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SISTEMA GENITAL MASCULINO O sistema genital masculino é composto por órgãos que, em conjunto, produzem os gametas masculinos (espermatozoides) e os conduzem associados a uma série de secreções produzidas especialmente para que se mantenham viáveis até sua deposição no trato genital feminino. Tais órgãos incluem um par de gônadas (glândulas sexuais) – os testículos – os quais também produzem hormônios esteroides para a manutenção das características sexuais secundárias masculinas; um sistema de canais condutores de espermatozoides e secreções das glândulas sexuais associadas, caracterizado como vias espermáticas – incluindo os pequenos ductos genitais intratesticulares, o par de epidídimos, o par de ductos deferentes, e a uretra masculina; um grupo de glândulas especializadas na elaboração de secreções que viabilizam a condução e a manutenção funcional dos espermatozoides ao longo do seu trajeto nas vias espermáticas, composto pelo par de glândulas seminais (ou vesículas seminais), pela próstata, e pelo par de glândulas bulbouretrais (ou glândulas de Cowper); e, finalmente, um órgão copulador – o pênis – encarregado da emissão do sêmen (conjunto de espermatozoides e secreções elaboradas pelas glândulas sexuais masculinas) e de sua deposição no trato genital feminino. Os testículos possuem em seu parênquima uma infinidade de canais, os túbulos seminíferos, onde os espermatozoides são produzidos após um extenso processo de proliferação e diferenciação celular (espermatogênese), após o que eles são conduzidos pelo sistema de ductos genitais intratesticulares até os epidídimos, onde os espermatozoides sofrem um processo de maturação estrutural e funcional, adquirindo uma motilidade direcionada. Do epidídimo, os espermatozoides seguem para o ducto deferente, um tubo dotado de uma espessa musculatura lisa responsável pela emissão dos espermatozoides durante a ejaculação. Durante a ejaculação, os espermatozoides são adicionados das secreções das glândulas seminais (que compõem cerca de 70% do total do sêmen) e da próstata (que auxilia na manutenção da liquefação do sêmen), até alcançarem o meio externo, através de sua passagem pela uretra peniana (parte da uretra masculina), previamente lubrificada pela secreção das glândulas bulbouretrais. I. TESTÍCULO – ASPECTOS GERAIS E CÁPSULA 1 2 As imagens da prancha anterior demonstram aspectos gerais do testículo, a gônada masculina. Cada testículo é um órgão de formato ovalado, envolvido por uma cápsula conjuntiva composta por três camadas. A camada mais externa consiste na túnica vaginal (em 2), uma extensão do peritônio da cavidade abdominal que se estende para baixo durante a descida dos testículos no momento do desenvolvimento; a túnica vaginal, em seus dois folhetos (parietal e visceral, separados por uma cavidade), é formada por uma delgada camada de tecido conjuntivo frouxo revestida por um mesotélio (epitélio simples pavimentoso), e nem sempre é aparente nos cortes histológicos em função de sua pequena espessura ou remoção durante o processamento. A túnica vaginal é seguida da túnica albugínea (1 e 2), uma espessa camada de tecido conjuntivo denso modelado, considerada por muitos autores como a verdadeira cápsula testicular. Abaixo da túnica albugínea, localiza- se a túnica vasculosa, da qual partem delicados septos de tecido conjuntivo frouxo vascularizado que penetram em meio ao parênquima testicular, dividindo-os em lóbulos testiculares. Estes septos conjuntivos formam o tecido conjuntivo intersticial testicular, ricamente vascularizado e inervado, presente em meio aos túbulos seminíferos, no qual estão situadas as células intersticiais testiculares, ou células de Leydig, secretoras do hormônio esteroide testosterona. Observe em 1 os lóbulos testiculares relativamente bem delineados pelos septos conjuntivos, além de um espessamento da túnica albugínea na região dorsoposterior, caracterizado como mediastino testicular, onde se localizam os tubos da rede testicular, para onde os túbulos seminíferos – principais componentes do parênquima testicular – convergem para lançar os espermatozoides. Note também a posição superior do epidídimo em relação ao testículo, o que é frequente na maioria dos cortes histológicos em função da proximidade entre os dois órgãos. Coloração: H&E. TESTÍCULO – TÚBULOS SEMINÍFEROS E CÉLULAS DE LEYDIG As imagens desta prancha mostram partes do parênquima testicular, onde predominam os túbulos seminíferos, onde ocorre a espermatogênese (produção de espermatozoides), e componentes do tecido conjuntivo intersticial testicular, onde se destacam as células de Leydig, secretoras de testosterona. Os detalhes se encontram na página seguinte. 