Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL 1 Construção Sustentável CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 2 Construção Sustentável – Novos Materiais A Ciência e a Engenharia dos Materiais A Engenharia de Materiais é um ramo da Engenharia em que a interdisciplinaridade da Física e Química é utilizada no estudo, na produção e na transformação da matéria. Cabe ao engenheiro de materiais estudar a estrutura, as propriedades, as aplicações, o processamento e o desempenho de materiais novos ou já existentes para fins práticos. As principais áreas são metais, polímeros, cerâmicos e compósitos. A Ciência e Engenharia dos Materiais (CEM) é definida, segundo COHEN e SILVA (1987), como “a área da atividade humana associada com a geração e aplicação de conhecimento que relaciona composição, estrutura e processamento dos materiais às suas propriedades e usos”. Trata-se do acoplamento, por um lado, da Ciência dos Materiais que engloba disciplinas científicas tradicionais (Física, Química, Matemática) e, de outro lado, com a Engenharia dos Materiais que estuda e desenvolve processos e aplicações dos materiais. Os parâmetros utilizados na escolha de um material adequado para um determinado componente centram-se nas propriedades como: resistência mecânica, condutibilidade térmica/elétrica, densidade e outras. Também se deve observar o comportamento do material durante o processamento e o uso, em que a plasticidade, usinabilidade, durabilidade química são essenciais, assim como custo e disponibilidade (PASCOALI, 2008). Embora a escala de tempo seja altamente não-linear, devido à evolução incrivelmente rápida da tecnologia nos tempos modernos, podemos ver que o papel dominante das ligas de metal alcançou um pico após a Segunda Guerra Mundial. Desde a década de 1960, pressões para economia de peso e custo levaram a uma demanda crescente por novos e sofisticados materiais não- https://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%ADsica https://pt.wikipedia.org/wiki/Qu%C3%ADmica https://pt.wikipedia.org/wiki/Material https://pt.wikipedia.org/wiki/Estrutura https://pt.wikipedia.org/wiki/Propriedade_qu%C3%ADmica https://pt.wikipedia.org/wiki/Metal https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADmeros https://pt.wikipedia.org/wiki/Cer%C3%A2mica https://pt.wikipedia.org/wiki/Comp%C3%B3sito CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 3 metálicos. Na Figura 1.1, a ‘importância relativa’ nas idades da pedra e do bronze é baseada na avaliação dos arqueólogos (em 1960), nas horas de ensino alocadas em universidades dos Estados Unidos e do Reino Unido, e em 2020, nas previsões feitas pelos fabricantes de automóveis. (SHACKELFORD, 2012). Figura 1: A evolução dos materiais da Engenharia com o tempo. Observe que a escala não é linear (DE, 1999). Segundo CALLISTER (2008), a disciplina ciência dos materiais envolve a investigação das relações que existem entre as estruturas e as propriedades dos materiais. Em contraste, a engenharia de materiais consiste, com base nestas correlações estrutura-propriedade, no projeto ou engenharia da estrutura de um material para produzir um conjunto predeterminado de propriedades. Ao longo de todo este livro, chamamos a atenção para as relações existentes entre as propriedades dos materiais e os elementos estruturais. O homem sempre utilizou-se de materiais para satisfazer suas necessidades. Nos tempos mais remotos os materiais serviam para obtenção de utensílios de caça, de uso doméstico e para o vestuário. Depois de extraídos da natureza, os CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 4 materiais eram utilizados quase que diretamente em suas aplicações, com pouco ou quase nenhum processamento. Com o passar dos tempos, o homem foi dominando o conhecimento a respeito dos materiais e seu processamento. Pode- se visualizar na tabela 1 a cronologia da utilização dos materiais no decorrer do tempo (PASCOALI, 2008). Tabela 1: Evolução do uso de materiais pelo homem (PASCOALI, 2008). EVOLUÇÃO HISTÓRICA ANO MATERIAL Pré-história Idade da Pedra 25.000 AC até 6.500 AC Madeira Pedra lascada Pedra polida Proto-história Idade dos Metais 6.500 AC até 1.500 AC Cobre Estanho Bronze Ferro Cerâmica História Idade Antiga ou Antiguidade 4.000 AC até 500 AC Vidro Idade Média ou Medieval 500 até 1.500 Ligas metálicas Idade Moderna 1.500 até 1.800 Concreto Idade Contemporânea 1.800 até os dias atuais Polímeros Os materiais são classificados tecnicamente em três classes principais independentes e uma composta (Figura 2) denominadas, respectivamente: polímeros, cerâmicas, metais e compósitos. Estes são utilizados largamente em diversos segmentos da indústria, sendo importantes para fabricação de materiais, equipamentos, peças, dentre outras coisas (HECK, 2011). CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 5 Figura 2: Classificação técnica dos materiais (HECK, 2011). Segundo COHEN e SILVA (1987), os materiais, sob o ponto de vista utilitário, são substâncias com propriedades úteis na construção de máquinas, estruturas, dispositivos e produtos, ou seja, são substâncias com as quais se fazem “coisas”. A designação materiais de engenharia é usada, por vezes, em referência específica aos materiais que se utilizam para o fabrico de produtos técnicos. Contudo, não há uma linha de separação clara entre as duas designações, visto que ambas são usadas indistintamente. Os materiais sólidos são frequentemente classificados em três grupos principais: materiais metálicos, materiais cerâmicos e materiais poliméricos ou plásticos. Esta classificação é baseada na estrutura atômica e nas ligações químicas predominantes em cada grupo. Um quarto grupo, que foi incorporado nesta classificação nas últimas décadas, é o grupo dos materiais compósitos (PADILHA, 2000). Na construção civil temos materiais que são utilizados há muitos anos da mesma forma, como o concreto, e outros que evoluem constantemente. E a evolução dos materiais de construção não é um processo recente, pois teve início desde os povos primitivos, que utilizavam os materiais assim como os encontravam na natureza, sem qualquer transformação. Com a evolução do homem, surgem necessidades que levam à transformação desses materiais de uma maneira simplificada, a fim de facilitar seu uso ou de criar novos materiais a partir deles. CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 6 Assim, o homem começa a moldar a argila, a cortar a madeira e a lapidar a pedra. Outro exemplo de evolução foi a descoberta do concreto que surgiu da necessidade do homem de um material resistente como a pedra, mas de moldagem mais fácil (HAGEMANN, 2011). Os materiais podem ser classificados em quatro níveis, conforme o grau de conhecimento científico utilizado no seu desenvolvimento. Esta classificação é apresentada a seguir: I. Materiais naturais. Exemplos: madeira, couro, diamante, cobre, ligas ferrosas provenientes de meteoritos e borracha. II. Materiais desenvolvidos empiricamente. Exemplos: bronze, aço comum, ferro fundido, cerâmicas sílico-aluminosas, vidro, cimento e concreto. III. Materiais desenvolvidos com auxílio qualitativo de conhecimentos científicos, isto é, as considerações científicas orientaram seus descobrimentos e a interpretação qualitativa de suas propriedades. Exemplos: ligas mais antiga de alumínio, de titânio e de magnésio, metal duro, aços inoxidáveis, aços microligados, termoplásticos, termorrígidos, elastômeros e ferritas. IV. Materiais projetados (novos ou aperfeiçoados) quase que exclusivamente a partir de conhecimentos científicos e cujas propriedades podem ser quantitativamente previstas. Exemplos: semicondutores, materiais para reatores nucleares, aços de ultra-alta resistência mecânica, materiais compósitos reforçados com fibras, ligas com memória de forma e vidros metálicos (PADILHA, 2000).Propriedades dos Materiais Todas as obras de Engenharia civil são realizadas com recurso a materiais de construção. O uso racional dos materiais, do ponto de vista técnico e econômico, exige o conhecimento adequado das suas propriedades e dos processos de fabrico ou de transformação. Só assim será possível selecionar, entre várias opções CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 7 viáveis, aquela que permita melhores desempenhos. Torna-se, pois, necessário conhecer as propriedades básicas dos materiais, a sua origem e natureza, assim como o seu processo de fabricação. São as qualidades exteriores que caracterizam e distinguem os materiais. Um determinado material é conhecido e identificado por suas propriedades e por seu comportamento perante agentes exteriores. BAUER (2008) define algumas das principais propriedades dos materiais, dentre as quais podemos citar as mais importantes ao nosso estudo: Extensão: a propriedade que possuem os corpos de ocupar um lugar no espaço; Massa: a quantidade de matéria, que é constante para o mesmo corpo, esteja onde estiver; Peso: definido como a força com que a massa é atraída para o centro da Terra, varia de local para local; Volume: o espaço que ocupa determinada quantidade de matéria; Massa específica: a relação entre sua massa e seu volume; Peso específico: a relação entre seu peso e seu volume; Densidade: a relação entre sua massa e a massa do mesmo volume de água destilada a 4ºC; Porosidade: a propriedade que tem a matéria de não ser contínua, havendo espaços entre as massas; Dureza: resistência que os corpos opõem ao serem riscados; Tenacidade: a resistência que o material opõe ao choque ou percussão; Maleabilidade ou Plasticidade: a capacidade que têm os corpos de reduzir espessura até formarem lâminas