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Resumo Tabelado de Direito Público Internacional

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Resumão de Direito Público Internacional para PF Siga @corujinha_juridica 
Resumão de Direito Público Internacional para PF Siga @corujinha_juridica 
Apresentação 
Olá! Meu nome é Dayana Sales, do perfil @corujinha_juridica, sou servidora do TJRJ. A minha preparação para concursos 
começou desde muito cedo. Passei com 18 anos para Sargento Especialista da Aeronáutica. Minha formação militar foi 
na Escola de Especialistas (EEAR), em Guaratinguetá-SP. Na época que prestei o concurso, para área de Eletricidade (tenho 
formação em escola técnica – CEFET-RJ), eram 22 vagas nível Brasil. Passei em 7º lugar. Fiquei um bom tempo na FAB, fiz 
faculdade de Direito, prestei alguns concursos (reprovei em uns e passei em outros) e finalmente tomei possei no TJRJ. 
Tenho pós-graduação em Direito do Consumidor. Trabalhei cedida no TRF-1 e STF. Atualmente estou cursando um MBA 
em Gestão de Pessoas, Liderança e Coaching e uma pós em Psicologia Positiva. Minha vida é estudar, conhecer novos 
assuntos, crescer como profissional e ajudar outras pessoas com a minha experiência. 
A minha técnica de estudos é baseada no estudo ativo. O estudo ativo é aquele onde o estudante sai da posição passiva 
e vai para ativa em busca das informações, criando os seus próprios materiais de estudos. Os meus resumos são feitos 
em cima de anotações de cursinhos, de materiais em pdf, pesquisas em livros, manuais e blogs jurídicos, lives de 
professores, Buscador do Dizer o Direito. Ou seja, uma miscelânea de informações registradas no formato de tabela. Fiz 
assim porque acho uma forma mais simples de estudar e memorizar os principais tópicos de cada matéria. 
Até então, eu não havia disponibilizado meus materiais na internet. Apenas um grupo de amigos tinham acesso. Alguns 
colegas que usaram meus materiais tiveram êxito nos concursos que prestaram. Espero que você faça um bom uso desses 
materiais. Estude, leia, faça questões, indague, pesquise, complemente esse material e ajuste para sua realidade. Vá atrás 
das informações. Assuma uma posição de estudante ativo. 
Por fim, quero também falar do meu novo projeto que vai ajudar muitas pessoas a destravar nos estudos e alcançar a tão 
desejada aprovação nos concursos públicos e na OAB. Estou falando do Rotina de Estudos Sustentável. O treinamento é 
para aqueles que querem aprender a estudar da forma correta e estratégica. Nesse treinamento, vamos trabalhar como 
técnicas de estudos, organização, planejamento, otimização do tempo, controle de ansiedade, mindset de crescimento e 
todas as dores e dificuldades que permeiam o universo dos estudos. Se você quer aprender a estudar de forma correta, 
eficaz, estratégica – venha conhecer meu projeto. Me segue lá no insta @corujinha_juridica. Todos os dias têm post com 
dicas valiosas sobre técnicas de estudos, produtividade, gerenciamento do tempo, planejamento. 
Espero que os meus materiais possam ajudá-los a conquistar a tão sonhada vaga no serviço público ou na OAB. Estude e 
confie no seu potencial! Tenha foco e disciplina! Adotem esse pensamento para a vida de vocês. 
Nossos objetivos só podem ser alcançados através de um plano, no qual devemos acreditar fervorosamente e sobre o qual 
devemos agir vigorosamente. Não há outro caminho para o sucesso (Pablo Picasso). 
Aguardo o contato de vocês no meu insta. Bons Estudos! Dayana 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumão de Direito Público Internacional para PF Siga @corujinha_juridica 
 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E COOPERAÇÃO INTERNACIONAL: 
 
1 Direito internacional público: conceito, fontes e princípios. 
QC- item 1. Direito Internacional Público: conceito, fundamentação e desenvolvimento histórico, Fontes do Direito 
Internacional Público: Costume. Princípios gerais do direito. Analogia. Equidade 
Conceito de 
Direito 
Internacional 
Direito internacional Público é ramo do Direito que busca regular, através de princípios e 
normas jurídicas, as questões de interesse global e as relações entre os membros da 
sociedade internacional. 
Objeto O principal objeto do DIP é o relacionamento entre os sujeitos da sociedade internacional. 
Fundamentos  Doutrina Voluntarista/ Subjetivista: tem caráter subjetivista, pois afirmam que o motivo 
da submissão dos Estados à ordem jurídica internacional é a vontade dos Estados, expressa 
em tratados e convenções ou mesmo implícita na aceitação dos costumes internacionais. 
 Doutrina Objetivista: pregam que a obrigatoriedade das normas de DIP advém de 
princípios e regras superiores inerentes à soberania internacional que prevaleceriam em 
relação ao ordenamento jurídico interno ou às vontades Estatais, se aproximando da ideia 
de direito natural. 
 Doutrina Mista ou Objetivista Temperada: defende que o fundamento maior das normas 
de DIP seria o princípio do Pacta Sunt Servanda, pelo qual os Estados celebrariam os 
tratados a dependentes de sua vontade, mas que uma vez criada a norma de DIP através 
do consentimentos, os Estados teriam a obrigação de obedecê-la de boa-fé. 
Relacionamento 
do direito 
internacional 
com direito 
interno 
 Teoria Dualista: há duas ordens jurídicas distintas que não se relacionam nem se 
interpenetram. 
 Teoria Monista: o ordenamento jurídico seria único e constituído de normas nacionais e 
internacionais. 
Teoria Dualista  Teoria Dualista Radical: para obter eficácia no ordenamento jurídico interno, haveria 
necessidade da edição de uma lei nacional para incorporar a norma internacional ao 
sistema jurídico interno. 
 Teoria Dualista Moderada: a recepção da norma internacional pelo ordenamento jurídico 
interno dispensaria a edição de lei nacional, embora seja necessário um procedimento 
interno específico, com a participação dos poderes legislativo e executivo. 
Teoria Monista  Teoria Monista Internacionalista: em caso de conflito entre uma norma interna e uma 
norma internacional, a norma internacional prevalecerá. 
 Teoria Monista Internacionalista Radical: em caso de conflito entre uma norma interna e 
uma norma internacional, onde a norma interna será anulada. 
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 Teoria monista Internacionalista Moderada: em caso de conflito entre uma norma interna 
e uma norma internacional, onde a norma interna será afastada. 
 Teoria Monista Nacionalista: em caso de conflito entre uma norma interna e uma norma 
internacional, onde a norma interna prevalecerá. 
 Teoria Monista Mitigada ou Dialógica: está relacionada com o sistema de proteção dos 
direitos humanos. Tendo um conflito entre normas internas e internacionais deverá 
prevalecer a norma que ofereça maior grau de proteção aos direitos humanos. 
Visão Moderna 
de DIP (segundo 
Paulo Portela) 
A visão moderna de Direito Internacional, segundo Paulo Portela, baseia-se em um mondo 
marcado pelos seguintes fatores: 
• Maior intensidade das relações internacionais; 
• Maior diversidade dos temos de interesse internacional; 
• Efetiva participação de uma maior variedade de atores no âmbito das relações 
internacionais; 
• Atuação de Estados e de organismos internacionais no tocante a temas internacionais 
de interesse direto dos indivíduos; 
• Necessidade cooperação internacional; 
• Maior interdependência entre os povos. 
 
 
 
Fontes Formais 
de DIP 
 
Em relação à aplicação do 
Direito 
Em relação à existência de 
acordo de vontade entre os 
sujeitos de DIP 
Em relação à previsão no 
art. 38 do Estatuto da CIJ 
- Fontes Primárias ou 
Principais: determinam qual 
norma será aplicada no caso 
concreto (convenções e 
tratados internacionais, 
costume internacional e 
princípios gerais 
reconhecidos pelas nações 
civilizadas). 
 
- Fontes Secundárias, 
Acessórias ou Auxiliares: 
são os meios auxiliares para 
- Fontes Convencionais: 
aquelas nas quais existe 
acordo de vontade entre os 
sujeitos participantes 
(convenções, acordo e 
tratados internacionais). 
 
- Fontes 
extraconvencionais: aquelas 
que independem de acordo 
devontade entre os sujeitos 
de DIP (costume 
internacional, princípios 
- Fontes Estatutárias ou 
Catalogadas: aquelas 
previstas no rol do art. 38 do 
Estatuto da CIJ. 
 
- Fontes extraestatutárias 
ou não catalogadas: não 
estão previstas no rol do art. 
38 do Estatuto da CIJ. 
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a determinação das regras 
de direito (decisões 
judiciárias e doutrina dos 
juristas qualificados, 
equidade, decisões das 
organizações internacionais 
e atos jurídicos unilaterais) 
gerais do direito 
reconhecidos pelas nações 
civilizadas, doutrina e 
jurisprudência). 
 
