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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA PEDRO HENRIQUE COSTA DE MIRANDA ATRIBUTOS BIOLÓGICOS COMO INDICADORES DE QUALIDADE DO SOLO EM DIFERENTES COBERTUTAS DO SOLO NA AGRICULTURA FAMILIAR BELÉM 2019 PEDRO HENRIQUE COSTA DE MIRANDA ATRIBUTOS BIOLÓGICOS COMO INDICADORES DE QUALIDADE DO SOLO EM DIFERENTES COBERTURAS DO SOLO NA AGRICULTURA FAMILIAR Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia como requisito para obtenção de grau em bacharel em Engenharia Agronômica. Orientadora: Vânia Silva de Melo Co-orientador: Mário Lopes da Silva Júnior BELÉM 2019 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Bibliotecas da Universidade Federal Rural da Amazônia Gerada automaticamente mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a) M672a Miranda, Pedro Henrique Costa de Atributos biológicos como indicadores de qualidade do solo em diferentes cobertutas do solo na agricultura familiar / Pedro Henrique Costa de Miranda. - 2019. 50 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - CURSO DE AGRONOMIA, CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE BELÉM, UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA, BELÉM, 2019. Orientação: Profa. Dra. Vânia Silva de Melo 1. Atributos Biológicos do Solo. 2. Sistemas de Cobertura do Solo - Tipos. 3. Sistema Agroflorestal (SAF). 4. Cobertura Vegetal. 5. Agricultura Familiar. I. Melo, Vânia Silva de, orient. II. Título CDD 631.46 PEDRO HENRIQUE COSTA DE MIRANDA ATRIBUTOS BIOLÓGICOS COMO INDICADORES DE QUALIDADE DO SOLO EM DIFERENTES COBERTURAS DO SOLO NA AGRICULTURA FAMILIAR Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Agronomia do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal Rural da Amazônia como requisito para obtenção de grau em bacharel em Engenharia Agronômica. Aprovado em: 18 de Fevereiro de 2019 BANCA EXAMINADORA _________________________________________ Prof.ª Drª. Vania Silva de Melo (Presidente da Banca – Orientadora– UFRA) Drª. Saime Joaquina Souza de Carvalho Rodrigues (Membro da banca examinadora / UFRA-PPGA) Engª. Agrônoma Mila Façanha Gomes (Membro da banca examinadora / UFRA-PPGA) À minha mãe, Heloisa Costa de Miranda, e ao meu Pai Edivaldo Viana Miranda dedico. AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradeço a Deus, que sempre me guiou, me guardou e me deu forças, sem Ele nada seria possível; A minha mãe Heloisa Costa de Miranda e ao meu pai Edivaldo Viana de Miranda, que nunca mediram esforços para que eu tivesse todas as condições de ter um bom ensino e poder concluir este trabalho. A toda minha família, que sempre esteve comigo durante a minha jornada na Universidade e que ajudaram direta ou indiretamente com este trabalho, em especial meus irmãos Phelipe Miranda e Maria Luiza, minha tia Nelma Costa, minha vó Jacira Raimunda, minha bisavó Maria Santana, meu tio João Evangelista Filho. A Minha orientadora, Prof. Dr. Vânia Silva de Melo, pela orientação, confiança, e valiosos conselhos e ensinamentos, que me recebeu como estagiário desde o terceiro semestre até o fim da graduação; Ao Prof. Dr. Mário Lopes Junior, também pela orientação e contribuição na execução desse trabalho, desde o início no grupo Pet Solos até hoje; Aos meu amigos do Grupo Pet Solos, que desde o dia em que cheguei fui bem recebido e aprendi muito com todos e me auxiliaram durante o trabalho; Aos meus amigos Eduarda Reis, Gabriel Martins, Yorranna Rossy, Letícia Vaz, Kleve Canteral, Manuella Rayol, João Duarte, Josi Mylena, Felipe Mende, Jácio Ramos, Samara Thais, Daniela Abreu, Fiama Nunes, Larissa Gonçalves, Jonathan Marques, Victor Rodrigues e Adrianne Braga que me auxiliaram durante o decorrer do curso e do trabalho; Aos meus amigos, Mila Gomes, Luiz Fernando, Ana Renata, Maynara Gomes, Marcilene Sarah, Larissa Miranda, Amanda Segtowich, pelos ensinamentos e auxílios durante os trabalhos; Aos meus amigos de turma em especial da turma C 2014 de agronomia a qual pude fazer parte durante nove semestres, pelos trabalhos desenvolvidos, momentos bons e ruins compartilhados e pelo companheirismo; Aos meus amigos que sempre estiveram do meu lado durante o curso, Anderson Ayres, Fabricio Sasamoto, Vitória Martins, Wallace Michellon, Maykon Santos, Jamilly Santos, Iuri Mathias, Amanda Nogueira, Ana Paula Macedo, Hugo Nascimento e Dawanne Lima; Aos Professores que contribuíram com orientações, ensinamentos e conselhos durante o curso, que fizeram de tudo para colaborar com a formação de todos os discentes; Agradeço a oportunidade de fazer parte da Universidade Federal Rural da Amazônia, local o qual conheci muitas pessoas as quais contribuíram para meu desenvolvimento profissional e pessoal. E a todas as pessoas que participaram ou contribuíram para esse trabalho, mas que não foram citados, meu muito obrigado, e que Deus abençoe a todos. RESUMO A agricultura familiar fundamentada no uso intensivo de áreas reduzidas, exige que o agricultor utilize modelos mais sustentáveis de exploração da área, isso pode ser alcançado através do uso de práticas de conservação do solo e diversificação de culturas e espécies florestais usadas. O Sistema Agroflorestal (SAF) é uma alternativa extremamente viável na escolha de modelos pelo pequeno produtor. Os atributos do solo são de extrema importância para a sustentabilidade do mesmo, neste estudo objetivou-se avaliar os atributos biológicos do solo em diferentes sistemas de cobertura do solo no Assentamento Abril Vermelho em Santa Bárbara- Pará. O trabalho foi realizado em três tipos cobertura solo, sendo: Floresta Secundária, SAF e Pastagem. Todas os sistemas foram avaliados nas profundidades de 0 a 5 cm, 5 a 10 cm e 10 a 20 cm. As áreas foram avaliadas em dois períodos sazonais, o primeiro em Dezembro de 2017 (período mais chuvoso) e a segunda em Julho de 2018 (período menos chuvoso). As amostras foram coletadas nos períodos descritos anteriormente, preparadas e conservadas em geladeira no Laboratório de Microbiologia do Solo na UFRA. As variáveis avaliadas foram carbono orgânico (C), respiração basal, carbono da biomassa microbiana (CBM), quociente microbiano (CBM:C) e quociente metabólico (qCO2). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com arranjo fatorial com quatro repetições e avaliando a interação entre os sistemas e a profundidade, onde foram avaliados as áreas e posteriormente as profundidades. Os resultados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e a comparação de médias pelo do teste de Tukey a 5%. Os resultados evidenciaram os índices mais elevados de C, CBM e CBM:C na área de Floresta Secundária mantendo resultados estáveis na primeira e a segunda coleta, na área de SAF o qual houve alterações antrópicas os índices de Respiração Basal e qCO2 obtiveram uma elevação em relação a primeira coleta, a área de Pastagem apresentou valores elevados de C, Respiração Basal e qCO2 na primeira coleta e na segunda houve um decréscimo destes valores. Com os resultados obtidos constatou-se que o uso e o manejo do solo influenciaram diretamente nos atributos biológicos do solo e foram sensíveis como indicadores de qualidade do solo. Floresta Secundária apresentou resultados em que demonstram ser um sistema com melhores atributosmicrobiológicos. Palavras-chave: Atributos Biológicos do Solo. Cobertura do Solo. Conservação do Solo. Manejo. ABSTRACT Family farming based on the intensive use of reduced areas, requires the farmer to use more sustainable models of area exploration, this can be achieved through the use of soil conservation practices and diversification of crops and forest species used. The Agroforestry System (SAF) is an extremely viable alternative in the choice of models by the small producer. The soil attributes are extremely important for its sustainability, in this study the objective was to evaluate the soil biological attributes in different soil cover systems in the Abril Vermelho settlement in Santa Bárbara-Pará. soil, being: Secondary Forest, SAF and Pasture. All systems were evaluated at depths of 0 to 5 cm, 5 to 10 cm and 10 to 20 cm. The areas were evaluated in two seasonal periods, the first in December 2017 (rainy season) and the second in July 2018 (less rainy season). Samples were collected in the periods described previously, prepared and stored in a refrigerator at the Laboratory of Soil Microbiology at UFRA. The variables evaluated were organic carbon (C), basal respiration, microbial biomass carbon (CBM), microbial quotient (CBM: C) and metabolic quotient (qCO2). The experimental design was completely randomized with a factorial arrangement with four replications and evaluating the interaction between the systems and the depth, where the areas and depths were evaluated. The results were submitted to analysis of variance (ANOVA) and the comparison of means by the Tukey test at 5%. The results showed the highest values of C, CBM and CBM: C in the Secondary Forest area, maintaining stable results in the first and second collections, in the area of FAS which had anthropic alterations, Basal Breath indexes and qCO2 obtained a rise in Regarding the first collection, the Pasture area presented high values of C, Basal Breath and qCO2 in the first collection and in the second there was a decrease of these values. With the results obtained it was verified that the use and management of the soil directly influenced the biological attributes of the soil and were sensitive as indicators of soil quality. Secondary Forest presented results in which they demonstrate to be a system with better microbiological attributes. Keywords: Soil Biological Attributes. Soil Coverage. Soil Conservation. Management. