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NP1 - ETICA pdf

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FACULDADE ARI DE SÁ 
CURSO DE PSICOLOGIA 
DISCIPLINA: PSICOLOGIA, PROFISSÃO E ÉTICA 
DOCENTE: ME. VANESKA MEYER 
 
 
 
 
 
FERNANDA CARINE LOPES MATRICCIANNI 
FRANCISCA JOCICLEIDE SALES DE LIMA HENDERSON 
JOILSON SOUZA DE LIMA 
MAIRTON DE PAIVA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE NP1 - ÉTICA: 
ENTREVISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2022
 
 
 
2 
 
INTRODUÇÃO 
 
Na definição de Ética por Vásquez (2017. p. 23) “é a teoria ou ciência do 
comportamento moral dos homens em sociedade, ela não cria a moral, mas 
estabelece princípios e normas que se deparam com uma experiência histórico-
social no terreno da moral.” Ela se ocupa de um objeto próprio: o setor da realidade 
humana, neste sentido parte de dados empíricos do comportamento moral efetivo 
que pode transcender com seus conceitos, hipóteses e teorias. Ela aspira à 
racionalidade e objetividade mais completas, pois deve proporcionar conhecimentos 
sistemáticos e metodológicos comprováveis, sendo assim ética é a ciência da moral. 
A presente atividade tem como objetivo a apresentação dos aspectos éticos 
particulares à prática profissional do psicólogo em seu campo de atuação e apontar 
quais são os dilemas éticos frequentes. Para isto, foi realizada entrevista 
semiestruturada (ANEXO I) com uma profissional e abordaremos aqui os principais 
registros e discussões acerca do conteúdo abordado. 
 
DESENVOLVIMENTO 
 
A entrevista foi realizada com a psicóloga Andreza Cristina Pirillo – CRP 
11/05696, nos dias 30 de setembro e 01 de outubro do ano vigente. A profissional 
atua na área clínica e hospitalar atendendo em sua maioria o público adulto, com 
demandas ligadas à obesidade e pré-operatório para cirurgia bariátrica. 
Formada pela USP no ano 2000, a profissional conta que sempre 
demonstrava interesse pela área e que a orientação profissional a ajudou a definir. 
Dentre as suas experiências marcantes ela cita que o laboratório de psicologia 
experimental e o estágio na disciplina de anatomia, dentre outras. 
A profissional entrevistada relatou que já passou por diversas situações 
difíceis no seu consultório e áreas de atendimento, mas que sempre se posicionou a 
luz de uma postura ética e de seus valores morais. Situações diversas foram 
relatadas, tais como a de uma paciente com ideação suicida, na qual a profissional 
primeiramente orientou que ela relatasse a um familiar, no caso de recusa, o passo 
seguinte é o de chamar os familiares, sejam eles genitores ou parentes próximos. 
Ela informa que procura atuar oferecendo serviços psicológicos em condições de um 
 
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trabalho eficiente, de acordo com os princípios e técnicas reconhecidas pela ciência 
e pela ética profissional, zelando para que o exercício profissional seja efetuado com 
a máxima dignidade. 
Andreza fala quanto às transformações percebidas nos seus pacientes na 
busca por autoconhecimento, promoção do autocuidado; que os levam a ter uma 
vida mais equilibrada em todos os sentidos. Mudanças de comportamento como 
posicionamentos mais firmes, assertividade nas relações, melhoria na qualidade de 
vida, tomadas de decisões, expectativas positivas em relação à vida, disposição 
física, organização emocional são tônicas que fazem ver seu trabalho surti efeitos 
positivos gratificando seu ego. 
A psicóloga relata ainda, um caso inusitado onde uma de suas pacientes, que 
foi encaminhada pelo médico da clínica em que a mesma atuava, onde a paciente 
não conseguia engravidar, mas durante a consulta observou algo estranho no 
umbigo da paciente e tentou saber da mesma e de seu esposo do que se tratava, 
mas ambos e na escuta, ela soube que o orifício utilizado pela paciente e o marido 
era o umbigo. A postura inicial foi a de chamar o marido da paciente para uma 
conversa, para tentar sondar se o mesmo não estava se aproveitando da inocência 
da esposa (paciente). Após o diálogo percebeu-se que o que ocorria era que o casal 
não tinham a mínima ideia de que o ato sexual era pela vagina. Então a psicóloga 
instruiu ao casal como se dava o ato sexual de forma correta. 
Para a psicóloga Andreza, a relação ética, de confiança, tem que ser 
estabelecida; e é o primeiro passo para que o psicólogo consiga trabalhar bem 
àquele paciente. É a base de tudo! É dever do psicólogo respeitar o sigilo 
profissional a fim de proteger a intimidade do paciente. 
O essencial nesse contexto é que haja uma relação que envolva respeito e 
segurança para as partes. Garantindo que a díade paciente/cliente sinta acolhimento 
ao mesmo tempo em que preservam um posicionamento coerente com a atuação 
profissional. A linha para o excesso é tênue, por isso também a responsabilidade 
deve ser um ponto relevante a considerar. 
 
 
 
 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Diante do que foi apresentado, podemos considerar que a ética está presente 
no dia a dia dos profissionais de psicologia, dentro dos consultórios são vivenciadas 
situações confrontantes em que a postura ética do psicólogo é de fundamental 
importância. 
Mediante a entrevista feita com a psicóloga a equipe atestou que os conflitos 
existentes sempre têm relação com os traumas psicológicos tais como: abuso sexual 
na infância, ideações suicidas, confrontos com leis e determinações judiciais. Assim, 
o profissional tem que agir com postura ética para fazer quebra de sigilo profissional 
ou mesmo provocar a justiça para que uma situação abusiva ou ilegal não tenha 
permanência e o sofrimento não seja prolongado, gerando mais traumas psíquicos. 
 Segundo VÁZQUEZ (2017) a responsabilidade moral pressupõe 
necessariamente um grau de liberdade que implica inevitavelmente a necessidade 
causal, juntas elas entrelaçam indissoluvelmente o ato moral, portanto é necessário 
lembrar que o valor se atribui a um objeto social, constituído ou criado pelo homem 
no decurso de sua atividade histórico-social e que os valores concretizam de acordo 
com as formas assumidas pela existência do homem como ser histórico-social. 
 
REFERÊNCIAS 
 
VÁSQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. 37 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 
2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANEXO I 
 
ROTEIRO DE ENTREVISTA ESTUDO EXPLORATÓRIO 
 
1. Como, onde e quando se deu a graduação em psicologia? 
2. Quais as experiências mais marcantes para a sua formação (acadêmicas e 
extra-acadêmicas)? 
3. Como era o contexto em que se deu a formação e a sua inserção no mercado 
de trabalho? Como é o momento histórico, político e econômico, nacional e/ou 
local, afetou a sua formação? 
4. Qual a sua área de atuação profissional? 
5. Alguma vez você se deparou em uma situação de conflito entre sigilo do 
cliente e ética? 
6. Que exemplos de conflitos éticos vistos em consultório você pode citar? 
7. De que forma o seu campo de atuação profissional atende às demandas e 
necessidades éticos/sociais do contexto brasileiro? 
8. Que transformações você percebe nos indivíduos e/ou grupos que são 
usuários ou participantes de suas ações/intervenções? 
9. Como você compreende a importância do cuidado ético na clínica 
(terapeuta/paciente)?

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