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AULA 02

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AULA 02 – Exigências Formativas no Mundo Contemporâneo 
MÓDELO 01 - DESENHO CURRICULAR
CONCEITO DE CURRÍCULO: Antes de debater a questão principal deste módulo, a importância do desenho curricular da educação profissional, é importante entender um pouco sobre o conceito de currículo. Alguns pesquisadores da temática (SACRISTÁN, 2013; APPLE, 2008; ARROYO, 2011; GOODSON, 1997) afirmam que o termo é difícil de conceituar, tendo em vista as modificações que o vocábulo adquiriu ao longo dos séculos. Etimologicamente, a palavra “currículo” vem do latim curriculum, que remetia a tempo corrido, um percurso. Também o entendemos como um documento com os dados pessoais, a formação escolar ou acadêmica e a experiência profissional, como o curriculum vitae.
No que diz respeito à Educação, as primeiras concepções de currículo podem ser percebidas no final da Idade Média, quando os conteúdos educacionais eram divididos em trivium (três artes: gramática, retórica e dialética) e quadrivium (quatro artes: aritmética, geometria, astronomia e música). Desde a sua gênese, o currículo representa: 
[...] a expressão e a proposta da organização dos segmentos e fragmentos dos conteúdos que o compõem. (SACRISTÁN, 2013, p. 17)
Ele associa-se com a visão contemporânea do conceito relacionada à ideia de seleção e à organização dos conteúdos a serem trabalhados. Pensar o currículo é definir os conteúdos que serão abordados para uma classe de estudantes.
Podemos entender currículo (LOPES; MACEDO, 2011) como experiências de aprendizagens planejadas efetivadas na escola para garantir a formação dos alunos por meio de atividades organizadas. Ele é também (SACRISTÁN, 2013) uma construção cultural; localizado em um contexto específico, expressa o equilíbrio de interesses e forças que predominam no sistema educacional em determinado momento histórico. Por outro lado, o currículo é uma questão de identidade, poder e saber.
Para o pesquisador Tomaz Tadeu da Silva (2007), existem pelo menos três grandes teorias do currículo:
TEORIAS TRADICIONAIS: abordam temáticas como ensino, aprendizagem, avaliação, metodologia, didática, organização, planejamento, eficiência e objetivos.
TEORIAS CRÍTICAS: discutem sobre ideologia, reprodução cultural e social, poder, classe social, capitalismo, relações sociais de produção, conscientização, emancipação e libertação, currículo oculto e resistência.
TEORIAS PÓS-CRÍTUCAS: debatem a respeito de identidade, alteridade, diferença, subjetividade, significação e discurso, saber-poder, representação, cultura, gênero, taça, etnia, sexualidade e multiculturalismo. 
De forma mais ampla, um currículo aborda a cultura nacional por meio das atividades educacionais que organizam e estrutura a forma de ver “a realidade”. Mas também pode refletir e definir a cultura de determinada sociedade. Um bom currículo ainda interliga profissionais de todos os níveis de ensino e áreas disciplinares. 
Os professores podem trabalhar juntos para planejar atividades, discutir conteúdos e trocar ideias. Ter discussões regulares sobre o currículo cria oportunidades para envolver todas as partes interessadas: professores, gestores, pais e comunidades. Também oferece aos profissionais do magistério uma plataforma por meio da qual podem compartilhar melhores práticas, conhecimentos e recursos uns com os outros.
Desenho curricular da educação profissional
A ideia de um desenho curricular integrado se estabelece a partir da aprendizagem instituída na formação básica associada à formação profissional. Tal ideia possibilita que os estudantes tenham acesso tanto aos conteúdos científicos quanto aos culturais ao longo da formação técnica profissional.
Atenção! É crucial que levemos o espírito crítico para dentro dos espaços de formação profissional com o intuito de encorajar futuros profissionais a combaterem a desigualdade e demonstrar também como as instituições educacionais, por si mesmas, constituem um local de desigualdade que permite sistemas de opressão. O desenho curricular da educação profissional certamente vem seguido de desafios e questões, como: é possível combater os sistemas de opressão por meio da seleção de conteúdos curriculares? Como o currículo pode proporcionar essas discussões? Dentro de uma estrutura educacional restritiva e com tempo e recursos limitados, como podemos realmente desafiar as hierarquias institucionais? Como podemos incentivar a reflexão crítica dentro e fora dos espaços de formação profissional?
No que tange à educação profissional, não se pode deixar de considerar a relevância dos conhecimentos gerais e específicos que compõem a base do processo educativo. É preciso ainda se ater à importância dos critérios de seleção dos conteúdos que serão abordados, tendo em vista que a efetivação de um currículo é resultado de uma seleção. Sendo assim, o desafio constante de se organizar o currículo da educação profissional está na escolha dos conhecimentos válidos, essenciais, que estruturam a base curricular dos cursos de formação profissional.
Pensar uma proposta curricular para a educação profissional pressupõe romper com as estruturas rígidas e fragmentadas do conhecimento, ou seja, possibilitar a flexibilização curricular necessária para se estabelecer o diálogo entre os saberes, as culturas e áreas diversas. O desafio que se estabelece para tal ação está no rompimento de barreiras institucionais que impedem a integração.
É necessário construir um currículo que permita aos estudantes continuarem seus estudos, participarem do mundo do trabalho e exercerem o ofício da profissão técnica sem se distanciarem da realidade do processo de ensino-aprendizagem. Não se pode desconsiderar que o currículo precisa ser flexível, para o qual é permitido rever conceitos, métodos, paradigmas e manter o diálogo constante entre a teoria e a prática. Aplicar, portanto, o conhecimento técnico na prática é um pré-requisito para uma sociedade de sucesso, além de estimular a autonomia e a criatividade.