 
Elementos do 
Costume 
Internacional 
 Trata-se da prática geral, uniforme e reiterada dos sujeitos de Direito Internacional Público, 
sendo reconhecido como juridicamente obrigatório. Pode-se afirmar que o costume é um 
fenômeno sociológico e não apenas jurídico. O costume não exige unanimidade para ser 
aceito, basta que um seja generalizado, uniforme e seu uso reiterado dentro do grupo 
social. Além disso, importante consignar que a mera reiteração de atos não é considera um 
costume. Podemos citar, como exemplo, a concessão de asilo diplomático dentro da 
América Latina. 
 Elemento Objetivo: prática reiterada, uniforme e geral de determinados atos em situações 
semelhantes. 
 Elemento Subjetivo: convicção da justiça e obrigatoriedade daquela prática geral. 
Teoria do 
Objetor 
Persistente 
(Persistent 
Objector) 
Defende a inaplicabilidade da regra costumeira àquele ente que sempre manifestou a rejeição 
ao costume. Assim, a doutrina do objetor persistente afirma que, se um Estado 
persistentemente se opõe à aplicação de determinado costume rem relação a si, estaria 
desonerado de cumprir tal norma costumeira diante das relações internacionais. 
Equidade A equidade (ex aequo et bono), conforme Estatuto Internacional de Justiça, pode ser utilizada, 
mas não é considerada uma fonte de Direito Internacional Público. Trata-se de meio de 
integração, utilizada na ausência da norma ou na falta de norma adequada a solucionar com 
justiça um caso concreto de conflito. Por fim, com a concordância expressa das partes do 
litígio, poderá sem empregada a equidade 
Atos Unilaterais Atos unilaterais são aqueles praticados por apenas um Estado (por isso unilaterais), mas que 
acabam gerando efeitos na vida de outros Estados, independentemente do que eles queiram. 
Alguns atos unilaterais: 
 Protestos: Consiste, segundo Paulo Portela, “na manifestação expressa de discordância 
quanto a uma determinada situação, destinada ao transgressor de norma internacional e 
voltada a evitar que a conduta objeto do protesto se transforme em norma”. Em outras 
palavras, o protesto é um ato unilateral com o objetivo de resguardar os direitos de um 
Estado em face de pretensões de outro Estado. Cita-se, como exemplo, protesto em caso 
de um golpe de estado, que violará as normas internacionais de respeito à democracia. 
 Notificação: Para Paulo Portela, “é o ato pelo qual um Estado leva oficialmente ao 
conhecimento de outro ente estatal fato ou situação que pode produzir efeitos jurídicos, 
dando-lhe a necessária certeza da informação”. É considerada um “ato condição” que 
vincula ações posteriores. Por exemplo, notificação do estado de guerra. 
 Renúncia: o ato unilateral de renúncia consiste na desistência de um direito, o qual será 
extinto. Salienta-se que a renúncia deve ser sempre expressa, nunca tácita ou presumida, 
em razão da segurança jurídica e das relações internacionais. A imunidade diplomática 
poderá ser objeto de renúncia, mas deverá ser feita pelo Estado e não pelo agente. 
 Denúncia: É o ato unilateral pelo qual o Estado deixa de fazer parte de um tratado 
internacional. Equivale a um distrato ou a uma rescisão contratual. 
 Reconhecimento: Consiste no ato unilateral, expresso ou tácito, em que se constata e se 
admite a existência de uma situação que irá acarretar consequências jurídicas, a exemplo 
do reconhecimento de Estado e de Governo. 
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 Promessa: Trata-se de um ato lateral em que o Estado se compromete de adotar 
determinada conduta. 
 Ruptura das relações diplomáticas: É o ato unilateral que suspende o diálogo oficial com 
o Estado nas relações internacionais, ainda que outro Estado queira manter. 
 Declaração de persona non grata: É quando o Estado torna inaceitável que determinada 
autoridade estrangeira permaneça em seu território. 
Jus Cogens Normas aceitas e reconhecidas pela comunidade internacional dos Estados como um todo 
como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode ser modificada por 
norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza. 
Soft Law O soft law (direito flexível) consiste no conjunto de normas que, apesar de não ostentarem 
caráter jurídicos vinculante, orientam condutas no plano de Direito Internacional. 
Organizações 
Internacionais 
As organizações internacionais ou organismos internacionais são entidades criadas 
voluntariamente por Estados-Membros através de Tratados. Tais organizações são compostas 
por Estados ou por Estados e outras organizações internacionais. Elas têm personalidade 
jurídica internacional do tipo derivada, pois sua existência é baseada em prévia criação e 
reconhecimento por parte dos Estados. Ex: ONU e OEA 
Blocos Regionais Os blocos regionais são coletividades de Estados reunidos para a realização de fins comuns, 
com o objetivo de angariar vantagens nos relacionamentos entre as nações. Ex: Mercosul e 
União Europeia. Os blocos regionais podem celebrar tratados e participar de relações jurídicas 
internacionais. 
Santa Sé e 
Vaticano 
A Santa Sé é a cúpula do governo da Igreja Católica, chefiada pelo Papa – que tem status de 
Chefe de Estado. Em decorrência do Tratado de Latrão celebrado entre Itália e Santa Sé, em 
1929, ficou reconhecida a personalidade jurídica desta última. A Santa Sé possui capacidade 
internacional bastante ampla, podendo celebrar tratados internacionais e exercer direito de 
legação (enviar e receber agentes diplomáticos), entre outras funções. 
A cidade do Vaticano é um Estado soberano, também chefiada pelo Papa – que abriga a Santa 
Sé. Assim, o papa é, ao mesmo tempo, chefe da igreja (santa sé) e chefe do Estado do Vaticano. 
Indivíduos Os indivíduos têm capacidade internacional incompleta, pois não podem celebrar acordos e 
tratados internacionais nem podem fazer parte de organizações internacionais. Porém, há 
algumas divergências entre os doutrinadores de DIP. Há quem defenda a posição de que os 
indivíduos são sim sujeitos de direito internacional. 
Organizações 
Não 
Governamentais 
Apesar de atuarem ativamente na sociedade internacional, a maioria dos doutrinadores de 
DIP não as considera sujeitos de direito internacional. Ex: Greenpeace, Anistia Internacional e 
Cruz Vermelha. 
A Cruz vermelha é entidade de personalidade jurídica de Direito Interno que presta assistência 
humanitária imparcial internacional. Para a maioria da doutrina, a Cruz Vermelha não é sujeito 
de direito internacional. A Cruz Vermelha tem grande relevância internacional em matéria de 
Direito Humanitário e, por isso, é qualificada por alguns teóricos como sujeito de Direito 
Internacional de capacidade limitada. 
Insurgentes Grupos que revoltam contra o governo, mas cujas as ações não assumem as proporções da 
beligerância. São ações localizadas. 
Os insurgentes são grupos que se revoltam contra governos, mas cujas ações não assumem a 
proporção da beligerância, como no caso de ações localizadas e de revoltas de guarnições 
militares, e cujo status de insurgência é reconhecido por outros Estados. O reconhecimento 
dos insurgentes também é ato discricionário. 
 
Beligerantes Os beligerantes são movimentos contrários ao governo de um Estado, que visam a conquistar 
o poder ou a criar um novo ente estatal, e cujo estado de beligerância é reconhecido poroutros membros da sociedade internacional. 
O reconhecimento como beligerante é aplicado às revoluções de grande envergadura, em que 
os revoltosos formam tropas regulares e que têm sob o seu controle uma parte do território 
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estatal, como nas guerras civis, fundamentando o instituto no princípio da autodeterminação 
dos povos e nos valores humanitários que perpassam as relações internacionais. Exemplo 
histórico de beligerantes foram os confederados da Guerra de Secessão dos EUA. 
 
Movimento de 
Libertação 
Nacional 
São grupos nacionalistas que buscam independência política e econômica a fim de exercer a 
alto determinação dos povos. Observação: Estado islâmico e Al-Qaeda não são considerados 
nenhum desses movimentos, são situações ilícitas, nem beligerantes e nem insurgentes. Só 
poder ser nomeado situações lícitas. 
Reconhecimento 
de Estado e 
Governo 
O reconhecimento de um Estado é ato unilateral, político e discricionário de determinado ente 
de Direito Internacional que aceita outro ente como um novo Estado Soberano. Este apenas 
reconhece e declara uma situação de fato já existente, ou sejam o reconhecimento de Estado 
não é elemento constitutivo do novo Estado, apesar de gerar vários efeitos jurídicos. 
 
O reconhecimento de governo tem cabimento principalmente nos casos de ruptura 
revolucionária, quebra da ordem institucional ou política, ou qualquer outro caso de 
instauração de um novo governo fora dos ditames estabelecidos pela ordem jurídica do país. 
Também é ato unilateral e gera efeitos jurídico, no sentido de reconhecer dado governo como 
representante internacional de determinado Ente Estatal. 
 
Reconhecimento de Estado Reconhecimento de Governo 
- ato unilateral 
- ato discricionário 
- ato irrevogável 
- ato meramente declaratório 
- ato expresso ou tácito 
- ato incondicionado a qualquer conduta do 
Estado a ser reconhecido 
- ato individual (feito por um único Estado) 
ou coletivo ( o reconhecimento é feito por 
vários Estados). 
- ato unilateral 
- ato discricionário 
- ato irrevogável 
- ato meramente declaratório 
- ato individual (feito por um único Estado) 
ou coletivo (ser realizado por vários 
Estados). 
 
O reconhecimento de Governo aplica-se apenas nos casos de mudança de governo fora das 
regras previstas pelo Estado, a exemplo de uma ruptura institucional, de um golpe de Estado. 
Não há que se falar em reconhecimento de governo nos casos de eleições. Há duas correntes 
acerca do reconhecimento de governo: Doutrina Tobar/Tovar e Doutrina Estrada. 
 
Doutrina Tobar Doutrina Estrada 
Afirma a possibilidade de reconhecimento 
de governo de um Estado por outros 
Estados. Todavia, pondera que o 
reconhecimento do novo governo pelos 
demais Estados só deveria ser efetuado após 
a confirmação de que esse novo governo 
estabelecido no poder conta com a efetiva 
aprovação popular. 
Afirma a impossibilidade de reconhecimento 
de governo de um Estado por outros 
Estados. Alega que essa conduta seria 
desnecessária intervenção em assuntos de 
soberania interna de cada país. Assim, caso 
determinado país não concorde com a 
mudança de governo em dado Estado, não 
deve emitir qualquer juízo de valor sobre 
este, mas apenas retirar seus representantes 
diplomáticos (rompimento das relações 
diplomáticas). 
 
