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Curso - Eneagrama

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CURSO
ENTENDENDO A SI 
MESMO E AO SEU 
CLIENTE: ENEAGRAMA 
DAS PERSONALIDADES
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
Senac/SC
Florianópolis | 2017
CURSO
ENTENDENDO A SI 
MESMO E AO SEU 
CLIENTE: ENEAGRAMA 
DAS PERSONALIDADES
© Senac | Todos os Direitos Reservados
CRÉDITOS
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Senac/SC
Departamento Regional em Santa Catarina 
FECOMÉRCIO
Presidente 
Bruno Breithaupt
Diretor Regional
Rudney Raulino
Diretoria de Educação Profissional
Ivan Luiz Ecco
Conteudista
Márcio Schultz
Desenvolvimento e Editoração
Equipe de Produção do SEAD
Coordenação Técnica
Setor de Educação a Distância - SEAD
SUMÁRIO
CONTEXTUALIZANDO ��������������������������������������������������������������������������������� 5
1 O ENEAGRAMA ����������������������������������������������������������������������������������� 8
1.1 PRIMEIRA EMOÇÃO: A RAIVA 
 VÍCIO EMOCIONAL DO TIPO 1 - O PERFECCIONISTA --------------------------------- 9
1.2 SEGUNDA EMOÇÃO: O ORGULHO 
 VÍCIO EMOCIONAL DO TIPO 2 - O PRESTATIVO -------------------------------------- 13
1.3 TERCEIRA EMOÇÃO: A VAIDADE 
 VÍCIO EMOCIONAL DO TIPO 3 - O DESEMPENHADOR ----------------------------- 18
1.4 QUARTA EMOÇÃO: A INVEJA 
 VÍCIO EMOCIONAL DO TIPO 4 - O CRÍTICO ------------------------------------------- 23
1.5 QUINTA EMOÇÃO: A AVAREZA 
 VÍCIO EMOCIONAL DO TIPO 5 - O OBSERVADOR ----------------------------------- 30
1.6 SEXTA EMOÇÃO: O MEDO 
 VÍCIO EMOCIONAL DO TIPO 6 - O ANSIOSO ------------------------------------------ 35
1.7 SÉTIMA EMOÇÃO: A GULA 
 VÍCIO EMOCIONAL DO TIPO 7 - O SONHADOR -------------------------------------- 44
1.8 OITAVA EMOÇÃO: A LUXÚRIA 
 VÍCIO EMOCIONAL DO TIPO 8 - O MANDÃO ----------------------------------------- 52
1.9 NONA EMOÇÃO: A INDOLÊNCIA 
 VÍCIO EMOCIONAL DO TIPO 9 - O ANTICONFLITO ---------------------------------- 55
2 IDENTIFICANDO O SEU PADRÃO DE COMPORTAMENTO �������������� 61
3 APRENDENDO A LIDAR COM O OUTRO ������������������������������������������ 86
3.1 COMO LIDAR COM O PERFECCIONISTA DO TIPO 1 --------------------------------- 88
3.2 COMO LIDAR COM O PRESTATIVO DO TIPO 2 ---------------------------------------- 91
3.3 COMO LIDAR COM O DESEMPENHADOR DO TIPO 3 ------------------------------ 94
3.4 COMO LIDAR COM O CRÍTICO DO TIPO 4 --------------------------------------------- 96
3.5 COMO LIDAR COM O OBSERVADOR DO TIPO 5 ------------------------------------- 98
3.6 COMO LIDAR COM O ANSIOSO DO TIPO 6 ------------------------------------------- 99
3.7 COMO LIDAR COM O SONHADOR DO TIPO 7 --------------------------------------- 103
3.8 COMO LIDAR COM O MANDÃO DO TIPO 8 ------------------------------------------ 104
3.9 COMO LIDAR COM O ANTICONFLITO DO TIPO 9 ---------------------------------- 106
CONSIDERAÇÕES ����������������������������������������������������������������������������������������� 109
REFERÊNCIAS ����������������������������������������������������������������������������������������������� 111
5Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades
CONTEXTUALIZANDO
Neste curso você irá explorar algumas ferramentas que irão lhe auxiliar a compreender 
um pouco mais sobre você e sobre os outros. Quando aplicamos o autoconhecimento 
dessa forma, podemos ampliar a consciência de nossos pontos fortes, reconhecer o que 
impede nosso potencial e ter mais habilidade nos relacionamentos pessoais e profissionais.
Você provavelmente já deve ter ouvido esta frase: Conheça a ti mesmo! Sócrates, 
filósofo grego dizia que o maior poder que podemos ter é o de conhecer a nós mesmos. 
Mas, quando falamos de autoconhecimento entramos em um universo de informações. 
Por exemplo, se você tem dificuldades na digestão de pimenta, pode se organizar de 
forma que isso não lhe gere um problema. 
Conversa
 - Pimenta?
 - Não, obrigado!
E isso é autoconhecimento.
“Eu não bebo! Eu me conheço e sei que eu gosto, não sei parar. Então é bom nem 
começar”. Isso também é autoconhecimento. 
Como autoconhecimento pode ser muita coisa vamos aqui simplificar nosso trabalho 
focando em algo específico em nossa exploração: Nossa emoções!
A maior parte das pessoas tem uma visão equivocada das emoções. Acreditando 
que o pensar, o sentir e o agir estão separados e que podemos pensar, sem 
sentir, ou sentir sem pensar ou ainda agir sem pensar. Opa! Essa você já ouviu: 
“Mas eu agi sem pensar”! De fato ninguém age sem pensar, apenas não pensou 
o suficiente! O que quero dizer com isso é que esses 3 atributos da consciência 
trabalham juntos, em harmonia ou não!
AGIR
SENTIR
PENSAR
6Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 6
Platão, filósofo grego falava destes atributos dizendo que havia o homem da cabeça, 
o homem do coração e o do ventre. De fato, alguns de nós são mais mentais, ”deixe-me 
pensar mais sobre o assunto”; outros mais emocionais, “não me senti bem a respeito 
desta decisão”; e outros mais ativos e práticos “não interessa se gostou ou não, se é 
pra fazer então vamos fazer”.
O equilíbrio entre essas forças não está em termos o pensar, o sentir e o agir na mesma 
proporção, e sim em desenvolvermos habilidades em obter o melhor de cada um deles 
de forma complementar. Então se o pensar, o agir e o sentir estão inter-relacionados, 
vamos explorar a influência que as emoções criam na maneira como pensamos, agimos 
e reagimos às situações.
Nossas emoções nos influenciam mais do que gostaríamos de admitir. Isso porque elas 
não são apenas efeitos psicológicos, mas sim uma bioquímica poderosa formulada pelo 
nosso cérebro. Essa bioquímica atua em nossas redes neurais, criando um relacionamento 
de longo prazo entre elas.
Reflita
A maior parte de sua memória tem um elemento emocional, seja qual for 
a emoção. São as redes neurais mais ativas que acabam determinando 
a maneira como percebemos a realidade.
Digamos que você tem um sonho de consumo, como trocar de carro. Se há um vínculo 
emocional com esse desejo de consumo é bem provável que você veja o modelo do 
carro que deseja mais do que nunca. As mulheres, quando engravidam, não parece 
que todo mundo decidiu engravidar junto? Mas, quando você odeia algo também 
tem um vínculo emocional poderoso, que influenciará sua maneira de enxergar a 
realidade. Você conhece alguém que odeia trânsito? Ele sabe do trânsito em lugares 
por onde nem vai passar. 
Gostar ou odiar são vínculos emocionais e irão criar uma relação de longo prazo com 
as redes neurais relacionadas ao assunto. Por outro lado, se você não tem nenhum 
vínculo emocional com determinado assunto, nem irá perceber que ele existe.
Conversa
 - Puxa, como você não percebeu que eu cortei o cabelo?
 - Quê???
7Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 7
Como você pôde notar, nossas emoções não estão separadas do pensar e agir, 
e influenciam nossos pensamentos e ações de forma harmônica ou não. A diferença 
entre uma influência positiva e uma negativa não está na emoção e sim na frequência 
com que ela se apresenta. Quem de nós, em algum momento, já não se encontrou em 
um acesso de raiva? Ou com uma ansiedade e preocupação. Essas são coisas humanas 
e acontecem com todos.
O problema ocorre quando alguma dessas emoções se torna recorrente, fazendo 
com que o indivíduo passe a enxergar a realidade por uma constante influência e 
consequentemente sofra uma distorção da realidade. Por exemplo, se a Raiva estiver 
presente de forma muito frequente, mesmo que não seja muito intensa, mas sempre 
presente, irá influenciar o indivíduo a perceber mais o que está errado ou que não 
deveria estar lá, segundo sua opinião.
Conversa
 - Eu não vou mais ao cinema no shopping!
 - Mas porquê?
 - Não aguento estes mal-educados que ficam comendo pipoca dentro do 
cinema. Quem consegue assistir um filme com todo este barulho?!?- Puxa, vou ao cinema quase toda semana, e sabe que nunca reparei nisso.
Focar demais naquilo que não está como você gostaria que estivesse faz com que você 
não enxergue mais o que quer e sim aquilo que atrapalha. A essa frequência excessiva 
de uma emoção chamamos de Vício Emocional, pois como em todo vício o indivíduo 
perde o livre arbítrio e começa a pensar e agir segundo o seu vício.
Agora, conheça nove diferentes emoções e como elas podem sequestrar a consciência 
quando se apresentam como Vício Emocional. Você irá perceber que o comportamento do 
indivíduo se torna repetitivo e por isso chamamos de Padrão de comportamento ou Tipo. 
O sucesso desse sequestro da consciência acontece porque o indivíduo não percebe 
que está constantemente influenciado pela mesma emoção. Lembre-se que ela não 
precisa ser intensa. Pode ser branda, mas é constante. Como um sapo que quando 
jogado em uma panela de água quente salta quase que de imediato, mas quando 
colocado em água fria e aquecido aos poucos, pode até sair cozido.
Cada Vício Emocional irá sustentar um padrão de comportamento.
8Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades
O ENEAGRAMA
O eneagrama é formado por um círculo, um triângulo e uma héxade, formando uma 
figura geométrica de nove pontas. 
Figura 1 - Eneagrama
ANTICONFLITO
MA
ND
ÃO
SO
NH
AD
OR
ANSIOSO
OBSERVADOR
DE
SE
MP
EN
HA
DO
R
CRÍTI
CO
PRESTATIVO
PERFECCIONISTA
Fonte: Senac EaD (2017). 
