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Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-7638-731-2
EcossistEmas BrasilEiros
E GEstão amBiEntal
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lEcossistEmas BrasilEiros
E GEstão amBiEntal
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-3032-3
mauricio FErrEira maGalhãEs
marcia lapa Frasson
sandro mEnEzEs silva
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
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Mauricio Ferreira Magalhães
Marcia Lapa Frasson
Sandro Menezes Silva
Ecossistemas Brasileiros e 
Gestão Ambiental
IESDE Brasil S.A.
Curitiba
2012
Edição revisada
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© 2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor 
dos direitos autorais.
Capa: IESDE Brasil S.A.
Imagem da capa: Shutterstock
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Todos os direitos reservados.
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ 
________________________________________________________________________________
M164p
 
Magalhães, Mauricio Ferreira
 Ecossistemas brasileiros e gestão ambiental / Mauricio Ferreira Magalhães, Marcia 
Lapa Frasson, Sandro Menezes Silva. - 1.ed., rev. - Curitiba, PR : IESDE Brasil, 2012. 
 210p. : 28 cm
 
 Inclui bibliografia
 ISBN 978-85-387-3032-3
 
 1. Ecossistemas - Brasil. 2. Gestão ambiental - Brasil. 3. Meio ambiente - Brasil. I. 
Frasson, Marcia Lapa. II. Silva, Sandro Menezes, 1964-. III. Título. 
12-5928. CDD: 577.0981 
 CDU: 574(81)
17.08.12 27.08.12 038301 
________________________________________________________________________________
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Sumário
Floresta Amazônica I ..........................................................................................................9
Características geográficas .......................................................................................................................9
Características gerais ...............................................................................................................................10
Características biológicas ........................................................................................................................11
Conclusões ...............................................................................................................................................12
Floresta Amazônica II .........................................................................................................17
Aspectos socioeconômicos ......................................................................................................................17
Impactos ambientais ................................................................................................................................19
Conclusões ...............................................................................................................................................21
Floresta Amazônica III .........................................................................................................23
Amazônia Legal .......................................................................................................................................23
Alternativas para sustentabilidade ...........................................................................................................24
Conclusões ...............................................................................................................................................29
Mata Atlântica I ....................................................................................................................31
Características geográficas .......................................................................................................................31
Características gerais ...............................................................................................................................31
Características biológicas ........................................................................................................................33
Conclusões ...............................................................................................................................................36
Mata Atlântica II .................................................................................................................39
Aspectos socioeconômicos ......................................................................................................................39
Impactos ambientais ................................................................................................................................40
Conclusões ...............................................................................................................................................41
Mata Atlântica III ................................................................................................................45
Situação atual ...........................................................................................................................................45
Medidas para reversão do quadro ............................................................................................................46
Programas para a Mata Atlântica .............................................................................................................47
Conclusões ...............................................................................................................................................50
Pantanal I .............................................................................................................................53
Geografia ..................................................................................................................................................53
Conclusão ................................................................................................................................................58
Pantanal II ...........................................................................................................................61
Aspectos socioeconômicos ......................................................................................................................61
Características das populações:o homem pantaneiro ..............................................................................62
Exploração comercial ..............................................................................................................................63
Impactos ambientais ................................................................................................................................64
Pecuária ....................................................................................................................................................64
Agricultura ...............................................................................................................................................64
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Erosão ......................................................................................................................................................65
Ecoturismo ..............................................................................................................................................65Fauna ........................................................................................................................................................65
Rodovia Transpantaneira .........................................................................................................................66
Hidrovia Paraná-Paraguai ........................................................................................................................66
Gasoduto Brasil-Bolívia ..........................................................................................................................67
Pantanal III ...........................................................................................................................69
Introdução ................................................................................................................................................69
Conservação e preservação ......................................................................................................................69
Pantanal: reserva da biosfera ...................................................................................................................70
Unidades de conservação .........................................................................................................................70
Organizações Não Governamentais que atuam no local .........................................................................73
Escolas pantaneiras ..................................................................................................................................74
Conservação da biodiversidade do pantanal ............................................................................................75
Conclusão ................................................................................................................................................75
Caatinga I .............................................................................................................................77
Introdução ................................................................................................................................................77
Características geográficas .......................................................................................................................77
Hidrografia ...............................................................................................................................................78
Características gerais ...............................................................................................................................79
Biodiversidade .........................................................................................................................................79
Conclusão ................................................................................................................................................82
Caatinga II ............................................................................................................................85
Introdução ................................................................................................................................................85
Aspectos socioeconômicos e o êxodo rural .............................................................................................85
Impactos ambientais ................................................................................................................................86
Alternativas de soluções e indústria da seca ............................................................................................87
Unidades de conservação .........................................................................................................................88
Organizações Não Governamentais (ONGs) ...........................................................................................88
Comunidades e sustentabilidade ..............................................................................................................89
Conclusão ...............................................................................................................................................90
Cerrado I ..............................................................................................................................93
Introdução ................................................................................................................................................93
Características geográficas do ecossistema .............................................................................................93
Características gerais: as queimadas naturais .........................................................................................95
Biodiversidade: adaptações vegetais às queimadas .................................................................................96
Tipos de cerrado .......................................................................................................................................96
Flora .........................................................................................................................................................99
Fauna ........................................................................................................................................................100
Conclusão ................................................................................................................................................101
Cerrado II .............................................................................................................................105
Introdução ................................................................................................................................................105
Aspectos socioeconômicos ......................................................................................................................105
Alta produtividade para a lavoura ............................................................................................................106
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Impactos ambientais ................................................................................................................................106
Alternativas de soluções ..........................................................................................................................107
Unidades de conservação do cerrado .......................................................................................................108
Conclusão ................................................................................................................................................111
Oceanos I .............................................................................................................................115
Características geográficas .......................................................................................................................115
Características gerais ...............................................................................................................................115
Biodiversidade / características biológicas ..............................................................................................119
Conclusões ...............................................................................................................................................120
Oceanos II ............................................................................................................................123
Aspectos socioeconômicos ......................................................................................................................123
Impactos ambientais ................................................................................................................................126Manejo e gestão ambiental ......................................................................................................................127
Conclusões ...............................................................................................................................................129
Restingas I ............................................................................................................................131
Características geográficas do bioma .......................................................................................................131
Características gerais ...............................................................................................................................132
Biodiversidade .........................................................................................................................................133
Conclusão ................................................................................................................................................138
Restingas II ..........................................................................................................................141
Aspectos socioeconômicos das restingas .................................................................................................141
Impactos ambientais ................................................................................................................................142
Alternativas sustentáveis e conservação ..................................................................................................145
Conclusão ................................................................................................................................................147
Manguezais I ........................................................................................................................153
Características geográficas .......................................................................................................................153
Características gerais ...............................................................................................................................153
Biodiversidade / características biológicas ..............................................................................................155
Conclusões ...............................................................................................................................................156
Manguezais II .......................................................................................................................159
Aspectos socioeconômicos ......................................................................................................................159
Berçário marinho / importância ecológica ...............................................................................................160
Impactos ambientais ................................................................................................................................161
Sustentabilidade dos manguezais ............................................................................................................161
Conclusão ................................................................................................................................................163
Ambientes de ilhas ...............................................................................................................167
Características geográficas das ilhas ........................................................................................................167
Características gerais das ilhas brasileiras ...............................................................................................169
Biodiversidade .........................................................................................................................................170
Impactos ambientais ................................................................................................................................174
Alternativas sustentáveis .........................................................................................................................176
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Campos sulinos ....................................................................................................................183
Características geográficas .......................................................................................................................183
Características gerais: aspectos físicos, químicos e riquezas do solo ......................................................184
Biodiversidade .........................................................................................................................................184
Aspectos socioeconômicos:pecuária e agricultura ..................................................................................186
Impactos ambientais ................................................................................................................................187
Desmatamentos e queimadas ...................................................................................................................188
Alternativas sustentáveis .........................................................................................................................188
Conclusão ................................................................................................................................................189
Mata dos Cocais ...................................................................................................................193
Características geográficas ......................................................................................................................193
Características gerais ...............................................................................................................................193
Biodiversidade .........................................................................................................................................194
A utilização das palmeiras .......................................................................................................................195
Impactos ambientais ................................................................................................................................199
Conservação e alternativas sustentáveis ..................................................................................................199
Referências ...........................................................................................................................205
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Apresentação
O Brasil é conhecido no cenário conservacionista mundial como um país superlativo: abriga cerca de 13% de todas as espécies conhecidas, tem cerca de 40% da área remanescente de florestas tropicais do planeta – quase toda na Amazônia –, abriga a maior área úmida tro-
pical – o Pantanal –, além de possuir o maior sistema fluvial do mundo, isso tudo somente para citar 
alguns recordes. 