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Doutrina 
Monroe 
Esta doutrina nasceu de uma mensagem que o Presidente James Monroe dirigiu ao Congresso 
dos Estados Unidos em dezembro de 1823, enumerando princípios destinados à política 
externa norte-americana, afirmando a proibição de ocupação do continente americano por 
parte de qualquer potência europeia, a inadmissibilidade de intervenção de potência europeia 
nos negócios internos ou externos de qualquer país americano e observando que os Estados 
Unidos não intervirão em qualquer país europeu. 
 
No século XX, outro Presidente dos Estados Unidos, Theodor Roosevelt, transformou a 
doutrina original para o que se chamou de Roosevelt corollary to the Monroe doctrine, 
desenvolvendo uma hegemonia protetora deste país, principalmente em relação aos países 
que estão neste continente, o que de certo modo perdurou até os dias atuais, na política 
externa norteamericana, expandindo-se para além da América, na proteção aos países 
amigos, aliados ou sob o domínio político norte-americano. O princípio da não intervenção é 
que se infere, basicamente, dessa doutrina. 
Doutrina Tobar Pretende que não se deve reconhecer qualquer governo que seja oriundo de golpe de Estado 
ou de revolução enquanto o povo do respectivo país não o tenha reorganizado 
constitucionalmente, com representantes livremente eleitos. Estabeleceu tal doutrina o 
princípio da legitimidade, como condição do reconhecimento do governo, bem como o 
princípio da efetividade, visando com isso diminuir as revoluções, que eram comuns na 
América Latina. 
Doutrina Drago Veio de Luís Maria Drago, que não negava a obrigação da nação devedora de reconhecer as 
dívidas que possui e procurar responsabilizar-se pelas mesmas, mas condenava a cobrança 
coercitiva das mesmas. A dívida pública não pode motivar a intervenção armada ou a 
ocupação do território americano por potências europeias. Mais tarde foi transformada na 
Convenção Porter que condena o emprego da força para a cobrança de dívidas, salvo se o 
Estado devedor não der resposta positiva para tentativas de solução do problema (p. ex.: 
arbitragem). 
Doutrina 
Estrada 
Proclamou que o reconhecimento de governos fere a soberania da nação interessada e 
importa atitude de crítica. Tal reconhecimento seria um ato de intervenção no assunto interno 
de outro Estado. Em outras palavras, não há necessidade de reconhecimento expresso e 
oficial. Na verdade, o reconhecimento do Estado é uma prática internacional que não deve ser 
abandonada, porque não se trata de interferência de um Estado em outro, mas da 
consequência natural das relações internacionais. 
Doutrina Brum Baltasar Brum é o seu autor. Após a Primeira Guerra Mundial afirmou a ideia de que os países 
americanos deveriam ter estreita unidade de ação. Atenta para a solidariedade entre estes 
países. 
Resumão de Direito Público Internacional para PF Siga @corujinha_juridica 
 
 Admite-se a escusa de obrigatoriedade de um costume internacional se o Estado provar de forma efetiva que 
se opôs ao seu conteúdo desde a sua formação. (Falso) Comentários: Não há que se falar em prova de forma 
efetiva, mas PERSISTENTE (princípio do objetor persistente). O princípio do objetor persistente refere-se à não 
vinculação de um Estado para com determinado costume internacional. – CERTO (CESPE/2010). Uma vez que a 
existência de um costume internacional é reconhecida mediante a comprovação de uma "prática geral aceita como 
sendo o direito", um Estado pode lograr obstar a aplicação de um costume por meio de atos que manifestem sua 
"objeção persistente" à formação da regra costumeira, a menos que esta tenha caráter imperativo (ius cogens). – 
CERTO (CESPE, DIPLOMATA, 2009); Todavia, a aplicação desse princípio do objetor persistente não é unânime na 
doutrina. 
 
 Não há previsão expressa de princípios gerais do direito internacional no Estatuto da CIJ (V) Comentários: 
em seu art. 38, item 1, alínea c, apenas cita genericamente que os princípios reconhecidos pelas nações 
civilizadas serão aplicados em suas decisões. 
 
 O Estatuto da CIJ estabelece que as decisões proferidas pelas organizações internacionais sejam consideradas 
fontes do direito internacional público (F) Comentários: O art. 59 da CIJ estabelece que a decisão da Corte só 
obriga as partes litigantes e a respeito do caso em questão. 
 
 A corrente voluntarista considera que a obrigatoriedade do direito internacional deve basear-se no 
consentimento dos cidadãos. (F) Comentários: Deve basear-se no consentimento dos Estados. 
 
 O consentimento perceptivo da correnteobjetivista significa que a normatividade jurídica do direito 
internacional nasce da pura vontade dos Estados. (F) Comentários: Trata-se da corrente voluntarista (vontade). 
Para a corrente objetivista, a obrigatoriedade da norma nasce da sua própria primazia, dada a importância dos 
princípios e valores que veicula para existência e desenvolvimento da sociedade, estando acima da vontade dos 
Estados. 
 
 O direito internacional público surgiu na Idade Moderna, como disciplina jurídica subsidiária ao poder 
absolutista dos soberanos europeus e do Estado nacional moderno, a partir de estudos sobre direitos referentes 
à guerra e à paz entre as nações. (Correto) - A formação do Direito Internacional contemporâneo se dá com o 
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surgimento dos Estados soberanos. O marco moderno foi a conclusão dos tratados de Vestfália de 1648, dando 
fim à Guerra dos 30 anos. 
QC – 2. Direito Internacional e Direito Interno: teorias em confronto, monismo e dualismo 
 Sobre a coexistência de normas internacionais com normas nacionais: 
 As correntes teóricas que estabelecem critérios para justificar a solução de conflitos normativos entre as 
normas internacionais e as normas internas prescindem dos ordenamentos jurídicos nacionais. (Falso - A 
questão fala da teoria dualista, porque assevera a "solução de conflito", ao passo que a monista já rechaça tal 
solução, afirmando existir apenas um único ordenamento válido. A teoria dualista não dispensa o ordenamento 
jurídico nacional. Se for teoria dualista radical, há necessidade de lei para sua internalização, e se for teoria dualista 
moderada, ainda assim há procedimento para sua internacionalização. 
 
 O fato de um Estado não poder invocar uma norma jurídica doméstica para se escusar de uma obrigação 
internacional significa que o direito internacional ignora o direito interno (Falso - Apenas significa a adoção do 
Estado por aquela norma, e não a sua total ignorância das normas internas.) 
 
 Na hipótese de conflito entre uma norma constitucional e uma norma internacional prevalecerá a primeira, 
pois apregoa-se a obrigatoriedade do direito internacional às regras do direito interno, em decorrência de uma 
percepção teórica de um monismo do tipo internacionalista. (falso - O monismo internacionalista dá prevalência 
à norma internacional); 
 
 As correntes teóricas dualistas, ainda que moderadas, apregoam uma visão que engloba de forma indistinta 
tratados internacionais, costumes e princípios gerais de direito. (falso – observam de forma distinta); 
 Considera-se o monismo do tipo internacionalista dialógico uma corrente adequada para tratar de conflitos 
normativos que envolvam direitos humanos, visto que poderia haver a aplicação da norma de direito interno 
em detrimento da de direito internacional ou vice-versa. (correto) TEORIA MONISTA DIALÓGICA*: segundo 
prof. valério mazzuoli, para que haja diálogo entre o direito internacional e o direito interno, em matérias de 
direitos humanos, para que prevaleça a norma mais protetiva (princípio pro homine – usado pela Corte 
Interamericana de Direitos Humanos). Para esta teoria não há briga para ver qual norma prevalece, mas sim qual 
norma mais protetiva para os direitos humanos. 
 
#RESUMO: Correntes doutrinárias que procuram proporcionar solução para o conflito entre as normas internas 
e as internacionais: 
a) Teoria Dualista(dualismo): existem 2 ordens jurídicas distintas e independentes; impossível conflito entre 
norma interna e internacional; necessário incorporação; 
a.1) Radical – há a necessidade de Lei para sua internalização 
a.2) Moderada – dispensa lei, mas há um proceder específico para sua internalização (BRASIL*). 
 
b) Teoria Monista(monismo): existe UMA SÓ ordem jurídica; possível conflito entre norma interna e internacional; 
CESPE: 
b.1. Internacionalista: Prevalência do Direito Internacional sobre o Direito Interno (prevista na Convenção de 
Viena de 1969) 
 i. Radical – a norma internacional anula a norma interna; 
 ii. Moderada – a norma internacional afasta a norma interna. 
iii. Dialógica– Prevalece o Direito internacional, mas dialogando com o Direito interno, ou seja, se a norma de 
direito interno, que envolva Direitos Humanos, for mais benéfica, aplica-se esta em detrimento da norma 
internacional. 
 
b.2. Nacionalista – prevalência do direito interno (base: soberania estatal) 
b.3. Moderada: Nenhuma das ordens deve prevalecer, devendo ser aplicados os critérios de solução de conflitos 
de leis (especialidade, temporalidade, etc.). 
Resumão de Direito Público Internacional para PF Siga @corujinha_juridica 
 
 
Dualismo Monismo 
- Defende a existência de 
duas ordens jurídicas distintas e independentes; 
- Defende a Impossibilidade de conflito entre norma 
interna e internacional; 
- Defende a necessidade de incorporação. 
- Dualismo Radical: O conteúdo dos tratados deve 
ser incorporado 
ao ordenamento interno por lei interna; 
- Dualismo moderado: A incorporação exige mera ra
tificação, com prévia aprovação do parlamento. 
 OBS: Dualismo Moderado foi a teoria adotada no 
Brasil. 
 
- Defende a existência de uma só ordem jurídica. 
- Defende a possibilidade de conflito entre norma 
interna e internacional; 
- Monismo Nacionalista :Prevalece a norma 
interna. Fundamenta-
se no valor superior da soberania estatal. 
- Monismo Internacional (Kelsen) : 
Prevalece a norma do DIP. É prevista na Convenção de 
Viena de 1969. 
 
