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HIGIENE_OCUPACIONAL_E_PREVENCAO_DE_RISCOS_AMBIENTAIS 03

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Unidade 3
Livro Didático 
Digital
Dayanna dos Santos Costa Maciel
Higiene Ocupacional 
e Prevenção de 
Riscos Ambientais
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autora 
DAYANNA DOS SANTOS COSTA MACIEL
Dayanna dos Santos Costa Maciel
Olá! Meu nome é Dayanna dos Santos Costa Maciel. Sou formada 
em Administração pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) 
com Mestrado acadêmico nessa mesma área de conhecimento, este com 
ênfase em Estratégia e Inovação (pela Universidade Federal da Paraíba 
em 2019). Também possuo mestrado acadêmico em Gestão de Recursos 
Naturais (UFCG, 2014) com ênfase de pesquisa em Estratégia Ambiental 
focada em modelos e ferramentas de gestão nas empresas. Tenho 
experiência técnico-profissional no ensino da Administração ministrando 
disciplinas como Planejamento Estratégico, Sustentabilidade e Gestão, 
Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais, entre outras ao nível 
de graduação e pós-graduação. Adoro transmitir meus conhecimentos e 
minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. 
Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de 
autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase 
de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
A AUTORA
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda 
vez que:
ICONOGRÁFICOS
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimento 
de uma nova com-
petência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Exposição ao Ruído no Ambiente Ocupacional............................10
Ruído/ Som: Tipos, Características........................................................................................10
Implicações do Ruído para Higiene Ocupacional: Propagação do Som, 
Barulho e Ruído................................................................................................................................18
Avaliação do Ruído Ocupacional.........................................................23
Ruído: Conceito, Tipos e Efeitos no Trabalhador.....................................................23
Aspectos do Ruído como o Som não Harmônico: Intensidade, Pressão, 
e Frequência e Equipamentos de Medição..................................................................27
Parâmetros de Avaliação do Ruído Ocupacional -Limites de Tolerância 
e Legislação (Normatização)...................................................................................................33
Exposição a Temperatura no Ambiente Ocupacional...................38
Exposição a Temperaturas Extremas: Noções Básicas......................................38
 Fatores que Influenciam nos Mecanismos de Trocas Térmicas.....................43
Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor e Frio: Limites de 
Tolerância..............................................................................................................................................44
Exposição a Vibrações no Ambiente Ocupacional......................49
Vibrações: Conceito e Tipos.....................................................................................................49
Efeitos/Impactos da Vibração no Ambiente Ocupacional.............................52
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 7
LIVRO DIDÁTICO DIGITAL
UNIDADE
03
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais8
INTRODUÇÃO
Você sabia que dentre os diferentes tipos de risco, os riscos 
físicos são os mais comuns de serem identificados em diferentes tipos 
de ambiente ocupacional? Sim, isso mesmo, muitos profissionais no 
dia-dia de trabalho lidam constantemente com o ruído, temperatura e 
vibrações. Mas em suma o que caracteriza especificamente cada um 
desses agentes? Como medir e definir limites de tolerância? Pois bem, 
pare um pouco e tente responder essas questões! Ah você viu que para 
respondê-las é necessário conhecer conceitos específicos relacionado a 
definição e avaliação desses agentes. Então prepara-se! Nessa unidade 
você irá adquirir conhecimento necessário para responder a esses estes 
questionamentos. A partir de agora você vai mergulhar nesse universo! O 
universo dos agentes de riscos físicos em ambientes ocupacionais!
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 9
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso propósito é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1. Compreender as implicações da propagação do ruído na higiene 
ocupacional;
2. Avaliar o ruído ocupacional a partir de limites de tolerância e da 
legislação aplicável;
3. Avaliar a exposição a temperatura e os limites de tolerância na 
exposição ao calor e ao frio;
4. Entender o impacto das vibrações no ambiente ocupacional e 
suas formas de controle.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho! 
OBJETIVOS
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais10
Exposição ao Ruído no Ambiente 
Ocupacional.
INTRODUÇÃO
Ao término deste capítulo você será capaz de compreender 
as implicações da propagação do ruído na higiene 
ocupacional. Nesse capítulo iniciaremos o estudo mais 
profundo dos ruídos como agentes de risco ocupacional. 
Aqui você irá conhecer os diferentes tipos de som e 
como eles se propagam. Isso é de suma importância para 
a sua atuação profissional, uma vez que a partir desse 
conhecimento você terá condições de identificar os ruídos 
em diferentes contextos de trabalho, podendo assim 
tomar decisões e agir em prol da preservação da saúde 
do trabalhador. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
Ruído/ Som: Tipos, Características
Você parou para pensar que estamos em todo lugar expostos a 
som, barulho e ruídos. Pare agora e pense, algum momento você já parou 
listou os sons e ruídos que escuta frequentemente em seu ambiente 
de trabalho? Faça esse exercício mental agora. Pois bem, estamos tão 
acostumados que dificilmente atentamos para a quantidade de ruído e 
som que estamos expostos no nosso dia, dia e consequentemente em 
muitos casos ignoramos as implicações desses em nossa saúde. A figura 
1 ilustra essa nossa reflexão.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 11
Figura 1 – Representação do ruído/barulho som no ambiente. 
Fonte: @pixabay
Então para elucidamos essas questões vamos agora estudar os 
tipos de sons mais comuns nos diversos ambientes, o que inclui nesse 
sentido o ambiente de trabalho. Para início de nossa conversa, vejamos 
a definição bruta (significado) de ruído, som e barulho que podemos 
encontrar em dicionários. A partir dessas, podemos identificar se existe 
uma diferença conceitual e a relação básica entre esses termos. Vejamos 
os significados desses termos segundo o Dicionário online de Português 
(DICIO, 2009-2020) dispostos no quadro 1.
Quadro 1 – Significados de Barulho,som e Ruído. 
TERMO SIGNIFICADO
Barulho
Som muito forte, intenso, estrondo. Falta de 
silêncio, qualquer rumor, ruído.
Som
Ruído, vibração. Movimento vibratório 
de um corpo sonoro, que se propaga 
no ambiente e impressiona o órgão da 
audição: som agudo, som grave. 
Ruído Som indistinto, sem harmonia; estrondo. 
Fonte: adaptado de Dicio (2000-2020)
https://pixabay.com/pt/illustrations/trabalho-distra%C3%A7%C3%A3o-estresse-5411543/
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais12
Analisando o quadro 1 o que podemos concluir que ambos os 
significados apresentados se resumem ao significado de som. De modo 
que tanto o barulho com o ruído são variações do som. Se o som é forte 
e intenso, esse pode ser denominado de barulho; e se o som não possui 
harmonia e não pode ser distinguido, denomina-se ruído. Então, o que 
isso importa para o nosso estudo aqui? Importa para que tenhamos em 
mente que o ruído como agente de risco ocupacional remete ao estudo 
dos sons: tipos, características e formas de propagação. Nesse tópico, 
vamos estudar os tipos de sons e suas características, mais à frente vamos 
estudar sobre a propagação.
No âmbito da ciência física o som é segundo Halliday, Resnick e 
Walker (2016) uma onda longitudinal que se propaga no ar. Uma onda 
é qualquer perturbação que ocorre em um meio, elas são classificadas 
de acordo com sua natureza e sua forma de propagação. Quanto à sua 
forma de propagação elas podem ser classificadas em transversais e 
longitudinais, as ondas longitudinais são aquelas onde a perturbação se 
propaga paralelamente a direção de propagação da onda.
Figura 2 –Reprodução de uma onda sonora. 
Fonte: Halliday e Resnick (2012, p.118)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 13
Na figura 2 vemos uma onda sonora sendo produzida em um tubo 
cheio de ar esta é formada movimentando-se o êmbolo para frente e para 
trás, percebemos que as oscilações são paralelas a direção de propagação 
da onda. Isso é o mesmo que acontece quando em um ambiente qualquer 
ouvimos a voz de pessoa (perturbação no meio) por que o som produzido 
por suas cordas vocais propagam-se no ar e atingem os tímpanos em 
nosso ouvido. 
VOCÊ SABIA?
Segundo Halliday e Resnick (2012, p.152) “onda sonora é 
definida genericamente como qualquer onda longitudinal”. 
As ondas sonoras são utilizadas por navios equipados 
para detectar obstáculos submersos e por submarinos. Os 
submarinos usam as ondas sonoras para emboscar outros 
submarinos ouvindo os ruídos produzidos pelo sistema de 
propulsão.
Agora sabendo que os sons são ondas, no âmbito da higiene 
ocupacional como podemos entender melhor esse conceito? Nesse 
sentido, Peixoto e Ferreira (2012, p. 18) esclarece: 
O som, fisicamente, e a propagação de uma onda que 
produz uma variação muito pequena e rápida na pressão 
atmosférica, acima e abaixo (compressão e descompressão) 
de um valor fixo (adotado como padrão). Quando a energia do 
movimento ondulatório se propaga, afastando-se do centro 
da perturbação, as moléculas de ar que transmitem o som 
se movem para frente (comprimindo a camada de ar) e para 
trás (e criada uma zona descomprimida que acompanha com 
a mesma velocidade a zona comprimida), paralelamente a 
direção do movimento ondulatório, que faz com que um ar 
um pouco mais afastado se torne pressionado também, 
comprimindo uma região ainda mais distante, até a onda 
atingir o sistema auditivo. 