Por esses motivos, ele é considerado um país “megadiverso” e tem um papel fundamental na 
manutenção da biodiversidade em nível global. Soma-se a isto o fato de ser o quinto maior país do 
mundo, o maior entre os países tropicais, com uma população aproximada de 180 milhões de habitan-
tes, distribuída de forma desigual entre as diferentes regiões. A variedade de paisagens e ambientes 
no Brasil é impressionante, e por mais que se tente descrever é difícil ter uma visão detalhada do que 
isto representa.
A Amazônia, com diferentes tipos de florestas condicionadas aos ritmos dos rios da maior bacia 
fluvial do planeta, constitui a maior árearemanescente de florestas tropicais do mundo. Fauna e flora 
altamente diversificadas são marcas registradas do bioma amazônico, no qual espécies, as quais têm 
a distribuição restrita a estes ambientes e muitas ainda nem conhecidas pela Ciência, mesclam-se a 
outras cujas histórias remontam à época em que a região amazônica ainda mantinha contato com o 
grande bloco florestal que hoje representa a Floresta Atlântica.
Saindo da Amazônia e indo em direção à região Nordeste ocorrem grandes áreas de transição, em 
que a Mata dos Cocais, com o babaçu como espécie mais característica, é a formação predominante. A 
origem desta zona com predomínio de palmeiras ainda é discutida, mas é bastante aceito que se trata de 
uma forma de vegetação secundária resultante da degradação da floresta amazônica oriental.
A Mata dos Cocais anuncia o início da área de distribuição da caatinga, uma das maiores zonas 
semiáridas da América do Sul, bioma com ocorrência exclusiva no Brasil. Com grandes variações 
fisionômicas na vegetação, alto grau de endemismos e espécies altamente adaptadas às condições de 
severidade climática, a caatinga guarda uma grande biodiversidade, relativamente ainda pouco co-
nhecida. Estimativas recentes apontam para uma redução de aproximadamente 50% na sua área de 
ocorrência natural, sendo um dos resultados mais drásticos desta degradação a ocorrência de vários 
núcleos de desertificação na região nordeste brasileira. As áreas de transição entre a caatinga e o cer-
rado, outro grande bioma brasileiro, são conhecidas em algumas regiões com o nome de “carrasco”, 
e abrigam espécies tanto de um como de outro bioma. 
O cerrado, segundo bioma em extensão original no Brasil, ocupava cerca de 24% da superfície 
do país, com grande variedade de flora e fauna. Com uma vegetação que varia desde campos limpos 
até florestas desenvolvidas em solos mais úmidos, abriga uma fauna diversificada, atualmente marca-
da por várias espécies sob ameaça de extinção. Considerado como um dos hotspots de biodiversidade 
do planeta, tem no avanço da agropecuária sua principal ameaça. Estima-se que prosseguido o ritmo 
atual de desmatamento no cerrado, em 2030 restarão somente as manchas de cerrado em áreas prote-
gidas sob alguma forma legal, como parques e reservas.
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Outro hotspot localizado em território brasileiro, a Floresta Atlântica, não teve destino diferente 
do cerrado. Os quase 8% que restam atualmente do bioma estão, em sua maior parte, dentro de áreas 
protegidas, e por mais que os esforços de conservação sejam aumentados, grande parte da biodiversi-
dade deste bioma certamente foi perdida sem que sequer tivéssemos conhecido. Boa parte da riqueza 
que faz do Brasil um campeão em biodiversidade está na Floresta Atlântica, com todas as suas varia-
ções de vegetação em seus ecossistemas associados.
Falar da Floresta Atlântica sem lembrar da costa brasileira é praticamente impossível. São quase 
9 mil quilômetros de litoral, com uma variedade imensa de paisagens. São manguezais, restingas, du-
nas, praias, lagoas, recifes de coral, falésias, brejos e costões rochosos, isto sem mencionar as centenas 
de ilhas continentais e oceânicas, que ocorrem ao longo da costa.
O Pantanal, a maior planície inundável do planeta, tem no Brasil sua maior área de ocorrência, 
sendo bastante conhecido internacionalmente por sua diversidade e abundância faunística. Ainda 
relativamente conservado, o Pantanal tem uma relação estreita com o regime de chuvas nas suas 
diferentes regiões de origem, mostrando ciclos hidrológicos que somente nas últimas décadas foram 
compreendidos pelos pesquisadores brasileiros.
No sul do Brasil, as florestas com araucária e os campos dividem espaço na paisagem, já marca-
da por um clima subtropical, frequentemente com geadas e neve. Intensamente explorada no passado, 
a floresta com araucária vive hoje um quadro dramático, pois apesar de sua riqueza e diversidade e 
sua importância na conexão entre as florestas tropicais da encosta atlântica e da bacia do rio Paraná, 
restam menos que 10% de sua área original de ocorrência, boa parte já bastante descaracterizada pela 
ação do homem.
Mostrar um pouco da variação existente entre os biomas brasileiros, aproximar o leitor da bio-
diversidade que faz do país uma referência no cenário conservacionista mundial e, ao mesmo tempo, 
apresentar criticamente as principais ameaças que rondam estes biomas e as consequências da ação 
do homem, são os objetivos principais deste livro. Ao mesmo tempo são apontadas as ações positivas 
que visam frear ou reverter este quadro de degradação ambiental, valorizando aquelas atitudes que 
têm de fato contribuído de forma consistente para um futuro melhor.
Esperamos que você aproveite bem este material e que, na medida em que sua curiosidade 
sobre a natureza brasileira aumentar, você siga nossas dicas de estudo e aprenda como é importante 
conhecer para conservar.
Bons estudos!
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Floresta Amazônica I 
Mauricio Ferreira Magalhães*
N esta aula estudaremos a maior floresta tropical do planeta. Identificare-mos suas características geográficas gerais e sua diversidade biológica, destacando o fato de que a Floresta Amazônica possui tanto a maior bacia 
hidrográfica como também a maior biodiversidade do planeta.
Características geográficas
A Floresta Amazônica sempre encantou a todos devido à sua exuberância e 
a pujança de suas matas. É conhecida como hileia (palavra que significa bosque) 
e classificada como floresta tropical pluvial úmida. Essa classificação se deve a 
alguns fatores.
 Tropical – localizada na região próxima ao equador, com grande estabi-
lidade climática.
 Pluvial – regime de chuvas intensas e regulares durante todo o ano.
 Úmida – grande emissão de água para atmosfera devido à intensa ativi-
dade de sua vegetação.
Quanto aos números, existe uma grande variedade de informações, porém 
o Ministério do Meio Ambiente estima que essa floresta possua uma área, atu-
almente, de quatro milhões de quilômetros quadrados, ocupando nove países da 
América do Sul: Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Guiana Francesa, Peru, Surina-
me e Venezuela. Corresponde a 31% de todas as florestas tropicais do planeta.
O Brasil detém cerca de 3,2 milhões de quilômetros quadrados da Floresta 
Amazônica, o que corresponde a 40% de todo o território nacional distribuída por 
oito estados da federação: Acre, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Pará, Rondô-
nia, Roraima e Tocantins. Este fato só aumenta a responsabilidade do nosso país 
sobre a Floresta.
A pororoca
Representa o fenômeno da entrada de águas oceânicas no leito dos 
rios. Devido à superfície irregular e aos obstáculos encontrados nestes 
rios, formam-se ondas de grande amplitude, características do evento. Este 
fenômeno ocorre em épocas de sizígia, ou seja, momentos em que temos 
marés de lua nova e lua cheia.