*OBS: Qual teoria o Brasil adota? No Brasil, o STF entende que é necessária a incorporação interna das normas 
internacionais através de um “decreto de execução presidencial”, mas não exige a edição de lei interna para 
incorporar a norma internacional. Por isso, parte da doutrina entende que o STF adotou a corrente do “dualismo 
moderado” ou “monismo moderado” (Mazzuoli, 2010). Outros entendem que essa opção do STF é dualista 
(Nádia de Araújo, citado por RAMOS, 2004, pág. 301). 
 De acordo com o dualismo, as normas de direito internacional e de direito interno existem separadamente e 
não afetam umas às outras. No Brasil, a teoria adotada é o monismo, de acordo com a qual há unidade do 
ordenamento jurídico, ora prevalecendo as normas de direito internacional sobre as de direito interno, ora 
prevalecendo estas sobre aquelas. (ERRADA - De acordo com a ADIN 1480, STF, o Brasil é dualista moderado; Há 
controvérsia quanto à corrente adotada pelo Brasil. Parcela da doutrina defende que o Brasil herdou uma 
característica do dualismo moderado visto que somente incorpora ao direito interno por meio de decreto 
presidencial norma internacional que já vigorava internacionalmente. Por outro lado, outros defendem que a 
celebração de tratados pelo Brasil revela a adoção de um monismo nacionalista); 
 
 A corrente monista e a dualista apresentam as mesmas respostas para o conflito entre as normas internas e 
as internacionais. (Falso - as soluções e as respostas apresentadas pela corrente monista e pela corrente dualista 
são totalmente diferentes. Para a corrente dualista, as ordens jurídicas são separadas; para a corrente monista, a 
ordem jurídica seria única.) 
 
 Nenhum país adota a corrente doutrinária monista. (Falso - os Países Baixos e a Holanda adotam a teoria 
monista internacionalista) 
 
 Consoante a corrente monista, o ato de ratificação de tratado gera efeitos no âmbito nacional. (Correto - Para 
a corrente monista, como a ordem jurídica internacional e ordem jurídica interna formam uma única ordem 
jurídica, quando um tratado é aprovado no âmbito internacional, ele faz parte imediatamente à ordem jurídica 
daquele Estado; logo, o ato de ratificação gera efeitos no âmbito interno e externo); 
 
 De acordo com a corrente dualista, o direito interno e o direito internacional convivem em uma única ordem 
jurídica. (Falso – refere-se a teoria monista (direito interno e internacional formam uma única ordem jurídica, logo 
o ato de ratificação do tratadojá gera efeitos no âmbito interno e externo; a teoria dualista diz exatamente o 
contrário, nesta o direito internacional e o interno são ordenamentos separados e distintos, assim, a ratificação só 
gera efeitos no âmbito internacional, sendo imprescindível ato normativo interno para que o tratado seja 
incorporado a ordem interna e passar a produzir efeitos); 
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 De acordo com a corrente monista, a norma interna sempre prevalece sobre a internacional (falso - dentro 
da corrente monista, existem subdivisões: internacionalista (prevalece a internacional), nacionalista (prevalece 
direito interno)) 
 
 Ao defender a independência do direito internacional em relação ao direito nacional, os dualistas o fazem 
levando em consideração exclusivamente as hipóteses de conflito entre um tratado e uma norma de direito 
interno. (Correto, mas há quem defenda errada essa questão, pois no caso da teoria dualista não haveria um 
conflito entre normas de direito internacional e interno (essa prova foi da ABIN). Opinião Mayara – a questão 
conceitua a teoria dualista no início “defende a independência do direito internacional em relação ao direito 
nacional”, e justamente essa divisão entre dualista e monista é justamente quanto ao “conflito entre tratado e 
norma de direito interno”, basta vê a classificação: “correntes doutrinárias que procuram proporcionar solução 
para o conflito entre as normas internas e as internacionais”. 
 
 
Considerando a jurisprudência atual do STF, assinale a opção correta quanto à relação entre tratado e norma de 
direito interno: 
 O STF apregoa o primado do direito internacional em face do ordenamento nacional brasileiro. (falso - Para 
que o STF considerasse que o direito internacional tem primazia sobre o direito interno, o Brasil precisaria ter 
adotado o monismo, corrente que defende que direito interno e internacional são partes de um único sistema 
jurídico, havendo, portanto, hierarquia entre eles. Como na visão do STF, o Brasil adota o dualismo, corrente que 
defende que direito interno e internacional são dois ramos distintos e independentes do direito, não há que se 
falar em hierarquia. Dessa forma, o STF não apregoa o primado do direito internacional em face do direito nacional 
brasileiro). 
 
 Tratados e convenções guardam estrita relação de paridade normativa com as leis delegadas editadas pelo 
Poder Executivo. (Falso - tratados e convenções guardam paridade, regra geral, com a legislação ordinária federal, 
e não com as leis delegadas. Em caso de tratados de direitos humanos aprovados com o mesmo quórum e 
procedimentos requeridos para aprovação de emenda constitucional, eles serão equivalentes a emendas 
constitucionais); 
 
 Há sempre a primazia dos tratados internacionais de comércio exterior sobre as normas internas aduaneiras. 
(Falso - não há sempre primazia dos tratados de comércio exterior sobre as normas internas aduaneiras. No geral, 
esse tipo de tratado segue as mesmas regras aplicáveis a qualquer outro tratado. Quando o tratado versar sobre 
direito tributário, a maior parte da doutrina afirma que ele terá primazia sobre as normas de direito interno da 
mesma matéria, pois, assim como o Código Tributário Nacional, esse tratado terá status de lei complementar, e 
não ordinária); 
 
 O Decreto-lei n.º 911/1969, que permite a prisão civil do devedor-fiduciante, foi revogado pelo Pacto de San 
José da Costa Rica. (FALSO- segundo o STF, o dispositivo constitucional que permitia a prisão do depositário infiel 
não foi revogado, mas deixou de ter aplicabilidade – EFICÁCIA PARALISANTE. O Pacto de San José foi internalizado 
com status supralegal e não, com status de EC, logo, não poderia revogar dispositivo constitucional que traz prisão 
do depositário infiel. 
 
 Para decidir conflito entre tratado e norma de direito interno, além do critério da lex posterior derogat priori, 
o STF aplica, ainda, um outro, qual seja, o da lex posterior generalis non derogat legi priori speciali. (Correto - os 
critérios “lei posterior derroga anterior” e “lei posterior geral não derroga lei anterior específica” são, de fato, 
usados para decidir conflitos entre tratados e normas de direito interno). 
 
QC 4 - Fontes do direito internacional: atos unilaterais e resoluções das organizações intermediárias 
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 Em 2016, entrou em vigor a convenção das Nações Unidas sobre atos unilaterais dos Estados, fruto de projeto 
elaborado pela Comissão de Direito Internacional. (E) "Os atos unilaterais fazem parte da agenda de estudos da 
Comissão de Direito Internacional da ONU. Entretanto, ainda não há uma convenção internacional sobre o tema". 
 
 É fonte de direito internacional reconhecida a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações. 
(Correta – Delta PF 2013 - É o que dispõe o art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça ao citar a doutrina 
e jurisprudência, como fonte indireta/auxiliar/secundária. Mas cuidado, muitos comentários que criticam o 
gabarito, pois há quem entenda que doutrina e a jurisprudência seriam meios auxiliares e não, fontes(mazzuoli). 
 
 Os atos unilaterais dos Estados, como as leis e os decretos em que se determinam, observados os limites 
próprios, a extensão do mar territorial, da sua zona econômica exclusiva ou o regime de portos, são 
considerados fontes do direito internacional público, sobre as quais dispõe expressamente o Estatuto da Corte 
Internacional de Justiça. (Falso – o art. 38 Estatuto da Corte Internacional de Justiça não prevê expressamente os 
atos unilaterais dos Estados como fontes do direito internacional público, mas tal rol não é taxativo). 
 
 Por não se encontrarem inseridos no estatuto da CIJ, os atos unilaterais dos Estados, como o ato de 
reconhecimento do nascimento de outro Estado, possuem natureza política, não se revestindo de 
obrigatoriedade normativa. (E) 
Atos unilaterais dos Estados: são atos que não possuem normatividade. Contudo, criam obrigações aos Estados 
que os proclamam. Assim, quando assumir unilateralmente um compromisso publicamente, mesmo quando não 
efetuado no contexto das negociações internacionais, o Estado deverá cumpri-lo obrigatoriamente, em respeito à 
boa-fé. 
 
 Em relação a atos unilaterais, analise as assertivas: 
- São aplicados pela Corte Internacional de Justiça como fontes do direito internacional, conforme disposto em 
seu estatuto. (F – o estatuto (Art 38) não prevê) 
- Criam apenas obrigações morais para os Estados. (F – criam obrigações jurídicas) 
- Esses atos são conhecidos também como estoppel. (Falso - equivocada ao comparar o ato unilateral ao estoppel. 
 
O estoppel é um fenômeno de natureza processual, que resulta na carência da ação e, por conseqüência, na perda 
da efetividade de um direito material. No estoppel dá-se a perda de um direito, tendo havido prova de que a parte 
que o alega teve uma conduta anterior incompatível com suas pretensões alegadas.) 
- A Comissão de Direito Internacional da ONU se dedicou a estudar tais atos. (correta) 
-O Estado brasileiro mantém-se em oposição persistente ao costume que prescreve a existência desses atos. 
(Errado – o Brasil reconhece os atos unilaterais como fonte de DIP. Tanto é assim que pratica tais atos ao iniciar 
uma negociação quando pretende solucionar uma controvérsia no âmbito do MERCOSUL) 
 
QC – ITEM 5 - Fontes do Direito Internacional Público: Costume. Princípios gerais do direito. Analogia. Equidade 
(parei na página 1 – 20 questões, até 2012) 
 Considerando as disposições da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, de 1969, e sua aplicação 
na jurisprudência internacional, julgue (C ou E) o item seguinte. O princípio da efetividade (effet utile) — 
segundo o qual um tratado deve ser interpretado de modo a atribuir efeito e significado a todos os seus termos 
— não é explicitamente previsto na referida Convenção, masseu uso é disseminado na jurisprudência 
internacional. Effet utile: Princípio da efetividade é costumeiro. 
 
