 
a fundo o que ele tinha a me apresentar sobre a cronologia profética de 
Daniel 8 e 9. Qual não foi minha surpresa ao descobrir, já no primeiro 
encontro, uma profundidade tal como jamais imaginara conhecer! Fiquei 
maravilhado! Se Deus Se dignara a revelar detalhes tão fabulosos em 
Sua Palavra e se Ele Se servira de Juarez para sistematizar todas aquelas 
informações, então eu não poderia fazer outra coisa senão me dedicar 
ao assunto, a fim de manejá-lo bem e divulgá-lo ao mundo. 
Dediquei dois anos ao estudo dos arquivos de Juarez para ser capaz 
de apresentar suas conclusões com fluência e eficiência. De lá para cá, 
continuo me aperfeiçoando na compreensão do assunto, e o incrível é 
que sempre tenho aprendido coisas novas, não apenas detalhes de menor 
importância, mas também coisas grandiosas, eficazes para dissolver a 
praga do ceticismo que domina os corações dos homens desta era.
Com o forte senso do dever de tornar conhecidas essas verdades 
ao mundo, criei em 2001 o site www.concertoeterno.com, com sua Série 
de Estudos “A Plenitude dos Tempos”. Por sua vez, Juarez publicou em 
2004 um sumário de sua pesquisa, sob o título Chronological Studies Related 
to Daniel 8:14 and 9:24-27, pela editora do Centro Universitário Adventista 
de São Paulo – UNASP, com o incentivo de professores de Teologia do 
Seminário Adventista Latino-Americano – SALT, particularmente do Dr. 
Alberto R. Timm, à época diretor do Centro White no Brasil e atual reitor 
do SALT, o qual faz a apresentação do livro. E agora, eu e Juarez temos 
a satisfação de entregar ao público mais esta realização – A Astronomia e a 
Glória do Adventismo – Um Estudo sobre a Precisão do Cálculo Profético de Daniel 
8:14 e 9:24-27, que é o resultado da mescla de minha pesquisa pessoal8 
com a de Juarez. A bem da verdade, os pontos altos e determinantes do 
8 Decorrem exclusivamente de minha pesquisa pessoal e não do trabalho de Juarez as discussões 
sobre o momento da “saída da ordem”, no capítulo 5 (pp. 149 - 159); o cumprimento escatológico 
de Trombetas, Tabernáculos e Jubileu, no capítulo 9 (pp. 285 - 318); e o modo como Flávio Josefo 
calculou os anos de reinado de Herodes, no Apêndice Final 9 (pp. 421 e 422).
A Astronomia e a Glória do Adventismo34 
livro são provenientes da pesquisa de Juarez, mas a disposição lógica de 
todo o assunto, bem como sua redação, é de minha exclusiva autoria, o 
que explica a linguagem deste primeiro capítulo na primeira pessoa. É 
oportuno esclarecer também que esta é uma obra inteiramente nova e não 
mera tradução de Chronological Studies Related to Daniel 8:14 and 9:24-27.
A Astronomia e a Glória do Adventismo é o fruto de oito anos de tra-
balho, os dois últimos dos quais eu dediquei à organização do livro no 
seu formato final e os seis anteriores, à produção de material para meu 
site, www.concertoeterno.com, o qual serviu em grande medida de base 
para esta obra.
Aos leitores, esclarecemos que este livro não foi escrito para ser 
lido como geralmente se lê uma obra de ficção, uma biografia ou uma 
coletânea de textos devocionais. Ainda que tenhamos nos esforçado por 
apresentar a matéria numa linguagem e metodologia acessíveis, não po-
deríamos prescindir da profundidade que nossa abordagem requer, sob 
pena de cairmos no lugar comum de outros trabalhos existentes sobre 
Daniel 8:14 e 9:24-27, deixando assim de trazer importantes contribui-
ções para a defesa da interpretação adventista. Este é um livro para ser 
estudado com calma e atenção, fazendo-se necessário reler por duas ou 
três vezes alguns parágrafos mais complexos. Isso se aplica especialmente 
aos capítulos 4, 5, 6, 8 e 10. Além disso, em razão do elevado número 
de informações de cunho essencialmente técnico, aconselhamos que a 
leitura seja acompanhada de pincel marcador de texto, caneta ou lápis, 
bloco de anotações e calculadora; e, para melhor aproveitamento do 
conteúdo, recomendamos aos leitores que examinem cuidadosamente 
cada gráfico e imagem, além das fontes indicadas em notas de rodapé, 
especialmente sites e programas disponíveis na rede mundial de com-
putadores – a Internet.
