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21_ Sistema de Gestão Ambiental

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1
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SiStema de GeStão ambiental
SUMÁRIO
SISTEMA DE GESTÃO 
AMBIENTAL
2
SiStema de GeStão ambiental
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
A Faculdade Multivix está presente de norte a sul 
do Estado do Espírito Santo, com unidades em 
Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova 
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. 
Desde 1999 atua no mercado capixaba, des-
tacando-se pela oferta de cursos de gradua-
ção, técnico, pós-graduação e extensão, com 
qualidade nas quatro áreas do conhecimen-
to: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sem-
pre primando pela qualidade de seu ensino 
e pela formação de profissionais com cons-
ciência cidadã para o mercado de trabalho.
Atualmente, a Multivix está entre o seleto 
grupo de Instituições de Ensino Superior que 
possuem conceito de excelência junto ao 
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institui-
ções avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram 
notas 4 e 5, que são consideradas conceitos 
de excelência em ensino.
Estes resultados acadêmicos colocam 
todas as unidades da Multivix entre as 
melhores do Estado do Espírito Santo e 
entre as 50 melhores do país.
 
miSSão
Formar profissionais com consciência cida-
dã para o mercado de trabalho, com ele-
vado padrão de qualidade, sempre mantendo a 
credibilidade, segurança e modernidade, visando 
à satisfação dos clientes e colaboradores.
 
ViSão
Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci-
da nacionalmente como referência em qualidade 
educacional.
GRUPO
MULTIVIX
3
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SiStema de GeStão ambiental
SUMÁRIO
biblioteCa mUltiViX (dados de publicação na fonte)
As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com
de Tereza Cristina Mendes Vieira
Sistema de Gestão Ambiental / de Tereza Cristina Mendes Vieira. – Serra: Multivix, 2018.
editoRial
Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra
2019 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.
FaCUldade CaPiXaba da SeRRa • mUltiViX
Diretor Executivo
Tadeu Antônio de Oliveira Penina
Diretora Acadêmica
Eliene Maria Gava Ferrão Penina
Diretor Administrativo Financeiro
Fernando Bom Costalonga
Diretor Geral
Helber Barcellos da Costa
Diretor da Educação a Distância
Pedro Cunha
Conselho Editorial
Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente 
do Conselho Editorial)
Kessya Penitente Fabiano Costalonga
Carina Sabadim Veloso
Patrícia de Oliveira Penina
Roberta Caldas Simões
Revisão de Língua Portuguesa
Leandro Siqueira Lima
Revisão Técnica
Alexandra Oliveira
Alessandro Ventorin
Graziela Vieira Carneiro
Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo
Carina Sabadim Veloso
Maico Pagani Roncatto
Ednilson José Roncatto
Aline Ximenes Fragoso
Genivaldo Félix Soares
Multivix Educação a Distância
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial
Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia
Direção EaD
Coordenação Acadêmica EaD
4
SiStema de GeStão ambiental
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
Aluno (a) Multivix,
Estamos muito felizes por você agora fazer parte 
do maior grupo educacional de Ensino Superior do 
Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a 
Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional.
A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoei-
ro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, 
São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, 
no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de 
cursos de graduação, pós-graduação e extensão 
de qualidade nas quatro áreas do conhecimento: 
Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na mo-
dalidade presencial quanto a distância.
Além da qualidade de ensino já comprova-
da pelo MEC, que coloca todas as unidades do 
Grupo Multivix como parte do seleto grupo das 
Instituições de Ensino Superior de excelência no 
Brasil, contando com sete unidades do Grupo en-
tre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa-
-se bastante com o contexto da realidade local e 
com o desenvolvimento do país. E para isso, pro-
cura fazer a sua parte, investindo em projetos so-
ciais, ambientais e na promoção de oportunida-
des para os que sonham em fazer uma faculdade 
de qualidade mas que precisam superar alguns 
obstáculos. 
Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é: 
“Formar profissionais com consciência cidadã para o 
mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança 
e modernidade, visando à satisfação dos clientes e 
colaboradores.”
Entendemos que a educação de qualidade sempre 
foi a melhor resposta para um país crescer. Para a 
Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o 
mundo à sua volta.
Seja bem-vindo!
APRESENTAÇÃO 
DA DIREÇÃO 
EXECUTIVA
Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina 
diretor executivo do Grupo multivix
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FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SiStema de GeStão ambiental
SUMÁRIO
liSta de FiGURaS
 > FIGURA 1 - Homem das cavernas 15
 > FIGURA 2 - Fogo 15
 > FIGURA 3 - Máquina a vapor 17
 > FIGURA 4 - Smog 19
 > FIGURA 5 - RACHEL CARSON 19
 > FIGURA 6 - Pobreza 28
 > FIGURA 7 - Empresário 34
 > FIGURA 8 - Constituição de 1988 39
 > FIGURA 9 - Direito brasileiro 42
 > FIGURA 10 - Documentos 58
 > FIGURA 11 - LEI Nº 6.938/81 63
 > FIGURA 12 - Documentos 68
 > FIGURA 13 - SGA 73
 > FIGURA 14 - ISO 14000 74
 > FIGURA 15 - SGA 75
 > FIGURA 16 - SGA 77
 > FIGURA 17 - ISO 9000 86
 > FIGURA 18 - ISO 14000 88
 > FIGURA 19 - ISO 14001 92
 > FIGURA 20 - Certificação 93
 > FIGURA 21 - Auditoria 95
 > FIGURA 22 - Auditoria 96
6
SiStema de GeStão ambiental
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
liSta de QUadRoS
 > QUADRO 1 - Síntese do ordenamento jurídico antes e depois 
da Constituição de 1988 41
 > QUADRO 2 - SISNAMA 63
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FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SiStema de GeStão ambiental
SUMÁRIO
SUmÁRio
1UNIDADE
2UNIDADE
3UNIDADE
1 eVolUÇão da ConSCiÊnCia ambiental 14
1.1 HOMEM E MEIO AMBIENTE 14
1.2 TOMADA DE CONSCIÊNCIA 18
1.3 CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 20
ConClUSão 22
GloSSÁRio 23
2 deSenVolVimento SUStentÁVel 25
intRodUÇão da Unidade 25
2.1 DEFICIÊNCIAS 26
2.2 DESAFIOS 29
2.3 EMPRESAS E MEIO AMBIENTE 32
ConClUSão 35
3 leGiSlaÇão ambiental 37
intRodUÇão da Unidade 37
3.1 EVOLUÇÃO 38
3.2 CONSTITUIÇÃO DE 1988 39
3.3 POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE (PNMA) 42
3.3.1 OBJETIVOS 43
3.3.2 PRINCÍPIOS 44
3.3.3 SISNAMA 45
3.3.4 INSTRUMENTOS 46
8
SiStema de GeStão ambiental
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
SUmÁRio
3.3.5 CONCEITOS 47
3.3.6 LEI DE CRIMES AMBIENTAIS 48
ConClUSão 52
4 liCenCiamento ambiental 54
intRodUÇão da Unidade 54
4.1 DEFINIÇÃO E LEGISLAÇÃO BÁSICA 55
4.2 ÓRGÃOS COMPETENTES 62
4.3 ETAPAS DO LICENCIAMENTO 65
ConClUSão 69
5 SiStema de GeStão ambiental 71
5.1 CONCEITO 71
5.2 MODELO 73
5.3 BENEFÍCIOS DO SGA 75
5.4 FASES DO SGA 78
ConClUSão 83
6 CeRtiFiCaÇão ambiental 85
4UNIDADE
5UNIDADE
9
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SiStema de GeStão ambiental
SUMÁRIO
SUmÁRio
6UNIDADE 6.1 CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL 866.1.1 NORMAS ISO 86
6.2 APLICAÇÃO DA ISO 14000 88
6.3 CERTIFICAÇÃO92
6.4 AUDITORIA 94
ConClUSão 98
GloSSÁRio 99
ReFeRÊnCiaS 100
10
SiStema de GeStão ambiental
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
iConoGRaFia
ATENÇÃO 
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
GLOSSÁRIO
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
CURIOSIDADES
QUESTÕES
ÁUDIOSMÍDIAS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES
EXEMPLOS
CITAÇÕES
DOWNLOADS
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FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SiStema de GeStão ambiental
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Seja bem-vindo! Vamos trabalhar! O aprendizado será rico! Pode acreditar!
