TRABALHO SOBRE VOÇOROCA

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Sistema de Ensino 100% ONLINE
LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
APARECIDA SANTOS SOUZA COSTA
PROCESSOS EROSIVOS: RELAÇÃO COM FATORES ANTRÓPICOS E NATURAUS E CONSEQUÊNCIAS PARA SOCIEDADE
SÃO MATEUS
2022
APARECIDA SANTOS SOUZA COSTA
PROCESSOS EROSIVOS: RELAÇÃO COM FATORES ANTRÓPICOS E NATURAUS E CONSEQUÊNCIAS PARA SOCIEDADE
Trabalho apresentado à Universidade UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média semestral nas disciplinas norteadoras do semestre letivo.
Tutor (a): Thiago Augusto Domingos 
SÃO MATEUS
2022
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	3
2	DESENVOLVIMENTO	4
3	CONCLUSÃO	7
REFERÊNCIAS	8
	
	
INTRODUÇÃO
A erosão é o processo geológico no qual os materiais de terra são desgastados e transportados por forças naturais, como o vento ou a água. Esse processo possui inúmeras causas, desde fenômenos naturais até ações antropológicas. 
Esse processo de erosão resulta em inúmeras consequências para a sociedade, pois está associado ao solo, podendo prejudicar plantações, moradia e até mesmo a qualidade de vida, já que também afeta rios e outros objetos naturais. 
Dentre os processos de erosão, destaca-se a voçoroca, que consiste na escavação no solo devido a escoamentos de águas pluviais. Em outras palavras, é uma incisão profunda, a qual possui inúmeros efeitos. Por exemplo, pode fazer com que pessoas precisem mudar de moradia, já que a estrutura da casa é prejudicada pela erosão.
Considerando esse contexto, esta produção possui como objetivo ressaltar os efeitos da voçoroca. Para isso, ao longo do desenvolvimento será abordado seu conceito, suas causas, possíveis métodos para prevenir e também um exemplo de caso de voçoroca no território brasileiro.
DESENVOLVIMENTO
	A voçoroca é uma das causas da degradação do solo através da erosão. A voçoroca pode ser entendida como uma incisão erosiva que possui uma profundidade superior a 0,5m. De modo geral, a voçoroca corresponde a formação de grandes buracos de erosão decorrentes do efeito da chuva em solos.
É de extrema importante destacar que voçorocas não são o mesmo que ravinas. Apesar de semelhantes, são fenômenos geológicos distintos. As ravinas podem ser descritas como aprofundamento dos sulcos, apresentando uma profundidade que varia de 0,5 cm a 1,5 cm. Além disso, as ravinas apresenta um crescimento progressivo e regressivo. 
Acerca da diferenciação entre essas, pode-se afirmar que uma das diferenças entre ravina e voçoroca consiste no formato da calha, ou seja, no formato do local pelo qual a água é escoada. No caso da Ravina, a calha possui um formato de V, enquanto as voçorocas possuem a calha em forma de U. 
Além disso, estas também se diferenciam quanto a forma como sofrem a degradação da erosão. As ravinas não são sazonais e, acontece, principalmente, por estar em uma área de vertente. Por ainda não possuírem associação ao lençol freático, as ravinas podem ser revertidas com o reflorestamento da área afetada. 
Já as voçorocas, bem maiores que a primeira, possuem associação ao lençol freático e à rede de drenagem local. Nela, então presentes diversos fenômenos, como: erosão superficial, erosão subsuperficial, solapamentos, desabamentos e deslizamentos. Por representarem um processo erosivo mais forte, as voçorocas não são reversíveis.
Em se tratando da natureza do processo de voçorocamento, cabe salientar que as voçorocas são eventos naturais e também antrópico, pois há interferência humana natural e humana. No caso do voçorocamento, a degradação dos solos ocorre da ação de fenômenos naturais, como a chuva. Contudo, a ações humanas como desmatamento e queimadas podem prejudicar o solo e ocasionar as voçorocas.
 No que diz respeito a função da água no processo de voçorocamento, destaca-se que este somente ocorre a partir da ação de águas, sejam elas superficiais, fluxos subterrâneos ou lençóis freáticos. Nesse sentido, as águas impactam o solo, comprometendo a estabilidade da área, a partir da geração de um fluxo de sedimentos que pode resultar na formação de voçorocas. Para que as voçorocas ocorrem, são necessários determinados fatores condicionantes, os quais, conforme Bacellar (2006 apud CARDOSO; PIRES, s/d) são: 
 Fatores antrópicos, como queimadas, desmatamento e manejo inadequado de plantações; Fatores geológicos passivos e ativos; Fatores pedológicos; Fatores climáticos ativos e passivos; Fatores geomorfológicos (CARODOSO; PIRES, s/d, p. 5). 
É importante ressaltar que essa formação de voçorocas causam inúmeros impactos na sociedade e na natureza. Segundo Cardoso e Pires (s/d), as voçorocas limitam as terras férteis, destroem estradas, geram situações de risco ao homem, resultam no assoreamento de rios e reservatórios, recobrem solos férteis, destroem habitats e também rebaixam o lençol freático e dificulta o acesso a determinadas áreas. 
