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Constituição 1 📜 Constituição Conceito, Objeto e Elementos da Constituição Várias concepções sobre Constituição: Sentido político Decisão política fundamental – Carl Schmitt Os ditames do Estado Poder e funcionamento do Estado Estrutura, organização Como se adquire o poder, como que ocorre o exercício desse poder e como se limita esse poder Questões sobre o Poder Estatal Maior poder dentro da sociedade – poder coercitivo Estado Moderno – delegação do poder ao Estado Basicamente vai entrar no Direito Administrativo Modelação do Estado Direitos fundamentais acabam ingressando na Constituição por uma questão histórica, mas a princípio não é da essência da constituição Por conta dos regimes autoritários acaba buscando-se garantir alguns direitos na Constituição Sentido sociológico Essência, soma dos fatores reais de poder – Ferdinand Lassalle Para que exista uma verdadeira Constituição, ela precisa vir das forças reais do poder para que de fato a gente possa ter uma Constituição que corresponda aos anseios da sociedade É necessária uma sociedade praticante daquilo que está na lei para que exista um resultado satisfatório Além da garantia na lei é preciso que se coloque em prática, ou senão a Constituição vira uma mera folha de papel Considerar se, além de ter o Direito (a norma positiva) que se tenha as forças vindas da sociedade De certa forma, o que precisamos para concretizar aquilo que está na Constituição parte de um processo educacional Um povo bem educado e com condições de participar de forma cidadã e consciente pode, efetivamente, escolher seus representantes e deter o poder, como cidadão Quando se tem uma sociedade sem esse preparo é fácil de ser manipulado/ conduzido Forças reais de poder são fortes e precisam vir de pessoas preparadas para participar das atividades voltadas para o Estado É necessário um processo educacional – art. 205 da CF – educação é obrigação do Estado, da família e da sociedade A desigualdade acaba gerando uma desigualdade social e política – faz com que talvez não participem de maneira igualitária Igualdade que está na Constituição, mas não é real Qual é o objetivo da educação? 1. Preparo para o exercício da cidadania Participação social e política Constituição 2 2. Preparo para o exercício do trabalho Vai além do mercado de trabalho Participação de questões políticas, culturais, sociais – quando se olha o homem de maneira global Não se vê a parte cognitiva do ser humano e dissocia das outras partes 3. Pleno desenvolvimento da pessoa humana Um povo melhor educado é mais forte politicamente Educação formal (ensino fundamental e médio): é o mínimo que deve ser fornecido pelo Estado – e mesmo assim nem sempre é fornecido com qualidade Além de preparar para essas habilidades cognitivas, quando que eu preparo o ser humano para ser participe no meio social? A quem interesse formar os cidadãos? Quanto mais desenvolvida a sociedade, maior a participação política e cidadã e maior essa força real do poder Quando se trabalha com a ideia de direito – o que que é Direito? KELSEN: Direito é norma REALE: fato, valor e norma TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO: os aspectos culturais estão todos atrelados ao Direito A cultura interfere nas leis Pode-se recortar cientificamente um Direito sem incluir os costumes, a cultura Outros valores são importantes para a sociedade e devem estar no Direito Direito só existe porque tem sociedade Regras tem que servir aos valores e costumes atrelados a esses costumes Se forem importadas, possivelmente, não vai ter os efeitos e a efetivação necessária Verifica o que de fato corresponde as necessidades sociais Hoje em dia muitas leis se distanciam dos interesses da sociedade Decisões judiciais: de nada adianta uma decisão judicial que seja totalmente distante da sociedade De nada vale ter uma argumentação perfeita, mas que não venha a corresponder aos interesses da sociedade – ou ao que se possa falar em um consenso dentro da sociedade Sentido jurídico Constituição é norma pura, mundo do deve ser – Hans Kelsen KELSEN: