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Planejamento Estratégico
Escolas Descritivas de Estratégia - 
Parte 1
Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD
Desenvolvimento do material: Ismael Garcia
1ª Edição
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Planejamento Estratégico 3
Sumário
Escolas Descritivas de Estratégia - Parte 1
Para Início de Conversa... ............................................................................... 4
Objetivos ......................................................................................................... 4
1. Escola Empreendedora ............................................................................... 5
2. Escola Cognitiva ......................................................................................... 7
3.Escola do Aprendizado ............................................................................... 10
Referências ........................................................................................................ 12
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Para Início de Conversa...
Neste capítulo, continuaremos a estudar as escolas de estratégias que 
foram propostas pelo professor Henry Mintzberg; agora, vamos conhecer 
e falar sobre as Escolas Descritivas de Estratégia.
Seguindo o pensamento de Mintzberg, estudaremos as três escolas 
descritivas: a Escola Empreendedora, a Escola Cognitiva e a Escola do 
Aprendizado. 
Dessa forma, abordaremos cada uma das escolas descritivas propostas 
por Mintzberg, a fim de evidenciar sua filosofia e o seu posicionamento, 
buscando a compreensão da formação de estratégia de cada escola, 
obtendo um estudo repleto de exemplos da utilização das mesmas 
aliado à estratégia cotidiana das empresas atuais.
Objetivos
Categorizar e distinguir as escolas descritivas de estratégia para a 
construção do planejamento estratégico.
Planejamento Estratégico 5
1. Escola Empreendedora
Dentro da proposta de Mintzberg, as escolas de estratégia foram 
divididas em dois grandes grupos: as escolas prescritivas – que são 
vistas como clássicas – e as escolas descritivas – que são consideradas 
modernas.
Figura 1: As escolas de estratégia. Fonte: Dreamstime.
As escolas prescritivas foram divididas em três escolas: a escola do 
design, a escola do planejamento e a escola do posicionamento. 
As escolas descritivas são pauta deste estudo, começaremos pela 
empreendedora. 
Observe, no Quadro 1, a qualificação das dez escolas de estratégia 
sugeridas por Mintzberg:
Correntes Escolas Vertentes
Prescritiva Design, Planejamento e Posicionamento Clássica
* Descritiva
Cognitiva, aprendizagem, 
empreendedora, cultural, 
poder, ambiental e 
configuração
Moderna
Quadro 1: Escolas de Estratégia. Fonte: Adaptado de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000).
Escola Empreendedora, como o nome sugere, está relacionada à visão 
do empreendedor, do líder da organização, pautando sua estratégia 
no poder visionário do executivo chefe da organização, sendo, assim, 
uma escola que pode ser compreendida como a que faz a transição das 
escolas prescritivas para as escolas descritivas.
Planejamento Estratégico 6
Dessa forma, a Escola Empreendedora, por adotar um processo visionário 
em contraposição a estratégias pautadas em dados quantitativos 
e posição, tende a assumir uma postura mais voltada à intuição, à 
experiência do líder da organização e à sua sabedoria.
Para Lumpkin e Dess (1996), a escola empreendedora foca na inovação, 
na autonomia e, principalmente, na aceitação de riscos, uma vez que 
busca recriar o modelo de negócio da organização a partir de grupos 
estratégicos estabelecidos.
Quando Jeff Bezos teve a grande ideia de criar um site para vender 
livros, ele chamou o seu chefe para compartilhar seus planos durante 
um passeio no Central Park. Se tivesse estudado os conselhos do patrão, 
sua ideia poderia ter virado cinza. Em vez disso, 48 horas depois do tal 
encontro, Bezos largou o emprego e foi investir na Amazon.com, que após 
18 anos vale cerca de US$ 80 bilhões e emprega 56.200 pessoas. (Jornal 
Extra, 2020, n.p)
Assim sendo, podemos entender que a escola empreendedora traz 
consigo a vantagem de ser flexível, são proposições proativas com foco 
no controle e aprendizado, que permite a organização uma capacidade 
inovativa e de se diferenciar perante a concorrência muito grande, em 
razão da estratégia estar nas mãos de uma só pessoa. Figura 2: Visão do empreendedor. Fonte: Dreamstime. 
Planejamento Estratégico 7
Por outro lado, a escola empreendedora apresenta algumas 
desvantagens, sendo a principal, a de estar pautada na visão de 
uma única pessoa, o líder da organização, assim centralizando 
as ações e tomadas de decisão, tanto que o sucesso de 
suas ações está diretamente relacionada à experiência do 
líder, na formulação de estratégias e leitura futura dos 
mercados. 
2. Escola Cognitiva 
A Escola Cognitiva é a segunda das escolas descritivas 
de estratégia propostas por Mintzberg, Lampel e 
Ahlstrand na obra Safári de Estratégia, ela propõe que 
a estratégia é um processo mental.