 O reconhecimento de governo deve ser tratado diferentemente do reconhecimento de Estado, considerando-
se que os efeitos jurídicos são diversos no direito internacional. 
 
 
 O Estatuto da Corte Internacional de Justiça reconhece os princípios gerais de direito como fontes auxiliares 
do direito internacional. 
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(art.38) A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem 
submetidas, aplicará: 
a. as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas 
pelos Estados litigantes; 
b. o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito; 
c. os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas; 
d. sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das 
diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito. 
 
 Diferentemente dos tratados, os costumes internacionais reconhecidos pelo Estado brasileiro dispensam, 
para serem aplicados no país, qualquer mecanismo ou rito de internalização ao sistema jurídico pátrio. (correta 
-O costume não precisa ser internalizado formalmente, apenas cumprir os requisitos objetivo e subjetivo- O art. 
38, § 1º, b, do Estatuto da CIJ define o costume internacional como "uma prática geral aceita como sendo o 
direito"); 
 
 A jurisprudência tem constituído importante acervo de decisões que balizam o desenvolvimento progressivo 
do direito internacional, não apenas como previsão ideal, mas como efetivo aporte à prática da disciplina. Acerca 
da aplicação do art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, de antecedentes judiciários, de tratados e de 
costumes, julgue (C ou E) o seguinte item: Aos juízes de Haia, autorizados pelo estatuto da Corte Internacional 
de Justiça, é conferido o poder de aplicar, de forma automática, tanto normas escritas quanto normas não 
escritas, além de costume, de equidade e de princípios gerais do direito. (ERRADO- A equidade não pode ter 
aplicação imediata. A CIJ somente poderá decidir com base na equidade caso ambas as partes litigantes com isso 
concordarem.) 
 
 A noção de jus cogens, como a de normas imperativas a priori, embora não unanimemente reconhecida em 
doutrina, é invocada com referência tanto em jurisprudência quanto em direito internacional positivo. (Correta 
- Embora prevista no art. 53 da Convenção de Viena, em disposição que estabelece que "é nulo um tratado que, 
no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de Direito Internacional geral", não existe a 
fixação das normas de jus cogens nem pela dita Convenção e nem por outro tratado qualquer. Por isso, alguns 
setores da doutrina não o reconhece como conjunto de normas imperativas a priori. 
 
 O Código Penal brasileiro prevê a aplicação do princípio da jurisdição universal a estrangeiros, incluindo-se 
os casos em que haja violações de normas costumeiras de direito internacional. (Errado - Código Penal brasileiro 
prevê a aplicação do princípio da jurisdição universal, no intuito de combater crimes de lesa humanidade, como é 
o caso do genocídio (art. 7º, I, d, CP). A universalidade da jurisdição desses crimes ocorre por serem parte do jus 
cogens, ou seja, por possuírem valor imperativo e cogente. Normas costumeiras do direito internacional não 
possuem essa característica). 
 
 De acordo com o Estatuto da Corte da Haia, a equidade constitui, apesar de seu caráter impreciso, fonte 
recorrente e prevista como obrigatória na resolução judicial de contenciosos internacionais. (FALSO- Equidade 
é um método de raciocínio jurídico, e não uma fonte de DIP. Ela está presente no parágrafo 2o do artigo 38 do 
Estatuto da CIJ, por meio da expressão ex aequo et bono, e deverá ser usada apenas quando for conveniente para 
as partes: “A presente disposição não prejudicará a faculdade do Tribunal (*) de decidir uma questão ex aequo et 
bono, se as partes assim convierem”.) 
 
 
 A expressão não escrita do direito das gentes conforma o costume internacional como prática reiterada e 
uniforme de conduta, que, incorporada com convicção jurídica, distingue-se de meros usos ou mesmo de 
práticas de cortesia internacional. (correto - costume deve espelhar o reconhecimento generalizado, pelos 
sujeitos de DIP, de que determinadas práticas são obrigatórias.) 
 
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 As convenções internacionais, que podem ser registradas ou não pela escrita, são consideradas, 
independentemente de sua denominação, fontes por excelência, previstas originariamente no Estatuto da CIJ. 
(errado - ratado ou convenção é uma fonte escrita, o que está previsto no artigo 2o, 1, a da Convenção de Viena 
de 1969) 
 
 Em face do caráter difuso da sociedade internacional, bem como da proliferação de tribunais internacionais, 
verifica-se no direito internacional crescente invocação de decisões judiciais antecedentes, arroladas como 
opinio juris, ainda que não previstas no Estatuto da CIJ. (errado- as decisões judiciais, assim como a doutrina, 
estão previstas no artigo 38, 1, d, do Estatuto da CIJ, como meios auxiliares). 
 
 Ainda que não prevista em tratado ou no Estatuto da CIJ, a invocação crescente de normas imperativas 
confere ao jus cogens manifesta qualidade de fonte da disciplina, a par de atos de organizações internacionais, 
como resoluções da ONU. (errado - o jus cogens não é uma fonte de DIP, mas, sim, um tipo de norma que pode 
se manifestar por meio das fontes de DIP, como tratados e costumes) 
2 Atos internacionais. 2.1 Tratados: validade; efeitos; ratificação; promulgação; registro, publicidade; vigência 
contemporânea e diferida; incorporação ao direito interno; violação; conflito entre tratado e norma de direito 
interno; extinção. 
Obs: Leitura da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1969 é obrigatória para banca CESPE! 
Tratado Acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regidos pelo Direito internacional, 
que conte de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que 
seja sua denominação específica. 
Terminologia A Convenção de Viena sobre Direitos dos Tratados de 1969 aduz que para o conceito de tratado 
não importa qual seja a denominação específica. Não obstante, há preferência por 
determinadas terminologias nos seguintes casos: 
 Tratado: ajuste mais solene e de maior importância, por criar situações jurídicas. Ex: 
Tratados de Paz. 
 Convenção: ajuste de caráter amplo, que cria normas gerais. 
 Declaração: documento que cria princípios gerais, mas não cria compromissos de Direito 
Internacional. 
 Ato ou ata: cria obrigações, mas gera apenas efeitos morais. 
 Compromisso: acordo relativo a submissão à arbitragem. 
 Pacto: atos solenes de importância política. 
 Estatuto: cria cortes internacionais. 
 Carta ou Constituição: ajuste utilizado para constituir organizações internacionais. 
 Concordatas: tratados de caráter religioso concluídos pela Santa Sé. 
 Protocolo: designa a ata de uma conferencia ou um acordo menos formal resultante de 
conferencia diplomática. 
 Acordo: tratado de cunho econômico, financeiro e cultural. 
 Acordo executivo: expressão americana criada para ajuste concluído sob autoridade de 
chefe do poder executivo. 
 Acordo de cavalheiros: compromisso pessoal entre estadistas, fundando apenas na moral. 
 Acordo por troca de notas: ajuste através de trocas de notas diplomáticas para assuntos 
administrativos ou alterações de tratados. 
Classificação dos Tratados 
Quanto ao 
número de 
partes 
 Tratados Bilaterais: tem apenas duas partes. 
 Tratados Multilaterais ou Coletivos: tem multiplicidade de partes. 
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Quanto às fases 
de 
procedimento 
 Tratados unifásicos ou de forma simplificada: exigem apenas a fase da assinatura para a 
conclusão do acordo. 
 Tratados bifásicos ou stricto sensu: exigem duas fases para a conclusão do acordo: a 
primeira fase, de negociação e assinatura; e a segunda fase, de ratificação. 
 
Quanto ao 
procedimento 
 Tratados Formais: exigem a participação do Poder Legislativo. 
 Tratados Informais: não exigem a aprovação do Poder Legislativo. 
 
Quanto à 
natureza das 
normas 
 Tratados Contratuais: criam obrigações e deveres recíprocos. 
 Tratados normativos ou Tratados-Leis: criam normas gerais de Direito Internacional 
Público, objetivamente válidas, sem previsão de contraprestação específica por parte dos 
Estados. 
Quanto à 
execução 
temporal 
 Tratados transitórios ou de vigência estática: aquele cuja a execução é imediata, esgotando 
seus efeitos instantaneamente desde logo. 
 Tratados permanentes ou de vigência dinâmica: aquelas cuja execução é diferida, 
protraindo-se no tempo, por prazo certo ou indefinido. 
Quanto à 
possibilidade de 
adesão 
posterior 
 Tratados Abertos: permitem a posterior adesão de outros sujeitos. 
 Tratados Fechados: não permitem a posterior adesão de outros sujeitos. 
Etapas do Processo de Elaboração dos Tratados 
Negociações 
Preliminares 
Entabuladas pelos Chefes de Estado ou de Governo, Ministro das Relações Exteriores e Chefes 
de Missões Diplomáticas, que são autorizados pela Convenção de Viena de 1969 a negociar 
tratados. 
 
Celebração/ 
Assinatura 
A assinatura é um aceite formal e precário do texto do tratado, cujos efeitos são: 
- autenticar o texto; 
- atestar a concordância dos negociadores; 
- dar início ao prazo para ratificação. 
Com a assinatura o Estado ainda não confirma o vínculo obrigacional no plano internacional, 
ou seja, é um ato sem efeitos jurídicos vinculantes, salvo disposição em contrário. 
 