Integração do currículo: como é possível?
Tal integração pode acontecer por meio do reconhecimento dos saberes, das narrativas e das experiências vivenciadas por docentes e discentes, considerando as metodologias, as disciplinas, os conteúdos abordados, as práticas pedagógicas e os objetivos dos cursos, das parcerias estabelecidas; requer, sobretudo, a troca de conhecimento entre profissionais!
A educação profissional também pode ocorrer por meio da leitura e pesquisa independentes nas diferentes abordagens de conteúdo, nos novos métodos de ensino, nos avanços da tecnologia, nas mudanças nas legislações, nas políticas públicas educacionais, nos procedimentos e nas necessidades de aprendizagem dos estudantes.
O desafio da educação profissional, portanto, está na relação ética estabelecida nas salas de aula, nas instruções pedagógicas, na cultura escolar, nas avaliações, nas relações interpessoais e, sobretudo, na composição do currículo.
É indispensável que se estimule a autonomia dos estudantes no que tange à educação profissional, pois o ensino se tornou um trabalho especializado e complexo, uma atividade rigorosa que exige de todos os seus participantes um verdadeiro profissionalismo. Tal realidade, muitas vezes, apresenta problemas associados à falta de bibliotecas bem equipadas para trabalho, à ausência de projetos de pesquisa específicos da área técnica, à falta de motivação por parte dos profissionais e estudantes e à não aplicabilidade de tecnologia moderna e tecnologia da informação para o ensino, entre outras dificuldades que contribuem para o sucateamento da educação e, consequentemente, para a desvalorização profissional.
Ao desenvolvermos um desenho curricular da educação profissional que reconheça os alunos como agentes de conhecimento, abraçamos os espaços de formação como um ambiente transformador, recuperando o potencial político de seu passado problemático e reacendendo novas esperanças para o futuro da educação.
Atenção! Você já parou para pensar que as instituições de ensino são universos cada vez maisdesafiadores, mas de vital importância, da – e na – luta política? Que os espaços educacionais se constituem em um lócus de conexão, empatia e luta compartilhada? Essas reflexões abrem uma discussão a respeito da educação profissional como uma prática emancipatória que desafia as influências neoliberais. É importante, no processo de formação profissional, permitir que os alunos descubram sua voz autêntica, assim como seu destino histórico de emancipação.
Por considerar a seleção de conteúdo um processo democrático, a funcionalidade do currículo somente ganha sentido diante de um desenho curricular profissional que estimule saberes necessários para propor aprendizagens autônomas, cuja base não é somente material, mas também intelectual, afetiva, significativa.
Ao entender a educação profissional não somente como uma modalidade puramente técnica, mas também intelectual, abrem-se possibilidades educacionais ainda não exploradas de metodologias de ensino que proporcionam um melhor entendimento da prática docente. Práticas essas que levam em consideração a cultura do “outro”, suas percepções e seus valores culturais. Com isso, a participação representa uma força de ação consciente para que seja possível a superação dos desafios e das dificuldades imprevisíveis que habitam o cotidiano da formação profissional, como:
· A ausência de planejamento nas instituições de ensino
· A não atenção com o ingresso
· A permanência e o sucesso dos futuros profissionais
· O não incentivo á pesquisa efetiva
Há de se questionar as diretrizes e políticas educacionais com o objetivo de implementar projetos compromissados com princípios democráticos que:
· Valorizem um ambiente autônomo
· Intensifiquem a participação e o dialogo entre os participantes garantindo o respeito 
· Selecione informações realmente associadas á melhoria das atividades 
Problematizar o currículo pode contribuir com práticas que reconheçam valores culturais implícitos nos espaços institucionais e estejam pautadas no compartilhamento de ideias e na responsabilidade com a formação profissional. Deve-se buscar resoluções de dificuldades e limitações institucionais por meio da construção do espírito de equipe, do reconhecimento da diferença. Tais ações tendem a fortalecer a autonomia necessária às organizações educacionais.
Também é necessário promover o espaço de formação crítica e questionadora do caráter monocultural e homogeneizante que predomina nas instituições educativas. Considerar o ambiente de formação como um organismo vivo, dinâmico, ciente de seu compromisso em representar não só novas ideias, mas também de trabalhar com a ordem diferenciada, transformadora e dialética, representa defender metodologias de ensino que combatam as desigualdades presentes nos espaços educacionais de uma maneira ampla.
Garantir um currículo que atenda às exigências do mundo contemporâneo requer uma formação que ultrapasse o domínio de meras técnicas pedagógicas e assegure o diálogo com os múltiplos saberes.
A implementação de uma proposta curricular coloca a temática da profissionalização no centro das discussões sobre formação profissional. Não há possibilidade de se constituir um currículo educacional como um lugar uníssono, uniforme ou uniformizador.
As várias vozes, os múltiplos significados presentes no cotidiano de formação, encontram lugar no debate sobre autonomia e saberes educacionais. Para tornar possível esse pensar, sentir e agir plural que compartilha em vez de excluir, é necessária uma mudança paradigmática que envolva a participação dos profissionais de Educação.
É preciso reconhecer as ideias, os sentimentos, as diversas teias de significados, da visão de mundo e atitude diante do mundo. As estruturas rígidas, dualistas, dogmáticas não dão conta de pensar e agir em contextos diversificados, como o contexto de formação profissional. É necessário desconstruir referências ideológicas, esclarecer referências teóricas, desvendar práticas sociais, ressignificar práticas pedagógicas, posicionar-se politicamente e situar-se socialmente.