Em A Astronomia e a Glória do Adventismo, apresentaremos as 
evidências matemáticas, históricas e astronômicas que apóiam nossas 
datas de 457 a.C., 27 d.C., 31 d.C. e 1844 d.C. Não nos ocuparemos 
demasiadamente com o ano 34 d.C., data do encerramento das 70 se-
manas, quando teria ocorrido o apedrejamento de Estevão e a primeira 
perseguição à Igreja, porque as informações de Atos dos Apóstolos só 
permitem uma datação aproximada.
Nosso objetivo ao divulgar essa pesquisa é múltiplo: [1] propor-
cionar as informações e ferramentas necessárias para que, no desem-
Aspectos Inquietantes da Cronologia Profética de Daniel 8:14 e 9:24-27 35 
penho de sua atividade evangelística, nossos irmãos possam levar os 
interessados a seguirem a Cristo pela razão e não pela emoção (Rm 
12:1), de modo a estarem “sempre preparados para responder a todo 
aquele que” “pedir razão da esperança” que neles há (1Pe 3:15); [2] de-
safiar o ceticismo do mundo hodierno para que tente oferecer objeções 
suficientemente fortes para invalidar o esquema matemático, histórico 
e astronômico da profecia das 70 semanas, que atesta a inspiração das 
Escrituras e a realidade de Jesus e de Seu ministério, primeiramente 
na Terra e agora no Céu; e, por fim, [3] comprovar matematicamente 
o início do Juízo Investigativo em 1844, bem como da pregação da 
tríplice mensagem angélica (Ap 14:6-12), com seu foco na vindicação 
da Lei de Deus e do santo Sábado.
Que esta obra seja um instrumento nas mãos de Deus para a pro-
moção da Causa do Advento, para o fortalecimento da fé do vacilante 
e para a salvação de almas, é minha sincera oração!
“OlHA pArA Os CéUs!”
nOçõEs DE AstrOnOMIA E CrOnOlOGIA
I – noções de Astronomia
“Olha para os céus!” (Gn 15:5), foi a ordem dada por Deus a Abraão 
ao renovar a promessa da vinda de um Redentor1. Visto que Abraão era 
procedente da Mesopotâmia (Ur dos Caldeus; cf. Gn 11:31), principal 
centro de conhecimento astronômico do Mundo Antigo, a ordem de 
olhar para os céus deve ter lhe soado bem familiar2. O mais fascinante 
1 A ordem “olha para os céus e conta as estrelas, se é que o podes” foi seguida da promessa “será 
assim a tua posteridade” (Gn 15:5). Que naquelas poucas palavras estava implícita a perspectiva 
messiânica se depreende da promessa original feita a Abraão, por ocasião de sua saída de Ur dos 
caldeus: “Deti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bên-
ção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas 
todas as famílias da terra.” (Gn 12:2 e 3; cf. também Gn 22:15-18 e 26:2-5). Referindo-se a Gênesis 
12:2 e 3, o apóstolo Paulo escreveu: “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé 
os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos.” “Ora, 
as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se 
falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo.” (Gl 3:8 e 16). Dessa 
forma, por meio do mais ilustre de seus descendentes (isto é, Jesus), Abraão haveria de ser um instru-
mento de bênção para toda a humanidade. Após o pôr-do-sol daquele mesmo dia, Abraão recebeu 
uma visão em que lhe foram revelados maiores detalhes acerca do plano de salvação e da vinda do 
Messias (Gn 15:12-21). Foi nessa ocasião que Deus firmou Seu pacto com Abraão (Gn 15:18). Ver 
Patriarcas e Profetas, 137; e O Desejado de Todas as Nações, 468 e 469. O próprio Jesus afirmou: “Vosso 
pai Abraão alegrou-se por ver o Meu dia, viu-o e regozijou-se.” (Jo 8:56).