A disciplina de Sistema de Gestão Ambiental foi delineada de modo a traçar um am-
plo panorama da questão ambiental, desde a pré-história, tratando não apenas seus 
aspectos físicos, mas também os sociais e políticos. 
Esta disciplina abordará o relacionamento do homem com o meio ambiente ao lon-
go dos séculos. Tratará sobre o poder ilimitado da tecnologia para transformar os 
recursos naturais. Estudará um sistema de gestão ambiental e discutirá os impactos 
causados pelas empresas, transitando pela legislação ambiental, com suas obriga-
ções legais, e às ações proativas, que são elementos estratégicos da gestão empresa-
rial. E, também, se dedicará a apresentar as “ISOs 14000”. 
Para quem nunca fez antes um curso a distância, algumas 
dicas importantes: Não deixe acumular leitura. Realize as ta-
refas propostas dentro dos prazos estabelecidos. Mas tudo 
sem nenhum estresse! Afinal, como disse o filósofo Rubem 
Alves: “O saber tem que ter sabor!”.
12
SiStema de GeStão ambiental
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
Ao final desta disciplina espera-se que você seja capaz de:
• Traçar a relação existente entre sociedade, meio ambiente e empresas;
• Explicar a importância da implantação um sistema de gestão ambiental e 
também de uma cultura ambiental nas organizações;
• Aplicar ações de gestão ambiental.
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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SiStema de GeStão ambiental
SUMÁRIO
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que possa:
> Descrever a evolução 
histórica da questão 
ambiental;
> Apontar os primeiros 
impactos ambientais 
e os primeiros alertas 
sobre a destruição do 
planeta;
> Explicar a base 
do conceito de 
desenvolvimento 
sustentável.
UNIDADE 1
14
SiStema de GeStão ambiental
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
1 EVOLUÇÃO DA 
CONSCIÊNCIA AMBIENTAL
Nessa unidade, será traçada uma perspectiva histórica da evolução da relação do ho-
mem com o meio ambiente, ao criar ferramentas que multiplicavam suas habilida-
des para controlar outras espécies. Veremos como o poder de interferência humana, 
ao longo dos anos, foi sendo ampliado de uma forma jamais imaginada. 
Estudaremos que uma maior conscientização sobre as questões ambientais vem 
crescendo à medida que o homem compreende que o seu número começou a exce-
der a capacidade de suporte do planeta. A fauna e a flora, outrora abundantes, estão 
se tornando cada vez mais escassas, impondo transformações culturais e políticas.
 Veremos o conceito de desenvolvimento sustentável, uma das mais importantes 
ideias do homem contemporâneo, que foi um marco para as causas ambientais.
A unidade 1 é muito tranquila. Vai gostar! 
1.1 HOMEM E MEIO AMBIENTE
O homem, ao dominar outras espécies e ao desenvolver tecnologias que lhe possi-
bilitaram modificar o meio ambiente, passou a desempenhar o papel de interventor 
da natureza. Antes somente um entre os vários organismos vivos, depois a forma do-
minante na Terra.
Segundo Dias (2017, p. 3):
O homem passou a fazer o que todos os outros animais faziam, só que me-
lhor. Construiu represas maiores e melhores do que aquelas que constroem 
os castores, desenvolveu a capacidade de tecer fibras vegetais melhor do que 
os animais, construiu abrigos melhor do que as outras espécies conseguiam, 
aperfeiçoou seus métodos de caça e pesca, tornando-se o predador mais te-
mido, superando os animais mais ferozes que existiam. Deste modo, a capa-
cidade de intervenção humana sobre o meio ambiente ao longo dos anos foi 
sendo multiplicada de uma forma jamais imaginada pelo próprio homem, 
superando todos os seus limites.
15
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SiStema de GeStão ambiental
SUMÁRIO
FIGURA 1 - HOMEM DAS CAVERNAS
Fonte: Shutterstock, 2018.
Há cerca de três milhões de anos - era paleolítica-, ao descobrir como manipular o 
fogo, o homem pré-histórico inventou a primeira fonte de contaminação do ar, de-
flagrando o processo de degradação do meio ambiente. Esses impactos, no entanto, 
ficaram restritos a alguns lugares. Inicialmente o fogo serviu como proteção, para 
afastar os predadores, mas depois foi utilizado para a alimentação e para a caça.
FIGURA 2 - FOGO
Fonte: Shutterstock, 2018.
16
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FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
Segundo Dias (2017), com o início das atividades agrícolas, tempos depois, as rela-
ções do homem com a natureza passaram por intensas transformações. Isso porque 
a atividade agrícola exigia a criação de um meio ambiente artificial para proteger o 
cultivo de plantas e do gado. No local onde o homem construía novos ambientes 
para morar, em ritmo cada vez mais rápido devido ao crescimento acentuado da 
população, muitos animais foram desaparecendo, causando as primeiras grandes ex-
tinções de espécies.
Conforme Meadows, Randers e Meadows (2007, p. 267):
Simplesmente por terem se assentado em um local, estes proto-agricultores 
alteraram a face do planeta, os pensamentos da espécie humana e o formato 
da sociedade sob aspectos que eles jamais poderiam ter previsto. Pela primei-
ra vez fazia sentido possuir suas próprias terras. As pessoas, livres de ter de car-
regar todos os seus pertences nas costas, podiam acumular bens e algumas 
conseguiam acumular mais que outras. As idéias de riqueza, status, herança, 
comércio, dinheiro e poder tinham nascido. Algumas pessoas conseguiam vi-
ver do excesso de alimentos produzidos por outras. Elas poderiam se tornar 
fabricantes de ferramentas, músicos, escriturários, padres, soldados, atletas ou 
reis em período integral. Daí, surgiram, para o melhor ou pior, associações, 
orquestras, bibliotecas, templos, exércitos, jogos competitivos, dinastias e ci-
dades. [...] Os produtores agrícolas tornaram-se vulneráveis em aspectos que 
jamais afetaram os nômades, como o clima, doença, pestes, invasões de estra-
nhos e a opressão das classes dominantes emergentes. As pessoas que não se 
afastaram dos resíduos gerados por eles próprios experimentaram a primeira 
poluição crônica da humanidade.
Em determinadas regiões, quando o número de homens começou a exceder as plan-
tas e a caça, provocando a escassez dos recursos naturais, bastava mudar de local. 
Uma parte da população povoou outras áreas do mundo, ricas em caça, intensifican-
do seu estilo migratório de vida. 
As concentrações urbanas, ao recriarem espaços humanos, provocaram a adaptação 
dos organismos que antes eram encontrados somente nos ambientes naturais. Sur-
giram então pragas e inúmeros micro-organismos transmissores de doenças, trazidos 
por animais que passaram a viver no ambiente urbano (DIAS, 2017).
No século XVIII, com a Revolução Industrial, uma nova transformação entra em curso 
e a humanidade começa a castigar intensamente o meio em que vive. 
A máquina a vapor, construída por James Watt, na década de 1760,é o maior símbo-
lo dessa época. Com as novas máquinas e técnicas, o ferro fundido passou a substituir 
a madeira nas construções e as minas de carvão foram fortemente exploradas para 
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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SiStema de GeStão ambiental
SUMÁRIO
alimentar as indústrias. As fábricas se localizavam em vales próximos aos rios, nos 
quais eram despejados os resíduos industriais. Um enorme contingente de homens, 
mulheres e crianças deixou o campo e foi para as cidades à procura de trabalho. 
FIGURA 3 - MÁQUINA A VAPOR
Fonte: Shutterstock, 2018.
“A urbanização foi um dos mais importantes subprodutos da Revolução Industrial e 
criou um ambiente sem precedentes nas cidades” (DIAS, 2017, p. 6).
As áreas urbanas, cobertas de fumaça e impregnadas de sujeira, cresceram desor-
denadamente, com serviços sanitários e moradias precários, que facilitavam a proli-
feração de doenças. Cólera, febre tifoide, problemas respiratórios e intestinais, foram 
responsáveis por um grande número de mortes, sobretudo, depois de 1830.
O índice de mortalidade infantil era elevadíssimo. 
Máquinas começaram a assumir tarefas que antes eram executadas pelo homem. 
Estradas, ferrovias, fábricas e chaminés modificaram, rapidamente, a paisagem das 
cidades. E, novamente, a sociedade obteve resultados positivos e negativos: do ponto 
de vista ambiental, trabalhar nas fábricas era ainda mais difícil do que no campo, já 
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SiStema de GeStão ambiental
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
que o solo, o ar e as águas foram poluídos e o grande número das pessoas vivendo 
nas cidades fazia com que faltassem terras nas proximidades das fábricas. 