Ele pode ser utilizado com vários fins, como para descrever as nove emoções humanas, 
cada uma relacionada a um padrão comportamental. Conhecer cada uma dessas 
emoções possibilita uma autoconsciência das emoções que nos influenciam diariamente 
e permite identificar o estilo de atuação, os elementos motivadores e desmotivadores 
para você e seus clientes.
Agora, conheça cada uma das emoções.
1
9Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 9
1.1 PRIMEIRA EMOÇÃO: A RAIVA 
VÍCIO EMOCIONAL DO TIPO 1 - O PERFECCIONISTA
Observe a seguir o que é Raiva para o dicionário e como ela é empregada no contexto 
deste curso.
Raiva: Indignação. Sentimento de cólera, de repulsa ante uma 
ação vergonhosa, injuriosa, injusta. 
Ira: Raiva contra alguém. Desejo de vingança. 
Cólera: Impulso violento, ira, irritação forte. 
Ódio: Rancor profundo e duradouro que se sente por alguém. 
Aversão, antipatia.
Em nossa abordagem, compreenderemos a Raiva como indignação pelas coisas não 
serem como “deveriam” ser. 
Os erros das pessoas são para mim como um vaso quebrado. Mesmo depois 
de consertado quando eu olho para ele só consigo ver as rachaduras.
Ela revela pessoas tensas e superexigentes, que julgam em termos de certo e errado, 
querendo consertar o que acreditam ser “errado”.
Figura 2 - Vício Emocional do Tipo 1
Se todos fizessem 
como eu, o mundo 
seria muito melhor!
Se isso não tivesse 
acontecido, eu não 
estaria indignado!
Mas isso é óbvio, como 
ninguêm vê isso?
Fonte: Senac EaD (2017). 
Claro! Excesso de Persistência acaba gerando uma superexigência e rigidez, não dando 
espaço para outros pontos de vista. Por isso mesmo, muitos deles não se reconhecem 
na Raiva, mas sim na Indignação. 
10Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 10
O Perfeccionista ou Tipo 1, tende a ser determinado, responsável e prático, sua 
perspectiva de êxito no trabalho provém do esforço, não acreditando muito em ganho 
fácil: “Aqui não tem jeitinho, só merece quem faz”! Eles são conhecidos como os “cri-
cris” do Eneagrama. O nível de exigência em questões específicas é tão grande que 
fica impossível satisfazer suas expectativas. “É mesmo, às vezes nem eu me aguento”! 
Como estão indignados devido as coisas não serem com eles acreditam que “deveriam” 
ser, tornam-se intransigentes e tensos. Quando se comunicam com os outros acabam 
transferindo suas frustrações, gerando um sentimento de culpa por não estarem à 
altura de suas exigências.
Muito bom, mas porque não fizeram assim logo no início? Da próxima vez 
é bom lembrar que fazer certo e fazer errado dá o mesmo trabalho.
O Perfeccionista (Tipo 1) acaba levando tudo muito a sério. É apegado a um senso de 
cumprimento da tarefa e responsabilidade, gerando tensão mesmo quando ela não 
é necessária: “O problema das pessoas é que elas não são comprometidas, se elas se 
esforçassem tudo seria diferente. Essa falta de responsabilidade é que me deixa indignado”.
Você se lembrou de algum perfeccionista? 
Embora bem-intencionado, o nível de autoexigência do perfeccionista é excessivo e 
isso impede que ele perceba as diferentes formas com que os outros dão o melhor 
de si. Alguns deles apresentam uma raiva autopunitiva, uma indignação contra si por 
não estar à altura de suas exigências. A exigência é mais consigo mesmo e a carga de 
responsabilidade fica toda em suas costas.
Conversa
 - Se alguém de minha equipe comete um erro, logo penso que deveria ter 
explicado melhor!
 - Mas você já deixou tudo bem claro!
 - Mesmo assim, eu deveria ter explicado mais uma vez!
Quando a Raiva está relacionada com o outro, ela é contida. “Não tem jeito, se quiser 
bem feito faça você mesmo”! Lábios apertados e tensão na testa mostram que ele está 
indignado, mas nem sempre falará diretamente.
11Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 11
Figura 3 - A indignação
O que você 
está fazendo, 
indo embora?
Sim, meu 
expediente já 
acabou e tenho 
alguns 
compromissos.
Como é que ela
pode ir embora
sem antes
entregar o que 
deveria? Eu jamais
faria isso!
Fonte: Senac EaD (2017). 
Esse apego ao certo e errado, pode gerar dificuldades em reconhecer o que realmente quer. 
Conversa
 - Devo fazer o que é certo ou o que eu quero?
 - Mas o que você quer? Ter razão ou ser feliz?
 - Eu quero o que é certo! Nada mais do que isso!
Mas nem todo Perfeccionista tem a indignação de forma contida. A raiva pode também 
ser direcionada ao outro e relacionada às suas exigências: “Se eu fiz, o outro também 
tem que fazer”. Quando ele acredita que o outro não está fazendo sua parte, pode 
manifestar sua indignação abertamente, e ela é transmitida com o famoso dedo que 
aponta para o que não está certo: “Isso não é certo, você tem que fazer a sua parte”!
Alguns reivindicam o que é seu por direito e exigem lealdade. Costumam usar “você 
deve” no lugar de “eu quero”. É como se carregassem sua “lista negra” e colocassem 
um X naqueles que não cumpriram com aquilo que era o dever. 
Figura 4 - Outra chance
Mas eu 
desculpo as 
pessoas!
E você
dá outra 
chance?
Ah, não. 
Outra chance,
não.
Fonte: Senac EaD (2017). 
Em sua indignação, o Perfeccionista não percebe que ninguém está disposto a se 
comprometer como ele, portanto, julga facilmente as pessoas que não são como ele, 
ou seja, que são descomprometidas. 
12Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 12
Como exige muito de si e dos outros, o perfeccionista acaba desenvolvendo ciúmes 
daqueles que se permitiram fazer o que ele também queria fazer, mas não se permitiu.
Conversa
 - Se eu cheguei no horário ele também tinha que chegar.
 - Mas neste momento isto não faz a mínima diferença!
 - Mesmo assim, eu também poderia ficar dormindo até mais tarde, mas não 
fiz. Então ele também não pode!
Essa fixação na meritocracia, só merece quem faz, dificulta a aceitação do movimento 
espontâneo, da capacidade de conseguir as coisas sem necessariamente utilizar o 
esforço, mas conseguir por habilidade, sorte, rede de contatos ou por estar no lugar 
certo na hora certa.
Investigue sua Raiva
Agora, reflita sobre como está a Raiva em você, não o quanto você tem ou não tem 
do Tipo 1, mas como esta emoção, que está presente em todos, mesmo em menores 
doses, se manifesta em você.
Recaptulando
Raiva: Indignação pelas coisas não serem como “deveriam” ser.
Para facilitar esse momento, reflita sobre as seguintes questões:
O que deixavocê indignado(a)?
O que dispara sua indignação? Alguém que não executa a função como lhe foi passado? 
Você ter esquecido algo? O que tira você do sério?
Como você reage?
Você se posiciona diante de uma situação ou acaba ficando mais na sua? Fica emburrado? 
“Chuta o pau da barraca”? Torna-se crítico, irônico e mordaz? Tenta esquecer? Procura 
uma forma de descarregar? Racionaliza do tipo: - Isso não me leva a nada?
13Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 13
Resumo do Tipo 1: O Perfeccionista
Nesta etapa você viu que a emoção da Raiva se manifesta como Vício Emocional do 
Tipo 1 – Perfeccionista. Normalmente são pessoas determinadas, responsáveis e práticas. 
Mas quando sequestradas pelo Vício Emocional da Raiva tornam-se intransigentes, 
tensas e muito exigentes. 
Raiva, em nossa abordagem, é a Indignação pelas coisas não serem como “deveriam” ser. 
Ela pode se apresentar de forma autopunitiva. “Eu poderia ter feito melhor”. Ou ainda 
direcionada ao outro. “Você deve fazer isso”. Em algumas situações seu apego ao certo 
e errado impede que enxerguem diferentes soluções para as diferentes pessoas: “Todos 
têm que fazer o mesmo trabalho. Se é para um, é para todos”!
1.2 SEGUNDA EMOÇÃO: O ORGULHO 
VÍCIO EMOCIONAL DO TIPO 2 - O PRESTATIVO
Você conhece alguém que se sente tão capaz que acha que sem ele as coisas não funcionam? 
“Sabe, eu fico muito feliz em poder ajudá-los. Fico pensando o que seria deles sem mim”!
Veja a seguir o que é Orgulho para o dicionário e como ele é empregado no contexto 
do nosso curso.
Orgulho: Conceito muito elevado que alguém faz de si mesmo; altivez, 
brio. Amor-próprio exagerado. Empáfia, soberba. 
Soberba: Altura de coisa que está superior a outra. Orgulho excessivo; 
altivez, arrogância.
Na abordagem deste curso compreenderemos o Orgulho como uma afirmação de si. 
“Eu sei, eu sou, eu faço”. Ou seja, uma autoimagem engrandecida. Uma cegueira quanto 
às dificuldades e deficiências. O Orgulho faz o indivíduo acreditar que tem potenciais que 
não tem, que está preparado quando ainda não está. Claro! Excesso de sentir-se capaz 
acaba gerando uma autoestima exagerada, não dando espaço para que o indivíduo 
perceba onde está exagerando. 
Mas, não imagine o Prestativo como uma pessoa arrogante. São pessoas carismáticas, 
dispostas e envolventes. Com enorme capacidade de perceber as habilidades e 
dificuldades dos outros. Mas quando é dominado pelo Vício Emocional do Orgulho, 
sua enorme habilidade de perceber o outro se volta contra ele. É quando começa a se 
sentir indispensável, acreditando que sem ele as coisas não funcionariam.
14Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 14
Figura 5 - Férias
Estou de férias, mas 
olhe só o meu celular: 
cinco chamadas da 
empresa só agora de 
manhã. Eles não 
vivem sem mim.
Fonte: Senac EaD (2017). 
Como o Orgulho é uma cegueira quanto as próprias deficiências, O Prestativo começa 
a não enxergar o que ele necessita e as necessidades dos outros começam a dirigir 
suas decisões.
Conversa
 - Eu preciso contratar uma pessoa para o caixa de uma das lojas.
 - E quem são as candidatas?
 - Tem uma moça que está desempregada há cinco anos e ela está precisando! 
A segunda é uma pessoa que já trabalha como caixa em outra empresa e 
quer vir trabalhar com a gente. A terceira trabalha com vendas, mas quer 
experimentar trabalhar como caixa.
 - Em quem você está pensando?
 - Na que está desempregada!
 - Mas por que ela?
