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GESTÃO DE GESTÃO DE PROJETOSPROJETOS Me. Fabio Luiz Iba IN IC IAR introdução Introdução Caro(a) aluno(a), a prática de gerenciamento de projetos pode ser orientada por meio de diversas metodologias diferentes. No entanto, uma das principais e mais conhecidas pelos pro�ssionais da área é a metodologia tradicional, que possui como referência o Guia PMBOK (guia de melhores práticas de gerenciamento de projetos). Nesta unidade, exploraremos algumas áreas do conhecimento apresentadas no Guia PMBOK, na busca pelas melhores práticas: a gestão da qualidade, gestão de recursos humanos, gestão das comunicações e, por �m, a gestão de riscos em projetos. Essas quatro áreas são fundamentais para o exercício do gerente de projetos, na busca pelo atendimento aos objetivos do projeto. Caro(a) aluno(a), você já parou por um instante para re�etir sobre o conceito de qualidade? Já pensou quais critérios são considerados ao se avaliar um produto ou serviço? Em algum momento de sua vida de consumidor você já deve ter quali�cado algum tipo de produto que tenha consumido como de boa ou de má qualidade. No entanto, quando buscamos, na literatura, a de�nição do termo, encontramos uma série de conceituações que não são de�nições universais, que sejam adequadas à maioria dos contextos. Nesse sentido, analisaremos alguns dos estudos mais relevantes acerca do tema. Gestão da QualidadeGestão da Qualidade Fonte: Le Moal Olivier / 123RF. Conceitos de Qualidade O termo qualidade não tem uma única possibilidade de de�nição, tampouco de compreensão. É possível haver diversas interpretações, até entre as pessoas de uma empresa, ou um grupo de usuários. Se considerarmos um pequeno grupo de consumidores de um mesmo produto, terão grandes chances de haver de�nições e avaliações diferentes sobre o nível de qualidade ou não do produto. O que você pode estar se questionando agora é o porquê de o conceito “qualidade” apresentar tantas possibilidades diferentes de interpretação. Alguns autores a�rmam que essa variação é possível em razão da subjetividade do conceito, ou seja, por não apresentar uma de�nição objetiva, é possível de�ni-lo de formas diferentes, no entanto, quase sempre complementares. Segundo Lobo (2010), não é possível conceituar qualidade sem considerar a evolução histórica acerca do tema, pois a interpretação dada ao termo até a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, estava voltada às características físicas do produto. Após os anos 1950, a compreensão da qualidade voltava-se à qualidade total, em que todos os setores da organização passam a ter responsabilidade sobre o resultado do produto. De maneira complementar, conforme Carpinetti (2016), atualmente, podemos considerar que a qualidade está voltada ao atendimento das necessidades dos consumidores e pode ser compreendida como a satisfação dos clientes. Para compreender melhor a evolução da qualidade, podemos analisá-la em quatro principais momentos ou eras, conforme Marshall Junior et al. (2008): (1) Era da Inspeção , em que a qualidade do produto era aferida com base na inspeção de cada produto no �nal da linha de montagem; (2) Era do Controle Estatístico da Qualidade , em que se passou a utilizar ferramentas estatísticas para veri�car os requisitos de qualidade do produto; (3) Era da Garantia da Qualidade , que foi um período marcado pelo sucesso dos produtos japoneses, em que a qualidade passou a ser garantida não apenas pelo setor de operações, mas também pela empresa como um todo; (4) a Era da Gestão Estratégica da Qualidade se iniciou no �nal do século 20 e início do século 21, e a gestão da qualidade passou a ser considerada um aspecto fundamental nas estratégias organizacionais. A ISO (2005) (apud UM GUIA…, 2017, p. 274) determina que qualidade é “o grau em que um conjunto de características inerentes atende aos requisitos”. Dessa maneira, pensando nos atributos que aferem qualidade a um produto, é possível identi�car alguns principais, conforme podemos veri�car no Quadro 3.1: Atributo Descrição Desempenho técnico ou funcional Grau com que o produto cumpre a sua missão ou função básica. Facilidade ou conveniência de uso Inclui o grau com que o produto cumpre funções secundárias, que suplementam a função básica. Disponibilidade Grau com que o produto encontra-se disponível para uso, quando requisitado (por exemplo: não está “quebrado”, não encontra-se em manutenção etc.) Con�abilidade Probabilidade que se tem de que o produto, estando disponível, consegue realizar sua função básica sem falhar, durante um tempo predeterminado e sob determinadas condições de uso. Mantenabilidade Facilidade de conduzir as atividades de manutenção no produto, sendo um atributo do projeto do produto. Durabilidade Vida útil média do produto, considerando os pontos de vista técnico e econômico. Conformidade Grau com que o produto encontra-se em conformidade com as especi�cações de projeto. Instalação e orientação de uso Orientação e facilidades disponíveis para conduzir as atividades de instalação e uso do produto. Assistência técnica Fatores relativos à qualidade (competência, cortesia etc.) dos serviços de assistência técnica e atendimento ao cliente (pré, durante e pós-venda). Interface com usuário Qualidade do ponto de vista ergonômico, risco de vida e comunicação do usuário com o produto. Quadro 3.1 - Atributos da qualidade de produto Fonte: Carpinetti (2016, p. 12). O consumidor tem certa expectativa de que esses atributos sejam atendidos, e a qualidade percebida dependerá do atendimento ou