Para a maior parte dos trabalhos da indústria, a qualidade de vida era muito inferior 
ao das fazendas. Por outro lado, o desenvolvimento de novas tecnologias permitiu 
métodos de fabricação mais eficientes. Os produtos eram produzidos em menor nú-
mero de tempo, em maior escala e com menor custo. O consumo foi estimulado, os 
bens adquiridos propiciavam conforto e satisfação dos desejos, fazendo com que e o 
comércio fosse ampliado de forma extraordinária. 
1.2 TOMADA DE CONSCIÊNCIA
Durante muitos anos, o crescimento econômico impediu que os problemas ambien-
tais fossem considerados. Os danos causados pela poluição eram visíveis, mas os be-
nefícios proporcionados pelo progresso eram justificados como “um mal necessário”. 
Uma consciência preservacionista só começou a se formar, no século passado, com a 
ocorrência de desastres ambientais de grandes proporções.
Exemplos de desastres ambientais provocados pelo ho-
mem, no século XX, são a explosão de um navio que car-
regava nitrato de amônia, no Texas, em 1947, provocando 
mais de 500 mortes e ferimentos em 3.000 pessoas; o *smog 
que encobriu Londres, em 1952, que levou a óbito cerca de 
4.000 pessoas e; a contaminação, no Japão, em 1956, que 
causou disfunções neurológicas e perda de vida em famílias 
de pescadores e animais, devido às altas concentrações de 
dejetos de mercúrio lançados na por uma companhia quí-
mica às margens da baía de Minamata. 
Em função da localidade do desastre, foi denominada 
“doença de Minamata” (DIAS, 2017; PHILIPP JR.; ROMÉRO; 
BRUNA, 2014).
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SUMÁRIO
FIGURA 4 - SMOG
Fonte: Shutterstock, 2018.
O livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, publicado em 1962, expondo os peri-
gos do inseticida DDT, soou como um alarme e provocou grande repercussão na opi-
nião pública. A obra desempenhou importante papel na conscientização da socie-
dade em relação aos riscos da destruição do meio ambiente e seus efeitos na saúde 
humana. Pela primeira vez, um cientista conseguiu explicar para milhões de pessoas 
as formas pelas quais a sociedade moderna estava atacando os sistemas de apoio à 
vida em nosso planeta.
FIGURA 5 - RACHEL CARSON
Fonte: Shutterstock, 2018.
20
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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
A autora denunciou o desaparecimento dos pássaros nos campos, provocado pelo 
abuso da utilização dos pesticidas químicos na agricultura. As pessoas se sentiram 
incentivadas a reagir, e o senado americano foi levado a proibir quase totalmente a 
utilização do pesticida químico nos Estados Unidos. Foi o início da conscientização 
social e política sobre as questões ambientais, embora restrita quase exclusivamente 
aos países desenvolvidos, onde os cidadãos passaram a exigir informações sobre as 
condições do meio ambiente (DIAS, 2017; PHILIPP JR.; ROMÉRO; BRUNA, 2014).
Para saber sobre sobre Rachel Carson você pode assistir 
ao vídeo Dia da Terra - Earth Days. 
O solo, a água e o ar sendo poluídos, os recursos naturais sendo utilizados sem ne-
nhum critério, nas grandes cidades, evidenciavam os danos causados ao meio am-
biente. A partir de 1960, movimentos estudantis e hippies passaram a exigir o con-
trole da poluição, a conservação e a proteção da natureza e começaram a mobilizar a 
população afetada. Nos países industrializados surgiram as organizações não-gover-
namentais (ONGs). Essas organizações começaram a reivindicar do governo uma ati-
tude mais firme para lutar para a preservação do meio ambiente. Naquele momento 
a preocupação, basicamente, era com a conservação da natureza, com a utilização 
dos pesticidas na agricultura e com a poluição industrial.
1.3 CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL
O conceito desenvolvimento sustentável veio à tona em 1987, quando a Comissão 
Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento produziu o relatório “Nosso Futuro 
Comum”, um dos mais importantes documentos dos nossos tempos.
Segundo esse relatório, “o desenvolvimento sustentável é 
aquele que atende às necessidades do presente, sem com-
prometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem 
às suas próprias necessidades” (COMISSÃO MUNDIAL SO-
BRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO,1991, p. 46). 
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SUMÁRIO
A presidente da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento foi a 
primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, motivo pelo qual passou a ser 
denominada “Comissão Brundtland”. O relatório foi elaborado, seguindo as determi-
nações da ONU, e tinha como meta a elaboração de uma “agenda global para mu-
dança”. Os objetivos desse documento eram definir estratégias ambientais de longo 
prazo; sugerir maneiras para que a preocupação com o meio ambiente se traduzis-
sem em maior cooperação entre os países desenvolvidos e entre países em estágios 
diferentes de desenvolvimento econômico e social, que permitissem a execução de 
metas comuns e; descobrir caminhos que possibilitassem a comunidade internacio-
nal tratar com êxito os problemas da proteção e da melhoria do meio ambiente. A 
comissão atuou como um órgão independente (DIAS, 2017).
O desenvolvimento sustentável surgiu como um novo modelo que permitisse harmo-
nizar a relação do homem com a natureza e as relações dos homens entre si, conci-
liando ao mesmo tempo crescimento econômico e preservação ambiental. Era uma 
alternativa para viabilizar o futuro da humanidade.
Outro marco histórico importante para as questões ambientais foi a Conferência das 
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1992, na ci-
dade do Rio de Janeiro. A reunião, que consagrou o conceito de desenvolvimento 
sustentável, ficou conhecida como Eco-92, e contou com a presença de representan-
tes de 179 países. Na conferência do Rio, a cooperação prevaleceusobre o conflito. A 
Eco-92 abriu novos caminhos para o diálogo multilateral e colocou os interesses glo-
bais como principal preocupação. O significado da cúpula do Rio foi muito além dos 
compromissos concretos assumidos, pois mostrou as possibilidades de compreensão 
em um mundo livre de antagonismo ideológico. A conferência gerou importantes 
documentos, que incluem a *Carta da Terra, *Agenda 21, uma declaração sobre flo-
restas e convenções sobre mudanças climáticas e diversidade biológica (DIAS, 2017). 
O conceito de desenvolvimento Sustentável se fundamenta na equidade social. 
Ou seja, as presentes gerações não podem deixar para as futuras gerações uma he-
rança de déficits ambientais ou um estoque de recursos inferiores àqueles que rece-
beram das gerações passadas.
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CONCLUSÃO
Com a ampliação da capacidade de intervenção do homem no meio ambiente, so-
bretudo após a era industrial, a poluição, em todo o planeta, foi intensificada. A Terra 
tem sido pressionada além da sua capacidade de suporte.
Crescimento econômico exaurindo os recursos naturais inviabiliza um modelo de 
crescimento realmente sustentável, seguro e justo para toda a humanidade. 
É preciso encontrar um meio de produzir riquezas sem criar resíduos tóxicos. 
Os problemas ambientais causados pelo homem nos últimos anos não podem ser 
transferidos para a futura geração sem consequências catastróficas. 
A natureza não faz empréstimos de emergência.
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SUMÁRIO
GLOSSÁRIO
aGenda 21: Documento aprovado pela Conferência das Nações Unidas sobre 
Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992, 
que fortalece a ideia de que o desenvolvimento econômico deve ocorrer em 
equidade social e equilíbrio ecológico.
CaRta da teRRa: Documento equivalente a um código de ética planetário 
e cuja função é explicitar os princípios fundamentais do desenvolvimento 
sustentável.
onG
SmoG: Termo que surgiu da combinação entre smoke (fumaça) e fog (nevoeiro), 
e que hoje é usado em relação a qualquer poluição atmosférica que reduza a 
visibilidade e provoque irritação nos olhos, pulmões, etc.
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OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que possa:
> Apontar as 
deficiências do termo 
desenvolvimento 
sustentável.
> Discutir os desafios 
para se atingir a 
sustentabilidade.
> Descrever a relação 
entre empresas e 
meio ambiente.