Aprovação 
Parlamentar 
É o ato interno do país signatário. No Brasil, a CF prevê ser de competência exclusiva do CN. 
Ratificação É o ato jurídico externo de Estado através do qual o Chefe do Estado confirma o tratado 
firmado, e declara a aceitação definitiva do que foi convencionado , engajando o país 
definitivamente ao conteúdo do compromisso firmado. 
 
Promulgação Ato jurídico interno mediante o qual o Chefe de Estado confere executoriedade interna ao 
tratado no plano nacional e declara sua conformidade com o processo legislativo. Feita 
mediante Decreto do Presidente da República, devidamente publicado no Diário Oficial. 
 
Publicação O tratado deve ser publicado na Imprensa Oficial, como requisito para sua aplicação no âmbito 
interno. Tanto o Decreto Legislativo que aprova o tratado quanto o Decreto do Presidente da 
República devem ser publicados no D.O.U. 
 
Registro O tratado deve ser registrado na sede da ONU e posteriormente publicado pelo Secretário-
Geral da ONU. Tal procedimento é necessário para que os termos do ajuste possam ser 
invocados perante os membros e órgãos das Nações Unidas. 
 
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Incorporação ao 
direito interno 
brasileiro 
É o decreto de execução do Presidentes da República, editado após a aprovação parlamentar 
mediante Decreto legislativo, que promulga e concede executoriedade interna ao tratado 
internacional. 
Para a doutrina majoritária, com relação aos tratados internacionais comuns, o Brasil passou a 
colher a concepção dualista moderada, que exige a edição de decreto de execução para que o 
conteúdo do acordo passe a irradiar seus efeitos no território nacional. 
 
Reserva A reserva é uma declaração unilateral, qualquer que seja sua redação ou denominação, feita 
por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, com o 
objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do tratado em sua 
aplicação a esse Estado. 
 
Denúncia É o ato unilateral cujos efeitos jurídicos ex nunc vinculam o Estado do acordo internacional, 
encerrando o compromisso com o tratado denunciado. 
 
Hierarquia dos 
Tratados 
Tratados de Direitos Humanos: 
1) Se o tratado internacional de DH, ao ser internalizado no ordenamento nacional, for 
aprovado pelo mesmo processo mais complexo das emendas constitucionais 
(aprovação pelas duas casas do CN), em 2 turnos de votação, por 3/5 dos membros da 
casa – terá status de Emenda Constitucional (EC Nº 45/2004). 
2) Se o tratado internacional de DH, ao ser internalizado no ordenamento nacional, não 
for aprovado pelo procedimento complexo de emendas constitucionais, terá status de 
norma supralegal, situação extensível aqueles tratados que entraram em vigor no 
ordenamento brasileiro antes de 2004. 
 
Poder Executivo Poder Legislativo Poder Executivo Poder Legislativo 
Celebra a negociação e 
assina o tratado 
Referendo pelo CN 
(aprova) 
Ratificação pelo Chefe 
do Executivo 
Publicação no D.O. 
 
 
 
Etapas Órgãos e autoridades envolvidos Objetivo 
Negociação Coordenação por parte do Poder 
Executivo Nacional (Brasil: União) 
Elaborar o texto do tratado. 
Assinatura - Chefe do Estado 
- Chefe de Governo 
- Ministro das Relações Exteriores 
- Embaixadores para tratados com 
Estado ou organismo internacional 
junto ao qual estão acreditados 
- Representantes acreditados 
pelos Estados perante uma 
conferência, organização 
internacional ou um de seus 
órgãos, para tratados nesses 
foros. 
- Encerramento das 
negociações 
- Concordância dos negociadores com o 
texto 
- Adoção do texto 
- Encaminhamento para etapas posteriores 
- Efeitos jurídicos: condicionar 
mudanças no texto a novas negociações ou 
emendas e obrigar a não agir 
contrariamente ao objeto do ato. 
- NOTA: De resto, ainda não obriga os 
signatários a observar suas normas. 
Ratificação No Brasil, PR autorizado pelo CN Confirmar a vinculação do tratado. 
Entrada em vigor Bilaterais: notificação da ratificação ou troca dos 
instrumentos de ratificação 
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Multilaterais: número mínimo de ratificações 
Registro Poder Executivo Central (no Brasil: 
União), junto à ONU 
- Dar publicidade ao ato. 
 
 
TRATADOS INTERNACIONAIS 
1. CONCEITO 
Tratado é um acordo voluntário e escrito entre sujeitos de direito internacional, que estabelecem as regras da sua 
própria convivência. 
É marcado pela voluntariedade e pode ser celebrado por Estados, Organizações Internacionais e também por 
outros entes de direito público externo, como a Santa Sé e os blocos regionais. 
Tratado é um gênero que incorpora várias espécies (ex.: convenção, acordo, pacto, etc.). A denominação não 
influencia o caráter jurídico do instrumento. O que importa é que seja escrito, concluído por Estados e OIs e regido 
pelo DIP. 
#VAICAIR: O que é paradiplomacia? Trata-se da possibilidade de um ENTE FEDERADO (um Estado da Federação) 
CELEBRAR TRATADOS, DESDE QUE AUTORIZADOS PELO SEU ESTADO (país). 
#PEGADINHA #CEBRASPEGOSTA Quanto aos efeitos dos tratados, em regra são restritos às partes signatárias, mas 
também podem gerar consequências jurídicas a entes que não participaram de seu processo de conclusão. 
Ex.: as normas de manutenção da paz e da segurança da Carta das Nações Unidas podem gerar ações contra 
Estados que representem ameaça à estabilidade regional ou mundial, ainda que não sejam parte da Carta da ONU. 
2. FASES DO TRATADO 
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Temos fases internacionais e fases internas. 
Primeiramente, temos as negociações e assinaturas. Depois, passa-se para um plano interno, em que há o 
referendo parlamentar. No caso do Brasil, aprovação pelo Congresso Nacional. Posteriormente, há ratificação no 
plano internacional realizada pelo Presidente da República. No plano interno, temos a promulgação e publicação 
do decreto de ratificação. 
O tratado, noplano internacional, passa por fases relativas a negociações, assinaturas e ratificação. Depois, no 
plano interno, passa por questões atinentes à aprovação e promulgação. 
2.1 NEGOCIAÇÃO 
Precisa ser realizada pelo Chefe do Estado, ou por quem designado por ele, com carta de plenos poderes 
(plenipotenciários). CF, art. 84, VIII. 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; 
Os plenipotenciários de competência originária seriam o Presidente da República e o Ministro das Relações 
Exteriores. Já os diplomatas, ou representantes da República Brasileira, que se dirigem a reuniões, encontros para 
celebrar tratados, devem portar carta de plenos poderes, que confere competência para celebrar tratados em 
nome da República Federativa do Brasil. 
2.2 ADOÇÃO DO TEXTO 
Posteriormente à negociação, temos a adoção do texto. É a redação definitiva do tratado. É a fase em que os 
sujeitos de direito internacional vão ter um texto escrito e vão adotá-lo como representativo das obrigações e 
direitos que assim desejam se vincular. Desde o momento da adoção do tratado, existe a aplicabilidade imediata 
das cláusulas finais desse tratado (art. 24, §4º, Convenção de Viena). 
Artigo 24 
4. Aplicam-se desde o momento da adoção do texto de um tratado as disposições relativas à autenticação de seu 
texto, à manifestação do consentimento dos Estados em obrigarem-se pelo tratado, à maneira ou à data de sua 
entrada em vigor, às reservas, às funções de depositário e aos outros assuntos que surjam necessariamente antes 
da entrada em vigor do tratado. 
 
Essas cláusulas finais são, por exemplo, o momento da entrada em vigor, as questões relativas à possibilidade ou 
não de fazer reservas, as funções do depositário, aquele que receberá os instrumentos de ratificação dos demais 
sujeitos de direito internacional. 
Desde o momento da adoção, as disposições relativas à autenticação do texto, manifestação de consentimento 
em obrigar-se pelo tratado, maneira da entrada em vigor, já se tornam obrigatórios. 
Em relação aos tratados, via de regra, vai haver o estabelecimento de um quórum mínimo de ratificação para que 
eles entrem em vigor. Poderá também ser estipulado que todos os Estados que negociaram devem adotá-lo e 
ratificá-lo, ou, pelo menos no momento da adoção, todos os Estados presentes na negociação devem assim 
consentir com o texto. 
Caso se trate de conferência (ex.: conferência da Haia de direito internacional privada, conferência das Nações 
Unidas) é possível a adoção de um texto do tratado por meio de 2/3 dos Estados ali presentes. 
2.3 ASSINATURAS 
Temos a autenticação, que ainda não é obrigatória, e dá legitimidade ao tratado. Posteriormente, temos a 
assinatura, que pode ser um aceite precário e formal, que não acarreta efeitos jurídicos (exceto quando o próprio 
tratado dispuser nesse sentido, ou seja, quando ele dispuser que haverá determinados efeitos após a assinatura). 
A assinatura ad referendum de um tratado, em relação a um representante de um Estado, quando confirmada por 
esse Estado, vale como assinatura definitiva do tratado. Se um representante assina, essa assinatura pode obter 
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referendo do Chefe de Estado, retroagindo ao ato anterior, quando ele não estava de porte da Carta de plenos 
poderes. 
A rubrica tem os mesmos valores, conforme parágrafo 1º. 
Artigo 12 
Consentimento em Obrigar-se por um Tratado Manifestado pela Assinatura 
1. O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado manifesta-se pela assinatura do representante 
desse Estado: 
a)quando o tratado dispõe que a assinatura terá esse efeito; 
b)quando se estabeleça, de outra forma, que os Estados negociadores acordaram em dar à assinatura esse efeito; 
ou 
c)quando a intenção do Estado interessado em dar esse efeito à assinatura decorra dos plenos poderes de seu 
representante ou tenha sido manifestada durante a negociação. 
2. Para os efeitos do parágrafo 1: 
a)a rubrica de um texto tem o valor de assinatura do tratado, quando ficar estabelecido que os Estados 
negociadores nisso concordaram; 
b)a assinatura ad referendum de um tratado pelo representante de um Estado, quando confirmada por esse 
Estado, vale como assinatura definitiva do tratado. 
 