sem, no entanto, se romperem; Ductibilidade: a capacidade que têm os corpos de se reduzirem a fios sem se romperem; Durabilidade: a capacidade que os corpos apresentam de permanecerem inalterados com o tempo; Desgaste: a perda de qualidades ou de dimensões com o uso contínuo; CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 8 Elasticidade: a tendência que os corpos apresentam de retornar à forma primitiva após a aplicação de um esforço. Figura 3: Síntese das Propriedades dos Materiais de Construção (HECK, 2011). Segundo estudos realizados por CEATEC (2010), as propriedades dos materiais se dividem em: Propriedades Físicas: • Maleabilidade: São consideradas maleáveis as substâncias que podem ser transformadas em lâminas (chumbo, ferro, alumínio); • Ductilidade: São consideradas dúcteis as substâncias que podem ser transformadas em fios (cobre – fios elétricos); • Densidade: Relação entre a massa e o volume de um corpo. Conhecida também como massa específica ou densidade absoluta. Propriedades Térmicas: • Calor Específico: Quantidade de calor necessário para aumentar em 1ºC a temperatura de 1 grama de massa de qualquer substância; • CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 9 Ponto de fusão: Passagem do estado sólido para o líquido. Ex.: O minério de ferro se “funde” a temperatura próxima de 1500ºC para a obtenção do ferro; • Solidificação: Passagem do estado líquido para o sólido. Ex.: A água pura no estado líquido se solidifica à temperatura de 0ºC; • Ebulição: Passagem do estado líquido para o gasoso. Ex.: A água pura no estado líquido entra em ebulição à temperatura de 100ºC; • Condensação: é um fenômeno físico que acontece quando o vapor passa para o estado líquido. O vapor se condensa em gotículas. • Dilatação térmica: possibilita a determinação da variação dimensional de um material com a mudança de temperatura. Exemplos: Chapas de aço aquecidas; • Condutividade térmica: possibilita a determinação da capacidade de um material de conduzir ou transferir calor. Exemplos: Bom condutor (metais), mau condutor (borracha, madeira). Propriedades Elétricas: • Condutividade e resistividade elétrica: são as propriedades que definem a facilidade ou dificuldade que certos materiais apresentam para conduzir eletricidade. Exemplo: bom condutor (metais), mau condutor (borracha, madeira). Propriedades Químicas: • Solubilidade: Alguns materiais são solúveis em presença de água. Exemplo: Material solúvel (gesso), insolúveis (cimento, ferro); • Estabilidade química: capacidade que um material apresenta de não reagir quimicamente. Esta propriedade é que garante a durabilidade do material e depende da composição química, do grau de cristalização e nível de defeitos, e da temperatura; • Reatividade: facilidade de um material reagir quimicamente. Em algumas situações estas propriedades são necessárias, como no caso dos aglomerantes. A composição química, o grau de amorfização e nível de defeitos, a temperatura, os catalizadores e a granulometria influem na reatividade dos materiais. Propriedades Magnéticas: • Magnetismo: Propriedade de certas substâncias em atrair ou repelir outros elementos. CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 10 Propriedades Mecânicas: • Dureza: Propriedade dos materiais de oferecer resistência ao risco, ou seja, à penetração da sua superfície. A dureza é medida por escalas, assim têm-se as seguintes escalas: - Mohs: escala comparativa com materiais de referência como a unha, o vidro e o canivete. Usada em Geologia e dá uma avaliação qualitativa do material; - Brinnel: avalia o material através da área de penetração de “bilhas” esféricas padronizadas; - Rocwell: avalia o material através da profundidade de penetração de uma bilha padrão. Obs.: Os ensaios mais precisos são o Brinnel e o Rocwell, que avaliam o material a partir de uma referência padronizada. Com isto a avaliação passa a ser quantitativa e não qualitativa. Podemos definir resistência mecânica como sendo a relação entre o esforço aplicado a um determinado corpo e a área da seção onde está sendo transmitido esse esforço. A unidade de pressão que define os valores de resistência é o Pa (Pascal). Os valores da resistência devem ser expressos em MPa (Mega Pascal). Os materiais de construção são constantemente submetidos a solicitações como cargas, peso próprio, ação do vento, entre outros, que chamamos de esforços. Dependendo da forma como os esforços se aplicam a um corpo, recebem uma denominação. Os principais esforços aos quais os materiais podem ser submetidos são: • Compressão: esforço aplicado na mesma direção e sentido contrário que leva a um “encurtamento” do objeto na direção aplicada; • Tração: esforço aplicado na mesma direção e sentido contrário que leva o objeto a sofrer um alongamento na direção em que o esforço é aplicado; • Flexão: esforço que provoca uma deformação na direção perpendicular à qual é aplicado; • Torção: esforço aplicado no sentido da rotação do material; • Cisalhamento: chamada tensão tangencial, ou ainda tensão de corte ou tensão cortante. Caracteriza-se como um tipo de tensão gerada por forças aplicadas em sentidos iguais ou oposta, em direções semelhantes, mas com intensidades diferentes no material esforço que provoca a ruptura por cisalhamento. CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 11 O dimensionamento estrutural de uma edificação só é possível quando se conhecem perfeitamente as propriedades mecânicas dos materiais que vão ser utilizados na sua construção. Metais na Construção Civil Os metais são materiais com características próprias como brilho, não transparentes à luz visível, boa condução de calor e eletricidade devido à quantidade de elétrons livres. Esses elétrons de valência, em número de um, dois ou três no máximo, não estão ligados a qualquer átomo, permitindo um deslocamento que possibilita a transmissão de energia. Como os elétrons são em grande número e não ligados a qualquer átomo em particular, denominam-se não localizados, definindo assim propriedades típicas dos metais.Estes formam com outros metais as ligas metálicas que são misturas homogêneas em que pelo menos um dos elementos é um metal. A plasticidade desses materiais associada à boa resistência permite grandes aplicações estruturais (ZOLIN, 2011). Os materiais metálicos são substâncias de origem inorgânica que contêm elementos metálicos (tais como ferro, cobre, alumínio, níquel ou titânio) e não metálicos (por exemplo, carbono e oxigênio). Microscopicamente, os metais têm uma estrutura cristalina, na qual os átomos se dispõem de forma ordenada. Estes materiais são, na generalidade, dúcteis, resistentes à temperatura ambiente e apresentam boa condutibilidade térmica e elétrica. Em função da quantidade de ferro que contêm, dividem-se em materiais ferrosos (com elevada percentagem de ferro) e não ferrosos (quando o ferro não entra na sua composição ou surge em quantidades muito reduzidas). O ferro fundido e o aço são materiais ferrosos, enquanto alumínio, cobre, zinco, titânio e níquel são materiais não ferrosos. A Figura 4 apresenta algumas obras de construção que utilizaram metais em sua estrutura. Como se vê na figura 4, uma das características desses metais é a resistência que possuem para suportar esforços neles exercidos pela passagem de CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 12 veículos e pela sua flexibilidade, resistindo à fadiga induzida pela ação de ventos e intemperismos. Figura 4: Utilização de materiais metálicos na construção: a) Ponte 25 de Abril, em Lisboa; b) Elevador de Santa Justa, em Lisboa; c) Ponte D. Maria Pia, no Porto. O uso do aço proporcionou uma revolução nos padrões arquitetônicos, não só pelo tamanho das estruturas que agora eram possíveis, mas principalmente pelo melhor aproveitamento do espaço. O uso do aço na construção civil tem origem no século XVIII com a construção da ponte sobre o Rio Severn na Inglaterra em 1779. Esse foi um importante marco na construção civil, pois permitiu que um material mais resistente, porém caro, fosse utilizado para criar estruturas maiores. O aço para construção civil pode ser disponibilizado de diversas maneiras pelas indústrias siderúrgicas. Entre as formas mais comuns estão as chapas finas, as chapas grossas, os perfis laminados, os tubos, cabos e as barras (vergalhões) de aço. Essas formas podem ser combinadas das mais diversas maneiras, formando estruturas metálicas (INDUSTRIA HOJE, 2016). Os metais não ferrosos apresentam uma grande variedade de aplicação na construção civil, sendo alguns deles apresentados a seguir (ENGENHARIA CIVIL VIRTUAL, 2016): Cobre Caraterísticas e propriedades principais: Estrutura cristalina CFC; Excelente condutor eléctrico (o melhor depois da prata); CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 13 Oxida ao ar a temperaturas superiores a 500ºC; Não é atacado pela água; É atacado pelos ácidos em presença do ar úmido, formando-se óxido de cobre (verdete); Elevadas ductilidade e maleabilidade; A resistência mecânica aumenta com tratamentos mecânicos ou ligando-o a outros elementos. Aplicações: Puro: Fio (condutores eléctricos); Chapa laminada (aplicações mecânicas); Tubo (redes de fluidos). Ligado: Bronze (com estanho); Latão (com zinco); Cuproníquel (com níquel). Zinco O zinco puro é pouco empregado como material de construção devido às suas modestas propriedades mecânicas e a sua fraca propensão ao encruamento; sofre ainda de fluência à temperatura ambiente. Aplicações: Revestimentos superficiais para proteção anticorrosiva de componentes de ferro e aços (zincagem e galvanização); Componentes fundidos para a indústria