Diante do contexto globalizado e diverso no qual vivemos, é urgente a substituição de atitudes cristalizadas por práticas curriculares inovadoras, estratégicas e pautadas na interatividade e criatividade, promovendo, assim, espaços de possibilidades.
A educação tem sido atravessada por intensas transformações que não permitem uma estrutura meramente burocrática. Mudanças essas que se traduzem em múltiplas medidas, as quais têm como objetivo: redefinir o conceito de formação, reforçar a autonomia e promover o intercâmbio entre as instituições, adaptando-as à diversidade das situações cotidianas, além de ressignificar o currículo profissional.
A realidade educacional é construída socialmente, pois há um conjunto de significações que delineiam as experiências educacionais, as quais não podem ser silenciadas, e sim orientadas para a dinamização e a coordenação do processo co-participativo que atenda aos interesses não só de quem ensina e aprende, mas também de todos que fazem o processo educacional acontecer.
Se as discussões sobre o currículo atravessam momentos de questionamentos, então tais indagações precisam acontecer também no interior das instituições educacionais. As mudanças ocorridas com o avanço da tecnologia pressionam as velhas estruturas do sistema educacional. Debater sobre o tema do currículo para educação profissional significa trazer algumas indagações:
· Como planejar, organizar e aperfeiçoar propostas curriculares que estimulem a autonomia?
· Quais propostas e metodologias contemplam a diversidade de saberes no contexto da educação profissional?
Um currículo integrado deve:
· Refletir a heterogeneidade cultural;
· Compreender as necessidades dos vários grupos, a dinâmica da valorização das diferenças;
· Incorporar suas contribuições à missão institucional;
· Construir um ambiente acessível. Em outras palavras, saber lidar com a pluralidade, o que inclui mudanças de pensamento, assim como a transformação da cultura institucional.
O currículo deve ter como objetivo despertar o interesse na pluralidade social e encorajar os estudantes a desenvolver metodologias diferenciadas no cotidiano institucional. Além disso, deve desenvolver nos alunos os conhecimentos e as habilidades que lhes permitam criticar e participar ativamente em todas as esferas da vida social.
Os docentes devem ter a oportunidade de discutir e compartilhar suas atividades, propostas e indagações. O conteúdo do currículo, a organização da sala de aula, os procedimentos de avaliação e a disciplina podem ser considerados dentro do contexto de uma política estabelecida e de procedimentos definidos e escolhidos democraticamente.
É importante ressaltar que, por razões políticas, sociais, educacionais e econômicas, é necessário reconhecer as instituições de ensino como organizações culturalmente diversas. Nesse sentido, o desenho curricular da educação profissional deve contemplar a todos. Trata-se também de encorajar os atores educacionais a terem papéis atuantes em seu ambiente institucional, levando suas histórias e experiências para o escopo do ensino e do aprendizado, desenvolvendo atitudes positivas sobre diferentes grupos de pessoas e aprendendo como avaliar o conhecimento a partir de diferentes perspectivas.
Questão 1 
O currículo é um conceito bastante discutido e possui inúmeras definições. Uma das mais comuns é a afirmação de que ele é um instrumento de poder. Dito isso, podemos afirmar que a teoria crítica do currículo discute sobre:
R: classe social, ideologia, resistência 
A teoria crítica do currículo tem como principal objetivo questionar a organização social e seu impacto sobre a educação. Tal teoria tende a questionar os fatores que contribuem para desigualdades e injustiças sociais. Assim como as teorias tradicionais eram de ajustes e adaptações, as críticas são pautadas na desconfiança, no questionamento e na transformação social. Portanto, trata-se de teorias que buscam compreender como a realidade se reproduz por meio da classesocial, da resistência e das ideologias.
Questão 2
O currículo escolar contempla diversas temáticas, como ensino, aprendizagem, sexualidade, resistência, organização, planejamento, meio ambiente, cultura, linguagens, discurso e saúde. São temáticas debatidas na teoria pós-crítica, exceto:
R: ensino e aprendizagem
A teoria pós-crítica do currículo está além da discussão meramente técnica da teoria tradicional presente nos conceitos de ensino, aprendizagem, eficiência, organização e planejamento. A pós-crítica tem como objetivo levar nossa concepção de política além do conceito tradicional, intensificando o debate das temáticas abordadas. Estabelece-se, portanto, uma crítica aos processos de dominação presentes nas relações sociais, educacionais, políticas e históricas.
MÓDULO 02 – PROJETOS NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 
Antes de iniciar o debate sobre projetos em educação profissional, é importante entender o que significa Projetos na educação profissional em Educação.
A metodologia de projetos pode ser entendida como uma abordagem colaborativa na qual o professor estimula os alunos a aplicarem conhecimentos e habilidades na resolução de problemas concretos por meio da investigação e da pesquisa. Os projetos são centrados nos alunos seguindo padrões, parâmetros e marcos identificados pelo professor.
Mas de onde surgiu essa metodologia? Como a Projetos na educação profissional ganhou expressividade? Quais foram suas principais abordagens teóricas?
A Projetos na educação profissional se tornou um método de ensino reconhecido e o símbolo da educação progressista em 1918, quando o pedagogo americano William Heard Kilpatrick (1871-1965) publicou pela primeira vez um trabalho a respeito desse tema. A metodologia criada resultou das experiências práticas observadas no cotidiano, do incentivo ao trabalho em grupo e da competição entre os alunos, além da crítica ao sistema de avaliação tradicional, que abriu margens para a implementação de uma nova prática de ensino por meio de projetos.
