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Feito por Kamila Maragno Peruch MEDICINA UNESC – Turma 192 ENDOCARDITE INFECCIOSA • Infecção grave do endocárdio – pode afetar as valvas cardíacas, cordoalhas ou parede interna do coração • Endocárdio não é sítio habitual de infecções → necessita-se lesão endotelial e germe capaz de aderir-se ao tecido cardíaco CLASSIFICAÇÃO • Tipo de valva acometida → nativa ou prostética TIPO DE CÂMARA CARDÍACA • Direita → valvas tricúspide e/ou pulmonar - usuários de drogas IV, cateteres vasculares • Esquerda → valvas mitral e/ou aórtica — indivíduos com valvopatia prévia, procedimentos e bacteremia TEMPO DE EVOLUÇÃO • Aguda → agressiva em pouco tempo, febre alta, evolução em dias ou até 6 semanas o Staphylococcus aureus, mortalidade alta • Subaguda → febre baixa e persistente, manifestações lentas e graduais o Evolução > 6 semanas a meses, Streptococcus viridans e Enterococcus ETIOLOGIA • Essencialmente Gram Positivos – importante pro tto empírico • Streptococos viridans → mais frequentes, 16-60ª - S. sanguis/mutans/mitior/intermedius o Tratamento dental, higiene oral precária o Streptococcus bovis/gallolyticus – neoplasias TGI, idosos (bactéria da luz intestinal) o Strepto pneumonia em alcoólatras – valva aórtica, grave ▪ Tríade endocardite, pneumonia e meningite – sd de austrian • Estafilococos → junto com estrepto > 80% das endocardites o Staphylo aureus – usuário de drogas IV, cateteres IV (pode colonizar) – lado D o Staphylo coagulase-negativo – normalmente não causam infecção, porém é facilitada em pctes hospitalizados, em pós-op, submetidos a angiografia, hemodiálise e ate UDIV • Enterococos – luz intestinal, manipulação urinaria • Valva Nativa → strepto viridans, enterococcus, stafilo bovis o Prostética → até 1 ano stafilo epidermidis (SCN), após 1 ano = subaguda nativa • Se perfil Hospitalar → stafilo aureus, enterococcus, stafilo epidermidis FISIOPATOLOGIA • Endotélio saudável resistente a colonização bacteriana – endotélio deve estar lesado o Impacto de fluxo sanguíneo em alta velocidade → jatos regurgitantes por insuficiência valvar, jatos ejetivos por estenose valvar - força do sangue turbilhonado na parede/valva → lesão o Estresse mecânico por turbilhonamento na parede/valva → lesão o Presença de corpo estranho que causa trauma físico direto → marca-passo, desfibrilador, cateter • Há deposição de fibrina no local da lesão → facilita agregação de bactérias da corrente sanguínea • Bactéria + fibrina piora fluxo - laminar > turbilhonado → novas lesões aumentam o tamanho - vegetação o A lesão pode crescer demais, tornar-se séssil, desprender e causar êmbolos a distância. o Endocardite não infecciosa → trombos não bacterianos - câncer; Marântica; Libman-Sacks – LES Feito por Kamila Maragno Peruch MEDICINA UNESC – Turma 192 ❖ FATORES DE RISCO → idade > 60, homem, UDIV, infecção dentaria/má higiene oral • Prótese valvar – condição de maior risco, geralmente nos primeiros meses • Dispositivo intravascular, Hemodiálise, HIV, cardiopatia estrutural/congênita, doença vascular BACTEREMIA TRANSITÓRIA • Ocorre sempre que uma superfície mucosa colonizada por m.o é traumatizada • Uma vez na corrente sanguínea, colonizam a ETNB e desencadeiam EI. • Procedimentos dentários que provoquem sangramento, procedimentos geniturinários como cistoscopia, respiratórios como broncoscopia rígida, gastrointestinais, drenagem de abcessos cutâneos QUADRO CLÍNICO • Na EI aguda, o intervalo entre o evento causador