Diante do exposto, quando falamos de som no contexto do 
ambiente de trabalho devemos associar em nossa mente a ondas que 
são captadas pelo nosso ouvindo, conforme ilustra a figura 3.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais14
Figura 3 – Propagação de uma onda sonora
Fonte: Peixoto e Ferreira
Prontinho! Agora entendemos o que é um som, mas como 
podemos classificá-los para fins úteis? Bem basicamente podemos 
classificar o som como: Puros, musicais e ruídos. No caso, vamos destacar 
os ruídos porque esses são os mais comuns em ambientes de trabalho 
industrial e que possuem um grande potencial de causar danos à saúde 
do trabalhador. Os ruídos nesse sentido podem vir de várias fontes, como 
exemplo máquinas em funcionamento. Lembre-se: Ruído é um tipo de 
som, caracterizado por não apresentar harmonia.
DEFINIÇÃO
“Ruído é um som complexo composto por inúmeras 
frequências e intensidades sem que exista um padrão fixo. 
Têm um comportamento imprevisível e aleatório sendo, 
portanto, difícil de caracterizar com exatidão” (PEIXOTO; 
FERREIRA, 2012, p. 19).
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 15
 Já os sons puros e sons musicais apresentam um padrão fixo 
composto por uma ou mais frequências. O som puro é composto por 
uma frequência apenas, enquanto a musicais possuem uma frequência 
fundamental (que dá a tonalidade) e várias frequências múltiplas. Ambos 
esses tipos de sons são captados pelo ouvido humano, e interpretados 
pelo cérebro. Nesse processo o ser humano diferencia as seguintes 
características de um som: frequência, amplitude e timbre. São essas 
características que determinam se um som é grave ou agudo, alto ou 
baixo, e diferenciar sons emitidos simultaneamente. 
No contexto da higiene ocupacional entender as características 
sonoras nos irá ajudar identificar como o som pode gerar implicações 
na saúde o trabalhador. Para tanto, o quadro 2 resume as principais 
informações que precisamos ter a respeito dessas características: 
Conceito, classificação ou divisão e fórmula aritmética de cálculo. 
Quadro 2 – Características do som.
 CONCEITO
CLASSIFICAÇÃO OU 
DIVISÃO
FÓRMULA PARA CÁLCULO/
Exemplo.
Frequência:
É o número 
de oscilações 
de uma onda 
acústica em 
um intervalo de 
tempo de
um segundo, ou 
seja, a taxa na 
qual a onda é 
periodicamente 
comprimida e 
rarefeita.
Baixas frequências 
ou sons graves – as 
quatro oitavas de menor 
frequência, ou seja, 31,25; 
62,5; 125 e 250 Hz
A unidade de frequência (SI) e 
ciclos por segundo, ou Hertz (Hz).
Médias frequências ou 
sons médios – as três 
oitavas centrais, ou seja,
500, 1000 e 2000 Hz.
Onde:
λ = comprimento de onda (m)
V = 340 m/s (velocidade de 
propagação de uma onda no ar)
f = frequência (Hz)
Altas frequências ou sons 
agudos – as três oitavas 
de maior frequência,
ou seja, 4000, 8000 e 
16000 Hz.
Exemplos: Um som de 31,5 Hz tem 
uma onda de 10,8 m e, um som de 
20.000 Hz tem um comprimento 
de onda de 1,7 cm.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais16
Amplitude:
Grau de 
movimento das 
moléculas de 
ar na onda, que 
corresponde a 
intensidade da 
rarefação e da 
compressão que 
a acompanham.
Quanto maior a 
amplitude da onda, 
mais intensamente as 
moléculas golpeiam o 
tímpano e mais forte e o 
som percebido.
Na representação gráfica em onda 
senoidal, os valores máximos e 
mínimos atingidos por ela são 
os valores de pico. No caso da 
avaliação de ruído, o que interessa 
é o valor eficaz dessa onda. O valor 
eficaz é uma média quadrática
(Root Mean Square – RMS), dos 
valores instantâneos da pressão 
sonora, que é o fornecido nos 
equipamentos de medição do 
ruído
Onde:
P1= Pico 1; P2= Pico 2; Pn= Pico n
n= igual a número de picos. 
Timbre:
Qualidade 
que permite 
distinguir dois 
sons emitidos 
por duas fontes 
diferentes.
É a característica sonora 
que permite distinguir 
sons de mesma 
frequência e mesma 
intensidade (amplitude), 
mas com ondas sonoras 
diferentes (formato da 
onda).
Reconhecemos vozes diferentes 
pelo seu timbre, assim como os 
instrumentos musicais fazendo a 
mesma nota.
Exemplo: Dois instrumentos 
diferentes emitindo um som de 
mesma frequência e
Amplitude, mas com formato da 
onda diferente.
Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 17
NOTA
Comprimento de uma onda sonora (comprimento da onda) 
é distância física no ar entre um pico de onda até o próximopico, assim temos que comprimento de onda = velocidade/
frequência.
 Além de conhecermos as características dos sons é importante 
de saibamos como os sons podem ser propagar por um ambiente. Os 
sons atravessam obstáculos, passam de um meio a outro bem como 
sofrem modificações de vibrações. Esses fatos é o que vamos chamar 
de fenômenos na propagação de um som. A figura 4 apresenta esses 
fenômenos de forma objetiva. 
Figura 4 – Fenômenos de propagação de um som. 
Fonte: O autor a partir de Peixoto e Ferreira (2012)
Outros aspectos importantes sobre o som que devemos levar 
em consideração nos estudos de riscos em ambiente ocupacional 
são a intensidade, potência, pressão nível sonoro. Esses aspectos são 
detalhados no capítulo 2.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais18
Implicações do Ruído para Higiene 
Ocupacional: Propagação do Som, 
Barulho e Ruído
Como aprendemos no capítulo anterior, o barulho e o ruído são 
sons, que sua propagação no ambiente se dá por diversos fenômenos 
(reflexão, refração, difração, interferência e ressonância). Além dos 
fenômenos a propagação do som também é influenciada por fatores 
como temperatura, velocidade, umidade do ar, tipo de fonte e interação 
entre ondas. Portanto é com base nesses fatores que a propagação 
do som deve ser estudada em diferentes contextos. Aqui então vamos 
compreender como a propagação do som se dá nos seguintes ambientes: 
campo livre e em ambiente ocupacional.
VOCÊ SABIA?
“‘A propagação do som é maior na medida em que a 
temperatura aumenta, ou seja, a atenuação é inversamente 
proporcional à temperatura, por exemplo: a 15ºC a 
velocidade de propagação do som é de 340 m/s e a 30ºC 
ela se eleva para aproximadamente 349 m/s (velocidade 
de propagação do som no ar (c): = 331,4 + 0,6 T [m/s], onde 
T = temperatura (ºC))” (PEIXOTO; FERREIRA, 2012, p. 34).
A propagação em um ambiente livre é analisada em duas 
perspectivas a fonte pontual de ruído e a da fonte de ruído linear. 
Chamamos de fonte pontual quando em um ambiente aberto a fonte 
geradora o ruído possui pequena dimensão quando comparada com a 
distância do ouvinte. 
Imagine a seguinte situação, alguém está operando uma serra 
elétrica bem distante de onde você está agora, contudo você (P2) 
escuta com clareza o som, assim como as pessoas que se encontram na 
circunvizinhança em pontos equidistantes (P3, P4, P5). Como podemos 
então explicar isso? Bem, essas circunstâncias o som é gerado em um 
ponto 1 e se propaga em forma de esfera, de modo que em todos os 
pontos que estão equidistantes dessa fonte o nível de pressão sonora 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 19
é o mesmo. Ainda nessas condições, o nível de pressão sonora (ou seja, 
a pressão que o som faz nos nossos tímpanos) diminui 6 dB ao dobrar a 
distância à fonte. Ou seja, você em um ponto 2 e seus vizinhos em pontos 
equidistantes (P3, P4, P5) sentem a mesma pressão sonora; e quanto mais 
perto o ouvinte estiver da fonte maior o nível de pressão sonora (P). A 
figura 5 ilustra esse exemplo. 
Figura 5 – Propagação de um som em um campo livre. 
Fonte: Adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 35)
A pressão sonora é a pressão exercida em um determinado ponto 
em um espaço de tempo causado por uma onda sonora. Sendo assim, 
como podemos medir o nível de pressão sonora no contexto da figura 
5? Bem, a pressão sonora em um ambiente de campo aberto advinda 
de uma fonte pontual pode ser medida a partir da medição do nível 
de pressão sonora em um ponto e relacioná-lo para outro ponto mais 
distante da fonte. Para isso basta aplicar a equação 1, considerando uma 
situação ideal em que não há influência de fatores que possam provocar 
perda de som.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais20
Equação 1: Nível de pressão sonora (fonte pontual) 
Fonte: Peixoto e Ferreira (2012, p. 35)
Na equação 1 temos: NS2 = Nível de pressão sonora no ponto 2; NS1 
= Nível de pressão sonora no ponto 1; r2 = Distância da fonte ao ponto 2; r1 
= Distância da fonte ao ponto 1.
Vejamos um exemplo, voltado a figura 5 suponhamos que não 
sabemos o nível de pressão sonora (NS) no P6, mas saberemos que no 
P7 o NS é 90dB. Qual seria então o NS no P6? Bem se olhamos na figura 
5 o P6 está ao dobro de distância do P7, de modo que r2 = 2 r1, sendo r2 
a Distância da fonte ao ponto 6 e r 1 Distância da fonte ao ponto 7. Assim 
aplicando a equação 1 temos: NS2 =90-20 log (2r1/r1) = 90-20 log2 = 84 dB.
Diferente do que acontece com uma fonte pontual, na fonte linear a 
fonte de ruído é estreita em uma direção e larga em outra comparada com 
a distância ao ouvinte. Isso em termos práticos acontece quando várias 
fontes de ruído atuam simultaneamente. Por exemplo, em um campo de 
futebol aos arredores de onde você está agora estão aparando a grama, 
lá cinco cortadores de grama estão sendo operados simultaneamente. 