Saiba mais: Kilpatrick sustentava a ideia de que a escola deveria ser mais voltada para a sociedade, concentrada na criança e no reconhecimento das regras democráticas. A nova proposta educacional incluiu aprendizagem conjunta e trabalho em equipe, sendo enriquecida com as narrativas do cotidiano escolar. A metodologia de projetos teve como base principal as ideias progressistas defendidas por John Dewey como uma maneira de criticar as regras e as formas tradicionais do ensino, como a mera transmissão de conhecimentos, o autoritarismo presente nos sistemas educacionais e a subordinação às normas escolares.
A aprendizagem e o ensino com base na metodologia de projetos e na filosofia empírica, práticas defendidas por Dewey e Kilpatrick, estruturam-se nas relações estabelecidas entre os alunos e os professores. Dessa forma, as ideias progressistas sustentadas pela Projetos na educação profissional se referiam à liberdade de ensinar e aprender, à crítica ao ensino tradicional e ao processo de memorização de conteúdos pelos alunos.
Tal metodologia permitiu a implementação de regras de aprendizagem por meio da experiência e da resolução de problemas. Como resultado dessas mudanças, o foco da educação foi deslocado para a aplicação ativa do conhecimento, ou seja, o despertar dos alunos para a emancipação, a participação e o engajamento no cotidiano escolar.
“Dewey (1859-1952) afirmava que as crianças não chegavam à escola como uma lousa limpa na qual os professores poderiam escrever as lições sobre a civilização. Quando chega à classe, a criança já é intensamente ativa, e a incumbência da educação consiste em assumir a atividade e orientá-la. Quando ela inicia sua escolaridade, leva em si quatro impulsos inatos - o de comunicar, o de construir, o de indagar e o de expressar-se de forma mais precisa - que constituem os recursos naturais e o capital para investir, de cujo exercício depende o crescimento ativo da criança. Ela também leva consigo interesses e atividades de seu lar e do entorno em que vive, cabendo ao educador a tarefa de usar a matéria-prima orientando as atividades para “resultados positivos” (WESTBROOK; TEIXEIRA, 2010, p. 15)
Historicamente falando, a Projetos na educação profissional sofreu influência do desenvolvimento da indústria cultural, que aconteceu no período de rápido crescimento econômico nos EUA, principalmente graças à revolução tecnológica e aos meios inovadores de processamento de informação durante o século XX.
A aplicação da metodologia de projeto na Educação contribui para o desenvolvimento do aluno, bem como para o aperfeiçoamento da aquisição do conhecimento, das aptidões escolares e das competências sociais. Além disso, a abordagem de projetos colabora com o aprimoramento das habilidades metodológicas do professor, tornando-se uma fonte valiosa de conhecimento.
Esse método permite mais liberdade na escolha de determinado modelo de ensino, dependendo do nível de desenvolvimento e das necessidades dos alunos. Nesse contexto, a metodologia de projeto é extremamente útil devido às suas especificidades. Por isso, os professores devem estar mais cientes dos benefícios de seu uso metodológico, possibilitando novos olhares na pesquisa em Educação, assim como na prática educativa. 
Projetos em educação profissional
Desde sua criação por Kilpatrick e Dewey na década de 1920, nos Estados Unidos, a Projetos na educação profissional tem como objetivo possibilitar uma formação profissional que estabeleça um diálogo entre teoria e prática. A partir de então, outros pesquisadores escolanovistas, entre os quais Adolphe Ferrière, William Kilpatrick, Maria Montessori, John Dewey, Ovide Decroly, Éduard Claparède e Roger Cousinet, dedicaram-se a ela.
A Projetos na educação profissional tem recebido outras denominações, como, por exemplo:
· Projetos na educação profissional
· Pedagogia de projetos
· Projetos de trabalho
A educação é uma das ferramentas mais importantes para capacitar os alunos com conhecimento, autoconfiança e habilidades necessárias para participar plenamente do processo de desenvolvimento da vida. Associada à educação, a Projetos na educação profissional é uma combinação de práticas relacionadas à lógica, aos métodos e aos processos que determinam a melhor forma de planejar, desenvolver e controlar um projeto ao longo do processo contínuo de sua implementação e conclusão bem-sucedida.
Podemos destacar alguns pontos quanto à Projetos na educação profissional voltados para a educação:
Objetivos Um dos principais objetivos educacionais é fazer com que os alunos sejam capazes de pensar de forma independente, autônoma, para que, assim, sejam capazes de enfrentar os problemas, dentro e fora da escola. É importante que usem seus conhecimentos e suas habilidades em prol do meio ambiente e da sociedade. Para isso, precisam de experiências positivas adquiridas ao longo do processo de aprendizagem, as quais, para eles, são fontes de energia e entusiasmo. A Projetos na educação profissional associada à resolução de problemas permite que os alunos coletem dados, reflitam e realizem ideias.
Benefícios A metodologia de projetos desperta nos alunos a habilidade de lidar com os problemas que estão enfrentando de forma eficiente e eficaz e os torna capazes de tratá-los com mais facilidade e sob uma nova perspectiva. É um método criativo de resolução de problemas reconhecido em todo o mundo e usado de maneira eficiente por muitas organizações e empresas, incluindo também as escolas. O método é flexível, podendo ser usado tanto em longo como em curto prazo, além de ser facilmente adaptado a condições específicas de aprendizagem.
Como funcionam as etapas da metodologia de projetos? A resolução criativa de problemas é particularmente útil durante o desenvolvimento e a realização de projetos nas escolas. A metodologia de projetos segue as seguintes etapas:
· Formulação do problema: O professor e os alunos examinam determinado tema.
· Resolução do problema: Eles determinam a ação a ser utilizada diante do problema.
