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SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – INTRODUÇÃO O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) organiza a oferta de programas, serviços, projetos e benefícios, assegurando comando único em cada esfera. Entre os seus objetivos, estão: • Gestão e organização das ofertas da Assistência Social; • Cooperação técnica e corresponsabilidade dos entes federados na gestão, organização e financiamento; • Integração entre rede pública e rede privada; • Gestão do trabalho e educação permanente na Assistência Social – o gestor do município precisa oferecer cursos de formação para os técnicos do SUAS; e • Gestão integrada de serviços, benefícios e transferências socioassistenciais. 1. PSICOLOGIA SOCIAL x PSICOLOGIA CLÍNICA: São diferentes. A Psicologia Social foca nas questões sociais e atua junto as comunidades: como as questões sociais afetam o sujeito? Como as questões sociais interferem no relacionamento dos sujeitos nas coletividades? A Psicologia Social também aborda as questões de saúde mental, mas de uma forma coletiva (a atuação não se faz de forma individual). O psicólogo social olha para as comunidades e para os seus respectivos núcleos familiares. Se há em alguma família alguém em processo de adoecimento mental, o psicólogo social precisa fazer uma articulação de políticas públicas para que outra política pública, responsável por esse processo, possa oferecer suporte para esse indivíduo. O psicólogo social dentro do CRAS ou do SUAS não faz acompanhamento psicoterapêutico com os sujeitos. Quando ele observa uma demanda de adoecimento psíquico, precisa perceber como interferir e ajudar o indivíduo adoecido na coletividade (p. ex., ele pode realizar grupos terapêuticos com temas específicos, como violência contra a mulher). • Mas, no caso de haver várias mulheres com transtorno de ansiedade, por exemplo, o psicólogo social não pode reuni-las em um grupo para tratar da ansiedade, porque, nesse caso, já estaria partindo para um viés de saúde mental. O que ele pode fazer é ir até a secretaria de saúde do município ou até a unidade de saúde que essas mulheres são referenciadas, e conversar com os responsáveis para articular que elas tenham acesso ao serviço de saúde mental. O SUAS trabalha com o processo de garantir direitos. A Psicologia Social realiza uma leitura da realidade por meio das coletividades. Quando um indivíduo chega em algum instrumento do SUAS com transtorno de ansiedade, o psicólogo social não irá observar essa ansiedade de forma isolada, ele não irá dar destaque aos motivos internos que desencadearam tal condição, assim como ocorre na Psicologia Clínica, mas sim, irá perceber por que esse sujeito está com ansiedade dentro da realidade/coletividade em que ele está inserido. • Por exemplo, essa pessoa é uma mulher preta, que mora na favela, que tem que cuidar sozinha de cinco filhos, que não tem rede de apoio? – São esses os vieses que o psicólogo social precisa olhar, para intervir sobre essas questões, e não necessariamente sobre a ansiedade. A ansiedade precisa ser tratada no aspecto de saúde, que difere da Assistência Social. • É importante observar os fenômenos sociais que atravessam determinada comunidade. 2. PSICOLOGIA SOCIAL x ANTROPOLOGIA: O antropólogo está preocupado com o fenômeno. Por exemplo: O que causa o fenômeno pobreza? Como essa condição aparece nas classes sociais? Quais impactos tem? O psicólogo social está preocupado com a relação que o fenômeno traz. Por exemplo: Como o fenômeno pobreza afeta as relações dos indivíduos em determinada comunidade? Como a pobreza afeta determinada mulher e a sua relação com a sua prole? Interessa ao psicólogo social a forma como os indivíduos pensam o mundo, porque os comportamentos das pessoas estão diretamente correlacionados a como eles enxergam o mundo ao seu redor. Cabe a esse profissional sempre direcionar o olhar dessas pessoas para as questões coletivas, para que elas possam viver de forma harmoniosa e saudável, apesar das suas vulnerabilidades. 