2 Flávio Josefo aplica a Abraão a referência de Berosus a “um homem justo e grandioso, e habilidoso 
na ciência celestial”, o qual teria vivido “entre os caldeus” (Flavius Josephus, Antiquities of the Jews, 1:7:2, 
em The Works of Josephus, Complete and Unabridged, nova edição atualizada [Peabody, MA: Hendrickson 
Publishers, 1987], 38). De acordo com Josefo, Abraão teria ensinado aos egípcios “a aritmética, e 
entregou a eles a ciência da Astronomia” (Antiquities of the Jews, 1:8:2, em The Works of Josephus, Complete 
and Unabridged, 39). Quanto disso é fato histórico e quanto é exagerado apenas para pôr em relevo a 
figura de Abraão, é difícil precisar; mas a possibilidade de que o grande líder hebreu tivesse algum nível 
de saber astronômico existe, posto que ele era um emigrante da Caldéia, donde procedem muitos dos 
diários astronômicos cuneiformes descobertos no final do século XIX e começo do século XX.
2
A Astronomia e a Glória do Adventismo38 
é descobrir que essa mesma ordem se estende hoje aos que buscam 
compreender melhor as profundidades do plano de salvação.
Como se verá mais adiante, os períodos proféticos de Daniel 8:14 
e 9:24-27 estão vinculados a datas importantes do ciclo festivo de Israel, 
mais especificamente ao Yom Kippur (10 de Tishri) e ao Pesach (14/15 de 
Nisan). Essas datas pertencem ao Calendário Judaico, que é um calendário 
lunissolar, já que o início do mês é determinado pela observação do pri-
meiro crescente lunar e a extensão dos anos está ancorada ao movimento 
da Terra ao redor do Sol. Daí a relevância de sólido conhecimento no 
campo da Astronomia e dos sistemas de calendário. 
Não é de estranhar que seja assim, pois, na base de Gênesis 1:14, Deus 
pôs o Sol, a Lua e as estrelas “para fazerem separação entre o dia e a noite” 
e para servirem “para sinais, para estações, para dias e anos”. São, portanto, 
os corpos celestes que devem determinar a duração dos dias, meses e anos. 
Aliás, a palavra hebraica traduzida como “estações” (du@om – mô‘ēd) pode 
significar “lugar de reunião” ou “assembléia”, mas principalmente “tempo 
indicado”, “dia fixo” ou “tempo de festa” e ocorre freqüentemente nas 
Escrituras no contexto das festividades religiosas de Israel.3
O salmista também percebeu a estreita conexão entre os movimen-
tos dos corpos celestes e o cômputo do tempo, pois, em suas palavras, 
Deus “fez a Lua para marcar o tempo (mô‘ēd); o Sol conhece a hora do 
seu ocaso.” (Sl 104:19).
A relevância da pesquisa astronômica também é indicada no livro 
bíblico de Jeremias, em que se faz referência à intenção de Deus de firmar 
“nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá” (Jr 31:31). A 
idéia de “firmar uma aliança com Seu povo”, que é análoga à de Daniel 
9:27 (“Ele fará firme aliança com muitos por uma semana”), aparece, por 
via indireta, associada às leis fixas do Sol, da Lua e das estrelas: “Assim 
diz o SENHOR, que dá o Sol para a luz do dia e as leis fixas à Lua e às 
3 Nas passagens a seguir, em que o contexto são as festividades religiosas israelitas, a Versão Almeida 
Revista e Atualizada verteu a palavra mô‘ēd do modo indicado entre parênteses: Êxodo 13:10 (“no tempo 
determinado”); 23:15 (“ao tempo apontado”); 34:18 (“no tempo indicado”); Levítico 23:4 (“no seu 
tempo determinado”); Números 9:2, 3, 7 e 13 (“a seu tempo”); 28:2 (“a seu tempo determinado”); 
Deuteronômio 16:6 (“ao tempo”); e Salmos 104:19 (“tempo”). A mesma palavra é traduzida como 
“festas fixas”, “solenidades”, “festividades”, “festas solenes” ou simplesmente “festa” nestas outras 
passagens: Levítico 23:2, 37 e 44. Números 10:10; 15:3; 29:39; 1 Crônicas 23:31; 2 Crônicas 2:4; 8:13; 
31:3; Esdras 3:5; Neemias 10:33; Isaías 1:14; Lamentações 2:6, 7 e 22; Ezequiel 36:38; 44:24; 45:17; 46:9 
e 11; Oséias 2:11; 9:5; 12:9; Sofonias 3:18; e Zacarias 8:19. Em Deuteronômio 31:10, mô‘ēd é traduzida 
como “precisamente”. Já em 2 Crônicas 30:22, ocorre como “ofertas da festa”.