• Efeitos da Assinatura 
Art. 18, Convenção de Viena: 
Obrigação de Não Frustrar o Objeto e Finalidade de um Tratado antes de sua Entrada em Vigor Um Estado é 
obrigado a abster-se da prática de atos que frustrariam o objeto e a finalidade de um tratado, quando: 
a)tiver assinado ou trocado instrumentos constitutivos do tratado, sob reserva de ratificação, aceitação ou 
aprovação, enquanto não tiver manifestado sua intenção de não se tornar parte no tratado; ou 
b)tiver expressado seu consentimento em obrigar-se pelo tratado no período que precede a entrada em vigor do 
tratado e com a condição de esta não ser indevidamente retardada. 
 
Se um Estado assina um tratado, essa assinatura, embora não tenha o cunho ainda no sentido de ser coercitiva às 
disposições do tratado, gera efeitos jurídicos no que toca a esses dois pontos. 
Quando o Estado assina um tratado, é obrigado a se comportar de forma a atingir seu objetivo. Ele não pode 
praticar atos que de alguma forma impeçam de ele atingir seu objeto (ex.: estoppel). 
Após a assinatura dos tratados, o Presidente da República envia uma mensagem para o Congresso Nacional, em 
que ele expõe os motivos pelos quais ele assinou esse tratado no plano interno e a necessidade e conveniência de 
aprovação pelo Poder Legislativo. Após a aprovação por meio de um decreto, o Presidente ratifica. 
Depois da mensagem do Presidente para o Congresso Nacional, este aprova por meio de decreto legislativo esse 
tratado no plano interno (art. 49, I, CF). 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou 
compromissos gravosos ao patrimônio nacional; 
Posteriormente a essa aprovação, irá acontecer a ratificação no plano internacional. 
Lembrando que temos negociações e assinaturas pelos plenipotenciários – seria o Presidente da República. 
Depois, temos o referendo parlamentar, e depois a ratificação pelo Presidente da República no plano 
internacional. 
Essa ratificação é um ato discricionário, então pode ser que o Congresso Nacional tenha decidido a respeito da 
aprovação de determinado tratado e o Presidente volte atrás e decida que não vai ratificar – que seria quando o 
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tratado se torna obrigatório no plano internacional – podendo o país ser responsabilizado em caso de 
descumprimento. 
É também um ato irretratável. Não poderá, por exemplo, ratificar um tratado e depois querer se retratar dessa 
ratificação. O que se pode fazer é denunciar esse tratado e se submeter às condições de denúncia (foi o caso do 
Presidente Donald Trump em relação à Convenção de Paris). 
Posteriormente, temos, em alguns casos, a adesão por meio de troca de notas. Essa ratificação pode se dar por 
meio da adesão de troca de notas ou por meio do depósito. Este se dá principalmente no caso de contratos 
multilaterais, em que há designação de um Estado, com a função de secretariado, de receber os instrumentos de 
ratificação, denominados de depósito, no caso de tratados multilaterais com pluralidade de sujeitos. 
A adesão por troca de notas é uma vinculação mais simples e comum em contratos bilaterais. Temos também o 
depósito, comum em tratados multilaterais, quando cada governo apresenta um instrumento de ratificação, 
conforme artigo 16 da Convenção de Viena. A partir desse momento, o tratado entra em vigor, obrigando os 
Estados no plano internacional, inclusive com possibilidade de responsabilização. 
 
Art. 16 - Troca ou Depósito dos Instrumentos deRatificação, Aceitação, Aprovação ou Adesão 
A não ser que o tratado disponha diversamente, os instrumentos de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão 
estabelecem o consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado por ocasião: 
a)da sua troca entre os Estados contratantes; 
b)do seu depósito junto ao depositário; ou 
c)da sua notificação aos Estados contratantes ou ao depositário, se assim for convencionado. 
 
Esse Estado que recebe a função de depositário deve notificar os demais Estados da ocorrência do instrumento de 
ratificação por uma das partes e também do momento em que esse tratado entra em vigor, conforme exija um 
número mínimo de ratificação. 
 
2.4 RESERVAS 
A reserva ou salvaguarda é uma declaração de um Estado contratante de que não se submeterá a determinada 
disposição do tratado. O Brasil aderiu à Convenção de Viena com reserva a dois artigos, ou seja, declarou 
formalmente que não se vinculará ao art. 25 e 66 
Art. 25 
1. Um tratado ou uma parte do tratado aplica-se provisoriamente enquanto não entra em vigor, se: 
a)o próprio tratado assim dispuser; ou 
b)os Estados negociadores assim acordarem por outra forma. 
2. A não ser que o tratado disponha ou os Estados negociadores acordem de outra forma, a aplicação provisória 
de um tratado ou parte de um tratado, em relação a um Estado, termina se esse Estado notificar aos outros 
Estados,entre os quais o tratado é aplicado provisoriamente, sua intenção de não se tornar parte no tratado. 
Artigo 66 
Processo de Solução Judicial, de Arbitragem e de Conciliação 
Se, nos termos do parágrafo 3 do artigo 65, nenhuma solução foi alcançada, nos 12 meses seguintes à data na qual 
a objeção foi formulada, o seguinte processo será adotado: 
a)qualquer parte na controvérsia sobre a aplicação ou a interpretação dos artigos 53 ou 64 poderá, mediante 
pedido escrito, submetê-la à decisão da Corte Internacional de Justiça, salvo se as partes decidirem, de comum 
acordo, submeter a controvérsia a arbitragem; 
b)qualquer parte na controvérsia sobre a aplicação ou a interpretação de qualquer um dos outros artigos da Parte 
V da presente Convenção poderá iniciar o processo previsto no Anexo à Convenção, mediante pedido nesse 
sentido ao Secretário-Geral das Nações Unidas. 
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A reserva pode ser exclusiva ou interpretativa. Se um dispositivo permite uma interpretação mais extensiva, o país 
que deseja ratificar aquele tratado poderá dizer que, em relação aquele dispositivo, entende uma interpretação 
restritiva nos seguintes termos, descrevendo tal interpretação. 
Essa reserva é também denominada qualitativa do consentimento. Não afasta o dispositivo, mas informa a única 
interpretação que não se vincula ou a única interpretação que ele entende vinculante quanto a esse dispositivo. 
A reserva é sempre unilateral; é um desejo do Estado de se vincular ou não em relação a dispositivo(s), mas não 
pode de forma alguma desnaturar a própria finalidade do tratado. Se ele adere a determinado tratado com 
obrigações em alguns sentidos, não poderá fazer reservas que impeçam execuções dessas determinações. 
Alguns tratados não admitem reservas. Ex.: Tratado de Roma, que institui o Tribunal Penal Internacional. Ou o 
Estado adere ao seu conteúdo da forma como está estabelecido ou não adere. 
Essa possibilidade de reserva só se dá em tratados multilaterais, pois, em tratados bilaterais, as partes vão negociar 
as cláusulas de seu tratado. Se há alguma dúvida ou interesse em não se vincular na disposição, as partes não a 
incluem no tratado. 
2.5 DENÚNCIA 
É um ato unilateral, uma retirada do Estado em relação a determinado tratado, em relação à vinculação. Se o 
tratado não dispõe a respeito da possibilidade da denúncia, interpreta-se o seu cabimento, a não ser que o próprio 
tratado disponha a impossibilidade de ser denunciado. Ela tem efeitos ex nunc, ou seja, daqui para frente. 
Art. 56 
Denúncia, ou Retirada, de um Tratado que não Contém Disposições sobre Extinção, Denúncia ou Retirada 
1. Um tratado que não contém disposição relativa à sua extinção, e que não prevê denúncia ou retirada, não é 
suscetível de denúncia ou retirada, a não ser que: 
a)se estabeleça terem as partes tencionado admitir a possibilidade da denúncia ou retirada; ou 
b)um direito de denúncia ou retirada possa ser deduzido da natureza do tratado. 
2. Uma parte deverá notificar, com pelo menos doze meses de antecedência, a sua intenção de denunciar ou de 
se retirar de um tratado, nos termos do parágrafo 1. 
A notificação deve ser com uma antecedência de 12 meses. Notifica-se o depositante do tratado, e, a partir dali, 
tem-se 12 meses, um prazo de acomodação ou pré-aviso, em que o Estado continua vinculado ao tratado. 
Pode ser que o tratado disponha uma forma de retirada singular, ex.: Convenção de Paris, em relação às mudanças 
climáticas. 
Os tratados de vigência estática não admitem denúncia, por óbvio, pois não há como denunciar se já foi cumprida 
a obrigação. 
QC- 3.Fontes do Direito Internacional Público: Tratados Internacionais, Efeitos dos Tratados Internacionais: efeitos 
sobre as partes, efeitos sobre terceiros, duração, ingresso mediante adesão, emendas e violação 
 
