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PSICODIAGNÓSTICO PSICODIAGNÓSTICO O Psicodiagnóstico Clínico na Atualidade É imprescindível revalorizar a etapa diagnóstica no trabalho clinico e sustento que um bom diagnóstico clínico está na base da orientação vocacional e profissional do trabalho como peritos forenses ou trabalhistas, etc. Só há consulta psicológica é porque existe uma queixa, alguém sofre ou está incomodado e devemos indagar a verdadeira causa disso. PSICODIAGNÓSTICO Um psicodiagnóstico preciso quanto possível é imprescindível por diversas razões: 1. Para saber o que ocorre e suas causas, de forma a responder ao pedido com o qual foi iniciada a consulta. 2. Porque iniciar um processo psicoterápico sem o questionamento prévio do que realmente ocorre representa um risco muito alto. Significa, para o paciente, a certeza de que poderemos "curá-lo" (usando termos clássicos). PSICODIAGNÓSTICO 3. Para proteger o psicólogo, que ao iniciar um processo psicoterápico fecha automaticamente um compromisso em dois sentidos: clínico e ético. Do ponto de vista clinico deve estar certo de poder ser idôneo perante o caso sem cair em posturas ingênuas nem onipotentes. Do ponto de vista ético, deve proteger- se de situações nas quais está implicitamente comprometendo-se a fazer algo que não sabe exatamente o que é. PSICODIAGNÓSTICO No entanto, as consequências do não cumprimento de um contrato terapêutico são, em alguns países, a cassação da carteira profissional. PSICODIAGNÓSTICO Por estas razões há a importância da etapa diagnóstica, sejam quais forem os instrumentos científicos utilizados na mesma. Na obra "A iniciação do tratamento"' Freud fala da importância desta etapa, cuja qual ele dedicava os primeiros meses do tratamento. Acredita-se que ela é vantajosa tanto para o paciente quanto para o profissional, que avalia assim se poderá ou não chegar a uma conclusão positiva. Não se deve dedicar tempo excessivo ao psicodiagnóstico, apenas o que for necessário. PSICODIAGNÓSTICO Finalidades: 1) Diagnóstico – A primeira e principal finalidade de um estudo é a de estabelecer um psicodiagnóstico. E cabe esclarecer que isto não equivale a "colocar um rótulo, mas a explicar o que ocorre além do que o paciente pode descrever conscientemente. Durante a primeira entrevista elabora-se certas hipóteses diagnósticas. Mas a entrevista projetiva, mesmo sendo imprescindível, não é suficiente para um psicodiagnóstico cientificamente fundamentado. PSICODIAGNÓSTICO Durante séculos o diagnóstico psiquiátrico dependeu fundamentalmente da observação clínica. Todas as grandes obras mestras da nosologia psiquiátrica( ... ) foram realizadas sem a ajuda das técnicas de laboratório e de nenhum dos instrumentos de precisão que atualmente relacionamos com o desenvolvimento da ciência moderna. Tanto a psiquiatria do século XIX como a da primeira parte do século XX, era uma psiquiatria de impressões clínicas, de impressões colhidas graças a uma situação privilegiada: a do médico capacitado para submeter o paciente â exame. Mas esse exame â sua disposição não era de modo algun1 uniforme ou estável; e tampouco poderia ter sido padronizado de forma que fosse passível compara-los diferentes dados obtidos ( ... ) . Com o advento dos modernos métodos de exame psicológico através de testes. a psiquiatria atingiu a idade adulta dentro do mundo científico (...). Sem medo de exagerar pode-se afirmar que é o campo da ciência mental que tem tido o maior progresso relativo nos últimos anos. Segundo Karl Meninger, ex-diretor da Meninger Clinic (E.U.A.) no prefácio do livro de David Rapaport: PSICODIAGNÓSTICO Meninger foi durante muitos anos chefe da Clinica que leva seu nome e apoiou e animou a criação e o desenvolvimento dos testes tanto projetivos como objetivos. Cada paciente que ingressava na clínica era submetido a uma bateria completa de testes (T.A.T.. Rorschach, Weschler e outros). PSICODIAGNÓSTICO PSICODIAGNÓSTICO Até os dias atuais realiza-se baterias de testes psicológicos, porque acredita-se que a entrevista clínica não é a única ferramenta infalível, a não ser quando em mãos de grandes mestres, e às vezes, nem mesmo nesses casos. Os testes tampouco o são. Mas se utilizarmos ambos os instrumentos de forma complementar há uma margem de segurança maior para chegar a um diagnóstico correto, especialmente se incluirmos testes padronizados. PSICODIAGNÓSTICO Além do mais, a utilização de diferentes instrumentos diagnósticos permite estudar o paciente através de todas as vias de comunicação: pode falar livremente, dizer o que vê em uma prancha, desenhar, imaginar o que gostaria de ser, montar quebra-cabeças, copiar algo, etc. Se por algum motivo o domínio da linguagem verbal não foi alcançado (idade. doença, casos de deficiente auditivos, etc.) os testes gráficos e lúdicos facilitam a comunicação. PSICODIAGNÓSTICO A bateria de testes utilizada deve incluir instrumentos que permitam obter ao máximo a projeção de si mesmo. Por isso, se for pedido ao paciente que desenhe uma figura humana, sabe-se que haverá projeção, mas muito mais se lhe pedirmos que desenhe uma casa ou uma árvore, já que ele não pode controlar totalmente