UNIDADE 2
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SUMÁRIO
2 DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL
Nesta unidade, serão abordadas as deficiências do conceito de desenvolvimento sus-
tentável. Este, quando surgiu, sinalizava apenas um caminho. Aplicá-lo no dia a dia 
não é uma tarefa fácil. A sociedade precisa absorver e compreender o seu significado.
Serão tratados os desafios a serem percorridos rumo à sustentabilidade. O termo “sus-
tentável”, ao ser empregado incessantemente e equivocadamente, a todo momento 
tem sido banalizado. 
Será discutida também a relação atual das empresas com o meio ambiente. O tem-
po mostrou que dificilmente surge uma mudança espontânea e, se não houvesse 
pressões da sociedade, as corporações não teriam se envolvido nos temas ambientais. 
Você verá que é preciso que empresários e administradores adotem uma nova postu-
ra; além disso, tecnologias que causem menos impactos e que preservem os recursos 
naturais têm que ser adotadas com urgência. 
Adélia Prado (2013) escreveu: “Não quero faca, nem queijo. Quero a fome”. É com 
essa “fome” da poetisa que convido você a iniciar esta unidade.
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Até mesmo quem cunhou o conceito de desenvolvimento sustentável admitiu que 
ele tinha limitações. Quando veio à tona, não oferecia um plano detalhado de ação; 
além disso, há uma gama de variáveis econômicas e sociais a serem consideradas 
para que possa ser aplicado diariamente.
O conceito só foi consagrado com a realização da Conferência das Nações Unidas so-
bre Meio Ambiente, a ECO-92, em 1992, na cidade do Rio de Janeiro – portanto, há 27 
anos. Nos hábitos de hoje, a sustentabilidade provavelmente ainda mora com os pais. 
Se comparada com o modelo tradicional de desenvolvimento, é ainda uma criança e 
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só vai amadurecer se todos os setores da sociedade a decifrarem.
As empresas cada vez mais têm procurado incluir o meio ambiente nas suas deci-
sões. Surge um novo relacionamento entre empresas e meio ambiente, bem como 
novas concepções administrativas e tecnológicas. 
As corporações se conscientizam que a solução dos problemas ambientais impõe 
novas práticas empresariais, e o uso mais eficiente de matérias-primas e insumos, 
reduzindo riscos de impactos ambientais, leva a uma maior produtividade e lucrativi-
dade, com redução de custos e aumento da responsabilidade ambiental.
2.1 DEFICIÊNCIAS
A Comissão Brundtland, quando publicou o relatório Nosso Futuro Comum e conce-
beu o conceito de desenvolvimento sustentável, reconheceu que o mesmo apenas 
sinalizava um caminho. Não oferecia um plano detalhado de ação e aplicá-lo no dia 
a dia seria extremamente complexo. Ao mesmo tempo, diferentes setores da socie-
dade tenderiam a interpretá-lo de acordo com seus próprios interesses, suas percep-
ções e necessidades, levando ao surgimento de várias interpretações.
Segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1988, p. 
9-10):
O conceito de desenvolvimento sustentável tem, é claro, limites - não limites 
absolutos, mas limitações impostas pelo estágio atual da tecnologia e da or-
ganização social, no tocante aos recursos ambientais, e pela capacidade de 
a biosfera absorver os efeitos da atividade humana. (...) O atendimento das 
necessidades básicas requer não só uma nova era de crescimento econômico 
para as nações cuja maioria da população é pobre, como a garantia de que es-
ses pobres receberão uma parcela justa dos recursos necessários para manter 
esse crescimento. Tal equidade seria facilitada por sistemas políticos que as-
segurassem a participação efetiva dos cidadãos na tomada de decisões e por 
processos mais democráticos na tomada de decisões em âmbito internacio-
nal. Para que haja um desenvolvimento global sustentável é necessário que os 
mais ricos adotem estilos de vida compatíveis com os recursos ecológicos do 
planeta - quanto ao consumo de energia, por exemplo. Além disso, o rápido 
aumento populacional pode intensificar a pressão sobre os recursos e retardar 
qualquer elevação dos padrões de vida; portanto, só se pode buscar o desen-
volvimento sustentável se o tamanho e o aumento da população estiverem 
em harmonia com o potencial produtivo cambiante do ecossistema. Afinal, o 
desenvolvimento sustentável não é um estado permanente de harmonia, mas 
um processo de mudança na qual a exploração dos recursos, a orientação dos 
investimentos, os rumos do desenvolvimento tecnológico e a mudança insti-
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SUMÁRIO
tucional estão de acordo com as necessidades atuais e futuras. 
A ideia de desenvolvimento sustentável se apoia no tripé economia, meio ambiente 
e sociedade e tem como foco harmonizar o crescimento econômico e o bem-estar 
humano.
O conceito preconiza também que a pobreza é incompatívelcom a sustentabilidade 
e que a política ambiental deve integrar o processo de desenvolvimento. 
A responsabilidade por essa integração, por sua vez, não é mais apenas de um setor 
da sociedade, mas, também, de todos os outros.
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FIGURA 6 - POBREZA
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.
Para conhecer um pouco mais sobre a rica diversidade de vida no planeta e sa-
ber como o homem, à medida que avança, vem destruindo o meio ambiente, 
assista ao documentário Terra, de Yann Arthus-Bertrand. O documentário tem 
01h34 m e é todo composto por imagens aéreas de vários lugares da Terra.
O conceito de desenvolvimento sustentável, apesar do seu extremo bom senso, é 
vago. Essa deficiência dá margens para as mais variadas interpretações. O Conselho 
Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, em 1995, ou seja, 8 anos 
após o termo ter sido cunhado pela Comissão Brundtland, apresentou a sua própria 
definição.
O desenvolvimento sustentável será alcançado pela oferta de produtos e serviços a 
preços competitivos que satisfaçam às necessidades humanas, melhorem a qualida-
de de vida, e, ao mesmo tempo, reduzam, progressivamente, os impactos ambientais 
e a intensidade do uso de recursos, por meio do ciclo de vida, para um nível compa-
tível com a capacidade de suporte da Terra (LEMOS, 2009, p. 33).
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SUMÁRIO
2.2 DESAFIOS
O termo desenvolvimento sustentável virou moda e está atualmente em todos os 
lugares: nos relatórios das empresas, no discurso dos ambientalistas, nas teses cientí-
ficas, no incessante bombardeio da mídia. A expressão, embora empregada abusiva 
e genericamente a todo momento, permanece ambígua. Sua definição ainda é vaga, 
não indica quais caminhos seguir para alcançá-lo e não ajuda a encontrar as respos-
tas necessárias. Tornou-se vital repensar como produzir e como aproveitar de forma 
mais eficiente os recursos naturais.
Ao mesmo tempo, o termo “sustentável” tem sido aceito com a mesma facilidade 
que se absorve uma nova gíria e, assim, entrou em moda. A palavra se tornou quase 
um adjetivo, substituindo na linguagem coloquial noções muito próximas a firme 
ou durável. Com isso, o termo tem sido banalizado. Até em fofocas a respeito de um 
casal famoso são lançados rumores sobre a sustentabilidade do relacionamento (VEI-
GA, 2008).
De acordo com Sachs (2008, p. 71): 
O desenvolvimento é um conceito multidimensional: os seus objetivos são 
sempre sociais e éticos (solidariedade sincrônica). Ele contém uma condicio-
nalidade ambiental explícita (solidariedade diacrônica com as gerações fu-
turas); o crescimento econômico, embora necessário, tem um valor apenas 
instrumental; o desenvolvimento não pode ocorrer sem crescimento, no en-
tanto, o crescimento não garante por si só o desenvolvimento; o crescimento 
pode, da mesma forma estimular o mau desenvolvimento, processo no qual o 
crescimento do PIB é acompanhado de desigualdades sociais, desemprego e 
pobreza crescentes (SACHS, 2008, p. 71).
Sincrônica: o que ocorre ao mesmo tempo; simultâneo.
Diacrônica: caráter dos fenômenos linguísticos, sociais, culturais, etc., observa-
dos quanto à sua evolução no tempo.
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Quando se fala em sustentabilidade, é importante ter em conta quanto um país, uma 
cidade ou até mesmo uma pessoa utiliza, em extensão de território, para gerar bens 
e produtos para atender às suas necessidades; pode-se, então, deduzir, sem qualquer 
margem de erro, que a pegada ecológica de um americano, por exemplo, é muito 
maior do que a de um africano. Sociedades mais industrializadas “usam” mais espa-
ços do que as menos industrializadas. Além disso, o consumo do cidadão americano 
é apontado como um dos mais elevados do planeta.