 - Porque está precisando!
Nesse momento você pode estar pensando que mal há em ser prestativo e pensar 
nas necessidades dos outros? De fato, não há mal algum nisso, mas o que estamos 
tentando mostrar aqui é uma outra coisa. É muito bom ser prestativo, mas quando isso 
gera uma dificuldade em dizer não, temos uma pessoa que assume mais do que pode 
dar conta. Colocando os pés pelas mãos e com uma grande dificuldade em voltar atrás 
e dar o braço a torcer. Se preocupar demais com os outros junto com a sensação de 
que “eu sou a solução” pode gerar pessoas invasivas que não percebem que estão se 
metendo onde não foram chamadas.
15Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 15
Conversa
 - Você conhece alguém que pode me ajudar no conserto do carro?
 - Claro! Conheço o melhor mecânico da cidade. Vou ligar para ele agora.
 - Não, não é necessário...
 - Como não, deixa comigo! 
 - João, estou com um amigo aqui que precisa dos seus serviços. 
Ele está com problema no carro e eu disse que você é o melhor da cidade. 
Quando ele pode passar aí?
 - Mas...
 - Tá fechado. Reserva esse horário que eu mesmo vou levar o carro dele aí.
O Prestativo pode se tornar invasivo, não dando espaço para que os outros busquem 
suas próprias soluções. Mas é importante compreender que essa postura de não dar 
espaço é uma atitude inconsciente. No fundo acreditam estar fazendo o seu melhor. 
Quando a realidade mostra a distância entre o que ele acha que pode e o que de fato 
ele pode, a autoestima sofre um abalo, é o “orgulho ferido”. 
Quando recebi minha avaliação senti como se o meu mundo tivesse 
ruído! Tinha certeza que todos tinham gostado de meu trabalho. 
Foi duro aceitar que o que eu estava fazendo não estava sendo útil.
O nome Prestativo vem de excelente percepção do que o outro necessita, e forte sensação 
de saber qual é a solução. Claro que, com isso, o Prestativo ganha pontos com as pessoas 
e vai querer ser valorizado por isso. Não precisa ser nada demais, basta um verdadeiro 
obrigado que ele ganha o dia. “Muito obrigada, não sei o que seria de nós sem você”!
Lembre-se de que estamos falando de Orgulho e tudo que evita a sensação de rejeição 
e garanta aprovação será útil para ele. Alguns podem ser muito prestativos, por vezes 
beirando a uma adulação. “Chefinho, se ficar gripado, saúde viu”! Mas, o Vício Emocional do 
Orgulho pode se manifestar de outras maneiras que não o traço prestativo. A autoimagem 
engrandecida pode se manifestar como sedução. Eles sabem como chamar a atenção e 
usam da sedução para conseguir o que querem. Podem ser muito carismáticos e, com 
pouco tempo de conversa, conseguem a atenção que querem. Sentindo-se à vontade 
sendo o centro das atenções. 
16Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 16
Mas, junto com a sedução, temos a agressividade. Os Prestativos podem competir por 
atenção, querendo ser os favoritos. E quando descobrem que não são...
- Se em uma reunião meu diretor elogia o resultado de alguém e não 
comenta o meu... Depois, quando ele vem me pedir algo eu falo: 
“Peça para o Luiz, você não falou que ele resolve tudo aqui?”.
Outra manifestação do Orgulho e da autoimagem engrandecida é a ambição. “Sabe 
o prefeito? Amigo meu. Se precisar de alguma coisa, vem falar comigo”. Quando esta 
característica está presente torna-se um apoiador que gosta de apoiar pessoas importantes.
O ponto alto é o seu networking, ou rede de contatos. Naturalmente desenvolve 
relacionamento com inúmeras pessoas, tendo uma lista de contatos invejável. Conhece 
pessoas “que conhecem pessoas, que conhecem pessoas”.
Conversa
 - Sabe o jogo do Losango e do Quadrado que aconteceu aqui?
 - Sei!
 - Pois é, só aconteceu aqui porque eu consegui!
 - Como assim?
 - O dono do estádio queria quinze mil reais para alugar o estádio e, por 
conta disso, o jogo não aconteceria aqui. Fui lá falar com ele. Seu estádio 
está parado mesmo, o que lhe custa?
 - Então ele disse: está bem, faço por cinco mil reais. Entendeu? Se não fosse 
eu, o jogo não aconteceria aqui.
Lembre-se: o Tipo 2 tem uma boa conta de débito e crédito. Sendo assim, esse empresário 
fica em situação difícil para dizer não a alguém que já lhe quebrou tantos galhos.
17Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 17
Investigue seu Orgulho
Agora, convidamos você a refletir sobre como está o Orgulho em você. Não o quanto 
vocêtem ou não tem do Tipo 2, mas como esta emoção – que está presente em todos, 
mesmo em menores doses – se manifesta em você.
Recaptulando
Orgulho: Afirmação de si. “Eu sei, eu sou, eu faço”. Autoimagem engrandecida. 
Cegueira quanto às dificuldades e deficiências.
Como é para você “não dar o braço a torcer”?
Note que a pergunta é sobre como é para você e não se você tem ou não dificuldades 
em dar o braço a torcer. Ou seja, todos passam por situações ou encontram pessoas 
que representam dificuldades. Pode ser que seja muito específico. “Só não dou o braço 
a torcer com meu pai. Às vezes ele afirma coisas sem pensar e entro em uma discussão 
que não leva a lugar algum”. Pode ser uma situação que seja o gatilho para esse 
comportamento: “Ah, quando insistem em apontar meus erros na frente dos outros”!
Como é pedir ajuda e desculpas?
“O que vem debaixo não me atinge”. Como essa afirmação soa para você?
Como se sente ao ouvir uma crítica ou uma sugestão de como fazer algo?
As sugestões e críticas que recebemos podem ser “bênçãos”. No entanto, facilmente 
nos identificamos com a maneira com que disseram ou, ainda, com quem disse. Como 
é para você? Filtra as informações e pega só o necessário ou se ofende com o jeito que 
os outros dizem as coisas?
Resumo do Tipo 2: O Prestativo
Nesta etapa você viu a emoção do Orgulho se manifestando como Vício Emocional do 
Tipo 2 – Prestativo. Normalmente são pessoas carismáticas, dispostas e envolventes, 
capazes de entender as necessidades dos outros. Mas quando sequestradas pelo Vício 
Emocional do Orgulho, elas podem se tornar teimosas, inconsequentes e manipuladoras. 
Orgulho em nossa abordagem é a afirmação de si. “Eu sei, eu sou, eu faço”. Ou seja, 
uma autoimagem engrandecida. Uma cegueira quanto às dificuldades e deficiências. 
18Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 18
Além disso, você aprendeu que o Orgulho pode sustentar um traço prestativo: “Afinal, o que 
seria deles sem mim”, característica que dá nome a este padrão de comportamento. 
Mas o Orgulho também pode se manifestar como sedução, buscando ser o favorito: 
“Eu sei como conseguir as coisas...”, ou ainda, como um apoiador que quer estar junto de 
pessoas importantes e possui uma grande rede de contatos: “Chefinha, já resolvi a situação”.
1.3 TERCEIRA EMOÇÃO: A VAIDADE 
VÍCIO EMOCIONAL DO TIPO 3 - O DESEMPENHADOR
Observe o conceito de Vaidade para o dicionário e como este conceito é utilizado no 
contexto do Curso. 
Vaidade: Qualidade do que é vão, instável ou de pouca duração. Desejo 
imoderado e infundado de merecer a admiração dos outros. Vanglória, 
ostentação. Futilidade. 
Na abordagem deste curso, o sentido da Vaidade é mais amplo do que costumamos 
entender. Ao ouvir que uma pessoa tem Vaidade é comum associarmos a roupas, beleza 
física e estética. Mas o que vamos encontrar aqui é, por exemplo, uma mulher que não 
usa maquiagem, não se preocupa com a tintura do cabelo e usa um terninho até meio 
surrado como seu uniforme. Parece com uma mulher que tem Vaidade? Mas ela é uma 
executiva reconhecida no mercado. 
A Vaidade aqui será vista de forma mais ampla e mais relacionada com a imagem que a 
pessoa faz de si mesma. Todo mundo tem uma imagem de si mesmo, mas na Vaidade 
há um apego a uma imagem idealizada de si.
Figura 6 - Vício Emocional do Tipo 3
Eu me vejo como uma 
pessoa honesta! Eu sou extrovertida!
Responsável, é assim 
que eu me vejo!
Fonte: Senac EaD (2017). 
A questão é que no Vício Emocional da Vaidade há um apego a uma imagem idealizada 
e a pessoa acaba evitando ser, parecer ou se sentir de forma diferente da imagem 
idealizada. Isso faz com que se torne mais dissimulada, evitando mostrar qualquer coisa 
que não esteja de acordo com essa imagem.
19Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 19
Você deve conhecer o mito de Narciso, aquele que se apaixonou pela própria imagem 
refletida no lago. O Tipo 3 é o Narciso do Eneagrama. Ele se apaixona por algumas 
facetas da sua personalidade e procura destacá-las. O problema é que ele acaba se 
esquecendo das outras e, com isso, perde autenticidade.
A Vaidade revela pessoas que investem muita energia em sua imagem idealizada, seja ela 
qual for. Tentando mostrar algo palpável que confirme para si - e para os outros - seu valor 
pessoal. Excesso de foco na imagem pessoal acaba gerando um apego ao adequado e, 
com o tempo, o indivíduo deixa de buscar seus objetivos e começa a buscar um objetivo 
mais adequado, que fique “bem na foto”. “Tenho que impressionar”!
Figura 7 - Vaidade
Estou fazendo 
meu segundo 
MBA. Segundo?
É, tem muita gente 
que tem um, então é 
bom ter logo dois!
Fonte: Senac EaD (2017).
Aqueles que preferem lidar com as coisas claras e expressar seus sentimentos de não 
conformidade, mesmo que não deem Ibope, encontram no Desempenhador uma atitude 
evasiva quando o assunto não se torna “politicamente correto”. O Desempenhador tende 
a ser focado em resultado, quer crescer rápido e mostrar eficiência. Sua perspectiva 
de êxito no trabalho vem da utilização dos meios em função do objetivo: “Os fins 
justificam os meios”. 
Embora o foco no objetivo seja muito importante e os resultados sejam balizadores de 
sucesso, estamos tratando aqui de uma perspectiva em que isso é um vício, ou seja, 
o Desempenhador do Tipo 3 é conhecido como workaholic ou viciado em trabalho.