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1- Localização da Área de Estudo, Santa Bárbara (PA) ...... ..........................18 FIGURA 2 - Valores de precipitação total mensal de Belém e Região Metropolitana. 19 FIGURA 3 - Mapa pedológico do Assentamento Abril Vermelho no Município de Santa Bárbara (PA). ...................................................................................................... 20 FIGURA 4 – Área de SAF após a limpeza, no Assentamento Abril Vermelho, Santa Bárbara (PA). ................................................................................................................... 22 FIGURA 5 – Área de SAF após seis meses de implantado no Assentamento Abril Vermelho, Santa Bárbara (PA).............................................................................................. 22 FIGURA 6 – Área de pastagem no Assentamento Abril Vermelho, Santa Bárbara (PA). .................................................................................................................... ........23 FIGURA 7 – Área de floresta secundária no Assentamento Abril Vermelho, Santa Bárbara (PA). ................................................................................................................... 24 FIGURA 8 – Carbono orgânico (C) do solo em dezembro/17 nos sistemas de Floresta Secundária, SAF e Pastagem, em diferentes profundidades, 0-5 cm, 5-10 cm e 10-20 cm ............................................................................................................................ 30 FIGURA 9 – Carbono orgânico (C) do solo em julho/2018 nos sistemas de Floresta Secundária, SAF e Pastagem, em diferentes profundidades, 0-5 cm, 5-10 cm e 10-20 cm ....... 31 FIGURA 10 – Carbono da biomassa microbiana do solo em dezembro/17 nos sistemas de Floresta Secundária, SAF e Pastagem, em diferentes profundidades, 0-5 cm 5-10 cm e 10- 20 cm....................................................................................................................... 32 FIGURA 11 – Carbono da biomassa microbiana do solo em julho/18 nos sistemas de Floresta Secundária, SAF e Pastagem, em diferentes profundidades, 0-5 cm, 5-10 cm e 10-20 cm ............................................................................................................................ 33 FIGURA 12 – Relação carbono da biomassa microbiano e carbono orgânico total (CBM: C) do solo em dezembro/17 nos sistemas de Floresta Secundária, SAF e Pastagem, em diferentes profundidades, 0-5 cm, 5-10 cm e 10-20 cm ........................................ 35 FIGURA 13 – Relação carbono da biomassa microbiano e carbono orgânico total (CBM: C) do solo em julho/18 nos sistemas de Floresta Secundária, SAF e Pastagem, em diferentes profundidades, 0-5 cm, 5-10 cm e 10-20 cm ........................................................ 36 FIGURA 14 – Respiração basal do solo em dezembro/17 nos sistemas de Floresta Secundária, SAF e Pastagem, em diferentes profundidades, 0-5 cm, 5-10 cm e 10-20 cm ....... 37 FIGURA 15 – Respiração basal do solo em julho/18 nos sistemas de Floresta Secundária, SAF e Pastagem, em diferentes profundidades, 0-5 cm, 5-10 cm e 10-20 cm ............... 38 FIGURA 16 – Quociente metabólico do solo em dezembro/17 nos sistemas de Floresta Secundária, SAF e Pastagem, em diferentes profundidades, 0-5 cm, 5-10 cm e 10-20 cm ............................................................................................................................ 39 FIGURA 17 – Quociente metabólico do solo em julho/18 nos sistemas de Floresta Secundária, SAF e Pastagem, em diferentes profundidades, 0-5 cm, 5-10 cm e 10-20 cm ....... 40 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................10 1.1 Objetivo Geral............................................................................................................... ......12 2 REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................................12 2.1 Cobertura Vegetal ....................................................................................................... 12 2.1.1 Floresta Secundária .............................................................................................. 12 2.1.2 Sistema Agroflorestais (SAF) ............................................................................... 13 2.1.3 Pastagem .............................................................................................................. 13 2.2 Atributos biológicos e qualidade do solo ..................................................................... 14 2.3- Passivos Ambientais em Assentamentos .................................................................... 17 3- MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................................18 3.1- Caracterização da Área de Estudo .............................................................................. 18 3.1.1- Localização ......................................................................................................... 18 3.1.2- Clima .................................................................................................................. 18 3.1.3- Vegetação e Solo ................................................................................................19 3.1.4- Histórico do Assentamento e Sistemas de Cobertura do Solo Estudados .............. 21 3.3- Coleta e Preparo das Amostras de Solo ...................................................................... 24 3.4- Determinação dos Indicadores ................................................................................... 25 3.4.1- Carbono Orgânico ............................................................................................... 25 3.4.2 Carbono da Biomassa Microbiana ........................................................................ 26 3.4.3 Respiração Basal do Solo ..................................................................................... 28 3.6.4 Quociente Metabólico .......................................................................................... 29 3.5 Estatísticas dos Dados ................................................................................................. 29 4- RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................................30 4.1- Carbono Orgânico (C) ............................................................................................... 30 4.2 Carbono da Biomassa Microbiana (CBM) .................................................................. 32 4.3 Relação Carbono da Biomassa Microbiana e Carbono Orgânico (CBM:C) ................. 35 4.4 Respiração Basal ........................................................................................................ 37 4.5 Quociente Metabólico (qCO2) ..................................................................................... 