Nessas condições, nível sonoro se propaga em forma de cilindro de modo 
que o NS é o mesmo em todos os pontos situados a mesma distância de 
linha. Nesse contexto, ao se dobrar a distância o NS diminui 3 dB.
Assim sendo, para se calcular o NS em campos abertos com fonte 
sonora linear devemos aplicar a equação 2.
Equação 2: Nível de pressão sonora (fonte linear)
Fonte: Peixoto e Ferreira (2012, p. 36)
Na equação 2 temos: NS2 = Nível de pressão sonora no ponto 2; NS1 
= Nível de pressão sonora no ponto 1; r2 = Distância da fonte ao ponto 2; r1 
= Distância da fonte ao ponto 1.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 21
É importante destacarmos que a pressão sonora fora de limites 
aceitáveis pode causar danos à saúde do trabalhador, de modo que as 
equações apresentadas aqui servem justamente para esse fim, quando o 
ambiente ocupacional é um ambiente de campo aberto. Um exemplo de 
profissão que é exposta por exemplo a pressão sonora em condições linear 
são os guardas de trânsito em avenidas de constante engarrafamento. 
Mas até então falamos de propagação do som em campo aberto, e 
quando passamos para um ambiente fechado, por exemplo o ambiente 
industrial em um prédio qualquer? O que muda? Vejamos. 
Em um ambiente fechado, o som encontra obstáculos a sua 
propagação. De modo que ele é refletido, absorvido e transmitido 
considerando as características desses obstáculos. Para medir então o NS 
deve-se considerar os fenômenos de propagação e utilizar equipamentos 
específicos para esse fim, conforme vamos aprender ao longo que 
avançamos nossos estudos nos capítulos seguintes.
Enfim temos que a propagação do som em forma de ruído no 
ambiente ocupacional implica na necessidade de controle de quanto o 
trabalhador é exposto a este agente de risco, a fim de se evitar danos à 
saúde do trabalhador não só nos órgãos responsáveis pela audição, mas 
nas demais partes componentes do organismo humano. Segundo Ganime 
et al (2010), os reflexos da exposição do trabalhador ao ruído podem ser 
vistos no corpo humano dos sistemas circulatório, respiratório, digestivo, 
neurológico, entre outros.
SAIBA MAIS
Para entender melhor sobre reflexos da exposição do 
trabalhador ao ruído leia o artigo de Ganime et al (2010) 
intitulado: O ruído como um dos riscos ocupacionais: uma 
revisão de literatura. Acesse: https://bit.ly/3g5JFET
ttps://bit.ly/3g5JFET
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais22
RESUMINDO
E agora? Você já se sente capaz de elucidar no que implica 
na propagação do ruído na higiene ocupacional? Pois 
bem! O que aprendemos nessa unidade foi exatamente os 
conceitos que explicam o ruído como um tipo de 
som, implicando no surgimento a propagação nesse no 
ambiente ocupacional. Virmos que o ruído é um tipo de som, 
caracterizado por não apresentar harmonia. Assim sendo 
um ruído/som uma onda longitudinal que se propaga no 
ar que possui como características: frequência, amplitude 
e timbre. Também virmos que o som e consequentemente 
o ruído se propaga de formadiferente em um ambiente 
de campo aberto e fechado, com destaque que em 
ambientes fechados a propagação do som é condicionada 
aos fenômenos de reflexão, refração, difração, interferência 
e ressonância. Finalizando a unidade podemos concluir 
que a propagação do som em forma de ruído no ambiente 
ocupacional implica na necessidade de controle de 
quanto o trabalhador é exposto a este agente de risco, a 
fim de se evitar danos à saúde do trabalhador não só nos 
órgãos responsáveis pela audição, mas nas demais partes 
componentes do organismo humano.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 23
 Avaliação do Ruído Ocupacional
INTRODUÇÃO
Ao término deste capítulo você será capaz de avaliar o 
ruído ocupacional a partir de limites de tolerância e da 
legislação aplicável. Nesse capítulo você vai conhecer 
especificamente os tipos de ruídos possíveis de estar 
presentes em um ambiente ocupacional, conhecer as 
caraterísticas básicas de um ruído e equipamentos de 
medição, bem como os parâmetros básicos de avaliação 
de ruído. Esses conceitos irão norteá-lo quando em sua 
prática profissional for necessário medir e avaliar ruídos no 
ambiente ocupacional a fim de mantê-los dentro dos limites 
de tolerância e normas/legislações regulamentadoras. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá. Avante!
Ruído: Conceito, Tipos e Efeitos no 
Trabalhador.
Se você chegou aqui já aprendeu que o ruído é um tipo de som 
que tem como principal característica a ausência de harmonia em suas 
ondas sonoras. Bem agora chegou o momento de conceituamos ruído 
de uma forma mais completa dentro do contexto da higiene do trabalho, 
diferenciando agora conceitualmente ruído de som embora a base teórica 
de compreensão desses seja a mesma, ou seja não se pode entender 
ruído se não entender som (por isso estudamos no capítulo 1 o ruído como 
um som não harmônico). Nesse sentido, o quadro 3 apresenta algumas 
definições de ruído no âmbito da higiene ocupacional.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais24
Quadro 3 – O que é ruído para a higiene ocupacional? 
AUTOR/
ANO DEFINIÇÃO
Rogers et 
al (2006)
Ruído é qualquer som indesejado, sendo que as 
preocupações com o mesmo dependente do nível de 
intensidade, frequências de distribuição e padrões de ruído 
da fonte; níveis de ruído de fundo; tipo de terreno entre o 
emissor e o receptor; da natureza do receptor, e atitude do 
receptor sobre o emissor.
Peixoto e 
Ferreira 
(2012, p. 
43)
“o ruído é um som complexo, uma mistura de diferentes 
frequências, com características indefinidas de variações 
de pressão que podem ou não, dependendo de sua 
intensidade, provocar danos à saúde do trabalhador durante 
sua vida laboral”.
Massera 
(2015, p. 
9).
“um fenômeno físico que, no caso da acústica, indica uma 
mistura de sons, cujas frequências não seguem uma regra 
precisa”.
Fonte: elaborado pelo autor
Agora sim, diante do exposto no quadro 3 a partir desse momento 
tenha em mente que em higiene ocupacional o termo ruído é utilizando 
quando nos referimos a um som caracterizado por muitas amplitudes 
e frequências simultâneas de maneira não harmônica. Já quando se 
utiliza o termo som, remetemos a poucas amplitudes e frequências, mas 
geralmente harmônicas.
Os ruídos são classificados nesse contexto em três tipos básicos: 
contínuo, intermitente e de impacto. Para facilitar nosso entendimento 
o quadro 4 consiste em um quadro sinóptico que apresenta a definição, 
representação gráfica e limites de tolerância previstos para cada um 
desses tipos.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 25
Quadro 4 – Tipos de ruídos. 
T
IP
O
 
DEFINIÇÃO REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
Limites de 
tolerância (NR-15)
C
o
nt
ín
u
o
É aquele cuja 
variação de nível 
de intensidade 
sonora varia ± 3 
dB durante um 
período longo de 
observação (maior 
que 15 minutos). 
São ruídos 
característicos de 
condicionadores 
de ar, motores 
elétricos, 
compressores, 
etc.
85 dB (A) para 8 
horas de exposição
In
te
rm
ite
nt
e
São aqueles 
que apresentam 
grandes variações 
de nível em 
função do tempo.
São geradores 
desse tipo de 
ruído os trabalhos 
manuais, afiação 
de ferramentas, 
o trânsito 
de veículos, 
conversação, etc. 
São os ruídos 
mais comuns, 
característico 
da maioria das 
exposições 
ocupacionais.
85 dB (A) para 8 
horas de exposição
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais26
Im
p
ac
to
Aquele que 
apresenta picos 
de energia 
acústica de 
duração inferior 
a um segundo, 
a intervalos 
superiores a 
um segundo. 
São exemplos 
de ruído de 
impacto aqueles 
resultantes de 
martelos de 
forjamento.
LT = 130 dB (linear) 
/ dB,
ccto linear e resposta 
de impacto.
OU
LT = 120 dB© 
(fast) / dB, ccto 
FAST,compensação 
“C”.
Fonte: elaborado pelo autor a partir de Peixoto e Ferreira (2012, p. 43-44) e Massera (2015, p.15)
IMPORTANTE
O limite de exposição para ruído de impacto é 130, nesse 
sentido o anexo 1 da norma NR 15 alerta que os níveis de 
impacto acima a 130 dB ou 140 dB, sem proteção adequada, 
oferecerão risco grave e iminente ao trabalhador. Fonte: 
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=248616
Os diferentes tipos de ruído podem causar ao trabalhador diferentes 
tipos de danos quando ultrapassam o limite de tolerância. Ganime et al 
(2010, 7-8) destaca como reflexos dos ruídos na saúde do trabalhador: 
A exposição ao ruído pode provocar diferentes respostas nos 
trabalhadores de ordem auditiva e extra-auditiva a depender 
das características do risco, da exposição e do indivíduo 
exposto. São efeitos auditivos reconhecidos: o zumbido 
de pitch agudo, a mudança temporária do limiar (MTL) e a 
mudança permanente do limiar (MPL) (trauma acústico agudo 
e crônico) e são efeitos extra-auditivos: distúrbios no cérebro 
e nos sistemas nervoso, circulatório, digestório, endócrino, 
imunológico, vestibular, muscular, nas funções sexuais e 
produtivas, no psiquismo, no sono, na comunicação e no 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 27
desempenho de tarefas físicas e mentais . A exposição ao ruído 
pode ocasionar efeitos à saúde como estresse, irritabilidade, 
hipertensão arterial e pode estar associado a outras situações 
de risco. A pessoa pode também perder o apetite, ser vítima 
de aerofagia (deglutição de ar), de insônia, de distúrbios 
circulatórios ou respiratórios e pode emagrecer.