3. O QUE É A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: “A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas”. Art. 1º da LOAS (Lei nº 8742/93) Antigamente a Assistência Social era concebida como um “favor” (assistencialismo). Hoje, entende-se o seu papel enquanto política pública de direito que deve ter ofertada pelo Estado – a Assistência Social é direito de todos aqueles que dela precisam, e ocorre independentemente da vontade dos políticos. Qualquer pessoa que visite um instrumento do SUAS deve ser acolhido e ouvido (oferecer informações também é garantir direitos). 1998: A Constituição Federal de 1988 pôs Assistência Social no rol das políticas públicas, assim como a saúde e a previdência social. • TRÍADE DA SEGURIDADE SOCIAL: saúde + previdência + assistência social. A Assistência social é uma política pública inserida no campo dos direitos, da universalização do acesso e da responsabilidade estatal. Dentro da seguridade social é garantido um salário mínimo para pessoas com deficiência e idosos acima de 65 anos que não possuem meios de prover sua manutenção (BPC – Benefício de Prestação Continuada). 1998/99: Primeiro texto da PNAS. A PNAS não teve uma atuação suficiente em termos de coordenação e regulação do processo de organização do sistema em nível nacional, de forma que os investimentos federais pudessem alcançar impacto efetivo nas ações ofertadas pelos municípios, como materialização dos sistemas de direito que coube a assistência social afiançar; forte impacto das ações focalistas, fragmentadas e desarticuladas em termos das estratégias de enfrentamento à pobreza e de redistribuição de renda. 1993: Lei Orgânica de Assistência Social – Lei nº 8.742 de 07/12/93 Art. 1º. • A LOAS (1993) foi alterada pela Lei 12.435/2011 (SUAS); e • Lei 12.470/2011 (BPC e Trabalho). 2004: Política Nacional de Assistência Social (PNAS/2004). Novo texto da PNAS. Aprovada em 22 de setembro de 2004 pelo Conselho Nacional de Assistência Social. Efetiva a Assistência Social a partir do SUAS. Estabelece os parâmetros do novo modelo de gestão do SUAS na direção da universalização dos direitos sociais. 2005: 1ª Norma Operacional Básica do SUAS (NOB-SUAS): traz como deve ser normatizado o SUAS em todos os lugares. Essa norma existe para que o SUAS seja efetivado de forma igualitária em todos os lugares. Disciplina e normatiza a operacionalização da gestão da Política de Assistência Social: estabelece nova sistemática de financiamento pautada em pisos de proteção social básica e especial, em conformidade com critérios de partilha pautados em indicadores, porte de municípios, a análise territorial realizada de fundo a fundo de forma regular e automática; define responsabilidades e critérios para a adesão ao SUAS; define níveis diferenciados de gestão de estados e municípios. 2006: Norma Operacional Básica de Recursos humanos (NOB-RH/SUAS, 2006): diz quais são os profissionais que devem integrar as equipes do SUAS. Objetiva a padronização das carreiras do SUAS, por meio de diretrizes nacionais para a implementação de ações específicas quanto à principal tecnologia do SUAS: os seus trabalhadores. 2009: Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais. 2012: 2ª Norma Operacional Básica do SUAS (NOB/SUAS): traz o Fundo Nacional de Assistência Social (Decreto nº 7.758 – FNAS). Oferece informações sobre o modo como devem ser geridos os recursos financeiros da Assistência Social. ➔ Infelizmente não há uma porcentagem de verba específica para a Assistência Social destinada pelo governo. Assim, muitos gestores de pequenas cidades acabam utilizandoa via do “assistencialismo” até os dias atuais. 4. ASSISTENCIALISMO x DIREITO: Mudança de paradigma das políticas de Assistência Social. ASSISTENCIALISMO: ligada à filantropia; concepção culpabilizadora; eventual, incerta, fragmentada; com fim em si mesma; e sem capacidade para provocar mudanças na vida dos cidadãos. DIREITO: ligado ao Direito Social; de responsabilidade do Estado; concepção contextualizada das situações; votada ao desenvolvimento individual, familiar e coletivo; e continua e transformadora. É importante que o papel da família e suas potencialidades sejam reconhecidos dentro das comunidades – isso é parte do trabalho do psicólogo social. Os trabalhadores do SUAS devem estar atentos as necessidades individuais e coletivas (geralmente se uma