39 5- CONCLUSÕES....................................................................................................................42 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................43 10 1 INTRODUÇÃO A agricultura familiar fundamentada na exploração agrícola com o uso de área reduzidas, exige uma grande conscientização do agricultor na escolha do modelo de exploração adotado, para garantir a sua sustentabilidade ao longo dos anos. Isso se deve ao fato de que a atividade agropecuária nessas áreas são intensas, procurando-se obter o máximo de rendimento econômico possível por área, mas concomitantemente a essa ação deve-se buscar a reposição adequada e satisfatória de nutrientes, a implantação de práticas de conservação do solo e diversificação de culturas e espécies florestais usadas (ABDO, 2008). O Sistema Agroflorestal é uma alternativa extremamente viável na escolha de modelos pelo pequeno produtor. É um método com retorno satisfatório, pois as árvores sempre tiveram um papel importante na vida dos homens tanto no fornecimento de produtos (madeira, mel, produtos medicinais) como de benefícios indiretos. Entre os benefícios indiretos estão os de bem estar e saúde pública (sombra, umidade do ar, temperatura e poluição atmosférica), proteção dos solos e dos mananciais, bem como outros benefícios sociais (turismo, educação ambiental). A importância das árvores nas mudanças climáticas vem ganhando destaque nos últimos anos, pois elas são excelentes sequestradoras de carbono ao captarem o CO2 atmosférico no processo de fotossíntese e mantendo esse carbono fixado por um longo período já que a madeira é extraída após alguns anos quando podem ser empregadas na construção civil e fabricação de móveis (ABDO; VALERI; MARTINS, 2008). Nas últimas décadas estudos avançaram dentro de uma perspectiva de construção de modelos de desenvolvimento que substituam esta matriz de exploração dos recursos naturais ou pelo menos minimize seus impactos, e um sistema de produção que tem ganhado bastante atenção nos campos organizacional, político e científico são os Sistemas Agroflorestais – SAF, vistos como a alternativa viável de produção para as regiões de florestas, pois se constituem em sistemas de uso do solo que se aproximam da dinâmica da vegetação natural (ÁLVARES- AFONSO; LOCATELLI, 2002). Embora existam várias experiências exitosas de SAF desenvolvidas por produtores familiares na Transamazônica, bem como a existência de projetos e programas executados por organizações sindicais, ONGs e instituições governamentais com objetivos de sensibilizar agricultores a implantarem SAF, percebe-se que estas ações não têm conseguido atingir um público mais expressivo. Mesmo com as diversas características comprovadamente vantajosas, percebe-se índice de adoção bastante reduzido se comparado com o universo da agricultura familiar deste território (CALVI, 2011). 11 Os solos da Amazônia são caracterizados pela baixa fertilização natural, sendo imprescindível a ação dos microrganismos para garantir a melhoria na estruturação desses solos e a disponibilidade de nutrientes para as plantas. A microbiota atua não somente na formação e estabilização de agregados, mas também na ciclagem de nutrientes, sendo considerada bioindicadora da qualidade do solo (VARGAS; SCHOLLES, 2000; SILVEIRA et al., 2006). A qualidade dos resíduos orgânicos influencia a taxa de decomposição e a composição da comunidade microbiana (GUPTA; GERMIDA, 1988; CATTELAN; VIDOR, 1990; ANGERS et al., 1993). Portanto, a decomposição da manta orgânica é uma das etapas mais importantes na ciclagem de nutrientes e é um processo essencialmente biológico (CORREIA; ANDRADE, 1999). Dentre os organismos responsáveis por esse processo destacam-se os microrganismos que compõem a biomassa microbiana. A importância da biodiversidade da biota do solo para o funcionamento, a integridade e, em longo prazo, a sustentabilidade de ecossistemas terrestres naturais e manejados é cada vez mais adequadamente reconhecida (BRUSSAARD et al., 2007). Os organismos do solo participam de vários processos do ecossistema, incluindo ciclagem de nutrientes, estoque de carbono, degradação de poluentes e manutenção da estrutura do solo. Neste sentido, o declínio da biodiversidade do solo acarretará em efeitos negativos sobre o funcionamento e estabilidade do ecossistema (JONES e BRADFORT, 2001). Alguns estudos recentes têm apontado para a redução de estoques de carbono microbiano em sistemas menos estáveis, como pastagem e plantio convencional, quando comparados a áreas de mata nativa ou ambientes similares, como sistemas agroflorestais (ALVES et al., 2011; LIMA et al., 2011; LOURENTE et al., 2011). O SAF e as florestas nativas são responsáveis por promover maior produção de biomassa aérea e subterrânea (raízes), assim como a cobertura do solo, favorecendo o acúmulo de carbono e a manutenção da fertilidade do solo por meio de uma ciclagem mais eficiente de nutrientes e da redução de perdas por lixiviação e erosão (GAMA-RODRIGUES et al., 2008; PORTUGAL et al., 2008). A quantificação da biomassa microbiana pode ser associada ao tamanho da população de microrganismos, e a sua dinâmica com a fertilidade e potencial de produtividade do solo, pode fornecer dados sobre suas alterações de acordo com diferentes práticas agrícolas. A biomassa microbiana é influenciada pelo tipo de utilização do solo e a relevância de sua quantificação se deve, portanto, sua utilização como índice mais sensível às mudanças ocorridas no sistema, comparado aos conteúdos de C orgânico (GAMA-RODRIGUES et al., 2005). A respiração basal é o parâmetro mais antigo utilizado na quantificação da atividade metabólica nos solos. Assim como outras atividades metabólicas, a respiração é dependente do 12 estado fisiológico da célula e é influenciada por diversos fatores no solo, tais como umidade, temperatura, estrutura do solo e disponibilidade de nutrientes (GONÇALVES et al, 2002; ALLEN; SCHLESINGER, 2004). O estudo busca verificar os atributos biológicos do solo em diferentes tipos de cobertura do solo no Assentamento Abril Vermelho em Santa Bárbara- Pará, analisando as interaçõesdas práticas agrícolas com os impactos ambientais por meio dos indicadores biológicos de qualidade do solo. 1.1 Objetivo Geral Avaliar os atributos biológicos do solo sob diferentes coberturas do solo no Assentamento Abril Vermelho, Santa Bárbara, Pará. 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Cobertura Vegetal 2.1.1 Floresta Secundária A floresta amazônica apresenta uma exuberante biodiversidade de fauna e flora. Com a intenção de promover o desenvolvimento da região Norte o Governo Federal lançou várias medidas para ocupação dessas áreas, o que resultou na exploração desordenada na década de 70, várias atividades agrícolas e outras atividades potencialmente degradantes ao meio ambiente ocorreram de forma intensa (MAEDA, et al., 2008). O desmatamento na Amazônia promove a redução de fertilidade do solo, erosão, alterações nos regimes hidrológico local e global e emissão de gases de efeito estufa. Com o crescimento da vegetação secundária nas áreas desmatadas esses efeitos podem ser minimizados. Essas áreas muitas vezes são utilizadas para atividades agropecuárias e quando perdem sua produtividade são abandonadas (ALMEIDA et al., 2010). Brown e Lugo (1990) definem vegetação secundária como aquela formada a partir de distúrbios antrópicos na vegetação original. A vegetação secundária pode promover diversos serviços ambientais como a remoção de carbono atmosférico, que contribui para diminuição da emissão de gases de estufa para a atmosfera (NOBRE & NOBRE, 2002). A taxa de remoção de carbono pela acumulação de biomassa é influenciada por fatores como o tipo, intensidade e tempo de uso da terra (FEARNSIDE, 1996). 13 2.1.2 Sistema Agroflorestais (SAF) O sistema agroflorestal é um sistema de uso da terra, onde árvores são cultivadas em consórcio com culturas agrícolas e, ou criação animal. Os sistemas agroflorestais são reconhecidos por seus efeitos positivos para a conservação da biodiversidade quando comparados a simples agroecossistemas (McNEELY e SCHROTH, 2006), o que também é válido para a biodiversidade do solo e da serapilheira, uma vez que a estrutura do sistema agroflorestal aproxima-se a de uma vegetação nativa (BROWN et al., 2006). Os sistemas agroflorestais (SAF) correspondem a uma das poucas formas de uso eficiente e sustentável do solo na Amazônia em decorrência de seus benefícios socioambientais e econômicos (SANGUINO et al., 2007). Dentre os benefícios que este método de cultivo proporciona, destacam-se: manutenção da fertilidade, estrutura e agregação do solo, a diversificação da produção, o que constitui em diminuição dos riscos de instabilidade de mercado; a diminuição de incidência de doenças e pragas pela diluição dos riscos entre as espécies cultivadas, manutenção de microclima estável e ameno (SILVA, 2013). Os sistemas agroflorestais são uma boa opção para os produtores rurais, pois representam uma nova abordagem de desenvolvimento rural, uma nova perspectiva de uso da terra, e não uma simples técnica agrícola ou florestal que objetiva o aumento de produção (FRANCO, 2000). 2.1.3 Pastagem A Amazônia Legal, cuja área é de 5,2 milhões de km2, possuía até 2007 uma área cumulativa desmatada correspondente a 691.123 km2, o equivalente a cerca de 17,2% de toda a floresta Amazônica brasileira. Cerca de 80% da área desmatada tem sido utilizada com pastagens plantadas e estima-se que metade desta área esteja degradada e, em alguns casos, abandonadas (DIAS-FILHO E ANDRADE, 2006). A pecuária tem sido uma atividade pioneira no processo de ocupação da Amazônia Legal nas últimas décadas, ocupando segmentos significativos da floresta, em consequência da abertura de novas estradas e da implantação de dezenas de Projetos de Colonização e Assentamento que propiciaram as condições favoráveis para a ocupação humana na região (TOWNSEND, 2010). A diminuição na produtividade das pastagens é consequência de diversos fatores, sendo os mais importantes, a baixa fertilidade natural dos solos, notadamente os níveis extremamente baixos de fósforo; a utilização de cultivares que não são tão produtivas as condições da região e a adoção de práticas de manejo inadequadas (SERRÃO & HOMMA, 1982). Um manejo 14 inadequado no sistema leva o ambienta a um desequilíbrio do complexo solo-planta-animal, a erosão e a compactação do solo, reduzindo consideravelmente o vigor e a produtividade das plantas forrageiras, proporcionando condições favoráveis para que ocorra a degradação da pastagem (TOWNSEND, 2010). 