Para prevenir danos à saúde do trabalhador os ruídos no ambiente 
ocupacional devem ser medidos e monitorados para se manterem dentro 
do nível de tolerância e para que se possa identificar alternativas como a 
utilização de equipamentos de proteção. Essa medição e monitoramento 
se embasa inicialmente nos seguintes aspectos do ruído: intensidade, 
potência e pressão, os quais são apresentados com mais detalhes a seguir.
Aspectos do Ruído como o Som não 
Harmônico: Intensidade, Pressão, e 
Frequência e Equipamentos de Medição.
São aspectos importantes sobre o ruído que devemos levar em 
consideração nos estudos de riscos em ambiente ocupacional são a 
intensidade, potência, pressão nível sonoro. 
O ouvido humano é sensível às diferentes faixas de intensidade, 
potência e pressão. No âmbito da higiene ocupacional conhecer esses 
conceitos e suas implicações permite que possamos preservar o 
trabalhador a exposição ao risco relacionado ao som. Para entendemos 
esses conceitos, precisamos antes de qualquer coisa saber que o ouvido 
humano possui uma faixa de audibilidade.
A faixa de audibilidade é a representação do limite da audição 
humana, ela apresenta os limites máximos e mínimos de frequência e/ou 
pressão a qual nosso ouvido é capaz de captar ou suportar. 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais28
IMPORTANTE
Para que um som seja captado pelo ouvido humano é 
necessário que esses esteja em uma frequência situada 
entre 20 Hz e 20000. Destaca-se que o ser humano 
diferente do que acontece com outros animaissão mais 
sensíveis a sons situados em uma frequência entre 1000 
Hz e 4000 Hz.
Outro fator importante que devemos considerar para efeito de 
análises relacionadas à saúde do trabalhador é a pressão que o som 
gera no ouvido humano. Isso porque os limites relacionam-se com as 
consequências da exposição do trabalhador a sons frequentes. A pressão 
sonora acima de 200 N/m2 (N/m² = Pascal) o trabalhador passa a sofrer 
danos ao sistema auditivo, como perda da audição. A esse respeito, 
Peixoto e Ferreira (2012, p.26-27) assevera:
O limiar de audibilidade humana corresponde a pressão de 2 
× 10-5 N/m² (20 micropascals (μPa)) e acima desse valor tudo 
que percebemos é na forma sonora. O limiar da dor, ou seja, a 
pressão sonora em que uma pessoa exposta começa a sentir 
dor no ouvido corresponde à pressão de 20 N/m2 (N/m² = 
Pascal).
Agora que entendemos o que é faixa de audibilidade, vamos 
agora aprofundar na compreensão da intensidade, pressão e frequência. 
De forma objetiva a figura 6 apresenta do que se trata cada um desses 
aspectos.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 29
Figura 6 –Aspectos fundamentais para medição e análise de ruídos. 
Fonte: Adaptado de HEINTZE et al (2017, p. 3). 
No que tange ao nível de intensidade sonora, esse remete a 
quantidade de energia contida no movimento de vibração da onda sonora, 
sendo assim traduzido pela amplitude de a vibração. Para efeitos da 
saúde do trabalhador o que devemos ter em mente é que quanto maior 
a intensidade do som, maior a amplitude da onda, maior a pressão que a 
onda sonora exerce no ar e como consequência maior será a vibração nos 
nossos tímpanos. 
A intensidade de uma onda sonora ou do som (I) portanto se dá em 
relação a potência da fonte sonora (P) e a área de superfície que recebe 
essa onda (A). A unidade de medida da intensidade de uma onda sonora 
é o W/m2 (watts por metro quadrado). Assim temos a seguinte equação 5 
para cálculo de uma onda sonora. No quadro 3 resumimos como avaliar 
a intensidade do som (I) em relação aos limites de audibilidade humana.
Equação 3: Intensidade de uma onda. 
Fonte: Peixoto e Ferreira (2012, p.28)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais30
Quadro 5 – A intensidade do som e sua relação com a audição humana. 
A intensidade do som (I) está relacionada com a energia 
transportada pela onda sonora. O nível de intensidade sonora é um 
valor obtido por comparação com um som de referência. O ouvido 
humano responde a uma faixa de intensidades que se estende desde 
um valor I0 (10-16 W/cm² – limiar da audição). O som mais forte, sem 
causar danos no ouvido humano (limiar da dor), varia na ordem de 10-5 
W/cm² (110 dB) a 10-2 W/cm² (140 dB), dependendo da frequência do 
som conforme demonstra a figura abaixo.
A figura acima apresenta a relação entre decibéis e potência 
sonora. Nesse contexto, experiências demonstram que o ouvido 
humano obedece a Lei de Weber-Fechner, de estímulo/sensação, 
ou seja, as sensações como cor, som, odor, dor, etc., variam como o 
logaritmo dos estímulos que as produzem, ou seja, conforme
aumentamos a intensidade sonora o nosso ouvido fica cada vez 
menos sensível,isto e, precisamos aumentar a intensidade de maneira 
exponencial para que o ouvido “sinta” o som de maneira linear. O valor 
10-16 W/cm2 e definido como intensidade sonora de referência e 
chamada de 0 bel. A sonoridade de 1 bel, ou 10 decibel, corresponde 
a um som 10 vezes mais intenso ao som de 0 bel. Sendo assim, 10 dB 
correspondem a uma intensidade de 10-15 W/cm2.
Se fosse adotada uma escala linear de intensidade sonora, 
teríamos que dizer, por exemplo, que um ruído de 80 dB e 100 milhões 
de vezes (108) mais intenso que o menor som audível.
Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p.28)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 31
Quanto a pressão sonora essa consiste na a variação média (RMS – 
Root Mean Square) de pressão do som em relação à pressão atmosférica. 
Essa é medida em Pascais (Pa) ou Newtons por metro quadrado (N/m2). 
Depende do meio, do isolamento e da distância à fonte (1 Pa = 1 N/m2). 
O nível de pressão sonora é uma medida em logaritmos que indica 
a pressão sonora efetiva de um som em relação ao valor de referência. 
Ele é medido em decibels (dB) acima de um nível de referência padrão. 
Para se medir ruído considerado a pressão sonora são utilizados os 
equipamentos denominados de medidores de nível de pressão sonora 
ou sonômetros, conhecidos popularmente como decibelímetros, a figura 
7 ilustra esse tipo de medidores. Os decibelímetros são classificados em 
três tipos, conforme apresenta o quadro 6.
Figura 7 – Medidor de nível de pressão sonora integrador com filtro para bandas de 
frequência e dosímetro de ruído. 
Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 71) 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais32
Quadro 6 – Classificação dos medidores sonoros. 
TIPO CARACTERÍSTICAS
Medidor de nível sonoro não 
integrador
(not integrating sound level 
meter)
Medem simplesmente o nível de ruído 
em dado momento e são utilizados ape-
nas para determinar se mais avaliações 
serão necessárias. Suficiente só para ava-
liações com níveis de ruído contínuo. É 
um medidor de pressão sonora simples, 
mede o ruído de forma pontual, sem le-
var em consideração o tempo efetivo de 
exposição à fonte.
Medidor integrador de nível 
de som
(integrating averaging sound 
level meter)
Acumula a energia total do som ao longo 
de um período de medição e calcula uma 
média (nível equivalente). São equipa-
mentos mais completos e indicados para 
avaliação do ruído ocupacional.
Medidor integrador de nível 
de som de uso
pessoal (personal integrating 
averaging
sound level meter)
Medidor de nível de som que pode ser 
afixado na zona auditiva do trabalhador 
durante o período de medição que acu-
mula a energia total do som e calcula 
uma média (nível equivalente) e a dose. 
São conhecidos como dosímetros de ruí-
do. São os mais adequados para avalia-
ção da exposição pessoal ao ruído.
Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p.69-70)
VOCÊ SABIA?
Ao se medir o ruído deve-se considerar os seguintes 
fatores que podem influenciar na leitura: a distância entre 
o medidor e a fonte do som, a direção da fonte de ruído 
em relação ao medidor e se a medição é feita ao ar livre ou 
dentro de um ambiente. A não observação desses fatores 
pode conduzir o profissional de segurança do trabalho ou 
higiene ocupacional efetuar uma medição não precisa.
Uma vez efetua a medição do ruído é necessário analisá-lo, para 
isso precisamos conhecer os principais parâmetros de avaliação do ruído 
ocupacional, os quais vamos conhecer no tópico seguinte.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 33
Parâmetros de Avaliação do Ruído 
Ocupacional -Limites de Tolerância e 
Legislação (Normatização)
Agora que já aprendemos como o ruído se apresenta e como o 
mesmo pode ser medido, chegou a hora de conhecermos os principais 
parâmetros de avaliação desses. Alguns ao longo dos seus estudos já 
foram mencionadas (limite de tolerância e dose), contudo agora vamos 
aprofundar e ampliar esse conhecimento. Aqui vamos definir os seguintes 
parâmetros de avaliação do ruído ocupacional, pautados na normatização 
e legislação de regulamentação: Limite de tolerância, dose de ruído, nível 
de critério, fator duplicativo e nível equivalente de ruído. A priori vamos 
destacar o limite de tolerância. 
DEFINIÇÃO
O limite de tolerância é o que se acredita ser o nível máximo 
de ruído o qual o trabalhador pode ser exposto durante um 
determinado período de modo a não acarretar danos à sua 
saúde.