Essa fixação em resultado a qualquer preço faz com que questões relacionadas com valores 
éticos e morais possam ser vistos como possíveis estorvos. Isso não quer dizer que não 
sejam respeitados - até porque isso geraria problemas com sua imagem - mas que não 
sejam considerados como pilares. 
20Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 20
Conversa
 - Mas veja por este ângulo Rui, o sacrifício que faremos agora fará uma 
enorme diferença em nossas carreiras.
 - Entendo, Marcus, mas para mim tão importante quanto minha carreira é a 
minha família.
 - Ah, depois que você estiver obtendo os resultados, eles vão lhe agradecer!
 - Tanto tempo longe de minha família não é negociável. Não quero o 
agradecimento deles. Quero estar junto com meus filhos, vendo-os crescer 
e participando da sua formação. Minha carreira profissional vai acontecer 
em harmonia com meus valores. 
A visão de comprometimento, na perspectiva do Desempenhador, pode sofrer distorção 
de sua lente e acabar julgando como pouco comprometidos aqueles que não são tão 
ambiciosos ou que queiram dividir o foco com vida pessoal, social ou família. 
A Vaidade como Vício Emocional sequestra a consciência desse indivíduo, que investe 
muita energia para que a atenção se volte para ele e suas realizações.
Quando a gente tem dificuldades, ele diz vocês. 
Quando estamos tendo resultados, ele diz nós.
A necessidade de mostrar resultado como forma de sentir valor pessoal traz mais 
competitividade do que cooperatividade. Isso cria um distanciamento dos outros, que 
com o tempo, começam a se sentir usados, como se as pessoas fossem apenas peças 
em uma máquina de buscar resultados. A maioria dos Desempenhadores apresentam 
uma Vaidade muito mais focada em sua performance do que na imagem pessoal. 
Lembre-se do exemplo da mulher que não usava maquiagem nem se preocupava com 
a tintura do cabelo, mas era uma executiva reconhecida no mercado? Normalmente, 
há um investimento forte na imagem profissional, como se estivesse evitando a imagem 
de um “João Ninguém”. 
21Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 21
Figura 8 - Desempenhadores
Para mim, “ficar na 
Série A” já tá no lucro!
O negócio é ser um 
winner (ganhador), não 
um loser (perdedor)!
Fonte: Senac EaD (2017). 
Mas nem todo vaidoso tem um estilo tão discreto. A vaidade pode se manifestar de 
forma mais agressiva com um forte investimento na imagem física e pessoal como 
apoio à imagem profissional. Nos homens temos a imagemmasculina, vestidos de 
ternos italianos, e nas mulheres a imagem feminina de tailleur, ou seja, em todos os 
casos a imagem pessoal fortalece a imagem profissional. 
Investigue sua Vaidade
Vamos agora refletir sobre como é a sua Vaidade. Não o quanto você tem ou não tem 
do Desempenhador Tipo 3, mas como essa emoção – que está presente em todos, 
mesmo nas menores doses – se manifesta em você.
Recaptulando
Vaidade: Apego a uma imagem idealizada de si.
Qual é a autoimagem que você projeta? 
 � Você projeta uma autoimagem de força? “Se fosse comigo ele não falaria 
desse jeito”!
 � De amigo? “Se precisar, sabe que pode contar comigo”!
 � De responsável? “Se eu errei, então sou eu que tenho que consertar”.
 � De competente? “Comigo vai ter resultado”!
 � De honesto? “Minha palavra eu cumpro”! 
 � De liberal? “Eu sou eu mesmo, não estou nem aí para o que os outros pensam 
de mim”!
 �Qual é a sua imagem? 
22Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 22
Como você quer ser visto e reconhecido? 
A vaidade é a nossa emoção marqueteira e, normalmente, ela está a serviço de algum 
valor que você tem e que, de certa forma, quer ser reconhecido. Quem tem como valor 
a honestidade normalmente quer ser visto como honesto, quem tem como valor a 
lealdade quer ser visto como leal. Como é para você?
O que você faz para manter sua imagem e para não feri-la? 
Se o seu valor é a responsabilidade, é normal querer terminar o que começou, afinal 
os outros esperam isso de você. 
Em que você percebe que investe certa energia também porque esperam isso de você?
“De mim podem dizer tudo, menos...” O que é este menos?
Quando não há vaidade relacionada a um valor não nos importamos se os outros 
reconhecem ou não esse valor na gente. Quando há vaidade em relação a um valor 
saímos em defesa dele quando alguém tenta “arranhar a lataria”.
Conversa
 - Alberto, me desculpe, mas não acredito que você esteja falando a verdade!
 - Entendo, mas repito, foi assim como eu disse. 
 - Me desculpe, não acredito que você esteja falando a verdade!
 - Você está me chamando de mentiroso? Quem é você para me dizer isso? 
Era só o que me faltava...
Para você, o que seria esse “menos que digam que...”? 
Resumo do Tipo 3: O Desempenhador
Nesta etapa você viu que a emoção da Vaidade se manifesta como Vício Emocional 
do Tipo 3 – O Desempenhador. Normalmente são pessoas com natural habilidade 
de perceber o que é adequado e o que é inadequado na relação com a conquista do 
objetivo, como também adequar uma situação para que sirva aos propósitos do objetivo. 
Mas, quando a pessoa é sequestrada pelo Vício Emocional da Vaidade acaba distorcendo 
seu potencial, focando-se mais em seus próprios objetivos e, consequentemente, 
fazendo com que os outros se sintam usados. “Meu negócio é resultado”!
23Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 23
Vaidade na abordagem deste curso é um apego a uma imagem idealiza de si. Ela pode 
se manifestar de forma mais discreta e impessoal: “Não vou queimar meu filme tão 
facilmente”, mas também de forma mais agressiva buscando impressionar por meio do 
conhecimento: “Claro! Isso me faz lembrar da tipologia junguiana, que também fala de 
tipos...” ou das realizações: “O negócio é ser um winner (ganhador), não um loser (perdedor)”!
1.4 QUARTA EMOÇÃO: A INVEJA 
VÍCIO EMOCIONAL DO TIPO 4 - O CRÍTICO
Você conhece alguém que, de tanto olhar para si, ficou ensimesmado? “Eu sabia, só 
podia ser comigo! É sempre assim”. Veja a seguir o que é inveja para o dicionário e 
como ela é empregada no contexto do nosso Curso.
Inveja: desgosto, ódio ou pesar por prosperidade ou alegria de outrem. 
Cobiça. 
Figura 9 - Vício Emocional do Tipo 4
Venha ver meu 
carro, modelo 
antigo que ganhei 
no sorteio!
Modelo antigo?! 
Ainda bem que 
eu não ganhei!
Fonte: Senac EaD (2017). 
Em nossa abordagem, compreenderemos a Inveja de maneira mais ampla e comum. 
No Vício Emocional da Inveja o processo de comparação gera a desvalorização do 
que se tem e uma valorização excessiva daquilo que falta. 
Conversa
 - Mas Jorge, se eu tivesse uma equipe como a da Celina, aí sim as coisas 
iriam funcionar, mas com o ‘pessoalzinho’ com quem tenho que trabalhar 
não tem jeito!
 - É, a grama do vizinho é sempre mais verde!
24Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 24
Existem várias áreas em que a Inveja pode se manifestar. Como na relação com o tempo, 
supervalorizando o passado. “Bom era quando eu morava em Joinville, eu era feliz e 
não sabia”! Ou ainda supervalorizando o futuro: “Quando eu terminar de pagar a casa... 
quando minha equipe estiver mais preparada...aí sim”. Em ambos os casos, o indivíduo 
coloca mais valor no passado ou no futuro e quando ele foca no presente sente-se 
frustrado, porque o que era bom já foi ou ainda não chegou.
Mas, não confunda a Inveja com a Admiração ou a Ambição. Não há nada mal em querer 
trocar de carro ou viajar para algum lugar que você ainda não conhece. A Inveja só está 
presente quando você não consegue dar valor para o que tem e supervaloriza o que 
não tem. “É, só se dá valor quando perde”! Se você não consegue estar satisfeito com o 
presente, com raras exceções estará feliz no futuro. Isso porque sua lente distorce o presente 
e, sendo assim, sempre haverá algo ou algum momento que, na comparação, é melhor.
O Crítico do Tipo 4 tem a atenção voltada para a falta. Percebe e valoriza mais o que não 
está. Vicente de Carvalho, um poeta brasileiro, tem um poema chamado Felicidade que diz:
[...]
Essa Felicidade que supomos [...]
Existe, sim: mas nós não a alcançamos.
Porque está sempre apenas onde a pomos.
E nunca a pomos onde nós estamos.
O Crítico tende a ser inspirado e sensível aos potenciais das pessoas. Mas essa mesma 
sensibilidade, quando dirigida pelo Vício Emocional e não pelo próprio Indivíduo, 
se transforma em uma sensibilidade crítica, que foca no que não está lá, desmerecendo 
o que foi conseguido. É quando ele se torna irônico e mordaz e, como está fixado na 
comparação do que há com o que poderia ser, permanece com um humor insatisfeito.
Conversa
 - Ah, hoje foi mais um daqueles dias! Tem um pessoal na minha equipe que 
parece usar a cabeça apenas para enfeitar o pescoço!
 - Você já percebeu que você só olha para os defeitos da sua equipe?
 - Se tivesse alguma qualidade eu até notaria, mas com eles não têm jeito!
 - Como não têm qualidades? Não são eles que estão se reunindo após o 
expediente para buscar soluções para o gargalo do fim do ano? 
 - Ah, mas isso é o mínimo! Se eles não fizerem isso terão o mesmo problema 
do ano passado. Eles estão é pensando na pele deles, isso sim!
 - É impressionante como você consegue ser tão hábil em focar no que falta, 
a ponto de ficar cego para o que tem!
25Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 25
Mesmo que o Crítico acredite que não expressa sua insatisfação, os outros percebem o 
clima pesado e começam a se desengajar, como mecanismo de defesa contra a frustração. 
Claro! Mesmo que ele não fale nada a gente percebe na cara dele que não gostou. 
No começo há quem tente mudar para ver se a coisa muda. Mas como não muda 
mesmo, a gente se acostuma a bater o cartão. Se der, ótimo, senão o problema é dele!
A Inveja é uma das emoções que tem várias faces, podendo se manifestar de diversas 
maneiras. Como Vício Emocional, ela está relacionada com a comparação. Observe 
algumas das faces da comparação.
Para alguns a comparação não é com os outros, mas sim com uma vida idealizada pelo 
próprio indivíduo. Isso faz com que sejam mais destemidos, pois vão em busca do que 
falta, não interessando muito o preço que vão pagar por isso. “Mais vale a pena viver 
10 anos a 1.000/h do que viver 1.000 anos a 10/h”.