automobilística; Componentes de ligas (latões); Componente de tintas anticorrosivas: Ânodos sacrificiais para proteção catódica em cascos de navios, pipelines etc. Latão (Cobre e Zinco) Classificação: Latões comuns Latões para fundição – apresentam pequenas percentagens de outros elementos que aumentam o ponto de fusão e maleabilidade; CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 14 Latões para forjar: Latões α / Latões α+β´ m Aplicações: É a liga cobre-zinco, de 95 x 5% até 60 x 40%. Apresenta densidade de 8,2 a 8,9, ruptura à tração de 20 a 80 kg/mm², bastante utilizada na fabricação de tubos, conexões, torneiras, fechaduras, ornatos etc. Estanho O estanho puro apenas se utiliza como material de revestimento. As aplicações mais significativas das ligas de estanho são os metais antiatrito, materiais resistentes à corrosão e as aplicações decorativas. Chumbo Características e propriedades principais: Elevada densidade; Baixo ponto de fusão; Baixa resistência à tração; Elevada fluência; Elevada resistência à corrosão pela maioria dos ácidos e ambientes naturais. Aplicações: Baterias; Cabos elétricos; Proteção contra radiação raios-X; Isolamento de som e vibrações; Elemento de liga (ligas de cobre e aços). Níquel O níquel puro apresenta boa resistência à corrosão em ambientes corrosivos; usa- se como revestimento do aço em tanques destinados a produtos químicos, porém a maior aplicação é como elemento de liga em aços e ligas de cobre. Alumínio O alumínio puro é um metal leve, de cor branca, pouco duro, muito deformável, com elevadas condutibilidades térmica e elétrica e com baixo ponto de fusão. CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 15 Devido ao seu elevado poder redutor oxida-se ao ar, formando uma finíssima película de óxido de alumínio, que o protege contra a corrosão da água destilada, ácido nítrico, ácido carbônico, compostos de enxofre e de muitos hidrocarbonetos. É, no entanto, atacado pela água do mar e pelas bases alcalinas (sódio e potássio) e alguns ácidos (clorídrico e fluorídrico). O alumínio utilizado na construção civil é uma liga Alumínio/Magnésio/Silício, obtida da bauxita. Após diversos tratamentos eletroquímicos é transformado em lingotes, placas de laminagem, rolos de extrusão e fios. Os produtos resultantes são: Peças fundidas, chapas, tubos e perfis, fios de pequeno diâmetro. Sua aplicação na construção civil: Caixilharias para janelas Portas e divisórias Chapas para revestimentos interiores e exteriores Coberturas Polímeros na Construção Civil Os polímeros são macromoléculas formadas por um grande número de pequenas moléculas, designadas monômeros. Quando estas moléculas se combinam, ocorrem as polimerizações. Polímero é qualquer material orgânico ou inorgânico, sintético ou natural, que tenha um alto peso molecular e com variedades estruturais repetitivas, sendo que normalmente esta unidade que se repete é de baixo peso molecular (MANRICH, 2005). De acordo com a sua estrutura e sistema de ligação, podem distinguir-se dois grandes grupos de polímeros: termorrígidos e termoplásticos. CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 16 Os termorrígidos são aqueles que no processo de fabrico solidificam numa massa formando um corpo sólido e estável que não poderá voltar a amolecer. Estes polímeros não podem, portanto, ser novamente transformados. Já os termoplásticos apresentam-se de forma oposta aos termorrígidos. Os polímeros usados na construção civil são materiais essenciais quer do ponto de vista da qualidade, como da quantidade. Estes materiais plásticos possuem diversas aplicações, podendo por exemplo, ser utilizados no revestimento de pavimentos, em canalizações, artigos sanitários, estores, puxadores, fechos, colas, no acabamento interior de paredes etc. A verdade é que os polímeros usados na construção civil são cada vez mais importantes para este setor. A utilização de polímeros tem contribuído para diminuir os custos de construção e para aumentar a qualidade da obra final (ENGIOBRA, 2016). As características mecânicas dos polímeros são muito sensíveis à natureza química do ambiente, ou seja, na presença de água, oxigênio, solventes orgânicos etc. (CALLISTER, 2002). Segundo PARENTE(2006), o uso do plástico na construção civil, a segunda maior consumidora de plásticos do mercado mundial, é mais frequente em elementos não estruturais como, por exemplo, revestimento, iluminação, isolamento térmico e acústico, impermeabilização, adesivos e acessórios. Apenas em países subdesenvolvidos o uso do plástico não é tão significativo. Dentre as propriedades químicas mais importantes estão a resistência à oxidação, ao calor, às radiações ultravioleta, à água, a ácidos e bases, a solventes e reagentes (MANO, 2000), conforme descrito a seguir: Oxidação: Resistência aumenta em macromoléculas apenas com ligações simples entre átomos de carbono. Ex.: PE, PP. Resistência é menor particularmente em borrachas rompendo as cadeias e na presença de ozônio. Ex.: devido a centelhas elétricas nas imediações de tomadas se forma ozônio. CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 17 Calor: Resistência é maior abaixo da temperatura de transição vítrea. Resistência é menor frequentemente com a presença de oxigênio pela ruptura das ligações covalentes dos átomos nas cadeias macromoleculares. Ex.: PVC. Raios Ultravioleta: Resistência é menor em macromoléculas com dupla ligação entre átomos de carbono. Ex.: Fissuras e rachaduras com a fragmentação do PP ou LDPE, expostos à luz do sol. Umidade: Polímeros que absorvem água sofrem alteração de volume, podendo aumentar o peso do material. Resinas fenólicas, por exemplo, no caso de cura incompleta dos laminados, incham, mudam de tamanho e sofrem delaminação. Ácidos: O contato com ácidos em geral, em meio aquoso, pode causar a parcial destruição das moléculas poliméricas. Ex.: Resinas melamínicas e produtos celulósicos sofrem alteração em meio ácido mesmo diluído. Bases: Soluções alcalinas, usualmente aquosas, em maior ou menor concentração, são bastante agressivas a polímeros cuja estrutura apresente certos agrupamentos como carboxila, hidroxila, fenólica e éster. Ex.: Resinas fenólicas e epoxídicas. Solventes e Reagentes: Quando as moléculas do solvente são mais afins com as do polímero do que com elas próprias, podem penetrar entre as cadeias macromoleculares, gerando interações físico-químicas. Forças intermoleculares como pontes de hidrogênio, ligações dipolo-dipolo ou mesmo forças de Van der Waals, permitem a dispersão, a nível molecular, dos polímeros, isto é, sua dispersão. As propriedades mecânicas dos polímeros são especificadas através de muitos dos mesmos parâmetros usados para os metais, isto é, o módulo de elasticidade, o limite de resistência à tração e as resistências ao impacto e à fadiga, sendo que CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 18 para muitos polímeros, utilizam-se gráficos tensão-deformação para a caracterização de alguns destes parâmetros mecânicos (CALLISTER, 2008). Na Engenharia civil e na construção são utilizados quer polímeros naturais, quer polímeros sintéticos (ENGIOBRA, 2016). Polímeros naturais são: lã, asfalto, borracha, couro, madeira e algodão; Polímeros sintéticos são: resina epoxídica, poliuretano, poliésteres. A qualidade das instalações hidráulicas prediais, no seu conceito mais amplo, é fundamental para a qualidade da edificação como um todo. O usuário final deseja que a instalação hidráulica predial possa suprir as suas necessidades com baixo custo, durabilidade, manutenção fácil e barata. Por outro lado, o construtor ou o empreendedor de uma edificação deve procurar componentes e sistemas com qualidade, baixo custo, facilidade de execução e também de manutenção (ACETOZE, 1998). Os polímeros podem ser usados para instalações prediais de água, esgoto sanitário e captação e condução de águas pluviais. Em instalações hidráulicas prediais de água, há uma utilização cada vez maior dos seus componentes produzidos em polímeros. No caso do PVC (policloreto de vinila), segundo ACETOZE (1998), é utilizado basicamente para a condução ou manuseio de água à temperatura ambiente e no caso da condução de água quente são indicadas as tubulações de CPVC (policloreto de vinila clorado), semelhante ao PVC, porém com maior estabilidade em relação à água quente. Dentre os componentes elétricos, podem ser citados os eletrodutos para a passagem de fios e cabos, internamente às paredes das construções; perfis para instalações elétricas aparentes; fios e cabos com isolamento; e componentes terminais da instalação (caixas, espelhos, tomadas, interruptores e outros). Estes componentes elétricos são bastante difundidos por permitirem um bom isolamento elétrico e por minimizarem os efeitos de curto circuito originados dos fios descascados. Há ainda, os dutos e subdutos responsáveis pela passagem de calor. CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 19 Os polímeros mais largamente empregados para confecção destes materiais são: PVC (policloreto de vinila), PS (poliestireno), PE (polietileno), PP (polipropileno), PPO (polioxifenileno) e o PCTFE (politrifluorcloroetileno). O PVC é o único polímero aplicado na produção de todos os componentes elétricos; enquanto que o PS é aplicado com maior constância em cabos elétricos; o PE e PP em isolamento de cabos elétricos; o PPO em relés e interruptores e o PCTFE em diversos componentes para equipamentos elétricos (HIPOLITO et al., 2013). Os perfis de esquadrias de PVC foram lançados na Alemanha entre 1955 e 1960 e atualmente representam uma parcela significativa das esquadrias vendidas nos