Em linhas gerais o limite de tolerância leva em consideração portanto 
o tempo de exposição do trabalhador em uma relação inversamente 
proporcional: quanto maior o nível de exposição, menor deve ser o nível 
de pressão sonora permitido a fim de evitar danos à saúde do trabalhador. 
No Brasil, a regrageral do limite de tolerância estabelece que para oito 
horas de trabalho diárias a pressão sonora deve ser mantida no máximo 
em 85 dB(A), correspondendo a uma dose de 100 %. A NR 15, estabelece 
mais especificações. O quadro 7 mostra os valores referentes à exposição 
permissível aos ruídos, dispostos no Anexo I da NR 15 – Atividade e 
Operações Insalubres (BRASIL, 2015).
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais34
Quadro 7 – Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente. 
TEMPO MÁXIMO DE EXPOSI-
ÇÃO DIÁRIA AO RUÍDO Nível de Ruído em dB(A)
8 horas 85
7 horas 86
6 horas 87
5 horas 88
4 horas e 30 minutos 89
4 horas 90
3 horas 92
2 horas e 40 minutos 93
2 horas e 15 minutos 94
2 horas 95
1 hora e 45 minutos 96
1 hora e 15 minutos 98
1 hora 100
45 minutos 102
35 minutos 104
30 minutos 105
25 minutos 106
20 minutos 108
15 minutos 110
10 minutos 112
8 minutos 114
7 minutos 115
Fonte: Brasil (2015)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 35
Como foi citado no início desse tópico o limite de tolerância não é o 
único parâmetro de avaliação do ruído. Para facilitar nosso entendimento 
o quadro 8 apresenta de forma sintetizada os demais parâmetros que 
precisamos conhecer.
Quadro 8 – Parâmetros de avaliação de ruído. 
PARÂMETRO DEFINIÇÃO OBSERVAÇÕES IMPORTANTES 
Dose de 
ruído
Quantidade 
da exposição 
ao ruído, em 
percentual, que 
o trabalhador
foi exposto em 
função do nível 
de pressão 
sonora e do 
tempo. 
A dose é o valor em % de um nível 
equivalente em dB.
Uma dose de 100 % corresponde ao 
valor máximo que um trabalhador 
pode ficar exposto, ao qual
se acredita que não produzirá danos 
auditivos.
Equação para cálculo:
Onde: Dose = dose de ruído da 
exposição em decimais (para 
transformar em % basta multiplicar 
por 100); Cn = tempo de exposição a 
determinado nível de pressão sonora; 
Tn = tempo máximo de exposição a 
esse mesmo nível de pressão
sonora, normalizado segundo a NR15 
ou NHO 01.
Nível de 
critério 
(Criterion 
Level – CL)
Exposição 
máxima ao 
ruído permitida 
para a jornada 
de oito horas 
diárias.
O nível de critério estabelecido pela 
NR 15 e NHO 01 é de 85 dB(A) para 
uma exposição de oito horas.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais36
Fator 
duplicativo 
de dose ou 
incremento
de dose 
(Exchange 
Rate – ER)
É o valor 
que, quando 
acrescido a um 
determinado 
nível de ruído, 
mantido o 
tempo de 
exposição,
implica na 
duplicação 
da dose de 
exposição ou a 
redução pela 
metade do 
tempo máximo 
permitido.
O fator duplicativo de dose pela NR 
15 é de 5 dB(A) e para a NHO 01(2001) 
é de
3 dB(A).
Nível equiva-
lente
Nível de pres-
são sonora 
constante que 
tem a mesma 
energia acús-
tica de um 
ruído que varia 
no tempo. O 
valor equiva-
lente (médio) é 
aquele utilizado 
para fins de 
comparação 
com os limites 
de tolerância 
legalmente 
estabelecidos 
para o ruído.
Nível equivalente (Level Equivalent 
– Leq): Nível de pressão sonora 
contínuo equivalente durante um 
período de tempo t, em dB. O Leq é 
um valor único que contém a mesma 
energia de som, com o som variando 
no tempo, ou seja, é o valor único que 
representaria o mesmo dano auditivo 
produzido por um som variável ao 
longo de determinado período. O 
termo Leq tem o mesmo significado 
que Lavg, só que o Leq é assim 
apresentado quando utilizado o fator 
duplicativo de dose igual a 3 dB.
Nível médio (Level Average – Lavg):
Nível de pressão sonora contínuo 
equivalente durante um período de 
tempo
t, em dB. O Lavg é um valor único que 
contém a mesma energia de som, com 
o som variando no tempo, ou seja, é o 
valor único que representaria o mesmo 
dano auditivo produzido por um som 
variável ao longo de determinado 
período. O termo Lavg tem o mesmo 
significado que Leq, só que o Lavg é 
assim apresentado quando utilizado o 
fator duplicativo de dose igual a 5 dB.
Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p.81-87)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 37
SAIBA MAIS
Para conhecer mais sobre a normatização e legislação 
relacionada a avaliação de ruído ocupacional consulte a Nr 
15 disponível em https://bit.ly/2QgMdpz.
RESUMINDO
Ufa! Quantas informações, concorda? Se você chegou 
até aqui pode concluir que avaliar o ruído em ambiente 
ocupacional não é uma atribuição simples da higiene 
ocupacional. Vimos nesse capítulo conceitos importantes 
e informações relevantes que irão norteá-lo nesse sentido. 
Para garantimos que você não esqueça, vamos fazer um 
breve resumo. Nesse capítulo você adquiriu conhecimento 
básico para ser capaz de avaliar o ruído ocupacional a partir 
de limites de tolerância e da legislação aplicável. Nesse 
sentido aprendeu que ruído é som caracterizado por muitas 
amplitudes e frequências simultâneas de maneira não 
harmônica, sendo ele classifica em: contínuo, intermitente 
e de impacto. Para tanto, os ruídos são estudados dentro 
da faixa de audibilidade, que é a representação do limite 
da audição humana (ela apresenta os limites máximos e 
mínimos de frequência e/ou pressão a qual nosso ouvido 
é capaz de captar ou suportar). Dentro dessa faixa, os 
ruídos são mensurados e analisados considerando os 
seguintes aspectos: intensidade, pressão e frequência. O 
monitoramento desses aspectos tem por objetivo ações 
de prevenção a danos na saúde do trabalhador. Aqui você 
aprendeu que o monitoramento desses aspectos tem por 
objetivo a prevenção de danos à saúde do trabalhador. 
Assim sendo, os equipamentos utilizados para medição 
de ruído são os medidores de nível de pressão sonora, 
que uma vez auferidas medições os ruídos devem ser 
avaliados a partir de parâmetros cuja especificidades são 
regulamentadas na Nr 15 e NHO 01.
https://bit.ly/2QgMdpz
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais38
Exposição a Temperatura no Ambiente 
Ocupacional
INTRODUÇÃO
Ao término deste capítulo você será capaz de avaliar a 
exposição do trabalhador no ambiente ocupacional e 
conhecer os limites de tolerância ao calor e frio. Aqui você 
vai adquirir conhecimento de como o corpo humano reage 
a temperatura, bem como as consequências de uma 
exposição contínua ao calor ou frio. Esse conhecimento é 
primordial para que você ao avaliar ambientes ocupacionais 
que lidam com temperaturas extremas possa estabelecer 
medidas preventivas e de controle que protejam a saúde 
do trabalhador no contexto avaliado. E então? Pronto para 
desenvolver esta habilidade? Então vamos lá. Avante!
Exposição a Temperaturas Extremas: 
Noções Básicas
Assim como o ruído, a temperatura é um agente de risco 
ocupacional físico que uma vez presente de forma extrema no ambiente 
ocupacional, requer cuidados e atenção a limites de tolerância. Aqui 
quando nos referimos a temperaturas extremas estamos falando da 
exposição do trabalhador ao calor e ao frio. Para um pouco, pense e liste as 
atividades laborais e profissões que você conhece cujo o trabalhador lida 
constantemente com temperaturas altas e/ou baixas. Listou? Não é difícil 
né. Então vamos refletir mais, você é capaz de listar alguns danos à saúde 
que esses profissionais podem sofrer por trabalharem em condições de 
temperaturas extremas? Agora ficou mais difícil listar acredito. 
Pois bem é sobre isso que vamos conversar ao longo desse capítulo. 
Porém antes de qualquer coisa, precisamos deixar claro no contexto da 
higiene ocupacional o que temperatura e como essa se relaciona com o 
corpo humano. Em linhas gerais, se buscamos no dicionário o significado 
da palavra temperatura vamos encontrar algo em torno da seguinte 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 39
definição dada pelo o Dicionário online de Português (DICIO, 2009-2020 
a):
Intensidade ou quantidade de calor ou frio observada 
num ambiente. [...] Grau de calor presente na atmosfera: 
o Rio de Janeiro ultrapassou a temperatura de 37 graus. 
[...] grandeza que descreve os fenômenos relacionados 
com a sensação de frio oude calor.
Inicialmente recorremos a uma definição do dicionário para entender 
qual a essência do conceito de temperatura, ou seja, o que primeiro vem 
a mente das pessoas quando questionamos sobre o que é temperatura. 
Sendo assim, a definição nos mostra que temperatura remete ao grau de 
calor ou frio observado em um ambiente. 
Nesse sentido, esse significado é o básico, então vamos recorrer 
a uma definição mais complexa de temperatura. No campo da física 
como ciência, a temperatura pode ser considerada a medida do grau de 
agitação das partículas que constituem um corpo. É uma grandeza física 
proporcionalmente relacionada a energia cinética média destas partículas. 
NOTA
Energia cinética é a energia associada ao movimento de 
um corpo, neste sentido, quanto maior for esta energia 
para partículas que constituem um corpo maior será a sua 
temperatura.