· Avaliaçãodos resultados: Depois, realizam o processo comunicativo.
A cada etapa, os alunos assumem cada vez mais o papel de um gestor capaz de tratar os temas. A responsabilidade é passada gradativamente do professor para os alunos.
No início, é o professor que orienta o processo e estabelece as diretrizes; depois, os alunos assumem a gestão do projeto, e ele passa a ser um observador. O professor controla o avanço dos alunos, garante a possibilidade de mudança de papéis, desenvolvendo os conhecimentos e as habilidades deles, avaliando o seu desempenho com crítica e introduzindo novas ideias e métodos no processo de aprendizagem, o que, assim, exclui os fatores que limitam seu desenvolvimento.
A definição dos objetivos parte da identificação de um problema e das razões para a sua resolução. A partir desses objetivos, traça-se um projeto, ou seja, são definidas as formas de solucionar o problema.
Geralmente, tenta-se dividir em partes significativas ou unidades de resolução e, em seguida, distribuir tarefas, definir recursos para usar e programar sua implementação. Após as atividades de pesquisa, é necessário criar um processo de diálogo. Por fim, a apresentação pública do projeto em sala de aula deve mostrar a solução do problema, delimitando a sua relevância. O projeto tem de ser discutido e avaliado em termos das contribuições alcançadas e dos possíveis problemas restantes a serem solucionados.
A metodologia de projetos utilizada na educação profissional se desenvolve a partir da pesquisa, do estudo teórico e do método comparativo que mostra a pesquisa e o uso de novas estratégias pedagógicas na esfera educacional. A ideia principal do método de ensino por projeto é oferecer uma oportunidade para os alunos conhecerem a si mesmo, estudarem e mostrarem seus conhecimentos e suas habilidades práticas científicas. Ele desempenha um papel crucial na formação profissional, que visa atender às exigências da sociedade contemporânea.
“A reforma da educação profissional tem suscitado uma revisão abrangente da organização e do funcionamento do sistema educacional, tendo como foco central a questão da organização curricular. Busca-se a superação da visão conteudista da educação em direção a um modelo que privilegie o desenvolvimento de atitudes e a formação de valores necessários a uma atuação competente na sociedade. Esse movimento se justifica pelas novas demandas sociais, direcionadas, sobretudo, para as novas tecnologias da informação, presentes não só nos mercados produtivos, como também nas relações sociais fora desses centros. Assim, a emergência de novos paradigmas na educação tem a função de adequar a formação dos indivíduos a um mundo onde as relações produtivas e sociais são cada vez mais instáveis, exigindo dos indivíduos uma constante disponibilidade para a mudança (BARBOSA; GONTIJO; SANTOS, 2004, p. 2)
O trabalho do projeto deve ser gerado a partir de escolhas sobre as experiências dos alunos. O tema precisa ser inserido de forma genérica nos objetivos curriculares, devendo partir de uma experiência compartilhada pelos alunos, uma questão da atualidade. Excepcionalmente, ele pode partir de um problema proposto pelo professor, havendo a necessidade de se trabalhar essas questões. Todos os temas podem ser abordados com a metodologia de projeto.
Os métodos de ensino de projeto são realmente direcionados para a formação profissional. Ao realizar projetos individualmente, os alunos criam a “própria maneira de buscar o conhecimento”. A base teórico-metodológica do ensino de projetos é garantida pelo aumento da qualidade de conhecimento e aprimoramento por meio da pesquisa. Os alunos tornam-se elementos centrais de suas atividades criativas, educacionais e informativas.
Resumindo Os projetos têm papel central no desenvolvimento pessoal e educacional dos alunos e de todos os envolvidos no processo. Dessa forma, a metodologia de projetos contribui para o aperfeiçoamento educacional e, consequentemente, profissional, aumentando os interesses, as responsabilidades e as atividades com o objetivo de alcançar metas e de aperfeiçoar as competências comunicativas, culturais e políticas dos alunos.
Qual é o papel do professor na metodologia de projetos?
Aprender por meio de projetos tem se tornado uma característica comum na formação de profissionais. Durante o cotidiano de formação, pode-se aprender por meio da solução de um problema (muitas vezes não definido) ou pela necessidade de atividades educacionais variadas, tendo em vista que os projetos geralmente resultam em um produto final. O trabalho frequentemente prolonga-se por um período de tempo considerável, embora o intervalo de tempo possa variar.
Além disso, o corpo docente está envolvido em um papel consultivo e não deliberativo em qualquer etapa do processo de construção do projeto. São atividades orientadas e realizadas por intermédio de práticas que levam em consideração o diálogo do grupo, exigem que algo novo seja experimentado e selecionam e ordenam as ideias para expressar um novo grau de habilidade ou conhecimento. Portanto, esses projetos são conduzidos sob a orientação do docente, enquanto o trabalho é realizado pelos alunos, visando à aquisição de determinados conhecimentos, competências e valores.
A metodologia de projeto em sala de aula parte da formulação de qualquer problema, preferencialmente coletivo e criado a partir das especificidades de cada grupo, e da busca por possíveis soluções. O problema é um desafio que deve ter uma resposta.
Porém, em sala de aula, cabe ao professor definir o nível dos desafios e sua relevância para o processo educacional. Também é função dele orientar os alunos a desenvolver projetos relevantes e significativos, bem como uma compreensão adequada dos contextos das atividades.
O objetivo da atividade é ampliar o potencial de cada aluno. Isso se dá por meio do projeto, que parte da busca pela solução de um problema e que se realiza efetivamente em um intervalo de tempo em um contexto educacional. As experiências de trabalho com projetos possibilitam desenvolver a percepção de si mesmo, do outro e do contexto social; incentivam atividades cooperativas; despertam a motivação; e aproximam a proposta educacional da realidade.