mercados europeu e americano. As primeiras tentativas de produção e comercialização de esquadrias sintéticas, no Brasil, datam de meados da década de setenta quando ainda se importava o PVC, e a partir de 1979 inicia-se no Brasil a produção, em maior escala, das esquadrias de PVC, basicamente com tecnologia alemã e austríaca (HIPOLITO et al., 2013). Vários modelos de construções modulares com plástico foram propostos e construídos posteriormente, mas todos sem a implantação da produção em larga escala, fazendo com que, à época, o sistema construtivo entrasse em desuso (PARENTE, 2006). Estudos realizados por INAOKA et al (2010) tiveram por objetivo a aplicação do uso de PEAD em um projeto de habitação de interesse social. Visava, assim, mostrar as questões econômicas, ambientais e sociais do emprego deste material e sua versatilidade, para esta destinação específica. Abordou-se o método construtivo e a substituição das técnicas convencionais de construção, contribuindo com a discussão e banco de dados para possível normatização técnica. A redução de custo de uma edificação em painel de PEAD, em relação a uma construção convencional, na qual seria necessário executar escavações, fundações, alvenarias, pilares, contrapiso etc., se dá principalmente pelo ganho de produtividade. O exemplo pode ser visto na Figura 5, um protótipo de casa construída com esses materiais no Ceará, no ano de 2008. CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 20 Figura 5: Protótipo Casa Cor Ceará 2008 – Fachada dos Fundos (IMPACTO PROTENSÃO, 2016). MOTTA et al. (2002) consideram que os materiais aplicados na construção civil, além de ser uma ótima alternativa, são responsáveis pela melhoria da racionalização, economia e versatilidade da obra em construção, em conjunto com outros materiais ou individualmente. Cerâmicos na Construção Civil Os materiais cerâmicos são compostos de elementos metálicos e não metálicos, para os quais as ligações interatômicas ou são totalmente iônicas ou parcialmente iônicas com alguma natureza covalente. Eles são frequentemente óxidos, nitretos e carbetos. Estes materiais são tipicamente isolantes à passagem de eletricidade e calor e são mais resistentes a altas temperaturas e ambientes abrasivos do que os metais e polímeros. Com relação ao comportamento mecânico, os cerâmicos são duros, porém mais quebradiços (CALLISTER, 2008). O setor cerâmico, aqui representado pelostijolos, telhas e revestimentos, é um dos grandes contribuintes da construção civil. Neste sentido, a avaliação de todo o ciclo de vida destes produtos permite dispor de dados científicos sobre a CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 21 participação ambiental de elementos cerâmicos na construção civil. Isto permitirá, primeiramente, a escolha, dentre uma mesma categoria, dos produtos ou processos ambientalmente mais adequados e, em uma segunda etapa, a possibilidade de mudanças nos processos produtivos que resultem em melhorias no perfil ambiental dos produtos. A análise do ciclo de vida dos produtos cerâmicos, elaborada a partir de um inventário consistente e preciso, constitui uma ferramenta fundamental para a avaliação ambiental, na qual variáveis como consumo de matéria-prima, geração de resíduos sólidos e poluentes gasosos, por exemplo, constituem parâmetros decisivos para a escolha de produtos, cujo processo de fabricação não esteja associado à poluição dos rios e do ar ou simplesmente não esteja contribuindo para o esgotamento de reservas de recursos naturais não renováveis (SOARES et al, 2002). Propriedades tais como a facilidade de conformação, baixo custo e densidade, resistência à corrosão e a temperaturas elevadas, fizeram com que os materiais cerâmicos tradicionais conquistassem posições de relevo em diferentes setores industriais e artísticos. Algumas destas propriedades, nomeadamente a resistência à corrosão e a temperaturas elevadas, cedo fascinaram muitos industriais, no sentido de produzirem peças técnicas nestes materiais, os cerâmicos de Engenharia. Contudo, todos os esforços desenvolvidos sempre depararam com o mesmo problema, a fragilidade destes materiais. Isto originou uma intensa agitação em nível mundial no sentido de descobrir formas de “enganar” as fissuras, mas, apesar de terem sido já alcançados valores notáveis de tenacidade, estes valores são ainda insuficientes para muitas aplicações técnicas, o que restringe o seu uso mais generalizado (LINO, 2006). Segundo estudos realizados por SILVA et al. (2015), os revestimentos cerâmicos estão entre os mais usados na construção civil, com diversas possibilidades de aplicação, alta durabilidade e variedade de estampas, sejam comerciais ou residenciais. Na hora da escolha, porém, é preciso observar bem os critérios como resistência à abrasão, produtos químicos e impactos, além dos níveis de absorção de água e textura. Dos pisos e azulejos mais comuns aos modernos porcelanatos CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 22 e pastilhas, há uma indicação adequada para cada tipo de ambiente (interno ou externo, molhado ou seco, alto tráfego ou não) e também de condições climáticas. Os processos cerâmicos podem ser classificados em “cerâmica tradicional” e “cerâmica avançada” (cerâmica fina ou cerâmica de alta tecnologia). Na cerâmica tradicional, as matérias-primas geralmente são utilizadas após beneficiamento, ou seja, separação de impurezas por processos físicos. De modo geral, não são submetidas a reações químicas, portanto, considera-se que a matéria-prima é natural. Já no caso das cerâmicas avançadas, normalmente, trabalha-se com matérias-primas sintéticas, ou seja, obtidas por meio de reações químicas (CALLISTER, 2008). Por um lado, os cerâmicos tradicionais atingiram um elevado estado de amadurecimento, prevendo-se que o futuro lhes reserve aplicações com designs cada vez mais arrojados e sistemas de distribuição do produto mais rentáveis. Por outro lado, os cerâmicos técnicos têm sido aplicados em situações cada vez mais exigentes, graças aos avanços tecnológicos que têm permitido a obtenção de propriedades mecânicas superiores. A argila é a principal matéria-prima dos revestimentos cerâmicos. Em geral, é comum se misturar mais que um tipo de argila para se obter a massa cerâmica com a plasticidade e demais características necessárias para o seu processamento. Não existe uma definição mineralógica, no sentido amplo, para o termo argila. A denominação argila tanto pode ser aplicada às partículas de diâmetro muito pequeno encontradas na análise de sedimentos e de solos, como a diferentes sedimentos em função da sua composição química. Na literatura se encontra referência ao “tamanho argila” ou “fração argila” para partículas com diâmetro equivalente inferior a 4 µm ou a 2 µm (argila coloidal) (SOUZA SANTOS, 1975). As argilas raramente são encontradas separadamente, ou seja, são misturas de diferentes tipos de argilas, junto com microcristais de carbonatos, feldspatos, micas e quartzo. Têm uma composição atribuída, essencialmente, a um de dois grupos: ao denominado de minerais de argila, ou argilominerais, que pela sua CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 23 natureza conferem às argilas as suas propriedades plásticas, e ao grupo dos minerais acessórios (DEER et al., 1992). Os tijolos e blocos cerâmicos são materiais de importância fundamental na construção civil. Estas peças se apresentam de diversas formas, variando de acordo com a finalidade de uso. A seguir são apresentados os tipos de blocos e tijolos cerâmicos mais utilizados. A fabricação de tijolos é feita em fornos. Os fornos de queima dos artefatos cerâmicos podem ser encontrados nas mais distintas formas, sendo os mais comuns os fornos contínuos (quando a produção é contínua) e os intermitentes (quando a queima ocorre em ciclos de carga que são reiniciados na troca de lote) (ISAIA, 2010), conforme pode ser observado na Figura 6. Figura 6: Forno Contínuo do Tipo Túnel: Detalhe da Saída da Cerâmica (ISAIA, 2010) Os tijolos maciços são aqueles que possuem todas as faces plenas de material (sem furos), podendo apresentar rebaixos de fabricação (Figura 7) em uma das faces de maior área. Dentre as propriedades deste material cerâmico está a resistência à compressão, determinada segundo a metodologia da norma NBR 6460 – Tijolo maciço cerâmico para alvenaria – Verificação da resistência à compressão. É comum os tijolos apresentarem expansão devido à incorporação de umidade do ambiente. Em consequência é recomendado que se evite a utilização CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 24 de blocos ou tijolos cerâmicos com menos de duas ou três semanas após saírem do forno (ISAIA, 2010). Figura 7: Tijolos Maciços Cerâmicos com Rebaixo na Face de maior Área (LEGGERINI, 2011). Os blocos cerâmicos são blocos vazados moldados com arestas vivas retilíneas, sendo os furos cilíndricos ou prismáticos. São produzidos a partir da queima da cerâmica vermelha. A sua conformação é obtida através da extrusão. Durante este processo toda a umidade é expulsa e a matéria orgânica é queimada, ocorrendo a vitrificação com a fusão dos grãos de sílica (MAGALHÃES, 2012). Os blocos cerâmicos de vedação são utilizados na execução de alvenarias externas ou internas que não têm função de resistir a outras cargas verticais, além do peso da alvenaria da qual faz parte. Em outras palavras, são os blocos utilizados apenas para o fechamento de paredes no interior de peças estruturais, tais como vigas e pilares (LEGGERINI, 2011), conforme apresentado na Figura 8. São blocos usados na construção de paredes portantes. Devem ter furos dispostos