São conhecidos por falar o que pensam, que na maior parte das vezes é diferente 
ou em oposição ao que pensa a maioria. Sendo assim,juntamente com o destemor 
anda a imprudência. Essa atitude excêntrica reflete alguns traços similares ao Tipo 7 
o Aventureiro, que por conta do Vício Emocional da Gula são inquietos e podem não 
esquentar muito a cadeira, pois já estão indo para a próxima. No caso do Crítico essa 
inquietação vem na busca por algo que faça um sentido maior, uma transformação.
Meu sonho era morar em Blumenau. Aquela cidade organizada, toda em 
estilo alemão. Depois de um ano já não consegui mais aguentar. Fui então 
para Joinville, mais perto do mar, a maior cidade de Santa Catarina, perto 
de Curitiba. Depois de um ano não sei, me senti sufocado e começou a 
brilhar Florianópolis. Capital da qualidade de vida, é pra lá que eu vou...
Note que, embora a Inveja gere conquistas, elas são como um saco sem fundo, que 
nunca preenche. Facilmente essa atitude é confundida com ambição. Mas no fundo 
o que os move não é a ambição, e sim a insatisfação.
Você viu então, a Inveja gerando uma comparação com o estilo de vida idealizado, 
buscando de forma destemida e imprudente um sentido mais profundo da vida. 
Outra face dessa emoção é quando a comparação se volta ao outro e nesse caso, 
os traços mais acentuados são a ironia e o sarcasmo. São conhecidos como críticos 
26Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 26
impiedosos, com uma língua afiada que não deixa passar o que a maioria nem percebeu. 
O alvo de suas flechadas normalmente é alguém que agradou.
Conversa
 - Você viu que ridícula a apresentação do Mário! Não entendi porque o pessoal 
aplaudiu, creio que foi porque acabou o sofrimento de ter que ouvi-lo. 
 - Eu acho que você está exagerando. O Mário foi ótimo, só porque ele usa 
um vocabulário simples e vai direto ao assunto você está pegando no pé 
dele. E, depois, é só você que vê dessa forma. 
 - Ah, vejo que você também foi hipnotizado pelo “canto da sereia”. Marque 
minhas palavras: não vai levar muito tempo para que as pessoas se cansem 
desse “bem-intencionado”!
Rivalidade com quem obteve atenção e um satélite que percebe e aponta para todas 
as coisas “comuns e sem valor” são presentes quando a comparação é voltada ao outro. 
Com o tempo eu aprendi a ficar de boca calada, porque se eu falasse tudo que 
passa pela minha cabeça...ah, com certeza perderia todos os meus amigos!
Mas existe ainda outra maneira da comparação se mostrar, é quando ela se volta para 
o grupo. Nesse caso, aparece com a característica da “síndrome de patinho feio”, pois 
ao se comparar com o grupo, tende a se desvalorizar.
Conversa
 - Não tem jeito, minha apresentação foi péssima, acho que todos odiaram!
 - Calma, eu achei que foi ótima e acredito que a maioria gostou também.
 - Você está dizendo isso porque ficou com pena de mim. 
A vergonha é um tema mais presente nesse tipo de comparação que não estava tão 
presente nos exemplos anteriores. Ela faz comparar o que ocorreu com algo ainda mais 
adequado, deixando o indivíduo com sensação negativa a respeito de si. Apresentando 
um traço de vitimização, que faz com que vá na direção oposta ao que quer ou, ainda, 
que não vá na direção que pretendia.
27Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 27
Conversa
 - Bom dia, Mário!
 - Bom dia? Só se for para você! Eu nem sei se é dia ou não, passo o dia inteiro 
trancado nesse ar condicionado.
 - Ah, Mário, você já está aqui há mais de 5 anos, se você não gosta do que 
faz, porque não procurou algo melhor?
 - Não é assim! A coisa lá fora está ainda pior e eu preciso desse emprego 
para sobreviver!
 - Mas você fala disso como se fosse um fardo!
 - Um fardo não, uma cruz!
Investigue sua Inveja
Vamos agora refletir sobre como está a Inveja em você. Não o quanto você tem ou não 
tem do Tipo 4 o Crítico, mas como essa emoção, que está presente em todos, mesmo 
nas menores doses, se manifesta em você.
Recaptulando
Inveja: vício da comparação, desvalorizando o que se tem em favor do que falta.
Você reconhece a sensação de falta?
O quão presente ela costuma estar em sua vida? Muito presente? “Por mais que a 
vida esteja melhorando, sempre tenho a sensação de que não está aquilo tudo, que 
não dá para dar nota 10”. Médio? “Tem fases em que estou mais otimista e vejo tudo 
acontecendo, mas de repente as coisas começam a desandar e sinto falta do pique 
do início”. Pouco presente? “Eu sou mais do tipo satisfeito! Para mim tudo está sempre 
muito bem e dificilmente foco no que falta”.
É mais presente no âmbito profissional? Sente falta de tempo? Sente falta oportunidade? 
É mais presente no âmbito pessoal? Sente falta de ter mais amigos? Mais lazer?
Como é para você a sensação de falta?
28Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 28
Como reage a essa sensação?
Vai em busca do que falta? A Inveja pode sequestrar grande parte da atenção e da 
energia realizadora, fazendo com que a pessoa vá em busca do brilho prometido no que 
falta. “Quando eu conseguir esse cargo aí sim serei feliz”! Sente-se incapaz diante das 
dificuldades? “Não dá pra ter tudo que a gente quer, a vida é assim”! Ou simplesmente 
a sensação de falta não lhe mobiliza? Observe o exemplo:
Conversa
 - Fui ver um filme na casa do Antônio. Ele comprou um novo home theater, 
você não imagina! O som e a imagem são melhores do que no cinema!
 - Puxa, vejo que você ficou apaixonada. Então, vai comprar um também?
 - Eu não! Tenho outras prioridades. Mesmo se ganhasse um nem abriria 
as caixas, já venderia. 
 - Mas você não ficou babando com o home theater?
 - Sim, fiquei babando! Mas isso não quer dizer que eu queira comprar. 
Como disse, tenho outras prioridades.
Em que situações o “se” aparece em sua vida? 
 � “Se eu fosse mais alto... aí sim” 
 � “Se eu fosse mais falante...” 
 � “Se tivéssemos tido mais tempo...”
 � “Se a empresa fosse diferente...”
 � “Se meu chefe fosse mais...”
 � “Se minha equipe fosse mais...”
 � “Se fosse daquele jeito... aí sim”
 � Como é isso para você?
Como é o seu estilo de comparação? 
É com o tipo de vida que imagina ter? “Quando eu morar em Florianópolis, vou poder 
caminhar na beira-mar, terei uma casa com espaço para um cachorro e...”. É mais 
presente a comparação com o que os outros têm?
29Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 29
Conversa
 - Hoje encontrei com o Eduardo, que estudou comigo na faculdade.
 - É mesmo? E como ele está?
 - Bem demais! Já é diretor da empresa em que ele começou a 
trabalhar e está super feliz.
 - Que legal!
 - É, mas sabe que tudo isso me deu um baixo astral... fiquei 
pensando, a gente se formou junto! Me deu a sensação de que 
fiquei empacado.
Ou é mais presente com o que os outros são?
Figura 10 - A festa
Olha só o Claudio! 
Não conhecia ninguém 
aqui na festa e já está 
todo enturmado.
Eu queria ser assim. Se 
eu estivesse no lugar dele 
nem teria vindo, pois 
entro mudo e saio calado.
Fonte: Senac EaD (2017).
Resumo do Tipo 4: O Crítico
Você aprendeu que a emoção da Inveja se manifesta como Vício Emocional do 
Tipo 4 O Crítico. Normalmente são pessoas inspiradas, humanistas e sensíveis ao 
que é diferente e original. Mas quando sequestradas pelo Vício Emocional da Inveja 
tornam-se irônicas, críticas mordazes e queixosas.
Inveja, em nossa abordagem, é o Vício Emocional da comparação, e uma desvalorização 
de si em favor do que falta. De todos os Vícios Emocionais a Inveja é uma das que pode 
apresentar um maior número de faces. Podendo fazer com que um Tipo 4 olhe para 
outro e diga: “Se ele é um Tipo 4, então eu não sou”.
30Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 30
A comparação pode ser voltada para seu estilo de vida idealizado e luta de forma 
destemida e imprudente para conquistá-lo, mesmo que isso seja um saco sem fundo. 
“Mais vale viver 10 anos a 1.000/h do que 1.000 anos a 10/h”.
Pode também ser voltada ao outro, mostrando uma rivalidade pormeio da ironia, 
sarcasmo e mordacidade: “ Baseado em quem fez, não se poderia esperar mais mesmo”, 
ou ainda a comparação pode ser voltada ao grupo e, com isso, sente-se inadequado 
e apegado a um traço de vitimização: “ É sempre comigo! Se o piano cair, pode crer 
que vai ser na minha cabeça”!
1.5 QUINTA EMOÇÃO: A AVAREZA 
VÍCIO EMOCIONAL DO TIPO 5 - O OBSERVADOR
Veja a seguir o que é Avareza para o dicionário e como ela é empregada no contexto 
do nosso Curso.
Avareza: Apego demasiado e sórdido ao dinheiro. Mesquinhez, sovinice. 
Quando ouvimos isso, pensamos naquele tipo de pessoa que “atravessa o Canal da 
Mancha e chega ao outro lado com um comprimido efervescente sequinho na mão”. 
Pensamos logo no aspecto material, mas não é só isso. 
O dicionário nos mostra que Avareza também é:
Reter: Não desfazer de. Não deixar sair das mãos. 
Represar: Reter água. Não deixar sair, deter. Não avançar; parar, 
suspender-se. Conter(-se), reprimir(-se).
Conter: Moderar o ímpeto de. Moderar-se, refrear-se.
Conversa
 - Estou com vontade de comprar uma TV nova. 
 - É mesmo, e o que você vai fazer?
 - Vou esperar a vontade passar. Não decido nada no calor da emoção.
Em nossa abordagem compreendemos a Avareza como: Vício da Retenção. Você deve 
estar se perguntando: Mas reter o quê? A Avareza está associada a reter a si mesmo. 
Não tem necessariamente a ver com o aspecto material. É mais um reter-se, refrear-se, 
reprimir-se em favor da razão. Ela revela pessoas apáticas, frias e distantes, que acreditam 
na compreensão lógica das coisas, distanciando aquilo que não for racional.
31Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 31
Eu não vejo razão em falar de mim. Há muitas coisas da minha vida que 
nunca ninguém vai saber. Não é porque tenho algo a esconder, simplesmente 
não gosto de falar das minhas coisas. Eu sou muito particular.
Claro! Excesso de análise acaba gerando um distanciamento que serve como defesa. 
Olhar de fora para não ser sequestrado pelos impulsos acaba se tornando a única alternativa. 
Quando é necessária uma postura mais espontânea as coisas ficam complicadas. O fato 
é que ele não consegue sair dessa postura racional. Não consegue expressar claramente 
o que sente. Fica confuso. Opta então por expressar-se racionalmente e fica preso 
a essa atitude controlada. Quem possui o Vício Emocional da Avareza pode acabar 
construindo um castelo e isolando-se nele, guardando para si as coisas que possui, 
como o seu conhecimento.
Conversa
 - Professor, como fica essa situação?
 - Página 25 do livro. Você vai encontrar a resposta lá.
 - E essa outra situação?
 - Isso você deveria lembrar das aulas do Ensino Médio, dê uma olhada em 
seu material que irá encontrar. 
 - Ahm???
Os Observadores ou Tipo 5 tendem a ser pessoas ponderadas, analíticas e especialistas. 
Sua perspectiva de êxito no trabalho provém da análise, preparação e planejamento, 
desprezando ações impulsivas e imediatistas. “Sorte é para amadores, acredito em razão e 
planejamento”. Eles são conhecidos como pessoas distantes. Sua necessidade de analisar, 
avaliar e só depois decidir faz com que suas mesas se transformem no “triângulo das 
bermudas”: tudo que para lá fica, e demora a sair. Como expressam seus sentimentos de 
forma muito empobrecida, tornam-se pouco expressivos. Quando se comunicam com os 
outros acabam transferindo esse distanciamento, gerando uma sensação de desorientação. 
É importante reforçar que para trabalhar com pessoas, você não precisa gostar das 
pessoas. Precisa gostar DE pessoas. Elas esperam expressão, comunicação através dos 
olhos. A apatia pode gerar desconfiança e distanciar as pessoas.
32Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 32
O Tipo 5 ou Observador, pode ter as coisas muito claras em sua cabeça, mas sofre quando 
precisa comunicar essa visão, acreditando que não se faz necessário comunicar - basta 
que cada um faça sua parte. “O problema das pessoas é que elas são muito dependentes. 
Se cada um cuidasse mais de si, tudo seria diferente”.
Lembrou de algum Observador do Tipo 5? 
Embora bem-intencionado, seu nível de distanciamento para compreender tudo 
racionalmente impede que perceba as diferentes formas com que os outros se estimulam 
para o trabalho em equipe, tornando-se areia na engrenagem! Alguns deles são mais 
fechados, preferindo se refugiar em seu castelo emocional intocável. Sua preferência pelo 
isolamento e pouca necessidade de contato fazem com que seja conhecido como o eremita. 
Gosto muito de chegar em casa, preparar um jantar, me servir uma 
taça de vinho, escolher uma música e depois ler um bom livro. 
O anseio de controle sobre as variáveis faz dele minimalista, que assegura liberdade 
diminuindo as necessidades. Essa diminuição das dependências permite dizer não 
quando deseja, sem ter que se submeter às circunstâncias por pressão financeira ou 
qualquer outra coisa. “Como assisto pouco a TV, não tenho TV a cabo. No andar térreo 
do meu edifício existe um café com internet e aproveito para pegar meus e-mails e 
com isso não preciso de internet em casa”.
É importante citar que muitas vezes O Observador possui profundos sentimentos pelas 
coisas e pessoas, mas não expressa com a mesma intensidade.
Figura 11 - O casal
Você nunca diz 
que me ama! Como não? No ano 
passado lhe disse 
três vezes, me 
lembro muito bem!
Fonte: Senac EaD (2017). 
33Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 33
É comum serem acusados de frios e calculistas, o que os choca, pois não se reconhecem assim. 
Mas eu não sou assim! Ontem, por exemplo, quando cheguei em casa, minha esposa 
estava dormindo e fiquei pensando como ela é maravilhosa, como eu a amo. Então 
perguntei se ela estava com fome e ela disse que não. Se ela estivesse com fome 
eu a surpreenderia com um macarrão à putanesca! No fundo, me sinto romântico.
A dificuldade de expressar seus sentimentos com a intensidade com que sente faz 
com que supervalorize os vínculos como tesouros da mente. 
Conversa
 - Admiro muito o trabalho do Paulo e acredito que ele tem um futuro 
brilhante aqui na empresa. 
 - É mesmo? Você já disse isso a ele em algum momento? Pois, pelo que sei, ele 
está procurando outras opções que lhe deem perspectivas de crescimento.
O excesso de autocontrole reprime a expressão. É como se estivesse envolvido em uma 
casca: quem olha de fora acha que ele não sente nada, mas o problema é que sua voz não 
pode ser ouvida do lado de fora dessa proteção. É do tipo que tem amigos espalhados 
pelo mundo inteiro. Sabe como? Via internet, redes sociais, sites de relacionamento, 
ferramentas instantâneas de comunicação. “Ah, eu prefiro mandar um e-mail a ter que 
falar pessoalmente. Pessoalmente as coisas não fluem”.
Muitos deles querem contato, mas não querem que esse contato os atrapalhe. Preferem 
então manter as ligações emocionais separadas. “Estou namorando há seis meses uma 
pessoa em Belém, nos conhecemos pela internet. Ontem ela disse que queria dar um 
pulo aqui em São Paulo para nos encontrarmos, mas achei que ela estava forçando 
um pouco a relação”. Enquanto cada um está no seu canto, tudo está sob controle. 
Lembre-se de que, na Avareza, “se é para perder então é melhor nem ter”.
Outra característica comum do Observador é envolver-se em temas complexos, que 
exigem uma análise profunda. É atraído por sistemas que explicam. É muito comum 
encontrar um Observador se interessando por áreas como economia, querendo entender 
as relações do mercado internacional ou até mesmo o comportamento humano. 
Note que alguns deles gostam de participar de grupos, mas de preferência aqueles 
mais específicos, como clubes e associações fechados, nos quais podem ir direto ao 
assunto em um nível mais alto. “Gosto de estar no grupo, mas às vezes gostaria de estar 
lá com um ‘manto de invisibilidade’. Quero estar lá, mas não criar demandas sobre mim”.34Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 34
Investigue sua Avareza
Agora, convidamos você a refletir sobre como está a Avareza em você. Não o quanto 
você tem ou não tem do Observador do Tipo 5, mas como essa emoção, que está 
presente em todos, mesmo nas menores doses, se manifesta em você.
Recaptulando
Avareza: Vício da Retenção. Conter-se, refrear-se, reprimir-se em favor da razão.
Como é o tema do controle para você? 
Sente necessidade de estar no controle de suas emoções? 
Como você reage aos seus impulsos? 
Em que situação os racionaliza? “Isso não leva a nada... Sentir isso não me ajuda...” 
A Avareza é anti-impulso. Em que situações você percebe que está racionalizando 
seus impulsos? “Não suporto atitudes impulsivas. Raiva, por exemplo, é um desgaste 
de energia sem sentido, sentir isso não me ajuda”.
Quanto você se distancia das pessoas ou das situações para manter 
o seu autocontrole? 
“Eu sou autossuficiente. Posso passar muito bem sem um monte de coisas, principalmente 
de pessoas. Não é que eu não precise de pessoas, simplesmente não me sinto à vontade 
com esse nível de dependência. Posso tanto estar com pessoas, como sozinho.”
O quanto você não expressa seus sentimentos?
Essa é a principal questão. O quanto você se reprime? Não expressa seus sentimentos? 
Nesse momento, as razões pelas quais você não se expressa não são tão importantes. 
Pense bem. Mesmo sendo uma pessoa expressiva, sempre há algum sentimento que 
se tem dificuldade de expressar, seja Raiva, Medo, Carência...
Como é para você, qual é a sua “caixa-preta”, aquela a que ninguém tem acesso?
Conversa
 - Minha esposa dá mais atenção aos cachorros lá em casa do que a mim!
 - Você expressa que está carente da atenção dela ou exige atenção? Quem 
vai abraçar um porco-espinho? Os cachorros pelo menos abanam o rabo.
35Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 35
Resumo do Tipo 5: O Observador
Você aprendeu nessa etapa que a emoção da Avareza se manifesta como Vício Emocional do 
Tipo 5 O Observador. Normalmente são pessoas ponderadas, analíticas e especialistas. Mas, 
quando sequestradas pelo Vício Emocional da Avareza tornam-se distantes, frias e apáticas.
Avareza, em nossa abordagem, é o Vício da Retenção, ou seja, conter-se, refrear-se, 
reprimir-se em favor da razão.
Alguns Observadores são mais fechados e refugiam-se em seus castelos, seus universos 
particulares: “Eu preciso do meu espaço”. Outros preferem manter as ligações emocionais 
separadas: “Prefiro mandar um e-mail a ter que me expressar pessoalmente”. Outros ainda 
participam de grupos fechados e se envolvem em temas complexos: “Quero estar no 
grupo, mas fico na minha”.
1.6 SEXTA EMOÇÃO: O MEDO 
VÍCIO EMOCIONAL DO TIPO 6 - O ANSIOSO
Você conhece alguém que, de tão prudente, se tornou indeciso? 
Figura 12 - Compra do carro
Então vai comprar 
o carro?
Mas e se eu precisar desse 
dinheiro para outra coisa? E se 
o modelo sair de fabricação? 
E se a manutenção começar a 
ficar cara? E se eu encontrar 
melhor opção? E se...
Ahm???
Fonte: Senac EaD (2017).
36Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 36
Veja a seguir o que é o Medo para o dicionário e como ele é empregado no contexto 
do nosso curso. O significado de Medo, segundo o dicionário, é:
Medo: Perturbação resultante da ideia de um perigo real ou aparente. 
Apreensão. Receio de ofender, de causar algum mal, de ser desagradável.
Apreensão: Preocupação, receio, temor. Desassossego do espírito por 
temor do futuro.
Preocupação: Ato de preocupar ou de se preocupar. Ideia fixa. Inquietação 
resultante dessa ideia.
Note quantas vezes a palavra ideia aparece e também a palavra futuro, que fazem 
parte das nossas ideias. Isso quer dizer que não estamos falando do Medo instintivo, 
que é natural como reação a algo real, mas sim de um Medo que é uma projeção 
mental. Se você está em uma sala e começa a sair grande quantidade de fumaça pelo 
ar condicionado, isso é real ou aparente? Claro, nesse caso é natural que você se assuste.