3 4 células mioides da Os túbulos seminíferos (em 3 e 4) são extensos túbulos enovelados, que preenchem a maior parte do parênquima testicular. Embora não se possa perceber isso em cortes histológicos, eles são túbulos que desembocam com ambas as extremidades na rede testicular através de pequenos ductos de conexão (túbulos retos). Cada lóbulo testicular tem cerca de 4-5 túbulos seminíferos. Aos cortes histológicos, eles podem ser vistos em diferentes planos de corte, em sentido transversal ou longitudinal, em função de seu trajeto intensamente contorcido. Sua parede é espessa e, por vezes, seu lúmen - normalmente estreito e irregular – pode se apresentar obliterado, em função do plano de corte. A parede dos túbulos seminíferos é formada, de fora para dentro, inicialmente por uma delgada camada denominada de túnica própria, a qual é composta por delicadas células contráteis, caracterizadas como células mioides (em 4 - não confundir com células mioepiteliais!!!), que se apresentam achatadas e com núcleos de mesmo formato ao redor de cada túbulo seminífero, sendo responsáveis por uma leve motilidade a estes túbulos. Em seguida, observa-se um espesso epitélio estratificado especializado, denominado de epitélio seminífero, formado pelas diferentes células da linhagem seminífera ou espermatogênica (espermatogônias, espermatócitos primários e secundários, e espermátides), as quais estão passando por diversas etapas de divisão e proliferação celulares, da base para o lúmen dos túbulos seminíferos. Além das células da linhagem seminífera, em meio a estas células encontram-se as células de Sertoli, que desempenham inúmeras funções relacionadas à espermatogênese, incluindo a sustentação das células seminíferas, produção de líquido testicular para veiculação dos espermatozoides para diante nos ductos testiculares, produção de uma proteína de ligação a andrógenos (ABP, para aumentar a concentração de testosterona no lúmen dos túbulos seminíferos, a fim de implementar a espermatogênese), formação de uma barreira hematotesticular (através de junções de oclusão entre si em seu perímetro basal, evitando o acesso de agentes estranhos à intimidade das células seminíferas em diferentes estágios de divisão/maturação), além da produção de hormônios (por ex., a inibina, antagônico ao FSH, que inibe a produção deste último pela adeno- hipófise). Observe ainda as células de Leydig no interstício testicular, com seu formato poligonal e núcleo central, formando pequenos grupos nas proximidades de pequenos vasos sanguíneos. Coloração: H&E. TESTÍCULO – EPITÉLIO SEMINÍFERO E CÉLULAS DE SERTOLI Nestas imagens deve-se perceber a posição relativa das células da linhagem seminífera e das células de Sertoli na parede dos túbulos seminíferos. Os detalhes se encontram na próxima página. 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 TP TP TP 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 GC GC GC GC 5 6 7 Para entender a histologia dos túbulos seminíferos, é preciso saber– antes de tudo – que existe uma disposição típica das células da linhagem seminífera na parede dos túbulos seminíferos, da base para o lúmen, isto é, as espermatogônias (as células-tronco desta linhagem) se encontram na base dos túbulos seminíferos, seguidas dos espermatócitos primários e secundários em posições intermediárias na parede dos túbulos seminíferos, enquanto as espermátides se encontram mais próximas ao lúmen dos túbulos seminíferos. Não há espermatozoides na parede dos túbulos seminíferos, pois estes somente são considerados quando as espermátides terminam sua maturação (espermiogênese) e se tornam espermatozoides livres no lúmen dos túbulos seminíferos. Além disso, a configuração histológica da disposição qualitativa e quantitativa destas células é muito variável na parede dos diferentes túbulos seminíferos e também na parede de um mesmo túbulo. Juntamente com as células seminíferas, é preciso observar as células de Sertoli (1), com seus típicos núcleos alongados e eucromáticos, frequentemente com nucléolos evidentes, ocupando posições que variam da base dos túbulos seminíferos até regiões intermediárias. Embora as células de Sertoli se estendam da base até o lúmen dos túbulos seminíferos, seu citoplasma não é observado devido à aglomeração das demais células ao seu redor. Observe ainda as espermatogônias (2) como pequenas células de núcleo arredondado e intensamente corado, situadas exatamente na base dos túbulos seminíferos; os espermatócitos primários (3) são as maiores células da linhagem seminífera, geralmente ocupando regiões intermediárias em sua parede, e apresentando grandes núcleos com um padrão irregular em sua cromatina, devido às diferentes disposições dos cromossomas durante este estágio. Espermatócitos secundários, apesar de indicados em 6, não são muito discerníveis às preparações de rotina, devido ao seu breve período de permanência na parede dos túbulos seminíferos, originando logo as espermátides. Estas últimas podem se apresentar arredondadas, como espermátides iniciais (4), com núcleos arredondados e bem agregados, geralmente próximos ao lúmen dos túbulos seminíferos, enquanto espermátides tardias (5) já possuem núcleo alongado e hipercromático, frequentemente nas proximidades das porções apicais das células de Sertoli, onde ficam inseridas recebendo nutrientes destas células. Note ainda a presença de gotas citoplasmáticas (GC), que correspondem a resíduos do citoplasma de espermátides em final de maturação. TP, túnica própria dos túbulos seminíferos. Coloração: H&E. TESTÍCULO – TÚBULOS SEMINÍFEROS 8 9 10 11 Fl Fl Fl Et Et Et Et Et Et Et Gc Gc TP TP As fotomicrografias de cortes histológicos de testículo da prancha anterior destacam mais uma vez diferentes aspectos dos túbulos seminíferos com relação à disposição relativa das células da linhagem seminífera e das células de Sertoli. A imagem em 8 mostra, em aumento maior, a disposição das espermatogônias (Eg) na base do túbulo seminífero, apoiadas sobre a lâmina basal, intimamente associada à túnica própria (TP) do túbulo seminífero; os espermatócitos primários (E1) e seus grandes núcleos com cromatina de aspecto estriado, em posições intermediárias na parede do túbulo seminífero; além de espermátides iniciais , com núcleos arredondados e mais próximas ao lúmen do túbulo seminíferos, e espermátides tardias, com seus pequenos núcleos alongados e intensamente corados, também nas proximidades do lúmen, e frequentemente associadas às porções apicais de células de Sertoli (S), com seus núcleos eucromáticos alongados e ovalados, com nucléolo evidente. As imagens em 9, 10 e 11 estão em aumentos médios, nos quais a perfeita distinção dos tipos celulares do epitélio seminífero nem sempre é possível. No entanto, as imagens em 9 e 10 destacam os abundantes flagelos de espermátides tardias (Et) que se projetam para o lúmen do túbulo seminífero, por vezes até provocando sua aparente obstrução, como em 10. Em 11, as espermátides também já se encontram tardias, mas seus flagelos estão pouco aparentes; em compensação, notam-se abundantes gotas citoplasmáticas, decorrentes do citoplasma residual das espermátides que vai se deslocando ao longo do flagelo e mantendo as espermátides unidas, até a sua liberação no lúmen do túbulo seminífero como espermatozoides plenamente maduros. Coloração: H&E. TESTÍCULO – MEDIASTINO TESTICULAR – DUCTOS GENITAIS INTRATESTICULARES Os túbulos seminíferos desembocam nos túbulos retos, que são pequenos ductos presentes em meio ao mediastino testicular, um espessamento da túnica albugínea em posição dorsoposterior. Os túbulos retos são muito curtos e são revestidos apenas por células de Sertoli. Observe a conexão de um túbulo seminífero com um túbulo reto, indicada pela seta espessa. Após um breve percurso, estes ductos se conectam com uma rede de canais de contorno irregular e intensamente anastomosados, também disseminados em meio ao tecido conjuntivo denso não modelado do mediastino testicular. Estes canais constituem a rede testicular (ou “rede testis”), e são revestidos por um epitélio simples cúbico com células muito baixas, às vezes com aspecto pavimentoso. As células epiteliais do revestimento da rede testicular apresentam um cílio em sua superfície apical, nem sempre preservado nas preparações