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Unidade 3 Livro Didático Digital Dayanna dos Santos Costa Maciel Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autora DAYANNA DOS SANTOS COSTA MACIEL Dayanna dos Santos Costa Maciel Olá! Meu nome é Dayanna dos Santos Costa Maciel. Sou formada em Administração pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) com Mestrado acadêmico nessa mesma área de conhecimento, este com ênfase em Estratégia e Inovação (pela Universidade Federal da Paraíba em 2019). Também possuo mestrado acadêmico em Gestão de Recursos Naturais (UFCG, 2014) com ênfase de pesquisa em Estratégia Ambiental focada em modelos e ferramentas de gestão nas empresas. Tenho experiência técnico-profissional no ensino da Administração ministrando disciplinas como Planejamento Estratégico, Sustentabilidade e Gestão, Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais, entre outras ao nível de graduação e pós-graduação. Adoro transmitir meus conhecimentos e minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! A AUTORA Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: ICONOGRÁFICOS INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova com- petência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Exposição ao Ruído no Ambiente Ocupacional............................10 Ruído/ Som: Tipos, Características........................................................................................10 Implicações do Ruído para Higiene Ocupacional: Propagação do Som, Barulho e Ruído................................................................................................................................18 Avaliação do Ruído Ocupacional.........................................................23 Ruído: Conceito, Tipos e Efeitos no Trabalhador.....................................................23 Aspectos do Ruído como o Som não Harmônico: Intensidade, Pressão, e Frequência e Equipamentos de Medição..................................................................27 Parâmetros de Avaliação do Ruído Ocupacional -Limites de Tolerância e Legislação (Normatização)...................................................................................................33 Exposição a Temperatura no Ambiente Ocupacional...................38 Exposição a Temperaturas Extremas: Noções Básicas......................................38 Fatores que Influenciam nos Mecanismos de Trocas Térmicas.....................43 Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor e Frio: Limites de Tolerância..............................................................................................................................................44 Exposição a Vibrações no Ambiente Ocupacional......................49 Vibrações: Conceito e Tipos.....................................................................................................49 Efeitos/Impactos da Vibração no Ambiente Ocupacional.............................52 Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 7 LIVRO DIDÁTICO DIGITAL UNIDADE 03 Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais8 INTRODUÇÃO Você sabia que dentre os diferentes tipos de risco, os riscos físicos são os mais comuns de serem identificados em diferentes tipos de ambiente ocupacional? Sim, isso mesmo, muitos profissionais no dia-dia de trabalho lidam constantemente com o ruído, temperatura e vibrações. Mas em suma o que caracteriza especificamente cada um desses agentes? Como medir e definir limites de tolerância? Pois bem, pare um pouco e tente responder essas questões! Ah você viu que para respondê-las é necessário conhecer conceitos específicos relacionado a definição e avaliação desses agentes. Então prepara-se! Nessa unidade você irá adquirir conhecimento necessário para responder a esses estes questionamentos. A partir de agora você vai mergulhar nesse universo! O universo dos agentes de riscos físicos em ambientes ocupacionais! Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 9 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Compreender as implicações da propagação do ruído na higiene ocupacional; 2. Avaliar o ruído ocupacional a partir de limites de tolerância e da legislação aplicável; 3. Avaliar a exposição a temperatura e os limites de tolerância na exposição ao calor e ao frio; 4. Entender o impacto das vibrações no ambiente ocupacional e suas formas de controle. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! OBJETIVOS Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais10 Exposição ao Ruído no Ambiente Ocupacional. INTRODUÇÃO Ao término deste capítulo você será capaz de compreender as implicações da propagação do ruído na higiene ocupacional. Nesse capítulo iniciaremos o estudo mais profundo dos ruídos como agentes de risco ocupacional. Aqui você irá conhecer os diferentes tipos de som e como eles se propagam. Isso é de suma importância para a sua atuação profissional, uma vez que a partir desse conhecimento você terá condições de identificar os ruídos em diferentes contextos de trabalho, podendo assim tomar decisões e agir em prol da preservação da saúde do trabalhador. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Ruído/ Som: Tipos, Características Você parou para pensar que estamos em todo lugar expostos a som, barulho e ruídos. Pare agora e pense, algum momento você já parou listou os sons e ruídos que escuta frequentemente em seu ambiente de trabalho? Faça esse exercício mental agora. Pois bem, estamos tão acostumados que dificilmente atentamos para a quantidade de ruído e som que estamos expostos no nosso dia, dia e consequentemente em muitos casos ignoramos as implicações desses em nossa saúde. A figura 1 ilustra essa nossa reflexão. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 11 Figura 1 – Representação do ruído/barulho som no ambiente. Fonte: @pixabay Então para elucidamos essas questões vamos agora estudar os tipos de sons mais comuns nos diversos ambientes, o que inclui nesse sentido o ambiente de trabalho. Para início de nossa conversa, vejamos a definição bruta (significado) de ruído, som e barulho que podemos encontrar em dicionários. A partir dessas, podemos identificar se existe uma diferença conceitual e a relação básica entre esses termos. Vejamos os significados desses termos segundo o Dicionário online de Português (DICIO, 2009-2020) dispostos no quadro 1. Quadro 1 – Significados de Barulho,som e Ruído. TERMO SIGNIFICADO Barulho Som muito forte, intenso, estrondo. Falta de silêncio, qualquer rumor, ruído. Som Ruído, vibração. Movimento vibratório de um corpo sonoro, que se propaga no ambiente e impressiona o órgão da audição: som agudo, som grave. Ruído Som indistinto, sem harmonia; estrondo. Fonte: adaptado de Dicio (2000-2020) https://pixabay.com/pt/illustrations/trabalho-distra%C3%A7%C3%A3o-estresse-5411543/ Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais12 Analisando o quadro 1 o que podemos concluir que ambos os significados apresentados se resumem ao significado de som. De modo que tanto o barulho com o ruído são variações do som. Se o som é forte e intenso, esse pode ser denominado de barulho; e se o som não possui harmonia e não pode ser distinguido, denomina-se ruído. Então, o que isso importa para o nosso estudo aqui? Importa para que tenhamos em mente que o ruído como agente de risco ocupacional remete ao estudo dos sons: tipos, características e formas de propagação. Nesse tópico, vamos estudar os tipos de sons e suas características, mais à frente vamos estudar sobre a propagação. No âmbito da ciência física o som é segundo Halliday, Resnick e Walker (2016) uma onda longitudinal que se propaga no ar. Uma onda é qualquer perturbação que ocorre em um meio, elas são classificadas de acordo com sua natureza e sua forma de propagação. Quanto à sua forma de propagação elas podem ser classificadas em transversais e longitudinais, as ondas longitudinais são aquelas onde a perturbação se propaga paralelamente a direção de propagação da onda. Figura 2 –Reprodução de uma onda sonora. Fonte: Halliday e Resnick (2012, p.118) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 13 Na figura 2 vemos uma onda sonora sendo produzida em um tubo cheio de ar esta é formada movimentando-se o êmbolo para frente e para trás, percebemos que as oscilações são paralelas a direção de propagação da onda. Isso é o mesmo que acontece quando em um ambiente qualquer ouvimos a voz de pessoa (perturbação no meio) por que o som produzido por suas cordas vocais propagam-se no ar e atingem os tímpanos em nosso ouvido. VOCÊ SABIA? Segundo Halliday e Resnick (2012, p.152) “onda sonora é definida genericamente como qualquer onda longitudinal”. As ondas sonoras são utilizadas por navios equipados para detectar obstáculos submersos e por submarinos. Os submarinos usam as ondas sonoras para emboscar outros submarinos ouvindo os ruídos produzidos pelo sistema de propulsão. Agora sabendo que os sons são ondas, no âmbito da higiene ocupacional como podemos entender melhor esse conceito? Nesse sentido, Peixoto e Ferreira (2012, p. 18) esclarece: O som, fisicamente, e a propagação de uma onda que produz uma variação muito pequena e rápida na pressão atmosférica, acima e abaixo (compressão e descompressão) de um valor fixo (adotado como padrão). Quando a energia do movimento ondulatório se propaga, afastando-se do centro da perturbação, as moléculas de ar que transmitem o som se movem para frente (comprimindo a camada de ar) e para trás (e criada uma zona descomprimida que acompanha com a mesma velocidade a zona comprimida), paralelamente a direção do movimento ondulatório, que faz com que um ar um pouco mais afastado se torne pressionado também, comprimindo uma região ainda mais distante, até a onda atingir o sistema auditivo. Diante do exposto, quando falamos de som no contexto do ambiente de trabalho devemos associar em nossa mente a ondas que são captadas pelo nosso ouvindo, conforme ilustra a figura 3. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais14 Figura 3 – Propagação de uma onda sonora Fonte: Peixoto e Ferreira Prontinho! Agora entendemos o que é um som, mas como podemos classificá-los para fins úteis? Bem basicamente podemos classificar o som como: Puros, musicais e ruídos. No caso, vamos destacar os ruídos porque esses são os mais comuns em ambientes de trabalho industrial e que possuem um grande potencial de causar danos à saúde do trabalhador. Os ruídos nesse sentido podem vir de várias fontes, como exemplo máquinas em funcionamento. Lembre-se: Ruído é um tipo de som, caracterizado por não apresentar harmonia. DEFINIÇÃO “Ruído é um som complexo composto por inúmeras frequências e intensidades sem que exista um padrão fixo. Têm um comportamento imprevisível e aleatório sendo, portanto, difícil de caracterizar com exatidão” (PEIXOTO; FERREIRA, 2012, p. 19). Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 15 Já os sons puros e sons musicais apresentam um padrão fixo composto por uma ou mais frequências. O som puro é composto por uma frequência apenas, enquanto a musicais possuem uma frequência fundamental (que dá a tonalidade) e várias frequências múltiplas. Ambos esses tipos de sons são captados pelo ouvido humano, e interpretados pelo cérebro. Nesse processo o ser humano diferencia as seguintes características de um som: frequência, amplitude e timbre. São essas características que determinam se um som é grave ou agudo, alto ou baixo, e diferenciar sons emitidos simultaneamente. No contexto da higiene ocupacional entender as características sonoras nos irá ajudar identificar como o som pode gerar implicações na saúde o trabalhador. Para tanto, o quadro 2 resume as principais informações que precisamos ter a respeito dessas características: Conceito, classificação ou divisão e fórmula aritmética de cálculo. Quadro 2 – Características do som. CONCEITO CLASSIFICAÇÃO OU DIVISÃO FÓRMULA PARA CÁLCULO/ Exemplo. Frequência: É o número de oscilações de uma onda acústica em um intervalo de tempo de um segundo, ou seja, a taxa na qual a onda é periodicamente comprimida e rarefeita. Baixas frequências ou sons graves – as quatro oitavas de menor frequência, ou seja, 31,25; 62,5; 125 e 250 Hz A unidade de frequência (SI) e ciclos por segundo, ou Hertz (Hz). Médias frequências ou sons médios – as três oitavas centrais, ou seja, 500, 1000 e 2000 Hz. Onde: λ = comprimento de onda (m) V = 340 m/s (velocidade de propagação de uma onda no ar) f = frequência (Hz) Altas frequências ou sons agudos – as três oitavas de maior frequência, ou seja, 4000, 8000 e 16000 Hz. Exemplos: Um som de 31,5 Hz tem uma onda de 10,8 m e, um som de 20.000 Hz tem um comprimento de onda de 1,7 cm. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais16 Amplitude: Grau de movimento das moléculas de ar na onda, que corresponde a intensidade da rarefação e da compressão que a acompanham. Quanto maior a amplitude da onda, mais intensamente as moléculas golpeiam o tímpano e mais forte e o som percebido. Na representação gráfica em onda senoidal, os valores máximos e mínimos atingidos por ela são os valores de pico. No caso da avaliação de ruído, o que interessa é o valor eficaz dessa onda. O valor eficaz é uma média quadrática (Root Mean Square – RMS), dos valores instantâneos da pressão sonora, que é o fornecido nos equipamentos de medição do ruído Onde: P1= Pico 1; P2= Pico 2; Pn= Pico n n= igual a número de picos. Timbre: Qualidade que permite distinguir dois sons emitidos por duas fontes diferentes. É a característica sonora que permite distinguir sons de mesma frequência e mesma intensidade (amplitude), mas com ondas sonoras diferentes (formato da onda). Reconhecemos vozes diferentes pelo seu timbre, assim como os instrumentos musicais fazendo a mesma nota. Exemplo: Dois instrumentos diferentes emitindo um som de mesma frequência e Amplitude, mas com formato da onda diferente. Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 17 NOTA Comprimento de uma onda sonora (comprimento da onda) é distância física no ar entre um pico de onda até o próximopico, assim temos que comprimento de onda = velocidade/ frequência. Além de conhecermos as características dos sons é importante de saibamos como os sons podem ser propagar por um ambiente. Os sons atravessam obstáculos, passam de um meio a outro bem como sofrem modificações de vibrações. Esses fatos é o que vamos chamar de fenômenos na propagação de um som. A figura 4 apresenta esses fenômenos de forma objetiva. Figura 4 – Fenômenos de propagação de um som. Fonte: O autor a partir de Peixoto e Ferreira (2012) Outros aspectos importantes sobre o som que devemos levar em consideração nos estudos de riscos em ambiente ocupacional são a intensidade, potência, pressão nível sonoro. Esses aspectos são detalhados no capítulo 2. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais18 Implicações do Ruído para Higiene Ocupacional: Propagação do Som, Barulho e Ruído Como aprendemos no capítulo anterior, o barulho e o ruído são sons, que sua propagação no ambiente se dá por diversos fenômenos (reflexão, refração, difração, interferência e ressonância). Além dos fenômenos a propagação do som também é influenciada por fatores como temperatura, velocidade, umidade do ar, tipo de fonte e interação entre ondas. Portanto é com base nesses fatores que a propagação do som deve ser estudada em diferentes contextos. Aqui então vamos compreender como a propagação do som se dá nos seguintes ambientes: campo livre e em ambiente ocupacional. VOCÊ SABIA? “‘A propagação do som é maior na medida em que a temperatura aumenta, ou seja, a atenuação é inversamente proporcional à temperatura, por exemplo: a 15ºC a velocidade de propagação do som é de 340 m/s e a 30ºC ela se eleva para aproximadamente 349 m/s (velocidade de propagação do som no ar (c): = 331,4 + 0,6 T [m/s], onde T = temperatura (ºC))” (PEIXOTO; FERREIRA, 2012, p. 34). A propagação em um ambiente livre é analisada em duas perspectivas a fonte pontual de ruído e a da fonte de ruído linear. Chamamos de fonte pontual quando em um ambiente aberto a fonte geradora o ruído possui pequena dimensão quando comparada com a distância do ouvinte. Imagine a seguinte situação, alguém está operando uma serra elétrica bem distante de onde você está agora, contudo você (P2) escuta com clareza o som, assim como as pessoas que se encontram na circunvizinhança em pontos equidistantes (P3, P4, P5). Como podemos então explicar isso? Bem, essas circunstâncias o som é gerado em um ponto 1 e se propaga em forma de esfera, de modo que em todos os pontos que estão equidistantes dessa fonte o nível de pressão sonora Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 19 é o mesmo. Ainda nessas condições, o nível de pressão sonora (ou seja, a pressão que o som faz nos nossos tímpanos) diminui 6 dB ao dobrar a distância à fonte. Ou seja, você em um ponto 2 e seus vizinhos em pontos equidistantes (P3, P4, P5) sentem a mesma pressão sonora; e quanto mais perto o ouvinte estiver da fonte maior o nível de pressão sonora (P). A figura 5 ilustra esse exemplo. Figura 5 – Propagação de um som em um campo livre. Fonte: Adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 35) A pressão sonora é a pressão exercida em um determinado ponto em um espaço de tempo causado por uma onda sonora. Sendo assim, como podemos medir o nível de pressão sonora no contexto da figura 5? Bem, a pressão sonora em um ambiente de campo aberto advinda de uma fonte pontual pode ser medida a partir da medição do nível de pressão sonora em um ponto e relacioná-lo para outro ponto mais distante da fonte. Para isso basta aplicar a equação 1, considerando uma situação ideal em que não há influência de fatores que possam provocar perda de som. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais20 Equação 1: Nível de pressão sonora (fonte pontual) Fonte: Peixoto e Ferreira (2012, p. 35) Na equação 1 temos: NS2 = Nível de pressão sonora no ponto 2; NS1 = Nível de pressão sonora no ponto 1; r2 = Distância da fonte ao ponto 2; r1 = Distância da fonte ao ponto 1. Vejamos um exemplo, voltado a figura 5 suponhamos que não sabemos o nível de pressão sonora (NS) no P6, mas saberemos que no P7 o NS é 90dB. Qual seria então o NS no P6? Bem se olhamos na figura 5 o P6 está ao dobro de distância do P7, de modo que r2 = 2 r1, sendo r2 a Distância da fonte ao ponto 6 e r 1 Distância da fonte ao ponto 7. Assim aplicando a equação 1 temos: NS2 =90-20 log (2r1/r1) = 90-20 log2 = 84 dB. Diferente do que acontece com uma fonte pontual, na fonte linear a fonte de ruído é estreita em uma direção e larga em outra comparada com a distância ao ouvinte. Isso em termos práticos acontece quando várias fontes de ruído atuam simultaneamente. Por exemplo, em um campo de futebol aos arredores de onde você está agora estão aparando a grama, lá cinco cortadores de grama estão sendo operados simultaneamente. Nessas condições, nível sonoro se propaga em forma de cilindro de modo que o NS é o mesmo em todos os pontos situados a mesma distância de linha. Nesse contexto, ao se dobrar a distância o NS diminui 3 dB. Assim sendo, para se calcular o NS em campos abertos com fonte sonora linear devemos aplicar a equação 2. Equação 2: Nível de pressão sonora (fonte linear) Fonte: Peixoto e Ferreira (2012, p. 36) Na equação 2 temos: NS2 = Nível de pressão sonora no ponto 2; NS1 = Nível de pressão sonora no ponto 1; r2 = Distância da fonte ao ponto 2; r1 = Distância da fonte ao ponto 1. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 21 É importante destacarmos que a pressão sonora fora de limites aceitáveis pode causar danos à saúde do trabalhador, de modo que as equações apresentadas aqui servem justamente para esse fim, quando o ambiente ocupacional é um ambiente de campo aberto. Um exemplo de profissão que é exposta por exemplo a pressão sonora em condições linear são os guardas de trânsito em avenidas de constante engarrafamento. Mas até então falamos de propagação do som em campo aberto, e quando passamos para um ambiente fechado, por exemplo o ambiente industrial em um prédio qualquer? O que muda? Vejamos. Em um ambiente fechado, o som encontra obstáculos a sua propagação. De modo que ele é refletido, absorvido e transmitido considerando as características desses obstáculos. Para medir então o NS deve-se considerar os fenômenos de propagação e utilizar equipamentos específicos para esse fim, conforme vamos aprender ao longo que avançamos nossos estudos nos capítulos seguintes. Enfim temos que a propagação do som em forma de ruído no ambiente ocupacional implica na necessidade de controle de quanto o trabalhador é exposto a este agente de risco, a fim de se evitar danos à saúde do trabalhador não só nos órgãos responsáveis pela audição, mas nas demais partes componentes do organismo humano. Segundo Ganime et al (2010), os reflexos da exposição do trabalhador ao ruído podem ser vistos no corpo humano dos sistemas circulatório, respiratório, digestivo, neurológico, entre outros. SAIBA MAIS Para entender melhor sobre reflexos da exposição do trabalhador ao ruído leia o artigo de Ganime et al (2010) intitulado: O ruído como um dos riscos ocupacionais: uma revisão de literatura. Acesse: https://bit.ly/3g5JFET ttps://bit.ly/3g5JFET Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais22 RESUMINDO E agora? Você já se sente capaz de elucidar no que implica na propagação do ruído na higiene ocupacional? Pois bem! O que aprendemos nessa unidade foi exatamente os conceitos que explicam o ruído como um tipo de som, implicando no surgimento a propagação nesse no ambiente ocupacional. Virmos que o ruído é um tipo de som, caracterizado por não apresentar harmonia. Assim sendo um ruído/som uma onda longitudinal que se propaga no ar que possui como características: frequência, amplitude e timbre. Também virmos que o som e consequentemente o ruído se propaga de formadiferente em um ambiente de campo aberto e fechado, com destaque que em ambientes fechados a propagação do som é condicionada aos fenômenos de reflexão, refração, difração, interferência e ressonância. Finalizando a unidade podemos concluir que a propagação do som em forma de ruído no ambiente ocupacional implica na necessidade de controle de quanto o trabalhador é exposto a este agente de risco, a fim de se evitar danos à saúde do trabalhador não só nos órgãos responsáveis pela audição, mas nas demais partes componentes do organismo humano. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 23 Avaliação do Ruído Ocupacional INTRODUÇÃO Ao término deste capítulo você será capaz de avaliar o ruído ocupacional a partir de limites de tolerância e da legislação aplicável. Nesse capítulo você vai conhecer especificamente os tipos de ruídos possíveis de estar presentes em um ambiente ocupacional, conhecer as caraterísticas básicas de um ruído e equipamentos de medição, bem como os parâmetros básicos de avaliação de ruído. Esses conceitos irão norteá-lo quando em sua prática profissional for necessário medir e avaliar ruídos no ambiente ocupacional a fim de mantê-los dentro dos limites de tolerância e normas/legislações regulamentadoras. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Ruído: Conceito, Tipos e Efeitos no Trabalhador. Se você chegou aqui já aprendeu que o ruído é um tipo de som que tem como principal característica a ausência de harmonia em suas ondas sonoras. Bem agora chegou o momento de conceituamos ruído de uma forma mais completa dentro do contexto da higiene do trabalho, diferenciando agora conceitualmente ruído de som embora a base teórica de compreensão desses seja a mesma, ou seja não se pode entender ruído se não entender som (por isso estudamos no capítulo 1 o ruído como um som não harmônico). Nesse sentido, o quadro 3 apresenta algumas definições de ruído no âmbito da higiene ocupacional. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais24 Quadro 3 – O que é ruído para a higiene ocupacional? AUTOR/ ANO DEFINIÇÃO Rogers et al (2006) Ruído é qualquer som indesejado, sendo que as preocupações com o mesmo dependente do nível de intensidade, frequências de distribuição e padrões de ruído da fonte; níveis de ruído de fundo; tipo de terreno entre o emissor e o receptor; da natureza do receptor, e atitude do receptor sobre o emissor. Peixoto e Ferreira (2012, p. 43) “o ruído é um som complexo, uma mistura de diferentes frequências, com características indefinidas de variações de pressão que podem ou não, dependendo de sua intensidade, provocar danos à saúde do trabalhador durante sua vida laboral”. Massera (2015, p. 9). “um fenômeno físico que, no caso da acústica, indica uma mistura de sons, cujas frequências não seguem uma regra precisa”. Fonte: elaborado pelo autor Agora sim, diante do exposto no quadro 3 a partir desse momento tenha em mente que em higiene ocupacional o termo ruído é utilizando quando nos referimos a um som caracterizado por muitas amplitudes e frequências simultâneas de maneira não harmônica. Já quando se utiliza o termo som, remetemos a poucas amplitudes e frequências, mas geralmente harmônicas. Os ruídos são classificados nesse contexto em três tipos básicos: contínuo, intermitente e de impacto. Para facilitar nosso entendimento o quadro 4 consiste em um quadro sinóptico que apresenta a definição, representação gráfica e limites de tolerância previstos para cada um desses tipos. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 25 Quadro 4 – Tipos de ruídos. T IP O DEFINIÇÃO REPRESENTAÇÃO GRÁFICA Limites de tolerância (NR-15) C o nt ín u o É aquele cuja variação de nível de intensidade sonora varia ± 3 dB durante um período longo de observação (maior que 15 minutos). São ruídos característicos de condicionadores de ar, motores elétricos, compressores, etc. 85 dB (A) para 8 horas de exposição In te rm ite nt e São aqueles que apresentam grandes variações de nível em função do tempo. São geradores desse tipo de ruído os trabalhos manuais, afiação de ferramentas, o trânsito de veículos, conversação, etc. São os ruídos mais comuns, característico da maioria das exposições ocupacionais. 85 dB (A) para 8 horas de exposição Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais26 Im p ac to Aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a um segundo, a intervalos superiores a um segundo. São exemplos de ruído de impacto aqueles resultantes de martelos de forjamento. LT = 130 dB (linear) / dB, ccto linear e resposta de impacto. OU LT = 120 dB© (fast) / dB, ccto FAST,compensação “C”. Fonte: elaborado pelo autor a partir de Peixoto e Ferreira (2012, p. 43-44) e Massera (2015, p.15) IMPORTANTE O limite de exposição para ruído de impacto é 130, nesse sentido o anexo 1 da norma NR 15 alerta que os níveis de impacto acima a 130 dB ou 140 dB, sem proteção adequada, oferecerão risco grave e iminente ao trabalhador. Fonte: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=248616 Os diferentes tipos de ruído podem causar ao trabalhador diferentes tipos de danos quando ultrapassam o limite de tolerância. Ganime et al (2010, 7-8) destaca como reflexos dos ruídos na saúde do trabalhador: A exposição ao ruído pode provocar diferentes respostas nos trabalhadores de ordem auditiva e extra-auditiva a depender das características do risco, da exposição e do indivíduo exposto. São efeitos auditivos reconhecidos: o zumbido de pitch agudo, a mudança temporária do limiar (MTL) e a mudança permanente do limiar (MPL) (trauma acústico agudo e crônico) e são efeitos extra-auditivos: distúrbios no cérebro e nos sistemas nervoso, circulatório, digestório, endócrino, imunológico, vestibular, muscular, nas funções sexuais e produtivas, no psiquismo, no sono, na comunicação e no Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 27 desempenho de tarefas físicas e mentais . A exposição ao ruído pode ocasionar efeitos à saúde como estresse, irritabilidade, hipertensão arterial e pode estar associado a outras situações de risco. A pessoa pode também perder o apetite, ser vítima de aerofagia (deglutição de ar), de insônia, de distúrbios circulatórios ou respiratórios e pode emagrecer. Para prevenir danos à saúde do trabalhador os ruídos no ambiente ocupacional devem ser medidos e monitorados para se manterem dentro do nível de tolerância e para que se possa identificar alternativas como a utilização de equipamentos de proteção. Essa medição e monitoramento se embasa inicialmente nos seguintes aspectos do ruído: intensidade, potência e pressão, os quais são apresentados com mais detalhes a seguir. Aspectos do Ruído como o Som não Harmônico: Intensidade, Pressão, e Frequência e Equipamentos de Medição. São aspectos importantes sobre o ruído que devemos levar em consideração nos estudos de riscos em ambiente ocupacional são a intensidade, potência, pressão nível sonoro. O ouvido humano é sensível às diferentes faixas de intensidade, potência e pressão. No âmbito da higiene ocupacional conhecer esses conceitos e suas implicações permite que possamos preservar o trabalhador a exposição ao risco relacionado ao som. Para entendemos esses conceitos, precisamos antes de qualquer coisa saber que o ouvido humano possui uma faixa de audibilidade. A faixa de audibilidade é a representação do limite da audição humana, ela apresenta os limites máximos e mínimos de frequência e/ou pressão a qual nosso ouvido é capaz de captar ou suportar. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais28 IMPORTANTE Para que um som seja captado pelo ouvido humano é necessário que esses esteja em uma frequência situada entre 20 Hz e 20000. Destaca-se que o ser humano diferente do que acontece com outros animaissão mais sensíveis a sons situados em uma frequência entre 1000 Hz e 4000 Hz. Outro fator importante que devemos considerar para efeito de análises relacionadas à saúde do trabalhador é a pressão que o som gera no ouvido humano. Isso porque os limites relacionam-se com as consequências da exposição do trabalhador a sons frequentes. A pressão sonora acima de 200 N/m2 (N/m² = Pascal) o trabalhador passa a sofrer danos ao sistema auditivo, como perda da audição. A esse respeito, Peixoto e Ferreira (2012, p.26-27) assevera: O limiar de audibilidade humana corresponde a pressão de 2 × 10-5 N/m² (20 micropascals (μPa)) e acima desse valor tudo que percebemos é na forma sonora. O limiar da dor, ou seja, a pressão sonora em que uma pessoa exposta começa a sentir dor no ouvido corresponde à pressão de 20 N/m2 (N/m² = Pascal). Agora que entendemos o que é faixa de audibilidade, vamos agora aprofundar na compreensão da intensidade, pressão e frequência. De forma objetiva a figura 6 apresenta do que se trata cada um desses aspectos. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 29 Figura 6 –Aspectos fundamentais para medição e análise de ruídos. Fonte: Adaptado de HEINTZE et al (2017, p. 3). No que tange ao nível de intensidade sonora, esse remete a quantidade de energia contida no movimento de vibração da onda sonora, sendo assim traduzido pela amplitude de a vibração. Para efeitos da saúde do trabalhador o que devemos ter em mente é que quanto maior a intensidade do som, maior a amplitude da onda, maior a pressão que a onda sonora exerce no ar e como consequência maior será a vibração nos nossos tímpanos. A intensidade de uma onda sonora ou do som (I) portanto se dá em relação a potência da fonte sonora (P) e a área de superfície que recebe essa onda (A). A unidade de medida da intensidade de uma onda sonora é o W/m2 (watts por metro quadrado). Assim temos a seguinte equação 5 para cálculo de uma onda sonora. No quadro 3 resumimos como avaliar a intensidade do som (I) em relação aos limites de audibilidade humana. Equação 3: Intensidade de uma onda. Fonte: Peixoto e Ferreira (2012, p.28) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais30 Quadro 5 – A intensidade do som e sua relação com a audição humana. A intensidade do som (I) está relacionada com a energia transportada pela onda sonora. O nível de intensidade sonora é um valor obtido por comparação com um som de referência. O ouvido humano responde a uma faixa de intensidades que se estende desde um valor I0 (10-16 W/cm² – limiar da audição). O som mais forte, sem causar danos no ouvido humano (limiar da dor), varia na ordem de 10-5 W/cm² (110 dB) a 10-2 W/cm² (140 dB), dependendo da frequência do som conforme demonstra a figura abaixo. A figura acima apresenta a relação entre decibéis e potência sonora. Nesse contexto, experiências demonstram que o ouvido humano obedece a Lei de Weber-Fechner, de estímulo/sensação, ou seja, as sensações como cor, som, odor, dor, etc., variam como o logaritmo dos estímulos que as produzem, ou seja, conforme aumentamos a intensidade sonora o nosso ouvido fica cada vez menos sensível,isto e, precisamos aumentar a intensidade de maneira exponencial para que o ouvido “sinta” o som de maneira linear. O valor 10-16 W/cm2 e definido como intensidade sonora de referência e chamada de 0 bel. A sonoridade de 1 bel, ou 10 decibel, corresponde a um som 10 vezes mais intenso ao som de 0 bel. Sendo assim, 10 dB correspondem a uma intensidade de 10-15 W/cm2. Se fosse adotada uma escala linear de intensidade sonora, teríamos que dizer, por exemplo, que um ruído de 80 dB e 100 milhões de vezes (108) mais intenso que o menor som audível. Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p.28) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 31 Quanto a pressão sonora essa consiste na a variação média (RMS – Root Mean Square) de pressão do som em relação à pressão atmosférica. Essa é medida em Pascais (Pa) ou Newtons por metro quadrado (N/m2). Depende do meio, do isolamento e da distância à fonte (1 Pa = 1 N/m2). O nível de pressão sonora é uma medida em logaritmos que indica a pressão sonora efetiva de um som em relação ao valor de referência. Ele é medido em decibels (dB) acima de um nível de referência padrão. Para se medir ruído considerado a pressão sonora são utilizados os equipamentos denominados de medidores de nível de pressão sonora ou sonômetros, conhecidos popularmente como decibelímetros, a figura 7 ilustra esse tipo de medidores. Os decibelímetros são classificados em três tipos, conforme apresenta o quadro 6. Figura 7 – Medidor de nível de pressão sonora integrador com filtro para bandas de frequência e dosímetro de ruído. Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 71) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais32 Quadro 6 – Classificação dos medidores sonoros. TIPO CARACTERÍSTICAS Medidor de nível sonoro não integrador (not integrating sound level meter) Medem simplesmente o nível de ruído em dado momento e são utilizados ape- nas para determinar se mais avaliações serão necessárias. Suficiente só para ava- liações com níveis de ruído contínuo. É um medidor de pressão sonora simples, mede o ruído de forma pontual, sem le- var em consideração o tempo efetivo de exposição à fonte. Medidor integrador de nível de som (integrating averaging sound level meter) Acumula a energia total do som ao longo de um período de medição e calcula uma média (nível equivalente). São equipa- mentos mais completos e indicados para avaliação do ruído ocupacional. Medidor integrador de nível de som de uso pessoal (personal integrating averaging sound level meter) Medidor de nível de som que pode ser afixado na zona auditiva do trabalhador durante o período de medição que acu- mula a energia total do som e calcula uma média (nível equivalente) e a dose. São conhecidos como dosímetros de ruí- do. São os mais adequados para avalia- ção da exposição pessoal ao ruído. Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p.69-70) VOCÊ SABIA? Ao se medir o ruído deve-se considerar os seguintes fatores que podem influenciar na leitura: a distância entre o medidor e a fonte do som, a direção da fonte de ruído em relação ao medidor e se a medição é feita ao ar livre ou dentro de um ambiente. A não observação desses fatores pode conduzir o profissional de segurança do trabalho ou higiene ocupacional efetuar uma medição não precisa. Uma vez efetua a medição do ruído é necessário analisá-lo, para isso precisamos conhecer os principais parâmetros de avaliação do ruído ocupacional, os quais vamos conhecer no tópico seguinte. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 33 Parâmetros de Avaliação do Ruído Ocupacional -Limites de Tolerância e Legislação (Normatização) Agora que já aprendemos como o ruído se apresenta e como o mesmo pode ser medido, chegou a hora de conhecermos os principais parâmetros de avaliação desses. Alguns ao longo dos seus estudos já foram mencionadas (limite de tolerância e dose), contudo agora vamos aprofundar e ampliar esse conhecimento. Aqui vamos definir os seguintes parâmetros de avaliação do ruído ocupacional, pautados na normatização e legislação de regulamentação: Limite de tolerância, dose de ruído, nível de critério, fator duplicativo e nível equivalente de ruído. A priori vamos destacar o limite de tolerância. DEFINIÇÃO O limite de tolerância é o que se acredita ser o nível máximo de ruído o qual o trabalhador pode ser exposto durante um determinado período de modo a não acarretar danos à sua saúde. Em linhas gerais o limite de tolerância leva em consideração portanto o tempo de exposição do trabalhador em uma relação inversamente proporcional: quanto maior o nível de exposição, menor deve ser o nível de pressão sonora permitido a fim de evitar danos à saúde do trabalhador. No Brasil, a regrageral do limite de tolerância estabelece que para oito horas de trabalho diárias a pressão sonora deve ser mantida no máximo em 85 dB(A), correspondendo a uma dose de 100 %. A NR 15, estabelece mais especificações. O quadro 7 mostra os valores referentes à exposição permissível aos ruídos, dispostos no Anexo I da NR 15 – Atividade e Operações Insalubres (BRASIL, 2015). Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais34 Quadro 7 – Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente. TEMPO MÁXIMO DE EXPOSI- ÇÃO DIÁRIA AO RUÍDO Nível de Ruído em dB(A) 8 horas 85 7 horas 86 6 horas 87 5 horas 88 4 horas e 30 minutos 89 4 horas 90 3 horas 92 2 horas e 40 minutos 93 2 horas e 15 minutos 94 2 horas 95 1 hora e 45 minutos 96 1 hora e 15 minutos 98 1 hora 100 45 minutos 102 35 minutos 104 30 minutos 105 25 minutos 106 20 minutos 108 15 minutos 110 10 minutos 112 8 minutos 114 7 minutos 115 Fonte: Brasil (2015) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 35 Como foi citado no início desse tópico o limite de tolerância não é o único parâmetro de avaliação do ruído. Para facilitar nosso entendimento o quadro 8 apresenta de forma sintetizada os demais parâmetros que precisamos conhecer. Quadro 8 – Parâmetros de avaliação de ruído. PARÂMETRO DEFINIÇÃO OBSERVAÇÕES IMPORTANTES Dose de ruído Quantidade da exposição ao ruído, em percentual, que o trabalhador foi exposto em função do nível de pressão sonora e do tempo. A dose é o valor em % de um nível equivalente em dB. Uma dose de 100 % corresponde ao valor máximo que um trabalhador pode ficar exposto, ao qual se acredita que não produzirá danos auditivos. Equação para cálculo: Onde: Dose = dose de ruído da exposição em decimais (para transformar em % basta multiplicar por 100); Cn = tempo de exposição a determinado nível de pressão sonora; Tn = tempo máximo de exposição a esse mesmo nível de pressão sonora, normalizado segundo a NR15 ou NHO 01. Nível de critério (Criterion Level – CL) Exposição máxima ao ruído permitida para a jornada de oito horas diárias. O nível de critério estabelecido pela NR 15 e NHO 01 é de 85 dB(A) para uma exposição de oito horas. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais36 Fator duplicativo de dose ou incremento de dose (Exchange Rate – ER) É o valor que, quando acrescido a um determinado nível de ruído, mantido o tempo de exposição, implica na duplicação da dose de exposição ou a redução pela metade do tempo máximo permitido. O fator duplicativo de dose pela NR 15 é de 5 dB(A) e para a NHO 01(2001) é de 3 dB(A). Nível equiva- lente Nível de pres- são sonora constante que tem a mesma energia acús- tica de um ruído que varia no tempo. O valor equiva- lente (médio) é aquele utilizado para fins de comparação com os limites de tolerância legalmente estabelecidos para o ruído. Nível equivalente (Level Equivalent – Leq): Nível de pressão sonora contínuo equivalente durante um período de tempo t, em dB. O Leq é um valor único que contém a mesma energia de som, com o som variando no tempo, ou seja, é o valor único que representaria o mesmo dano auditivo produzido por um som variável ao longo de determinado período. O termo Leq tem o mesmo significado que Lavg, só que o Leq é assim apresentado quando utilizado o fator duplicativo de dose igual a 3 dB. Nível médio (Level Average – Lavg): Nível de pressão sonora contínuo equivalente durante um período de tempo t, em dB. O Lavg é um valor único que contém a mesma energia de som, com o som variando no tempo, ou seja, é o valor único que representaria o mesmo dano auditivo produzido por um som variável ao longo de determinado período. O termo Lavg tem o mesmo significado que Leq, só que o Lavg é assim apresentado quando utilizado o fator duplicativo de dose igual a 5 dB. Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p.81-87) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 37 SAIBA MAIS Para conhecer mais sobre a normatização e legislação relacionada a avaliação de ruído ocupacional consulte a Nr 15 disponível em https://bit.ly/2QgMdpz. RESUMINDO Ufa! Quantas informações, concorda? Se você chegou até aqui pode concluir que avaliar o ruído em ambiente ocupacional não é uma atribuição simples da higiene ocupacional. Vimos nesse capítulo conceitos importantes e informações relevantes que irão norteá-lo nesse sentido. Para garantimos que você não esqueça, vamos fazer um breve resumo. Nesse capítulo você adquiriu conhecimento básico para ser capaz de avaliar o ruído ocupacional a partir de limites de tolerância e da legislação aplicável. Nesse sentido aprendeu que ruído é som caracterizado por muitas amplitudes e frequências simultâneas de maneira não harmônica, sendo ele classifica em: contínuo, intermitente e de impacto. Para tanto, os ruídos são estudados dentro da faixa de audibilidade, que é a representação do limite da audição humana (ela apresenta os limites máximos e mínimos de frequência e/ou pressão a qual nosso ouvido é capaz de captar ou suportar). Dentro dessa faixa, os ruídos são mensurados e analisados considerando os seguintes aspectos: intensidade, pressão e frequência. O monitoramento desses aspectos tem por objetivo ações de prevenção a danos na saúde do trabalhador. Aqui você aprendeu que o monitoramento desses aspectos tem por objetivo a prevenção de danos à saúde do trabalhador. Assim sendo, os equipamentos utilizados para medição de ruído são os medidores de nível de pressão sonora, que uma vez auferidas medições os ruídos devem ser avaliados a partir de parâmetros cuja especificidades são regulamentadas na Nr 15 e NHO 01. https://bit.ly/2QgMdpz Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais38 Exposição a Temperatura no Ambiente Ocupacional INTRODUÇÃO Ao término deste capítulo você será capaz de avaliar a exposição do trabalhador no ambiente ocupacional e conhecer os limites de tolerância ao calor e frio. Aqui você vai adquirir conhecimento de como o corpo humano reage a temperatura, bem como as consequências de uma exposição contínua ao calor ou frio. Esse conhecimento é primordial para que você ao avaliar ambientes ocupacionais que lidam com temperaturas extremas possa estabelecer medidas preventivas e de controle que protejam a saúde do trabalhador no contexto avaliado. E então? Pronto para desenvolver esta habilidade? Então vamos lá. Avante! Exposição a Temperaturas Extremas: Noções Básicas Assim como o ruído, a temperatura é um agente de risco ocupacional físico que uma vez presente de forma extrema no ambiente ocupacional, requer cuidados e atenção a limites de tolerância. Aqui quando nos referimos a temperaturas extremas estamos falando da exposição do trabalhador ao calor e ao frio. Para um pouco, pense e liste as atividades laborais e profissões que você conhece cujo o trabalhador lida constantemente com temperaturas altas e/ou baixas. Listou? Não é difícil né. Então vamos refletir mais, você é capaz de listar alguns danos à saúde que esses profissionais podem sofrer por trabalharem em condições de temperaturas extremas? Agora ficou mais difícil listar acredito. Pois bem é sobre isso que vamos conversar ao longo desse capítulo. Porém antes de qualquer coisa, precisamos deixar claro no contexto da higiene ocupacional o que temperatura e como essa se relaciona com o corpo humano. Em linhas gerais, se buscamos no dicionário o significado da palavra temperatura vamos encontrar algo em torno da seguinte Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 39 definição dada pelo o Dicionário online de Português (DICIO, 2009-2020 a): Intensidade ou quantidade de calor ou frio observada num ambiente. [...] Grau de calor presente na atmosfera: o Rio de Janeiro ultrapassou a temperatura de 37 graus. [...] grandeza que descreve os fenômenos relacionados com a sensação de frio oude calor. Inicialmente recorremos a uma definição do dicionário para entender qual a essência do conceito de temperatura, ou seja, o que primeiro vem a mente das pessoas quando questionamos sobre o que é temperatura. Sendo assim, a definição nos mostra que temperatura remete ao grau de calor ou frio observado em um ambiente. Nesse sentido, esse significado é o básico, então vamos recorrer a uma definição mais complexa de temperatura. No campo da física como ciência, a temperatura pode ser considerada a medida do grau de agitação das partículas que constituem um corpo. É uma grandeza física proporcionalmente relacionada a energia cinética média destas partículas. NOTA Energia cinética é a energia associada ao movimento de um corpo, neste sentido, quanto maior for esta energia para partículas que constituem um corpo maior será a sua temperatura. Bem buscarmos analisar o conceito da física de temperatura a luz da higiene ocupacional podemos então entender que temperatura é o resultado da agitação das partículas presentes em um ambiente laboral; bem como a influência desse no corpo humano. Assim sendo, podemos tratamos da higiene ocupacional de como a temperatura do ambiente influencia na temperatura do corpo humano. Salientamos que o corpo humano é dotado de um mecanismo de termorregulação tem como objetivo impedir grandes variações na temperatura interna do corpo de maneira que os sistemas vitais possam operar de modo adequado. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais40 DEFINIÇÃO Termorregulação para higiene ocupacional é a forma com que o organismo humano gerencia e controla a temperatura interna do corpo entre a mudanças de temperatura externas. Para o homem manter as funções de seu metabolismo agindo normalmente ele necessita que a temperatura interna seja constante e o seu sistema termorregulador mantém a temperatura central próxima de 37ºC. Então o primeiro passo para entendermos o risco que incorre um trabalhador exposto ao ambiente de temperaturas extremas é entender como funciona o sistema termorregulador humano. A figura 8 apresenta um modelo que explica o funcionamento do sistema termorregulador humano. Figura 8 – O modelo de termorregulação. Fonte: Braz (2005, p. 12) A figura 8 mostra que o “ator principal” desse sistema é cérebro, mais precisamente o hipotálamo. A respeito da sua função elucida Peixoto e Ferreira (2012, p.159): O hipotálamo está preparado a todo instante para receber impulsos elétricos, originados de células existentes na pele que apresentam sensibilidade a perda e ao ganho de calor, assim como dos músculos e de outras partes do organismo, Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 41 e manda através dos nervos comandos que acionam mecanismos de compensação, como a vasoconstrição e vasodilatação e a sudação (sudorese), que interferem nas trocas térmicas do corpo com o ambiente de forma a manter a temperatura interna. SAIBA MAIS Para compreender melhor a fisiologia da termorregulação no corpo humano leia o artigo de Braz (2005) intitulado “Fisiologia da termorregulação normal” disponível em: https://bit.ly/322Xi2H Entendeu direitinho como nosso corpo regula a temperatura interna? Se a temperatura externa aumenta, sentimos calor uma reação comum do nosso corpo é a produção suor para manter a temperatura interna. Mas se sentimos frio, você sabe o que acontece. Bem, nas condições de frio nosso corpo contrai os vasos sanguíneos para evitar a perda de calor interno, quanto esse mecanismo não é suficiente, o corpo como uma tentativa de produzir calor interno, a inicia o tremor muscular para aumentar o seu metabolismo. Bem, e o que acontece quando o sistema termorregulador não é suficiente para manter a temperatura interna necessária ante a exposição do corpo a temperaturas extremas de calor ou frio? A resposta é simples o corpo humano passa a sofrer danos. A quadro 9 apresenta alguns danos causados a saúde do trabalhador quando esse é exposto a condições extremas de calor ou frio e seu sistema termorregulador não é suficiente para manter a temperatura interna do corpo. https://bit.ly/322Xi2H Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais42 Quadro 9 – Possíveis efeitos da exposição do trabalhador a temperaturas extremas acima dos limites toleráveis CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO DANOS/ REAÇÕES DO ORGANISMO CAUSAS OU IMPLICAÇÕES Altas temperaturas/ Calor extremo Câimbras Contrações e espasmos nos músculos que devido a sudorese ocorre a diminuição de cloreto o sódio (NaCl) do organismo. Exaustão do calor Vasodilatação como reação do organismo em altas temperaturas, acompanhada por baixa pressão arterial com perda de sais e de água sendo insuficiente o suprimento de sangue enviado ao cérebro, apresenta como sintomas sinais de fraqueza, mal-estar e tontura. Desidratação Age diminuindo o volume de sangue, causando a exaustão Choque térmico Causado quando temperatura do núcleo do corpo atinge valores que podem comprometer a vida do trabalhador, afetando a vitalidade dos tecidos e órgãos. Baixas temperaturas, temperaturas/ frio extremo Hipotermia Ocorre quando a temperatura do núcleo do corpo atinge valores abaixo de 35°C, fazendo com que o organismo seja incapaz de repor a perda de calor para o ambiente Queimadura por frio Exposição prolongada ao frio úmido pode gerar na pele um inchaço acompanhado de uma tonalidade avermelhada com aquecimento local podendo ter formigamento e adormecimento, com localização da lesão no dorso dos pés e das mãos. Pés-de- trincheira ou pés-de-imersão Exposição por muito tempo a água fria, afetando os pés, apresenta 3 (três) estágios: o primeiro é o isquêmico, área lesionada se apresenta inchada, adormecida, branca e fria, o segundo é o hiperêmico, a lesão apresenta vesículas e ulcerações e o terceiro estágio, é o pós-hiperêmico com dormência, prurido, pele com tonalidade cinza ou escura. Frosbite (congelação), Congelamento de caráter irreversível dos tecidos de áreas periférica (tais como: nariz, dedos, orelhas, etc.) com vesículas profundas e hemorrágicas e formação de necrose, podendo causar gangrena seca com posterior auto-amputação. Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p.169-166) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 43 Diante dos danos que o trabalhador pode sofrer ao ser exposto temperaturas extremas, o profissional de higiene ocupacional deve entender que esses danos acontecem apenas em condições de sobrecarga térmica. Nesse sentido, para evitar essa descarga deve-se monitorar e controlar os fatores que influenciam nos mecanismos de trocas térmicas entre o corpo humano e o ambiente que este se encontra. Esses fatores são apresentados a seguir Fatores que Influenciam nos Mecanismos de Trocas Térmicas Quando vamos avaliar o ambiente ocupacional com foco na temperatura devemos averiguar os fatores que influenciam de trocas térmicas entre o corpo humano e o ambiente que este se encontra, são eles: temperatura do ar, umidade relativa do ar, velocidade do ar, calor radiante e tipo de atividade. A figura 9 apresenta objetivamente como cada fator influencia na troca térmica. Figura 9 – Fatores que influenciam nos mecanismos de trocas térmicas no ambiente ocupacional. Fonte: elaborado pelo autor a partir de Peixoto e Ferreira (2012, p.166-172) Temperatura do ar: Mostra a influência da troca de calor do corpo humano com o ambiente. Temperatura do ar maior do que a temperatura da pele., tem-se indicação de que existe um ganho de calor do organismo. Umidade relativa do ar: De acordo com o valor da umidade relativa, a perda de calor por evaporação poderá ser maior ou menor. Quanto maior a umidade, maior o corpo absorve o calor. Velocidade do ar: Responsável por aumentar a troca térmica entre o corpo e o meio ambiente, por condução/ convecção. Calor radiante: É a energia emitidapelos corpos aquecidos procedente de fontes de radiação infravermelha. Quanto maior o calor radiante no ambiente maior a exposição do trabalhador a altas temperaturas. Tipo de atividade: Quanto mais metabólica dor a atividade do trabalhador, maior a temperatura do corpo. A classificação da atividade do trabalhador pode ser feita medindo a taxa metabólica do trabalhado enquanto realiza um trabalho, através do consumo de ar, geração de dióxido de carbono e o número de batimentos cardíacos. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais44 Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor e Frio: Limites de Tolerância Agora que já sabemos como o organismo humano reage quando exposto a temperaturas extremas, é necessário para evitar danos a saúde do trabalhador avaliar no ambiente ocupacional a exposição deste ao calor e frio extremos. Nesse sentido, nesse tópico vamos abordar os parâmetros de avaliação do calor e frio no ambiente ocupacional. O foco é conhecer os parâmetros que segundo as legislações brasileiras buscam prevenir riscos ocupacionais oriundos da exposição do trabalhador a temperaturas extremas. Esses parâmetros se encontram bem definidos e detalhados na Norma Regulamentadora nº 15 – Atividades e Operações Insalubres e na Norma de Higiene Ocupacional 06 (NHO 06). Para facilitar à organização em nossa mente das informações vamos estudar os parâmetros por norma, destacando as diretrizes dispostas em cada uma dessas. VOCÊ SABIA? O grau considerado de insalubridade ao trabalhador exposto ao calor é médio e adicional de 20 % (NR 15, 1978). Aqui vamos tratar da Norma de Higiene Ocupacional 06 (NHO 06). A NHO 06 é a referência técnica básica que o profissional de higiene ocupacional ou de segurança do trabalho deve consultar quando busca avaliar temperatura no ambiente ocupacional. Essa norma apresenta em sua composição definições básicas de termos técnicos empregados na avaliação de calor e a apresenta limites de tolerância a exposição ocupacional. De forma objetiva, o quadro 10 resume os principais termos e suas respectivas definições relacionados a avaliação de calor no ambiente ocupacional conforme o disposto na NHO 06 (2001). E o quadro 11 apresenta segundo a norma os limites de tolerância a exposição ao calor. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 45 Quadro 10 – Definições de termos que são usados em procedimentos de avaliação do calor, coletados e adaptados da NHO 06 (2001). TERMO DEFINIÇÃO Ciclo de exposição Conjunto de situações ao qual o trabalhador é submetido, conjugado as atividades físicas por ele desenvolvidas, em sequência definida, e que se repete de forma contínua no decorrer da jornada de trabalho. Situação térmica Refere a cada parte do ciclo de exposição onde as condições do ambiente que interferem na carga térmica a qual o trabalhador está exposto podem ser consideradas estáveis. Índice de Bulbo Úmido e Termômetro de Globo (IBUTG) Índice de sobrecarga térmica obtido por uma equação matemática. Índice de Bulbo Úmido e Termômetro de Globo Médio (IBUTG Média ponderada no tempo dos diversos valores de IBUTG, obtidas em um intervalo de tempo de 60 minutos. Ponto de medição Ponto físico escolhido para o posicionamento do dispositivo de medição onde serão obtidas as leituras representativas da situação térmica objeto de avaliação. Grupo homogêneo de exposição Grupo de trabalhadores que experimentam uma exposição semelhante, tanto do ponto de vista das condições ambientais como das atividades físicas desenvolvidas, de modo que o resultado fornecido pela avaliação da exposição de parte do grupo Seja representativo da exposição de todos os trabalhadores que compõe o mesmo grupo. Taxa metabólica média Média ponderada no tempo das taxas metabólicas, obtidas em um intervalo de tempo de 60 minutos corridos. Limite de exposição (limite de tolerância) Valor máximo de IBUTG, relacionado a taxa metabólica média que representa as condições sob as quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta, repetidamente, durante toda a sua vida de trabalho, sem sofrer efeitos adversos a saúde. Fonte: elaborado a partir de Peixoto e Ferreira (2012, p.176-180) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais46 Quadro 11 – Limite de exposição ocupacional. LIMITE DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO CALOR M (kcal/h) IBUTG MAX (IBUTGMÁXIMO ADMISSÍVEL) (°C) 125 32,0 128 31,9 132 31,8 136 31,7 139 31,6 Fonte: Peixoto e Ferreira (2012, p.180) Em relação avaliação da exposição ocupacional ao frio, essa exposição é comum em profissões cujas as atividades são desempenhadas em ambientes refrigerados como: câmaras frias, câmaras frigoríficas e processos industriais que envolvam a fabricação de gelos. Esse tipo de exposição é regulamentado pela NR 15. Destaca-se nessa norma a seguinte diretriz: As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. (BRASIL,1978). Na legislação brasileira além dessa norma encontramos a respeito da exposição ao frio apenas uma referência Art. 253 da CLT, que diz respeito a jornada de trabalho: Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo. (CLT, 1945). Contudo, tanto a NR 15 e o Art. 253 da CLT não detalham de forma precisa como avaliar o risco que incorre um trabalhador em um ambiente de frio extremo, e como virmos no início desse capítulo esse Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 47 tipo de exposição pode gerar sérios danos à saúde do trabalhador. Nesse sentido, para se obter uma avaliação mais detalhada podemos recorrer a um parâmetro denominado de Temperatura Equivalente de Resfriamento (TER). A esse respeito esclarece Peixoto e Ferreira (2012, p.195): Uma avaliação sobre frio ocupacional pode ser feita com base na Temperatura Equivalente de Resfriamento (TER), parâmetro disponibilizado como uma tolerância pela ACGIH que estima uma temperatura na qual tem a combinação da velocidade do ar e da temperatura de bulbo seco, fornecendo como resultado um valor semelhante ao resfriamento provocado por baixas temperaturas e pela circulação do ar interno. Cada TER apresenta um perigo associado. O objetivo dos limites de tolerância é impedir que a temperatura interna do corpo caia abaixo de 36ºC e prevenir lesões pelo frio nas extremidades do corpo. A figura 10 ilustra cada TER apresenta um perigo associado em ambientes ocupacionais em baixas temperaturas. Figura 10 – Temperatura equivalente de resfriamento. Fonte: ACGIH, 2010) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais48 Assim aprendemos então que as bases regulamentadoras na legislação brasileira que devem ser usadas para avaliar a exposição do trabalhador a temperaturas extremas são a Norma Regulamentadora nº 15 – Atividades e Operações Insalubres; Norma de Higiene Ocupacional 06 (NHO 06) e Art. 253 da CLT. RESUMINDO Então, chegamos ao fim de mais um capítulo. Você já se sente capaz de avaliar a exposição do trabalhador a temperatura e reconhecer os limites de tolerância na exposição ao calor e ao frio? Para garantimos uma resposta positiva a esse questionamento, vamos recordar o que virmos aqui. Nesse capítulo você aprendeu que a exposição do trabalhador ao calor ou frio desencadeia uma série de reações no organismo humano. Essas reações são nada mais nada menos do que o sistema de termorregulação no corpo humano trabalhado paramanter a temperatura interna do corpo a em torno dos 36ºC ante a variação de temperatura externa. Assim sendo, quando o trabalhador em seu ambiente ocupacional é exposto a temperaturas extremas e o sistema de termorregulação não dá conta de manter a temperatura interna o trabalhador poderá sofrer danos à saúde como por exemplo: cãibras, desidratação, choque térmico, hipotermia, queimadura por frio, etc. Diante desse contexto, avaliar a exposição do trabalhador a temperaturas extremas requer do profissional de higiene ocupacional ou de segurança do trabalho conhecer e está atendo aos fatores que influenciam a troca térmica do trabalhador com o meio (temperatura do ar, umidade relativa do ar, velocidade do ar, calor radiante e tipo de atividade) bem como os limites de tolerância e diretrizes dispostas na Norma Regulamentadora nº 15 – Atividades e Operações Insalubres; Norma de Higiene Ocupacional 06 (NHO 06) e Art. 253 da CLT. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 49 Exposição a Vibrações no Ambiente Ocupacional INTRODUÇÃO Ao término deste capítulo você terá entendido como as vibrações no ambiente ocupacional impactam na saúde de trabalhador e como é possível prevenir e controlar esses impactos. Aqui você vai conhecer os tipos de vibrações, danos e formas de controle. Esse conhecimento irá direcioná-lo em sua prática profissional a definir ações de higiene ocupacional voltadas a prevenção de danos à saúde do trabalhador no ambiente ocupacional causados pela exposição a vibrações acima dos limites de tolerância, além dessas ações estarem em consonância com os princípios legais e normativos. E então? Pronto para desenvolver esta habilidade? Então vamos lá. Avante! Vibrações: Conceito e Tipos Para iniciamos o nosso entendimento sobre vibrações vamos fazer uma reflexão: Quando falamos em vibração em ambiente ocupacional, qual a primeira imagem que vem em sua mente? Pensou? Acredito que a sua imagem deve se assemelhar a imagem disposta na figura 11. Figura 11 – Ilustrado vibração no ambiente de trabalho. Fonte: @pixabay https://pixabay.com/pt/images/search/pessoa%20usando%20serra%20eletrica/ Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais50 Se seu pensamento foi algo similar a imagem disposta na figura 11 você se sabe na prática os efeitos da vibração no contexto da higiene ocupacional. Seu pensamento está correto, pois estão sujeitos a esse tipo de agente de risco físico as profissões ou ocupações em no seu dia-dia operam com equipamentos ou máquinas tais como: furadeiras, motosserras, sacadores e marteletes pneumáticos, tratores, escavadeiras, entre outras máquinas ou equipamentos similares. Mas, enfim como podemos conceituar teoricamente o que é vibração. No campo da física como ciência, a vibração remete a mecânica. A mecânica é o ramo da física que estuda o movimento, portanto para a física vibração mecânica é o movimento de uma partícula ou de um corpo em torno de uma posição de equilíbrio (BEER, JOHNSTON; CORNWELL, 2012). Mas para higiene ocupacional, qual seria um conceito claro e objetivo para esse campo do conhecimento. Uma definição nesse sentido é assim colocada por Peixoto e Ferreira (2012, p.195): Na higiene ocupacional, as vibrações são definidas como movimentos oscilatórios de um corpo causado pelo desequilíbrio de forças dos componentes rotativos e da alternância de movimentos de uma máquina ou equipamento. Outra definição, você pode encontrar na Convenção n° 148, elaborada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), onde está estabelece que as vibrações são compreendidas por movimentos oscilatórios que são transmitidos para o organismo humano por estruturas sólidas, que são nocivas à saúde ou que possa oferecer qualquer outro tipo de perigo. Analisando as definições acima de vibração podemos definir vibração no campo da higiene ocupacional como movimentos oscilatórios de estruturas sólidas que transmitidos ao corpo humano podem ocasionar danos à saúde do trabalhador. Para tanto, entender vibrações na higiene ocupacional é entender como elas afetam o corpo do trabalhador quando exposto a essas. E é isso que vamos aprender aqui. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 51 DEFINIÇÃO Para higiene ocupacional vibrações são como movimentos oscilatórios de estruturas sólidas que transmitidos ao corpo humano podem ocasionar danos à saúde do trabalhador. Para entender como as vibrações afetam o corpo do trabalhador, vamos começar conhecendo os tipos de vibrações no contexto ocupacional. As vibrações nesse sentido são classificadas conforme a parte do corpo a qual o trabalhador é exposto, podendo ser essas vibrações de corpo inteiro ou de extremidades. As figuras 11 apresentada anteriormente ilustra um exemplo de vibrações de extremidades, já a figura 12 a seguir ilustra um exemplo de vibração do corpo inteiro. Figura 12 – Exemplo de exposição do trabalhador a vibração de corpo inteiro. Fonte: @pixabay As vibrações de corpo inteiro ocorrem, por exemplo quando se opera máquinas que trepidam em operação como caminhões, trator, escavadeiras, empilhadeiras, etc. Nessas condições todo o corpo humano é afetado pela vibração ao entrar em contato com essa por meio de uma superfície de suporte desse corpo (pé, costas, nádegas). https://pixabay.com/pt/images/search/pessoa%20operando%20escavadeira/ Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais52 No que tange a vibrações de extremidades, atingem partes localizadas do corpo como mãos, pés, etc. Também são denominadas de segmentais. A seguir vamos aprender sobre os efeitos dessas vibrações e a das vibrações no corpo humano e como elas consistem em um risco ocupacional. Efeitos/Impactos da Vibração no Ambiente Ocupacional Os efeitos e impactos da vibração no ambiente ocupacional como virmos na definição de vibração remete aos possíveis danos causados à saúde do trabalhador. Nesse sentido, devemos que primeiramente em mente que o os riscos relacionados a vibrações dependem de vários fatores, dentre esses destacam-se: intensidade, frequência, direção da vibração e tempo de exposição. Vejamos na figura 13 objetivamente esses fatores. Figura 13 – Fatores que