“Olha para os Céus!” – Noções de Astronomia e Cronologia 39 
estrelas para a luz da noite, que agita o mar e faz bramir as suas ondas; 
SENHOR dos Exércitos é o Seu nome. Se falharem estas leis fixas diante 
de Mim, diz o SENHOR, deixará também a descendência de Israel de 
ser uma nação diante de Mim para sempre.” (Jr 31:35 e 36; cf. também 
Jr 33:20, 21, 25 e 26).
Assim, o Concerto Eterno, tema central das Escrituras, aparece vincu-
lado aos períodos de tempo profético (Dn 9:27) e às leis fixas do Sol, da Lua 
e das estrelas (Jr 31:31-36). Não é de admirar, portanto, que em Apocalipse 
12:1 a mulher-Igreja apareça “vestida do Sol com a Lua debaixo dos pés e 
uma coroa de doze estrelas na cabeça”. O simbolismo é bem apropriado.
O que é a Astronomia?
A Astronomia nada mais é do que a ciência que se ocupa do estudo 
dos astros, abrangendo sua composição, estrutura e movimentos.
A Astronomia nada tem a ver com a Astrologia, que consiste no 
estudo da suposta influência dos astros no destino e comportamento 
humanos. A Astronomia é ciência e como tal se baseia na experimentação 
e, sobretudo, na observação. A Astrologia é misticismo. Ainda que se 
trate de um conhecimento milenar, não passa de crendice. 
A Bíblia é bem enfática ao condenar os que “dissecam os céus e fitam 
os astros” para predizer “em cada lua nova” “o que há de vir sobre ti” (Is 
47:13). Segundo as Escrituras, o único que conhece o futuro é Deus (Is 41:22, 
23 e 26; 42:9; 44:7 e 8; 46:9-11; e 48:3 e 5-7). Por isso, é completamente inútil 
e tolo consultar astrólogos. A Bíblia também declara que os praticantes dessa 
falsa ciência são abominação aos olhos do Senhor (Dt 18:9-14). 
Por outro lado, afirmam as Escrituras que Deus “faz sair o Seu 
exército de estrelas, todas bem contadas, as quais Ele chama pelo 
nome; por ser Ele grande em força e forte em poder, nem uma só vem 
a faltar” (Is 40:26). Ver também Salmos 147:4. Em Jó 38:31-33, Deus 
responde aos questionamentos de Seu servo com as seguintes palavras: 
“Ou poderás tu atar as cadeias do Sete-estrelo ou soltar os laços do 
Órion? Ou fazer aparecer os signos do Zodíaco ou guiar a Ursa com 
seus filhos? Sabes tu as ordenanças dos céus, podes estabelecer a sua 
influência sobre a Terra?” Essas passagens revelam que o uso indevido 
do conhecimento sobre os corpos celestes não anula a importância da 
verdadeira e sadia aplicação desse mesmo conhecimento. Pelo contrá-
rio, ao contemplar o salmista “os Teus céus, obra dos Teus dedos, e a 
A Astronomia e a Glória do Adventismo40 
Lua e as estrelas que estabeleceste”, de seus lábios fluía o mais perfeito 
louvor: “Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a Terra 
é o Teu nome!” (Sl 8:3 e 9).
Visto que o saber astronômico é extremamente amplo, torna-se 
inviável descrevê-lo todo aqui, de modo que este capítulose limitará a 
algumas informações básicas relevantes para o estudo dos calendários 
e da cronologia bíblica.