criança não tem acesso à educação em determinado território, é grande a probabilidade de que outras também não tenham). A família é o principal espaço de cuidado a ser considerado pelo proteção do psicólogo social, a fim de evitar conflitos e violações. ➔ Quando se trata de “família”, fala-se de todos os tipos de família, mesmo daquelas que fogem da tradicionalidade. Pode ser um casal LGBTQIA+ com filho, uma avó com seu neto etc. 5. ESPECIFICIDADE DAS ATRIBUIÇÕES: ASSISTÊNCIA SOCIAL: política pública de Seguridade Social não contributiva, estruturada no Sistema único de Assistência Social. PROTEÇÃO SOCIAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: diz respeito a oferecer aos indivíduos condições e suporte para que eles consigam lidar com as questões sociais que lhes atravessam. Vigilância socioassistencial: diz respeito a vigiar os grupos/territórios. Por exemplo, quando um instrumento tipo o CRAS será instaurado numa cidade X, a vigilância socioassistencial precisa observar quais os locais dentro dessa cidade que apresentam maiores situações de vulnerabilidade social, para que o CRAS seja implementado perto de uma comunidade específica, pois é onde as pessoas mais precisarão ter acesso. Mesmo após a implementação, a vigilância continua observando as demais comunidades que também carecem de atenção do CRAS. Sendo assim, o papel da vigilância é observar o território para que a ação da equipe técnica seja mais eficiente. ➔ Em casos de violência sexual, o núcleo responsável é o CREAS (Centro Especializado de Assistência Social), pois este trabalha com os casos de violações de direitos. ➔ A equipe do CREAS é formada por psicólogo, assistente social e advogado. No caso de violência com crianças, aciona-se também o Conselho Tutelar. Com mulheres, aciona-se a Delegacia da Mulher. SEGURANÇAS SOCIOASSISTENCIAIS: 1. Acolhida: diz respeito a oferecer ao indivíduo o suporte necessário para uma escuta, com o objetivo de acolher as suas demandas. Se alguém chega a um instrumento do SUAS, seus técnicos precisam escutar a demanda dessa pessoa e, caso necessário, oferecer um benefício eventual. Até mesmo oferecer apenas uma informação que a pessoa está precisando já é uma forma de acolhimento. 2. Renda: BPC (Benefício de Prestação Continuada) – garantia de um salário-mínimo para pessoas idosas acima de 65 anos ou a pessoas com deficiência. Se uma família não tem renda para suprir suas necessidades básicas, ela é perfil para estar inserido no cadastro único. Assim, a assistência social precisa atender essa família para que ela tenha a segurança de renda suprida. 3. Convívio ou vivência familiar, comunitária e social. 4. Desenvolvimento de autonomia: o psicólogo social precisa ajudar as famílias a desenvolverem autonomia, para que os sujeitos saibam acessar sozinhos aquilo que lhes é de direito. 5. Apoio e auxílio: muitos sujeitos desenvolvem autonomia, mas ainda assim necessitam de suporte. Nesses casos, os profissionais devem oferecer apoio e auxílio. ➔ O CRAS e o CREAS trabalha com o benefício eventual (p. ex., cestas básicas). Mas, para conceder esse benefício, existe a averiguação cadastral, que é solicitada pelo Estado. ➔ Para que as famílias recebam auxílios do governo, como Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família), o assistente social precisa averiguar se a criança está na escola, dentre outros fatores. Caso algo não esteja em conformidade, o benefício é bloqueado. Nesses casos, o CRAS atua tentando entender o motivo de determinada família não estar conseguindo cumprir as condicionalidades – muitas vezes pode ser questão de vulnerabilidade social. 