O projeto tem de se originar a partir de escolhas sobre as experiências dos alunos. O tema precisa ser inserido de forma abrangente nos objetivos curriculares do programa educacional, partindo de uma experiência compartilhada - de preferência, uma questão da atualidade. Todos os temas podem ser abordados com a metodologia de projeto. O professor deve, após a definição do tema do problema, ajudar a levantar o conjunto de hipóteses.
Atenção! É importante levar em consideração que um projeto não é apenas a aquisição de informação, mas também um meio de adquirir novos conhecimentos para utilizar e consolidar aqueles adquiridos e aplicá-los em novos contextos. O professor também tem um papel relevante no monitoramento da coleta de informações, chamando a atenção para conceitos essenciais, trabalhando a motivação do grupo para o alcance de seus objetivos, estando ciente das dificuldades e mediando sua superação.
A metodologia de projeto se baseia nas necessidades e curiosidades dos alunos. Ela procura criar um desafio que, para ser resolvido, requer a procura e utilização de novos conteúdos.
Essa metodologia ativa a participação por meio de atividades lúdicas e desenvolve a afetividade e a habilidade de se trabalhar em grupo, exigindo do educador a mediação da aprendizagem, a negociação de ações, o ajuste de processos e o equilíbrio da contribuição de cada um no grupo.
Atualmente, as demandas de formação profissional nas sociedades contemporâneas exigem uma visão mais global do mundo: a necessidade de interligar a aprendizagem a situações e problemas reais e de buscar cada vez mais atividades de caráter cooperativo. Educar e formar para vida requer o desenvolvimento de competências, como aprender a se comunicar, argumentar, saber agir e enfrentar situações-problemas e, por fim, atuar em sociedade de formaconstrutiva e cooperativa com o intuito de apresentar propostas construtivas.
Atualmente, mudanças muito rápidas têm ocorrido com o uso crescente de tecnologias. A exigência contemporânea é desenvolver, desde a tenra idade, o domínio de novas tecnologias. A metodologia de projeto permite rever práticas educativas para ajudar os alunos a desenvolver competências cognitivas e afetivas.
Projetos em educação profissional utilizam aprendizagem ativa a partir de dinâmicas de grupo que combinam auto-reflexão e observação do outro no contexto para criar uma ação comum. Inclui-se nisso a busca de temáticas, interesses, conhecimento e experiências dos alunos em sua relação com o “currículo”. É possível escolher um tema atualizado coletado de uma notícia do dia. Não há limites para as ideias de projetos, mas é conveniente que o projeto esteja de acordo com as propostas curriculares do programa.
Questão 1 
A metodologia de projetos se tornou um método de ensino reconhecido e o símbolo da educação progressista em 1918, data em que o pedagogo americano William Heard Kilpatrick (1871-1965) publicou pela primeira vez um trabalho a respeito do tema. A metodologia de projetos teve como base principal as idéias progressistas defendidas por John Dewey como uma maneira de criticar as regras e as formas tradicionais do ensino, como:
R: A organização do trabalho e o planejar
As idéias progressistas sustentadas pela metodologia de projetos se referiam à liberdade de ensinar e aprender, à crítica ao ensino tradicional e ao processo de memorização de conteúdos pelos alunos. Sendo assim, permitiu-se a implementação de regras de aprendizagem por meio da experiência e da resolução de problemas. Como resultado dessas mudanças, o foco da educação foi deslocado para a aplicação ativa do conhecimento, ou seja, o despertar dos alunos para a emancipação, a participação e o engajamento no cotidiano escolar, afastando-se, dessa forma, de uma metodologia tradicional de educação.
Questão 2 
A metodologia de projetos é um método criativo de resolução de problemas reconhecido em todo o mundo e usado de forma eficiente por muitas organizações e empresas, incluindo-se também as escolas. Sobre essa metodologia, podemos afirmar que ela assumiu outras denominações. Aponte a alternativa que as descreve da melhor forma:
R: Metodologia de projetos, pedagogia de projetos, projetos de trabalho.
MÓDULO 03 – EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL 
Breve histórico da educação profissional no Brasil
Foi durante o período da colonização no Brasil que surgiram as primeiras ideias sobre a formação para o trabalho, tendo os índios e negros escravizados como os aprendizes de ofícios. A necessidade de um ensino mais específico teve origem juntamente com o início da exploração de ouro em Minas Gerais, possibilitando o surgimento das Casas de Fundição e de Moeda (BRASIL, 2010).
Ainda durante esse período, foram criados os Centros de Aprendizagem de Ofícios nos arsenais da Marinha no Brasil. Recrutavam-se pessoas com aptidão para o trabalho na produção.
Foi somente com a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil (GARCIA, 2000), em 1808, que foi possível criar o Colégio das Fábricas. Diante desse panorama, Nilo Peçanha assinou o Decreto n° 787, de setembro de 1906, criando as quatro primeiras escolas profissionais à época: Campos, Petrópolis, Niterói e Paraíba do Sul, sendo as três primeiras voltadas para o ensino de ofícios e a última, para a aprendizagem agrícola.
O ano de 1906 entrou para a história como aquele que consagrou o ensino técnico-industrial no Brasil pela realização do Congresso de Instrução, que apresentou ao Congresso Nacional um projeto de promoção do ensino prático industrial, agrícola e comercial a ser mantido com o apoio conjunto do governo da União e dos estados. O projeto previa a criação de campos e oficinas escolares nos quais os alunos dos ginásios seriam habilitados como aprendizes no manuseio de instrumentos de trabalho.
