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Cap 01 - Noções de Comércio e Instituições Comerciais

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Noções de Comércio e de Instituições 
Comerciais 
 1.1 Conceito de comércio 
 
Basicamente, entende-se por comércio a troca de mercadorias por dinheiro ou de uma 
mercadoria por outra. A atividade comercial é inerente à natureza e às necessidades 
humanas, pois todos temos necessidades e, se não existisse moeda, trocaríamos bens 
que temos em excesso por outros que não possuímos. A atividade comercial é das mais 
importantes, pois permite colocar à disposição dos consumidores, física ou 
economicamente delimitados, grande variedade de bens e de serviços, necessários à 
satisfação das necessidades humanas. Nesse sentido, diz-se, também, que o comerciante 
é a pessoa física ou jurídica que aproxima vendedores e compradores, levando-os a 
completar uma operação comercial, ou seja, a troca de mercadorias por dinheiro ou por 
outras mercadorias. 
1.2 Origens históricas do comércio 
 
São remotas as origens do comércio. Na Antiguidade, os fenícios, provavelmente, foram 
o povo que mais se notabilizou na atividade comercial. Várias causas e fatores 
contribuíram para tal, algumas inclusive de natureza geográfica. A Fenícia dispunha de 
pouca terra para o desenvolvimento de uma agricultura de grande qualidade. Assim, 
teve de voltar-se à atividade comercial, construindo grande frota que realizava extensas 
atividades comerciais com o Ocidente, bem como, por terra, com o Oriente. Além dos 
fenícios, foram muitos os povos da Antiguidade que exerceram com esmero a atividade 
comercial, como os gregos e mesmo os romanos. Mais recentemente, entre os séculos 
XII e XVI, vários países independentes e repúblicas europeias desenvolveram intensa 
atividade comercial. Destacam-se Veneza, com seu interesse principalmente voltado 
para o Oriente, e Portugal, bem como outros países de tradição de descobertas e de 
navegação. Por vocação, por necessidade e como consequência de suas descobertas, 
acabaram desenvolvendo sua atividade comercial em níveis acima da média. 
Modernamente, o comércio é uma atividade primordial de todos os países. O Brasil tem, 
desde a época da abertura dos portos, no início do século XIX, desenvolvido ampla 
vocação para as atividades comerciais, tanto interna quanto externamente, favorecido 
pela excepcional variedade de produtos primários e secundários que produz, bem como 
premido pela necessidade de importar outros bens de capital dos quais era carente, até 
pouco tempo. 
1.3 Tipos de entidades mercantis 
 
Tradicionalmente, uma classificação fundamental é a que separa as entidades mercantis 
(comerciais) em dois grandes tipos: entidades comerciais atacadistas e entidades 
comerciais varejistas. 
A distinção é mais facilmente notada quando se caracteriza a função que a empresa 
mercantil, de um tipo ou outro, exercita dentro do campo econômico. Por exemplo, os 
clientes de um ou outro tipo é que melhor definem as diferenciações. 
Assim, por um lado, a clientela preferencial ou característica das empresas atacadistas é 
constituída por empresas industriais, agrícolas, que utilizam as mercadorias vendidas 
pelo atacadista, como matéria-prima ou suprimentos, ou outras empresas mercantis 
intermediárias. É importante notar que a mercadoria vendida por tais entidades nunca 
vai diretamente ao consumidor individual final. Sempre segue para outras empresas que 
aplicam mais trabalho e produzem outro produto ou para empresas mercantis colocadas 
num grau inferior da cadeia de distribuição. 
Por outro lado, a empresa mercantil varejista comercializa, usualmente, bens de 
consumo que vão diretamente para o consumidor. Para bens especificamente 
instrumentais (bens de consumo intermediário), pode também vender diretamente para 
certas indústrias de transformação. Evidentemente, há também empresas com 
características mistas. 
Um fenômeno particularmente importante nos últimos anos e muito comentado pelos 
especialistas é o do constante acréscimo do custo de distribuição, em algumas linhas de 
atividade comercial. Há uma tendência em acarretar grande desequilíbrio entre o custo 
de produção e o custo de distribuição, encarecendo em demasia este último e, portanto, 
tornando proibitivo o preço final ao consumidor. 
É como consequência desse fenômeno que alguns produtores de bens de consumo 
procuram organizar, no âmbito da própria empresa ou consorciando-se com outros 
produtores, a venda diretamente ao consumidor. O caso dos produtos 
hortifrutigranjeiros é um exemplo típico em que tais associações podem ocorrer. 
Entretanto, não é apenas nos canais de distribuição que se diferenciam os dois tipos 
vistos: existem claras diferenciações, entre outras, nos seguintes setores: 
• política de compras; 
• política de financiamentos; 
• natureza e grau dos riscos assumidos. 
Considere-se também que algumas empresas executam compra e venda “por conta 
própria’’, outras “por conta de terceiros’’. São exemplos destas últimas: as 
comissionadas, os representantes e as representações e outros agentes auxiliares de 
comércio, que têm algumas características jurídicas, administrativas e comerciais 
bastante diferenciadas das entidades que operam“por conta própria’’. 
Assim, podem-se distinguir: 
a) entidades mercantis atacadistas que operam, usualmente, por conta própria; 
b) entidades mercantis varejistas que operam, usualmente, por conta própria; 
c) entidades de comissionados, de representantes e outras, que operam usualmente por 
conta alheia. 
É interessante notar que as empresas mercantis que operam no atacado podem também 
ser diferenciadas caso constituam uma unidade econômica independente ou caso 
constituam uma entidade econômica coligada a outras entidades produtoras de bens, a 
fim de distribuir a produção. 
Por um lado, as grandes entidades industriais ou grupos industriais, a fim de eliminar o 
desequilíbrio entre custos de produção e de distribuição, criam, às vezes, dentro do 
mesmo grupo, entidades de distribuição que operam no atacado. Por outro lado, tais 
configurações podem até verificar-se entre países ou entre regiões econômicas. É o caso 
das entidades de distribuição de vendas, no âmbito dos grandes grupos siderúrgicos, da 
mecânica pesada ou de automóveis. Associações políticas e econômicas, tais como o 
Mercado Comum Europeu e outras, favorecem e estimulam tais tipos de configurações. 
1.4 Definição de Contabilidade Comercial e suas 
consequências 
 