Pegada ecológica é o método criado por William Rees e Mathis Wackernagel 
para medir o impacto ecológico, ou seja, para medir as demandas antrópicas 
pelos recursos naturais e a capacidade da natureza de suprir tais demandas. 
O cálculo da pegada ecológica é utilizado em diversos países do mundo, com 
aplicabilidade não só em municípios, como em campanhas internacionais, sen-
do reconhecido como um dos melhores instrumentos para medir o impacto da 
atividade humana na capacidade de suporte da Terra (MAZZINI, 2011, p. 375).
A Pegada Ecológica é incumbida de avaliar a dimensão dos recursos naturais re-
nováveis para se manter a população mundial suprida de alimentos, vestimenta, 
água, e outros bens de consumo. Em suma, a pegada ecológica, ou pegada am-
biental, é um indicador de sustentabilidade que compara a necessidade básica 
de recursos naturais para produzir bens e serviços para a população, de forma 
a não afetar a capacidade regenerativa do planeta, ou seja, a capacidade que o 
planeta possui de renovar os recursos naturais.
Pesquise na internet sobre pegada ecológica, calcule a sua pegada e veja qual 
o impacto do seu estilo de vida para o planeta.
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SUMÁRIO
Para Capra (2001), o conceito de desenvolvimento sustentável apresentado pelo 
Relatório Brundtland não diz nada a respeito de como construir, na prática, uma 
sociedade sustentável. Para ele, é preciso uma definição operacional de sustentabi-
lidade ecológica, e os primeiros passos para a construção de comunidades susten-
táveis devem ser (i) compreender os princípios de organização que os ecossistemas 
desenvolveram para manter a teia da vida e (ii) moldar as comunidades humanas de 
acordo com os ecossistemas naturais, que são comunidades sustentáveis de plan-
tas, animais e microrganismos. Assim sendo, uma comunidade humana sustentável 
deve ser planejada de modo que os estilos de vida, negócios, atividades econômicas, 
estruturas físicas e tecnologias não interfiram na capacidade da natureza de manter 
a vida. Por isso, defende-se que as soluções passam necessariamente pela mudança 
de percepção, de pensamento e valores. Na ciência, isso equivale a dizer que há a 
necessidade de mudança de paradigma.
De acordo com Meadows et al. (2007, p. 7-8):
Os indivíduos apoiam políticas orientadas ao crescimento, pois acreditam que 
elas possam lhes proporcionar um bem-estar ainda melhor. Os governos bus-
cam o crescimento como um lenitivo para simplesmente qualquer problema. 
No mundo rico, pressupõe-se que o crescimento é necessário para o empre-
go, a mobilidade social e o avanço tecnológico. No mundo pobre, o cresci-
mento parece ser a única forma de se escapar da pobreza. Muitos acreditam 
que se requer o crescimento para prover os recursos necessários à proteção e 
melhoria do meio ambiente. Líderes corporativos e governamentais fazem o 
máximo possível para promover mais e mais crescimento. Por essas razões o 
crescimento chega a ser visto como uma causa para comemoração. Apenas 
considere alguns sinônimos para essa palavra: desenvolvimento, progresso, 
avanço, ganho, melhoria, prosperidade, sucesso. Essas são as razões psicoló-
gicas e institucionais para o crescimento. O crescimento pode resolver alguns 
problemas, mas ele cria outros (MEADOWS et al., 2007, p. 7-8).
O desenvolvimento sustentável tem também que superar três grandes desafios: ga-
rantir a disponibilidade de recursos naturais, respeitar os limites da biosfera para ab-
sorver resíduos e poluição e reduzir a pobreza em nível mundial. 
Para iniciar a transição para a sustentabilidade, é necessário, entre tantos outros de-
safios, adotar novos estilos de vida e de desenvolvimento, melhorara educação em 
todos os níveis e desenvolver tecnologias mais eficientes (LEMOS, 2009).
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2.3 EMPRESAS E MEIO AMBIENTE 
As empresas movem a economia e impulsionam o desenvolvimento mundial. Contu-
do, as atividades empresariais, de qualquer natureza, são grandes responsáveis pela 
degradação do meio ambiente; o que varia, portanto, é a intensidade do impacto.
Com o aumento das pressões da sociedade, do governo e do mercado, as empresas 
começam a adotar novas práticas administrativas e tecnológicas. Essa mudança não 
surgiu de forma espontânea. O crescente envolvimento das corporações nos temas 
ambientais só ocorreu após inúmeras mobilizações de vários setores da sociedade.
Desponta o conceito de ecoeficiência, termo criado, em 1982, pelo Conselho Empre-
sarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável. “É o aumento da produtividade 
e, consequentemente, da rentabilidade das organizações, por meio da prevenção da 
poluição e da mitigação de impactos ambientais adversos” (MAZZINI, 2011, p. 210).
Grandes empresas têm dado bons exemplos de práticas de ecoeficiência.
A 3M, por exemplo, deixou de despejar desde 1975, 270 mil toneladas de po-
luentes na atmosfera e 30 mil toneladas de efluentes nos rios, e está conseguin-
do economizar mais de US$ 810 milhões combatendo a poluição nos 60 países 
onde atua. Outra empresa, a Scania Caminhões, contabiliza economia em torno 
de R$ 1 milhão com programa de gestão ambiental, que reduziu 8,6% no con-
sumo de energia, de 13,4% no de agua e 10% no volume de resíduos produzi-
dos apenas no ano de 1999 (TACHIZAWA, 2014, p. 6).
Conforme Tachizawa (2014, p. 7):
As organizações no novo contexto necessitam partilhar do entendimento de 
que deve existir um objetivo comum, e não um conflito, entre desenvolvimen-
to econômico e proteção ambiental, tanto para o momento presente como 
para as gerações futuras (TACHIZAWA, 2014, p. 7).
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SUMÁRIO
O conceito de ecoeficiência desafia o mundo empresarial a obter mais valor para o 
negócio, obrigando as empresas a serem mais criativas e inovadoras. Elas têm adota-
do cada vez mais metodologias de produção mais limpa para economizar matéria-
-prima e energia e gerar menos resíduos e poluição, implantando sistemas de gestão 
ambiental, analisando o ciclo de vida dos produtos e assumindo os seus papéis na 
responsabilidade social corporativa.
Amplia-se a compreensão de que o desenvolvimento sustentável é a única opção 
para garantir o atendimento das necessidades da presente geração e também da 
futura.
A partir do envolvimento da humanidade com a questão ambiental, às em-
presas tem sido reputado o papel de vilãs da sociedade, como as grandes 
responsáveis do processo de degradação do ambiente natural. Consideran-
do-as somente como unidades produtivas, isoladas do contexto social, pode 
até ser que haja alguma razão em se encontrar nessas organizações os prin-
cipais agentes de poluição. No entanto, as empresas devem ser analisadas no 
contexto social em que se encontram, como unidades de fornecimento de 
produtos e serviços dos quais as pessoas necessitam e dependem para viver 
(DIAS, 2017, p. 80). 
É imperativo quebrar paradigma. Os empresários que lucram com tecnologias sujas, 
que causam impactos ao meio ambiente, terão que fazer a transição para as tecnolo-
gias limpas, que possibilitam a preservação dos recursos naturais.
Como a sustentabilidade tem facetas diferenciadas, a pegada ecológica é desigual e 
não se pode impor a todos as mesmas mudanças. Aqueles que usam e desperdiçam 
os recursos naturais em excesso terão que “pegar mais leve” e adotar práticas susten-
táveis. Ao mesmo tempo, não se pode cometer os mesmos erros do passado. As ge-
rações anteriores tentaram mostrar que o modelo de desenvolvimento que destrói o 
meio ambiente coloca o planeta numa rota de colisão, mas não tiveram êxito. Muito 
tempo foi gasto em inércia e hesitações.
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FIGURA 7 - EMPRESÁRIO
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.
Os poderosos só pegarão mais leve se virem alguma forma de continuar lu-
crando no novo modelo, caso contrário, aproveitarão os recursos que sobrarem 
dos que estiverem pegando leve – por escolha própria ou por impossibilidade 
mesmo – para pegarem mais pesado ainda (BERNA, 2011).
Para quem gosta de ler, uma dica é o livro O que os economistas pensam sobre 
sustentabilidade, organizado por Ricardo Arnt. Esse livro reúne pensamentos 
de 15 dos mais influentes economistas brasileiros. Vale conferir!