A Comissão de Finanças do Senado aumentou a dotação orçamentária para os estados instituírem escolas técnicas e profissionais elementares, sendo criada, na Estrada de Ferro Central do Brasil (Rio de Janeiro), a Escola Prática de Aprendizes das Oficinas do Engenho de Dentro. Vale destacar a declaração do então presidente da República Afonso Pena em seu discurso de posse, no dia 15 de novembro de 1906:
A criação e multiplicação de institutos de ensino técnico e profissional muito podem contribuir também para o progresso das indústrias, proporcionando-lhes mestres e operários instruídos e hábeis. (BRASIL, 2010, p. 2)
No ano de 1909, foram criadas 19 escolas técnicas pelo Estado brasileiro em diferentes unidades federativas com o objetivo de educar para o trabalho. Mas somente a Constituição Brasileira de 1937 foi a primeira a falar do ensino profissionalizante. A assinatura da Lei nº 378, também de 1937, foi resultado de um período de grande expansão do ensino industrial no Brasil, que transformou as escolas de aprendizes e artífices em liceus profissionais destinados ao ensino profissional em todos os níveis.
Em 1940 (CIAVATTA; RAMOS, 2012), com a grande demanda por mão de obra específica exigida pelos grandes empresários da época, foram implementadas as leis orgânicas do ensino secundário técnico-profissional (industrial, comercial, agrícola) em prol do fortalecimento da nacionalidade.
Dessa forma, a educação profissional adquiriu um caráter complementar, passando a destinar-se:
[...] a alunos e egressos do ensino fundamental, médio e superior, bem como ao trabalhador em geral, jovem e adulto, independentemente da escolaridade alcançada. O Decreto Federal nº 2.208/1997, ao regulamentar a LDB em seu artigo 30 a 42 (Capítulo III do Título V), afirmou como objetivos da educação profissional: a) formar técnicos de nível médio e tecnólogos de nível superior para os diferentes setores da economia; b) especializar e aperfeiçoar o trabalhador em seus conhecimentos tecnológicos; e c) qualificar, requalificar e treinar jovens e adultos com qualquer nível de escolaridade, para a sua inserção e melhor desempenho no exercício do trabalho. (BRASIL, 2004, p. 31)
O decreto trazia a distinção de três níveis:
· Básico: Destinado a maioria dos trabalhadores jovens e adultos sem relação de escolaridade prévia
· Tecnólogo: voltado para matriculados ou egressos do ensino médio
· Tecnológico: correspondiam aos cursos de nível superior na área tecnológica destinados a egressos de nível médio e/ou tecnio
Sendo assim, o aluno poderia cursar o ensino técnico concomitantemente ao curso médio ou após finalizá-lo. A organização dos cursos técnicos se dava por disciplinas ou com elas agrupadas em módulos. Ao término de cada módulo, o aluno receberia um certificado de qualificação profissional.
Percebe-se, nesse momento, uma nítida separação e a bifurcação de duas redes distintas: uma para o ensino médio e outra para o profissionalizante. Isso aprofundava uma visão taylorista da educação e reafirmava uma ruptura entre teoria e prática apoiada em um sistema capitalista de produção.
Desse modo, esses dois gêneros de ensino (MANFREDI, 2002) passavam a caminhar separadamente: o ensino regular começou a ter uma característica de preparação para a universidade, enquanto o ensino profissional passou a cumprir exigências mercadológicas, funcionando de maneira compensatória e regulando tensões sociais, já que, dessa forma, os empregos que exigiam uma formação mais técnica ficavam restritos a um número menor de pessoas.
O ano de 1941 é marcado pela Reforma Capanema, responsável por uma mudança significativa do ensino brasileiro. Uma das principais modificações da época foi a do ensino profissional, que passou a ser considerado de nível médio. Era exigido o exame de admissão para as escolas industriais.
Destaca-se também (BRASIL, 2010) a divisão dos cursos em dois níveis, os quais, por sua vez, correspondiam aos dois ciclos do novo ensino médio: no primeiro, estavam os cursos de nível básico industrial, artesanal, de aprendizagem e de mestria; no segundo, o cursotécnico industrial, com três anos de duração e obrigatoriedade de estágio supervisionado na indústria, em várias especialidades.
Em 1942, as Leis Orgânicas criam o ensino técnico, o que obrigou as organizações a promover cursos profissionalizantes aos funcionários. Cabe destacar o artigo 67 do Decreto-Lei nº 4.073, de 30 de janeiro de 1942, que organiza uma redação sobre o ensino técnico industrial e o ensino industrial no Brasil.
O Ministério da Educação (MEC) fixou as diretrizes pedagógicas do ensino dos cursos de aprendizagem de todo o país, organizado e mantido pela iniciativa particular, e sobre ele exercia a necessária inspeção. No mesmo ano, o Decreto-Lei nº 4.048, de 22 de janeiro de 1942, já havia criado o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac):
Este é o aspecto de indiscutível valor da história do ensino profissional, pois revela uma preocupação do governo de engajar as indústrias na qualificação de sua pessoa e além de obrigá-las a colaborar com a sociedade na educação de seus membros. Esse fato decorreu da impossibilidade de o Estado alocar recursos para agrupá-lo adequadamente (...) o treinamento feito nos próprios locais de trabalho (...) deve mencionar- se a contribuição não negligenciável do SENAI e SENAC. (ROMANELLI, 1998, p. 155)
O governo do então presidente Juscelino Kubitschek, entre os anos de 1956 e 1961, teve a indústria automobilística como marco significativo da indústria nacional, assim como os altos investimentos nas áreas de infra-estrutura. Tinha-se de fato uma forte relação entre Estado e economia.