Hilário Franco conceitua Contabilidade Comercial como: o ramo da Contabilidade 
aplicado ao estudo e ao controle do patrimônio das empresas comerciais, com o fim de 
oferecer informações sobre sua composição e suas variações, bem como sobre o 
resultado decorrente da atividade mercantil. Fica claro que, a fim de acompanhar a 
variação quantitativa e qualitativa do patrimônio de tais entidades, é importante também 
entender o quadro econômico e jurídico mais amplo dentro do qual operam, bem como 
algumas características essenciais de sua gestão. 
Dentro do aspecto específico da apuração de um resultado, não apenas correto em seus 
valores globais, para tal tipo de entidade, mas também analiticamente desdobrado em 
seus elementos mais importantes, na dicotomia entre elementos positivos e negativos do 
Resultado, é extremamente importante diferenciar as despesas que devem ser atribuídas 
a determinado período dos gastos e custos que se incorporam ao Ativo. A apuração do 
Resultado com mercadorias, parâmetro básico de muitas empresas comerciais, é muito 
mais do que uma simples diferença entre valores de vendas e de custo das vendas. No 
delineamento das vendas líquidas e no tracejamento do custo das vendas, muitos 
detalhes devem ser considerados. O próprio custo da mercadoria envolve muito mais 
fatores do que apenas o valor de compra. A composição do “custo mercantil”é algo que 
nos preocupa e será um dos aspectos desenvolvidos nos próximos capítulos. 
1.5 Horizontes da especialização de contador de 
entidades comerciais 
 
Até algum tempo atrás, era bastante modesta a perspectiva profissional doContador ou 
Gerente de Contabilidade de empresas comerciais, usualmente pela pequena dimensão 
das entidades. 
Com o desenvolvimento dos conglomerados em que a atividade de distribuição é um 
dos pontos básicos e mesmo com a ampliação e modernização das empresas mercantis, 
que atuam em grandes mercados, às vezes ultrapassando até as fronteiras geográficas de 
um país, multiplicam-se as oportunidades para tais profissionais. Evidentemente, grande 
parte de tais entidades continuará de porte médio; para estas a formação de seu contador 
deve ser bastante ampla e flexível, pois, ao lado da tarefa contábil, terá a fiscal, a 
gerencial e outras. Oportunidades novas surgirão para os dotados de sólidas noções de 
custo mercantil. O comércio e as entidades que nele atuam representam importante 
parcela da atividade econômica do País. É natural que os contadores que nelas atuam se 
enquadrem nessa tendência de relativa importância e de possibilidade de realização 
profissional. 
Entretanto, hoje há a necessidade de os profissionais estarem se atualizando através de 
novos métodos introduzidos no mundo moderno, tais como: informática, Internet, 
legislação tributária, gerência de contabilidade, contabilidade informatizada por centro 
de custo etc. 
(de 4-5) 
de, IUDÍCIBUS, S., MARION, Carlos. Contabilidade Comercial, 10ª edição. Atlas, 
07/2016. VitalBook file. 
A citação fornecida é uma diretriz. Verifique a exatidão de cada citação antes de usar.

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