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Planejamento Estratégico Escolas Descritivas de Estratégia - Parte 1 Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Ismael Garcia 1ª Edição Copyright © 2021, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação Nara Pires Pró-Reitoria de Programas de Graduação Lívia Maria Figueiredo Lacerda Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária Carlos de Oliveira Varella Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Márcia Loch Planejamento Estratégico 3 Sumário Escolas Descritivas de Estratégia - Parte 1 Para Início de Conversa... ............................................................................... 4 Objetivos ......................................................................................................... 4 1. Escola Empreendedora ............................................................................... 5 2. Escola Cognitiva ......................................................................................... 7 3.Escola do Aprendizado ............................................................................... 10 Referências ........................................................................................................ 12 Planejamento Estratégico 4 Para Início de Conversa... Neste capítulo, continuaremos a estudar as escolas de estratégias que foram propostas pelo professor Henry Mintzberg; agora, vamos conhecer e falar sobre as Escolas Descritivas de Estratégia. Seguindo o pensamento de Mintzberg, estudaremos as três escolas descritivas: a Escola Empreendedora, a Escola Cognitiva e a Escola do Aprendizado. Dessa forma, abordaremos cada uma das escolas descritivas propostas por Mintzberg, a fim de evidenciar sua filosofia e o seu posicionamento, buscando a compreensão da formação de estratégia de cada escola, obtendo um estudo repleto de exemplos da utilização das mesmas aliado à estratégia cotidiana das empresas atuais. Objetivos Categorizar e distinguir as escolas descritivas de estratégia para a construção do planejamento estratégico. Planejamento Estratégico 5 1. Escola Empreendedora Dentro da proposta de Mintzberg, as escolas de estratégia foram divididas em dois grandes grupos: as escolas prescritivas – que são vistas como clássicas – e as escolas descritivas – que são consideradas modernas. Figura 1: As escolas de estratégia. Fonte: Dreamstime. As escolas prescritivas foram divididas em três escolas: a escola do design, a escola do planejamento e a escola do posicionamento. As escolas descritivas são pauta deste estudo, começaremos pela empreendedora. Observe, no Quadro 1, a qualificação das dez escolas de estratégia sugeridas por Mintzberg: Correntes Escolas Vertentes Prescritiva Design, Planejamento e Posicionamento Clássica * Descritiva Cognitiva, aprendizagem, empreendedora, cultural, poder, ambiental e configuração Moderna Quadro 1: Escolas de Estratégia. Fonte: Adaptado de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000). Escola Empreendedora, como o nome sugere, está relacionada à visão do empreendedor, do líder da organização, pautando sua estratégia no poder visionário do executivo chefe da organização, sendo, assim, uma escola que pode ser compreendida como a que faz a transição das escolas prescritivas para as escolas descritivas. Planejamento Estratégico 6 Dessa forma, a Escola Empreendedora, por adotar um processo visionário em contraposição a estratégias pautadas em dados quantitativos e posição, tende a assumir uma postura mais voltada à intuição, à experiência do líder da organização e à sua sabedoria. Para Lumpkin e Dess (1996), a escola empreendedora foca na inovação, na autonomia e, principalmente, na aceitação de riscos, uma vez que busca recriar o modelo de negócio da organização a partir de grupos estratégicos estabelecidos. Quando Jeff Bezos teve a grande ideia de criar um site para vender livros, ele chamou o seu chefe para compartilhar seus planos durante um passeio no Central Park. Se tivesse estudado os conselhos do patrão, sua ideia poderia ter virado cinza. Em vez disso, 48 horas depois do tal encontro, Bezos largou o emprego e foi investir na Amazon.com, que após 18 anos vale cerca de US$ 80 bilhões e emprega 56.200 pessoas. (Jornal Extra, 2020, n.p) Assim sendo, podemos entender que a escola empreendedora traz consigo a vantagem de ser flexível, são proposições proativas com foco no controle e aprendizado, que permite a organização uma capacidade inovativa e de se diferenciar perante a concorrência muito grande, em razão da estratégia estar nas mãos de uma só pessoa. Figura 2: Visão do empreendedor. Fonte: Dreamstime. Planejamento Estratégico 7 Por outro lado, a escola empreendedora apresenta algumas desvantagens, sendo a principal, a de estar pautada na visão de uma única pessoa, o líder da organização, assim centralizando as ações e tomadas de decisão, tanto que o sucesso de suas ações está diretamente relacionada à experiência do líder, na formulação de estratégias e leitura futura dos mercados. 