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Teoria ator x rede resumo

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Teoria ator- rede
Texto:Psicologia, produção subjetivante e modos políticos: Pistas conceituais da teoria ator-rede. (Arthur Ferreira).
Subjetividade na perspectiva ocidental como um domínio pessoal e interno em oposição ao domínio coletivo e externo. Desse modo “essa dimensão subjetiva não será aqui considerada como patrimônio inalienável de nossa natureza humana, mas sim construída através de práticas e dispositivos contingentes ao sabor da história” (p.3)
O autor se firma na perspectiva do construtivismo realista de Latour (2002), nas palavras do mesmo. “Nessa perspectiva quanto mais uma entidade é construída, mais real e estável ela se torna” (p.3).
A ideia é de que a subjetividade é apenas um fruto de meros acasos que ao se cruzarem a transformam nesse evento raro e volátil, que pode desaparecer na mesma casualidade com a qual fora construído. “nossa subjetividade pode vir a desaparecer como um rosto desenhado na areia, dissolvido por uma onda do mar” (Foucault, 2002 p. 536) – citado por Arthur Ferreira (p.4).
A teoria ator-rede de Latour e os processos de subjetivação. 
A TAR estaria em sua constituição situada no campo de Ciência, tecnolodia e sociedade, sendo constituída por diversas outras ciências humanas. Tendo como objetivo atravessar a divisão entre as demais ciências e as ciências humanas. Latour se apresenta criterioso com o uso de termos generalizantes para definiri a TAR, preferindo referir-se a mesma como um modo de descrição de múltiplos temas do que utilizar termos como “teoria”. Latour se mostra crítico inclusive à ideia de uma subjetividade como algo desvinculado do real e externo. 
“para Latour, mesmo as habilidades psicológicas supostamente mais puras, sejam afetivas ou cognitivas, não seriam entidades naturais das pessoas, mas seriam incorporadas (...). Todo o material constitutivo dessas habilidades circula, encontra-se distribuído em uma série de materialidades e práticas, que constituem os psicomorfo, que são os formadores da nossa subjetividade” ( p.5)
Produção de mundos e modos de pesquisa
Questiona a formação de nossos próprios modos de construir e analisar subjetividades. O texto alega ser mais fácil falar de estratégias metodológicas e não de uma metodologia única com resultados garantidos que garante maior recalcitrância às possibilidades dos diversos atores envolvidos.
A TAR “... esta se destaca por produzir estudos e reflexões bem detalhados sobre os modos políticos de produção de diversos tipos de conhecimento científico” (p.6)
Aqui o autor passa a incluir a epistemoliga política de Isabelle Stengers. “Assim tanto a TAR quanto a EP recusam qualquer tomada diferencial entre conhecimento científico e não científico, humano e natural, pondo em questão qualquer processo assimétrico de evolução ou salto epistemológico”(p.7)
“coafetação entre diversos atores e na produção inesperada de efeitos, permeada por controvérsias” (p.7)
O conhecimento científico estabilizado como uma série de negociações entre os agentes que o produzem. Quebra da ideia de um conhecimento que se propóe bom ou ruim, a ideia de um conhecimento que se arrisca ou não às possibilidades múltiplas e o que se fecha apenas no leque de possibilidades já objetivadas pelo estudo. 
Agora para a TAR e para a EP a multiplicidade de conhecimentos e produções científicas se demonstra como positiva uma vez que conseguem observar sob diversas perspectivas múltiplos saberesm que, embora articulados, não necessariamente se concebem com um objetivo único e singular a ser alcançado. 
“Daí o termo políticas ontológicas, pois cada método, cada prática científica, artefaz uma determinada realidade dentre outras possíveis. O que, no jogo com as demais práticas científicas, constitui um multiverso: mais que um e menos que muitos.” (p.8)
Dispositivos de pesquisa psicológicas e modos de produção de subjetividades.
“Para Latour as ciências humanas só se tornariam realmente ciências não se imitassem a objetividade das ciências naturais, mas sua possibilidade de recalcitrância” (p.9) 
Crítica à produção de “subjetividades padronizadas”.
A ideia de um sujeito ingênuo como uma maior possibilidade de uma ciência psicológica mais objetiva. – Debate sobre a produção de docilidade no produzir científico da psicologia. – Experiemnto em Yale e a carga de volts como a prova da dificuldade de um sujeito genuinamente ingênuo uma vez que diversas são as possibilidades, ainda que quase imperceptíveis de manipulaçao e até sugestão. Para a TAR esse estudo poderia focar, por exemplo, nas diversas possibilidades de comportamente frente a autoridade de um pesquisador e não necessariamente na possibilidade de apenas uma resposta de sim x não.
Considerações Finais
“O problema não reside em seu aspecto produtivo ou nas relações de poder comuns nos processos de produção de conhecimento, mas no uso da extorsão e de dispositivos docilizantes.” (p.13)
“Aqui, esses modos de conhecimento podem atuar na expansão ou na redução do número de versões com que nos constituímos. No primeiro caso, estaríamos operando na mesma direção em que Foucault (1995) propunha sua ontologia histórica de nós mesmos. Assim, tais saberes e práticas poderiam operar não só padronizando e extorquindo modos de subjetivação, mas problematizando as formas mais comuns da vida e liberando outras possibilidades mais raras.
Atuando, assim, na direção de modos de subjetivação e de produção de conhecimento menos ordinários e mais plurais. Sem qualquer princípio naturalizador prévio que arbitre entre os assuntos cotidianos ou os fundamentos transcendentais da nossa existência. Pois qualquer princípio só pode se definir na articulação diferencial e múltipla de nossas versões. Majoritárias e principalmente minoritárias” (p.13)

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