6. FUNÇÕES DA ASSISTÊNCIA SOCIAL: PROTEÇÃO SOCIAL: visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos (o psicólogo social deve atuar psicoeducando a comunidade, estando perto das famílias, ouvindo as mulheres e explicando o que é violência ou não, retirando as crianças de lares violentos etc.). VIGILÂNCIA SOCIAL: visa analisar territorialmente a capacidade protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimização e danos. Se em alguma comunidade está sendo demarcada por altos índices de violência contra a mulher, por exemplo, o CRAS atende essas mulheres de forma individual para suprir suas demandas, mas, visto que é algo que está acontecendo em um território específico com constância, o psicólogo, assistente social e advogado (do CREAS) devem intervir sobre o território. Não adianta cuidar apenas do indivíduo se o seu território está adoecido, pois é neste lugar que a pessoa vive. Sendo assim, pouco adianta ser cuidado no particular, se esse indivíduo continua em um contexto de violência e vulnerabilidade – por isso a importância de intervir sobre o território. ACESSO A DIREITOS: visa garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto da previsões socioassistenciais. 7. COMPETÊNCIA DOS ENTES FEDERADOS: UNIÃO: coordenação geral do SUAS; concessão e custeio do BPC (Benefício de Prestação Continuada); cofinanciamento (gestão e serviços); e monitoramento. • Enquanto a União coordena como devem trabalhar todos os CRAS, por exemplo, os municípios faz com que o CRAS seja implementado, que ele consiga benefícios eventuais, que realize projetos, que ofertem os serviços etc. ESTADOS: capacitação e apoio aos municípios; cofinanciamento (benefícios eventuais, gestão e serviços); monitoramento e avaliação; e execução de serviços de PSE de âmbito regional, onde o custo e a demanda justifiquem. MUNICÍPIOS: execução de programas, projetos, serviços e benefícios eventuais; capacitação e apoio a rede de atendimento socioassistencial local; cofinanciamento (benefícios eventuais, gestão e serviços); e monitoramento. 8. DIRETRIZES ESTRUTURANTES DO SUAS: PRIMAZIA DA RESPONSABILIDADE DO ESTADO: se um técnico do SUAS observa que determinada família carece dos serviços de assistência, mas não está conseguindo acessar os seus direitos (que devem ser ofertados pelo Estado), ele tem que procurar um órgão responsável pela resolução desse problema (que pode ser até mesmo uma Secretaria do município). TERRITORIALIZAÇÃO: diz respeito a conhecer o território a fim de decidir onde determinados instrumentos do SUAS devem ser implementados. DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA E COMANDO ÚNICO DAS AÇÕES DE CASA ESFERA DO GOVERNO: diz respeito a permitir que cada instância realize o seu papel, isto é, descentralizar o serviço. MATRICIALIDADE SOCIOFAMILIAR: corresponde ao ato de centrar as intervenções no grupo familiar. O psicólogo social não realiza atendimento individual, pois é uma diretriz do SUAS que haja um matriciamento sociofamiliar. • De maneira simples, o matriciamento pode ser definido como um modo de produzir saúde em que equipes complementam suas atividades, num processo de construção compartilhada, com o fim último de tratar das dificuldades de uma pessoa por meio de uma proposta de intervenção pedagógica e terapêutica conjunta. FORTALECIMENTO DA RELAÇÃO DEMOCRÁTICA: é importante ensinar aos indivíduoso quanto a democracia é essencial, e qual o papel deles dentro do processo democrático. É necessário ouvir os sujeitos que necessitam do SUAS: O que está legal e precisa ser mantido? O que não está legal e precisa ser reformulado? FINANCIAMENTO PARTILHADO: DF + União + Estados + Municípios – cada um tem sua parcela de contribuição no orçamento do SUAS, sendo que a maior vem da União (quando vem). CONTROLE SOCIAL E PARTICIPAÇÃO POPULAR: assim como existe o CFP, existe um Conselho para fiscalizar as ações da Assistência Social. 9. SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: A Secretaria Municipal de Assistência Social é a responsável pela gestão do SUAS nos municípios. A Secretaria não deve executar atendimento aos usuários, o seu papel é gerir os serviços, e esses serviços executam os atendimentos. 