Bem buscarmos analisar o conceito da física de temperatura a luz 
da higiene ocupacional podemos então entender que temperatura é o 
resultado da agitação das partículas presentes em um ambiente laboral; 
bem como a influência desse no corpo humano. 
Assim sendo, podemos tratamos da higiene ocupacional de 
como a temperatura do ambiente influencia na temperatura do corpo 
humano. Salientamos que o corpo humano é dotado de um mecanismo 
de termorregulação tem como objetivo impedir grandes variações na 
temperatura interna do corpo de maneira que os sistemas vitais possam 
operar de modo adequado. 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais40
DEFINIÇÃO
Termorregulação para higiene ocupacional é a forma com 
que o organismo humano gerencia e controla a temperatura 
interna do corpo entre a mudanças de temperatura externas. 
Para o homem manter as funções de seu metabolismo 
agindo normalmente ele necessita que a temperatura interna 
seja constante e o seu sistema termorregulador mantém a 
temperatura central próxima de 37ºC.
Então o primeiro passo para entendermos o risco que incorre um 
trabalhador exposto ao ambiente de temperaturas extremas é entender 
como funciona o sistema termorregulador humano. A figura 8 apresenta 
um modelo que explica o funcionamento do sistema termorregulador 
humano.
Figura 8 – O modelo de termorregulação. 
 
Fonte: Braz (2005, p. 12)
A figura 8 mostra que o “ator principal” desse sistema é cérebro, 
mais precisamente o hipotálamo. A respeito da sua função elucida Peixoto 
e Ferreira (2012, p.159):
O hipotálamo está preparado a todo instante para receber 
impulsos elétricos, originados de células existentes na pele 
que apresentam sensibilidade a perda e ao ganho de calor, 
assim como dos músculos e de outras partes do organismo, 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 41
e manda através dos nervos comandos que acionam 
mecanismos de compensação, como a vasoconstrição e 
vasodilatação e a sudação (sudorese), que interferem nas 
trocas térmicas do corpo com o ambiente de forma a manter 
a temperatura interna. 
SAIBA MAIS
Para compreender melhor a fisiologia da termorregulação 
no corpo humano leia o artigo de Braz (2005) intitulado 
“Fisiologia da termorregulação normal” disponível em: 
https://bit.ly/322Xi2H
Entendeu direitinho como nosso corpo regula a temperatura 
interna? Se a temperatura externa aumenta, sentimos calor uma reação 
comum do nosso corpo é a produção suor para manter a temperatura 
interna. Mas se sentimos frio, você sabe o que acontece. Bem, nas 
condições de frio nosso corpo contrai os vasos sanguíneos para evitar a 
perda de calor interno, quanto esse mecanismo não é suficiente, o corpo 
como uma tentativa de produzir calor interno, a inicia o tremor muscular 
para aumentar o seu metabolismo.
Bem, e o que acontece quando o sistema termorregulador não é 
suficiente para manter a temperatura interna necessária ante a exposição 
do corpo a temperaturas extremas de calor ou frio? 
A resposta é simples o corpo humano passa a 
sofrer danos. A quadro 9 apresenta alguns danos 
causados a saúde do trabalhador quando esse é 
exposto a condições extremas de calor ou frio e 
seu sistema termorregulador não é suficiente para 
manter a temperatura interna do corpo.
https://bit.ly/322Xi2H
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais42
Quadro 9 – Possíveis efeitos da exposição do trabalhador a temperaturas extremas acima 
dos limites toleráveis 
CONDIÇÕES DE 
EXPOSIÇÃO
DANOS/
REAÇÕES DO 
ORGANISMO
CAUSAS OU IMPLICAÇÕES
Altas 
temperaturas/
Calor extremo
Câimbras
Contrações e espasmos nos músculos que 
devido a sudorese ocorre a diminuição de 
cloreto o sódio (NaCl) do organismo.
Exaustão do 
calor
Vasodilatação como reação do organismo 
em altas temperaturas, acompanhada por 
baixa pressão arterial com perda de sais e 
de água sendo insuficiente o suprimento 
de sangue enviado ao cérebro, apresenta 
como sintomas sinais de fraqueza, mal-estar 
e tontura.
Desidratação
Age diminuindo o volume de sangue, 
causando a exaustão
 Choque 
térmico
Causado quando temperatura do núcleo 
do corpo atinge valores que podem 
comprometer a vida do trabalhador, 
afetando a vitalidade dos tecidos e órgãos.
Baixas 
temperaturas, 
temperaturas/
frio extremo
Hipotermia
Ocorre quando a temperatura do núcleo 
do corpo atinge valores abaixo de 35°C, 
fazendo com que o organismo seja incapaz 
de repor a perda de calor para o ambiente
Queimadura por 
frio 
Exposição prolongada ao frio úmido pode 
gerar na pele um inchaço acompanhado 
de uma tonalidade avermelhada com 
aquecimento local podendo ter formigamento 
e adormecimento, com localização da lesão 
no dorso dos pés e das mãos.
Pés-de-
trincheira ou 
pés-de-imersão
Exposição por muito tempo a água fria, 
afetando os pés, apresenta 3 (três) estágios: 
o primeiro é o isquêmico, área lesionada se 
apresenta inchada, adormecida, branca e fria, 
o segundo é o hiperêmico, a lesão apresenta 
vesículas e ulcerações e o terceiro estágio, 
é o pós-hiperêmico com dormência, prurido, 
pele com tonalidade cinza ou escura.
Frosbite 
(congelação),
Congelamento de caráter irreversível dos 
tecidos de áreas periférica (tais como: 
nariz, dedos, orelhas, etc.) com vesículas 
profundas e hemorrágicas e formação de 
necrose, podendo causar gangrena seca 
com posterior auto-amputação.
Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p.169-166)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 43
Diante dos danos que o trabalhador pode sofrer ao ser exposto 
temperaturas extremas, o profissional de higiene ocupacional deve 
entender que esses danos acontecem apenas em condições de 
sobrecarga térmica. Nesse sentido, para evitar essa descarga deve-se 
monitorar e controlar os fatores que influenciam nos mecanismos de 
trocas térmicas entre o corpo humano e o ambiente que este se encontra. 
Esses fatores são apresentados a seguir
 Fatores que Influenciam nos Mecanismos 
de Trocas Térmicas
Quando vamos avaliar o ambiente ocupacional com foco na 
temperatura devemos averiguar os fatores que influenciam de trocas 
térmicas entre o corpo humano e o ambiente que este se encontra, são 
eles: temperatura do ar, umidade relativa do ar, velocidade do ar, calor 
radiante e tipo de atividade. A figura 9 apresenta objetivamente como 
cada fator influencia na troca térmica.
Figura 9 – Fatores que influenciam nos mecanismos de trocas térmicas no ambiente 
ocupacional. 
 
Fonte: elaborado pelo autor a partir de Peixoto e Ferreira (2012, p.166-172)
Temperatura do ar: Mostra a influência da troca de calor do corpo humano 
com o ambiente.
Temperatura do ar maior do que a temperatura da pele., tem-se indicação de 
que existe um ganho de calor do organismo.
Umidade relativa do ar: De acordo com o valor da umidade relativa, a perda 
de calor por evaporação poderá ser maior ou menor.
Quanto maior a umidade, maior o corpo absorve o calor.
Velocidade do ar: Responsável por aumentar a troca térmica entre o corpo e o 
meio ambiente, por condução/ convecção.
Calor radiante: É a energia emitidapelos corpos aquecidos procedente de 
fontes de radiação infravermelha.
Quanto maior o calor radiante no ambiente maior a exposição do trabalhador 
a altas temperaturas.
Tipo de atividade: Quanto mais metabólica dor a atividade do trabalhador, 
maior a temperatura do corpo.
A classificação da atividade do trabalhador pode ser feita medindo a taxa 
metabólica do trabalhado enquanto realiza um trabalho, através do consumo 
de ar, geração de dióxido de carbono e o número de batimentos cardíacos.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais44
Avaliação da Exposição Ocupacional ao 
Calor e Frio: Limites de Tolerância 
Agora que já sabemos como o organismo humano reage quando 
exposto a temperaturas extremas, é necessário para evitar danos a saúde 
do trabalhador avaliar no ambiente ocupacional a exposição deste ao 
calor e frio extremos. Nesse sentido, nesse tópico vamos abordar os 
parâmetros de avaliação do calor e frio no ambiente ocupacional. O foco 
é conhecer os parâmetros que segundo as legislações brasileiras buscam 
prevenir riscos ocupacionais oriundos da exposição do trabalhador a 
temperaturas extremas.
Esses parâmetros se encontram bem definidos e detalhados na 
Norma Regulamentadora nº 15 – Atividades e Operações Insalubres e na 
Norma de Higiene Ocupacional 06 (NHO 06). Para facilitar à organização 
em nossa mente das informações vamos estudar os parâmetros por 
norma, destacando as diretrizes dispostas em cada uma dessas.
VOCÊ SABIA?
O grau considerado de insalubridade ao trabalhador 
exposto ao calor é médio e adicional de 20 % (NR 15, 1978).
Aqui vamos tratar da Norma de Higiene Ocupacional 06 (NHO 06). 
A NHO 06 é a referência técnica básica que o profissional de higiene 
ocupacional ou de segurança do trabalho deve consultar quando busca 
avaliar temperatura no ambiente ocupacional. Essa norma apresenta em 
sua composição definições básicas de termos técnicos empregados 
na avaliação de calor e a apresenta limites de tolerância a exposição 
ocupacional. De forma objetiva, o quadro 10 resume os principais termos 
e suas respectivas definições relacionados a avaliação de calor no 
ambiente ocupacional conforme o disposto na NHO 06 (2001). E o quadro 
11 apresenta segundo a norma os limites de tolerância a exposição ao 
calor. 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 45
Quadro 10 – Definições de termos que são usados em procedimentos de avaliação do 
calor, coletados e adaptados da NHO 06 (2001).