No que tange à Educação, grande parte dos investimentos foi direcionada para o campo educacional. Era necessário formar mão de obra qualificada com vistas ao projeto de desenvolvimento do país.
Com o advento da industrialização, na década de 1960, surgiram as escolas profissionais livres, cujo objetivo era suprir a mão de obra acelerada para as indústrias. Floresciam também nesse período as escolas técnicas federais totalmente voltadas para atender às empresas administradas pela União. O mote da época era este: recursos humanos qualificados.
Mesmo após treze anos em tramitação no Congresso para ser aprovada, a Lei nº 4.024/1961 não contemplou devidamente a importância do ensino técnico profissionalizante (industrial, agrícola, comercial e outros que fossem regulamentados) englobado como parte do ensino médio. Já a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) nº 5.692, de agosto de 1971, tornou compulsoriamente em técnico profissional todo currículo do segundo grau, acelerando, assim, a mão de obra técnica qualificada. Nesse período, houve um crescimento de escolas técnicas federais, aumentando de forma significativa o número de matrículas e a implantação de novos cursos técnicos.
A Lei nº 5692/1971 deu ênfase ao desenvolvimento industrial com o objetivo de divulgar a demanda por profissionalização e acesso à universidade. Contudo, percebeu-se que as escolas não estavam preparadas para a devida mudança que a lei preconizava. O sistema educacional não tinha condições para inserir o técnico profissionalizante, que estava mais adequado ao Sistema S.
Com o advento da Lei nº 9.394/1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) -, a preparação para o exercício de profissões técnicas passou a ser garantido por lei, assim como sua formação geral, mais conhecida como ensino médio, sem nenhum tipo de prejuízo de duração, podendo ser articulados.
Em julho de 2004, foi publicado o Decreto nº 5.154/2004, que permite a integração do ensino técnico de nível médio ao ensino médio. Com isso, a educação para formação profissional passou a ocorrer da seguinte forma:
· INTEGRADA: Em curso na mesma instituição de ensino, com matrícula única pelo aluno e com ampliação de carga horária.
· CONCOMITANTE: Na mesma instituição ou em instituições distintas com matrículas diferentes, e com ou sem convênios de intercomplementaridade para o desenvolvimento de projetos pedagógicos unificados.
· SUBSEQUENTE: Após o ensino médio quando ele for pré-requisito de matrícula.
· CONTINUA: Não constitui a “parte diversificada” do currículo do ensino médio.
Em 2011, criado pelo governo federal por meio da Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011, surgiu o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). O Pronatec foi destinado à expansão, à interiorização e à democratização da oferta de cursos de educação profissional e tecnológica no país, buscando ampliar, assim, as oportunidades educacionais e de formação profissional a jovens, trabalhadores e beneficiários de programas de transferência de renda.
Dez anos depois, foi homologada, pelo Mistério da Educação, a Resolução CNE/CP n°1, de 5 de janeiro de 2021, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a educação profissional e tecnológica. Entretanto, alguns pesquisadores, entidades, associações e especialistas têm demonstrado preocupação com o conteúdo dessas diretrizes nacionais da educação profissional. A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), por exemplo, divulgou uma explícita nota de repúdio.
Diante desse panorama, cabe ainda dizer que temos presenciado o ritmo de mudança no sistema educacional desde a década de 1990, incluindo modificações significativas, reformas do currículo, alterações no sistema de avaliação e legislação em todos os níveis de ensino.
O advento da tecnologia destaca os desafios e requisitos que aparecem na preparação de professores ao longo de suas carreiras. O surgimento de novas tecnologias e mídias sociais desempenha um papel central na forma como os jovens se comunicam e aprendem - e isso está tendo um impacto em toda a oferta educacional. Há uma expectativa elevada em relação ao papel dos professores e a uma grande mudança cultural, pois o ensino agora exige um grau muito maior de interação com alunos, colegas, pais e coprofissionais.
Resumindo: O surgimento de novos conhecimentos, compreensões e percepções sobre currículo, pedagogia, avaliação e aprendizagem, assim como o papel cada vez mais complexo dos professores, requer o desenvolvimento qualificado da formação inicial e continuada de indivíduos atuantes na educação profissional
Questão 1
Em relação às leis e aos decretos do ensino profissionalizante, aponte qual delas demorou treze anos para ser promulgada e não contemplou devidamente a importância do ensino técnico profissionalizante em seu texto:
R: 4.024/1961
A primeira lei brasileira a estabelecer as diretrizes e bases da educação nacional, englobando todos os graus e modalidades do ensino, após treze anos de tramitação no Congresso, trouxe para o debate princípios a respeito da dignidade e da liberdade do homem, assim como do desenvolvimento integral da personalidade humana. Com essa lei, os currículos deixaram de ser rigidamente padronizados. O currículo da 3ª série colegial passou a ser diversificado, visando ao “preparo para cursos superiores”.
Questão 2
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) foi criado pelo Governo Federal em 2011 com a finalidade de ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica (EPT) por meio da lei de número:
R: 12.513/2011
O Pronatec tinha essa finalidade a ser cumprida por meio de programas, projetos e ações de assistência técnica e financeira. De acordo com o site do MEC, são seus objetivos específicos: a expansão das redes federal e estadual de EPT; a ampliação da oferta de cursos a distância; a ampliação do acesso gratuito a cursos de EPT em instituições públicas e privadas; a ampliação das oportunidades de capacitação para trabalhadores de forma articulada com as políticas de geração de trabalho, emprego e renda; e, por fim, a difusão de recursos pedagógicos para a EPT.

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