Por isso, a Escola Cognitiva busca compreender as 
estratégias que se desenvolvem nas mentes das 
pessoas, para que tal processo possa ser mapeado em:
 ▪ Estruturas.
 ▪ Modelos.
 ▪ Conceitos.
 ▪ Esquemas.
Estruturas
Modelos
Conceitos
Esquemas
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Sendo assim, a Escola Cognitiva pesquisa, em sua área de atuação, a 
subjetividade da mente do estrategista, como essa pessoa interpreta, 
analisa e avalia os estímulos do mundo exterior, ou seja, de que forma 
ele compreende o mercado hoje e no futuro e elabora as decisões 
estratégicas para a sua organização.
Figura 3: A Escola Cognitiva. Fonte: Dreamstime.
Segundo Bastos (2000), a Escola Cognitiva surgiu nos anos de 1970, 
pesquisando a estratégia como um processo mental, interpretando os 
fatores econômicos competitivos e envolvendo o líder, a organização, 
a cognição gerencial, o autogerenciamento e a formação de sentidos, 
melhor dizendo, é o fator interpsíquico que se explicita no processo 
interacional.
Podemos citar como exemplo, a forma que um executivo de uma 
organização – diante da crise causada pela pandemia mundial de 
Coronavírus, em 2020 – utiliza seus conhecimentos, como ele analisa e 
interpreta os cenários mundiais e locais, para tomar decisões estratégicas 
para a sua empresa.
Mapear e estruturar, desde a análise e interpretação até a elaboração 
e implementação da estratégia adotada pelo executivo é o foco da 
pesquisa da Escola Cognitiva.
Segundo o artigo: O desempenho organizacional a partir dos modelos 
mentais dos empreendedores: um estudo exploratório em duas empresas do 
setor metal mecânico, apresentado no Terceiro Encontro de Estudos em 
Estratégias em 2007, elaborado por Toni, Milan e Hexsel, evidencia que 
a Escola Cognitiva está pautada nos modelos mentais e mostrando que 
os modelos mentais utilizados pelos executivos, são estruturados por 
Planejamento Estratégico 9
Figura 4: Escola Cognitiva. Fonte: Pixabay.
A Figura 4 apresenta uma ideia de como funciona a Escola Cognitiva, 
pois, para um o executivo chegar à definição de uma estratégia, ilustrado 
pela lâmpada saindo da caixa, é necessário montar todo um processo 
mental, no qual o executivo utiliza todo seu arcabouço de conhecimento 
consciente e inconsciente, interpretando e analisando os diversos 
cenários internos e externos da organização.
meios de fatoressimbólicos, emocionais e funcionais, que trazem sua 
contribuição para a melhoria competitiva da organização, apoiada 
na gestão da mudança e da inovação, uma vez que são 
interpretações do mundo e do fluxo de informações que 
são absorvidos pelo indivíduo.
Um dos grandes riscos da Escola 
Cognitiva, por entender que o processo 
estratégico é cognitivo, é o fato de que 
as organizações podem criar apego 
às estratégias existentes em razão 
das fixações cognitivas, fazendo com 
que os executivos da organização 
desistam de desenvolver nas 
estratégias demandadas pelo mercado, 
levando a organização a uma espiral de 
descendente.
Não apresentar novas estratégias gera uma 
situação letárgica, que é fixada nas estratégias 
já adotadas com sucesso anteriormente e se dá 
pelo fato de que os estrategistas são, muitas das 
vezes, autodidatas, aprendendo o processo estratégico pela 
própria experiência. 
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3.Escola do Aprendizado 
A Escola do Aprendizado é a terceira escola descritiva que iremos 
estudar, e recebe esse nome porque entende processo estratégico como 
um aquele que surge dentro da empresa, com a contribuição dos líderes 
e empregados, atuando em ações individuais ou coletivas.
Sendo assim, a Escola do Aprendizado pode ser entendida como um 
processo emergente com origem dentro da organização, em que as 
estratégias surgem ou são criadas por seus membros por meio de um 
processo genuinamente único e com um aprendizado próprio.
A Escola do Aprendizado, por abraçar esse processo emergente dentro 
da organização, em que os gestores observam o que funciona ou não 
no dia a dia, incorporando, aos poucos, esse aprendizado ao seu plano 
estratégico, faz com que essa Escola seja flexível, com forte capacidade 
de gerir a mudança e potencialmente inovadora.
Por outro lado, a Escola do Aprendizado pode conter alguns pontos 
prejudiciais para o seu processo, pois o aprendizado pode ser muito 
demorado e acabar agravando a crise da organização, o processo 
de tentativa e erro (acertar e errar) pode ser muito custoso ao longo 
do tempo, e a descontinuidade de cenários mercadológicos precisa 
ter sempre o estímulo de novas iniciativas estratégicas contra o 
imobilismo que a empresa e seus colaboradores possam querer ficar, 
ou seja, a organização pode lutar para não sair da área de conforto, 
assim não adotando novas estratégias. Observe, abaixo, a estrutura da 
Estratégia Emergente:
Figura 5: Estratégia Emergente. Fonte: Adaptado de Mintzberg (1987).