2. Escola Cognitiva A Escola Cognitiva é a segunda das escolas descritivas de estratégia propostas por Mintzberg, Lampel e Ahlstrand na obra Safári de Estratégia, ela propõe que a estratégia é um processo mental. Por isso, a Escola Cognitiva busca compreender as estratégias que se desenvolvem nas mentes das pessoas, para que tal processo possa ser mapeado em: ▪ Estruturas. ▪ Modelos. ▪ Conceitos. ▪ Esquemas. Estruturas Modelos Conceitos Esquemas Planejamento Estratégico 8 Sendo assim, a Escola Cognitiva pesquisa, em sua área de atuação, a subjetividade da mente do estrategista, como essa pessoa interpreta, analisa e avalia os estímulos do mundo exterior, ou seja, de que forma ele compreende o mercado hoje e no futuro e elabora as decisões estratégicas para a sua organização. Figura 3: A Escola Cognitiva. Fonte: Dreamstime. Segundo Bastos (2000), a Escola Cognitiva surgiu nos anos de 1970, pesquisando a estratégia como um processo mental, interpretando os fatores econômicos competitivos e envolvendo o líder, a organização, a cognição gerencial, o autogerenciamento e a formação de sentidos, melhor dizendo, é o fator interpsíquico que se explicita no processo interacional. Podemos citar como exemplo, a forma que um executivo de uma organização – diante da crise causada pela pandemia mundial de Coronavírus, em 2020 – utiliza seus conhecimentos, como ele analisa e interpreta os cenários mundiais e locais, para tomar decisões estratégicas para a sua empresa. Mapear e estruturar, desde a análise e interpretação até a elaboração e implementação da estratégia adotada pelo executivo é o foco da pesquisa da Escola Cognitiva. Segundo o artigo: O desempenho organizacional a partir dos modelos mentais dos empreendedores: um estudo exploratório em duas empresas do setor metal mecânico, apresentado no Terceiro Encontro de Estudos em Estratégias em 2007, elaborado por Toni, Milan e Hexsel, evidencia que a Escola Cognitiva está pautada nos modelos mentais e mostrando que os modelos mentais utilizados pelos executivos, são estruturados por Planejamento Estratégico 9 Figura 4: Escola Cognitiva. Fonte: Pixabay. A Figura 4 apresenta uma ideia de como funciona a Escola Cognitiva, pois, para um o executivo chegar à definição de uma estratégia, ilustrado pela lâmpada saindo da caixa, é necessário montar todo um processo mental, no qual o executivo utiliza todo seu arcabouço de conhecimento consciente e inconsciente, interpretando e analisando os diversos cenários internos e externos da organização. meios de fatoressimbólicos, emocionais e funcionais, que trazem sua contribuição para a melhoria competitiva da organização, apoiada na gestão da mudança e da inovação, uma vez que são interpretações do mundo e do fluxo de informações que são absorvidos pelo indivíduo. Um dos grandes riscos da Escola Cognitiva, por entender que o processo estratégico é cognitivo, é o fato de que as organizações podem criar apego às estratégias existentes em razão das fixações cognitivas, fazendo com que os executivos da organização desistam de desenvolver nas estratégias demandadas pelo mercado, levando a organização a uma espiral de descendente. Não apresentar novas estratégias gera uma situação letárgica, que é fixada nas estratégias já adotadas com sucesso anteriormente e se dá pelo fato de que os estrategistas são, muitas das vezes, autodidatas, aprendendo o processo estratégico pela própria experiência. Planejamento Estratégico 10 3.Escola do Aprendizado A Escola do Aprendizado é a terceira escola descritiva que iremos estudar, e recebe esse nome porque entende processo estratégico como um aquele que surge dentro da empresa, com a contribuição dos líderes e empregados, atuando em ações individuais ou coletivas. Sendo assim, a Escola do Aprendizado pode ser entendida como um processo emergente com origem dentro da organização, em que as estratégias surgem ou são criadas por seus membros por meio de um processo genuinamente único e com um aprendizado próprio. A Escola do Aprendizado, por abraçar esse processo emergente dentro da organização, em que os gestores observam o que funciona ou não no dia a dia, incorporando, aos poucos, esse aprendizado ao seu plano estratégico, faz com que essa Escola seja flexível, com forte capacidade de gerir a mudança e potencialmente inovadora. Por outro lado, a Escola do Aprendizado pode conter alguns pontos prejudiciais para o seu processo, pois o aprendizado