influenciam no risco físico relacionado a vibrações. INTENSIDADE: Proporção da vibração. A intensidade da vibração é avaliada na forma de aceleração do movimento de oscilação da superfície ou peça com umidades de m/s2 ou dB (decibel) FREQUÊNCIA: Periodicidade com que o trabalhador é exposto a vibração. Número de vibrações por unidade de tempo, na exposição periódica a vibração. DIREÇÃO DA VIBRAÇÃO: Sentido e localização a qual a vibração se apresenta. TEMPO DE EXPOSIÇÃO: Horas, minutos, segundos em que o trabalhador está em contato com a vibração. Fonte: próprio autor Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 53 Se você chegou até aqui já sabe então que as vibrações no ambiente ocupacional são classificadas em vibrações de corpo inteiro ou vibrações de extremidades. Para cada tipo de vibração temos possíveis danos e formas de controle diferenciadas. Para tanto, vamos estudar os efeitos da vibração no corpo humano e suas formas de controle por tipo de vibração. IMPORTANTE Lembre-se sempre dessa regra: Não existe danos relacionados a vibração no ambiente ocupacional se o trabalhador não tiver contato físico (corpo ou membro) com uma fonte vibratória (máquina, equipamento, etc. em funcionamento). A) Vibração de Corpo Inteiro Quando o trabalhador é exposto a vibrações de corpo inteiro com frequência e períodos prolongados de tempo ele corre risco de sofrer danos físicos, bem como distúrbios no sistema nervoso. Entre os danos físicos podemos destacar: lesões na região espinhal, implicações no sistema circulatório, fadiga, tremores frequentes, etc. No que tange a distúrbios no sistema nervoso podemos destacar sintomas como insônia e dor de cabeça.As vibrações de corpo inteiro podem ser medidas por meio de um acelerômetro do tipo triaxial instalado na região em que o corpo está em contato com a vibração. A figura 14 ilustra o uso desse tipo de equipamento. Figura 14 – Equipamentos montados para medição de VCI em motoristas de ônibus do Sistema BRT - DF Fonte: Silva e Nunes (2016, p. 06) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais54 A medição por meio do acelerômetro do tipo triaxial pode ser feita em qualquer um dos eixos de medição, a escolha desse vai depender da postura que o trabalhador está no momento em que é exposto a vibração. A figura 15 apresenta esses eixos. Figura 15 – Eixos de medição de vibrações conforme a NHO 9 e ISO 2631 Fonte: Peixoto e Ferreira (2012, p.205) Podemos encontrar especificações sobre a mediação e avaliação de vibrações do tipo corpo inteiro na norma NH 09 (procedimento técnico para verificação preventiva de exposição. Uma vez feita a medição é necessário estabelecer ações corretivas em casos que a vibração auferida consiste em uma fonte comprovada de risco ocupacional. Dentre essas medidas podemos destacar: mudanças no processo ou operações de trabalho; assentos antivibratórios; melhorias nas condições e características de pisos e pavimentos de circulação (no caso de veículos); manutenção de Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 55 veículos e máquinas, envolvendo suspensão e amortecimento; redução do tempo de exposição diária, entre outras alternativas. B) Vibração de Extremidades Quando o trabalhador é exposto a vibrações nas extremidades o dano vai depender do membro ou parte do corpo no qual a vibração atua. Nas mãos por exemplo, uma doença observada é a doença dos “dedos brancos”. Sobre essa doença elucida Peixoto e Ferreira (2012, p.207): A doença característica deste tipo de exposição é a doença dos “dedos brancos”. Esta doença em seu primeiro estágio, começa com sensações de formigamento, sendo até mesmo, ignorado pelo trabalhador. Com o passar do tempo, inicia- se leves branqueamentos nas extremidades dos dedos, por curtos períodos. Posteriormente, o branqueamento começa se tornar frequente e se prolonga, podendo se estender a todo o dedo (a base é atingida). Quando em estágios mais avançados e não havendo procura de tratamento médico, o branqueamento se reduz havendo ataque isquêmico tornando a aparência cinza-escuro, chegando a necrose. Outros impactos a saúde do trabalhador atrelados a vibrações nas extremidades são: formigamentos, entorpecimento, palidez, queimaduras, gangrena, entre outras. A figura 16 ilustra a doença dos dedos brancos. Figura 16 –Doença de Raynaud nas mãos. Fonte: Soeiro (2011), p.57) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais56 Esse tipo de vibração faz uso de acelerômetros além de transdutores de vibração e outros acessórios complementares. A figura 17 ilustra a medição de vibração na mão e no braço, destacando as coordenadas para avaliação. Figura 17 – Sistema de coordenadas para avaliação de vibrações de mãos e braços Fonte: Peixoto e Ferreira (2012, p.206) Podemos encontrar especificações sobre a mediação e avaliação de vibrações desse tipo na Norma Regulamentadora n° 15 (Atividades e Operações Insalubres), no anexo 8 dessa norma encontramos as atividades e operações de trabalho que exponham os trabalhadores a vibrações. Uma vez feita a medição é necessário estabelecer ações corretivas dentre essas medidas podemos destacar: modificação de processos e rotinas de trabalho, manutenção de ferramentas de uso, substituição de ferramentas, redução do tempo de exposição diária, alternância de atividades e operações; entre outras alternativas. Por fim, concluímos que a exposição do trabalhador no ambiente ocupacional de deve ser monitorada e controlada. TESTANDO Chegou o momento de testar sua compreensão a respeito dos conceitos estudados nessa unidade. Corre lá no banco de questões! Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 57 RESUMINDO Chegamos ao fim dessa unidade, e nesse finalzinho você aprendeu como as vibrações no ambiente ocupacional impactam na saúde de trabalhador e como é possível prevenir e controlar esses impactos. Revisando, virmos que para higiene ocupacional vibrações são como movimentos oscilatórios de estruturas sólidas que transmitidos ao corpo humano podem ocasionar danos à saúde do trabalhador. Decorrente dessa definição temos a seguinte regra prática: Não existe danos relacionados a vibração no ambiente ocupacional se o trabalhador não tiver contato físico (corpo ou membro) com uma fonte vibratória (máquina, equipamento, etc. em funcionamento). Virmos também que as vibrações no ambiente ocupacional podem ser basicamente de dois tipos: de corpo inteiro e nas extremidades. Por fim conhecemos os impactos a saúde do trabalhador e as medidas preventivas ou de controle relacionadas a cada um dos tipos de vibrações. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais58 REFERÊNCIAS ACGIH. Limites de Exposição Ocupacional (TLVs®) para substâncias químicas e agentes químicos & Índices Biológicos de Exposição (BEIs®). Tradução: ABHO – Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais. São Paulo: ABHO, 2010. BEER, F.; JOHSTON, E. R.; CORNWELL, P.J Mecânica Vetorial para Engenhei-ros-: Dinâmica. Bookman Editora, 2012. BRASIL. Decreto-lei nº 5.452, de 01 de maio de 1943 e suas alterações. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Diário Oficial da União, RJ, Rio de Ja-neiro, 1943. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm>. Acesso em: 22 Jul. 2020. BRASIL. NHO 01 (Norma de Higiene Ocupacional 01). Avaliação de exposição ocupacional ao ruído (procedimento técnico). Ministério do Trabalho e Emprego: FUNDACENTRO, 2001. Disponível em: <http://www. fundacentro.gov.br/dominios/CTN/anexos/Publicacao/ NHO01.pdf>. Acesso em: 30 Jun. 2020. BRASIL. NHO 06 (Norma de Higiene Ocupacional 06). Avaliação da exposição ocupacional ao calor (procedimento técnico). FUNDACENTRO, 2002. Disponível em: <http://www. fundacen-tro.gov.br/dominios/CTN/ anexos/Publicacao/NHO06.pdf>. Acesso em: 30 Jun. 2020. BRASIL. NHO 09 (Norma de Higiene Ocupacional 09). Avaliação da exposição ocupacional a vibrações de corpo inteiro (procedimento técnico). FUNDACEN-TRO, 2013. Disponível em: <http://www.fundacentro. gov.br/dominios/CTN/anexos/Publicacao/ NHO_09_portal.pdf>. Acesso em: 09 maio 2013. Acesso em: 30 Jun. 2020 BRASIL. NHO 10 (Norma de Higiene Ocupacional 10). Avaliação da exposição ocupacional a vibração em mãos e braços (procedimento técnico). FUNDACEN-TRO, 2013. Disponível em: <http://www.fundacentro. gov.br/dominios/CTN/anexos/Publicacao/ NHO10_portal.pdf>. Acesso em: 09 maio 2013. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 59 BRASIL. Norma Regulamentadora 15. (2015). Atividades e operações insalubres. Recuperado de http://trabalho.gov.br/seguranca-e- saude-no-trabalho/normatizacao/normasregulamentadoras/ norma- regulamentadora-n-15-atividades-e-operacoes-insalubre. Acesso em: 30 Jun. 2020. BRASIL. Portaria n° 3214, de 08 de junho de 1978: Aprova as normas regulamen-tadoras que consolidam as leis do trabalho, relativas à segurança e medicina do trabalho. Norma Regulamentadora nº 15 (NR 15): Atividades e operações insalu-bres. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 1978. Disponível em:<http://portal.mte. gov.br/data/files/8A7C816A33EF45990134335E790F6C84/ NR-15%20 (atualizada%202011)%20II.pdf>. Acesso em: 30 Jun. 2020. BRAZ, José Reinaldo Cerqueira. Fisiologia da termorregulação normal. Revista Neurociências, v. 13, p. 12-17, 2005. DICIO. Dicionário online. Disponível em: https://www.dicio.com.br/ GANIME, J. F. Et al. O ruído como um dos riscos ocupacionais: uma revisão de literatura. Enfermería Global. Nº 19. Junho, 2010. HALLIDAY, D.; RESNICK, R.;
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