2.2 Atributos biológicos e qualidade do solo Araújo e Monteiro (2007), afirmam que a qualidade do solo é definida de acordo com a capacidade do solo funcionar dentro de ecossistemas, assegurando a saúde de plantas e animais, mantendo a produtividade biológica, respeitando o ambiente. A qualidade do solo é mensurada através de indicadores, esses são classificados como, físicos, químicos e biológicos. Dentre os indicadores físicos estão, agregação do solo, capacidade de retenção de umidade, infiltração e densidade do solo e estes interferem na retenção de água e nutrientes, armazenamento e movimento da água e porosidade do solo (ARAÚJO e MONTEIRO, 2007). Em relação aos fatores químicos, tem-se, pH, condutividade elétrica, conteúdo de nutrientes, estes estão relacionados ao crescimento vegetal. A atividade microbiana, e disponibilidade de nutrientes para as plantas, já no que se refere aos fatores biológicos tem-se, biomassa microbiana, mineralização de nutrientes, respiração do solo, fixação biológica de nitrogênio, estes atuam na atividade microbiana e reposição de nutrientes, produtividade do solo e potencial de suprimentos de nutrientes, atividade microbiana e suprimento de N para as plantas (DORAN e PARKIN, 1994). As avaliações dos atributos do solo tem crescido entre as comunidades de pesquisadores e produtores, onde buscam mais informações detalhadas sobre os efeitos das práticas de manejo sobre a qualidade do solo encontra-se diretamente relacionada com sustentabilidade das funções de um agroecossistema. Uma das medidas para se avaliar as mudanças do solo é o uso dos atributos microbiológicos, bioindicadores que detectam possíveis alterações ambientais em um curto período de tempo (SILVA, 2008). Dentre os atributos biológicos tem-se a biomassa microbiana, a qual fornece informações sobre a dinâmica da matéria orgânica do solo, alterações ocasionadas na comunidade microbiana influenciam no funcionamento do ecossistema e a longo prazo na produtividade (MENDES, 2003). A biomassa microbiana é o componente vivo da matéria orgânica do solo, excluindo a macrofauna e a raiz das plantas, é composta por bactérias, fungos, actinomicetos, algas e protozoários, na maioria das vezes a biomassa compreende de 1 a 5% do carbono orgânico total 15 (COT), e controla funções chaves do solo, como a decomposição e acumulo de matéria orgânica, transformação de nutrientes minerais, formação e manutenção da estrutura do solo, intemperismo de rochas além de estocar e ciclar mais nutrientes no sistema (GREGORICH et al., 1994). Carvalho (2005) afirma que o tamanho da comunidade microbiana e sua atividade determinam a intensidade em que os processos químicos acorrem. No processo de decomposição da matéria orgânica pelos microrganismos, ocorre a liberação de nutrientes em forma disponível para as plantas. No processo de mineralização as formas orgânicas de nitrogênio, fosforo e enxofre são disponibilizadas na forma inorgânica, havendo também degradação de substancias tóxicas e controle biológico de patógenos (SINGH et al., 1989). No que diz respeito à disponibilidade de nutrientes, no metabolismo dos microrganismos ocorrem reações que permitem a liberação de elementos essenciais ao desenvolvimento das plantas, representando um significativo fornecimento de nutrientes em solos de baixa fertilidade (SILVA, 2008).Isoladamente a biomassa microbiana pouco reflete na alteração de qualidade do solo, porém associando-se ao índice de matéria orgânica, esta pode ser utilizada para avaliar a qualidade do solo sob diferentes manejos (BROOKES, 1995). Diversos trabalhos demonstram a influência de diferentes manejos sobre a comunidade microbiana e matéria orgânica do solo, tendo em vista que umidade, temperatura, aeração, disponibilidade de nutrientes e quantidade de substratos orgânicos exercem influência na comunidade microbiana do solo (SOUZA, 2015). A atividade geral da biomassa microbiana é analisada através da emissão de CO2 do solo sendo influenciado pelo clima, propriedades físicas e químicas e práticas agrícolas (GAMA e RODRIGUES,1999). Esse processo conhecido como respiração microbiana, que consiste na oxidação biológica da matéria orgânica a CO2 pelos microrganismos aeróbios, ocupa uma posição chave no ciclo do carbono nos ecossistemas terrestres, esta pode ser determinada pela produção de CO2 ou consumo de O2 (BROOKES, 1995). A respiração microbiana diminui de acordo com a profundidade do solo e se correlaciona com a quantidade de matéria orgânica e outros indicadores biológicos, existe uma variação na respiração de acordo com o sistema de produção sendo esta variável sensível ao uso de pesticidas e metais pesados (ARAÚJO e MONTEIRO, 2007). Para se avaliar o efeito das condições ambientais sobre a comunidade microbiana, utiliza-se a relação entre a respiração por unidade de biomassa microbiana, conhecido como quociente metabólico (qCO2). O qCO2 refere-se à quantidade de CO2 incorporada por grama de biomassa em um determinado tempo (FACCI, 2008). Baseado nos valores de qCO2, pode se 16 saber se o ambiente encontra-se em distúrbio ou se o mesmo esta desfavorável para o desenvolvimento da comunidade microbiana. A biomassa microbiana torna-se mais eficiente quando menos carbono de CO2 é perdido na forma de respiração (MARTINS et al., 2010). O solo é a maior reserva de carbono em sistemas terrestres, contendo aproximadamente 2,5 x 1015 kg, estima-se que a atividade antrópica libera anualmente 7,5 1012 kg do C existente no solo para a atmosfera, na forma de CO2. Com base em literatura verifica-se que há aumento consistente na concentração de CO2 da atmosfera e considera-se que a agricultura responde por 20% do efeito estufa. No contexto do balanço de carbono torna-se importante a tomada de decisão sobre quais sistemas de preparo do solo e de cultivo a serem adotados, de forma a reduzir o impacto das práticas agrícolas no efeito estufa (DE MATOS, 2009). Como as operações de preparo do solo, aumenta-se a aeração do solo levando uma maior acessibilidade de oxigênio necessário para a microbiota principal responsável pela decomposição de matéria orgânica do solo, variações na temperatura, umidade também oferecem condições propicias para a atuação dos microrganismos, acelerando o processo de degradação de matéria orgânica (SILVA-OLAYA et al., 2013). Com o aumento da intensidade de preparo do solo a taxa de emissão de CO2 para a atmosfera tende a aumentar, devido a quebra dos agregados do solo, parte do carbono antes protegido é exposto a ação microbiana, tornando- se assim mais susceptível á mineralização (REICOSKY e ARCHER, 2007; SCHWARTZ et al., 2010). Estudos demonstram que o revolvimento mínimo do solo e que sistemas de plantio onde os resíduos culturais são mantidos sob o solo, aumenta em média 5 vezes mais carbono é acumulado no solo em relação ao sistema de plantio convencional (DENDOOVEN et al., 2012). A cobertura vegetal além de fornecer proteção ao solo, ocorre um efeito positivo no desenvolvimento vegetal sobre a comunidade microbiana e sua atividade, elevando o conteúdo de matéria orgânica (BASTIDA et al., 2008). 17 2.3- Passivos Ambientais em Assentamentos Somente a partir dos anos 90 que a atuação do INCRA passou a ser identificada como importante fator de degradação do meio ambiente, com esse fato o INCRA ao final dos anos 90 começou a integrar esses assuntos em suas ações. Sendo eles divididos em dois eixos, o primeiro foi por meio da compensação ambiental dos assentamentos criados na Amazônia e o segundo foi a tentativa de diminuir os impactos ambientais dos assentamentos. E a partir de 2002 o órgão anunciou o seu plano de gestão ambiental (LE TOURNEAU; BURSZTYN, 2010). No programa da Reforma Agrária é necessário rigor no planejamento das intervenções no meio físico, atendendo a legislação ambiental, isto ocorre quando novas áreas são destinadas ao programa. Quando no processo de planejamento o meio físico não é levado em consideração é comum encontrar investimentos altos e ineficazes, o que ocorre na construção de estradas vicinais onde as áreas de desmatamento são extensas. Outro ponto importante que pode ocorrer é de que o assentamento das famílias pode incidir em condições desfavoráveis para o trabalho, como exemplo solos muito arenosos ou alagadiços, em relevo desfavorável e até mesmo em áreas com cobertura florestal primária, o que é vetado por lei (SOARES, 2008). Para Brandão Jr. e Souza Jr. (2006.), áreas de fazendas antigas que são destinadas a reforma agrária, que já possuem um certo grau de desmatamento, mesmo após a implantação de projetos de assentamentos os valores de desmatamentos continuam crescentes nessas áreas. Questões como essas devem ser muito bem trabalhadas para evitar o avanço sobre novas áreas evitando assim o desmatamento e o SAF vem como uma grande alternativa para essas questões ambientais e de sustentabilidade do agroecossistema. 