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POR: FLÁVIA LIMA / FONTE: MATERIAL DISPONIBILIZADO PELA FACULDADE O tegumento é externo e complexo, sendo formado por diferentes glândulas, apresentando alta vascularização diferentes tipos celulares Função: proteger os sistemas, atuando como uma barreira e também participa de processos metabólicos e de sinalização celular, do controle da temperatura corporal. É um dos principais órgãos sensoriais, sendo o maior órgão do corpo humano em área e peso. FORMAÇÃO DO SISTEMA TEGUMENTAR: Tortora (2016) explica que o sistema tegumentar humano é formado por um revestimento, suas glândulas e estruturas associadas. O tegumento é composto pelas seguintes partes: pele, tecido subcutâneo, apêndices cutâneos (anexos), junções monocutâneas e glândulas mamárias. De acordo com Silverthorn (2017), as principais funções da pele envolvem a proteção contra agentes físicos, químicos, mecânicos e biológicos; a regulação térmica; as funções sensorial e imunológica; o equilíbrio hemodinâmico; e a produção e excreção de metabólitos e hormônios (função endócrina). Apresenta três camadas: epiderme, derme e hipoderme A epiderme é a camada mais superficial, composta por tecido epitelial multiestratificado e queratinizado, com origem ectodérmica, sem vascularização. Um tecido multiestratificado é aquele composto pela sobreposição de camadas celulares. Os múltiplos estratos que a formam têm renovação constante e são classificados em: córneo, lúcido, granuloso, espinhoso e basal. (ANDERSON, 2014; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2012). • Estrato córneo: apresenta células mortas altamente queratinizadas, sendo o mais externo. • Estrato lúcido: apresenta células finas nucleadas e transparentes, localizada na sola dos pés e palma das mãos. • Estrato grânulos: apresenta barreira com células achatadas, unidas e queratinizadas. • Estrato espinhoso: Apresenta células com desmossomos, responsáveis por ancorar queratina e proporcionar resistências a traumas mecânicos. Nesta camada, há difusão de nutrientes e água. • Estrato basal: apresenta baixa queratinização e células basais que dão origem a novas células. Os principais tipos celulares presentes na epiderme são, principalmente, os queratinócitos, que se intercalam com células produtoras de pigmento (melanócitos) e determinam a coloração da pele. Também traz as células de Langerhans e de Merkel, que apresentam função sensorial (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2012; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008). Derme: camada vascularizada localizada abaixo da epiderme. Isso explica o sangramento presente quando há algum machucado na pele, levando em consideração que a epiderme não apresenta tecido vascular. Além da vascularização, na derme estão presentes vasos linfáticos, nervos e órgãos sensoriais. Ela é formada por tecido conjuntivo e tem origem mesodérmica, dividindo-se em dermes papilar, reticular e perianexial (ANDERSON, 2014). A derme papilar é altamente celularizada, composta por fibras colágenas finas verticais. Já a derme reticular é formada por fibras colágenas espessas e paralelas à epiderme. Por fim, a derme perianexial tem configuração semelhante à papilar, localizando- se adjacentemente aos anexos cutâneos (ANDERSON, 2014). A derme é formada por tipos celulares: fibroblastos, histiócitos, mastócitos e células dendríticas, além de células sanguíneas, linfócitos, plasmócitos, eosinófilos e neutrófilos (JUNQUEIRA; SISTEMA TEGUMENTAR POR: FLÁVIA LIMA / FONTE: MATERIAL DISPONIBILIZADO PELA FACULDADE CARNEIRO, 2012; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008). Hipoderme: também chamado de tecido subcutâneo, localizado abaixo da derme, é formada por tecido conjuntivo frouxo, rico em fibras e adipócitos. É uma camada adiposa e desempenha importante função na proteção térmica e mecânica em vascularização e inervação. Apêndices cutâneos ou anexos: pelos, unhas, glândulas sudoríparas e sebáceas. Pelos e unhas = especializações das células dérmicas Pelos: filamentos cornificados que podem ser vellus e terminais. Vellus: “não se projetam para além da região folicular, sendo superficiais, curtos e estreitos. Estão presentes na maior parte do corpo.” Terminais: “Os pelos terminais apresentam pigmentação, são alongados e grossos. Estão presentes na região pubiana, no couro cabeludo, na barba e nas axilas.” Principal função dos pelos: proteção e regulação térmica Os pelos se desenvolvem a partir do folículo piloso Folículo piloso: “formado pela haste pilosa, bainhas foliculares interna e externa e bulbo germinativo. Ele cria a unidade pilossebácea, que se distribui por toda a pele, com exceção das regiões