TERMO DEFINIÇÃO
Ciclo de 
exposição
Conjunto de situações ao qual o trabalhador é 
submetido, conjugado as atividades físicas por ele 
desenvolvidas, em sequência definida, e que se 
repete de forma contínua no decorrer da jornada de 
trabalho.
Situação térmica
Refere a cada parte do ciclo de exposição onde as 
condições do ambiente que interferem na carga 
térmica a qual o trabalhador está exposto podem 
ser consideradas estáveis.
Índice de 
Bulbo Úmido e 
Termômetro de 
Globo (IBUTG)
Índice de sobrecarga térmica obtido por uma 
equação matemática.
Índice de 
Bulbo Úmido 
e Termômetro 
de Globo Médio 
(IBUTG
Média ponderada no tempo dos diversos valores 
de IBUTG, obtidas em um intervalo de tempo de 60 
minutos.
Ponto de medição
Ponto físico escolhido para o posicionamento do 
dispositivo de medição onde serão obtidas as 
leituras representativas da situação térmica objeto 
de avaliação.
Grupo 
homogêneo de 
exposição
Grupo de trabalhadores que experimentam uma 
exposição semelhante, tanto do ponto de vista das 
condições ambientais como das atividades físicas 
desenvolvidas, de modo que o resultado fornecido 
pela avaliação da exposição de parte do grupo
Seja representativo da exposição de todos os 
trabalhadores que compõe o mesmo grupo.
Taxa metabólica 
média
Média ponderada no tempo das taxas metabólicas, 
obtidas em um intervalo de tempo de 60 minutos 
corridos.
Limite de 
exposição (limite 
de tolerância)
Valor máximo de IBUTG, relacionado a taxa 
metabólica média que representa as condições 
sob as quais se acredita que a maioria dos 
trabalhadores possa estar exposta, repetidamente, 
durante toda a sua vida de trabalho, sem sofrer 
efeitos adversos a saúde.
Fonte: elaborado a partir de Peixoto e Ferreira (2012, p.176-180)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais46
Quadro 11 – Limite de exposição ocupacional. 
LIMITE DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO CALOR
M (kcal/h) IBUTG MAX (IBUTGMÁXIMO ADMISSÍVEL) (°C)
125 32,0
128 31,9
132 31,8
136 31,7
139 31,6
Fonte: Peixoto e Ferreira (2012, p.180)
Em relação avaliação da exposição ocupacional ao frio, essa 
exposição é comum em profissões cujas as atividades são desempenhadas 
em ambientes refrigerados como: câmaras frias, câmaras frigoríficas 
e processos industriais que envolvam a fabricação de gelos. Esse tipo 
de exposição é regulamentado pela NR 15. Destaca-se nessa norma a 
seguinte diretriz:
As atividades ou operações executadas no interior de câmaras 
frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares, 
que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção 
adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de 
laudo de inspeção realizada no local de trabalho. (BRASIL,1978). 
Na legislação brasileira além dessa norma encontramos a respeito 
da exposição ao frio apenas uma referência Art. 253 da CLT, que diz 
respeito a jornada de trabalho:
Para os empregados que trabalham no interior das câmaras 
frigoríficas e para os que movimentam mercadorias do 
ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois 
de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, 
será assegurado um período de 20 (vinte) minutos de repouso, 
computado esse intervalo como de trabalho efetivo. (CLT, 1945).
Contudo, tanto a NR 15 e o Art. 253 da CLT não detalham de 
forma precisa como avaliar o risco que incorre um trabalhador em um 
ambiente de frio extremo, e como virmos no início desse capítulo esse 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 47
tipo de exposição pode gerar sérios danos à saúde do trabalhador. Nesse 
sentido, para se obter uma avaliação mais detalhada podemos recorrer a 
um parâmetro denominado de Temperatura Equivalente de Resfriamento 
(TER). A esse respeito esclarece Peixoto e Ferreira (2012, p.195):
Uma avaliação sobre frio ocupacional pode ser feita com base 
na Temperatura Equivalente de Resfriamento (TER), parâmetro 
disponibilizado como uma tolerância pela ACGIH que estima 
uma temperatura na qual tem a combinação da velocidade 
do ar e da temperatura de bulbo seco, fornecendo como 
resultado um valor semelhante ao resfriamento provocado 
por baixas temperaturas e pela circulação do ar interno. Cada 
TER apresenta um perigo associado. O objetivo dos limites de 
tolerância é impedir que a temperatura interna do corpo caia 
abaixo de 36ºC e prevenir lesões pelo frio nas extremidades 
do corpo.
A figura 10 ilustra cada TER apresenta um perigo associado em 
ambientes ocupacionais em baixas temperaturas.
Figura 10 – Temperatura equivalente de resfriamento. 
Fonte: ACGIH, 2010)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais48
Assim aprendemos então que as bases regulamentadoras na 
legislação brasileira que devem ser usadas para avaliar a exposição do 
trabalhador a temperaturas extremas são a Norma Regulamentadora nº 
15 – Atividades e Operações Insalubres; Norma de Higiene Ocupacional 
06 (NHO 06) e Art. 253 da CLT.
RESUMINDO
Então, chegamos ao fim de mais um capítulo. Você já 
se sente capaz de avaliar a exposição do trabalhador 
a temperatura e reconhecer os limites de tolerância na 
exposição ao calor e ao frio? Para garantimos uma resposta 
positiva a esse questionamento, vamos recordar o que 
virmos aqui. Nesse capítulo você aprendeu que a exposição 
do trabalhador ao calor ou frio desencadeia uma série de 
reações no organismo humano. Essas reações são nada 
mais nada menos do que o sistema de termorregulação 
no corpo humano trabalhado paramanter a temperatura 
interna do corpo a em torno dos 36ºC ante a variação de 
temperatura externa. Assim sendo, quando o trabalhador 
em seu ambiente ocupacional é exposto a temperaturas 
extremas e o sistema de termorregulação não dá conta de 
manter a temperatura interna o trabalhador poderá sofrer 
danos à saúde como por exemplo: cãibras, desidratação, 
choque térmico, hipotermia, queimadura por frio, etc. 
Diante desse contexto, avaliar a exposição do trabalhador 
a temperaturas extremas requer do profissional de higiene 
ocupacional ou de segurança do trabalho conhecer e 
está atendo aos fatores que influenciam a troca térmica 
do trabalhador com o meio (temperatura do ar, umidade 
relativa do ar, velocidade do ar, calor radiante e tipo de 
atividade) bem como os limites de tolerância e diretrizes 
dispostas na Norma Regulamentadora nº 15 – Atividades e 
Operações Insalubres; Norma de Higiene Ocupacional 06 
(NHO 06) e Art. 253 da CLT.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 49
Exposição a Vibrações no Ambiente 
Ocupacional
INTRODUÇÃO
Ao término deste capítulo você terá entendido como as 
vibrações no ambiente ocupacional impactam na saúde de 
trabalhador e como é possível prevenir e controlar esses 
impactos. Aqui você vai conhecer os tipos de vibrações, 
danos e formas de controle. Esse conhecimento irá 
direcioná-lo em sua prática profissional a definir ações de 
higiene ocupacional voltadas a prevenção de danos à saúde 
do trabalhador no ambiente ocupacional causados pela 
exposição a vibrações acima dos limites de tolerância, além 
dessas ações estarem em consonância com os princípios 
legais e normativos. E então? Pronto para desenvolver esta 
habilidade? Então vamos lá. Avante!
Vibrações: Conceito e Tipos
Para iniciamos o nosso entendimento sobre vibrações vamos fazer 
uma reflexão: Quando falamos em vibração em ambiente ocupacional, 
qual a primeira imagem que vem em sua mente? Pensou? Acredito que a 
sua imagem deve se assemelhar a imagem disposta na figura 11.
Figura 11 – Ilustrado vibração no ambiente de trabalho. 
Fonte: @pixabay
https://pixabay.com/pt/images/search/pessoa%20usando%20serra%20eletrica/
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais50
Se seu pensamento foi algo similar a imagem disposta na figura 
11 você se sabe na prática os efeitos da vibração no contexto da higiene 
ocupacional. Seu pensamento está correto, pois estão sujeitos a esse 
tipo de agente de risco físico as profissões ou ocupações em no seu 
dia-dia operam com equipamentos ou máquinas tais como: furadeiras, 
motosserras, sacadores e marteletes pneumáticos, tratores, escavadeiras, 
entre outras máquinas ou equipamentos similares.
Mas, enfim como podemos conceituar teoricamente o que é 
vibração. No campo da física como ciência, a vibração remete a mecânica. 
A mecânica é o ramo da física que estuda o movimento, portanto para a 
física vibração mecânica é o movimento de uma partícula ou de um corpo 
em torno de uma posição de equilíbrio (BEER, JOHNSTON; CORNWELL, 
2012). 
Mas para higiene ocupacional, qual seria um conceito claro e 
objetivo para esse campo do conhecimento. Uma definição nesse sentido 
é assim colocada por Peixoto e Ferreira (2012, p.195):
Na higiene ocupacional, as vibrações são definidas como 
movimentos oscilatórios de um corpo causado pelo 
desequilíbrio de forças dos componentes rotativos e da 
alternância de movimentos de uma máquina ou equipamento. 