o que projeta. PSICODIAGNÓSTICO É de fundamental importância incluir testes padronizados para que haja uma margem de segurança diagnóstica melhor. PSICODIAGNÓSTICO Outro elemento importante que nos é dado pelo psicodiagnóstico refere-se à relação de transferência- contratransferência. Ao longo de um processo que se estende entre três e cinco entrevistas aproximadamente, e observando como o paciente se relaciona diante de cada proposta e o que o psicólogo sente em cada momento, pode-se conseguir conclusões de grande utilidade para prever como será o vinculo terapêutico (se houver terapia futura), quais serão os momentos mais difíceis do tratamento, os riscos de deserção, etc. PSICODIAGNÓSTICO Porém, nem todos os psicólogos concordam com este ponto de vista. Alguns reservam a utilização do psicodiagnóstico para casos nos quais surgem dúvidas diagnósticas ou quando querem obter uma informação mais precisa, diante, por exemplo, de uma suspeita de risco de suicídio, dependência de drogas, desestruturação psicótica, etc. PSICODIAGNÓSTICO Em outras ocasiões o solicitam porque têm dúvidas sobre o processo psicoterápico mais aconselhável, se uma psicoterapia individual ou em grupo, ou psicanálise. Finalmente, existe outro grupo de profissionais que não concordam em absoluto com este ponto de vista e prescindem totalmente do psicodiagnóstico. PSICODIAGNÓSTICO Outros vão mais longe, dizendo que de forma alguma é importante fazer um diagnóstico inicial, que isso chega com o tempo, ao longo do tratamento. “É como se começasse com antibióticos e transfusões de sangue, mesmo antes de saber qual o problema do paciente" PSICODIAGNÓSTICO 2) Avaliação do tratamento - Outra forma de utilizar o psicodiagnóstico é como meio para avaliar o andamento do processo psicoterápico. É o que se denomina "re-testes" e consiste em aplicar novamente a mesma bateria de testes aplicados na primeira ocasião. Havendo suspeita de que o paciente lembre perfeitamente o que fez na primeira vez e se deseje variar, pode-se criar uma bateria paralela selecionando testes equivalentes, como o teste "Z" de Zullliger no lugar do Rorschach. PSICODIAGNÓSTICO Algumas vezes isto é feito para apreciar os avanços terapêuticos de forma mais objetiva e também para planejar uma alta. Em outras é para descobrir o motivo de um "impasse" no processo psicoterápico e para que tanto o paciente como o psicoterapeuta possam falar sobre isso, estabelecendo, talvez, um novo contrato sobre bases atualizadas. Em outros casos ainda, é porque existe disparidade de opiniões entre eles. Um deles acredita que pode dar fim ao tratamento, enquanto que o outro se opõe. PSICODIAGNÓSTICO Estes casos representam um trabalhodifícil para o psicólogo, pois passa a ocupar o papel de um árbitro que dará a razão a um dos dois. É então conveniente esclarecer ao paciente que o psicodiagnóstico não será realizado para demonstrar-lhe que estava enganado, mas, como um fotógrafo, ele registrará as situações para depois comentá-las. O mesmo esclarecimento deve ser dado ao terapeuta. PSICODIAGNÓSTICO Obviamente, é conveniente que a entrevista de devolução seja feita por aquele que realizou o estudo, tendo um cuidado muito especial em mostrar uma atitude imparcial e fundamentando as afirmações no material dado pelo paciente. Nos processos psicoterápicos particulares, o psicoterapeuta é quem decide o momento adequado para um novo psicodiagnóstico (ou talvez para o primeiro). No entanto, nos processos psicoterápicos realizados em instituições públicas ou privadas, são elas que fixam os critérios que devem ser levados em consideração. PSICODIAGNÓSTICO Algumas deixam isto a critério dos psicoterapeutas. Outras decidem pautá-lo, considerando tanto a necessidade de avaliar a eficiência de seus profissionais quanto a de contar com um banco de dados úteis, por exemplo, para fins de pesquisa. Assim, é passivei que o primeiro psicodiagnóstico seja indicado quando o paciente entra na instituição, e o outro de seis a oito meses após, dependendo isto do período destinado a cada paciente. PSICODIAGNÓSTICO O psicodiagnóstico é um estudo profundo da .personalidade, do ponto de vista fundamentalmente clínico. Quando o objetivo do estudo é outro (trabalhista, educacional, forense, etc.) o psicodiagnístico clínico é anterior e serve de base para as conclusões necessárias nessas outras áreas. PSICODIAGNÓSTICO Antes de iniciar a tarefa, o psicólogo deve esclarecer com o consultante qual é o motivo manifesto e mais consciente do estudo e intuir qual seria o motivo latente1 e inconsciente do mesmo. É importante dedicar a isto todo o tempo que for necessário e não iniciar a tarefa se o consultante insistir na ideia de que o faz por mera curiosidade, já que isso se refletirá negativamente no momento da devolução de informação. PSICODIAGNÓSTICO Vejamos agora algo sobre as etapas do processo psicodiagnóstico. 1 passo – Solicitação da consulta 2 passo – Entrevista - queixa 3 passo – Escolha e aplicação do material - hipóteses 4 passo – Estratégia Diagnóstica 5 passo – Diagnóstico 6 passo – Entrevista de Devolução 7 passo – Informe Psicológico PSICODIAGNÓSTICO
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