 Mes t re em Ges t ão A m-
bient a l e E ducação A m-
bient a l . P rofe ssor t i t u la r 
d a Un ive r s id a de Ca s t e lo 
Br a nco/ R J – d a s d i sc i -
pl i na s de Meio A mbien-
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Ges t ão A mbient a l . Co -
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c ia s Biológ ica s e o Nú-
cleo de Meio A mbient e 
d a mesma u n iver sidade. 
P residente do I n s t i t u to 
A mbient a l Goia ná .
Hileia 
Amazônica 
– O maior 
bosque do 
planeta
9
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Características gerais
O clima
A Floresta Amazônica apresenta um clima quente e úmido, com temperatu-
ras variando entre 20ºC e 32ºC e média anual de 27ºC. Esta estabilidade climática 
é fundamental para a manutenção do seu equilíbrio.
As chuvas
A atividade da mata promove uma constante evapotranspiração1. Devido a 
esse fato, a umidade na região apresentaíndices de 80 a 100%. Como consequên- 
cia temos um regime de chuvas intenso, constante, com 12 trilhões de m3/ano. 
Cerca de 45% deste volume é drenado para o Oceano Atlântico. 
Os índices médios de chuvas giram em torno de 2 200mm/ano, com precipi-
tações diárias de uma hora, conhecidas como aguaceiros. O volume de água pode 
ser bem identificado no maior rio do mundo, o Amazonas, que lança em um só dia 
no Oceano Atlântico o equivalente a um ano do rio Tâmisa (Inglaterra), a 12 dias 
do rio Mississipi (Estados Unidos) e a 5 dias do rio Congo (África). 
1 Fenômeno realizado pe-los vegetais que consiste 
em eliminar, por meio de seus 
estômatos (aberturas existen-
tes nas folhas), parte da água 
absorvida pelas raízes. Como 
consequência temos o inte-
rior das matas com elevada 
umidade.
Floresta Amazônica I
10
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Floresta Amazônica I
O solo
O solo amazônico apresenta uma avançada idade geológica, o que pode 
justificar sua pobreza em nutrientes. Outro fato que identifica essa baixa fertili-
dade é o fato deste solo ser constantemente lavado pelas chuvas, que dissolvem e 
removem a camada de nutrientes do mesmo.
Como explicar a exuberância 
da floresta com um solo tão pobre?
A Floresta Amazônica desenvolve uma intensa reciclagem natural da ma-
téria orgânica superficial, fenômeno denominado turnover2. Esta característica 
permite a formação de uma serrapilheira3 densa que retém grande quantidade 
de água e sais, garantindo assim a manutenção da exuberância da Floresta.
2 Fenômeno ecológico no qual os fungos e bacté-
rias, presentes no solo, pro-
movem a decomposição da 
matéria orgânica, retornando 
à sua forma inorgânica e enri-
quecendo o solo com nutrien-
tes que serão reaproveitados 
pelos vegetais.
3 Camada superficial do solo que abriga restos de 
folhas, galhos, animais mor-
tos, fungos e bactérias, e na 
qual onde ocorre o fenômeno 
do turnover.
O ar
Existe um conceito de que a Floresta Amazônica representaria o “pulmão 
do mundo”. Esta ideia predominou, inclusive em comunidades científicas, durante 
muito tempo, pela densidade da mata amazônica.
Hoje, porém, sabemos que o pulmão do mundo está nos oceanos, devido à 
atividade das algas planctônicas, e que as florestas continentais contribuem ape-
nas com 10% do oxigênio presente na atmosfera.
Mesmo sem ter grande importância na recomposição do oxigênio atmosfé-
rico, a Floresta Amazônica é fundamental para a manutenção do clima planetário. 
Este fato refere-se à grande quantidade de água que a floresta lança na atmosfera, 
e também na barreira geográfica natural para os ventos, o que a caracteriza como 
“condicionador de ar do planeta”.
Características biológicas
Estudos sobre a diversidade biológica da floresta indicam que ela representa 
o ambiente mais pluralizado do planeta. Detém cerca de 20% de toda a variedade 
de espécies do mundo, o que gera interesses internacionais na região.
A flora
A Floresta Amazônica tem suas matas classificadas em três grupos:
1.	 Matas	 de	 terra	 firme	– localizadas em terras altas, estão permanente-
mente livres de inundações. Abrigam as árvores de grande porte (50m de 
altura) com raízes tabulares4 extremamente importantes para sua susten-
tação.
 Ex.: guaraná, castanha-do-pará, maçaranduba, sapucaia.
4 Raízes que se desenvol-vem próximas ao solo 
e que se espalham sobre a 
superfície, com isso apresen-
tam uma grande capacidade 
de sustentação para as árvo-
res de grande porte.
11
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2. Matas de igapó – localizadas em terrenos baixos, permanecem inunda-
das na maior parte do tempo. Sua vegetação apresenta adaptações ao 
alagamento contínuo como caules impregnados por suberina e lignina 
(proteínas que os impermeabilizam).
 Ex.: arbustos, cipós, epífitas, musgos, bromélias, vitórias-régias.
3. Matas de várzea – representam uma espécie de mata de transição entre 
as duas anteriores. Sofrem inundação temporária e dependendo de sua 
localização podem se assemelhar mais com matas de terra firme (regiões 
mais altas) ou com matas de igapó (regiões mais baixas).
 Ex.: cedro, cerejeira, mogno, virola, açaí, seringueira e plantas medici-
nais.
A fauna
A fauna amazônica também é bastante diversificada. Pesquisadores esti-
mam que 70% das espécies de invertebrados presentes nela ainda não foram ca-
talogadas. Segundo dados publicados pela National	Academy	of	Science em um 
único hectare de floresta tropical há mais de 42 mil espécies diferentes de insetos. 
Alguns dados revelam esta extrema diversidade:
 peixes – 1 400 espécies (ex.: pirarucu, pintado);
 anfíbios – 518 espécies;
 répteis – 550 espécies (ex.: jacaré-da-amazônia, jacaré-açu);
 aves – 1 000 espécies (ex.: araçari, mutum-pinina);
 mamíferos – 311 espécies (ex.: guariba, jaguatirica).
Conclusões
Nesta aula apresentamos parte do ecossistema da Floresta Amazônica. Em 
nosso estudo destacamos a sua localização abrangendo nove países da América 
do Sul e oito estados brasileiros. 
Enfatizamos sua importância para a manutenção do clima planetário, a po-
breza do seu solo e a grande quantidade de água que drena para o oceano (12 
trilhões de m3/ano).
Por fim, caracterizamos sua diversidade biológica por exemplares da fauna 
e da flora, bem como sua importância para pesquisas científicas, uma vez que 
ainda desconhecemos a maior parte das espécies ali existentes.
Floresta Amazônica I
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Floresta Amazônica I
Floresta Amazônica: uma comunidade clímax 
(LOPES, 2004)
A Amazônia, que é a maior floresta tropical do mundo e tem sua maior porção em território 
brasileiro, apresenta-se como um ecossistema extremamente complexo e delicado.
Sua incrível diversidade biológica, abrigando cerca de 20% de todas as espécies vivas do 
planeta confere-lhe uma infinidade de inter-relações ecológicas. Todos os elementos – clima, solo, 
fauna e flora – estão tão estreitamente relacionados que não se pode considerar nenhum deles 
como principal. Todos contribuem para a manutenção do equilíbrio, de modo que a ausência de 
qualquer um deles é suficiente para desarranjar o ecossistema.
O que acontece, então, quando se cortam as árvores, arrancam-se ou queimam-se os tron-
cos?
Cortada a vegetação nativa, a fina camada de húmus pode se esgotar em dois ou três anos, 
pois não haverá a reposição de matéria orgânica. Além disso, com a retirada da vegetação nativa, 
as chuvas quase contínuas lavam o solo, retirando e desagregando os poucos nutrientes que o 
compõe.