Outra definição, você pode encontrar na Convenção n° 148, 
elaborada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), 
onde está estabelece que as vibrações são compreendidas 
por movimentos oscilatórios que são transmitidos para o 
organismo humano por estruturas sólidas, que são nocivas à 
saúde ou que possa oferecer qualquer outro tipo de perigo.
Analisando as definições acima de vibração podemos definir 
vibração no campo da higiene ocupacional como movimentos oscilatórios 
de estruturas sólidas que transmitidos ao corpo humano podem ocasionar 
danos à saúde do trabalhador. Para tanto, entender vibrações na higiene 
ocupacional é entender como elas afetam o corpo do trabalhador quando 
exposto a essas. E é isso que vamos aprender aqui. 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 51
DEFINIÇÃO
Para higiene ocupacional vibrações são como movimentos 
oscilatórios de estruturas sólidas que transmitidos ao corpo 
humano podem ocasionar danos à saúde do trabalhador.
Para entender como as vibrações afetam o corpo do trabalhador, 
vamos começar conhecendo os tipos de vibrações no contexto 
ocupacional. As vibrações nesse sentido são classificadas conforme 
a parte do corpo a qual o trabalhador é exposto, podendo ser essas 
vibrações de corpo inteiro ou de extremidades. As figuras 11 apresentada 
anteriormente ilustra um exemplo de vibrações de extremidades, já a 
figura 12 a seguir ilustra um exemplo de vibração do corpo inteiro.
Figura 12 – Exemplo de exposição do trabalhador a vibração de corpo inteiro. 
Fonte: @pixabay
As vibrações de corpo inteiro ocorrem, por exemplo quando se 
opera máquinas que trepidam em operação como caminhões, trator, 
escavadeiras, empilhadeiras, etc. Nessas condições todo o corpo humano 
é afetado pela vibração ao entrar em contato com essa por meio de uma 
superfície de suporte desse corpo (pé, costas, nádegas).
https://pixabay.com/pt/images/search/pessoa%20operando%20escavadeira/
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais52
No que tange a vibrações de extremidades, atingem partes 
localizadas do corpo como mãos, pés, etc. Também são denominadas de 
segmentais. A seguir vamos aprender sobre os efeitos dessas vibrações 
e a das vibrações no corpo humano e como elas consistem em um risco 
ocupacional.
Efeitos/Impactos da Vibração no Ambiente 
Ocupacional
Os efeitos e impactos da vibração no ambiente ocupacional como 
virmos na definição de vibração remete aos possíveis danos causados à 
saúde do trabalhador. Nesse sentido, devemos que primeiramente em 
mente que o os riscos relacionados a vibrações dependem de vários 
fatores, dentre esses destacam-se: intensidade, frequência, direção da 
vibração e tempo de exposição. Vejamos na figura 13 objetivamente esses 
fatores. 
Figura 13 – Fatores que influenciam no risco físico relacionado a vibrações. 
INTENSIDADE: Proporção da vibração.
A intensidade da vibração é avaliada na forma de aceleração do 
movimento de oscilação da superfície ou peça com umidades de 
m/s2 ou dB (decibel)
FREQUÊNCIA: Periodicidade com que o trabalhador é exposto a 
vibração.
Número de vibrações por unidade de tempo, na exposição 
periódica a vibração.
DIREÇÃO DA VIBRAÇÃO: Sentido e localização a qual a vibração 
se apresenta.
TEMPO DE EXPOSIÇÃO: Horas, minutos, segundos em que o 
trabalhador está em contato com a vibração.
Fonte: próprio autor 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 53
Se você chegou até aqui já sabe então que as vibrações no ambiente 
ocupacional são classificadas em vibrações de corpo inteiro ou vibrações 
de extremidades. Para cada tipo de vibração temos possíveis danos e 
formas de controle diferenciadas. Para tanto, vamos estudar os efeitos da 
vibração no corpo humano e suas formas de controle por tipo de vibração.
IMPORTANTE
Lembre-se sempre dessa regra: Não existe danos relacionados 
a vibração no ambiente ocupacional se o trabalhador não tiver 
contato físico (corpo ou membro) com uma fonte vibratória 
(máquina, equipamento, etc. em funcionamento). 
A) Vibração de Corpo Inteiro
Quando o trabalhador é exposto a vibrações de corpo inteiro com 
frequência e períodos prolongados de tempo ele corre risco de sofrer 
danos físicos, bem como distúrbios no sistema nervoso. Entre os danos 
físicos podemos destacar: lesões na região espinhal, implicações no 
sistema circulatório, fadiga, tremores frequentes, etc. No que tange a 
distúrbios no sistema nervoso podemos destacar sintomas como insônia 
e dor de cabeça.As vibrações de corpo inteiro podem ser medidas por meio de um 
acelerômetro do tipo triaxial instalado na região em que o corpo está em 
contato com a vibração. A figura 14 ilustra o uso desse tipo de equipamento.
Figura 14 – Equipamentos montados para medição de VCI em motoristas de ônibus do 
Sistema BRT - DF 
Fonte: Silva e Nunes (2016, p. 06)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais54
A medição por meio do acelerômetro do tipo triaxial pode ser feita 
em qualquer um dos eixos de medição, a escolha desse vai depender da 
postura que o trabalhador está no momento em que é exposto a vibração. 
A figura 15 apresenta esses eixos.
Figura 15 – Eixos de medição de vibrações conforme a NHO 9 e ISO 2631 
Fonte: Peixoto e Ferreira (2012, p.205)
Podemos encontrar especificações sobre a mediação e avaliação de 
vibrações do tipo corpo inteiro na norma NH 09 (procedimento técnico para 
verificação preventiva de exposição. Uma vez feita a medição é necessário 
estabelecer ações corretivas em casos que a vibração auferida consiste 
em uma fonte comprovada de risco ocupacional. Dentre essas medidas 
podemos destacar: mudanças no processo ou operações de trabalho; 
assentos antivibratórios; melhorias nas condições e características de 
pisos e pavimentos de circulação (no caso de veículos); manutenção de 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 55
veículos e máquinas, envolvendo suspensão e amortecimento; redução 
do tempo de exposição diária, entre outras alternativas. 
B) Vibração de Extremidades
Quando o trabalhador é exposto a vibrações nas extremidades o 
dano vai depender do membro ou parte do corpo no qual a vibração atua. 
Nas mãos por exemplo, uma doença observada é a doença dos “dedos 
brancos”. Sobre essa doença elucida Peixoto e Ferreira (2012, p.207): 
A doença característica deste tipo de exposição é a doença 
dos “dedos brancos”. Esta doença em seu primeiro estágio, 
começa com sensações de formigamento, sendo até mesmo, 
ignorado pelo trabalhador. Com o passar do tempo, inicia-
se leves branqueamentos nas extremidades dos dedos, por 
curtos períodos. Posteriormente, o branqueamento começa 
se tornar frequente e se prolonga, podendo se estender a 
todo o dedo (a base é atingida). Quando em estágios mais 
avançados e não havendo procura de tratamento médico, o 
branqueamento se reduz havendo ataque isquêmico tornando 
a aparência cinza-escuro, chegando a necrose.
Outros impactos a saúde do trabalhador atrelados a vibrações nas 
extremidades são: formigamentos, entorpecimento, palidez, queimaduras, 
gangrena, entre outras. A figura 16 ilustra a doença dos dedos brancos.
Figura 16 –Doença de Raynaud nas mãos. 
Fonte: Soeiro (2011), p.57)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais56
Esse tipo de vibração faz uso de acelerômetros além de transdutores 
de vibração e outros acessórios complementares. A figura 17 ilustra a 
medição de vibração na mão e no braço, destacando as coordenadas 
para avaliação.
Figura 17 – Sistema de coordenadas para avaliação de vibrações de mãos e braços 
Fonte: Peixoto e Ferreira (2012, p.206)
Podemos encontrar especificações sobre a mediação e avaliação 
de vibrações desse tipo na Norma Regulamentadora n° 15 (Atividades 
e Operações Insalubres), no anexo 8 dessa norma encontramos as 
atividades e operações de trabalho que exponham os trabalhadores a 
vibrações.
Uma vez feita a medição é necessário estabelecer ações corretivas 
dentre essas medidas podemos destacar: modificação de processos e 
rotinas de trabalho, manutenção de ferramentas de uso, substituição 
de ferramentas, redução do tempo de exposição diária, alternância de 
atividades e operações; entre outras alternativas. Por fim, concluímos 
que a exposição do trabalhador no ambiente ocupacional de deve ser 
monitorada e controlada.
TESTANDO
Chegou o momento de testar sua compreensão a respeito 
dos conceitos estudados nessa unidade. Corre lá no banco 
de questões!
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 57
RESUMINDO
Chegamos ao fim dessa unidade, e nesse finalzinho você 
aprendeu como as vibrações no ambiente ocupacional 
impactam na saúde de trabalhador e como é possível 
prevenir e controlar esses impactos. Revisando, virmos que 
para higiene ocupacional vibrações são como movimentos 
oscilatórios de estruturas sólidas que transmitidos ao corpo 
humano podem ocasionar danos à saúde do trabalhador. 
Decorrente dessa definição temos a seguinte regra prática: 
Não existe danos relacionados a vibração no ambiente 
ocupacional se o trabalhador não tiver contato físico 
(corpo ou membro) com uma fonte vibratória (máquina, 
equipamento, etc. em funcionamento). Virmos também 
que as vibrações no ambiente ocupacional podem 
ser basicamente de dois tipos: de corpo inteiro e nas 
extremidades. Por fim conhecemos os impactos a saúde 
do trabalhador e as medidas preventivas ou de controle 
relacionadas a cada um dos tipos de vibrações.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais58
REFERÊNCIAS
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químicas e agentes químicos & Índices Biológicos de Exposição (BEIs®). 
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