10. ORGANIZAÇÃO POR TIPO DE PROTEÇÃO: PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA: diretamente ligada ao CRAS. Realiza ações preventivas e fortalecimento de vínculos. Público: famílias em situação de vulnerabilidade social e/ou fragilização de vínculos familiares e de pertencimento social. PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIALIZADA DE MÉDIA COMPLEXIDADE: diretamente ligada ao CREAS e ao Centro POP (para a população em situação de rua). Realiza acompanhamento especializado; prevenção da institucionalização. Público: famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social, com violação de direitos, decorrentes de abandono, maus tratos físicos e/ou psíquicos, abuso e exploração sexual, adolescentes em conflito com a lei, em situação de rua etc. PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIALIZADA DE ALTA COMPLEXIDADE: Realiza acolhimento personalizado e resgate do convívio. Público: famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social, com violação de direitos e rompimento dos laços familiares. ➔ Na média complexidade há violação, mas os vínculos familiares não são rompidos. Na alta complexidade existe esse rompimento de laços. Às vezes o rompimento ocorre apenas com uma pessoa específica da família. Nesse caso, é importante fortalecer os laços do indivíduo violentado com os outros familiares que tenham a capacidade de protegê-lo. Em casos de violência contra a criança, por exemplo, levá-la para uma casa lar (que muitas vezes é em outra cidade) pode ser causar danos emocionais muito maiores (algumas mudam de escola, perdem o vínculo com os amigos etc.). O importante é atender às necessidades do violentado para que ele tenha o menor número de danos possível. 11. CRAS: Centro de Referência da Assistência Social. Está dentro da proteção social básica (previne que famílias não cheguem à situação de violação de direitos). É uma unidade pública que realiza acompanhamento familiar, ações preventivas, busca ativa de famílias em situação de pobreza e vulnerabilidade social, coordenação e gestão do território, oferta de PAIF (Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família), oferta de convivência e fortalecimento de vínculos e realiza alguns serviços volantes. • Nem todo CRAS realiza serviços volantes. 12. CREAS: Centro de Referência Especializado de Assistência Social. Está contido na proteção social de média complexidade. Diz respeito a uma Unidade Pública Estatal de abrangência municipal ou regional. Oferece o PAEFI (Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos). Abrange também Serviços de Medidas Socioeducativas, Serviços Especializados em Abordagem Social e acompanhamento especializado a famílias em situação de risco pessoal, social e com violação de direitos. 13. CENTRO POP: Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua. Está contido na proteção social de média complexidade. É pouco comum em cidades pequenas – para haver um Centro POP, a cidade precisa ter mais de 100 mil habitantes. Diz respeito a um serviço especializado em Abordagem Social, sendo uma unidade pública-estatal. Realiza atendimentos individuais, coletivos, oficinas, incentivo ao protagonismo e participação social. Seus espaços são utilizados para atividades individuais, coletivas, para guarda de pertences, alimentação e higiene pessoal. 14. SERVIÇOS DE ACOLHIMENTO: Estão contidos na proteção social de alta complexidade. Atendimento integral a crianças e adolescentes, adultos e famílias, mulheres em situação de violência ou jovens e adultos com deficiência, afastados do núcleo familiar e/ou comunitário de origem por abandono, maus tratos, violência ou decisão judicial. • Acolhimento institucional: Casa Lar; abrigo Institucional; Casa de Passagem; Residência Inclusiva; e Serviço de Acolhimento em República. • Família Acolhedora: serviço mais novo. Em municípios pequenos, quando crianças e adolescentes precisam sair de seu convívio, geralmente vão para outras cidades, o que pode causar danos. A “Família Acolhedora” é um projeto inovador, porque diz respeito a uma família que irá acolher uma criança ou adolescente que precisa ser retirado do seu núcleo familiar pelo período que for necessário, até que a família de origem da criança se torne novamente funcional para recebê-la ou até que essa seja encaminhada oficialmente para um serviço de adoção. ➔ Mesmo que a criança retorne para o seu lar ou seja adotada por uma boa família, entende-se que o sofrimento psíquico daquele sujeito não será cessado por completo. Contudo, cabe às políticas públicas observarem qual o lugar que oferecerá para essa criança mais proteção e segurança, prezando sempre pelo seu desenvolvimento físico, psíquico, motor e cognitivo. Não faz sentido manter uma criança sendo violentada na casa dos pais simplesmente por conta do laço sanguíneo. Preza-se sempre pelo menor sofrimento do sujeito. 