Os consumidores estão cada vez mais conscientes dos graves problemas ambientais 
do planeta, e as empresas que têm compromisso com as causas ambientais tende-
rão a ter mais êxito.
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SUMÁRIO
CONCLUSÃO
O termo desenvolvimento sustentável, por si só, carrega uma enorme contradição. 
Desenvolvimento provém da área da economia, que obedece a lógica de maximiza-
ção de lucros, de valores que estão sempre atrelados ao dinheiro, ao custo e benefício.
A palavra sustentável, por sua vez, provém do âmbito da biologia, da conservação, 
do equilíbrio de um sistema, cuja lógica é contrária àquela desse tipo de desenvol-
vimento. Unir esse conceito configura um grande desafio para todos os setores da 
sociedade.
As empresas começam a compreender que a solução dos problemas ambientais 
impõe novas práticas e também novas tecnologias para preservar o meio ambiente 
e, consequentemente, a capacidade de suporte do planeta. Elas estão produzindo 
de forma mais eficiente, economizando recursos naturais e energia e gerando menos 
resíduos e poluição.
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OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que possa:
> Explicar a evolução da 
legislação ambiental 
brasileira.
> Identificar as 
inovações da 
Constituição de 1988.
> Descrever a Política 
Nacional do Meio 
Ambiente.
UNIDADE 3
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SUMÁRIO
3 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Nesta unidade, será traçada a evolução da legislação ambiental brasileira, assim como 
se abordará o bem tutelado – o meio ambiente natural. Inicialmente, introduzir-se-ão 
os fundamentos do regime jurídico ambiental no Brasil; depois, com a complexidade 
do bem ambiental e dos meios para efetivação de sua defesa e proteção, serão mos-
trados a criação e o desenvolvimento de diretrizes e ações coordenadas.
Serão ainda analisadas as inovações da Constituição Federal de 1988, com a incor-
poração do conceito de desenvolvimento sustentável. Será discutido como os termos 
desenvolvimento e meio ambiente, aparentemente em conflito, foram “abrigados” 
na Constituição de 1988. Será também mostrado o tratamento da matéria ambiental 
na Carta Magna. 
A Lei nº 6.938/81, responsável pela estruturação do Sistema Nacional do Meio Am-
biente (SISNAMA) e da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) será apresentada, 
assim como os objetivos e princípios da PNMA, a estrutura que compõe o SISNAMA, 
bem como os seus instrumentos e alguns importantes conceitos da PNMA.
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
O direito ambiental nasce da necessidade de um meio ambiente saudável e da cons-
tatação da crise ambiental. A proteção ambiental, incluindo a preservação dos ecos-
sistemas essenciaise a manutenção do equilíbrio ecológico, tem como objetivo tu-
telar a qualidade do meio ambiente como elemento imprescindível ao bem-estar 
humano e a forma de direito fundamental do homem.
O direito ambiental, por possuir um caráter interdisciplinar, comunica-se com outras 
matérias jurídicas, como os direitos constitucional, administrativo, civil, penal e pro-
cessual, e como os impactos ambientais não conhecem fronteiras, o direito ambien-
tal também está intimamente ligado ao direito internacional.
Princípios são fundamentos do ordenamento jurídico que viabilizam e auxiliam na 
interpretação das regras. Assim, diante de dúvidas ou antagonismos entre valores 
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constitucionais, os princípios são utilizados para a ponderação de valores para se con-
cluir sobre qual bem jurídico seria mais relevante. No Brasil, os princípios que regu-
lam o direito ambiental encontram-se inseridos em diversos diplomas legais, inclusi-
ve na Constituição.
3.1 EVOLUÇÃO 
A evolução da legislação ambiental brasileira se desenvolveu em fases distintas. A 
Constituição de 1934 foi denominada fase fragmentária, porque o enfoque foi a regu-
lamentação do uso de alguns recursos naturais, em que se tutelava somente aquilo 
que tivesse interesse econômico. O contexto dessa constituição era o início da regu-
lamentação das atividades industriais, contemplando a preservação e a recuperação 
ambiental. Foi o caráter utilitarista do ordenamento.
A Constituição de 1934 estabeleceu a competência da União para legislar sobre a ex-
ploração e proteção das riquezas do subsolo, mineração, metalurgia, águas, energia 
hidrelétrica, florestas, caça e pesca e a sua exploração (art. 5º, XIX, “j”). 
No artigo 21, a Constituição de 1934 instituiu que “são do domínio dos Estados as 
margens dos rios e lagos navegáveis, destinadas ao uso público, se por algum título 
não forem do domínio federal, municipal ou particular”. 
Nessa mesma constituição, no artigo 119, foi determinado que o aproveitamento in-
dustrial das minas e das jazidas minerais, bem como das águas e da energia hidráuli-
ca, ainda que de propriedade privada, depende de autorização ou concessão federal, 
na forma da lei. 
Um novo paradigma nasce com a edição da Lei da Política Nacional de Meio Am-
biente e do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) – Lei nº 6.938/1981. O 
artigo 3º, inciso I, estabeleceu que meio ambiente é o conjunto de condições, leis, 
influências e interações de ordem física, química e biológica que permite, abriga e 
rege a vida em todas as suas formas.
O Brasil então passa a ter uma norma além do seu tempo. No seu artigo 4º, por exem-
plo, ela previa uma necessidade de conjuminação entre o desenvolvimento econô-
mico e a proteção do meio ambiente; já no artigo 2º, antevia-se uma associação entre 
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SUMÁRIO
desenvolvimento socioeconômico, proteção ambiental e dignidade humana.
Esse é o início da fase holística, em que o meio ambiente passa a ser protegido de 
maneira integral, com autonomia e como bem jurídico a ser tutelado. 
A Constituição Brasileira de 1988, por sua vez, institui três classes de governo na fede-
ração: municipal, estadual e federal. Mesmo com uma aparência descentralizadora, 
estipulou-se na Carta Magna uma repartição complexa de competências executivas 
e legislativas, residindo aí um dos problemas mais heterogêneos do direito ambien-
tal: a segmentação de competência entre os diversos entes da federação em relação 
à legislação e execução de políticas ambientais.
3.2 CONSTITUIÇÃO DE 1988
Referência quanto aos interesses e direitos ambientais, a Constituição de 1988 abor-
da, entre outros assuntos, a necessidade da conservação do meio ambiente tanto 
para as presentes quanto para as futuras gerações. A maioria dos conceitos de desen-
volvimento sustentável foi indexada ao ordenamento jurídico nacional.
FIGURA 8 - CONSTITUIÇÃO DE 1988
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.
Segundo o artigo 225, caput, da Constituição Brasileira: 
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Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes 
e futuras gerações.
Foi a primeira vez que a expressão meio ambiente apareceu em uma constituição 
brasileira. Além disso, diversos conceitos e princípios inovadores foram trazidos pela 
Carta Magna. O tratamento da matéria ambiental foi amplo e moderno na Constitui-
ção de 1988. 
O conceito de sustentabilidade foi inserido na Constituição Brasileira de 1988 com os 
seguintes preceitos:
• Princípio do direito à sadia qualidade de vida.
• Princípio do acesso equitativo aos recursos naturais.
• Princípios do usuário-pagador e do poluidor-pagador.
• Princípios da precaução e da prevenção.
• Princípio da reparação.
• Princípios da informação e da participação.
• Princípios da obrigatoriedade da intervenção do poder público.
Esses princípios serviram também para auxiliar a interpretação de conceitos legislati-
vos e sanar lacunas dessa até então recém-nascida disciplina jurídica. 
Os termos desenvolvimento e meio ambiente, dois temas aparentemente em confli-
to, foram “abrigados” na Constituição de 1988.
O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado tem como titular todos os 
brasileiros ou estrangeiros, incluindo aí as gerações presentes e futuras. No entanto, 
quando cita a responsabilidade e os respectivos deveres de manter o direito acima 
explicitado, a Carta é enfática: cabem ao Poder Público e a toda a coletividade, como 
disposto no artigo 225. 
O texto da Constituição de 1988 inovou ao dividir entre o Poder Público e a coletivi-
dade a responsabilidade pela defesa do meio ambiente. Com isso, a importância da 
sociedade civil organizada foi ampliada, reforçando o título de “Constituição Cidadã”.