pode ser muito demorado e acabar agravando a crise da organização, o processo de tentativa e erro (acertar e errar) pode ser muito custoso ao longo do tempo, e a descontinuidade de cenários mercadológicos precisa ter sempre o estímulo de novas iniciativas estratégicas contra o imobilismo que a empresa e seus colaboradores possam querer ficar, ou seja, a organização pode lutar para não sair da área de conforto, assim não adotando novas estratégias. Observe, abaixo, a estrutura da Estratégia Emergente: Figura 5: Estratégia Emergente. Fonte: Adaptado de Mintzberg (1987). A estratégia emergente adotada no modelo do Aprendizado é um conceito trazido por Mintzberg com foco na avaliação e reação, ou seja, está pautado na reação rápida da organização diante das mudanças que estão ocorrendo no mercado, estando em antagonismos à estratégia deliberada, que é pautada no planejamento de longo prazo estabelecida sobre a escolha de cenários futuros. Estratégia pretendida ESTRATÉGIADELIBERADA Estratégia Não realizada ESTRATÉGIA EMERGENTE Estratégia Realizada Estratégia Emergente Planejamento Estratégico 11 Isto é, enquanto na estratégia deliberada a organização planeja antecipadamente onde quer chegar e refaz seu planejamento estratégico se não for possível, a estratégia emergente utiliza-se de todas as suas forças organizacionais para conseguir a mudança que é iminente e exigida pelo ambiente externo. Cabe, aqui, mencionar, conforme Mintzberg, os modelos estratégicos gestados como erva daninha e estufa. Na Escola do Aprendizado, a organização é vista com um eterno aprendiz. modelo traz consigo a vantagem de saber lidar com o inesperado, pois utiliza todas as suas forças para conseguir mudanças, trazendo à organização flexibilidade e capacidade inovativa. O modelo erva daninha considera que as estratégias crescem lançando raízes em várias direções, e as estratégias tornam-se organizacionais quando todos os colaboradores a incorporam, sendo o processo de propagação da estratégia pode ser dado de maneira consciente ou não pela organização. Em contrapartida, o modelo estufa de estratégia é formulado somente pelo estrategista ou executivo da empresa, saindo prontas para serem implementadas na organização, por meio de um processo gerenciado e controlado para ser alcançado seu objetivo. Neste estudo, debruçamos nosso entendimento sobre a Escola Descritiva, com as três primeiras escolas: Empreendedora, Cognitiva e do Aprendizado, que possui um caráter mais moderno da estratégia. Dessa forma, ficou evidenciado o conceito das três escolas descritivas de estratégia, trazendo a Escola Empreendedora, que está relacionada à visão do empreendedor, do líder da organização. Posteriormente, vimos o conceito da Escola Cognitiva, que busca se apoiar na proposição de que a estratégia é um processo mental e, por último, trouxemos os conceitos da escola do Aprendizado, que envolve esse processo emergente dentro da organização. As mudanças estão ocorrendo em uma velocidade cada vez maior e compreender bem as escolas de estratégia é fundamental para que a organização se prepare para um mercado extremamente competitivo. Planejamento Estratégico 12 Referências BASTOS, A. V. B. Organizações como corpus de pensamento e ação: o olhar cognitivista e suas implicações para a gestão de pessoas. São Paulo: Vozes, 2000. JORNAL EXTRA. Os 12 maiores empreendedores dos novos tempos. Disponível em: https://extra.globo.com/emprego/os-12-maiores- empreendedores-dos-novos-tempos-6144392.html. Acesso em: 20 out. 2020. LUMPKIN, G. T.; DESS, G. G. Clarifying the entrepreneurial orientation construct and linking it to performance. The Academy of Management Review, v. 21, n. 1, p. 135-172, 1996. MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J. Safári de estratégia. 2 ed. Porto Alegre: Bookman, 2000. PORTER, M. E. Competição estratégias competitivas essenciais. 14 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 1999. PORTER, Michael E. Estratégia competitiva: Técnicas para análise de indústrias e da concorrência. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. TONI, D. D; MILAN, G; HEXSEL, A. O desempenho organizacional a partir dos modelos mentais dos empreendedores: um estudo exploratório em duas empresas do setor metal mecânico. ANPAD. III Encontro de Estudos em Estratégias. São Paulo, maio, 2007. https://extra.globo.com/emprego/os-12-maiores-empreendedores-dos-novos-tempos-6144392.html https://extra.globo.com/emprego/os-12-maiores-empreendedores-dos-novos-tempos-6144392.html Escolas Descritivas de Estratégia - Parte 1 Para Início de Conversa... Objetivos 1. Escola Empreendedora 2. Escola Cognitiva 3.Escola do Aprendizado Referências
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