No Medo mental são as imagens mentais – as projeções – que preocupam o indivíduo 
e ele começa a sofrer por antecipação.
Conversa
 - E se nós não conseguirmos alcançar as metas do semestre?
 - Mas ainda faltam quatro meses!
 - Sim, mas e se não conseguirmos?
Em nossa abordagem compreenderemos o Medo como: preocupação, dúvida, ansiedade e 
busca de segurança. Nessa busca de segurança desenvolve um apego exagerado a valores 
externos, como moral, ética, religião, verdade, família etc. Será que sou Tipo 6 mesmo?
Esse apego exagerado a valores externos acontece como substituto do próprio 
discernimento. Ou seja, o Medo corrói o discernimento e gera apego a algo que lhe 
apoie para discernir.
O apoio deve ser algo sólido e confiável, como regras, procedimentos ou a lei. “A lei 
é dura mas é lei”. “Sem regra isso vai virar um caos”, ou ainda na moral, costumes e 
valores do grupo em que ele está inserido.
37Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 37
Conversa
 - Mas bah, tchê, que bom que viestes!
 - Mas gaúcho, vinte anos aqui no Acre e nem o sotaque você perdeu?
 - E já montei até um CTG (Centro de Tradições Gaúchas)!
O Medo revela pessoas ansiosas, que tem uma mente que não para. Querem se sentir 
seguras e, por isso, medem as situações e pessoas em termos de “posso ou não confiar”?
Figura 13 - Dar um jeitinho
Deixa que na 
hora a gente dá 
um jeito! Como assim? 
Que jeito?
Fonte: Senac EaD (2017). 
Claro! Excesso de Prudência acaba gerando uma ansiedade, questionando outros 
pontos de vista em busca de garantias. Aqueles que preferem trabalhar dentro de 
certa dinâmica encontram no Ansioso do Tipo 6 uma ânsia por controle sem muito 
espaço para alternativas.
Não troco o certo pelo duvidoso. Mudar? Mas nós trabalhamos 
assim há anos, funciona desse jeito. Para que mudar? E os valores 
da empresa, a história que ela construiu com isso?
Os Ansiosos do Tipo 6 tendem a ser pessoas prudentes, que querem crescer de forma 
segura e sustentável. Sua perspectiva de êxito no trabalho provém das garantias da 
experiência e de saber com quem se pode contar. “Se todos seguirem os procedimentos, 
tudo vai dar certo”.
38Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 38
Eles são conhecidos como pessoas controladoras. Lidar com o imprevisto lhes deixa 
ansiosos, querendo adotar procedimentos e saber como cada um vai atuar. A possibilidade 
de cada um buscar soluções a partir de suas próprias caixas de ferramentas lhes parece 
insólito e pouco confiável. É comum que não percebam o quanto exercem controle, 
justificando que - pelo jeito deles - o resultado é mais garantido.
Conversa
 - Claro que você pode fazer do seu jeito! Mas como vai ser esse jeito? 
 - Eu pensei em começar fazendo...
 - Ah, então você não tem certeza! E se der algo errado? Mas você é quem 
sabe! A responsabilidade é sua!
 - Ahã???
Eles pensam que estão apoiando os outros, mas estão minando o ponto de vista dos 
outros com dúvidas, fortalecendo o seu ponto de vista, que é mais sólido para ele. 
Poder ou não confiar nas pessoas se torna o tema central e, quanto maior o número 
de pessoas ao seu redor, mais rígido tende a ser esse controle.
Quando eu tinha 10 pessoas na equipe era tudo uma maravilha! Eu conhecia cada 
um deles e sabia muito bem com quem podia contar. Mas agora somos em 60 e 
meu nível de ansiedade aumentou bastante, tenho que ficar atenta o tempo todo!
Você se lembra de algum Ansioso do Tipo 6? 
Embora bem-intencionados, seu nível de ansiedade e controle é excessivo e isso impede 
que percebam as diferentes soluções para diferentes pessoas, que aceitem os diferentes 
ritmos e diferentes contribuições. Acabam julgando aqueles que não agem como eles. 
Preferindo lidar com o que conhecem e com o que é mais confiável. 
Eu jamais faria assim, como ele pôde?
O Ansioso do Tipo6 pode apresentar um Medo sobrevivência. Procuram a aprovação do 
grupo e da hierarquia mostrando-se afetivos e cordiais. Essa manifestação de bons amigos 
também serve para que ele “sinta” as pessoas e possa se sentir mais seguro no grupo. 
39Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 39
Eles são muito ligados às amizades, o que reforça o sentimento de grupo, formando 
um verdadeiro clã. “Não deixo amigo meu na mão”! Mas essa mesma preocupação 
com a sobrevivência pode fazê-lo ficar mais fechado e sério, mais metódico, procurar 
se sentir seguro com seu trabalho.
Conversa
 - Tenho um checklist de toda as coisas que meu chefe precisará em viagens. 
Uma semana antes confiro todos os itens da lista, três dias antes eu repito, 
um dia antes também e no dia dou mais uma conferida. 
 - Você não confia na sua memória?
 - Tenho uma ótima memória, me lembro de tudo!
 - Então por que tanta conferência?
 - Assim fica garantido.
Agora, atenção!!! Vamos ver um Ansioso do Tipo 6 que manifesta o Medo de forma oposta 
ao que vimos até agora e, sendo assim, muitos deles não se reconhecem no Medo. 
Para compreendermos essa diferença, temos de voltar no tempo, mais precisamente 
à infância, quando acontece a formação de nosso Tipo ou padrão de comportamento.
Os Ansiosos do Tipo 6, de uma forma geral, têm uma forte identificação com a figura da 
família que representava a autoridade. Normalmente essa figura é preenchida pelo pai, 
mas pode ser a mãe, irmão mais velho ou avô, contanto que representem o pilar da casa. 
Alguns seguiram a orientação do pai. “Como dizia meu pai...”, depois seguiram os professores 
e hoje seguem as orientações de seu gestor. Eles querem saber o que seu gestor espera 
deles de forma clara e evitam decepcioná-lo. Chamamos esse tipo de medo de fóbico.
Mas como dissemos anteriormente, há um tipo de medo que é oposto ao medo fóbico. 
Chamamos este medo de Contrafóbico e, no caso, a experiência com a figura de 
orientação foi diferente. Eles não concordaram com o pai e sentiram que não poderiam 
confiar plenamente nessa orientação. Tão logo chegaram aos 6 anos, começaram a 
bater de frente com a figura de orientação. Como não puderam confiar totalmente no 
pai, também não confiaram nos professores e tão pouco nos gestores.
40Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 40
O Medo contrafóbico é um medo de ser dominado e ter que baixar a cabeça. Então 
assume uma postura dominante. Há um Medo de ser dependente e então se tornaram 
independentes. Observe o exemplo: 
Figura 14 - O decote
Que decote é esse? 
Comigo você não 
vai sair assim! O quê?
Agora você vai ver 
quem não vai sair! 
Nem meu pai dizia 
como eu podia sair!
Fonte: Senac EaD (2017). 
Qualquer um que assumir uma postura dominante com ele, vai ativar a defesa do 
Tipo 6. Sua defesa é Contrafóbica, ou seja, a melhor defesa é o ataque. Observe o 
posicionamento do funcionário do Tipo 6: Contrafóbico, numa conversa entre o diretor 
de uma empresa e sua equipe. 
Conversa
Perante uma equipe de funcionários o diretor afirma:
 - O procedimento de fechamento do mês que todos vocês executam vai 
mudar a partir de amanhã, e eu quero isso funcionando. Não quero saber 
se o pato é macho, eu quero é o ovo!
Então, o funcionário do Tipo 6: contrafóbico pede permissão para fazer uma 
pergunta e questiona: 
 - Quem é que vai fazer esses procedimentos que o senhor está falando?
 - São vocês! – Respondeu o gestor. 
 - Então não é para nós que devem perguntar como esse negócio é feito? 
– Questionou o funcionário do Tipo 6: contrafóbico. 
 - Calma cara, você está falando com o diretor... – Disse Alice, funcionária da 
empresa.
 - Não sou palhaço, não sou criança pequena! – Falou o funcionário do Tipo 6: 
contrafóbico. 
41Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 41
Nessa cena, quem o diretor trouxe ao subconsciente do Tipo 6 Contrafóbico? Claro, o pai 
e quase que imediatamente a reação de “ninguém manda em mim”!
Outra característica do Tipo 6: contrafóbico é a ambivalência no comportamento com 
quem ele gosta, alternando entre agradar e agredir. Observe o exemplo: 
Conversa
 - Olá, Paula, como vai você?
 - Tudo ótimo!
 - E aquela alteração no processo que você estava fazendo, no final deu certo?
 - Sabe o que aconteceu? É que o meu chefe não quis nem ver, disse que eu 
tinha que fazer tudo de novo, desde o começo.
 - O quê!? E você deixou assim? Isso porque você é muito boca-mole e seu 
chefe faz de você gato e sapato! Se fosse comigo ele ia ver só!
 - Calma, você está me ofendendo!
 - Desculpe, amiga, mas é que não consigo ver você nessa situação!
Eles não percebem que estão sendo agressivos, acham que estão sendo apenas enfáticos. 
Investigue seu Medo
Vamos agora refletir sobre como está o Medo em você, não o quanto você tem ou não 
tem do Ansioso Tipo 6, mas como essa emoção, que está presente em todos, mesmo 
nas menores doses, se manifesta em você.
Recaptulando
Medo: Preocupação, dúvida, ansiedade e busca de segurança. Apego 
exagerado a valores externos, como moral, ética, religião, verdade, família etc.
Como é sua ansiedade?
É importante lembrar que a ansiedade que estamos abordando aqui é uma ansiedade 
de preocupação, na qual o indivíduo fica pensando em todas as possibilidades para 
não ser pego de surpresa. 
Você é muito ansioso? “Têm vezes que eu não consigo nem dormir direito. Não paro 
de pensar e fico resolvendo problemas a noite toda”!
42Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 42
Em situações específicas? “Começo a ficar ansioso lá pelo dia 20, mas me tranquilizo 
próximo do dia 30, quando entregamos os relatórios. Todo mês é a mesma coisa”.
Pouco ansioso? “Eu faço a minha parte. Se não deu, é porque não era pra dar mesmo”. 
O que é segurança para você?
Segurança é algo subjetivo e cada pessoa pode se sentir segura de forma diferente. 
Se sentir seguro é ter saúde? Dinheiro para não passar por dificuldades? Emprego? 
Estar com pessoas conhecidas? Com a família reunida? Ter liberdade nas escolhas? 
O que lhe faz sentir seguro?
Que movimento você faz para obter segurança?