O artigo 225, §4º, da Constituição Federal optou por diferenciar alguns biomas, confe-
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SUMÁRIO
rindo-lhes especial importância e definindo-os como patrimônio nacional:
A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Ma-
to-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, 
na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio 
ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais (BRASIL, 1988).
A Constituição consagra os mecanismos de defesa do bem ambiental. A Constituição 
Brasileira de 1988 ratifica os meios de defesa do meio ambiente. Seu artigo 5º, inciso 
LXXIII, dispõe o seguinte:
Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise anular 
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, 
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e 
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e 
do ônus da sucumbência (BRASIL, 1988).
QUADRO 1 - SÍNTESE DO ORDENAMENTO JURÍDICO ANTES E DEPOIS DA CONSTITUIÇÃO DE 1988
ANTERIOR ATUAL
Direito absoluto sobre a propriedade privada. Função socioambiental da propriedade.
Enfoque no desenvolvimento econômico. Enfoque no desenvolvimento sustentável.
Não contabilização do custo socioambiental.
Internalização das externalidades socioambien-
tais.
Ausência de responsabilidade por dano ambien-
tal.
Responsabilidade civil, administrativa e criminal.
Fonte: AMADO, 2011; ANTUNES,2012.
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FIGURA 9 - DIREITO BRASILEIRO
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.
3.3 POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE 
(PNMA)
A responsável pela estruturação da PNMA e do SISNAMA foi a Lei nº 6.938/81. A PNMA 
está baseada principalmente no uso racional dos recursos naturais (solo, subsolo, 
água e ar) visando ao desenvolvimento sustentável e considerando o meio ambiente 
como patrimônio público a ser protegido.
O artigo 6º da Lei nº 6.938/81 atribui a concepção, montagem e distribuição 
de competências entre os órgãos integrantes do SISNAMA da seguinte forma:
Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos 
Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela 
proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o SISNAMA (BRASIL, 1981). 
Segundo o artigo 2º da Lei nº 6.938/81:
A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melho-
ria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar 
no país condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da se-
gurança e à proteção da dignidade da vida humana (BRASIL, 1981).
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3.3.1 OBJETIVOS 
O artigo 4º da Lei nº 6.938/81 afirma que a PNMA visa:
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preserva-
ção da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualida-
de e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, 
do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de 
normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas 
para o uso racional de recursos ambientais;
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de 
dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública 
sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio 
ecológico;
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua uti-
lização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manuten-
ção do equilíbrio ecológico propício à vida;
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou 
indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de 
recursos ambientais com fins econômicos (BRASIL, 1981).
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3.3.2 PRINCÍPIOS 
O artigo 2º da Lei nº 6.938/81 aponta os seguintes princípios:
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando 
o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente asse-
gurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluido-
ras;
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso 
racional e a proteção dos recursos ambientais;
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII - recuperação de áreas degradadas; 
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da 
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do 
meio ambiente.
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SUMÁRIO
Para implementar a PNMA nos diversos níveis da federação, foi criado o SISNAMA a 
fim de constituir uma rede de agências governamentais para assegurar mecanismos 
de implementação e acompanhamento da PNMA (AMADO, 2011).
3.3.3 SISNAMA
O SISNAMA é instituído pela Lei nº 6.938/81, sendo composto por entidades e órgãos 
das esferas públicas em sua totalidade, inclusive fundações. 
O SISNAMA tem a seguinte estrutura:
• Órgão Superior: O Conselho de Governo
• Órgão Consultivo e Deliberativo: O Conselho Nacional do Meio Ambiente - 
CONAMA
• Órgão Central: O Ministério do Meio Ambiente - MMA
• Órgão Executor: O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Na-
turais Renováveis - IBAMA
• Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela exe-
cução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades ca-
pazes de provocar a degradação ambiental;
• Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle 
e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições (BRASIL, 2019).
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3.3.4 INSTRUMENTOS 
O artigo 9º da Lei nº 6.938/81 institui os instrumentos da Política Nacional do Meio 
Ambiente, que são:
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II - o zoneamento ambiental;
III - a avaliação de impactos ambientais;
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente po-
luidoras;
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou ab-
sorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Pú-
blico federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de 
relevante interesse ecológico e reservas extrativistas;
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Am-
biental;
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das 
medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental.
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SUMÁRIO
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado 
anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais 
Renováveis – IBAMA;
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obri-
gando-se o Poder Público a produzí-las, quando inexistentes; 
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou 
utilizadoras dos recursos ambientais.
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, 
seguro ambiental e outros (BRASIL, 1981).
Além do SISNAMA, cuja estruturação é feita com base na lei da PNMA, muitas outras 
instituições nacionais têm importantes atribuições no que se refere à proteção do 
meio ambiente.
3.3.5 CONCEITOS 
Importantes conceitos aplicáveis à PNMA estão no artigo 3º da Lei nº 6.938/81:
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de 
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas 
as suas formas;
II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características 
do meio ambiente;
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades 
que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
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b) criem condições adversas às atividades sociais eeconômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais es-
tabelecidos;
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, respon-
sável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação am-
biental;
V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subter-
râneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfe-
ra, a fauna e a flora.
3.3.6 LEI DE CRIMES AMBIENTAIS
O Brasil, no final da década de 1990, deu um importante passo para a proteção am-
biental ao instituir a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que ficou conhecida 
como Lei de Crimes Ambientais. Ela abrange tanto as pessoas físicas como as jurídi-
cas e obriga a reparação do dano causado ao meio ambiente. 
A lei abrange os delitos contra a fauna e a flora, a poluição, o ordenamento urbano, 
o patrimônio cultural, a Administração e também os danos que estavam em outras 
instâncias legais, como no Código de Pesca, no Florestal e no de Mineração.
A Lei de Crimes Ambientais abrange tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas e 
obriga a reparação do dano causado ao meio ambiente, sem prejuízo ao processo 
penal.
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Em seu artigo 3º, a Lei nº 9.605/1998 destaca as responsabilidades administrativa, 
civil e penal das pessoas jurídicas:
As pessoas jurídicas serão responsabilidades administrativa, civil e penalmen-
te conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida 
por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegia-
do, no interesse ou benefício de sua entidade.
Parágrafo Único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das 
pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato (BRASIL, 1998).
Em seu conteúdo, a lei tipifica diversos crimes e suas penalidades, aumentando a 
pena quando o infrator a comete nos seguintes casos:
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou 
qualificam o crime:
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;
II - ter o agente cometido a infração;
a) para obter vantagem pecuniária;
b) coagindo outrem para a execução material da infração;
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o 
meio ambiente;
d) concorrendo para danos à propriedade alheia;
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e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato 
do Poder Público, a regime especial de uso;
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;
g) em período de defesa à fauna;
h) em domingos ou feriados;
i) à noite;
j) em épocas de seca ou inundações;
l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;
n) mediante fraude ou abuso de confiança;
o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização am-
biental; 
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por 
verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;
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SUMÁRIO
q) atingindo espécies ameaças, listadas em relatórios oficiais das autori-
dades competentes;
r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções (BRASIL, 
1998).
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CONCLUSÃO 
Ao distinguir o tratamento dispensado ao bem ambiental conforme a sua natureza, a 
legislação ambiental brasileira propiciou maior eficácia no cumprimento dos objeti-
vos contidos no ordenamento jurídico setorizado. Isso, no entanto, não elimina a ne-
cessidade de se considerar a conexão e dependência entre os diferentes elementos 
que constituem e integram o meio ambiente.
Ao dividir a responsabilidade pela defesa do meio ambiente entre o poder público e 
a sociedade, ampliando a importância da sociedade civil organizada, a Constituição 
de 1988 inovou. Pela primeira vez na história brasileira, a expressão meio ambiente 
aparece em uma Carta Magana e, melhor, pautada no conceito do desenvolvimento 
sustentável.
A legislação brasileira na área ambiental pode ser considerada bastante atualizada 
em relação a diversos países e criou uma especialidade do direito que vem se desen-
volvendo muito rapidamente.
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SUMÁRIO
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que possa:
> Definir o que é 
licenciamento 
ambiental.
> Nomear os órgãos 
responsáveis 
pelo processo de 
licenciamento 
ambiental.
> Explicar as etapas 
do licenciamento 
ambiental.