Constituição é a norma máxima – para ele Direito é norma posta que produz o mínimo de eficácia KELSEN escreveu muito voltado para a norma – Norma hipotética fundamental BOBIO: adaptação maior com a realidade Teoria do ordenamento jurídico (BOBIO): o ordenamento jurídico tem unidade (hierarquia, C no topo), coerência (no sentido que não se pode ter qualquer tipo de incompatibilidade) e completude (o juiz nunca vai poder deixar de decidir) Ordenamento jurídico = conjunto de normas Existe um processo para que as normas se insiram no ordenamento jurídico Diferença entre ordenamento e sistema jurídico O que justifica a Constituição é o poder constituinte Constituição 3 O poder constituinte, que é o poder que origina da Constituição – se tem uma Constituição democrática, as forças que vem dessa sociedade vão estar representadas nesse poder constituinte Ordenamento jurídico como uma elipse As normas não estão isoladas, estão dispostas de maneira sistemática Sempre se relacionando umas às outras Critérios para solucionar antinomia – conflitos aparentes de normas a. Hierárquico: norma superior prevalece sobre a inferior b. Cronológico: mais nova prevalece sobre a mais antiga c. Especificidade: norma especifica prevalece sobre a geral Teoria geral do direito – tem exceções Exemplo: penal – prevalece a lei que for mais benéfica para o réu Conflito quando as normas não entram nesses três critérios: critério da equidade – busca pela justiça Sempre precisa de uma solução Se não tiver lei – art. 4, LINDB – analogia, costumes e os princípios gerais do direito Importância da interpretação – bom jurista vai ter um bom processo de interpretação Quanto à forma, as constituições podem ser escritas ou costumeiras História pautada sempre em que precisa estar tudo escrito, que foi criado – processo das leis (Brasil) Criação das leis por meio de um processo de vontade dos governantes – representada as vontades dos governados Costumeiras – aquilo que vem dos costumes, aquilo que está arraigado na sociedade (Inglaterra) Vai de encontro com a ideia de Lassalle Quanto ao conteúdo podemos atrelar as condutas humanas movidas pelas relações sociais Essencial que se tenha prevista a organização do Estado Além de todos os direitos materiais Nossa Constituição não prevê só a questão essencial que seria trabalhada com as forças de poder, mas também com toda a ideia de direitos fundamentais Valores que motivam as relações sociais O direito existe, mas se não se luta, se não exerce de fato, a tendência é que ele pereça Dever moral de lutar pelo direito Quando se luta pelo direito, que no primeiro momento parece um direito individual – movido muitas vezes por questões pecuniárias –, por traz daquele direito tem algo que é moral, que é muito maior, ligado a honra, ligado a uma classe ou sociedade Lutar pelo direito é um dever com a sociedade Justiça: me pedir o que é devido Constituição 4 Excesso de direitos as vezes pode ter causado uma série de restrições Constituição também faz parte da história de um Estado Reúne as normas estruturais e os direitos materiais Quanto ao fim, a Constituição busca a realização dos valores que apontam para o existir da comunidade Estado é formado para atingir determinados fins Buscar realizar os valores da sociedade Sentido distinto entre comunidade e sociedade Comunidade: maior vínculo de valores entre as pessoas Quando a causa criadora e recriadora: Poder emana do povo O que o poder constituinte fará é o que o povo permitir Classificação das Constituições: Quanto ao conteúdo: 1. Materiais Quando trata dos direitos em si Direitos propriamente ditos e suas garantias Exemplo: trabalhistas art. 7; previdência (emenda constitucional) 2. Formais No sentido de formas Conteúdos formais Questões procedimentais Exemplo: como se dá o processo legislativo Quanto à forma: 1. Escritas 2. Não escritas Quanto ao modo de elaboração:O Direito Positivo não deixa de ser uma vontade humana 1. Dogmáticas Aquelas que são criações Visões dogmáticas do direito O homem cria determinadas leis 2. Históricas Fundamentação histórica Que venham de questões históricas – conquistadas