histológicas. Os canais da rede testicular convergem em direção aos ductos eferentes, os últimos ductos genitais intratesticulares. Rede testicular 12 13 TESTÍCULO – DUCTOS GENITAIS INTRATESTICULARES – DUCTOS EFERENTES 14 15 16 A imagem em 14 mostra um corte que inclui a porção dorsoposterior do testículo, onde são vistos túbulos seminíferos se encaminhando para o mediastino testicular, onde se encontram os ductos genitais intratesticulares – ou seja, os túbulos retos, a rede testicular e os ductos eferentes. Estes últimos se dirigem para a cabeça do epidídimo, vista na parte superior da figura. Os ductos eferentes, vistos em maior aumento em 15 e 16, consistem em delgados túbulos enovelados, revestidos por um epitélio pseudoestratificado ciliado, seguido de uma delgada túnica muscular de músculo liso – os ductos eferentes correspondem ao primeiro local onde surge tecido muscular liso nas vias espermáticas; deste modo, a partir daí os espermatozoides são impelidos por peristaltismo. C, cílios; TM, túnica muscular. Coloração: H&E. II. EPIDÍDIMO 17 18 19 20 O detalhamento das imagens desta prancha estão na próxima página. Os epidídimos formam um par de tubos intensamente enovelados (ductos epididimários) por sobre a superfície dorsoposterior dos testículos. O órgão é subdividido em cabeça, corpo e cauda; a imagem em 17, em aumento menor, mostra essas três regiões, onde se notam vários segmentos do ducto epididimário em diferentes sentidos de corte devido ao alto grau de enovelamento do tubo. O ducto do epidídimo é revestido por um epitélio pseudoestratificado estereociliado (18 e 19), ou seja, dotado de estereocílios, longos microvilos de aspecto filamentoso que se estendem para o lúmen do ducto, os quais possuem função absortiva para substâncias contidas no fluido testicular advindo dos túbulos seminíferos. Em seguida ao epitélio pseudoestratificado estereociliado, o ducto epididimário é dotado de uma túnica muscular, formado por fibras musculares lisas, que vai se espessando da cabeça em direção à cauda. Entre os segmentos do ducto epididimário, ocorre um abundante tecido conjuntivo frouxo intersticial, altamente vascularizado, que mantém as circunvoluções do ducto epididimário unidas. O epitélio do ducto epididimário possui uma altura maior na cabeça e no corpo (18 e 19); à medida que o revestimento progride em direção à cauda (20), o epitéliodiminui de altura. Além disso, o lúmen deste ducto – o qual frequentemente apresenta massas de espermatozoides (Sptz em 19, e 20), uma vez que uma das funções do epidídimo é armazenar os espermatozoides antes da ejaculação – costuma ser mais estreito na cabeça e no corpo, enquanto que na cauda, o lúmen é mais amplo e frequentemente contém maiores quantidades de massas de espermatozoides. É importante perceber que o epitélio pseudoestratificado estereociliado possui duas populações celulares: as células cilíndricas estereociliadas (chamadas de células principais, Cp em 19), de núcleos elípticos basais, e as células-tronco basais (Cb em 19), de núcleo arredondado e mais próximas ao limite do epitélio com a túnica muscular (atenção: o epidídimo não tem uma mucosa, pois ele simplesmente é um canal epitelial!) e, como são muito pequenas, às vezes são de difícil distinção/percepção nos cortes histológicos. Coloração: H&E. COMPARAÇÃO ENTRE AS ESTRUTURAS HISTOLÓGICAS DOS DUCTOS EFERENTES E DO DUCTO EPIDIDIMÁRIO Em função da proximidade entre os ductos eferentes e a cabeça do epidídimo, é comum haver uma certa confusão entre estes segmentos das vias espermáticas. Repare que os ductos eferentes (Ef), com seu epitélio pseudoestratificado ciliado, possui um contorno pregueado em seus lumens e os cílios são comparativamente menores que os estereocílios do epitélio pseudoestratificado do ducto epididimário (Epi), que são mais longos. Além disso, o contorno do lúmen dos segmentos do ducto epididimário é retilíneo e paralelo ao limite do epitélio com a túnica muscular (M). Esta última costuma ser mais delgada nos ductos eferentes do que no início da cabeça do epidídimo. Coloração: H&E. 21 M M 22 23 III. DUCTO DEFERENTE O ducto deferente (ou canal deferente) é um conduto muscular que se inicia a partir da cauda do epidídimo e que desemboca na uretra prostática como um pequeno canal desprovido de musculatura, denominado de ducto ejaculador. A estrutura