palmar e plantar, lábios e glade. A unidade pilossebácea é formada pela estrutura do folículo piloso, em conjunto com uma glândula sebácea, e musculatura lisa piloeretora.” Unhas: formadas por escamas queratinizadas e minerais, especialmente cálcio, tendo como principal função a proteção da extremidade dos dedos e auxílio na manipulação de objetos. Glândulas sudoríparas: são glândulas exócrinas e secretam compostos, tendo como principal função auxiliar a termorregulação corporal e podem ser écrina ou apócrina: Glândula sudorípara écrina: distribuída por toda a superfície corporal e são responsáveis pela secreção do suor. O estímulo dessa glândula depende das terminações simpáticas colinérgicas e respostas do hipotálamo. O suor é essencial para a termorregulação do corpo e é composto por cloreto, ureia, lactato, glicose e potássio. Glândula sudorípara apócrina: localizadas na região do folículo piloso, sendo uma região epitelial onde o pelo pode se desenvolver. “O ducto das glândulas apócrinas desemboca acima dos ductos POR: FLÁVIA LIMA / FONTE: MATERIAL DISPONIBILIZADO PELA FACULDADE das glândulas sebáceas, sendo que a região secretora se localiza nas regiões dérmica e hipodérmica. A secreção apócrina tem composição distinta, formada por proteínas, amônia, carboidratos e ácidos graxos. De fato, devido à presença desses compostos que podem ser metabolizados por microrganismos, surge o mau odor.” Glândulas sebáceas: compostas por ácidos secretores agrupados que formam um ducto que pode se abrir nos folículos pilosos e na superfície da pele. São responsáveis por secretar o sebo, que desempenha função na barreira térmica. Além disso, apresentam importante papel em relação a hidratação da pele. “Como o sistema tegumentar envolve todo o organismo, deve haver uma região de transição entre os tecidos internos, as mucosas e a região mais externa, de epiderme e derme. Essa zona de transição entre mucosa e pele é chamada de junções monocutâneas.” Além das glândulas consideradas como apêndices cutâneos, há um outro tipo de glândula no sistema tegumentar: as glândulas mamárias. Elas estão presentes na região da musculatura peitoral, no tecido subcutâneo. São funcionais apenas no sexo feminino, durante a lactação (ANDERSON, 2014). O tegumento apresenta em sua morfologia sulcos e linhas, sendo que os sulcos grandes dão origem as pregas dérmicas, as chamadas de “linha de flexão” e os sulcos menores formam as cristas papilares que são responsáveis pela formação das impressões digitais. A disposição das fibras de colágeno da região dérmica forma linhas direcionais, chamadas de linhas de tensão (ANDERSON, 2014). Para o sistema tegumentar realizar suas funções, os mecanismos precisam manter a fisiologia tegumentar saudável (hidratação, permeabilidade, vascularização e protetivos). CARACTERÍSTICAS DO TEGUMENTO: “O sistema tegumentar tem diversas funções, dentre as mais importantes: a proteção do organismo. Essa proteção depende de mecanismos para manter agentes nocivos fora do meio interno, e também da ação de receptores sensitivos, que são responsáveis pela percepção do meio externo e encaminhamentode respostas necessárias. O sistema tegumentar é muito complexo, e sua composição pode variar entre os indivíduos, principalmente em relação a pigmentação.” HIDRATAÇÃO CUTÂNEA: Conforme Anderson (2014), as arteríolas e os finos capilares das regiões da derme e hipoderme são responsáveis pelas trocas entre a corrente sanguínea e a região da pele. As trocas realizadas pela epiderme são dependentes da membrana basal, visto que não há vascularização na região. POR: FLÁVIA LIMA / FONTE: MATERIAL DISPONIBILIZADO PELA FACULDADE Portanto, os compostos absorvidos pela pele adentram a corrente sanguínea por meio da rede de arteríolas, capilares e veias, que se expandem nas regiões dérmica e hipodérmica. A principal função das artérias e veias do sistema tegumentar está relacionada à nutrição (SILVERTHORN, 2017; ANDERSON, 2014). Uma das funções mais importantes da pele é a manutenção do equilíbrio térmico corporal, além da proteção contra fatores exógenos. Uma complexa rede de substâncias é formada na superfície da pele, formando uma barreira protetora, chamada de manto hidrolipídico, que é constituído por uma região lipídica e outra de compostos hidrossolúveis (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2012). Formação dos compostos da barreira: ocorre na epiderme, por ação dos queratinócitos que tem a capacidade de produzir queratina e outras proteínas. “Com o amadurecimento e envelhecimento dos queratinócitos, eles se transformam em células anucleadas, chamadas de corneócitos, que se acumulam na superfície epidérmica.” Assim, os corneócitos superficiais, em