na direção vertical. Figura 8: Blocos Cerâmicos de Vedação (LEGGERINI, 2011). Quando comparados aos tijolos maciços, os blocos cerâmicos apresentam maior qualidade no acabamento, sobretudo devido ao seu processo produtivo em marombas a vácuo (Figura 8), que torna suas dimensões mais planas e melhor CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 25 esquadrejadas. Além disso, os blocos vazados apresentam menor peso específico em relação ao volume aparente, fato que contribui para a redução de peso das construções e consequente redução de custos. Também são vantagens destes materiais os melhores desempenhos térmico e acústico (MAGALHÃES, 2012). As paredes sãoelementos estruturais, definidos como laminares (uma das dimensões muito menor do que as outras duas). As paredes de alvenaria são uma combinação de unidades (tijolos ou blocos) e argamassa. Para que o conjunto trabalhe de modo eficiente é necessário que a argamassa ligue solidariamente as unidades tornando o conjunto homogêneo (LEGGERINI, 2011). Seleção de Materiais A seleção de materiais ocorre dentro de um processo complexo para se estabelecer a solução que melhor se ajuste às necessidades dos clientes. Segundo JOHN et al. (2007), requisitos de clientes podem ser entendidos como os objetivos, expectativas e necessidades dos clientes, que geralmente são uma descrição de características que uma edificação deve apresentar para satisfazê-los. Estes requisitos necessitam ser processados para se obter uma tradução técnica em forma de especificações que objetivamente definirão o objeto concreto do projeto (a edificação), seus componentes e materiais constituintes. No caso dos requisitos de sustentabilidade, isso se traduz na identificação de quais questões relevantes devem ser consideradas no desenvolvimento de edificações, mais especificamente, neste caso, na seleção de materiais e componentes. A vasta quantidade de materiais atualmente existentes, estimada em cerca de 50.000-60.000 (FERRANTE, 2002), torna o conhecimento desses materiais cada vez mais importante para o engenheiro mecânico, em qualquer que seja a sua área de atuação. O conhecimento das propriedades mecânicas dos materiais, por exemplo, proporciona a escolha de fatores de segurança adequados, que irão influir de maneira decisiva na parte econômica de um projeto. CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 26 Segundo FERRANTE (2002), dos diversos critérios de seleção de materiais, os mais representativos são: • Considerações dimensionais • Considerações de forma • Considerações de peso • Considerações de resistência mecânica • Resistência ao desgaste • Conhecimento das variáveis de operação • Facilidade de fabricação • Requisitos de durabilidade • Número de unidades • Disponibilidade de material • Custo • Existência de especificações e códigos • Viabilidade de reciclagem • Valor de sucata • Grau de normalização • Tipo de Carregamento A indústria da construção civil é grande consumidora dos recursos naturais e, consequentemente, responsável por impactos ambientais consideráveis. O consumo consciente dos produtos neste segmento é, portanto, vital para a sustentabilidade. Os materiais devem ser avaliados com relação à utilização de recursos naturais, as emissões e resíduos gerados na sua fabricação. Além disso, os produtos não devem fazer mal à saúde e, após a sua vida útil, devem ser facilmente reutilizados ou reciclados. A avaliação do impacto dos produtos no meio ambiente deve ser feita em todo o seu ciclo de vida (desde a extração dos recursos naturais, na produção, utilização e até a disposição final do produto novamente no meio ambiente). É o que DEL CARLO et al. (2002) confirmam, ressaltando que uma importante característica a ser observada na escolha dos materiais construtivos é a sua fácil disponibilidade, ou seja, que sejam encontrados em localidades próximas, não tendo que ser transportados por distâncias muito grandes. ROAF (2006) destaca que a influência exercida pelo transporte sobre a energia embutida do material, muitas vezes, é esquecida. Quanto mais longe um material CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 27 tiver que viajar, menor será sua eficiência quanto à energia incorporada. Isso deve ser considerado ao fazer a seleção dos materiais, uma vez que de pouco adianta utilizar um material de baixo impacto ambiental se os ‘custos ambientais’ do seu transporte forem maiores. Segundo MESEGUER (1991), dentre os materiais produzidos industrialmente, existem os tradicionais e os não tradicionais; os primeiros, por já serem utilizados há bastante tempo, na sua maioria são regulamentados por normas ou especificações e são mais fáceis de ser controlados, utilizados e ter seu “comportamento” analisado. No caso de materiais não tradicionais, por serem novos no mercado, ainda não são qualificados por uma norma técnica que os regulamente. No entanto, nos dois casos é importante que a qualidade do material seja atestada, seja por um Certificado da Qualidade do produto, por um certificado de garantia fornecido pelo próprio fabricante, ou por um selo de conformidade. Essas são as exigências mais comuns nos dias de hoje, obrigatórias para empresas que possuem o Sistema de Gestão da Qualidade implantado. A certificação se apresenta como uma forma de diferenciação dos produtos, como afirma OLIVEIRA (2006), pois ela “garante a implantação eficaz dos sistemas de controle e a garantia da qualidade dos produtos, diminuindo perdas e reduzindo custos”. Assim, a certificação visa comprovar junto ao mercado e aos clientes que a fabricação daquele produto é controlada de acordo com as normas específicas. A ABNT aponta como principais benefícios da certificação: • Assegurar eficiência e eficácia do produto, serviço ou sistema; • Assegurar que o produto, serviço ou sistema atende às normas; • Introduzir novos produtos e marcas no mercado; • Fazer frente à concorrência desleal; • Reduzir perdas no processo produtivo e melhorar a sua gestão; • Melhorar a imagem da organização e de seus produtos ou atividades junto aos clientes; CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 28 • Diminuir controles e avaliações por parte dos clientes. FREIRE (1983) faz um resumo do que ele considera os principais fatores que influenciam a seleção de um material industrial, a saber: 1- Condições de trabalho: Este fator compreende as solicitações mecânicas e o local de trabalho do material. Exemplos: Uma peça que será submetida a esforço de tração deve ser constituída de material resistente a esse esforço. Uma bomba que transportará ácido sulfúrico deve ser constituída de material que seja resistente a esse ácido. 2- Disponibilidade do material: O material a ser selecionado deve ser disponível em quantidade necessária e quando desejado (no caso de reposição de peças). Por esse motivo, é aconselhável o uso de catálogos de fabricantes na seleção do material. 3- Custos: Este fator engloba tanto o custo do material bruto, como o do processo de fabricação que será utilizado na confecção do produto. 4- Aparência: É importante somente quando o produto fabricado ficar exposto ao público, pois nesse caso deverá ter um aspecto agradável (material de acabamento de eletrodomésticos, tampas de panela etc.). Quando o produto ficar escondido, o aspecto deixa de ter importância, como no caso dos tirantes de sustentação de forro. 5- Adaptabilidade para os processos de fabricação: Se no local da produção existe um processo de fabricação, deve-se selecionar para a constituição do produto um material que se preste ao processo já instalado. Por exemplo: se no local já existe uma fundição, deve-se optar por um material que tenha características que possibilitem a sua utilização naquele processo, evitando-se assim, o aumento do custo final do produto devido à instalação de um novo processo de fabricação. 6- Forma da peça: A forma da peça, em certos casos, condiciona o processo de fabricação, influindo assim, indiretamente na escolha do material. Por exemplo: uma peça complexa, com furos e protuberâncias, deve ser fabricada a partir de um processo de fundição; já uma peça de forma CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 29 simétrica pode ser confeccionada por usinagem; portanto, opta-se por um material que se adapte a tais processos. Segundo HACHICH (2012), ao se iniciar uma obra, a seleção de materiais deve contemplar a avaliação ambiental dos materiais e componentes sempre associada ao seu desempenho e vida útil. Não existem produtosambientalmente corretos ou chamados de ‘sustentáveis’ se estes não cumprem ao menos a função a que se destinam por um período mínimo de tempo. Os produtos devem ser duráveis para que não precisem ser brevemente substituídos, já que a degradação de materiais exige dispendiosas atividades de manutenção e limita a vida útil das construções. O desempenho do material no edifício não depende apenas de suas características, mas também, em grande parte, da forma como ele é empregado, o que depende das soluções e criatividade do projetista, e da consciência dos usuários ao tratar do mesmo durante o uso do edifício. Além disso, a ferramenta não elimina a necessidade de avaliação do material de acordo com seu ciclo de vida, uma vez que certos dados, como a quantificação dos danos ambientais causados na extração do material e nas demais etapas de sua produção (o que ajuda a determinar se um material é mais ou menos sustentável que outro), somente são obtidos através da complexidade de uma análise do ciclo de vida ou mesmo pela identificação da energia incorporada em cada etapa (LUCAS et. al., 2010). A escolha deve ser