A estratégia emergente adotada no modelo do Aprendizado é um 
conceito trazido por Mintzberg com foco na avaliação e reação, ou seja, 
está pautado na reação rápida da organização diante das mudanças que 
estão ocorrendo no mercado, estando em antagonismos à estratégia 
deliberada, que é pautada no planejamento de longo prazo estabelecida 
sobre a escolha de cenários futuros.
Estratégia pretendida ESTRATÉGIADELIBERADA
Estratégia 
Não realizada
ESTRATÉGIA EMERGENTE
Estratégia Realizada
Estratégia 
Emergente
Planejamento Estratégico 11
Isto é, enquanto na estratégia deliberada a organização planeja 
antecipadamente onde quer chegar e refaz seu planejamento estratégico 
se não for possível, a estratégia emergente utiliza-se de todas as suas 
forças organizacionais para conseguir a mudança que é iminente e 
exigida pelo ambiente externo.
Cabe, aqui, mencionar, conforme Mintzberg, os modelos estratégicos 
gestados como erva daninha e estufa.
Na Escola do Aprendizado, a organização é vista com um eterno aprendiz. 
modelo traz consigo a vantagem de saber lidar com o inesperado, 
pois utiliza todas as suas forças para conseguir mudanças, trazendo à 
organização flexibilidade e capacidade inovativa.
O modelo erva daninha considera que as estratégias crescem lançando 
raízes em várias direções, e as estratégias tornam-se organizacionais 
quando todos os colaboradores a incorporam, sendo o processo de 
propagação da estratégia pode ser dado de maneira consciente ou não 
pela organização.
Em contrapartida, o modelo estufa de estratégia é formulado somente 
pelo estrategista ou executivo da empresa, saindo prontas para serem 
implementadas na organização, por meio de um processo gerenciado e 
controlado para ser alcançado seu objetivo. 
Neste estudo, debruçamos nosso entendimento sobre a Escola 
Descritiva, com as três primeiras escolas: Empreendedora, Cognitiva e do 
Aprendizado, que possui um caráter mais moderno da estratégia.
Dessa forma, ficou evidenciado o conceito das três escolas descritivas 
de estratégia, trazendo a Escola Empreendedora, que está relacionada à 
visão do empreendedor, do líder da organização. Posteriormente, vimos o 
conceito da Escola Cognitiva, que busca se apoiar na proposição de que 
a estratégia é um processo mental e, por último, trouxemos os conceitos 
da escola do Aprendizado, que envolve esse processo emergente dentro 
da organização.
As mudanças estão ocorrendo em uma velocidade cada vez maior e 
compreender bem as escolas de estratégia é fundamental para que a 
organização se prepare para um mercado extremamente competitivo.
Planejamento Estratégico 12
Referências
BASTOS, A. V. B. Organizações como corpus de pensamento e ação: 
o olhar cognitivista e suas implicações para a gestão de pessoas. São 
Paulo: Vozes, 2000.
JORNAL EXTRA. Os 12 maiores empreendedores dos novos tempos. 
Disponível em: https://extra.globo.com/emprego/os-12-maiores-
empreendedores-dos-novos-tempos-6144392.html. Acesso em: 20 out. 
2020.
LUMPKIN, G. T.; DESS, G. G. Clarifying the entrepreneurial orientation 
construct and linking it to performance. The Academy of Management 
Review, v. 21, n. 1, p. 135-172, 1996.
MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J. Safári de estratégia. 2 ed. 
Porto Alegre: Bookman, 2000.
PORTER, M. E. Competição estratégias competitivas essenciais. 14 ed. Rio 
de Janeiro: Elsevier, 1999.
PORTER, Michael E. Estratégia competitiva: Técnicas para análise de 
indústrias e da concorrência. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
TONI, D. D; MILAN, G; HEXSEL, A. O desempenho organizacional a partir 
dos modelos mentais dos empreendedores: um estudo exploratório em 
duas empresas do setor metal mecânico. ANPAD. III Encontro de Estudos 
em Estratégias. São Paulo, maio, 2007.
https://extra.globo.com/emprego/os-12-maiores-empreendedores-dos-novos-tempos-6144392.html
https://extra.globo.com/emprego/os-12-maiores-empreendedores-dos-novos-tempos-6144392.html
	Escolas Descritivas de Estratégia - Parte 1
	Para Início de Conversa...
	Objetivos
	1. Escola Empreendedora
	2. Escola Cognitiva 
	3.Escola do Aprendizado 
	Referências

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