conjunto com as macromoléculas lipídicas e o sebo das glândulas sebáceas; dão origem a uma barreira lipídica, formando uma película protetora lipossolúvel de uma mistura gordurosa que recobre quase toda a superfície da pele (TORTORA, 2016). Fator de Hidratação Natural (FHN): substância hidratante que é um conjunto de compostos hidrofílicos e hidroscópicos que criam uma camada umectante, interagindo quimicamente com a água, retendo-a na superfície da pele. Junqueira e Carneiro (2012) mencionam que o FHN é formado por aminoácidos, ácidos, lactato, ureia, açúcares e eletrólitos (como cloro, sódio, cálcio, entre outros). Ele atua impedindo que a pele resseque, retendo a hidratação. Além disso, representa até 20% do peso do estrato córneo. Manto hidrolipídico: defesa primária da pele que possui pH ácido e atua no mecanismo de hidratação e na inibição do crescimento de microrganismos nocivos. A pele apresenta uma microbiota natural. POR: FLÁVIA LIMA / FONTE: MATERIAL DISPONIBILIZADO PELA FACULDADE Quando há desequilíbrios no manto hidrolipídico, a pele pode se tornar ressecada e mais propensa a microlesões, o que aumenta a probabilidade de entrada de agentes nocivos biológicos e químicos. De fato, muitos quadros patológicos são associados a distúrbios na barreira cutânea, como dermatites, infecções fúngicas, bacterianas e virais (KUMAR; FAUSTO; ABBAS, 2010). PERMEABILIDADE CUTÂNEA: Região de menor permeabilidade cutânea = Estrato córneo epidérmico, que é a etapa limitante na permeação cutânea. Os níveis de permeabilidade dependem da capacidade e profundidade de entrada dos compostos. A entrada pode ocorrer por penetração, permeação e absorção (ANDERSON, 2014; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2012). Anderson (2014) nos traz que a penetração se dá quando os compostos conseguem atingir a epiderme, alcançando o estrato córneo. Já na permeação, os compostos chegam até a derme, sem atingir a vascularização. Finalmente, na absorção, os compostos são capazes de atingir a corrente sanguínea. O principal componente da camada córnea citada são os corneócitos. Essas células são conectadas por desmossomos especializados (corneodesmossomos), formando uma estrutura análoga à uma parede de tijolos, em que se inserem ácidos graxos, colesterol e outros lipídios, bem como proteínas e ceramidas (ANDERSON, 2014; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008). As substâncias podem adentrar a “parede” de corneócitos. Quando elas são transportadas por meio dos corneócitos, dá-se o transporte do tipo transcelular. Por outro lado, quando são transportadas pelos espaços que intercalam a parede de corneócitos, o transporte é do tipo intercelular. Porém, as substâncias também podem entrar por intermédio das glândulas anexas à pele, pelos folículos pilosos, no transporte transfolicular; e pelas glândulas sudoríparas, pelo transporte transglandular (SILVERTHORN, 2017; ANDERSON, 2014). Para que o organismo seja capaz de utilizar substâncias ativas, elas devem ser formuladas para adentrar as barreiras química e física da pele, dispersando-se ativamente no local de ação. SENSIBILIDADE CUTÂNEA: Somestesia: característica que permite que o indivíduo sinta o meio externo pelo tato e toque, essa sensibilidade é resultado da ação de receptores a pele Principais receptores cutâneos: • “Corpúsculos de Meissner: respondem a estímulos vibracionais, retornando a sensação do toque ágil; • Terminações do folículo piloso: respondem aos estímulos que deslocam os pelos, retornando o sentido de movimento e direção; • Terminações de Ruffini: respondem a estímulos térmicos e permitem a sensação de calor; • Corpúsculo de Krause: responde a estímulos de pressão, retornando sensações também relacionadas à pressão; • Corpúsculo de Pacini: responde a estímulos vibracionais, retornando a sensação de vibração; • Terminações livres: respondem a estímulos diversos (mecânicos, térmicos e químicos), retornando a sensação dolorosa; • Corpúsculos de Merkel: respondem aos estímulos de endentação estável, retornando sensações de toque e pressão.” Receptores de adaptação rápida: “captam estímulos momentâneos que, quando persistem, deixam de ser sentidos.” Receptores de adaptação lenta: “são aqueles que respondem de modo contínuo, sem sessar a sensação relacionada.” POR: FLÁVIA LIMA / FONTE: MATERIAL DISPONIBILIZADO PELA FACULDADE A intensidade da percepção é diretamente dependente do campo sensorial da pele e da quantidade de células receptoras de sinal. As regiões das mãos, da face, do lábio e da língua têm uma percepção sensorial maior quando comparadas às regiões dos braços e do tronco, por exemplo (TORTORA, 2016).
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