não dessas expectativas. Essa condicionante é também identi�cada na execução de um projeto, em que o cliente espera que os requisitos necessários para o projeto sejam atingidos, após apresentados. Gerenciamento da Qualidade do Projeto O gerenciamento da qualidade do projeto tem se tornado um aspecto fundamental na gestão do projeto, pois é por meio desse grupo de processos que o gerente e sua equipe nortearão as entregas do projeto. O gerenciamento da qualidade do projeto “inclui processos para incorporação da política da qualidade da organização com relação ao planejamento, gerenciamento e controle dos requisitos de qualidade do projeto e do produto para atender os objetivos das partes interessadas” (UM GUIA…, 2017, p. 271). São três os processos envolvidos no gerenciamento da qualidade do projeto, conforme podemos veri�car no Quadro 3.2: Interface com meio ambiente Impacto no meio ambiente, durante a produção, o uso e o descarte do produto. Estética Percepção do usuário acerca do produto, por meio de seus órgãos sensoriais. Qualidade percebida e imagem da marca Percepção do usuário sobre a qualidade do produto com base na imagem e na reputação da marca, bem como sua origem de fabricação (por exemplo, made in Japan). Quadro 3.2 - Grupo de processos de gerenciamento da qualidade Fonte: Adaptado de Um Guia... (2017). Os processos apresentados no quadro 3.1 representam as ações que devem ser desenvolvidas durante o projeto, para que sejam atendidos os requisitos, e o projeto tenha a qualidade esperada pelos clientes e principais stakeholders . Processos do Gerenciamento da Qualidade O primeiro grupo de processos do gerenciamento da qualidade é o de planejamento do gerenciamento da qualidade, que pode ser compreendido como “o processo de identi�cação dos requisitos e/ou padrões de qualidade do projeto e suas entregas, e de documentação de como o projeto demonstrará conformidade com os relevantes requisitos e/ou padrões de qualidade” (UM GUIA…, 2017, p. 230). O principal benefício, nesse processo, é dar o direcionamento de como a qualidade será gerenciada pelo projeto. As principais ferramentas utilizadas no processo de planejamento são: a opinião especializada de pro�ssionais que tenham expertise no tema; coleta de dados que pode ser feita por meio de ferramentas, como benchmarking, brainstorming e entrevistas. A ferramenta de coleta de dados utiliza as técnicas deanálise do custo-benefício, custo da qualidade (custo de prevenção, custo Processo Descrição Planejar o gerenciamento da qualidade O processo de identi�car os requisitos e/ou padrões da qualidade do projeto e suas entregas e documentar como o projeto demonstrará a conformidade com os requisitos e/ou padrões de qualidade. Gerenciar a qualidade Processo de transformar o plano de gerenciamento da qualidade em atividades da qualidade executáveis, que incorporam, no projeto, as políticas de qualidade da organização. Controlar a qualidade Processo de monitorar e registrar resultados da execução de atividades de gerenciamento da qualidade, para avaliar o desempenho e garantir que as saídas do projeto sejam completas, corretas e atendam às expectativas do cliente. de avaliação e custo de falha, conforme é possível veri�car na Figura 3.2); tomada de decisões, representação de dados (feitos por meio das técnicas: �uxograma, modelos lógicos de dados, diagramas matriciais, mapeamento mental), reuniões e planejamento de testes, e inspeções Figura 3.1 - Custo da qualidade Fonte: Um Guia... (2017, p. 283). #PraCegoVer: A �gura indica o custo de qualidade de um projeto. São dois quadros. O primeiro apresenta o custo de conformidade, que é o dinheiro gasto para evitar as falhas. Estão descritos os custos de prevenção para construir um produto de qualidade, tais como, treinamentos, documentação de processos, equipamentos e tempo correta para desenvolver o trabalho e custos de avaliação da qualidade, tais como, testes e inspeções. O segundo quadro tem os custos de desconformidade, que é o dinheiro gasto devido a falhas. Estão descritos os custos de falhas internas, que são encontradas pelo projeto, como retrabalho e descartes e os custos de falhas externas, que são encontradas pelo cliente e que geram o uso da garantia e a perda de negócios. No �nal do processo de planejamento do gerenciamento da qualidade, são geradas informações importantes para o início do processo de gerenciar a qualidade. Trata-se do processo de “traduzir o plano do gerenciamento da qualidade em atividades da qualidade executáveis que incorporam as políticas da qualidade da organização no projeto” (UM GUIA..., 2017, p. 288). Os principais benefícios gerados por esse processo estão relacionados ao aumento das chances de atender aos objetivos da qualidade e também de eliminar ações que gerem de�ciências na qualidade do projeto. Dentre as principais ferramentas que podem ser utilizadas no processo de representação dos dados levantados nas etapas anteriores do processo de gerenciamento da qualidade tem-se: diagrama de a�nidades, diagrama de causa e efeito, �uxogramas, histogramas, diagramas matriciais e diagramas de dispersão (UM GUIA…, 2017). Por �m, o último grupo de processos do gerenciamento da qualidade é o controle da qualidade, que pode ser compreendido como o processo de “monitorar e registrar resultados da execução das atividades de gerenciamento da qualidade para avaliar desempenho e garantir que as saídas do projeto sejam completas, corretas e atenda as expectativas do cliente” (UM GUIA...,2017, p. 298). O benefício principal, nesse processo, é veri�car se o projeto atende aos requisitos levantados pelas partes interessadas. praticar Vamos Praticar A gestão da qualidade passou, desde a Revolução Industrial, por algumas adequações de conceitos e de enfoques. O histórico da qualidade pode ser compreendido em quatro principais eras. Assinale a alternativa que indica a era em que a qualidade deveria ser garantida por toda a empresa e não apenas pelo setor de produção. MARSHALL JUNIOR, I. et al. Gestão da Qualidade . 9. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2008. a) Era da Inspeção. b) Era do Controle Estatístico. c) Era da Fiscalização. d) Era da Garantia da Qualidade. e) Era da Gestão Estratégica. Figura 3.2 - Gestão da Qualidade Fonte: Andriy Popov / 123RF. Da mesma forma que acontece em muitas organizações, os projetos apenas conseguem chegar ao sucesso por intermédio das pessoas. Assim, para que um projeto seja bem-sucedido é importante que o gerente tenha condições de liderar a equipe de forma e�ciente para que o objetivo do projeto seja alcançado. Processo para Gestão de Recursos Humanos Gestão de Recursos HumanosGestão de Recursos Humanos Segundo Menezes (2008), a gestão dos recursos humanos de um projeto é de extrema importância. O gerente deve considerar, ao formar sua equipe, diversos aspectos importantes, como os objetivos e aspirações pro�ssionais das pessoas, as suas habilidades, temperamento e personalidade. Ao considerar esses aspectos na criação da sua equipe, o gerente do projeto terá maiores chances de atingir o objetivo no projeto. O gerenciamento de pessoas em um projeto inclui processos que “organizam, gerenciam e guiam a equipe do projeto. A equipe consiste das pessoas com papéis e responsabilidades designadas para completar o projeto” (UM GUIA…, 2013, p. 255). São quatro os principais processos envolvidos no gerenciamento de recursos humanos do projeto: Quadro 3.3 - Grupo de processos de gerenciamento dos recursos humanos Fonte: Adaptado de Um Guia... (2013). Processo Descrição Desenvolver o plano dos recursos humanos Identi�cação e documentação de papéis, responsabilidades, habilidades necessárias, relações hierárquicas, além da criação de um plano de gerenciamento do pessoal. Mobilizar a equipe do projeto Con�rmação da disponibilidade dos recursos humanos e obtenção da equipe necessária para terminar as atividades do projeto. Desenvolver a equipe do projeto Melhoria de competências, da interação da equipe e do ambiente geral da equipe, para aprimorar o desempenho do projeto. Gerenciar a equipe do projeto Acompanhamento do desempenho dos membros da equipe, feedback , resolução de problemas e gerenciamento de mudanças para otimizar o desempenho do projeto. Os processos descritos no gerenciamento dos recursos humanos interagem entre si e também com os processos das outras áreas do conhecimento (custos, prazo e escopo, por exemplo). Essa interação exige que, no decorrer do processo de planejamento e de execução do projeto, sejam feitos planejamentos adicionais. Após a elaboração da estrutura analítica do projeto, por exemplo, é necessária a mobilização da equipe. No decorrer do desenvolvimento das estimativas de custos e prazos, as competências necessárias da equipe do projeto podem ser alteradas. Para melhor compreensão do gerenciamento de recursos humanos de um projeto, analisaremos os processos que foram apresentados no Quadro 3.3. O processo de planejamento do gerenciamento dos recursos humanos “é o processo de identi�cação e documentação de papéis, responsabilidades, habilidades, necessárias e relações hierárquicas do projeto, além da criação de um plano de gerenciamento de pessoal” (UM GUIA…, 2013, p. 258). O principal benefício gerado por esse processo é o estabelecimento de quais serão as responsabilidades e papéis das pessoas envolvidas no projeto, e qual será o organograma. Esse processo é importante para a criação da estrutura inicial do projeto e para as pessoas envolvidas nas atividades do projeto. É o momento em que são identi�cadas as habilidades necessárias, os papéis desempenhados, as responsabilidades e qual será a estrutura hierárquica do projeto. Para Cavalcanti e Silveira (2016), é importante que o gerente de projetos tenha a habilidade necessária para identi�car, em sua equipe, os aspectos dominantes de cada pessoa. Figura 3.3 - Per�s comportamentais Fonte: Cavalcanti e Silveira (2016, p. 115). #PraCegoVer: A �gura mostra os per�s comportamentais que são divididos em 4 quadrantes. No plano horizontal estão indicados os per�s menos colaboradores e mais colaboradores. No plano vertical estão indicados os per�s menos competitiva e mais competitiva. No quadrante esquerdo inferior temos o per�l analítico (menos colaborador e menos competitivo). No quadrante esquerdo superior temoso per�l competidor (menos colaborador e mais competitivo). No quadrante direito inferior temos o per�l colaborador (menos competitivo e mais colaborador). No quadrante direito superior temos o per�l líder (mais competitivo e mais colaborador). Ainda segundo Cavalcanti e Silveira (2016), os membros da equipe com per�l competidor buscarão alcançar seu próprio sucesso e sobrepõem seus interesses aos da equipe, tendendo a não compartilhar conhecimentos. Já a pessoa com comportamento colaborador tem o interesse do grupo como bem maior. O indivíduo com per�l analítico pode ser bastante e�ciente e útil na análise de dados e planejamento, por apresentar características de introversão. Por �m, os indivíduos que possuem comportamentos de liderança agregam características de competidores e compartilhadores e