consciente, satisfazendo o maior número de condições possível e, principalmente, sabendo priorizar as características que sejam fundamentais a cada projeto. Sendo assim, aqui serão examinados os seguintes tópicos, considerados de extrema importância como característica dos materiais que devem ser levados em consideração na sua seleção: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL 30 1. Desempenho Térmico 2. Desempenho Visual 3. Desempenho Acústico 4. Promoção da Qualidade do Ar 5. Durabilidade 6. Otimização do Consumo de Recursos Naturais 7. Reutilização 8. Reciclagem 9. Conteúdo Energético 10. Proteção ao Meio Ambiente 11. Disponibilidade de Recursos 12. Regionalidade 13. Responsabilidade Social dos Fabricante Resíduos e Reciclagem na Construção Civil Todo processo econômico gera resíduos. Mesmo sendo considerado inservível por grande parcela da sociedade, os resíduos possuem, aproximadamente, 40% de materiais recicláveis. Esta parte reciclável é atrativa econômica, energética ou ambientalmente (FIGUEIREDO, 1994). Para diagnosticar a geração de resíduos de construção civil nas cidades brasileiras, utilizam-se dados de estimativas de área construída, de quantificação de volumes por empresas coletoras, do monitoramento de descargas nas áreas de disposição final dos resíduos de construção civil. As duas primeiras estimativas permitem uma quantificação confiável e pode ser utilizada em todo município que possui cadastro de construções licenciadas (PINTO, 1999). O projeto europeu IRMA – “Descontaminação e Reabilitação de Edificações, Estruturas e Materiais na Renovação Urbana” – foi desenvolvido por uma parceria entre países da União Europeia e tem como objetivo desenvolver e CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 31 implementar um “Conceito Urbano”, trazendo tecnologias e processos juntamente com ferramentas de auxílio à decisão e de gerenciamento para a sustentabilidade da renovação urbana. Os objetivos técnicos e científicos do conceito urbano consistem de uma sequência de medidas para identificar e controlar a contaminação de estruturas e edifícios em que (GARCIA e LAURITZEN, 2006): As substâncias perigosas e a poluição dos edifícios são identificadas e classificadas; As emissões tóxicas são impedidas; Os edifícios e as estruturas existentes e poluídos podem ser reabilitados e reutilizados; Os volumes de resíduos de poluição e demolição poderão ser reciclados; O volume de geração de resíduos poderá ser reduzido; Os materiais provenientes da demolição poderão ser recuperados, completamente ou seletivamente, conservando recursos naturais e evitando a necessidade de disposição final. O setor da construção civil, “além de ser um dos maiores da economia ele produz os bens de maiores dimensões físicas do planeta, sendo consequentemente o maior consumidor de recursos naturais de qualquer economia” (JOHN e AGOPYAN, 2000). Segundo estes autores, o consumo de recursos naturais na construção civil varia de acordo com cada região, dependendo de fatores como: • taxa de resíduos gerados; • vida útil ou taxa de reposição das estruturas construídas; • necessidades de manutenção, inclusive as que visam corrigir falhas construtivas; • perdas incorporadas nos edifícios; • tecnologia empregada. CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 32 Segundo a Resolução nº 307/2002 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), os resíduos da construção civil são classificados da seguinte forma: I- Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrututra, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: materiais cerâmicos (tijolos, azulejos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.) argamassa e concreto; c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidos nos canteiros de obras; II- Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e outros; III- Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso; IV- Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros. Figura 9: Reciclagem de Resíduos Classe A para a Produção de Agregados (SINDUSCON-SP, 2005) CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 33 Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) deverão ser elaborados e implementados pelos geradores e terão como objetivo estabelecer os procedimentos necessários para o manejo e destinação ambientalmente adequada dos resíduos. Ficam isentos da apresentação do Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil os geradores cuja obra seja inferior a 600m² de área construída ou inferior a 100m² no caso de demolição. Os empreendedores de obras que excedam 600 m² de área construída ou demolição com área acima de 100m² deverão apresentar o Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, o qual deverá ser aprovado por ocasião da obtenção do licenciamento ambiental da obra ou da obtenção do alvará de construção, reforma, ampliação ou demolição. Os geradores cujas obras possuam área construída superior à 70m² e inferior à 600 m² ou remoção de solo acima de 50m³ deverão preencher formulário específico, nas Secretarias Municipais de Urbanismo ou Meio Ambiente, na ocasião da obtenção do alvará de construção, reforma, ampliação e demolição ou do licenciamento ambiental. No caso de obras menores que 70m² que gerem acima de 501 litros equivalentes a 0,501m³ de resíduos da construção civil, deverá o gerador assinar o Manifesto de Transporte de Resíduos - MTR emitido pelo transportador ou, no caso de transporte próprio, os resíduos deverão ser previamente separados e encaminhados para áreas devidamente licenciadas. Principais etapas de um projeto de gerenciamento (PGRCC): 1 - Caracterização. Identificar e quantificar os resíduos; 2 - Triagem. Realizar triagem, que poderá ser feita pelo gerador na origem, ou ser realizada nas áreas de destinação licenciadas para essa finalidade, respeitadas as classes de resíduos estabelecidas na resolução do Conama. CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 34 3 - Acondicionamento. O gerador deve garantir o confinamentodos resíduos após a geração até a etapa de transporte, assegurando nos casos que sejam possíveis, a condição de reutilização e de reciclagem; 4 - Transporte. Deverá ser realizado de acordo com as normas vigentes para o transporte de resíduos; 5 - Destinação. Deverá ser feita de acordo com as classes a que pertencem os resíduos. A construção civil afeta o meio ambiente através da retirada de materiais da natureza que não são retornáveis, como: areia, cal, ferro, alumínio, madeira, água potável e também o entulho, que é o resultado das sobras, dos desperdícios e dos rejeitos de materiais de construção em uma obra, que pode ser de demolição, pavimentação ou construção de casa, muro ou de um prédio. Com isto, novas tecnologias da construção estão sendo criadas, entre elas: a reciclagem dos entulhos (PAIVA e RIBEIRO, 2011). RAO et al. (2006) citam barreiras para a utilização do agregado reciclado da construção civil, tais como: a não aceitação popular, pois a falta de conhecimento técnico da população dificulta a utilização de materiais de qualidade em função da sua origem; a falta de instalações apropriadas para a reciclagem, pois para isso são necessários investimentos; mas devido à falta de estudos e conhecimento de consumidores, não é possível prever retorno para investimentos, tornando-os não atrativos economicamente; a falta de tecnologias apropriadas, pois ainda não existem estudos suficientes sobre a possibilidade de utilização do agregado reciclado que garanta a segurança necessária; a falta de incentivo dos governos que não se interessam pelos problemas sociais e esperam até que estes estejam em situação extrema para tomar providências. CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 35 A Resolução CONAMA nº 307/2002 estabelece que é responsabilidade dos municípios a criação, implantação e acompanhamento das diretrizes especificadas nos decretos municipais referentes a gestão de resíduos da construção e demolição. Estabelece ainda que compete aos geradores a gestão, incluindo reciclagem, reaproveitamento e destinação de resíduos. O Art. 2º traz as seguintes definições: I - Resíduos da construção civil (RCC): são os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha; II - Geradores: são pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por atividades ou empreendimentos que gerem os resíduos definidos nesta Resolução; III - Transportadores: são as pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da coleta e do transporte dos resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de destinação; IV - Agregado reciclado: é o material granular proveniente do beneficiamento de resíduos de construção que apresentem características técnicas para a aplicação em obras de edificação, de infraestrutura, em aterros sanitários ou outras obras de engenharia; V - Gerenciamento de resíduos: é o sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos, incluindo planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos e recursos para desenvolver e implementar as ações necessárias ao cumprimento das etapas previstas em programas e planos; VI - Reutilização: é o processo de reaplicação de um resíduo, sem transformação do mesmo; VII - Reciclagem: é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter sido submetido à transformação; CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 36 VIII - Beneficiamento: é o ato de submeter um resíduo a operações e/ou processos que tenham por objetivo dotá-los de condições que permitam que sejam utilizados como matéria-prima ou produto; IX - Aterro de resíduos da construção civil: é a área onde serão