Sobre a Convenção de Viena: 
 A partir do momento em que assina determinado tratado, o Estado ou a organização internacional deve 
abster-se da prática de atos que frustrarem o objeto e a finalidade desse tratado, mesmo que não o tenha 
ratificado. (Falso – o gabarito preliminar deu como “correta”, mas foi anulada, entenderam que por ter a palavra 
organização internacional acabou prejudicando a afirmativa. A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, 
de 1969, aplica-se aos Estados (não a organização internacional), e no seu art. 18 determina: Um Estado é obrigado 
a abster-se da prática de atos que frustrariam o objeto e a finalidade de um tratado, quando: a) tiver assinado ou 
trocado instrumentos constitutivos do tratado, sob reserva de ratificação, aceitação ou aprovação, enquanto não 
tiver manifestado sua intenção de não se tornar parte no tratado; ou b) tiver expressado seu consentimento em 
obrigar-se pelo tratado no período que precede a entrada em vigor do tratado e com a condição de esta não ser 
indevidamente retardada. 
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 A referida Convenção estabelece, em sua regra geral de interpretação, que os termos de um tratado devem 
ser interpretados em seu contexto, o qual inclui, entre outros, o texto, o preâmbulo, eventuais anexos, acordos 
subsequentes e trabalhos preparatórios. (FALSO - Não há menção a "trabalhos preparatórios" na regra geral de 
interpretação (art. 31), eles são meios suplementares a fim de determinar o sentido (art.32). Veja-se: art.31: Regra 
Geral de Interpretação 1. Um tratado deve ser interpretado de boa fé segundo o sentido comum atribuível aos 
termos do tratado em seu contexto e à luz de seu objetivo e finalidade. 2. Para os fins de interpretação de um 
tratado, o contexto compreenderá, além do texto, seu preâmbulo e anexos: a) qualquer acordo relativo ao tratado 
e feito entre todas as partes em conexão com a conclusão do tratado; b) qualquer instrumento estabelecido por 
uma ou várias partes em conexão com a conclusão do tratado e aceito pelas outras partes como instrumento 
relativo ao tratado. 3. Serão levados em consideração, juntamente com o contexto: a) qualquer acordo posterior 
entre as partes relativo à interpretação do tratado ou à aplicação de suas disposições; b) qualquer prática seguida 
posteriormente na aplicação do tratado, pela qual se estabeleça o acordo das partes relativo à sua interpretação; 
c) quaisquer regras pertinentes de Direito Internacional aplicáveis às relações entre as partes. 4. Um termo será 
entendido em sentido especial se estiver estabelecido que essa era a intenção das partes. Artigo 32-Meios 
Suplementares de Interpretação: Pode-se recorrer a meiossuplementares de interpretação, inclusive aos trabalhos 
preparatórios do tratado e às circunstâncias de sua conclusão, a fim de confirmar o sentido resultante da aplicação 
do artigo 31 ou de determinar o sentido quando a interpretação, de conformidade com o artigo 31: a) deixa o 
sentido ambíguo ou obscuro; ou b)conduz a um resultado que é manifestamente absurdo ou desarrazoado. 
 
 Ato relativo à conclusão de tratado praticado por pessoa que não pode ser considerada representante de 
Estado ou de organização internacional para esse fim é eivado de nulidade absoluta, não comportando 
confirmação ou convalidação. (Errado – comporta confirmação - Art. 8º da CVDT (Dec. nº 7.030/2009): Um ato 
relativo à conclusão de um tratado praticado por uma pessoa que, nos termos do artigo 7, não pode ser 
considerada representante de um Estado para esse fim não produz efeitos jurídicos, a não ser que seja confirmado, 
posteriormente, por esse Estado.” 
 
 
 Ato de conclusão de tratado por pessoa que não pode ser considerada representante de Estado ou de OI 
padece de nulidade relativa, podendo ser convalidado pelo Estado-parte. 
 Admite-se excepcionalmente que um Estado possa invocar as disposições de seu direito interno para o fim 
de justificar o inadimplemento de um tratado. (Certo - Há a possibilidade excepcional de o Estado invocar direito 
interno seu para inadimplir um tratado, por força dos arts. 27 e 46 do CVDT/1969 (a isso dá-se o nome de 
ratificação imperfeita). Artigo 27: Direito Interno e Observância de Tratados. Uma parte não pode invocar as 
disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado. Esta regra não prejudica o artigo 
46. Artigo 46: Disposições do Direito Interno sobre Competência para Concluir Tratados. 1. Um Estado não pode 
invocar o fato de que seu consentimento em obrigar-se por um tratado foi expresso em violação de uma disposição 
de seu direito interno sobre competência para concluir tratados, a não ser que essa violação fosse manifesta e 
dissesse respeito a uma norma de seu direito interno de importância fundamental). 
 
 O Estado brasileiro reconhece a possibilidade de aplicação provisória de um tratado enquanto ele não entrar 
em vigor, desde que o próprio tratado assim disponha ou desde que os Estados negociadores assim tenham 
acordado por outra forma. (Errado - O Estado brasileiro não reconhece a possibilidade de aplicação provisória de 
um tratado porque fez reserva a esse respeito (Art.25). Em relação à Convenção de Viena sobre Direito dos 
Tratados, o Brasil fez algumas reservas: Arts. 25 e 66. O art. 25 fala da aplicação provisória de tratados. E o art. 66 
refere-se à solução pacífica de controvérsias a serem dirimidas pela Corte Internacional de Justiça). 
 
 
 De acordo com a Convenção de Viena, a submissão de um Estado a determinado tratado manifesta-se pela 
adesão quando: todas as partes acordarem, posteriormente, que tal consentimento possa ser manifestado, pelo 
referido Estado, mediante adesão. (Correto - não confundir ADESÃO com ratificação, a questão de múltipla 
escolha trouxe alternativas, como por exemplo, os Estados negociadores tiverem acordado que a ratificação seja 
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exigida e o tratado estiver sujeito a ratificação; o representante do referido Estado o tiver assinado, só que a 
adesão de um Estado ou OI a um tratado é um processo diferente da ratificação, mas tem a mesma natureza 
jurídica (ambos são formas de consentimento de um Estado para obrigar-se ao tratado). Veja o art. 11: "O 
consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado pode manifestar-se pela assinatura, troca dos 
instrumentos constitutivos do tratado, ratificação, aceitação, aprovação ou adesão, ou por quaisquer outros 
meios, se assim acordado." Artigo 15- O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado manifesta-se 
pela adesão: a)quando esse tratado disponha que tal consentimento pode ser manifestado, por esse Estado, pela 
adesão; b)quando, por outra forma, se estabeleça que os Estados negociadores acordaram em que tal 
consentimento pode ser manifestado, por esse Estado, pela adesão; ou c)quando todas as partes acordaram 
posteriormente em que tal consentimento pode ser manifestado, por esse Estado, pela adesão. 
 
 Reservas e declarações interpretativas somente podem ser apresentadas, se possível a sua formulação, no 
momento da assinatura, ratificação, aceitação ou aprovação de tratado ou de adesão a tratado. (Falso – as 
reservas são realmente feitas durante o processo de elaboração do tratado (assinatura, ratificação, aceitação, 
aprovação ou adesão). Porém, as declarações de interpretação podem ser feitas a posteriore uma vez que tal 
interpretação pode servir para dirimir defeitos que prejudicam todas as partes. Fonte: Art. 19 e 31 da Convenção 
sobre Direito dos Tratados.) 
 
 
 Consta expressamente na referida convenção que as disposições sobre suspensão são inaplicáveis aos 
tratados que contêm obrigações erga omnes partes. (Falso - CVDT/69 prevê disposições acerca da 
suspensão/extinção de tratados: Art. 60, mas não consta expresso sobre obrigação erga omnes). 
 
 A definição de Estado contratante abrange apenas os Estados que consentiram em se obrigar pelo tratado 
quando este tenha entrado em vigor. (Falso - De acordo com o Art. 3,da Convenção de Viena sobre o Direito dos 
Tratados (CVDT), de 1969: 1. Para os fins da presente Convenção: [...] f)“Estado contratante” significa um Estado 
que consentiu em se obrigar pelo tratado, tenha ou não o tratado entrado em vigor; 
 Estados Negociadores (não ratificou) 
 Estados Contratantes (ratificaram tenha ou não entrou em vigor) 
 Estados-Parte (ratificaram e entrou em vigor) 
 Terceiro Estado (não é parte) 
 
 A menos que o tratado ou os Estados contratantes disponham de forma diversa, é função do depositário 
examinar se a assinatura de instrumento está em boa forma e, se necessário, chamar a atenção do Estado em 
causa sobre a questão. (Correto - o artigo 77 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (CVDT), de 1969: 
 
Funções do 
Depositário 
1. As funções do depositário, a não ser que o tratado disponha ou os Estados contratantes 
acordem de outra forma, compreendem particularmente: 
a)guardar o texto original do tratado e quaisquer plenos poderes que lhe tenham sido 
entregues; 
b)preparar cópias autenticadas do texto original e quaisquer textos do tratado em outros 
idiomas que possam ser exigidos pelo tratado e remetê-los às partes e aos Estados que 
tenham direito a ser partes no tratado; 
c)receber quaisquer assinaturas ao tratado, receber e guardar quaisquer instrumentos, 
notificações e comunicações pertinentes ao mesmo; 
d)examinar se a assinatura ou qualquer instrumento, notificação ou comunicação relativa 
ao tratado, está em boa e devida forma e, se necessário, chamar a atenção do Estado em 
causa sobre a questão; 
e)informar as partes e os Estados que tenham direito a ser partes no tratado de quaisquer 
atos, notificações ou comunicações relativas ao tratado; 
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f)informar os Estados que tenham direito a ser partes no tratado sobre quando tiver sido 
recebido ou depositado o número de assinaturas ou de instrumentos de ratificação, de 
aceitação, de aprovação ou de adesão exigidos para a entrada em vigor do tratado; 
g)registrar o tratado junto ao Secretariado das Nações Unidas; 
h)exercer as funções previstas em outras disposições da presente Convenção. 
2. Se surgir uma divergência entre um Estado e o depositário a respeito do exercício das 
funções deste último, o depositário levará a questão ao conhecimento dos Estados 
signatários e dos Estados contratantes ou, se for o caso, do órgão competente da 
organização internacional em causa. 
 
 
 De acordo com a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, concluída em 23 de maio de 1969, define-
se por tratado internacional

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