tendem a incentivar a equipe na busca pelo objetivo do projeto. Após o processo o desenvolvimento do plano de recursos humanos, há o segundo grupo de processos, o de mobilização da equipe, que “é o processo de con�rmação da disponibilidade dos recursos humanos e obtenção da equipe necessária para terminar as atividades do projeto” (UM GUIA…, 2013, p. 267). O principal benefício desse processo é estipular as atividades a serem desenvolvidas para a criação de uma equipe de projetos de sucesso. Para a mobilização da equipe do projeto, as principais ferramentas e técnicas são: pré-designação, negociação, contratação e equipes virtuais. O terceiro grupo de processos consiste em desenvolver a equipe do projeto: Desenvolver a equipe do projeto é o processo de melhoria de competências, da interação da equipe e do ambiente global da equipe para aprimorar o desempenho do projeto. O principal benefício deste processo é que ele resulta no trabalho de equipe melhorado, habilidades interpessoais e competências aprimoradas, empregados motivados, taxas reduzidas de rotatividade de pessoal, e numa melhoria do desempenho do projeto (UM GUIA..., 2013, p. 273). É de responsabilidade do gerente de projetos motivar e liderar a sua equipe a �m de que haja alto desempenho das pessoas na busca pelos objetivos traçados para o projeto. O alto desempenho de um projeto dependerá do trabalho em equipe e deverá ser resultado das ações do gerente de projetos. Dentre as principais ferramentas desse processo estão: treinamentos, atividades em grupo, reconhecimento e recompensas, e ferramentas voltadas à avaliação dos funcionários (UM GUIA..., 2013). Por �m, o último grupo de processos é o gerenciamento da equipe do projeto, “é o processo de acompanhar o desempenho dos membros da equipe, fornecer feedback, resolver problemas e gerenciar mudanças para otimizar o desempenho do projeto” (UM GUIA..., 2013, p. 279). O maior benefício gerado nesse processo é o gerenciamento dos con�itos e solução dos problemas que surjam. As principais técnicas para gerenciar con�itos são: retirar/evitar, suavizar/acomodar, comprometer/reconciliar, forçar/direcionar e colaborar/resolver o problema (UM GUIA…, 2013). Competências e Habilidades do Gestor O gerente do projeto é o pro�ssional responsável por toda a operacionalização das atividades do projeto e também pode ser o responsável pelo planejamento inicial do projeto. Entretanto, de qualquer forma, é um elemento fundamental para o desenvolvimento do projeto e da integração entre os membros e componentes do projeto. Nesse sentido, é fundamental que o gerente do projeto tenha algumas habilidades para exercer essa posição. Segundo Cavalcanti e Silveira (2016), os gerentes de projetos são contratados, normalmente, para atingir os objetivos do projeto. Para tanto, precisa apresentar algumas habilidades essenciais: Habilidade Descrição Gestão de pessoas Habilidades interpessoais, tais como a capacidade de liderar, in�uenciar e motivar; de comunicar-se efetivamente; de negociar, resolver con�itos e tomar decisões; capacidade de desenvolver senso de con�ança e entrosamento no time; capacidade de aconselhamento ( coaching ). Gestão do ambiente do projeto Noções de cultura e comportamento organizacional; capacidade de percepção do ambiente de negócios; capacidade de identi�car partes interessadas e gerenciar seus interesses; consciência e respeito às diferenças culturais em equipes multidisciplinares ou internacionais; capacidade de perceber os aspectos culturais e políticos do contexto do projeto. Administração Abrange conhecimentos e competências em gestão de projetos; em gerenciamento �nanceiro; sobre legislação de contratos, trabalhista e �scal; noções de logística; noções de planejamento estratégico e operacional, e capacidade de comunicação e�ciente com as partes interessadas. Conhecimentos técnicos Representa a aplicação de conhecimentos técnicos no desenvolvimento do projeto, visando atender às necessidades do cliente. Quadro 3.4 - Habilidade de um gerente de projeto Fonte: Adaptado de Cavalcanti e Silveira (2016). Ainda segundo Cavalcanti e Silveira (2016), a maioria dessas habilidades é passível de ser adquirida ou desenvolvida pelo gerente do projeto. No entanto, algumas não são obrigatórias, pois é possível que sejam delegadas a uma terceira parte, como o conhecimento técnico, que deve ser predominantemente de conhecimento da equipe, uma vez que o gerente de projetos deve primar pelos conhecimentos e experiências em gestão. Entretanto, é possível que surja em você, caro(a) aluno(a), a inquietação a respeito da seguinte questão: é melhor que o gerente de projetos tenha maior conhecimento nas técnicas de gerenciamento de projetos ou maior habilidade interpessoal (motivação e liderança, por exemplo)? Pesquisas evidenciam que o gerente de projeto com maior habilidade interpessoal apresenta ligeira vantagem sobre o gerente que possui o domínio em metodologias de gestão de projetos. Nesse sentido, é primordial, para um pro�ssional que deseja atuar como gerente de projetos, o desenvolvimento de suas habilidades técnicas e interpessoais e poderá se tornar um gerente mais efetivo. A gestão da comunicação é de suma importância para a empresa, tanto para as atividades rotineiras quanto para os projetos da organização, e pode ser determinante para o sucesso ou fracasso de um projeto. Segundo Molinari (2010), em alguns estudos sobre a comunicação em projetos foi identi�cada a existência de atritos e de ine�ciência em algum momento do processo da comunicação, realizado no decorrer do ciclo