Vamos esclarecer. Observe a situação:
Conversa
 - Você tem medo de ser assaltada?
 - Sim, claro!
 - E você tem alarme em casa?
 - Não!
 - Sua casa tem muro alto, cachorro ou trava nas portas?
 - Não, na verdade a porta de trás, se você empurrar com jeitinho, ela abre.
Veja que aqui existe o Medo, mas não há movimento para satisfazer esse Medo. Agora 
veja um outro exemplo:
Figura 15 - O medo de assalto
Você tem medo de 
ser assaltada?
Tenho!
Tem alarme em casa?
Não só alarme. Tenho 
alarme, cachorro, caco de 
vidro no muro e um spray 
de pimenta perto da porta, 
porque nunca se sabe, né?
Fonte: Senac EaD (2017). 
43Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 43
Viu a diferença? Nesse caso há o movimento. Agora você já pode responder à pergunta: 
Então, que movimento você faz para obter segurança? Guarda dinheiro? Faz check-up 
médico periódico? Confere tudo que acontece no departamento? 
Como lida com situações inesperadas, que fogem ao seu controle? 
O Medo quer controle sobre as situações e evita ser pego de surpresa. É tranquilo para 
você? “Deixa a vida me levar, vida leva eu...”. É um pouco mais complicado? Prefere ter 
as coisas combinadas?
Quais valores você não abre mão? 
Honestidade, confiança, lealdade, comprometimento, responsabilidade, liberdade, respeito, 
autonomia, verdade. De que, em termos de valores, você não abre mão?
Resumo do Tipo 6: O Ansioso
Você aprendeu nesta etapa que a emoção do Medo se manifesta como Vício Emocional 
do Tipo 6: O Ansioso. Normalmente são pessoas leais, gregárias e consequentes, 
levantando sempre os prós e os contras com o foco nos riscos. Mas quando se deixam 
guiar pelo Vício do Medo, acabam sendo ansiosas, preocupadas e controladoras. O Medo 
em nossa abordagemé tratado como preocupação, ansiedade, busca pela segurança 
e o apego exagerado a valores externos. 
O medo pode buscar apoio no discernimento em elementos sólidos e confiáveis, 
fazendo com que o Ansioso se torne mais fechado, metódico, buscando segurança 
no trabalho. “Do meu trabalho ninguém pode falar nada”!
Como também pode buscar apoio no grupo ou na família. “Se é amigo meu não vou 
deixar na mão”!
O medo (Contrafóbico) quer se impor e não se identifica com o Medo. Sua motivação 
não se reflete na segurança física ou no trabalho e, por vezes, ele acaba sendo muito 
impulsivo. O Contrafóbico alterna entre agradar e agredir. “É como aquela música: 
Entre tapas e beijos”.
44Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 44
1.7 SÉTIMA EMOÇÃO: A GULA 
VÍCIO EMOCIONAL DO TIPO 7 - O SONHADOR
Você conhece alguém que tem muita iniciativa e pouca “acabativa”? Veja a seguir o 
que é Gula para o dicionário e como ela é empregada no contexto do curso.
Gula: Excesso na comida e bebida. Predileção para boas iguarias.
Não é difícil notar que essa não será a interpretação que teremos da Gula. A relação com 
a comida e a bebida é apenas um meio, pois o fim é ter prazer e satisfação. Mas não é à 
toa que a Gula ficou relacionada com a comida e a bebida, pois por muitos séculos esses 
eram uns dos poucos prazeres não proibidos. Mas hoje isso ainda é assim? Com tantas 
fontes de prazer, os gulosos não têm nem tempo para comer.
Em nossa abordagem compreendemos a Gula como: a avidez por variedade de estímulos 
e sensações. Quanto mais variedade, melhor. 
Conversa
 - Oi, Paula, o que você está fazendo aqui?
 - Oi, Ana, é que a Maria me pediu uma opinião sobre um tema da área dela. 
Encontrei algumas coisas na internet e vim falar com ela.
 - Poxa, que legal, não sabia que você conhecia de engenharia de produção.
 - Bem, na verdade comecei a conhecer agora. Na conversa com a Maria 
achei tão interessante o assunto e acho que acabei me empolgando. Você 
me conhece, quando eu me empolgo, quero saber tudo.
 - Pois eu lembro de quando você estava empolgada com o planejamento 
estratégico, você deu continuidade?
 - Até certo ponto sim, mas depois começou a ficar meio chato e apareceu 
esse probleminha na produção, sabe como é!
 - Sei, sim, uma novidade, não é? Hehe.
Claro! Excesso de iniciativa acaba gerando uma ansiedade pelo novo e quando o novo 
se torna conhecido não há mais espaço para as possibilidades e tudo começa a ficar 
sem graça, repetitivo e enfadonho. Ter que executar uma tarefa que não oferece mais 
estímulo parece uma repetição sem fim, dando a sensação de aprisionamento e falta 
de liberdade, tema que é central para os Sonhadores do Tipo 7.
Ah, não, de novo no mesmo lugar, vamos conhecer um outro!
45Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 45
A liberdade é compreendida como possibilidade de mudança. Quando há limitação 
de alternativas, aumenta o anseio por mudança.
Conversa
 - Já fiz o roteiro de nossa viagem. Chegaremos no hotel às 14h, sairemos 
então para almoçar no mercado público. Às 16h pegaremos um ônibus 
para o bairro alto, lá ficaremos por uma hora, quando sairemos para 
conhecer o forte no centro da cidade... 
 - Ok, Luis. Estou achando tudo muito interessante, mas você está 
considerando que poderemos querer mudar as coisas em função do que 
encontrarmos lá, não é mesmo? 
 - Não vai ser possível mudar nada. Fiz uma agenda bem funcional para 
aproveitar todos os locais...
 - Ah, Luiz, essas férias estão virando um compromisso. Assim me sinto sem 
liberdade para escolher!
Como a Gula foca nas possibilidades, uma decisão que não dê espaço para continuar a 
buscar possibilidades pode gerar uma sensação de aprisionamento e perda da liberdade. 
Como alternativa para fugir dessa sensação, os Sonhadores do Tipo 7 desenvolveram 
uma grande habilidade em positivar tudo, até mesmo o que não é positivo.
Conversa
 - Soube que roubaram sua câmera de dentro do seu carro. Que droga, hein?
 - Que nada, eu estava mesmo querendo comprar uma câmera nova e aquela 
estava me empatando, o universo abriu espaço para uma nova!
No final, para o Sonhador, vale a máxima que diz: “Tudo sempre acaba bem e, se não 
estiver bem, é porque não acabou ainda”. 
De forma geral, a Gula revela pessoas com mentes inquietas, com espírito jovial e 
revolucionário. “Deixe de ser quadrado! A cabeça é redonda para a gente mudar de ideia”!
46Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 46
Mas como o tema aqui é a dose, mesmo o que parece inicialmente uma atitude 
positiva, em excesso pode acabar gerando uma fuga de aspectos mais densos e tarefas 
menos prazerosas.
Figura 16 - Tarefas menos prazerosas
Certo, Luiz. Então 
vamos revisar todos 
os processos para 
ver se não deixamos 
nada para trás.
Ah, Carlos, já chega! Tá 
tudo aí, se faltar algo a 
gente vê na hora. Já 
estamos há mais de 
uma semana em cima 
desse mesmo assunto. 
Já não aguento mais.
Fonte: Senac EaD (2017). 
Lembre-se de que estamos falando de alguém que tem avidez pela variedade de 
estímulos. Essa é a base para uma mente ágil, que acredita que sempre há uma solução. 
Como consequência, temos a facilidade com a improvisação.
Conversa
 - Você viu a solução que o Carlos sugeriu na reunião?
 - Impressionante, eu achava que não tinha mais solução, mas ele me fez 
acreditar que sempre vale a pena tentar. 
 - É, foi o que ele me disse uma vez: só não erra quem não tenta.
 - E quem não arrisca não petisca!
47Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 47
Mas quando é a Gula quem dirige a improvisação, temos um escapismo.
Conversa
Mário tem sempre uma desculpa na ponta da língua. Esses dias Júlio pensou 
que iria conseguir colocá-lo na parede.
 - Júlio, amanhã não poderei estar aqui na parte da manhã.
 - Mas o que foi que aconteceu, Mário? Questionou Júlio.
 - Meus irmãos e eu levaremos minha mãe ao hospital e vamos ter que tomar 
algumas decisões sobre seu internamento. 
 - Ok, então.
Na manhã do dia seguinte Júlio soube que o irmão de Mário tinha ligado para 
a empresa à procura de Mário. Foi quando quis colocá-lo na parede.
 - Então, Mário, deu tudo certo hoje de manhã com sua mãe lá no hospital?
 - Tudo 10, resolvemos tudo!
 - E seus irmãos foram também?
 - Sim, todos os meus irmãos foram.
 - Então como é que um deles ligou para cá de manhã, lhe procurando?
 - Quem ligou? – Perguntou Mário.
 - O Carlos, dizendo ser seu irmão! Respondeu Júlio.
 - Ah, o Carlos é meu camarada! Ele me chama de irmão!
“Tá vendo, não tem jeito!” - Pensou Júlio.
Os Curiosos do Tipo 7 são otimistas, improvisadores e bem-humorados. São também 
criativos e estão sempre em busca de novas alternativas para a equipe. Mas quando são 
conduzidos pelo Vício Emocional da Gula, acabam sendo argumentadores compulsivos, 
inconsequentes e instáveis. Eles são conhecidos como “fogo de palha” ou ainda “cavalo 
paraguaio”, aquele que só tem arrancada. 
48Entendendo a si mesmo e ao seu cliente: Eneagrama das Personalidades 48
Figura 17 - A reunião
Descobri um sistema muito legal! Vamos 
mudar tudo aqui na empresa. Vocês vão ver 
como as coisas irão melhorar. Vai ser ótimo!
Nem se preocupe, 
semana que vem ele 
muda de ideia.
Fonte: Senac EaD (2017). 
Quando a implantação de uma mudança se torna maçante, a fixação que a Gula gera faz com 
que os gestores fujam para mais possibilidades. A consequência negativa desse comportamento 
é percebida como instabilidade, o que pode gerar insegurança para a maioria.
Conversa
 - Dos cinco novos projetos que iniciamos todos os anos, uns dois dão muito 
certo e os demais eu jogo de lado, com isso fechamos o ano em alta!
 - É, para você pode parecer muito legal, mas para mim não é assim, não. 
Quando você chega com um novo projeto, a gente nem se liga muito, 
pois sabe que daqui a pouco você estará dizendo para largarmos e 
começarmos o novo

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