histológica do ducto deferente é bastante simples, consistindo em três túnicas concêntricas: uma mucosa (Mu em 22), formada por um epitélio pseudoestratificado estereociliado (Ep em 23), similar ao do revestimento da cauda do ducto epididimário, e uma lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo, a qual se projeta para o lúmen, formando pequenas pregas longitudinais; a seguir, observa-se uma espessa túnica muscular (TM em 22), formada por três camadas de tecido muscular liso, as quais podem ser vistas em destaque na imagem em 23: uma camada longitudinal interna (CLI), uma camada circular média (CCM), e uma camada longitudinal externa (CLE); apesar deste aspecto evidente aos cortes histológicos, as três camadas musculares do ducto deferente seguem em uma espiral. A última túnica é uma adventícia (AD), de tecido conjuntivo frouxo. Coloração: H&E. FUNÍCULO ESPERMÁTICO - COMPONENTES 24 O funículo espermático (ou “cordão espermático”) é um conjunto de estruturas que auxiliam a sustentar e manter o testículo suspenso na bolsa escrotal. A imagem acima mostra um corte transversal do funículo espermático, no qual se notam suas principais estruturas componentes: em 1 estão indicadas várias veias que compõem o plexo pampiniforme, o qual circunda a artéria espermática (em 2); estas veias resfriam o sangue que segue em direção aos testículos pelas artérias espermáticas, evitando que a temperatura testicular (1oC a menos que a temperatura da cavidade abdominal) aumente, o que prejudicaria a espermatogênese. Além disso, são observados o ducto deferente (em 3) e o músculo cremaster, um delgado feixe de tecido muscular estriado esquelético que retrai e abaixa os testículos, de modo a regular a temperatura escrotal. Coloração: H&E. IV. GLÂNDULA SEMINAL 25 26 27 28 A prancha anterior destaca aspectos histológicos da glândula seminal (anteriormente chamada de “vesícula seminal”). As glândulas seminais formam um par de órgãos localizados posteriormente à bexiga e, sob o ponto de vista embriológico, consistem em evaginações derivadas da região terminal dos ductos deferentes. O nome “glândula seminal” é errôneo, fazendo pensar que estes órgãos tenham uma configuração tipicamente glandular. Na verdade, cada glândula seminal é um tubo contorcido sobre si mesmo, revestido por uma mucosa com um aspecto pregueado e revestida por um epitélio altamente secretor, e dotado de uma espessa musculatura lisa, conforme pode-se ver na imagem em 25; desta forma, em pequeno aumento, notam-se várias câmaras de um mesmo tubo enovelado. Em aumento maior, observa-se que a parede da glândula seminal é formada por três túnicas (em 26): uma mucosa (Mu), de aspecto tipicamente pregueado, formada por um epitélio simples cilíndrico ou pseudoestratificado (Ep em 27), sustentado por uma delgada lâmina própria (LP em 27) de tecido conjuntivo frouxo que forma uma série de pregas que se anastomosam profusamente em direção ao lúmen, fazendo com que a mucosa da glândula seminal apresente inúmeros recessos epiteliais (RE em 27), semelhantes a “glândulas”, configurando um aspecto “pseudoglandular” a esta mucosa. A secreção do epitélio da mucosa da glândula seminal é um dos principais contribuintes do sêmen, participando com cerca de 60-70% de seu volume e fornecendo nutrientes aos espermatozoides. Esta secreção (S em 28), de aspecto intensamente acidófilo, frequentemente é vista acumulada no lúmen das câmaras da glândula seminal e nos recessos epiteliais da mucosa. Abaixo da mucosa, encontra-se uma espessa túnica muscular (TM), de tecido muscular liso, com feixes em orientação predominantemente circular, e alguns feixes em trajeto longitudinal. Externamente à túnica muscular, ocorre a adventícia (AD) de tecido conjuntivo frouxo, eventualmente denominada de “cápsula” da glândula seminal, que mantém os vários segmentos tubulares da glândula seminal unidos. Coloração: H&E. Atenção: Dois avisos importantes! 1. A glândula seminal, apesar do nome, não armazena espermatozoides! 2. 