A Astronomia como recurso de Datação
No verbete “Cronologia”, a conceituada Enciclopédia Mirador men-
ciona alguns recursos ou métodos de datação. De acordo com a Mirador, 
ao passo que a Geocronologia, a Dendrocronologia e o Carbono 14 
permitem apenas datações aproximadas, a Astronomia freqüentemente 
garante uma “rigorosa datação matemática”:
“4 Cronologia Astronômica. Constitui uma parte da 
astronomia que estuda as medidas de tempo, que decorrem 
de fenômenos ligados aos corpos celestes (Sol, Lua, estre-
las, planetas, cometas etc.) e que se repetem regularmente. 
Essa repetição indefinida permite a predição e a determi-
nação retrospectiva daqueles fenômenos. Assim, pode-se 
estabelecer, com exatidão matemática, o nascer helíaco 
de uma estrela, cujo ciclo seja conhecido, os eclipses do 
Sol, as conjunções dos planetas, a data da passagem de um 
cometa etc. Tais fenômenos astronômicos, confrontados 
com a documentação histórica, tornam freqüentemente 
possível a rigorosa datação matemática de aconteci-
mentos históricos.”
“5 Geocronologia. Integra a chamada geologia históri-
ca, que estuda a sucessão das eras e épocas da Terra, visando 
a datá-las em termos de unidades de tempo astronômico. 
O movimento das geleiras, a sedimentação dos depósitos 
fluviais nos respectivos deltas, a erosão marítima dos lito-
rais são alguns exemplos de fenômenos geológicos que têm 
sido utilizados para fins cronológicos, permitindo datações 
aproximadas. A geocronologia é de grande interesse para a 
paleontologia e para a pré-história.
“6 Dendrocronologia. Baseia-se no estudo das mar-
“Olha para os Céus!” – Noções de Astronomia e Cronologia 41 
cas (círculos concêntricos) que o crescimento anual das 
árvores deixa em seus troncos, possibilitando estabelecer 
séries cronológicas de razoável amplitude, quando se trata 
de espécies vegetais de vida longa, como as sequóias gi-
gantes da Califórnia (até 3.250 anos). A dendrocronologia 
tem proporcionado dados valiosos para o conhecimento 
das variações do clima, sobretudo dos países nórdicos 
europeus. Em diversos casos, contribuiu para a datação 
aproximada de restos arqueológicos, graças a tábuas de 
madeira empregadas em construções. Sua utilização, no 
entanto, é muito limitada.
“7 O Carbono 14. Partindo do fato de que todas as 
substâncias orgânicas contêm carbono, pode-se determinar, 
aproximadamente, a idade de um vestígio orgânico, me-
diante a medida da taxa de sua radioatividade, isto é, da do 
carbono 14 nele presente (embora em quantidade ínfima), ao 
lado do carbono comum ou 12 (o algarismo indica o peso 
atômico). A datação pelo carbono 14 não permite abarcar 
um período superior a uns 20 mil anos e, ainda assim, 
com margem mínima de erros de cerca de um século.
Revelou-se de grande utilidade na cronologia da pré-história 
e de épocas históricas remotas e pobres em documentos 
históricos.” (grifo nosso)4
Não há dúvida, portanto, de que a Astronomia pode ser um poderoso 
instrumento para a datação dos eventos proféticos das 70 semanas.
A seguir, apresentaremos valiosos conceitos de Astronomia, Ca-
lendários e Cronologia Antiga para um melhor aproveitamento dos 
próximos capítulos. Caso não esteja interessado em absorver todo esse 
conteúdo agora, o leitor poderá avançar diretamente para o capítulo 
3, que trata do desenvolvimento histórico da compreensão adventista 
da cronologia de Daniel 8:14 e 9:24-27. Nesse caso, sempre que julgar 
necessário, o leitor poderá voltar ao capítulo 2 para obter informações 
adicionais sobre determinado assunto.
4 Enciclopédia Mirador Internacional (São Paulo - Rio de Janeiro: Encyclopaedia Britannica do Brasil, 
1982), 5:3060 e 3061. Observação: Embora a Mirador se refira a 20 mil anos como o limite de 
confiabilidade para o método de datação pelo carbono 14, o horizonte temporal que a cronologia 
bíblica atribui para a existência de vida na Terra gira em torno de seis mil anos.