de vida do projeto. Gestão das ComunicaçõesGestão das Comunicações Figura 3.4 - Gestão da qualidade Fonte: Sergey Nivens / 123RF. Para compreendermos o processo de comunicação em um projeto, é importante que façamos, brevemente, uma análise sobre os principais elementos que compõem o processo de comunicação. Para Chaves et al. (2007, p. 18), a comunicação pode ser compreendida como “o processo que envolve a transmissão e a recepção de mensagens entre uma fonte emissora e um destinatário receptor, onde as informações são codi�cadas na fonte e decodi�cadas no destino”. Nota-se que o processo de comunicação depende de alguns componentes: o emissor, a mensagem, a codi�cação, o canal, a decodi�cação, o receptor, o feedback e o ruído. Figura 3.5 - Processo de comunicação Fonte: Chaves et al. (2007, p.19). #PraCegoVer: A �gura mostra o diagrama do processo de comunicação. Existe uma linha superior com 5 caixas com conectores da esquerda para a direita com as etapas de comunicação do emissor para o receptor (mensagem pretendida, codi�cação, canal de comunicação, codi�cação e mensagem percebida). Na linha inferior são 5 caixas com conectores da direita para a esquerda com as etapas de comunicação do receptor para o emissor (signi�cado pretendido, decodi�cação, ruído, decodi�cação e signi�cado percebido). O emissor é quem gera a mensagem, a informação que será enviada para o receptor, que é o alvo da mensagem. Já a mensagem é o conteúdo emitido pela voz, textos, desenhos etc. A codi�cação representa a traduçãoda mensagem, para que possa ser compreendida por outras pessoas. O canal é o meio em que a mensagem é compartilhada, como memorandos, e-mails, telefonemas etc. Ruído é um elemento negativo, que pode in�uenciar a qualidade da mensagem, por exemplo, erros de escrita e de interpretação. O último elemento é o feedback , que é a resposta do receptor ao emissor, havendo compreensão ou não da mensagem enviada. É importante, para o gerente de projeto, a compreensão de alguns fatores referentes à comunicação e ao gerenciamento das comunicações do projeto. O gerenciamento das comunicações do projeto envolve os “processos necessários para garantir que as necessidades de informações do projeto e de suas partes interessadas sejam satisfeitas, com o desenvolvimento de artefatos e a implementação de atividades [...] para realizar a troca e�caz de informações” (UM GUIA…, 2017, p. 359). São três os processos de gerenciamento das comunicações, conforme mostrado no Quadro 3.5: Quadro 3.5 - Grupo de processos de gerenciamento da comunicação Fonte: Adaptado de Um Guia… (2017). Por meio do grupo de processos do gerenciamento da comunicação do projeto, é possível que haja uma descrição da forma como as informações serão transmitidas às partes envolvidas. Planejamento e Gerenciamento das Comunicações O processo de planejar o gerenciamento das comunicações pode ser compreendido como “o processo de desenvolver uma abordagem e um plano adequados para atividades de comunicação do projeto, com base nas necessidades de informação de cada parte interessada ou grupo” (UM GUIA…, 2017, p. 366). O principal objetivo, Processo Descrição Planejar o gerenciamento das comunicações Desenvolvimento de uma abordagem e de um plano adequado para atividades de comunicação do projeto, com base nas necessidades de informação de cada parte interessada ou grupo, nos ativos organizacionais disponíveis e nas necessidades do projeto. Gerenciar as comunicações Assegura a coleta, a criação, a distribuição, armazenamento, recuperação, gerenciamento, monitoramento e disposição �nal das informações do projeto, de forma oportuna e adequada. Monitorar as comunicações Garante que as necessidades de informação do projeto e suas partes interessadas sejam atendidas. nesse processo, é envolver as partes interessadas a �m de obter maiores e�ciência e e�cácia da comunicação no projeto. Assim como a grande maioria dos processos de gerenciamento de projetos, o planejamento das comunicações não é engessado, deve ser revisado constantemente e adaptado conforme as necessidades. A comunicação pode ser feita baseada em três principais métodos: interativa, entre duas ou mais partes envolvidas no projeto; ativa, em que são distribuídas as informações às pessoas especí�cas, e passiva, usada para propagar um grande volume de informações (UM GUIA…, 2017). Após o planejamento do gerenciamento das comunicações, a próxima etapa ou processo que deve ser desenvolvido é o gerenciamento das comunicações, que “é o processo de assegurar a coleta, criação, distribuição, armazenamento, recuperação, gerenciamento, monitoramento e disposição �nal e adequada das informações do projeto” (UM GUIA…, 2017, p. 379). Nesse processo, é possível que a comunicação existente entre a equipe do projeto e as partes interessadas seja mais e�ciente e e�caz. Para tanto, algumas técnicas podem ser aplicadas, por exemplo, o estilo da redação (uso adequado das palavras), apresentações (atenção à linguagem corporal e recursos visuais para melhor compreensão do ouvinte) (UM GUIA..., 2017). Comunicação no Envolvimento e Engajamento das Partes Interessadas A comunicação é um processo importante para o desenvolvimento do plano de gerenciamento das partes interessadas do projeto e pode ser compreendida como “um componente do plano de gerenciamento do projeto que identi�ca as estratégias e ações necessárias para promover o envolvimento produtivo das partes interessadas na decisão ou execução” (UM GUIA…, 2017, p. 522). O plano de gerenciamento das comunicações tem o objetivo de descrever como ocorrerá a comunicação nos quesitos planejamento, estrutura, implementação e monitoramento, em busca de maior e�cácia na comunicação entre o projeto e as partes interessadas (UM GUIA…, 2017). O nível de engajamento das partes interessadas pode ser avaliado por meio da matriz de avaliação do nível de engajamento das partes interessadas. Essa matriz apresenta níveis de engajamento: 1. Desinformado: a parte interessada não tem conhecimento do projeto ou de seus impactos. 