Pouco a pouco, o solo se tornará nu e cada vez mais arenoso. Não haverá uma sucessão secun-
dária levando ao restabelecimento da mesma comunidade clímax anterior. Dificilmente a região 
se transformaria em um deserto total, pois os ventos alísios, oriundos do oceano são capazes de 
garantir uma umidade necessária para algumas formas de vegetação. Mas de qualquer maneira o 
ecossistema estaria destruído.
1. Faça um levantamento da fauna amazônica, incluindo três variedades de vertebrados.
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2. Justifique o fato do bioma amazônico apresentar tanta disponibilidade de água.
3. Comente os fenômenos do turnover e da evapotranspiração.
Floresta Amazônica I
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Floresta Amazônica I
Sugiro que aprofundem seus estudos navegando pelos sites abaixo que permitirão uma maior 
visualização da Floresta Amazônica:
<www.ambientebrasil.com.br>
<www.amazonia.org.br>
<www.mma.gov.br>
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Floresta Amazônica I
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Floresta Amazônica II 
N esta aula estudaremos de que maneira as tribos indígenas formaram a po-pulação da Amazônia e qual é a situação atual das mesmas. Faremos uma descrição da ocupação da floresta por expedições científicas, a relação do 
homem com a exploração dos recursos, e também identificaremos os impactos 
ambientais decorrentes do contato da atividade humana com esse ambiente.
Aspectos socioeconômicos
As comunidades indígenas representam o povo natural da região amazô-
nica. Estima-se que existiam originalmente 5,6 milhões de habitantes, e que os 
mesmos representavam uma riqueza cultural expressa em 1 300 línguas diferen-
tes. Esses dados revelam o quanto a diversidade cultural acompanha a magnitude 
da floresta.
Identificam-se hoje apenas 170 línguas e habitam a Amazônia Legal aproxi-
madamente 170 mil índios, representando uma significativa redução na população 
nativa da floresta.
Muitos índios morreram em consequência do contato direto ou indireto com 
os europeus e as doenças por eles veiculadas. Doenças consideradas de pouco grau 
de mortalidade atualmente (gripe, sarampo, coqueluche) foram extremamente le-
tais e outras mais graves, como tuberculose e varíola, representaram verdadeiras 
pandemias1 nas comunidades indígenas. Os índios não tinham contato com estes 
antígenos, logo, não possuíam anticorpos capazes de protegê-los.
Alguns povos indígenas conseguiram se isolar e, afastados, ficaram protegi-
dos desse tipo de situação. Outro fator a ser destacado é que conseguiram manter 
suas culturas e tradições preservadas, e sobrevivem até os dias de hoje isolados 
do convívio com a sociedade. 
Relação dos índios com a floresta
Vivendo da caça, pesca, coleta e agricultura sustentável, os índios mantêm 
uma relação de harmonia com a floresta respeitando os seus ciclos e sua capaci-
dade de suporte.
Esta relação equilibrada pode ser evidenciada em alguns exemplos entre o 
meio ambiente e sua cultura, entre eles podemos destacar:
 Rotação de culturas – consiste em respeitar a capacidade de crescimento 
vegetal não esgotando o solo. Quando há a percepção de que a produtivi-
dade está caindo os índios mudam o seu local de colheita, permitindo uma 
recuperação natural do solo e, devido ao fato de ser praticada uma agricul-
tura de subsistência, as áreas exploradas são de pequenas proporções.
A que se deve 
esta redução?
1 Surto de uma doença que se dissemina e ataca um 
elevado número de indivídu-
os numa população ou vários 
povos no planeta.
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 Queimadas	controladas – as queimadas realizadas pelos povos indígenas 
não são sistemáticas, mas sim esporádicas. Este fato permite, inicialmente, 
um aumento da fertilidade do solo, e, devido ao equilíbrio das culturas plan-
tadas, há tempo para a restituição dos micro-organismos decompositores.
 Integração	com	a	fauna	– a caça é fonte de alimento proteico para os 
indígenas, porém ocorre de forma equilibrada e apenas para atender a 
subsistência da população local.
 Flora – os indígenas exploram a flora como fonte de alimento, madeira 
para moradia, armas, fogo, transporte e ervas medicinais.
 Lendas e histórias – passadas de geração a geração.
A origem do guaraná
(BRANCO, 1997)
Um jovem indiozinho da tribo dos Maués é atacado na mata por Jurupa-
ri – um espírito do mal, que, assumindo a forma de uma serpente peçonhenta, 
acaba o envenenando e, infelizmente, o matando. Tupã, o deus supremo, não 
gostando nenhum pouco da situação, vinga-se do mau espírito, regando abun-
dantemente com suas chuvas o túmulo do indiozinho, de onde germina uma 
bela planta benéfica.
Esta tal planta se parece com os grandes e brilhantes olhos da criança 
desaparecida.
Conseguimos perceber que existe uma relação de respeito e harmonia dos 
índios com a Floresta Amazônica. Esta é expressa em cada passagem em cada 
postura e, principalmente, no dia a dia de exploração dos recursos que a floresta 
pode oferecer, ou seja, em perfeita homeostase2.
Ocupação e exploração da floresta
Tudo começou com as expedições científicas dos colonizadores europeus 
motivados pela possibilidade da presença de riquezas minerais, como as encon-
tradas em outros locais na América do Sul. Logo eles perceberam que na Floresta 
Amazônica não havia ouro, nem pedras preciosas disponíveis como em outros 
locais, portanto visualizaram a importância de focalizarem suas ações em pro-
postas científicas de estudos. Muitas expedições ocorreram e estudos nas áreas de 
zoologia e botânica se proliferaram.
Os anos de 1840 foram significativos pela exploração da borracha das se-
ringueiras. Com uma matéria-prima de ótima qualidade poderiam confeccionar 
diversos objetos (bolas, capas, mangueiras, impermeabilizantes, entre outros).
Em tempos mais modernos, especificamente no século XX, o governo bra-
sileiro estimulou a ocupação daquela região, objetivando garantir o poder sobre 
seu território contra possíveis invasões. Pessoas de diversos estados foram es-
2 Representa o equilíbrio do metabolismo dos orga-
nismos vivos. Em ecologia, 
definimos como a perfeita in-
ter-relação entre os recursos 
oferecidos pelo meio ambien-
te, os diversos componentes 
da fauna, flora e homem.
Floresta Amazônica II
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Floresta Amazônica II
timuladas a ocupar a floresta, principalmente com culturas de milho, cana-de- 
-açúcar e gado (ano de 1940). Em 1975, a proposta se consolidou com a constru-
ção da estrada Transamazônica. Seu traçado saía de Pernambuco e da Paraíba, 
percorrendo 8 100 quilômetros em diversos estados até a fronteira do Peru com o 
Acre. A grande intenção deste megaprojeto era escoar a produção da região até os 
portos do Oceano Pacífico.
Exploração comercial
A floresta foi explorada por um grupo de ocupação que não detinha a cultu-
ra do local e, principalmente, a sabedoria da melhor forma de utilizar os recursos 
da natureza. Este fato ficou evidente nas alternativas encontradas pelo governo e 
propostas à sociedade que ocupou o local, tais como:
 lavoura de cana-de-açúcar, milho, arroz, feijão, mandioca, entre outras;
 gado leiteiro e de corte;
 madeira para construção de móveis e utensílios;
 minérios como alumínio, ferro, ouro, entre outros;
 hidrelétricas.
Impactos ambientais
O que vem a ser um impacto ambiental?
Para entender, temos que considerar a participação do homem, ou seja, im-
pacto ambiental representativo de qualquer forma de interferência antrópica3 que 
desencadeia alterações químicas, físicas, funcionais ou paisagísticas no meio am-
biente.
A Floresta Amazônica vem sofrendo todo tipo de impactos ambientais, ve-
jamos alguns.
Desmatamento
Talvez represente o impacto mais significativo e o que mais mobiliza as 
pessoas quando é evidenciado. Estima-se que 16% da floresta original já foi des-
matada. Dados alarmantes revelam que só no estado do Pará já foram desmatadas 
áreas equivalentes aos territórios da Holanda, Portugal, Áustria e Suíça juntos.