18 3- MATERIAL E MÉTODOS 3.1- Caracterização da Área de Estudo 3.1.1- Localização A área de estudo está localizada no Assentamento Abril Vermelho situado no município de Santa Bárbara, Pará, nas coordenadas 1° 13' 27'' S e 48° 17' 38'' W. As margem da PA-391, região metropolitana de Belém, distante aproximadamente 40 Km da capital do Estado (Figura 1). O Município de Santa Bárbara apresenta uma área total de 278,154 Km² e uma população de 17.141 habitantes no último censo em 2010, a população estimada para 2018 foi de 20.704 habitantes (IBGE, 2010). FIGURA 1- Localização da Área de Estudo, Santa Bárbara (PA). Fonte: Manuella Rayol, 2019. 3.1.2- Clima A região está situada em uma das zonas de maior precipitação pluviométrica anual, com uma média de igual ou superior a 2000 mm ao ano (Figura 2). Segundo a classificação de Köppen, o clima da região metropolitana de Belém é do tipo Af, caracterizado como clima equatorial quente úmido, com sazonalidade da estação mais chuvosa, nos meses de dezembro a maio (TAVARES; MOTA, 2012). 19 FIGURA 2: Precipitação total mensal de Belém e Região Metropolitana. Fonte: INMET, 2019. 3.1.3- Vegetação e Solo O Município de Santa Bárbara apresente em sua maioria uma vegetação composta por floresta secundária na maior parte arbórea com espécies lenhosas, palmeiras, cipós e dossel não contínuo. São encontrados cerca de 29 famílias, de 58 gêneros e 70 espécies no Município, as espécies mais comuns são Euterpe oleracea (açaí), Pterocarpus officinalis (mututi), Macrolobium angustifolium (ingarana) e Pentaclethra macroloba (pracaxi) (SANTOS; JARDIM, 2006). Na área do Assentamento ocorria o predomínio do monocultivo de dendê (Elaeis guineenis), entretanto atualmente a vegetação da área é constituída por capoeira e práticas agrícolas tradicionais, com o uso do corte e queima (GOMES et al., 2013). O solo das áreas estudadas foi classificado como Latossolo Amarelo Distrófico, com base no mapa de pedológico do Assentamento (Figura 3). As propriedades químicas do solo das áreas de estudo são demostradas na tabela 1. 0 100 200 300 400 500 600 700 800 dez/17 jan/18 fev/18 mar/18 abr/18 mai/18 jun/18 jul/18 P R E C IP IT A ÇÃ O ( m m ) MÊS Precipitação (mm) 20 FIGURA 3: Mapa pedológico do Assentamento Abril Vermelho no Município de Santa Bárbara (PA). Fonte: Manuella Rayol, 2019. TABELA 1- Caracterização química do Latossolo Amarelo, para as diferentes coberturas vegetais e profundidades, Assentamento Abril Vermelho, Santa Bárbara (PA). Sistemas pH Al3+ H+Al P K+ Ca2+ Mg2+ CTC(T) CTC(t) m V H2O cmolc.dm-3 mg.dm-3 cmolc.dm-3 (%) 0-5 cm profundidade Floresta Secundária 4,20 0,69 6.54 3,16 0,03 0,32 0,46 8,33 1,52 46,51 10,04 SAF 4,85 0,59 4.93 2,62 0,06 1,52 0,51 8,15 2,61 20,44 25,70 Pastagem 5,08 0,36 5.05 3,19 0,06 0,69 0,73 6,81 1,86 19,34 21,93 5-10 cm profundidade Floresta Secundária 4,05 0,89 6,25 2,73 0,04 0,24 0,37 7,24 1,56 57,47 9,56 SAF 4,60 0,36 5,08 1,88 0,07 0,72 0,40 5,92 1,56 25,40 19,72 Pastagem 5,24 0,42 5,28 2,20 0,05 0,34 0,73 6,07 1,55 27,23 18,67 10-20 cm profundidade Floresta Secundária 3,88 1,12 8,00 2,03 0.03 0,11 1,56 8,43 2,84 40,17 20,38 SAF 4,39 0,73 4,70 1,54 0.03 0,43 0,54 4,95 1,74 41,87 20,64 Pastagem 5,22 0,59 5,11 1,87 0.04 0,24 0,33 5,82 1,22 48,50 10,75 Fonte: Pedro Henrique Miranda, 2018. 21 3.1.4- Histórico do Assentamento e Sistemas de Cobertura do Solo Estudados O Assentamento Abril Vermelho foi instaurado através da ocupação de uma área pertencente à empresa Dendê Pará S/A (DENPASA). A empresa se instalou na região com o objetivo de cultivar o Dendê (Elaeis guineenis), pois a região possui características que são propícias para o cultivo da espécie. Porém ocorreu incidência do amarelecimento fatal, que atacou a plantação e levou ao encerramento das atividades, pois mais de 5 mil hectares de dendezeiros foram perdidos (LIMA, 2010), área considerada improdutiva por um longo período. Em 16 de abril de 2004, a área foi ocupada por cerca de 800 famílias, organizados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST. A área de 6.803,1493 hectares (ha) foi oficialmente desapropriada e destinada à Reforma Agrária em 2006, estando assentadas atualmente 370 famílias em estabelecimentos rurais de 10 e 20 ha (GOMES, 2013). Foram selecionadas três áreas de cobertura vegetal e manejos distintos, as quais consistem em área de pastagem, sistemas agroflorestal e floresta secundária, utilizada como área de referência. A origem das áreas consistem basicamente antigos plantios de dendê (Elaeis guineenis) e posteriormente passou pelo processo muito comum na agricultura familiar, que é o uso do sistema de corte e queima. O sistema Agroflorestal se encontra nas coordenadas geográficas de 01° 12' 54" S e 48° 14' 41" W. A área onde foi implantado o SAF, anteriormente havia uma capoeira que foi derrubada e realizado a queima para a implantação do plantio de mandioca. Esta área foi escolhida após um ano e meio que estava parada e a capoeira se regenerando, na área foi realizado a limpeza com roçagem e queima do material e implantado o SAF (Figura 4). É localizado em uma área plana, sem a presença de pontos de alagamento, onde foi realizada calagem na recomendação de 2 t/ha e adubação orgânica com cama de aviário, na recomendação de 15 t/ha. Na área foi realizado o plantio em janeiro de 2017, das seguintes espécies: andiroba (Carapa guianensis), copaiba (Copaífera martii Hayne), ingá (Inga edulis Mart.), Paricá (Schizolobium amazonicum), Ipê roxo e amarelo (Handroanthus spp.), Seringueira (Hevea brasiliensis (Willd. ex A.Juss.), pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.), cupuaçu (Theobroma grandiflorum), cacau (Theobroma cacao), mangueira (Mangifera indica L.), açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.), sapotilha (Manilkara zapota (L.) P.Royen), caju (Anacardium occidentale L.), jambo (Syzygium jambolanum (Lam.) DC.) e acerola (Malpighia emarginata). 22 FIGURA 4 – Área de SAF após a limpeza, no Assentamento Abril Vermelho, Santa Bárbara (PA). Fonte: Autor, 2017. FIGURA 5 – Área de SAF após seis meses de implantado no Assentamento Abril Vermelho, Santa Bárbara (PA). Fonte: Autor, 2018. 23 A área de pastagem está localizada nas coordenadas geográficas 01° 14' 42" S e 48° 14' 04" W. Apresenta uma área com gramíneas do gênero Brachiaria, o uso da área por pastagem é aproximadamente catorze anos. É feito o uso do fogo para a renovação da pastagem. Nesta área é presente o ano inteiro um número reduzido de bovinos, por meio de um sistema simples de rotação de pastagem (Figura 6). FIGURA 6 – Área de pastagem no Assentamento Abril Vermelho, Santa Bárbara (PA). Fonte: Autor, 2018. A área de floresta secundária está localizada nas coordenadas geográficas 01° 12' 54" S e 48° 14' 55" W. A área de floresta secundária existe desde a implantação do assentamento, que ocorreu há mais de 14 anos, apresenta uma vegetação com porte médio, bem distribuído na área, onde há bastante presença de samambaias (Figura 7). 24 FIGURA 7 – Área de floresta secundária no Assentamento Abril Vermelho, Santa Bárbara (PA). Fonte: Autor, 2018. 3.3- Coleta e Preparo das Amostras de Solo A amostragem de solos foi realizada na área localizada no Assentamento Abril Vermelho no município de Santa Bárbara do Pará. Foram realizadas duas coletas, uma no período chuvoso em dezembro de 2017 e outra no período menos chuvoso em julho 2018 nos seguintes sistemas de cobertura do solo: T1 = Floresta Secundária (testemunha); T2 = Sistema Agroflorestal (SAF); T3 = Pastagem, nas profundidades de 0 a 5 cm, 5 a 10 cm, 10 a 20 cm. Foram coletadas cinco amostras simples para uma amostra composta, realizando quatro repetições por tratamento e profundidade. Após as coletas as amostras foram acondicionadas em sacos plásticos, e imediatamente colocadas em isopor contendo gelo, para estagnar ou diminuir a atividade microbiana. Posteriormente as amostras foram encaminhadas para o laboratório de Microbiologia de Solos na UFRA. Foi realizado a retirada das raízes e as amostras foram peneiradas em peneira com malha de 2 mm, após realizado o preparo das amostras as mesmas ficaram acondicionadas em geladeira para posterior análise. 