Venham pela historicidade, tradição Garantias conquistadas ao longo da história Quanto mais históricas mais representam a vontade do povo – mais estão de acordo com as forças reais de poder Quanto à origem: 1. Democráticas Exemplo: Constituição de 88 2. Outorgadas Impostas Exemplo: Constituição de 64 Constituição 5 Quanto à estabilidade: Em relação a como se pode fazer mudanças Forma pela qual a Constituição pode ser alterada 1. Rígidas Exemplo: Brasil Art.60 Processo específico para as emendas constitucionais 2. Flexíveis Constituição pode ser classificada como uma lei ordinária – em relação as alterações, não tem nenhuma especificidade 3. Semi-rígidas Não existe classificação exata Classificação é um recorte Se subdivide um objeto para entendê-lo melhor Espécies legislativas Embora a Constituição coloque “embaixo” (Leis ordinárias e delegadas), não significa que se tenha dentro desse escalonamento uma questão hierárquica Pode-se dizer que as leis ordinárias, as leis delegadas e as medidas provisórias ficam no mesmo patamar LEIS DE MENOR HIERARQUIA: decreto (ato do chefe do poder executivo, seja na esfera federal, estadual ou municipal); portarias; atos regulamentares que são próprios de órgãos específicos (exemplo: órgãos de trânsito) muitas vezes vem para elucidar, detalhar melhor o conteúdo de uma lei Quanto maior a hierarquia, mais abstrata é a lei Nossa Constituição é rígida porque tem um processo específico voltado para as emendas da constituição Parte do processo legislativo: art. 59 e seguintes da CF Criação de leis ordinárias: Em regra, são os parlamentares Qualquer parlamentar pode propor Além disso, o chefe do poder executivo, nas matérias que a Constituição permite, também pode propor uma lei ordinária Ou mesmo iniciativa popular nos termos da Constituição Quórum: Maioria simples – metade mais um dos presentes) Emenda Constitucional: Quórum: art. 60, parágrafo 2 Parágrafo 1: não pode ser emendada em determinadas situações Constituição 6 Lei complementar: vai complementar aquilo que a constituição disse que deve ser feito quórum: maioria absoluta – metade mais um do total dos membros da casa cláusulas pétreas: não podem sofrer qualquer tipo de alteração parágrafo 4 Objeto e conteúdo das Constituições Estrutura do Estado e organização de seus órgãos Estrutura do Estado Brasileiro Art. 1 (república federativa) e art. 18 (organização político-administrativa Análise sobre as competências administrativas e legislativas – art. 21 até 25 Repartição de competências Estrutura de cada um dos poderes dentro de sua competência Leis dizem qual é o parâmetro Estrutura e organização do Estado – poder executivo, legislativo e judiciário As leis vão justamente dizer qual é o parâmetro O administrador publico só pode agir de acordo com o que está em lei – está vinculado a lei – somente o que lei autorizar Supremacia da Constituição Lei máxima Rigidez Constitucional Processos próprios Poder Constituinte: 1. Originário Poder que vai discutir como vai ser a Constituição originariamente Poder que inicia uma nova Constituição Não está submetido a nada – não tem nenhuma regra Estabelece uma nova ordem Assembleia que estabelece uma nova Constituição tem o poder constituinte originário Pode criar as normas que forem para esse Estado É ilimitado, não sofre restrição Estabelece um novo Estado – cria uma nova ordem Dentro das bases democráticas Da legitimidade à CF 2. Derivado Já é o poder constituído Sofre limitações Seguir o que está na Constituição Teoria do ordenamento jurídico de Bobbio Na visão de Kelsen quem fundamenta a Constituição é a norma hipotética fundamental Para Bobbio é o poder Constituinte originário Quanto mais a constituição for permeada pela sociedade, que consegue participar, mais está próxima a ideia de Lassalle Constituição 7 Limitações ao Poder de Reforma Constitucional Limitações: 1. Temporais 2. Circunstanciais Estado de intervenção federal, estado de sítio, estado de defesa 3. Materiais Art.60 parágrafo 5 Seguir tudo o que a Constituição disser Processo de emendas – art. 60 da CF
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