empregadas técnicas de disposição de resíduos da construção civil Classe "A" no solo, visando à preservação de materiais segregados de forma a possibilitar seu uso futuro e/ou futura utilização da área, utilizando princípios de Engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente; X - Áreas de destinação de resíduos: são áreas destinadas ao beneficiamento ou à disposição final de resíduos. Com isso, a incorporação dos resíduos da construção civil e do beneficiamento mineral em produtos para construção civil vem se mostrado uma ótima alternativa para diversificar a oferta de matérias-primas e a economia de recursos naturais (MENEZES et al., 2002). A reutilização de materiais na construção civil trata de transformar os resíduos das obras, normalmente encarados como entulhos e caliça, em produtos comerciais que possam ser novamente utilizados. Com isso, criar oportunidades de reúso e reciclagem que se traduzam em sustentabilidade social e ambiental. Quase todas as atividades desenvolvidas pelo setor da construção civil geram resíduos como caliça e entulhos. Isto se deve aos altos índices de perdas durante o processo construtivo e à falta de uma cultura de reutilização e reciclagem no país. A prática de reúso e reciclagem pode ser encarada do ponto de vista da viabilidade econômica para revenda desses materiais. Outra destinação é servir de sub-base para pavimentos de vias de menor tráfego e em aterros sanitários para a conservação das estradas, como pode ser observado na Figura 10. CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 37 Figura 10: Utilização de Resíduos da Construção Civil para Pavimentação de Vias Sustentabilidade na Construção Civil Segundo MOTTA E AGUILAR (2009), a construção civil representa a atividade humana com maior impacto sobre o meio ambiente. Por isso tem grande importância nas metas de desenvolvimento sustentável de um país. Além disto, ela promove impactos econômicos e sociais que contribuem para o aumento da qualidade de vida. Dessa forma, é fundamental entender os parâmetros para uma construção sustentável, suas práticas, teorias e processos de projeto. “Edificação sustentável é aquela que pode manter moderadamente ou melhorar a qualidade de vida e harmonizar-se com o clima, a tradição, a cultura e o ambiente na região, ao mesmo tempo em que conserva a energia e os recursos, recicla materiais e reduz as substâncias perigosas dentro da capacidade dos ecossistemas locais e globais, ao longo do ciclo de vida do edifício. (ISO/TC 59/SC3 N 459). A Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura - AsBEA, o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável – CBCS, entre outras instituições, CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 38 apresentam diversos princípios básicos da construção sustentável, dentre os quais destacam-se (CBCS, 2016): • aproveitamento de condições naturais locais; • utilizar mínimo de terreno e integrar-se ao ambiente natural; • implantação e análise do entorno; • não provocar ou reduzir impactos no entorno – paisagem, temperaturas e concentração de calor, sensação de bem-estar; • qualidade ambiental interna e externa; • gestão sustentável da implantação da obra; • adaptar-se às necessidades atuais e futuras dos usuários; • uso de matérias-primas que contribuam com a ecoeficiência do processo; • redução do consumo energético; • redução do consumo de água; • reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos sólidos; • introduzir inovações tecnológicas sempre que possível e viável; • educação ambiental: conscientização dos envolvidos no processo. A Construção Sustentável é um sistema construtivo que promove alterações conscientes no entorno, de forma a atender às necessidades de edificação e uso do homem moderno,preservando o meio ambiente e os recursos naturais, garantindo qualidade de vida para as gerações atuais e futuras [IDHEA, 2003]. As diretrizes gerais para edificações sustentáveis podem ser resumidas em nove passos principais, que estão conformes ao que recomendam alguns dos principais sistemas de avaliação e certificação de obras no mundo. Os Nove Passos para a Obra Sustentável são (ARAÚJO, 2011): 1. Planejamento Sustentável da obra; 2. Aproveitamento passivo dos recursos naturais; 3. Eficiência energética; 4. Gestão e economia da água; 5. Gestão dos resíduos na edificação; CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 39 6. Qualidade do ar e do ambiente interior; 7. Conforto termoacústico; 8. Uso racional de materiais; 9. Uso de produtos e tecnologias ambientalmente amigáveis. É importante repensar os processos da média e pequena empresa a todo instante e procurar caminhos para tornar o negócio mais sustentável. Nesse sentido, é possível conseguir certificações sustentáveis para os projetos. Para alcançar este objetivo devem ser levadas em consideração algumas ações no canteiro de obras: a implementação de soluções eficientes como reaproveitamento de materiais e reciclagem de resíduos; também é importante estar atento a outras formas de diferenciar sua construtora das demais pensando e pondo em prática aspectos ecologicamente sustentáveis, segundo orientações do Ministério do Meio Ambiente: Edificação: É importante fazer a adequação do projeto ao clima do local, minimizando o consumo de energia e otimizando as condições de ventilação, iluminação e aquecimento naturais. Além disso, voltar a atenção para a orientação solar adequada, evitando a repetição do mesmo projeto em situações diferentes, utilização de coberturas verdes e a suspensão da construção do solo, a depender do clima. Energia: A recomendação é o uso do coletor solar térmico para aquecimento de água, de energia eólica para bombeamento de água e de energia solar com possibilidade de levar o excedente para a rede pública. Água e esgoto: É interessante levar em consideração a coleta e utilização de águas pluviais, assim como a possibilidade de dispositivos que gerem economia e reúso de água, tratamento adequado de esgoto no local e, quando possível, o uso de banheiro seco. CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 40 Áreas externas: Pensar em estratégias a fim de valorizar os elementos naturais e o uso de espécies nativas, assim como incluir no projeto alguns espaços para produção de alimentos e compostagem de resíduos orgânicos. No processo de construção, vale pensar no uso de reciclados para a pavimentação. A seguir um breve resumo de cada um dos passos imprescindíveis para se chegar a uma obra sustentável e à autossustentável (ARAÚJO, 2011): Planejamento do ciclo de vida da edificação – ela deve ser econômica, ter longa vida útil e conter apenas materiais com potencial para, ao término de sua vida útil (ao chegar o instante de sua demolição), ser reciclados ou reutilizados. Sua meta deve ser resíduo zero; Aproveitamento dos recursos naturais – como sol, umidade, vento, vegetação - para promover conforto e bem-estar dos ocupantes e integrar a habitação com o entorno, além de economizar recursos finitos, como energia e água; Eficiência energética - resolver ou atenuar as demandas de energia geradas pela edificação, preconizando o uso de energias renováveis e sistemas para redução no consumo de energia e climatização do ambiente (sistemas de ar condicionado, no Brasil, em prédios comerciais, respondem por cerca de 35% da demanda energética); Eficiência na gestão e uso da água – economizar a água; tratá-la localmente e reciclá-la, além de aproveitar recursos como a água da chuva; Eficiência na gestão dos resíduos gerados pelos usuários da edificação; Prover excelentes condições termoacústicas, de forma a melhorar a qualidade de vida física e psíquica dos indivíduos; Criar um ambiente interno e externo com elevada qualidade no tocante à paisagem local e à qualidade atmosférica e elétrica do ar; Prover saúde e bem-estar aos seus ocupantes ou moradores e preservar o meio ambiente; CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 41 Usar materiais que não comprometam o meio ambiente, a saúde dos ocupantes e que contribuam para promover um estilo de vida sustentável e a consciência ambiental dos indivíduos; Resolver localmente ou minimizar a geração de resíduos; Estimular um novo modelo econômico-social, que gere empresas de produtos e serviços sustentáveis e dissemine consciência ambiental entre colaboradores, fornecedores, comunidade e clientes. É mérito das avaliações ambientais criar uma reação na cadeia produtiva que tem envolvido projetistas para o desenvolvimento de projetos alinhados a esse conceito e à busca de materiais e sistemas construtivos mais sustentáveis. Ainda há muito a desenvolver. Entre os pontos a serem perseguidos estão: a criação de metodologias de análise de ciclo de vida de produtos e dos próprios edifícios (de forma a assegurar o desempenho esperado), assim como um mecanismo para que se informe o consumidor final sobre as características socioambientais dos produtos, das obras e das características sustentáveis dos projetos (CBIC, 2013), como pode ser visto na Figura 11. Figura 11: As opções: Projeto/construção verde e sustentável (CIBIC,2013) CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 42 A Arquitetura sustentável é a continuidade mais natural da Bioclimática, considerando também a integração do edifício à totalidade do meio ambiente, de forma a torná-lo parte de um conjunto maior. É a arquitetura que quer criar prédios objetivando o aumento da qualidade de vida do ser humano no ambiente construído e no seu entorno, integrando as características da vida e do clima locais, consumindo a menor quantidade de energia compatível com o conforto