2. O epitélio da mucosa não possui quaisquer especializações na superfície apical de suas células, tais como cílios ou estereocílios. zona de transição V. PRÓSTATA A próstata é um conjunto de glândulas tubuloalveolares compostas – as glândulas prostáticas – imersas em um abundante estroma fibromuscular, que se distribuem ao redor da porção inicial da uretra masculina – a uretra prostática – onde desembocam com seus ductos. As glândulas prostáticas se encontram posicionadas concentricamente à uretra prostática em três regiões: a zona de transição, com as glândulas periuretrais (as menores), a zona central (com as glândulas de tamanho intermediário), e a zona periférica, com as maiores e mais abundantes glândulas. A zona central inclui ainda o utrículo prostático (remanescente dos túbulos paramesonéfricos no homem) e os ductos ejaculadores (porção final dos ductos deferentes, sem túnica muscular), que desembocam na uretra prostática, A porção anterior da próstata é ocupada por um estroma fibromuscular, desprovido de glândulas, contínuo com a cápsula do órgão. Coloração: H&E. 29 30 PRÓSTATA – PARÊNQUIMA E ESTROMA As imagens em 31 e 32 desta prancha destacam os componentes do parênquima prostático em meio ao estroma fibromuscular. As unidades secretoras da próstata são caracterizadas como alvéolos prostáticos (A), que aparecem como estruturas de contorno irregular e pregueado, revestidas por um epitélio que varia de simples cúbico a simples cilíndrico, dependendo da influência da testosterona sobre o epitélio. Os alvéolos prostáticos se encontram imersos em um abundante estroma fibromuscular (Es), constituído por tecido conjuntivo frouxo contendo abundantes feixes de fibras musculares lisas, que, ao se contraírem, auxiliama expulsão da secreção prostática, que contribui em cerca de 25% do sêmen, para sua liquefação e nutrição dos espermatozoides. Em alvéolos prostáticos de indivíduos idosos, pode-se observar cálculos prostáticos (setas), resultantes da calcificação da secreção no lúmen alveolar. Coloração: H&E. A A A A A A Es Es Es Es 31 32 PRÓSTATA Esta fotomicrografia destaca o epitélio simples cilíndrico (eventualmente cuboide, ou até com aspecto de pseudoestratificado) dos alvéolos prostáticos, os quais contêm um cálculo prostático em seu lúmen (os quais também são conhecidos como corpos amiláceos), cercados pelo estroma rico em fibras musculares lisas. Coloração: H&E. VI. GLÂNDULAS BULBOURETRAIS As glândulas bulbouretrais (ou glândulas de Cowper) são pequenas glândulas tubulosas mucosas inseridas na musculatura esquelética do bulbo do pênis, cujos ductos desembocam ao início da uretra peniana. Suas unidades secretoras são típicos túbulos mucosos (“ácinos mucosos”), com células palidamente coradas dotadas de núcleos achatados no citoplasma basal, situados em meio a feixes de fibras musculares esqueléticas da região do diafragma urogenital. Coloração: H&E. 33 34 VII. PÊNIS O pênis é um órgão formado por duas massas de tecido erétil localizadas dorsalmente, caracterizadas como corpos cavernosos do pênis (CC), e uma massa de tecido erétil em posição ventral, o corpo esponjoso da uretra (CE), que contém a uretra peniana (UP). As três massas de tecido erétil são envolvidas pela túnica albugínea do pênis (TA), mais espessa ao redor dos corpos cavernosos e mais delgada ao redor do corpo esponjoso. Externamente à túnica albugínea, observa-se a túnica dartos (TD), com delgados feixes de tecido muscular liso, seguida da pele delgada (PD) que envolve o pênis. Coloração: H&E. 35 Estas imagens detalham aspectos histológicos das massas de tecido erétil do pênis. Em 36 observam-se os espaços cavernosos de um dos corpos cavernosos do pênis, os quais são espaços vasculares amplos e revestidos por um típico endotélio, separados por delicadas trabéculas de tecido conjuntivo frouxo contendo fibras musculares lisas (setas). À direita da imagem, nota-se a artéria profunda do pênis. Em 37, os espaços cavernosos (CS) estão mais estreitados e as trabéculas contêm abundantes fibras musculares lisas (SM). À esquerda encontra-se uma parte da túnica albugínea (TA) do pênis. A fotomicrografia em 38 mostra porções inferiores dos corpos cavernosos do pênis (CC) separadas do corpo esponjoso da uretra (CS) pela túnica albugínea (TA); este último envolve a uretra peniana (PU). O corpo esponjoso da uretra possui menos espaços cavernosos do que os corpos cavernosos. Coloração: H&E. PÊNIS 36 37 38 AP QUESTÕES COMPLEMENTARES Identifique os órgãos e os componentes indicados por letras ou números QUESTÕES COMPLEMENTARES Caracterize a estrutura dos órgãos de acordo com os componentes indicados.
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