2. Resistente: tem conhecimento do projeto, mas é resiste às mudanças que serão geradas pelo projeto e, com isso, não o apoia. 3. Neutro: tem ciência do projeto, mas não o apoia nem desaprova. 4. Apoiadora: conhece o projeto e seus resultados, e é uma parte interessada que o apoia. 5. Líderes: parte interessada engajada no projeto e nos resultados que serão gerados. Quadro 3.6 - Matriz de avaliação do nível de engajamento das partes interessadas Fonte: Um Guia... (2017, p. 522). #PraCegoVer: O quadro representa o mapeamento do engajamento das partes interessadas. O plano horizontal representa os níveis de engajamento (desinformada, resistente, neutra, apoiador e lidera). As linhas representam as partes interessadas do projeto. Para cada parte interessada é indicado qual o nível de engajamento atual da pessoa, indicado pela letra C, e qual o nível desejado para o engajamento da pessoa, indicado pela letra D. Por exemplo, a parte interessa 1 atualmente está desinformada e é desejável que ela seja uma apoiadora. A parte interessa 2 está neutra e é desejável que ela seja uma apoiadora. E por �m, a parte interessada 3 está em ambos os casos apoiadora. Parte Interessada Desinformada Resistente Neutra Apoiadora Lidera Parte interessada 1 C D Parte interessada 2 C D Parte interessada 3 D C O sucesso ou fracasso de um projeto está diretamente relacionado à capacidade de o gerente e sua equipe em gerar informações úteis e meio de comunicá-las com as partes interessadas de maneira e�ciente, pois a falha na comunicação em um projeto é uma das principais causas de fracasso. praticar Vamos Praticar O processo de comunicação ocorre pela interação de alguns elementos que são fundamentais para a compreensão da mensagem emitida. Para o gerente de projetos, é fundamental evitar que a mensagem sofra interferências e que a compreensão do receptor seja distorcida. Para evitar essa distorção, qual elemento do processo de comunicação o gerente precisa impedir? CHAVES, L. E. et al. Gerenciamento da Comunicação em Projetos . São Paulo: FGV, 2007. a) O emissor. b) A codi�cação. c) A decodi�cação. d) O canal. e) O ruído. Caro(a) aluno(a), até o momento, conseguimos analisar alguns dos principais aspectos do gerenciamento de projetos, os conceitos mais importantes e as áreas do conhecimento mais relevantes. Neste tópico, exploraremos uma das áreas mais críticas para o gerente de projetos, que é o gerenciamento dos riscos de um projeto. Antes de prosseguirmos, sugiro que você faça uma breve re�exão e tente conceituar riscos. E não tem sido tão fácil, não é mesmo? Apesar de todos nós sabermos o que é um risco, conceituá-lo já não é uma tarefa muito simples. Segundo Trentin (2011 apud KAERCHER; LUZ, 2016), risco é: Gestão de RiscosGestão de Riscos Figura 3.7 - Gestão da qualidade Fonte: Jakub Jirsak / 123RF. Um evento ou condição incerta que, se ocorrer, tem efeito em pelo menos um dos objetivos do projeto ou do processo. O risco pode ter uma ou mais causas e impactos. A causa pode ser um requisito, uma premissa, uma restrição ou uma condição que crie possibilidades de resultados positivos ou negativos. Os riscos têm origem na incerteza existente em todos os empreendimentos e projetos. Riscos conhecidos são aqueles que foram identi�cados e analisados, possibilitando o planejamento das respostas. Determinados riscos não podem ser gerenciados proativamente,de modo que se faz necessário um Plano de Contingência (TRENTIN, 2011 apud KAERCHER; LUZ, 2016, p. 1). De maneira complementar, no Guia PMBOK (2013, p. 309) risco é compreendido como “um evento ou condição incerta que, se ocorrer, provocará um efeito positivo ou negativo em um ou mais objetivos do projeto, tais como, escopo, cronograma, custo e qualidade”. Com essa de�nição, podemos perceber que risco pode ser uma incerteza que gera resultados positivos ou negativos ao projeto e dependerá das ações do gerente do projeto para que se concretize ou não. Quanto aos riscos relacionados a projetos, existem dois tipos que devem ser considerados: o primeiro é o risco individual , que representa as condições incertas que, se acontecerem, poderão gerar consequências positivas ou negativas a um ou mais objetivos do projeto, e o gerente do projeto, na tratativa desses riscos, buscará aumentar os riscos positivos e minimizar os negativos; o segundo tipo é o risco geral do projeto , que impactará o projeto como um todo, ou seja, não apenas nos objetivos, mas em todo o resultado. No gerenciamento desses riscos, deve-se concentrar em manter os riscos em um parâmetro aceitável, buscando reduzir os efeitos negativos e maximizar os positivos. reflita Re�ita Em chinês, a palavra crise compõe-se de dois caracteres: um representa perigo e o outro, oportunidade. Fonte: Kaercher e Luz (2016). Para Valeriano (1998), um projeto pode apresentar riscos originados com base em duas fontes: internas ou externas. Os riscos internos podem ser oriundos de diversos aspectos organizacionais, por exemplo, tecnologia, produção, serviços, custos e cronogramas. Já os riscos externos podem surgir de fornecedores, �nanciamentos, mercados