A Astronomia e a Glória do Adventismo42 
5 Termo relativo à elipse, que pode ser definida como o lugar geométrico dos pontos de um plano 
cujas distâncias a dois pontos fixos, denominados focos, têm soma constante. No sistema solar, 
o Sol ocupa um dos focos. A Terra e os demais planetas do sistema solar não descrevem órbitas 
circulares, mas elípticas, tendo, portanto, a aparência de circunferências achatadas. 
6 A palavra excentricidade significa desvio ou afastamento do centro. Em Astronomia, ela é definida 
como o resultado da divisão entre a distância de um foco a outro e o eixo maior da órbita de um 
astro. Se a órbita terrestre fosse perfeitamente circular, a distância da Terra ao Sol seria sempre a 
mesma, em qualquer época do ano. Visto, no entanto, que tal órbita é elíptica, ora a Terra está mais 
próxima, ora mais afastada do Sol.
O Movimento de rotação da terra
Rotação é o nome dado ao movimento que a Terra executa em tor-
no de si mesma, de oeste para leste, o qual é responsável pelo percurso 
aparente que o Sol, a Lua e as estrelas realizam diariamente pelo céu, de 
leste para oeste. Também deriva desse movimento a sucessão dos dias 
e das noites, quando metade da superfície terrestre fica iluminada pelo 
Sol e metade fica na sombra. O intervalo de tempo correspondente a 
uma rotação completa da Terra chama-se dia.
Denomina-se dia sideral o período decorrido entre duas passagens 
consecutivas de uma mesma estrela pelo meridiano de uma mesma 
localidade (linha imaginária que, passando pelo zênite, liga os pontos 
norte e sul do horizonte). Cada dia sideral é composto de 24 horas si-
derais, cada uma constituída de 60 minutos, cada um deles dividido em 
60 segundos.
Denomina-se dia solar o período decorrido entre duas passagens 
consecutivas do Sol pelo meridiano de uma mesma localidade (quando 
o Sol cruza o meridiano é meio-dia). Também é dividido em 24 horas 
(solares) de 60 minutos, cada qual dividido em 60 segundos. Por causa 
da translação da Terra em torno do Sol, avançando aquela aproximada-
mente um grau por dia (a translação completa implica em 360º), o dia 
sideral é ligeiramente menor que o dia solar.
O Movimento de translação da terra
Além do movimento de rotação, que a Terra executa em torno de si 
mesma, existe outro movimento, de igual importância, denominado trans-
lação, que a Terra realiza em torno do Sol. Esse movimento é executado 
numa órbita elíptica5 de pequena excentricidade6 e determina o período 
de tempo chamado ano, no qual ocorrem os fenômenos das estações. 
O valor do ano trópico (solar), segundo o The Astronomical Almanac for 
the year 1995, é 365,242190 dias ou 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 45,2 
“Olha para os Céus!” – Noções de Astronomia e Cronologia 43 
segundos.7 Para efeitos de cálculo, tomaremos o valor de 365,2422 dias 
para a duração do ano solar.
A distância da Terra ao Sol não é constante, devido à ligeira ex-
centricidade de sua órbita. Ao ponto em que a Terra atinge seu maior 
afastamento do Sol, dá-se o nome de afélio; e o ponto em que ela se 
encontra mais próxima daquele astro denomina-se periélio.
A Inclinação do Eixo de rotação da terra
O eixo de rotação da Terra está inclinado cerca de 23º 27’ em 
relação à perpendicular ao plano da órbita, o que pode ser exemplifi-
cado pela ilustração a seguir. A conjugação dessa inclinação, também 
chamada de obliqüidade da Eclíptica, com o movimento de translação 
é responsável pelas diferentes estações do ano.
As Estações do Ano
Ao contrário do que alguém possa pensar, as estações do ano não 
decorrem diretamente da maior ou da menor proximidade da Terra ao 
Sol e, sim, das diferentes posições que os hemisférios ocupam durante 
o percurso realizado pelo planeta. 
Na verdade, as estações do ano são o resultado da conjugação de 
Trópico de Capricórnio
7 Nautical Almanac Office of the United States Naval Observatory; Her Majesty’s Nautical 
Almanac Office of the Royal Greenwich Observatory, The Astronomical

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