25 3.4- Determinação dos Indicadores No trabalho as variáveis avaliadas foram o carbono orgânico, e os atributos biológicos, respiração basal, carbono da biomassa, quociente microbiano (CBM:C) e quociente metabólico (qCO2). 3.4.1- Carbono Orgânico A determinação do carbono orgânico foi realizada no Laboratório de Química do Solo da Universidade Federal Rural da Amazônia de acordo com o Manual de Métodos de Análise de Solo da EMBRAPA (1997). PRINCÍPIO Método volumétrico pelo dicromato de potássio. O carbono da matéria orgânica da amostra é oxidado a CO2 e o cromo (Cr) da solução extratora é reduzido da valência +6 (Cr +6) à valência +3 (Cr+3). Na sequência, faz-se a titulação do excesso de dicromato de potássio pelo sulfato ferroso amoniacal. DETERMINAÇÃO Tomar 20g de TFSA e passar em peneira de 80 mesh. Pesar 0,5g de TFSA em erlenmeyer de 250mL, adicionar 10mL de solução de dicromato de potássio 0,167M e rapidamente 10mL de ácido sulfúrico concentrado; Deixar esfriar durante 30 minutos e adicionar 50mL de água destilada e 3Ml de ácido fosfórico P.A.; Adicionar 3 gotas do indicador difenilamina 1% e agitar com o máximo cuidado; Titular lentamente com solução de sulfato ferroso 0,5M até obter coloração verde. Anotar o volume gasto na titulação (La). NOTA 1: Realizar uma prova em branco procedendo da mesma forma descrita acima, sem no entanto utilizar 0,5g de solo. Anotar o volume gasto na titulação (Lb). NOTA 2: Corrigir a concentração da solução de sulfato ferroso amoniacal 0,5 M, pipetando 10 mL da solução de dicromato de potássio 0,167M para erlenmeyer de 250 mL e adicionar 3 gotas de difenilamina. Titular com a solução de sulfatoferroso amoniacal. O fator será dado pela seguinte expressão: 26 NOTA 3: A Solução de Sulfato ferroso amoniacal deve ser de preparação recente (até 15 dias), dois há a oxidação do ferro, dificultando a observação do ponto de viragem. 3.4.2 Carbono da Biomassa Microbiana A determinação do carbono da biomassa microbiana (CBM) foi realizada no Laboratório de Microbiologia do Solo da Universidade Federal Rural da Amazônia. Utilizou- se o método da irradiação-extração para estimar o carbono da biomassa microbiana por meio da técnica de irradiação com determinadas adaptações da metodologia de Islam e Weil (1998) e Brookes, et al. (1982). As determinações foram realizadas em triplicata onde cada amostra geravam seis, três amostras foram irradiadas e três não foram expostas à radiação. O tempo de exposição e a potência real do aparelho foram determinados pelas seguintes equações, Potência real do aparelho: P=Cp*K*∆T.m t Em que: ∆T= Variação da temperatura em 1L de H2O em 2 minutos de exposição; P= Potência real do aparelho em W; K=4,184, fator de correção de cal ml¹ °K¹ para watts ( J s¹); m=1000g, massa de água em gramas; t=120s, tempo de exposição de H2O ao micro-ondas; Cp= 1 J ml¹ °K¹, capacidade da água de receber calor. Tempo de Exposição, t = r * mt P Onde, T=tempo de exposição das amostras ao micro-ondas; P= potência real do aparelho em W; R= 800 J.g ¹ de solo, quantidade de energia para a exposição; m= peso total das amostras de solo a serem irradiadas em g. 27 As amostras irradiadas e não irradiadas passaram pelo processo de extração com a solução extratora de sulfato de potássio (K2SO4) 0,5M, foram agitadas por 30 minutos a 120 rpm em agitador horizontal e posteriormente filtradas com papel filtro quantitativo de filtração média. Assim foram devidamente identificadas em irradiadas e não irradias e conservadas no refrigerador em potes plásticos até o momento da titulação. Para a determinação do CBM foram pipetados 10 ml da alíquota armazenada, e oxidado em meio ácido com dicromato de potássio (K2Cr2O7) a 0,066 M, em seguida adicionado 10 ml de H2SO4 concentrado, após esfriar adicionou-se 50 ml de água destilada, foi utilizado como indicador o ferroin e a determinação foi realizada por titulação de oxi-redução com sulfato de ferroso amoniacal (Fe (NH4)2(SO4)2 6H2O) a 0,03M. Seis provas em branco foram realizadas, três com a solução extratora e três com apenas dicromato, ácido, água e demais reagentes. Para expressar a fração do carbono da biomassa microbiana do solo recuperado após o processo de extração-irradiação utiliza-se o valor RC de 0,33 (FERREIRA; et al.,1999). Na determinação dos valores de carbono da biomassa das amostras irradiadas foi utilizada a seguinte equação, CINI= (Vb-Vam) * (molaridade do sulfato ferroso)* (3)*(1000) *(Volume Extrator) (volume do extrato)*(peso da amostra) Onde: Vb= volume do branco (ml); Vam= volume da amostra (ml); 3= resultado da relação entre número de mols; 1000= fator de conversão de unidade; CI= amostra irradiada. Para o cálculo do CBM, utilizou-se a seguinte equação: CBM= (CI – CNI) / RC Onde: CBM= carbono da biomassa microbiana (mg de C kg-1); CI = amostras irradiadas; CNI = amostras não irradiadas; RC = 0,33 (valor de referência). 28 3.4.3 Respiração Basal do Solo A determinação da atividade microbiana via CO2 produzido pela respiração dos microrganismos como sugere a metodologia de Gregorich, et al. (1990). Pesou-se 30g de solo úmido em potes plásticos, adicionados 10 ml de NaOH a 0,5M em béquer de 50ml, o kit pote plástico mais béquer foram armazenados em potes plásticos de 2 L vedado hermeticamente. As amostras foram submetidas inicialmente a incubação por 10 dias isenta de luz. Após o tempo determinado foram pipetados 4ml de NaOH a 0,5M, adicionado 4 ml BaCl2 a 1M, como indicador foi utilizado a fenolftaleína a 1%, realizando a titulação com HCl a 0,5M. Junto com as amostras foram acrescentados um pote plástico com quatro prova em branco. Para a análise da respiração foi realizado a determinação do fator correção, o qual foi determinado com 10 ml de NaCO3 a 0,5 M, 3 gotas de vermelho de metila, e titulado com o HCl a 0,5 M. As determinações foram feitas em duplicatas. A quantidade de CO2 liberada foi calculada pela fórmula: At V*f*N* T)-(B solo de /gCO mg 2 Em que: B= mL da titulação da prova em branco; T= mL da titulação da amostra; N= normalidade do ácido (0,5); f= fator de correção do HCl 0,5 M; V= mL de NaOH (0,5M) usado na captura do CO2 (10 mL); At= mL da alíquota a ser titulada (4 mL). 29 3.6.4 Quociente Metabólico A determinação do quociente metabólico (qCO2) foi mensurado pela relação da respiração basal e a biomassa microbiana por meio da metodologia proposta por Anderson e Domsch (1993) e os resultados foram expressos em mg de C-CO2 kg -1 dia-1. 3.5 Estatísticas dos Dados Os dados foram trabalhados na plataforma ASSISTAT versão 7.7, da Universidade Federal de Campina Grande-PB. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com arranjo fatorial (sistemas de cobertura x profundidade) com quatro repetições, onde foram avaliados os sistemas de cobertura do solo e posteriormente as profundidades. Os resultados foram submetidos à análise de variância e a comparação de médias através do teste de Tukey a 5%. 30 4- RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1- Carbono Orgânico (C) FIGURA 8 – Carbono orgânico (C) do solo em dezembro/17 nos sistemas de Floresta Secundária, SAF e Pastagem, em diferentes profundidades, 0-5 cm, 5-10 cm e 10-20 cm. Médias seguidas da mesma letra, minúscula, não diferem entre os sistemas, médias seguida da mesma letra, maiúscula não diferem entre as profundidades pelo teste de Tukey a 5 % de significância. (Fonte: Autor, 2019). O carbono orgânico foi avaliado em dois momentos, a primeira em dezembro de 2017 (Figura 8) e a segunda avaliação em julho de 2018 (Figura 9). Na primeira coleta os teores de C se mantiveram semelhantes estatisticamente em relação ao fator cobertura do solo, porém na pastagem houve um valor mais elevado onde foi mais significativo na profundidade de 0 a 5 cm que os demais sistemas, onde na pastagem o C variou de 15,84 g.kg-1 a 12,28 g.kg-1. Isso pode ser explicado por razão da matéria orgânica que se acumula nos solos resultante, principalmente, da decomposição dos resíduos vegetais depositados na superfície do solo e das raízes provenientes das plantas. Esse acumulo é mais acentuado nas camadas superficiais, como verificado em sistemas de pastagens (SANTOS et al., 2010). Em relação a profundidade houve diferença estatística, onde os maiores valores foram encontrados mais superficialmente (0 a 5 cm) nos sistemas de pastagem e SAF, com 15,84 g.kg-1 e 14,44 g.kg-1 respectivamente. A floresta secundária obteve valores estatisticamente iguais aos demais sistemas, sendo o seu 31 maior valor nas profundidades de 5 a 20 cm, isto se deve ao fato de ser um ambiente mais equilibrado onde há maior deposição de resíduos orgânicos e com isto o incremento de matéria orgânica alcança uma maior profundidade. Na segunda coleta de solo o carbono orgânico foi avaliado no período de seis meses