15. PORTE PARA IMPLEMENTAÇÃO DE CRAS: PEQUENO PORTE I: município de até 20.000 habitantes/5.000 famílias – mínimo de 1 CRAS para até 2.500 famílias referenciadas. PEQUENO PORTE II: município de 20.001 a 50.000 habitantes/de 5.000 a 10.000 famílias – mínimo de 1 CRAS para até 3.500 famílias referenciadas. MÉDIO PORTE: município de 50.000 a 100.000 habitantes/de 10.000 a 25.000 famílias – mínimo de 2 CRAS, cada um para até 5.000 famílias referenciadas. GRANDE PORTE: município de 100.001 a 900.000 habitantes/de 25.000 a 250.000 famílias – mínimo de 4 CRAS, cada um para até 5.000 famílias referenciadas. METRÓPÓLE: município de mais de 900.000 habitantes/mais de 250.000 famílias – mínimo de 8 CRAS, cada um para até 5.000 famílias referenciadas. 16. PORTE PARA IMPLEMENTAÇÃO DE CREAS: PEQUENO PORTE I: até 20.000 habitantes – cobertura de atendimento em CREAS regional ou implementação de DREAS Municipal, quando a demanda local justificar. PEQUENO PORTE II: de 20.001 até 50.000 habitantes – implementação de pelo menos 1 CREAS. MÉDIO PORTE: de 50.001 até 100.000 habitantes – implementação de pelo menos 1 CREAS. GRANDE PORTE, METRÓPOLE E DF: a partir de 100.001 habitantes – implementação de 1 CREAS a casa 200.000 habitantes. ➔ Implanta-se mais CRAS do que CREAS, pois entende-se a maior importância da prevenção. 17. EQUIPES DE REFERÊNCIA: Equipes de referência englobam todos os funcionários de um CRAS ou CREAS. Contudo, recepcionistas, por exemplo, não fazem parte dos “técnicos de referência”. As equipes de referência dizem respeito aos servidores públicos efetivos responsáveis pela oferta dos serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica e especial. Entende-se que ser equipe de referência significa que a população, se precisar, sabe que pode contar com essa equipe, uma vez que a oferta dos serviços tem caráter contínuo. Ou seja, sempre que a pessoa sentir necessidade de proteção de assistência social, ela sabe que haverá uma equipe capacitada para atendê-la, num serviço específico, na certeza que terá as suas necessidades atendidas.• O cargo efetivo é o cargo que já trouxe a estabilidade para o servidor, ou seja, o funcionário público já pertence ao cargo de forma permanente. Para ter um cargo efetivo, é necessário ter a aprovação em concurso público. o As equipes de referências devem ser compostas por servidores públicos efetivos, mas nas cidades pequenas isso é quase raro – geralmente as pessoas ocupam cargos por contrato. ANTES DO SUAS DEPOIS DO SUAS Desresponsabilização do Estado na oferta de serviços e no atendimento à situação de violação de direito. Dever do Estado na oferta dos serviços de referência local ou regional para a recomposição dos direitos violados. Insuficiente regulação no campo da assistência social e, sobretudo, no campo de gestão governamental e não governamental e imprecisão conceitual. Norma Operacional, portarias, resoluções, guias e manuais, entre outros instrumentos que estabelecem o marco regulatório inicial do SUAS. Ex.: NOB/SUAS. Serviços, programas e projetos planejados e executados de forma fragmentada, segmentada e focalizada no indivíduo. Organização dos serviços continuados e por níveis de proteção social (básica e especial) com foco prioritário de atenção à família. 18. PRINCIPAL FUNÇÃO DO SUAS: A principal função do Sistema único de Assistência Social é garantir a proteção social aos cidadãos, ou seja, apoio a indivíduos, famílias e à comunidade no enfrentamento de suas dificuldades, por meio de serviços, benefícios, programas e projetos. Inexistência de uma referência para o atendimento às famílias ou aos usuários de Assistência Social. A PNAS/2004 estabelece duas referências para o atendimento das famílias e indivíduos: CRAS e CREAS universalizando o acesso ao direito. Enfoque na relação convenial entre gestores implicando burocracia, demora e atraso no repasse de recursos, falta de autonomia na gestão por parte dos municípios e estados. Nova lógica de funcionamento estabelecendo pisos de proteção social, repasse fundo a fundo automático e regular e critérios técnicos de partilha.
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