Existe uma região conhecida como o “Arco do Desmatamento” que cobre 
os estados do Pará, Acre, Mato Grosso e Rondônia. Esses estados são responsá-
veis por 75% do desmatamento da Floresta Amazônica. 
Hoje, 75% dos 30 milhões de metros cúbicos de madeira extraída da floresta 
são legalizados por autorizações de desmatamento; 5% saem de áreas com plano 
de manejo; e 20% são ilegais. Estima-se que 22 madeireiras estrangeiras estão 
autorizadas a atuar na região e que o número das nacionais chegue ao triplo. 3 Representa qualquer coi-sa pertencente ou relacio-
nada aos homens.
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Os proprietários de terras podem desmatar 20% de suas propriedades em 
regiões consideradas de florestas e em regiões características de cerrado esta au-
torização chega a 65%.
O desmatamentoe o clima
Podemos considerar a prática do desmatamento nefasta sobre diversos as-
pectos, e um deles é o clima. O fato das árvores não promoverem o sequestro 
do carbono4 implica no incremento do efeito estufa5 e a floresta amazônica tem 
papel vital devido à densidade da mata que possui. Estima-se que 200 milhões de 
toneladas de carbono/ano não são mais retiradas da atmosfera devido ao desmata-
mento da floresta amazônica.
Com o desmatamento, há a diminuição da reposição de água para a atmos-
fera, alterando sensivelmente o regime de chuvas.
A exposição do solo, desencadeada pela retirada da cobertura vegetal, pro-
voca a lixiviação6 do mesmo e o consequente empobrecimento de nutrientes.
Queimadas
A prática das queimadas é nefasta a médio e longo prazo. Quando queima-
mos o solo retiramos a cobertura orgânica ali presente. As cinzas geradas com a 
queima enriquecem o solo num primeiro momento, porém com a prática sucessiva 
o calor provoca a morte dos microorganismos responsáveis pela reciclagem da 
matéria orgânica. Esta interrupção na cadeia faz com que haja uma esterilização 
do solo e, consequentemente, desencadeia o fenômeno da desertificação7.
Mineração
As atividades das mineradoras têm provocado impactos ambientais graves, 
pois deixam verdadeiras crateras nos locais de exploração, terrenos com mon-
tanhas de materiais não aproveitáveis (entulho) e muitos rios contaminados por 
mercúrio – neste caso, especificamente, para extração do ouro, uma vez que o 
mercúrio permite uma precipitação do minério facilitando sua obtenção. Deve-
mos destacar que o contato com o mercúrio pode provocar sérias lesões no siste-
ma nervoso e, a longo prazo, o câncer.
Biopirataria
Um problema grave na Floresta Amazônica é a exportação ilegal de espé-
cimes nativos. Estima-se que o tráfico retire da floresta 38 milhões de exemplares 
da fauna e da flora por ano. O que mais nos revolta é que apenas 10% dos animais 
sobrevivem aos maus tratos e manejos inadequados, conseguindo chegar aos seus 
destinos.
4 Esta expressão é utilizada para retratar a retirada de 
dióxido de carbono da atmos-
fera pela ação dos vegetais no 
fenômeno da fotossíntese.
5 Um fenômeno atmosféri-co natural que garante a 
manutenção de temperaturas 
médias, no planeta Terra, 
em torno de 18ºC. Este fator 
permite a sobrevivência da 
maioria das espécies no pla-
neta. A grande preocupação 
da comunidade científica 
internacional é com o fenô-
meno que está ocasionando o 
superaquecimento global.
6 Mecanismo de lavagem do solo pela exposição 
excessiva às águas das chu-
vas. Este processo leva os nu-
trientes e empobrece o solo.
7 Formação de áreas sem nenhuma forma de vida. 
Não há sucessão ecológica 
devido à ausência de nu-
trientes e micro-organismos 
no solo. Sem a instalação de 
formas de vida vegetais, os 
animais migram para outras 
regiões.
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Floresta Amazônica II
Conclusões
Nesta aula apresentamos a Floresta Amazônica como fonte de riquezas, e identificamos o histó-
rico da ocupação humana que dizimou as populações indígenas devido às pandemias. 
Enfatizamos também a ocupação inadequada do local por pessoas que não dominam o conhe-
cimento da floresta, desencadeando uma exploração desordenada dos recursos.
Ainda destacamos os impactos ambientais decorrentes desta ocupação evidenciando o desma-
tamento como o maior vilão e suas consequências.
A cultura da predação e do desperdício
(MEIRELLES, 2004)
A madeira é o principal produto florestal explorado em larga escala na Amazônia. Das mais 
de 3 100 espécies, cerca de 350 são utilizadas comercialmente e menos de 30 são responsáveis por 
80% do mercado. Entre estas estão o mogno (mesmo proibido), a cerejeira (imburana), o angelim, 
o jatoba, a intaúba, o cedro e o ipê. 
Segundo Imazom, baseado em dados de 1998, 86% da exploração madeireira na Amazônia 
é predatória, ou seja, provêm de invasões, grilagens em áreas públicas, como unidades de conser-
vação e áreas indígenas, desmatamentos em pequenas, médias e grandes propriedades. São cerca 
de 2 500 madeireiras cortando 28 milhões de metros cúbicos de madeira. Os 14% cortados legal-
mente, de forma sustentável procedem de áreas de manejo florestal oficializado.
A madeira da Amazônia é sinônimo de desperdício e ilegalidade, desde o momento em que 
sai da mata até chegar ao consumidor final. Mais da metade de cada tora retirada é desperdiçada, 
primeiro na mata e depois no pátio da serraria. Quando a árvore cai, pode danificar cerca de 20 
outras que estão ao seu redor.
1. Faça uma descrição das principais atividades econômicas exploradas na Floresta Amazônica.
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2. Identifique três impactos evidentes presentes na floresta.
3. Comente os conceitos de desertificação e lixiação.
Sugiro que aprofundem seus estudos navegando pelos sites a seguir, que permitirão uma maior 
visualização da Floresta Amazônica.
<www.ambientebrasil.com.br>
<www.geofiscal.eng.br>
<www.manejoflorestal.org.br>
Floresta Amazônica II
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Floresta Amazônica III
E sta aula tem como proposta discutir os conceitos de preservação e conservação apresentando o Sistema Nacional de Unidades de Conservação e descrevendo como este sistema está configu-rado na Floresta Amazônica. 
Estaremos destacando as ações dos institutos de pesquisa, ONGs e órgãos governamentais que 
atuam na região, relacionando suas principais ações e identificando suas relações com a sustentabili-
dade da Floresta. 
Por fim, discutiremos a questão da soberania nacional sobre o território da Amazônia Legal.
Amazônia Legal
Entende-se como Amazônia Legal a área contemplada por todos os estados brasileiros em que 
a Floresta Amazônica se distribui. Foi instituída em 1953, por meio da Constituição, objetivando a 
inclusão do estado de Mato Grosso e o norte do estado de Goiás, atual estado do Tocantins. 
Sua área constitui aproximadamente 50% de todo o país, com 11 248km de fronteiras e 1 482 
quilômetros de costa. 
Conservação e preservação
Normalmente, existe uma distorção na interpretação dos conceitos de preservação e conserva-
ção. Para a população em geral preservar o meio ambiente significa ter ações que contribuam para 
proteção ou, principalmente, a manutenção de sua limpeza. Já conservar, na maioria dos casos, nem 
aparece como conceito. 
Mas como entendemos estes conceitos?
Conservação – representa o manejo dos recursos do ambiente, com o propósito de obter-se a 
mais alta qualidade sustentável da vida humana. Objetiva entender os efeitos da atividade humana nas 
espécies, comunidades e ecossistemas, desenvolvendo abordagens práticas para prevenir a extinção 
das espécies e, se possível, reintegrar as espécies ameaçadas ao seu ecossistema.
Preservação – caracteriza ações de proteção e/ou isolamento de um ecossistema com a finali-
dade de que ele mantenha suas características naturais, por constituir-se como patrimônio ecológico 
de valor.
Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)
O SNUC foi instituído pelo Governo Federal no ano de 2000, por meio da Lei 9.985, de 18 de 
julho de 2000. Foi estabelecido que as unidades de conservação (UCs) são áreas naturais protegidas 
que devem estar enquadradas em normas especiais de administração, pretendendo que as mesmas 
possam garantir a sua proteção.
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Seu manejo e gerenciamento estão intimamente ligados à categoria em que 
foi inserida no momento de sua criação. 
De acordo com o Governo Federal, as unidades de conservação devem ser 
criadas de acordo com a relevância do ecossistema e recursos naturais ali presen-
tes, e devem ser classificadas como disposto a seguir.
 Unidadede conservação de proteção integral, caracterizada como de uso 
indireto:
– estação ecológica;
– reserva biológica;
– parque nacional/estadual/municipal;
– monumento natural;
– refúgio de vida silvestre.
 Unidade de conservação sustentável, caracterizada como de uso direto:
– área de proteção ambiental;
– área de relevante interesse ecológico;
– floresta nacional;
– reserva extrativista;
– reserva de fauna;
– reserva de desenvolvimento sustentável;
– reserva particular do patrimônio natural. 
Unidades federais de conservação na 
Amazônia
Proteção integral – 46%
Uso sustentável – 54%
Alternativas para sustentabilidade
Programas de áreas protegidas da Amazônia
A Floresta Amazônica vem sofrendo com o manejo inadequado de seus re-
cursos e devido à ocupação desordenada de seu território. Várias alternativas são 
propostas para melhorar o quadro de devastação da Floresta; entre elas, algumas 
caminham em consonância com as categorias de manejo identificadas anterior-
mente. Como exemplo podemos citar o Programa de Áreas Protegidas da Ama-
zônia.
Como isso 
vem sendo 
feito na 
floresta?
Floresta Amazônica III
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Floresta Amazônica III
Este programa tem como foco promover alternativas sustentáveis de explo-
ração da Floresta, por meio da criação, recuperação e estímulo de práticas que 
reflitam estas alternativas. Devido a isso, foi criado o Projeto de Recuperação 
de Áreas Alteradas na Amazônia (Arpa). Este projeto tem duração prevista para 
dez anos e foi instituído pelo Governo Federal para aproveitamento econômico 
sustentável da Floresta Amazônica. Em números pretende proteger 50 milhões de 
hectares.
Ecorregiões
Segundo Dineerstein (1995), o conceito de ecorregiões estabelece um con-
junto de comunidades naturais, geograficamente distintas, que compartilham a 
maioria das suas espécies, dinâmicas e processos ecológicos, e condições am-
bientais similares, que são fatores críticos para a manutenção de sua viabilidade a 
longo prazo. Na Floresta Amazônica foram identificadas 23 ecorregiões e os pro-
gramas para sustentabilidade da Floresta devem dirigir suas ações considerando 
este dado.
Agenda positiva
A agenda positiva para a Amazônia consiste em um grupo de propostas que 
concorrem para a sustentabilidade da floresta. Estas ações compreendem uma 
integração do poder público, das empresas e da sociedade local. Os itens identifi-
cados abaixo foram os propostos na comissão de estudo.
 Zoneamento	ecológico-econômico: estabelece mecanismos de explora-
ção dos recursos da Amazônia baseados em capacidade de suporte dos 
ecossistemas.
 Infraestrutura	(transporte	e	energia): devem ser priorizados os transpor-
tes fluviais e o aproveitamento da malha hidroviária já existente. Quanto 
à produção energética, a lenha que sobra das madeireiras e os restos de 
cultivos podem ser fontes alternativas à utilização de energia pelas hi-
drelétricas. Apesar de possuir a maior bacia hidrográfica do mundo, os 
rios apresentam pouca declividade e a instalação de usinas hidrelétricas 
devem ser analisadas pelo impacto ambiental criado.
 Geração	sustentável	de	emprego	e	renda
– Agroextrativismo: técnica que respeita os ciclos naturais do ecossistema 
amazônico. As comunidades que conhecem os mecanismos de funciona-
mento da Amazônia devem ser estimuladas a fazer a exploração susten-
tável de seus recursos. 
– Produção	florestal: a floresta deve fornecer madeira de forma sustentá-
vel, protegendo as espécies mais ameaçadas e, principalmente, garantin-
do o reflorestamento para reposição dos estoques de madeira.
– Pesca: grande fonte de proteína animal para a população da Amazônia 
e um recurso de elevado valor econômico. Com a abundância de rios, 
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devem criar um plano de manejo do pescado, respeitando épocas de re-
produção e realizando o defeso.
– Agropecuária: estimular esta atividade em áreas apropriadas, (terrenos 
planos) e não desmatar para implantar a atividade.
– Ecoturismo: ainda insipiente, mas pode ser uma grande fonte de renda 
para a Amazônia, devido às suas belezas naturais e à sua biodiversidade; 
atrai pessoas do mundo inteiro e também pesquisadores interessados em 
conhecer as riquezas da Floresta.
– Biotecnologia: é necessário o investimento nesta área. Estima-se que 
75% das espécies ainda não foram catalogadas e diversos países pesqui-
sam o universo amazônico na tentativa de novas descobertas. 
 Controle	e	fiscalização: estimular o controle de órgãos ligados aos mu-
nicípios, com tutela do Governo Federal, uma vez que com os 11 248 
quilômetros de fronteiras fica muito difícil atuar com eficácia.
 Ciência e tecnologia: estímulos às universidades, governos e empresas 
para investirem numa exploração racional e utilizando a pesquisa cientí-
fica, em todos os níveis, como norte para suas ações.
 Educação	Ambiental: talvez seja este o principal fator diferencial para 
a sustentabilidade da floresta, junto ao item anterior. Utilizar o conheci-
mento científico e tecnológico para promover ações que despertem nos 
amazônidas a consciência da importância da manutenção do equilíbrio 
da Floresta.
Projeto Castanha-do-brasil
Este projeto consiste na exploração sustentável da castanha-do-pará, tam-
bém conhecida como castanha-da-amazônia ou castanha-do-brasil. Foi desenvol-
vido pelo governo do Amapá e representa uma atividade de sucesso, tanto para a 
população envolvida, como para o meio ambiente.
A lógica de produção da castanha sempre foi o extrativismo direto. A popu-
lação local, que depende do ritmo da floresta, é obrigada a ficar meses dentro da 
mata (dezembro a junho), e necessita de recursos para subsistir durante este perí-
odo (querosene, óleo, sal, botas, facões etc.). Como a carência é muito grande, os 
atravessadores implantaram o aviamento. Desta forma, os trabalhadores recebem 
todo o material necessário para a extração e são obrigados a vender toda a produ-
ção aos atravessadores. Essa prática, quase escrava, só beneficia o intermediário, 
que cria um ciclo de dependência no trabalhador e obtém elevados lucros com o 
processo.
O governo do Amapá implantou uma nova ordem de produção, ou seja, 
passou a fornecer a infraestrutura de trabalho para o castanheiro, financiando os 
utensílios e a subsistência durante os meses em que o castanheiro fica na mata 
para produção. Também garantiu o transporte, fornecendo um barco para realizar 
o transporte de toda a castanha colhida pelos trabalhadores. Outro fator signifi-
Floresta Amazônica III
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Floresta Amazônica III
cativo foi a garantia de compra de toda a produção, o que resultou na eliminação 
da figura do atravessador. O governo passou a utilizar a castanha na merenda das 
escolas do estado. 
Foi solicitado um estudo ao Instituto de Estudos e Pesquisas do Amapá 
sobre o beneficiamento da castanha, e a partir daí criaram uma cooperativa que 
passou a fabricar cremes, xampus, óleo, azeite, farinha, biscoitos, entre outros 
produtos. Com isso agregaram valor à produção e hoje já exportam para diversos 
países. Conseguiram um selo de qualificação internacional do seu azeite como um 
produto ecológico.
O projeto contempla diversos princípios básicos da constituição brasileira, 
entre eles a promoção da cidadania dos povos da floresta, a utilização sustentável 
dos recursos e o desenvolvimento social.