após a implantação do SAF na área, a primeira coleta foi realizada no preparo e as demais de seis em seis meses após este período. Os valores de C orgânico em relação ao fator sistema de cobertura do solo não foram significativos (p>0,05). Em relação ao fator profundidade os resultados foram significativos (p>0,01), onde a profundidade de 0 a 5 cm obteve os melhores resultados em comparação com as demais profundidades, com exceção da pastagem que se manteve estatisticamente igual em todasas profundidades. Já nos sistemas de floresta secundária e SAF os valores na profundidade 0 a 5 cm foram mais elevados 21,9 g.kg-1 e 19,14 g.kg-1. Para Brito et al. (2018) uma maior biodiversidade favorece o acúmulo de C em relação a ambientes com biodiversidade menor, no caso o que pode explicar os elevados teores na floresta secundário e no SAF neste segundo momento em relação a pastagem, já que com uma maior biodiversidade na floresta secundário e no SAF, o acúmulo de C orgânico se torna maior nesses sistemas. FIGURA 9 – Carbono orgânico (C) do solo em julho/2018 nos sistemas de Floresta Secundária, SAF e Pastagem, em diferentes profundidades, 0-5 cm, 5-10 cm e 10-20 cm. Médias seguidas da mesma letra, minúscula, não diferem entre os sistemas, médias seguida da mesma letra, maiúscula não diferem entre as profundidades pelo teste de Tukey a 5 % de significância. (Fonte: Autor, 2019). 32 4.2 Carbono da Biomassa Microbiana (CBM) O carbono da biomassa microbiana apresentou resultado significativo em relação ao fator sistema de cobertura do solo e não significativo ao fator profundidade (Figura 10). Na primeira coleta os sistemas apresentaram diferença estatistica em que a floresta secundária apresentou valores mais elevados principalmente na profundidade de 0 a 5 cm e 10 a 20 cm, 103,03 mg de C kg-1 e 105,9 mg de C kg-1 respectivamente. Esse resultado pode ser explicado devido a deposição de resíduos orgânicos, a grande quantidade de raízes e a maior quantidade de água retida no solo, nas condições de floresta nativa, estimulam a manutenção da microbiota do solo (SILVA, 2007). FIGURA 10 – Carbono da biomassa microbiana do solo em dezembro/17 nos sistemas de Floresta Secundária, SAF e Pastagem, em diferentes profundidades, 0-5 cm, 5-10 cm e 10-20 cm. Médias seguidas da mesma letra, minúscula, não diferem entre os tratamentos, médias seguida da mesma letra, maiúscula não diferem entre as profundidades pelo teste de Tukey a 5 % de significância. (Fonte: Autor, 2019). O sistema de pastagem se iguala estatisticamente com a floresta secundária e o SAF, esse resultado da pastagem pode ser explicado pelo fato de que mesmo que não se tenha uma alta diversidade vegetal existente no sistema, porém é um sistema de longa duração, a biomassa microbiana foi estimulada devido ao efeito rizosférico da gramínea, com a liberação de substâncias orgânicas por um sistema radicular denso e em constante renovação, sendo assim 33 tornando disponível uma maior quantidade de nutrientes para os microrganismos do solo (D’ANDREA, 2002). Em relação a sistema de SAF não houve um resultado expressivo em comparação aos outros sistemas, isto se deve ao fato do SAF ser um sistema relativamente jovens e então pode-se considerar que a sua estabilidade é influenciada pelo tempo de adaptação do sistema, para que o mesmo promova o incremento de matéria orgânica em quantidade e qualidade, favorecendo o desenvolvimento da comunidade microbiana do solo (PEZARICO, 2009). FIGURA 11 – Carbono da biomassa microbiana do solo em julho/18 nos sistemas de Floresta Secundária, SAF e Pastagem, em diferentes profundidades, 0-5 cm, 5-10 cm e 10-20 cm. Médias seguidas da mesma letra, minúscula, não diferem entre os tratamentos, médias seguida da mesma letra, maiúscula não diferem entre as profundidades pelo teste de Tukey a 5 % de significância. (Fonte: Autor, 2019). Na segunda coleta de solo os resultados de carbono da biomassa microbiano foram significativos para os fatores sistemas de cobertura do solo e profundidade (Figura 11). O sistema floresta secundária obteve o resultado mais elevado para as três profundidades avaliadas, 111,81 mg de C kg-1, 73,01 mg de C kg-1 e 124,31 mg de C kg-1, nas respectivas profundidades 0 a 5 cm, 5 a 10 cm e a 10 a 20 cm. Como dito anteriormente os fatores so sistema floresta secundária são favoraveis para o desenvolvimento da biomassa microbiana, devido o incremento em quantidade e qualidade dos resíduos vegetais proporcionam a ocorrência de 34 menor variação de temperatura e umidade, que contribuem para o desenvolvimento microbiano (OLIVEIRA et al., 2001). Já os sistemas estudados SAF e Pastagem obtiveram valores estatisticamente iguais, e menores comparados ao primeiro período, lembrado que o primeiro período é considerado período chuvoso e o segundo período considerado período menos chuvoso (Figura 2). Esse fator climático pode ter sido o principal agente na diminuição deste índice. Para Souza (2015) trabalhos demonstram a influência de diferentes manejos, teores de matéria orgânica do solo, umidade, temperatura, aeração, disponibilidade de nutrientes e quantidade de substratos orgânicos exercem influência na comunidade microbiana do solo. Silva (2007) encontrou resultados semelhantes influenciados pelo período, onde o período chuvoso o acúmulo de biomassa microbiana foi mais elevado que no período menos chuvoso, confirmando que a umidade proporciona condições favoráveis para o desenvolvimento dos microrganismos e o processo de decomposição da matéria orgânica. 35 4.3 Relação Carbono da Biomassa Microbiana e Carbono Orgânico (CBM:C) Os valores da relação CBM:C do primeira coleta de solo apresentaram diferenças significativas entre os fatores sistemas de cobertura do solo e profundidade, onde o maior resultado foi no sistema de floresta secundária variando de 0,95%, 0,59% e 0,73% nas respectivas profundidades 0 a 5 cm, 5 a 10 cm e 10 a 20 cm (Figura 12). Comparando com os demais sistemas que se comportaram de maneira estatisticamente iguais variando de 0,73% a 0,49%, o sistema de floresta secundária está sendo mais eficiente na imobilização do C pelos microrganismos, comparado com outras áreas. Roscoe et al. (2006) demonstra que solos da região Amazônica tendem a ter a relação CBM:C em valores médios em torno de 1,1% a 3,1%. Para solos brasileiros, foram observados valores variando entre 0,3% a 5,5% em solos sob vegetação natural, entre 0,4% e 2,6% em solos sob pastagens e entre 0,1% e 2,6% (ROSCOE et al., 2006). FIGURA 12 – Relação carbono da biomassa microbiano e carbono orgânico total (CBM: C) do solo em dezembro/17 nos sistemas de Floresta Secundária, SAF e Pastagem, em diferentes profundidades, 0-5 cm, 5-10 cm e 10-20 cm. Médias seguidas da mesma letra, minúscula, não diferem entre os tratamentos, médias seguida da mesma letra, maiúscula não diferem entre as profundidades pelo teste de Tukey a 5 % de significância. (Fonte: Autor, 2019). Na segunda coleta de solo os resultados obtiveram resultados significativos, e comportamento semelhante ao primeiro período, apenas ocorrendo a diminuição dos valores, 36 mas a floresta secundária se mantendo com resultados estatisticamente diferente dos demais sistemas e os sistemas de SAF e pastagem obtiveram resultados iguais (Figura 13). A floresta secundária obteve valores superiores do que os demais sistemas de cobertura do solo e o maior valor na profundidade de 10 a 20 cm (1,01%). Esses resultados mais elevados na relação CBM:C na floresta secundária estão ligados ao aporte de matéria orgânica no solo, e a floresta possui uma diversidade de um incremento de matéria orgânica que influencia diretamente no quantidade de biomassa microbiana e no carbono orgânico do solo, o que influencia na estabilização do C no solo pelos microrganismos. A profundidade apresentou-se estatisticamente diferente apenas no sistema floresta secundária, onde 0 a 5 cm e 5 a 10 cm foram estatisticamente iguais e a profundidade de 10 a 20 cm obteve a melhor média. Silva (2007) avaliando a relação CBM:C em dois períodos, um chuvoso e outro seco, também encontrou resultados em que os valores do período chuvoso foram superiores do que o período seco, indicando o maior acúmulo de biomassa microbiana quando a umidade no ambiente émais elevada. FIGURA 13 – Relação carbono da biomassa microbiano e carbono orgânico total (CBM: C) do solo em julho/18 nos sistemas de Floresta Secundária, SAF e Pastagem, em diferentes profundidades, 0-5 cm, 5-10 cm e 10-20 cm. Médias seguidas da mesma letra, minúscula, não diferem entre os tratamentos, médias seguida da mesma letra, maiúscula não diferem entre as profundidades pelo teste de Tukey a 5 % de significância. (Fonte: Autor, 2019). 