Assim sendo, as voçorocas estão intimamente relacionadas com os solos. A principal relação entre o manejo de solo e as voçorocas pode ser vista em solos mal conservados, sem práticas protecionistas, já que estes são mais propensos a sofrerem os efeitos erosivos que ocasionam na voçoroca. As queimadas, por exemplo, intencionais ou não intencionais, são eventos que propiciam maiores chances de ocorrer a voçoroca, pois queimam a vegetação de cobertura, deixando, assim, o solo exposto à ação erosiva do fluxo da água.
Além disso, faz-se necessário abordar maneiras de fazer com que os riscos de ocorrência de voçoroca sejam diminuídos. Como exemplo de medidas, tem-se o plantio de árvores à beira de buracos, pois isso faz com que o fluxo da água seja barrado, e não leve consigo os sedimentos e a terra, evitando, assim, que o processo erosivo seja muito intenso. Ademais, a escavação de caixas de retenção ou de drenagem da água, visando interromper o fluxo de água, geralmente conhecido como caudal, também é uma estratégia utilizada. Além dessas, Cardoso e Pires (s/d, p. 5) pontua as seguintes medidas para reduzir o aparecimento de voçorocas: 
 Interceptação da área de enxurrada acima da área de voçorocas; Retenção da área enxurrada na área de drenagem; Eliminação das grotas e voçorocas; Revegetação da área; Construção de estruturas para deter a velocidade das águas; Completa exclusão do gado; Controle de sedimentação das grotas e voçorocas ativas; Isolamento da área; Planejamento da Bacia; Manejo na vegetação nativa e exótica introduzida na área.
	Para encerrar, cabe analisar o caso da voçoroca na cidade de Pedro Canário, Espirito Santos. Essa voçoroca é constituída por materiais arenosos. Sua formação é decorrente do desmatamento de nascentes e da ausência de manejo nas áreas de pastagens. Além disso, há uma ampla concentração de chuvas nessa região, fazendo com que o processo seja intensificado. Ademais, o solo dessa região é utilizado em larga escala pela pecuária, tornando a área propícia para o desenvolvimento de lixiviação. 
Figura 1. Voçoroca – Pedro Canário, Espirito Santo. 
	Esse caso é de extrema importância, pois poucas medidas foram realizadas para solucioná-la, apesar da gravidade. Até o momento, a ação consiste em proporcionar a regeneração da vegetação local. 
CONCLUSÃO
A sugestão da temática deste semestre foi proporcionar ao aluno uma oportunidade de colocar em prática o conhecimento aprendido na disciplina e ter a experiência real do campo de atuação desta área profissional dentro do mercado.
Sendo assim, esta experiência foi de grande valor, visto que foi possível se aproximar do campo de atuação e também de aperfeiçoar os conhecimentos e estratégias de gestão já adquiridos no decorrer do tempo.
Esta etapa foi muito necessária para uma compreensão de que o campo da geografia é extenso de forma que sempre está sendo produzido um novo tipo de conhecimento ou uma nova reformulação de uma teoria ou área já conhecida e estudada deste curso. Sendo assim, foi possível perceber que este é um ramo muito rico que está sempre ampliado a fim de conhecer novos horizontes.REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, Francisco Nataniel Batista; GAROZI, Joabe de Souza. Erosão por voçoroca na área urbana de Eunápolis (Bahia): início, evolução e “reabilitação”. Disponível em: https://www.geomorfologia.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/trabalhos_completos/eixo11/033.pdf. 
ALVES, Ricardo Reis et al. A ocorrência de voçoroca e a avaliação técnica de seus Impactos. Disponível em: https://www.geomorfologia.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/trabalhos_completos/eixo7/028.pdf. 
BRASIL. Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. Práticas mecânicas de conservação de água e solo. 2015. Disponível em: https://capacitacao.ana.gov.br/conhecerh/bitstream/ana/62/2/Unidade_1.pdf. Acesso em: 20 abr. 2022. 
CARDOSO, Rafael Said Bhering; PIRES, Lucas Valente. Voçorocas: processos de formação, prevenção e medidas corretivas. Disponível em: https://www.geomorfologia.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/trabalhos_completos/eixo7/024.pdf. Acesso em: 20 abr. 2022. 
FERREIRA, Rogério Resende Martins. Recuperação de voçorocas de grande porte. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/130802/1/25736.pdf Acesso em 20 abr. 2022.
MACHADO, Roriz Luciano; RESENDE, Alexander Silva de; CAMPELLO, Eduardo Francia Carneiro. Recuperação de voçorocas em áreas rurais. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2006. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/629509/recuperacao-devocorocas-em-areas-rurais. Acesso em: 20 abr. 2022.
PORTAL SÃO FRANCISCO. Voçoroca. Disponível em: https://www.portalsaofrancisco.com.br/meioambiente/vocoroca. Acesso em: 20 abr. 2022.