Projeto Produção de Açaí 
Representa mais uma atividade de sucesso desenvolvida na Floresta Ama-
zônica. 
Os extrativistas que exploravam o açaí muitas vezes derrubavam as palmei-
ras para obter seus frutos, numa prática insustentável de produção. Estimulados 
pelo governo do Pará (criação de cooperativas) e por um projeto da Universidade 
Federal do Pará, Programa Pobreza e Meio Ambiente(Poema), por meio do qual 
os produtores de açaí passaram a processar a polpa e, principalmente, a organizar 
a produção para o mercado.
Como resultados, o município de Igarapé-mirim tornou-se a capital mundial 
do açaí. Empresas de diversas partes do mundo compram as polpas pasteurizadas 
e o açaí com xarope de guaraná e agregaram mil por cento de aumento ao preço 
original do produto.
O projeto tem um cunho de desenvolvimento local associado ao respeito 
com o meio ambiente. As palmeiras hoje só são derrubadas quando estão muito 
altas e não viabilizam mais a produção do açaí, mesmo assim fornecem madeira 
e o palmito.
Ambos os projetos descritos valorizam o que chamamos da “floresta em 
pé”, ou seja, o povo local não segue um modelo estabelecido por outras regiões. 
Ao inverso, valoriza as particularidades da floresta e explora de forma racional, 
percebendo que mantendo a floresta em pé ele terá mais sustentabilidade e rendi-
mentos perenes.
Madeira ecológica
No Acre também está sendo realizado um projeto de sustentabilidade para a 
Floresta Amazônica – o Projeto Manejo Florestal Sustentável – em pequenas pro-
priedades no estado do Acre. O projeto representa uma parceria entre o Progra-
ma das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUD), a Empresa de Pesquisas 
Agropecuárias local (Embrapa) e o governo do estado.
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O projeto consiste em estimular pequenos produtores a utilizar técnicas sus-
tentáveis de exploração da madeira. Eles valem-se de apenas 5% de suas proprie-
dades por ciclo de produção e conseguem superar o rendimento que teriam com 
a pecuária em uma área cinco vezes maior. Reservam metade da propriedade ao 
programa, e, como utilizam 5% por vez, cada área é explorada de 11 em 11 anos, 
o que garante sua possibilidade de recuperação. 
São selecionadas apenas as árvores consideradas adequadas para a produ-
ção e que possuam ciclos de crescimento compatíveis com a proposta do projeto. 
Cada árvore é derrubada individualmente e uma serraria portátil é levada até o 
interior da mata. Toda a madeira é processada no próprio local e são aproveitadas 
todas as partes da árvore. A retirada da madeira é feita por meio de tração animal, 
o que evita o impacto do transporte. 
A madeira produzida na região ganhou uma certificação pelo Forest 
Stewarship	Council (FSC), garantindo um melhor preço no mercado internacional.
Institutos de Pesquisas na Amazônia 
(<www.amazonia.org.br>) 
 Cenaqua – Centro Nacional dos Quelônios da Amazônia
 Atua em nove estados na promoção da proteção e manejo da tartaruga- 
-da-Amazônia.
 DNPM – Divisão de Geologia e Pesquisa Mineral
 Caracterização, avaliação e mapeamento dos depósitos de ouro na região 
amazônica.
 Iepa – Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do 
Amapá
 Tem como finalidade desenvolver estudos e pesquisas científicas, tec-
nológicas, econômicas, culturais e sociais tendo como base o homem, o 
meio ambiente, a fauna, os recursos naturais e a flora em seus aspectos 
gerais e medicinais. 
 Por meio de suas pesquisas com plantas medicinais conseguiu descobrir 
maneiras eficazes de controlar o diabetes e espantar o mosquito trans-
missor da malária.
 Inpa – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
 O Inpa cumpre a missão de gerar, promover e divulgar conhecimentos 
científicos e tecnológicos da Amazônia para a conservação do meio am-
biente e o desenvolvimento sustentável dos recursos naturais, em benefí-
cio principalmente da população regional. 
Floresta Amazônica III
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Floresta Amazônica III
 Algumas áreas de pesquisa: Aquicultura, Biologia Aquática, Biblioteca, 
Botânica, Ciências Agronômicas, Coleções Zoológicas, Ecologia, Ento-
mologia, Geociências, Laboratório de Sensoriamento Remoto, Produtos 
Florestais, Produtos Naturais, Oncocercose, Silvicultura Tropical, Tec-
nologia de Alimentos.
 Ipam – Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
 O Ipam tem como principais objetivos determinar as consequências eco-
lógicas, econômicas e sociais do desenvolvimento da Amazônia, por 
meio da execução de programas de pesquisa científica e tecnológica.
 Laboratório de Produtos Florestais – Ibama
 Centro de Pesquisa do Ibama que desenvolve e transfere tecnologias para 
promoção do desenvolvimento sustentável no setor florestal, por meio de 
pesquisas nas áreas de caracterização tecnológica de madeiras, desen-
volvimento de produtos e processos, madeira na construção, energia da 
biomassa, normalização e controle de qualidade, borracha natural etc.
 Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)
 Tem a missão de produzir e difundir conhecimento e acervos científicos 
sobre sistemas naturais e socioeconômicos relacionados à Amazônia.
 Naea – Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (UFPA)
 Possui cursos de mestrado em Planejamento do Desenvolvimento e dou-
torado em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido, contribuin-
do grandemente para a formação de pesquisadores, docentes e técnicos 
em planejamento e políticas públicas. 
 Ames Global Ecosystem Science (Nasa)1
Conclusões
Nesta aula abordamos o sistema nacional de unidades de conservação e 
como a região amazônica está inserida neste contexto, identificando que 54% das 
áreas de UCs na floresta são de uso sustentável e 46% são de proteção integral.
Apresentamos algumas experiências de sucesso na exploração sustentável 
dos recursos naturais em especial destacando as experiências com a castanha-do- 
-Brasil, no Amapá; do Projeto do Açaí, no Pará; e da Madeira Ecológica, no 
Acre.
Listamos também os grandes centros de pesquisa atuantes na floresta ama-
zônica ressaltando a importância de todos eles para o futuro da região. 
1Mais informações podem ser obtidas, em inglês, nos 
endereços: 
<http://geo.arc.nasa.gov/sge/
casa/regmdl.html> e 
<http://geo.arc.nasa.gov/sge/
brass/Brass.Biogeo.html>.
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1. Analise comparativamente os conceitos de preservação e conservação, exemplificando-os.
2. Escolha uma das alternativas de projetos sustentáveis apresentados e o analise sobre uma pers-
pectiva crítica.
3. Pesquise uma das instituições que desenvolvem trabalhos na Floresta Amazônica explicitando 
seus principais projetos.
Sugiro que aprofundem seus estudos navegando pelos sites a seguir que permitirão uma maior 
visualização da Floresta Amazônica
<www.ambientebrasil.com.br>
<www.amazonia.org.br>
<www.mma.gov.br>
Floresta Amazônica III
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Mata Atlântica I
N esta aula estudaremos a Floresta Atlântica, um bio-ma que se estende por todo o Brasil. Demonstrare-mos suas características geográficas, destacando a 
distribuição de seu território pelo Brasil e sua importância 
na manutenção dos mananciais para o abastecimento de 
água das grandes cidades brasileiras. Identificaremos tam-
bém a riqueza de sua biodiversidade destacando a fauna e 
a flora.
Características geográficas
Este bioma é conhecido como Floresta Tropical Pluvial Costeira. A classificação se justifica 
devido às seguintes características:
 está distribuída ao longo do Trópico de Capricórnio;
 apresenta elevados índices de precipitações pluviométricas;
 localiza-se ao longo da costa brasileira e é extremamente influenciada pelo Oceano Atlântico.
Os primeiros registros da extensão da cobertura original da Floresta Atlântica datam da época 
do descobrimento e retratam que a mesma se estendia do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do 
Sul, sendo que sua maior densidade ocorria a partir do sul da Bahia até o Rio Grande do Sul. 
A Mata Atlântica está presente tanto na região litorânea como nos planaltos e serras do interior. 
Sua largura varia entre pequenas faixas e grandes extensões, atingindoem média 200 quilômetros de 
largura.