37 4.4 Respiração Basal A respiração basal do solo avaliada na primeira coleta de solo obteve valores significativos para os fatores sistemas de cobertura do solo e profundidade (p<0.05). O sistema de pastagem apresentou os resultados mais elevados em todas as profundidades ele se manteve acima dos demais sistemas, 48,05 mg CO2-C g -1 solo, 64,68 mg CO2-C g -1 solo e 51,11 mg CO2-C g -1 solo, nas respectivas profundidades 0 a 5 cm, 5 a 10 cm e 10 a 20 cm, onde se diferiu estatisticamente entre as profundidades, sendo a profundidade de 5 a 10 cm o maior valor e as demais profundidas obtiveram valores estatisticamente iguais (Figura 14). Silva Xavier et al. (2006) encontrou resultados semelhantes no seu estudo onde a pastagem obteve valores superiores aos demais tratamentos, isto se deve ao fato de que a atividade microbiana neste sistema está mais elevado estando relacionado com a intensa ciclagem de raízes, o que ocorre no sistema de pastagem. Os sistemas SAF e floresta secundária apresentaram valores estatisticamente iguais, diferindo apenas na profundidade de 10 a 20 cm, onde a floresta secundária foi menor. FIGURA 14 – Respiração basal do solo em dezembro/17 nos sistemas de Floresta Secundária, SAF e Pastagem, em diferentes profundidades, 0-5 cm, 5-10 cm e 10-20 cm. Médias seguidas da mesma letra, minúscula, não diferem entre os tratamentos, médias seguida da mesma letra, maiúscula não diferem entre as profundidades pelo teste de Tukey a 5 % de significância. (Fonte: Autor, 2019). 38 A respiração basal do solo na segunda coleta de solo também apresentou resultados significativos para os fatores sistemas de cobertura do solo e profundidade (p<0.05). Nesta segunda coleta houve mudanças principalmente no SAF que obteve valores superiores ao sistema de pastagem que na primeira coleta de solo havia sido o sistema com maiores valores (Figura 15). No SAF observou-se na segunda coleta os seguintes valores 114,12 mg CO2-C g -1 solo, 74,15 mg CO2-C g -1 solo 83,16 mg CO2-C g -1 solo, nas respectivas profundidades 0 a 5 cm, 5 a 10 cm e 10 a 20 cm. D’Andrea et al. (2006) confirma em seu trabalho que as emissões de CO2 também são governadas pela deposição de material orgânico sobre a superfície, resultando no aumento da taxa de respiração, em decorrência do fornecimento de substratos para a decomposição pelos microrganismos. FIGURA 15 – Respiração basal do solo em julho/18 nos sistemas de Floresta Secundária, SAF e Pastagem, em diferentes profundidades, 0-5cm, 5-10cm e 10-20cm. Médias seguidas da mesma letra, minúscula, não diferem entre os tratamentos, médias seguida da mesma letra, maiúscula não diferem entre as profundidades pelo teste de Tukey a 5 % de significância. (Fonte: Autor, 2019). Santos et al. (2008) encontrou valores de respiração basal maiores durante o período seco, em sua comparação com o período chuvoso, relacionando que a diminuição da umidade do solo resultou no estresse causado a população microbiana favorecendo o aumento da respiração basal. Os valores em relação a floresta secundária foram os menores, devido ao sistema possuir um equilíbrio e não ter interferência de atividades antrópicas. 39 4.5 Quociente Metabólico (qCO2) Os valores do quociente metabólico (qCO2) na primeira coleta obtiveram resultados significativos para o fator sistema de cobertura do solo e não significativo para o fator profundidade, mas significativo na interação dos fatores. Podemos observar que o qCO2 obteve comportamento semelhante aos resultados da respiração basal, evidenciando a pastagem com valores superiores aos demais tratamentos. A pastagem apresentou os seguintes resultado que se difeririam estatisticamente apenas em relação a profundidade, onde a profundidade 5 a 10 cm foi o resultado superior 0,000507 mg de C-CO2 kg -1 dia-1, a profundidade de 0 a 5 cm com 0,000253 mg de C-CO2 kg -1 dia-1 e 10 a 20 cm com 0,000368 mg de C-CO2 kg -1 dia-1, apresentaram resultados iguais estatisticamente (Figura 16). Pezarico (2009) em seu trabalho afirma que em sistemas com valores de qCO2 mais elevados indicam perdas de carbono na forma de CO2, o que pode ser causado por desequilíbrio ambiental, baixa qualidade da matéria orgânica, microrganismos em situação de estresse, acidez e déficit hídrico, são fundamentais para o aumento ou a diminuição do qCO2. FIGURA 16 – Quociente metabólico do solo em dezembro/17 nos sistemas de Floresta Secundária, SAF e Pastagem, em diferentes profundidades, 0-5 cm, 5-10 cm e 10-20 cm. Médias seguidas da mesma letra, minúscula, não diferem entre os tratamentos, médias seguida da mesma letra, maiúscula não diferem entre as profundidades pelo teste de Tukey a 5 % de significância. (Fonte: Autor, 2019). 40 Os sistemas de floresta secundária e SAF obtiveram valores mais baixos em relação a pastagem, porém diferentes estatisticamente. Pezarico (2009) afirma que os sistemas naturais apresentam menores valore de qCO2, portanto há menos perdas de carbono e possuem características que os tornam mais estáveis e equilibrados. Isto explica o valor baixo do sistema floresta secundária em relação aos demais. Quando a biomassa microbiana se torna mais eficiente e menos CO2 é perdido pela respiração e aumenta a incorporação de C nos tecidos microbianos, resultando na diminuição dos valores de qCO2 (CUNHA et al., 2011). O quociente metabólico na segunda coleta obteve resultado significativo para o fator sistema de cobertura do solo e não significativo para o fator profundidade. Neste período houve uma mudança significativa nos valores principalmente no sistema SAF, o qual apresentou resultados superiores aos demais sistemas, os três sistemas apresentaram resultados estatisticamente diferente, onde a pastagem ficou em segundo e a floresta secundária apresentou os menores valores (Figura 17). FIGURA 17 – Quociente metabólico do solo em julho/18 nos sistemas de Floresta Secundária, SAF e Pastagem, em diferentes profundidades, 0-5cm, 5-10cm e 10-20cm. Médias seguidas da mesma letra, minúscula, não diferem entre os tratamentos, médias seguida da mesma letra, maiúscula não diferem entre as profundidades pelo teste de Tukey a 5 % de significância. (Fonte: Autor, 2019). 41 A área de SAF apresentou os seguintes resultados 0,001347 mg de C-CO2 kg -1 dia-1, 0,001247 mg de C-CO2 kg -1 dia-1 e 0,000937 mg de C-CO2 kg -1 dia-1, nas respectivas profundidades 0 a 5 cm, 5 a 10 cm e 10 a 20 cm. Em agroecossistemas mais estáveis a respiração basal tende a diminuir, porém com a substituição da cobertura vegetal e o incremento de resíduos orgânicos, resulta no aumento do quociente metabólico (BALOTA et al., 1998; PEZARICO, 2009). O sistema de pastagem apresentou valores superiores ao primeiro período de coleta resultado, esta variação ocorre semelhante as alterações ocorridas na respiração basal, como o segundo período de coleta é um período mais seco, ocorre uma limitação na umidade do solo, ocasionando um estresse na população microbiana aumentando assim a taxa de respiração, refletindo no resultado do quociente metabólico. Maiores valores de qCO2 são indicio de ecossistemas que estão em distúrbio ou algum estresse (MOREIRA & SIQUEIRA, 2006). A floresta secundária apresentou menores valores do índice quociente metabólico, mesmo com a alteração de período, o que indica não só neste índice, mas nos demais em que se mantevemais estável durante os dois períodos, isto demonstra o quanto a preservação do ambiente e o mínimo de interferência antrópica implica nos resultados de qualidade do solo. 42 5- CONCLUSÕES Os resultados evidenciaram que o sistema de uso e o manejo do solo implicam diretamente nos indicadores dos atributos biológicos do solo; Com base nos resultados os parâmetros avaliados como indicadores de qualidade do solo mostraram potencial nas avaliações para detectar alterações nos sistemas estudados; O SAF jovem e pastagem tem menos carbono microbiano no carbono orgânico do solo, resultando na menor eficiência destes sistemas de cobertura do solo. No período mais chuvoso a pastagem imobiliza menos o carbono microbiano, do que os demais sistemas; No período menos chuvoso o SAF imobiliza menos carbono microbiano, do que os demais sistemas 43 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABDO, M.T. V. NOGUEIRA; VALERI, S. V.; MARTINS, A.L. M. Sistemas Agroflorestais e Agricultura Familiar: uma parceria interessante. Tecnologia & Inovação Agropecuária (Online), v. 1, p. 50-59, 2008. ALLEN, A.S.; SCHLESINGER, .H. Nutrient limitations to soil microbial biomass and activity in loblolly pine forests. Soil Biology and Biochemistry, v. 36, p. 581-589, 2004. ALMEIDA, C. A. et al. Estimativa de área de vegetação secundária na Amazônia Legal Brasileira. Acta Amazonica, v. 40, n. 2, p. 289-302, 2010. ARAÚJO, A. S. F.; MONTEIRO, R. T. R. Indicadores biológicos de qualidade do solo. Bioscience Journal, v. 23, n. 3, 2007. ALVES, T. S.; CAMPOS, L. L.; ELIAS NETO, N.; MATSUOKA, M.; LOUREIRO, M. F. 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