e ambientais. Para lidar com os riscos de um projeto (tanto interno quanto externo), o gerente buscará, por meio do grupo de processos de gerenciamento de riscos, aplicar as ferramentas e técnicas disponíveis para obter os melhores resultados. Processo Descrição Planejar o gerenciamento dos riscos De�nição de como conduzir as atividades de gerenciamento dos riscos de um projeto. Identi�car os riscos É o processo de identi�cação dos riscos individuais do projeto, bem como das fontes de risco geral do projeto, e de documentação das suas características. Análise qualitativa dos riscos Priorização de riscos individuais do projeto para análise ou ação posterior, por meio da avaliação de sua probabilidade de ocorrência e impacto, assim como outras características. Análise quantitativa dos riscos Analisa, numericamente, o efeito combinado dos riscos individuais identi�cados no projeto e outras fontes de incerteza nos objetivos gerais do projeto. Planejar as respostas aos riscos Desenvolvimento de alternativas, seleção de estratégias e acordo de ações para lidar com a exposição geral de riscos, e também tratar os riscos individuais do projeto. Implementar respostas a riscos Implementação de planos acordados, de resposta aos riscos. Monitorar os riscos Monitoramento da implementação de planos acordados de resposta aos riscos, acompanhamento de riscos identi�cados, identi�cação e análise de novos riscos, e avaliação da e�cácia do processo de risco ao longo do projeto. Quadro 3.7 - Grupo de processos de gerenciamento dos riscos Fonte: Adaptado de Um Guia... (2017). Alguns processos do grupo de processo de gerenciamento dos riscos são fundamentais para o gerente do projeto, tais como: a identi�cação e análise dos riscos e o processo de elaboração das respostas aos riscos, que estudaremos a seguir. Identi�icação e Análise dos Riscos Segundo Valeriano (2005), o processo de identi�cação dos riscos está relacionado à atividade de levantar ou de identi�car as possibilidades dos riscos ocorrerem e de serem documentados. A identi�cação dos riscos pode ser compreendida como “o processo de identi�cação dos riscos individuais do projeto, bem como as fontes de risco geral do projeto, e de documentar suas características” (UM GUIA…, 2017, p. 409). O principal benefício, nesse processo, é a geração de informações importantes, para que sejam criadas, posteriormente, possibilidades de respostas aos riscos. Esse processo, além de ser contínuo – aplicado na fase inicial do projeto até sua conclusão – é, também, um processo iterativo. Dentre as principais ferramentas que podem ser utilizadas para a identi�cação dos riscos estão: opinião especializada, que considera a expertise de pro�ssionais experientes sobre o tipo do projeto; brainstorming, lista de veri�cação e entrevistas para a coleta de dados; a análise de dados pode ser feita por meio das técnicas de análise de causa-raiz, análise de premissas e restrições, análise de forças, fraquezas, oportunidades e ameaças e análise de documentos; habilidades interpessoais e de equipe; listas de alertas e reuniões (UM GUIA..., 2017). Como resultado desse processo, são geradas a lista dos riscos identi�cados, de possíveis responsáveis pelos riscos e a lista de possíveis respostas aos riscos. Após o processo de identi�cação dos riscos, a próxima etapa é a da análise dos riscos, que pode ser feita por meio de dois métodos: quantitativo e qualitativo. A análise qualitativa dos riscos pode ser compreendida como “o processo de priorização de riscos é o processo de priorização de riscos individuais do projeto para análise ou ação posterior, através da avaliação de sua probabilidade e impacto de ocorrência” (UM GUIA…, 2017, p. 419). Para Keeling e Branco (2014), a análise qualitativa dos riscos representa uma forma mais econômica, para a empresa, de estabelecer prioridades no processo de encontrar as respostas aos riscos por meio da identi�cação dos riscos que apresentam maior impacto sobre o projeto. A análise quantitativa dos riscos, conforme é disposto no Guia PMBOK (2017, p. 428) é o processo de “analisar numericamente o efeito combinado dos riscos individuais identi�cados e outras fontes de incertezas nos objetivos gerais do projeto”. O principal benefício gerado nesse processo ao projeto é a geração de informações quantitativas sobre os riscos que poderão afetar o projeto. A análise quantitativa dos riscos não é necessária para todo tipo de projeto, principalmente pelo seu alto custo de aplicação. Portanto, é normalmente mais indicada aos projetos de grande porte e de �nalidade estratégica, por exemplo. Após o processo de identi�cação e análise dos riscos, é necessário que sejam criadas respostas aos riscos elencados. Elaboração das Respostas aos Riscos Uma das etapas mais importantes de todo o processo de gerenciamento dos riscos de um projeto é a elaboração das respostas aos riscos identi�cados. Planejar as respostas aos riscos é o processo de “desenvolver alternativas, selecionar estratégias saiba mais Saiba mais No artigo disponibilizado no link a seguir, é possível compreender de maneira mais aprofundada uma das ferramentas mais utilizadas no processo de diagnóstico de um contexto, por meio da análise dos ambientes interno e externo de uma empresa ou de um projeto. ACESSAR http://www.portal-administracao.com/2014/01/analise-swot-conceito-e-aplicacao.html e acordar ações para lidar com a exposição geral aos riscos, e também tratar os riscos individuais do projeto” (UM GUIA…, 2017, p. 437). Esse processo é importante, porque permite que sejam criadas