ambiental, para legar um mundo menos poluído para as próximas gerações CORBELLA E YANNAS (2003). Considera-se projeto arquitetônico sustentável aquele que possui certificação ambiental. Para que haja qualidade no projeto sustentável é necessária a observância dos seguintes fatores (SIMAS, 2011): • Uso de placas solares e painéis fotovoltaicos; • Dimensionamento e arranjos espaciais da arquitetura da edificação para uma ventilação mais natural; • Sistema de canalização e tanques d’água para reaproveitamento das águas da chuva; • Uso de lixos recicláveis; • Materiais ecológicos ou biodegradáveis como: pneus, garrafas pets, ecotijolos; • Sistema de tratamento de esgoto biodigestor; • Vasos sanitários ecoeficientes; • Portas com madeiras do tipo MDF. O setor de construção tem uma importância significativa no atendimento das metas de desenvolvimento sustentável estabelecidas para qualquer país. A indústria da construção representa a atividade humana com maior impacto sobre o meio ambiente. Edifícios e obras civis alteram a natureza, a função e aparência de áreas urbanas e rurais. Atividades de construção, uso, reparo, manutenção e demolição consomem recursos e geram resíduos em proporções CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 43 que em muito superam a maioria das outras atividades econômicas (PINTO, 1999). A sustentabilidade deve estar relacionada a aspectos de estratégia de um empreendimento, uma busca por descobertas, por um novo paradigma. O planejamento e gestão do empreendimento devem estar coerentes com esta estratégia pela sustentabilidade, podendo incluir, mas indo além, o cumprimento de requisitos impostos e evitando metas delimitadas por aspectos de planejamento (MOTTA E AGUILAR, 2009). CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 44 REFERÊNCIAS ACETOZE, A. L. Manual Trikem - Produtos de Pvc Utilizados na Construção Civil. São Paulo:Pini, 1996. ARQUIVOS.PORTALDAINDUSTRIA.COM.BR. Indústria da Construção Civil: Construção Verde: Desenvolvimento com Sustentabilidade, Encontro da Indústria para Sustentabilidade. Disponível em: <http://arquivos.portaldaindustria.com.br/app/conteudo_18/2013/09/23/4970/ 20131002175850295139e.pdf>, acesso em 21/9/2016. CALLISTER Jr., W.D. Ciência e engenharia de materiais – uma introdução. 7.ed. São Paulo: LTC, 2008. CEATEC, Propriedades dos Materiais, PUC-Campinas, 2010. COHEN, M. Ciência e engenharia de materiais: sua evolução, prática e perspectivas. Parte II: A ciência e engenharia de materiais como uma multidisciplina. (Trad. SILVA, J. R. G.) 2. ed., São Carlos: UFSCar, 1987. CORBELLA, O.; YANNAS, S. Em busca de uma arquitetura sustentável para os trópicos: conforto ambiental. Rio de Janeiro: Revan, 2003. CORTESÃO, J. C. Metais não ferrosos. Disponível em: <http://engenharia-civil- virtual.blogspot.pt/2013/10/metais-nao-ferrosos.html>, acesso em 21/9/2016. De M. F. A. Materials selection in mechanical design. 2. ed. Oxford: Butterworth-Heinemann, 1999. DEER, W. A.; HOWIE, R. A.; ZUSSMAN, J. Minerais Constituintes das Rochas: Uma Introdução. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1992. Tradução de Carlos António Regénio Macedo. http://arquivos.portaldaindustria.com.br/app/conteudo_18/2013/09/23/4970/20131002175850295139e.pdf http://arquivos.portaldaindustria.com.br/app/conteudo_18/2013/09/23/4970/20131002175850295139e.pdf CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 45 DEL CARLO, U; KRONKA, R. Sustentabilidade e o Material Construtivo: Critérios de escolha de material construtivo com menor impacto ambiental. In: Cadernos Técnicos – AUT, No. 9. São Paulo, 2002, p.35-50. ENGIOBRA.COM. Polímeros usados na construção civil. Disponível em: <http://engiobra.com/polimeros-usados-na-construcao-civil/>, acesso em 21/9/2016. FERRANTE, M. Seleção de materiais. 2.ed. São Carlos: UFSCar, 2002. FIGUEIREDO, P. J. M. A Sociedade do Lixo: os resíduos, a questão energética e a crise ambiental. Piracicaba/SP: UNIMEP, 1994. FREIRE, J.M. Materiais de construção mecânica: Tecnologia mecânica. Rio de Janeiro: LTC, 1989. GARCIA, I.; LAURITZEN, E. K. IRMA – A European project for a sustainable City Concept. Disponível em: <http://projweb.niras.dk/irma>, acesso em 18 de abril de 2016. HACHICH, V. F. Saiba como selecionar materiais para a sua construção. Artigo extraído do site Portal Engenharia e Arquitetura. HAGEMANN, S. E. Materiais de Construção Básicos. Disponível em: <http://tics.ifsul.edu.br/matriz/conteudo/disciplinas/_pdf/apostila_mcb.pdf>, acesso em 21/9/2016. HECK, N. C. Introdução à engenharia metalúrgica. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011. HIPOLITO, I. S.; HIPOLITO, R. S.; LOPES, G. A. Polímeros na Construção Civil. Disponível em: http://engiobra.com/polimeros-usados-na-construcao-civil/ http://tics.ifsul.edu.br/matriz/conteudo/disciplinas/_pdf/apostila_mcb.pdf CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 46 <http://www.aedb.br/wp-content/uploads/2015/05/5518429.pdf>, acesso em 21/9/2016. IMPACTOPROTENSÃO.COM.BR. Casa de Plástico. Disponível em: <http://impactoprotensao.web587.kinghost.net/component/k2/item/18-casa- de-pl%C3%A1stico>, acesso em 21/9/2016. INAOKA, M. B.; DIAS, R. S.; SILVA, S. C. Aplicação do PEAD na Construção Civil e Estudo do seu Uso em Habitações de Interesse Social. Disponível em: <http://docplayer.com.br/3622952-Aplicacao-do-pead-na-construcao-civil-e- estudo-do-seu-uso-em-habitacoes-de-interesse-social.html>, acesso em 21/9/2016. INDUSTRIAHOJE.COM.BR. O aço na construção civil. Disponível em: <http://www.industriahoje.com.br/o-aco-na-construcao-civil>, acesso em 21/9/2016. ISAIA, G. C. Materiais de construção civil e princípios de ciência e engenharia de materiais. 2. ed. Vol. 1 e 2. São Paulo: IBRACON, 2010. ISO/TC 59/SC 3. Functional/user requirements and performance in building construction. 1983. Disponível em: <http://www.iso.org/iso/standards_development/technical_committees/other_b odies/iso_technical_committee.htm?commid=49082>, acessado em 22/09/2016. JOHN, V.M.; AGOPYAN, V. Reciclagem de resíduos da construção. Seminário - Reciclagem de resíduos sólidos domésticos. São Paulo: 2000. JOHN, V. M., OLIVEIRA, D. P., LIMA, J. A. R. Levantamento do Estado da Arte: Seleção de Materiais; Projeto: Tecnologias para construção habitacional mais sustentável. Disponível em: http://impactoprotensao.web587.kinghost.net/component/k2/item/18-casa-de-pl%C3%A1stico http://impactoprotensao.web587.kinghost.net/component/k2/item/18-casa-de-pl%C3%A1stico http://docplayer.com.br/3622952-Aplicacao-do-pead-na-construcao-civil-e-estudo-do-seu-uso-em-habitacoes-de-interesse-social.html http://docplayer.com.br/3622952-Aplicacao-do-pead-na-construcao-civil-e-estudo-do-seu-uso-em-habitacoes-de-interesse-social.html http://www.industriahoje.com.br/o-aco-na-construcao-civil http://www.iso.org/iso/standards_development/technical_committees/other_bodies/iso_technical_committee.htm?commid=49082 http://www.iso.org/iso/standards_development/technical_committees/other_bodies/iso_technical_committee.htm?commid=49082 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 47 <http://carbonok.com.br/Downloads/HabitacaomaisSustentavel-D2-4-selecao- materiais.pdf>, acesso em 21/9/2016. LAMBERTS, R., Eficiência Energética nas construções. Palestra proferida no Seminário de Sustentabilidade da construção civil, 2007. LEGGERINI, M. R. C. Apostila: Materiais, Técnicas e Estruturas I. Rio de Janeiro: PUC-RJ, Faculdade de Arquitetura, 2011. LINO, F. J. Cerâmicos: Materiais em que vale a pena pensar. Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Portugal, 2006. LUCAS, T. P., VENZON, M., DIAS, B. Z., BISSOLI, M., SOUZA, A. D. S., ALVAREZ, C. E., Critérios para caracterização dos materiais construtivos visando uma edificação mais sustentável: ênfase para o granito. São Paulo: Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, 2010. MANO, E. B. Polímeros como Materiais de Engenharia. São Paulo: Edgard Blücher Ltda., 2000. MENEZES, R. R., NEVES, G. A., FEREIRA, H. C., LIRA, H. L; Environm. Manag. Health 13, 2002. MESEGUER, Á. G. Controle e garantia de qualidade na construção. São Paulo: Sinduscon., 1991. MOTTA, L. A.de C; SILKUNAS, N.; RODOLFO Jr., A. Durabilidade dos Polímeros. São Paulo: Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. Departamento de Engenharia de Construção Civil, 2002. http://carbonok.com.br/Downloads/HabitacaomaisSustentavel-D2-4-selecao-materiais.pdf http://carbonok.com.br/Downloads/HabitacaomaisSustentavel-D2-4-selecao-materiais.pdf CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 48 OLIVEIRA, D. P.; LEITE, F. L.; SCHMITT, C. M.; BONIN, L. C. Considerações sobre a introdução de requisitos ambientais para projeto de edificações no contexto brasileiro. In: Workshop Brasileiro de Gestão do Processo de Projeto na Construção de Edifícios, Artigo Técnico. 4 ed. Rio de Janeiro, 2004. PADILHA, A. F., Materiais de Engenharia: Microestrutura e Propriedades. São Paulo: Hemus, 2000. PAIVA, P. A.; RIBEIRO, M. S. A reciclagem na construção civil: como economia de custos. Uni-FACEF Centro Universitário Municipal de Franca, 2001. PARENTE, R. A. Elementos Estruturais de Plástico Reciclado. 2006. 153 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia das Estruturas) - Escola de Engenharia São Carlos da Universidade de São Paulo, São Carlos, SP, 2006. PASCOALLI, S. Tecnologia dos Materiais. Módulo II. Curso Técnico em Eletroeletrônica, Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina, Unidade de Araranguá, s/d. PINTO, T. P. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da construção urbana. 190 p. Tese (doutorado) - Escola
Compartilhar