UNIDADE 4
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4 LICENCIAMENTO 
AMBIENTAL
Nesta unidade, você estudará as relações obrigatórias das empresas com o meio am-
biente, impostas por leis, normas e regulamentos, decorrentes de atividades normais, 
ilícitas ou de acidentes.
Será também abordada a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), estabelecida 
pela Lei nº 6.938/1981, considerada um marco da legislação ambiental no país. Você 
conhecerá a definição de licenciamento ambiental e de impacto ambiental.
Você distinguirá os órgãos competentes para o licenciamento ambiental da União, 
dos estados e dos municípios, que devem considerar o exame técnico elaborado pe-
los demais órgãos envolvidos.
Você verá as três etapas de um licenciamento ambiental – a licença prévia, a licença 
de instalação e a licença de operação –, com suas respectivas particularidades.
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Até o início da década de 1980, pode-se afirmar que não havia, no Brasil, uma legis-
lação de proteção do meio ambiente. O ordenamento jurídico relativo à água e flo-
restas, até então, não tinha como objetivo a proteção ambiental. A preocupação era 
somente com as questões relativas à economia. 
Uma visão protecionista surge com a implementação da Lei nº 6.938/81, que instituiu 
a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), que, por sua vez, estabelece as respon-
sabilidades para aquele, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que, 
direta ou indiretamente, causar a degradação ambiental. Trata-se do princípio do po-
luidor pagador, de forma independente de culpa, sendo nesse caso aplicada a teoria 
da responsabilidade civil objetiva, que afirma que o risco estabelece a obrigação de 
arcar com os prejuízos.
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SUMÁRIO
É o princípio do poluidor pagador, independentemente de culpa, adotando-se para 
o caso a teoria da responsabilidade civil objetiva, na qual o risco é que determina o 
dever de responder pelo dano.
A PNMA é o marco legal para todas as políticas públicas de meio ambiente no país. 
Ela criou instrumentos que nortearam a aplicação de penalidades e obrigaram as 
empresas a avaliar os impactos ambientais de seus empreendimentos.
A PNMA tem como objetivo conciliar desenvolvimento econômico, justiça social e 
desenvolvimento sustentável.
O licenciamento ambiental é um importante instrumento da PNMA e passou a ser 
exigido para os empreendimentos capazes de degradar o meio ambiente.
4.1 DEFINIÇÃO E LEGISLAÇÃO BÁSICADe acordo com o inciso I do artigo 1º da Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezem-
bro de 1997, licenciamento ambiental é o: 
Licenciamento ambiental, segundo a Resolução CONAMA 237, de 19 de dezembro 
de 1997, artigo 1º, inciso I, é:
Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente li-
cencia localização, instalação, ampliação e operação de empreendimentos e 
atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou poten-
cialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar 
degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares 
e as normas técnicas aplicáveis ao caso (BRASIL, 1997).
O licenciamento ambiental foi instituído pela Lei nº 6.938/81 e, desde então, é obri-
gatório para as atividades potencialmente poluidoras.
São os mecanismos de que se vale a administração pública para implementar e per-
seguir os objetivos de uma determinada política. Tais mecanismos podem incluir os 
aparatos administrativos, os sistemas de informação, as licenças e autorizações, pes-
quisas e métodos científicos, técnicas educativas, incentivos fiscais, outras medidas 
econômicas e ainda relatórios informativos.
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Licenciamento ambiental são instrumentos que os formuladores da política ambien-
tal utilizam para modificar os processos sociais de maneira a transformá-los e compa-
tibilizá-los com as metas ambientais (OCDE,1994). 
Os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente estão elencados pela Lei nº 
6.938/81 da seguinte forma:
Art. 9º – São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:
I. o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II. o zoneamento ambiental;
III. a avaliação de impactos ambientais;
IV. o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente polui-
doras;
V. os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou ab-
sorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
VI. a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Pú-
blico federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de 
relevante interesse ecológico e reservas extrativistas;
VII. o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
VIII. o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Am-
biental;
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IX. as penalidades disciplinares ou compensatórias não cumprimento das me-
didas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental;
X. a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado 
anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais 
Renováveis – IBAMA;
XI. a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obri-
gando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes;
XII. o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou 
utilizadoras dos recursos ambientais;
XIII. instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, 
seguro ambiental e outros (BRASIL, 1981). 
Ao iniciar o contato com o órgão ambiental, o empreendedor passa a conhecer as 
obrigações da sua atividade, já que a licença possui uma lista de restrições que de-
vem ser seguidas pela empresa.
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FIGURA 10 - DOCUMENTOS
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.
Companhias que funcionam sem licenciamento ambiental podem ser legalmen-
te penalizadas, inclusive com penalidades ligadas à Lei de Crimes Ambientais, tais 
como embargos, multas, advertências e até mesmo suspensão provisória ou definiti-
va do empreendimento.
Atualmente, há uma exigência do mercado por empresas licenciadas, capazes de 
cumprir a legislação ambiental. Ressalta-se que instituições como o BNDES, ou seja, 
relacionadas a financiamentos e incentivos governamentais, estabelece como condi-
ção de aprovação de projetos o porte da licença ambiental.
As empresas que operam sem o licenciamento ambiental estão sujeitas às sanções 
previstas em lei, incluindo as punições relacionadas na Lei de Crimes Ambientais, 
instituída em 1998, como advertências, multas, embargos, paralisação temporária ou 
definitiva do empreendimento.
O mercado, cada vez mais, exige empresas licenciadas, que cumpram a legislação 
ambiental. Basta lembrar que os órgãos de financiamento e de incentivos governa-
mentais, como o BNDES, condicionam a aprovação dos projetos à apresentação da 
licença ambiental.
Segundo a Resolução CONAMA nº 01/86: 
Impacto ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas 
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e biológicas do meio ambiente causada por qualquer forma de matéria ou 
energia resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente, afe-
tam: 
I. a saúde, a segurança e o bem estar da população;
II. as atividades sociais e econômicas;
III. a biota; 
IV. as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e; 
V. a qualidade dos recursos ambientais (BRASIL, 1986).
Avaliação de impacto ambiental (AIA)
A avaliação de impacto ambiental (AIA) consiste no conjunto de procedimentos e 
métodos que avaliam os impactos ambientais de determinada atividade. 
A AIA de um projeto de desenvolvimento pode incluir os seguintes passos para a sua 
implementação:
1. Reconhecimento da necessidade de AIA.
2. Definição do âmbito dos estudos.
3. Execução dos estudos (EIA). 
4. Apreciação técnica e relatório (RIMA). 
5. Consulta pública.
6. Decisão/licenciamento. 
7. Monitorização/auditoria.
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SiStema de GeStão ambiental
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
AIA refere-se a um instrumento de política ambiental que tem o poder de viabilizar o 
desenvolvimento sustentável. Ela se preocupa com conceitos técnicos que embasam 
tomadas de decisão, apontando prós e contras de determinadas atividades nos âm-
bitos social, ecológico e econômico.
Tal avaliação é feita por meio dos estudos de impacto ambiental (EIA), que, por sua 
vez, fazem parte de uma série de atividades científicas e técnicas – nas quais está o 
diagnóstico ambiental – com a finalidade de, quando possível, medir, identificar, pre-
venir e interpretar impactos ambientais.
A avaliação de impacto ambiental fornece embasamentos para tomadas de decisão, 
não sendo, portanto, uma ferramenta de decisão. Sua finalidade é oferecer dados 
através de exames meticulosos das ações realizadas no projeto, o que otimiza os be-
nefícios considerando aspectos como meio ambiente, saúde e bem-estar.
A AIA é um instrumento de política ambiental capaz de tornar viável o desenvolvi-
mento sustentável. Reflete as preocupações com aspectos técnicos, que fornecem 
subsídios à tomada de decisão, considerando as vantagens e desvantagens de uma 
atividade em sua dimensão econômica, social e ecológica.
A Avaliação de Impacto Ambiental dá-se a partir dos Estudos de Impacto Ambiental 
(EIA). Esses estudos integram um conjunto de atividades técnicas e científicas que 
incluem o diagnóstico ambiental, a fim de identificar, prevenir, medir e interpretar, 
quando possível, os impactos ambientais. 
A AIA não é um instrumento de decisão, mas sim de fornecimento de subsídios para 
o processo de tomada de decisão. Seu propósito é suprir informações por meio do 
exame sistemático das atividades do projeto. Isso permite maximizar os benefícios, 
considerando os fatores saúde, bem-estar humano e meio ambiente.

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