Curiosidades 
Sua área ocupava 12% do território Nacional – 1,3mm/km²
Floresta tropical pluvial costeira
Clima quente e úmido (tropical)
Características gerais
A Floresta Atlântica se destaca pela sua grande exuberância vegetal. Algumas pesquisas iden-
tificam que em 1 hectare de Mata Atlântica podemos encontrar 600 espécies de plantas com flor, 
enquanto em florestas de clima temperado apenas 30 espécies.
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Toda esta riqueza de vegetais se justifica pela característica de seu substrato, 
que é rico em nutrientes e com uma camada espessa de húmus1. Este solo garante 
fonte de nutrientes em abundância para os vegetais, permitindo assim um ganho 
em sua produtividade e uma maior densidade populacional.
Outra característica importante a ser ressaltada é a grande oferta de água 
existente na Mata Atlântica. Este fato torna-se relevante uma vez que seus manan-
ciais abastecem as grandes cidades brasileiras, principalmente da região sudeste 
(a região mais desenvolvida), permitindo a concentração de 70% da população 
brasileira.
A presença da Floresta Atlântica nas encostas representa um fator funda-
mental para o equilíbrio desse local, uma vez que suas raízes formam um ema-
ranhado no solo garantindo a sustentação do terreno destas encostas e evitando a 
erosão2.
Também é fundamental a cobertura de Mata Atlântica nas cabeceiras dos 
rios (Mata Ciliar ou Mata de Galeria), o que permite a manutenção do leito dos 
rios e garante o abastecimento de água. 
Estratificação da Floresta
Encontramos na Floresta Atlântica uma distribuição vertical muito carac-
terística, na qual as copas mais altas formam o dossel3 e chegam a atingir 30, 35 
e até 50 metros de altura. O tronco das árvores, normalmente liso, só se ramifica 
bem no alto. Neste dossel, as copas das árvores mais altas tocam-se umas nas ou-
tras, formando uma massa de folhas e galhos que barra a passagem do sol. 
Abaixo do dossel encontramos os arbustos e pequenas árvores, formando os 
chamados sub-bosques. Estes vegetais desenvolvem adaptações para captação de 
luz e fixação sobre outras plantas mais altas, característica de uma relação deno-
minada epifitismo4.
As regiões de maior densidade de mata se caracterizam pela presença de 
maciços rochosos: Serra do Mar, Serra da Mantiqueira e Geral. Este fato é facil-
mente explicado quando imaginamos a dificuldade de acesso a estas regiões, logo 
fica mais difícil a ocupação desordenada do ser humano.
Existe também uma diferenciação da cobertura vegetal quanto à altitude: 
uma determinada espécie de árvore nascida no nível do mar difere de uma árvore 
desta mesma espécie no topo da serra. Este efeito de variação também fica eviden-
te quando imaginamos a distribuição de outras espécies em nível continental, uma 
vez que a floresta se distribui por toda a costa do território brasileiro.
Existem próximo aos oceanos diversos ecossistemas associados ou varieda-
des de ecossistemas de Mata Atlântica: as planícies de restinga, dunas, mangues, 
lagunas e outros estuários de menor proporção. Os mangues estão presentes às 
margens das lagunas ou de rios de água salobra, variando conforme as marés. 
Eles são considerados os berçários de grande parte da vida marinha. 
1Este tipo de substrato se caracteriza pela gran-
de quantidade de nutrientes 
agregados. Normalmente é 
produzido pela atividade as-
sociada de bactérias e fungos 
decompositores, junto à ação 
das minhocas, que, ao ingeri-
rem esta matéria, a enrique-
cem com cálcio favorecendo 
o equilíbrio do pH do solo.
2Caracteriza o fenômeno de degradação do solo, 
pela remoção de partículas 
do mesmo, devido à ação das 
intempéries (vento, sol, chu-
va etc.) ocasionando a forma-
ção de cicatrizes e perda de 
nutrientes do mesmo.
3Representa o conjunto das copas de árvores de 
grande porte, característicos 
de florestas densas, que dão 
origem a uma camada con-
tínua e interligada que difi-
culta a passagem dos raios 
luminosos para as regiões 
inferiores e abriga uma fauna 
específica.
4Representa uma relação ecológica classificada 
como harmônica e interes-
pecífica. Nesta relação, algu-
mas plantas se fixam sobre os 
troncos de outras, sem retirar 
nenhum tipo de nutrientes de-
las. Esta fixação permite uma 
maior captação de luminosi-
dade e favorece a realização 
da fotossíntese.
Mata Atlântica I
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Mata Atlântica I
Características biológicas
Alguns autores estimam que a Floresta Atlântica seria o ambiente mais di-
versificado do planeta e que, devido ao seu elevado grau de fragmentação, perdeu 
esta posição para a Floresta Amazônica. A Mata Atlântica representa uma grande 
riqueza de patrimônio genético e paisagístico, demonstrada por índices verdadei-
ramente impressionantes.
 Mais de 15% dos primatas existentes no Brasil habitam a floresta, e a 
grande maioria dessas espécies são endêmicas.
 55% das espécies arbóreas e 40% das não arbóreas são endêmicas, 
ou seja, uma entre cada duas espécies ocorre exclusivamente naquele 
local.
 70% de espécies (como as bromélias e orquídeas) e 39% dos mamífe-
ros que vivem na floresta são endêmicos. 
Flora
Em sua vegetação predominam espécies que possuem folhas largas (lati-
foliadas) e perenes (perenifólias). A primeira característica permite aos vegetais 
uma intensa troca gasosa com o meio e, principalmente, uma grande liberação de 
água para a atmosfera.
O fato de serem perenifólias permite uma maior produtividade, uma vez que 
a taxa fotossintética se eleva em virtude das folhas permanecerem em atividade 
durante todo o ano.
Veja a seguir alguns exemplos.
 Jequitibá – árvore frondosa, com flores brancas e folhas permanentes, 
sempre se sobressai pelo tamanho e pela copa. Floresce em dezembro e 
janeiro. Árvores com 20 a 50 metros de altura. É muito usada para re-
florestamento, pois tem crescimento rápido. Pode atingir 3,5 metros em 
dois anos de plantio. Sua madeira é considerada de lei, moderadamente 
pesada, macia, bastante durável. Estende-se desde o sul da Bahia até o 
Rio Grande do Sul.
 Embaúba – são árvores de porte médio, com caule reto e ramificação ape-
nas na porção superior. Estão distribuídas por todo o país. Possui folhas 
largas, muito lobadas, verde-claras na parte superior e verde-prateadas na 
inferior. Dessa característica veio seu nome indígena (árvore que brilha). 
As flores pequenas reúnem-se em pseudo-espigas e os frutinhos, que ali 
se desenvolvem, são utilizados como alimento para vários animais. Seu 
caule é oco, o que permite uma associação entre de parasitismo com 
pulgões que se alimentam de sua seiva e elaboram uma secreção açuca-
rada, muito apreciada por algumas espécies de formigas. No interior dos 
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troncos, elas vivem associadas a esses pulgões, aproveitando-se do ex-
cesso de secreção produzida. Esta relação é denominada esclavagismo. 
As embaúbas são frequentemente encontradas em matas ciliares e bordas 
de capões. Florescem em setembro/outubro e estão muito presentes em 
florestas secundárias, indicando um grau de sucessão ecológica e que 
aquela área já sofreu desmatamento e recomposição da mata primária.
 Pau-brasil – a árvore que deu o nome ao nosso país e que foi extrema-
mente explorada pelos colonizadores. Apresenta tamanhos variados, po-
dendo alcançar ate 30 metros de altura. Toda a superfície de seu caule é 
recoberta por acúleos5 e apresenta diversas ramificações e frutos. Sua ex-
ploração ocorreu devido a uma característica de sua casca que apresenta 
vasos secretores de pigmentos. Este tecido de secreção confere uma to-
nalidade rosa-pardacenta ou acinzentada à sua casca. Floresce entre os 
meses de dezembro e maio, e suas estruturas florais são de cor amarelada 
e com um perfume

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