maneiras de lidar com os riscos, caso ocorram. As respostas aos riscos do projeto devem ser consideradas não apenas para os riscos individuais, mas também para os riscos globais. As estratégias possíveis podem ser melhor compreendidas no Quadro 3.8: Quadro 3.8 - Estratégias de respostas ao risco Fonte: Adaptado de Um Guia... (2017). As estratégias descritas no Quadro 3.8 poderão ser adotadas no projeto, conforme a necessidade. Podem ser utilizadas de forma isolada ou em conjunto com outras estratégias e implementadas com base em um plano de ação. Estratégia Descrição Prevenir Envolve tomar uma ação focada na reduçãodo efeito negativo da incerteza sobre o projeto no seu todo, e trazer o projeto de volta aos seus limites. Explorar Nos casos em que o nível do risco geral do projeto for signi�cativamente positivo e fora dos limites dos riscos acordados para o projeto, uma estratégia de exploração pode ser adotada. Isso envolve tomar uma ação focada em capturar o efeito positivo da incerteza sobre o projeto no seu todo. Transferir/ compartilhar Se o nível de risco geral do projeto for alto, mas a organização é incapaz de solucioná-lo, efetivamente, um terceiro poderá ser envolvido para gerenciar o risco em nome da organização. Mitigar/ melhorar Essa estratégia envolve alterar o nível de risco geral, para otimizar as chances de alcançar os objetivos do projeto. Aceitar Se não houver estratégia proativa de resposta possível para resolver o risco geral do projeto, a organização pode optar por continuar com o projeto, conforme de�nição atual, ainda que o risco geral do projeto esteja fora dos limites acordados, e o risco apresente baixo impacto para o projeto. praticar Vamos Praticar O gerenciamento dos riscos de um projeto é uma das ações mais importantes para o gerente de um projeto, pois a má gestão dos riscos identi�cados pode conduzir o projeto ao fracasso. Algumas estratégias podem ser aplicadas como respostas ao risco. Considerado a estratégia de aceitação, é correto a�rmar que deve ser implementada em qual situação? UM GUIA do conhecimento em gerenciamento de projetos. Guia PMBOK . 6. ed. Pensilvânia: PMI, 2017. a) Caso não exista uma estratégia que possa ser aplicada para resolver o risco geral do projeto. b) Quando se busca reduzir os efeitos negativos das incertezas. c) Caso o risco apresente impactos signi�cativamente positivos para o projeto. d) Alterar o nível de risco geral, para aumentar as chances de os objetivos do projeto serem atingidos. e) Quando a empresa é incapaz de lidar com o risco do projeto e envolve uma terceira parte no processo. indicações Material Complementar LIVRO Gestão estratégica do risco: uma referência para tomada de riscos empresariais Aswath Damodaran Editora: Bookman ISBN: 9788577804580 Comentário: o autor trata, de forma aprofundada, como uma organização deve gerenciar os riscos inerentes às suas operações, e formas de maximização dos resultados por meio de uma gestão de risco e�ciente. A leitura permite que o leitor aprenda a identi�car quais os riscos podem ser ignorados e quais devem ser explorados ao ponto de bene�ciar a organização. FILME A Grande Aposta Ano: 2016 Comentário: assistindo ao �lme, é possível perceber a importância da gestão de riscos, tanto em projetos quanto nas atividades diárias de uma organização. A falta de percepção, de identi�cação e de resposta aos riscos levou a economia norte-americana ao colapso, em meados dos anos 2008, e gerou uma crise na economia mundial. Para saber mais sobre o �lme, assista ao trailer. TRA ILER conclusão Conclusão Caro(a) acadêmico(a), chegamos ao �nal de mais uma unidade, em que foram discutidos conceitos, características, ferramentas e técnicas importantes para uma gestão de projetos e�ciente. Neste capítulo, analisamos as quatro áreas do conhecimento elencadas no Guia PMBOK: gestão da qualidade, gestão de recursos humanos, gestão das comunicações e, por �m, gestão de riscos em projetos. Veri�camos que alguns processos são fundamentais para o sucesso do projeto, como a identi�cação dos riscos e sua posterior análise, para identi�cação da melhor ação a ser tomada, a �m de evitar que causem danos ao projeto. referências Referências Bibliográ�cas CAVALCANTI, F. R. P.; SILVEIRA, J. A. N. Fundamentos de gestão de projetos : gestão de riscos. São Paulo: Atlas, 2016. CARPINETTI, L. C. R. Gestão da qualidade : conceitos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2016. CHAVES, L. E. et al. Gerenciamento da comunicação em projetos . São Paulo: FGV, 2007. KAERCHER, A. R.; LUZ, D. F. Gerenciamento de riscos : do ponto de vista da gestão da produção. Rio de Janeiro: Interciência, 2016. KEELING, R.; BRANCO, R. H. F. Gestão de projetos : uma abordagem global. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. LOBO, R. N. Gestão da qualidade . São Paulo: Érica, 2010. MARSHALL JUNIOR, I. et al. Gestão da qualidade . 9. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2008. MENEZES, L. C. M. Gestão de projetos : com abordagem dos métodos ágeis e híbridos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008. MOLINARI, L. Gestão de projetos : teoria, técnicas e práticas. São Paulo: Érica, 2010. UM GUIA do conhecimento em gerenciamento de projetos. Guia PMBOK . 5. ed. Pensilvânia: PMI, 2013. ______. Guia PMBOK . 6. ed. Pensilvânia: PMI, 2017. VALERIANO, D. L. Gerência em projetos : pesquisa, desenvolvimento e engenharia. São Paulo: Makron Books, 1998. ______. Moderno gerenciamento de projetos . São Paulo: Prentice Hall, 2005. IMPRIMIR
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