da bacteremia e início de sintoma é =< 2 semanas o Na subaguda o intervalo é 5-6 semanas • Alguns pctes podem ter só achado de vegetação intracardíaca ao ecocardio, outros podem evoluir p ICC o Depende do tipo de bactéria, resposta imune, produção de citocinas, embolização... • Extensão do processo infeccioso para tecidos paravalvares forma os ABSCESSOS MIOCÁRDICOS (+ comum valva aórtica) → extensão p/ pericárdio pode acarretar PERICARDITE purulenta. ❖ Calafrios e sudorese, anorexia, perda ponderal – hepatoesplenomegalia pode ocorrer • Febre persistente em 90% → aguda > 39º, subaguda mais baixa e intermitente o Prolongada quando S aureus, BGN, fungos, complicações • Novo sopro cardíaco ou piora de sopro prévio – vegetação valvar impede o fechamento adequado, causando turbilhonamento do sangue ao passar de uma câmara a outra o Ausência de sopro não exclui dx → lado D, intramural o Maioria evolui para IC - principal causa de morte • Anemia normocrômica e normocítica (subaguda) leucocitose com desvios (aguda) • Elevação de marcadores inflamatórios - PCR e VHS -, fator reumatoide + e hipocomplementenemia • UDIV → tricúspide, êmbolos sépticos p/ pulmões - tosse, infiltrados, derrame pleural, dor pleurítica o 1/3 sinais de regurgitação tricúspide → ritmo de galope, sopro de regurgitação melhor audível à inspiração, ondas V amplas e pulso hepático Fenômenos Periféricos • Podem ser o primeiro sinal da endocardite, auxiliam o dx IMUNOLÓGICOS → imunocomplexos disseminados na tentativa de conter essa infecção que “joga” os patógenos para todo o corpo – “atolamento” de embolos imunológicos em vasos de menor calibre o Manchas de Ruth – hemorragia retiniana em FO o Nódulos de osler – 2-15mm, dolorosos, inflamatórios, palpáveis- polpas digitais o Glomerulonefrite por deposição/embolia, meningite asséptica, poliartralgia/poliartrite HEMORRÁGICOS - “atolamento” de êmbolos bacterianos o Lesões de janaway – não dolorosas, maculares, não palpáveis, em extremidades o Hemorragias em lasca – abaixo das unhas – 15% o Petéquias em 40% - sempre checar conjuntivas, plantas e palmas, plato... EMBOLIZAÇÃO ARTERIAL → principalmente em EI do lado D • Embolia pulmonar se câmara D, embolia de SNC e extremidades se câmara E - sinal de gravidade Feito por Kamila Maragno Peruch MEDICINA UNESC – Turma 192 o ACM - S aureus, sempre cogitar EI em pcte jovem c/ evento neurológico súbito o Aneurisma micótico – lesões em artérias à distância com deposição de bactérias ▪ Destrói uma porção do vaso, acumula e dilata - formações saculares de até 10cm ▪ Artérias mesentéricas e pulmonar, aorta supravalvar, vasos intracranianos, coronárias ▪ Podem ocorrer sangramentos com ruptura de vaso, abcessos e necrose local DIAGNOSTICO • Feito com história clínica – critérios com bases nas premissas básicas - dx definitivo – biopsia • Hemocultura fundamental – determina etiologia, evolução e tto, 75% é + • Feitas antes de iniciar ATB, de preferência no momento da bacteriemia, momento que precede a febre o Mínimo 3 coletas em momentos diferentes - ou no mesmo momento em locais diferentes o Aguda - 15 min entre cada coleta, subaguda > 6h entre cada coleta • Grupo HACEK - bactérias de crescimento mais difícil - devem ser deixadas por ~~15 dias. • Ecocardio identifica a lesão valvas – transtorácico (sensib 65%) ou transesofágico (95%) o Se eco transtorácico negativo – fazer transesofágico • RX → quando câmaras D – infiltrado pulmonar por embolização • ECG → bloqueio AV em casos de abcessos • TC crânio e angiografia cerebral → pesquisa comprometimento neurológico e aneurismas micóticos Critérios de Duke • Diagnostico quando há 2 critérios maiores // 1 maior + três menores // 5 menores • DX provável quando 1 maior + 1 menor // 3 menores ❖ MAIORES • Hemoculturas positivas o Microorganismos típicos isolados em 2 hemoculturas separadas o Hemoculturas persistentemente + para qualquer microorganismo o Isolamento de Coxiella burnetii ou anticorpos antifase-1-IgG com títulos > 1:800 • Evidencia de envolvimento endocárdico o ECO → massa intracardíaca oscilante na valva, estruturas de suporte, no caminho do jato regurgitante, em materialimplantado o Abcesso endomiocárdico ou valvar, nova deiscência nova de prótese valvas o Nova regurgitação valvar (alteração de murmúrio/sopro não preenche critério) ❖ MENORES o Febre >= 38ºC o Lesão cardíaca predisponente OU uso de drogas IV o Fenômenos vasculares ou Fenômenos imunológicos o Achados microbiológicos que não preenchem critério maior EI descartada se dx alternativo estabelecido ou quando sinais e sintomas desaparecem < 4 dias de at • DDX AGUDA - outras causas de síndrome séptica • DDX SUBAGUDA - TB, sífilis, meningite, abscesso cerebral, LES, AR, vasculites, PTT, neoplasia hemat. Feito por Kamila Maragno Peruch MEDICINA UNESC – Turma 192 TRATAMENTO Antibioticoterapia Empírica estabelecida até haver resultado da hemocultura. • EI AGUDA → oxaciclina 2g IV 4/4h + gentamicina IV 8/8h por 4 semanas • EI SUBAGUDA → penicilina G crist. IV 4/4h + gentamicina IV 8/8h por 4 semanas o Ampicilina IV 4/4h + gentamicina • USUARIO DE DROGAS IV → vancomicina* IV 12/12h + gentamicina IV 8/8h *S. aureus • VALVA PROTÉTICA → vancomicina + gentamicina + cefepime + rifampicina Antibioticoterapia Direcionada ❖ STAFILOCOCO • Valva Nativa – oxaciclina ou cefazolina ou vancomicina por 4-6 semanas • Valva protética – vancomicina + rifampicina por 6-8 semanas + gentamicina nas primeiras 2 sem ❖ STREPTOCOCO • Penicilina G cristalina por 4 semanas – ou associada a gentamicina por 2 semanas o Cefriaxone ou Vancomicina por 4 semanas ❖ ENTEROCOCO • Pen G Cristalina OU ampicilina OU vancomicina + gentamicina por 4-6sem o Ampicilina + ceftriaxone por 6 semanas ❖ FÚNGICA → ANFOTERICINA B + FLUCITOCINA + CIRURGIA precoce o Só o medicamento não erradica • Grupo HACEK → ceftriaxona por 4 semanas OU ampicilina + sulbactam por 4 sem • Pseudomonas → Penicilina (Ticarcilina-clav ou piperacilina-sulbactam) + tobramicina >= 6 semanas • BGN entéricos → betalac de amplo espectro + aminoglicosídeos INDICAÇÃO DE CIRURGIA: • ICC mod/grave, deiscência valvar instável, bacteremia persistente, complicação intracardiaca, relapso o Considerar se → extensão perivavar da infecção, resposta baixa ao tto, vegetação grande > 10mm e móvel, febre > 10d PROFILAXIA • Indicada em pessoas com alto risco de desenvolver endocardite após procedimentos que envolvam manipulação do tecido gengival e região periodontal ou perfuração da mucosa oral o Valvas cardíacas prostéticas, EI prévia o Material prostético p reparo de valva - anéis de plastia e cordoalhas substitutivas o Cardiopatia congênita cianótica não tratada – tratada com cx, com shunt residual/regurgitação o Transplante cardíaco com regurgitação da valva • Profilaxia-padrão → amoxicilina 1h antes do procedimento, em dose única de 2 g • Incapacidade de ingerir a medicação → ampicilina 2 g, IM ou IV, antes do procedimento o Cefazolina, 1g IV, antes do procedimento • Alergia à penicilina → clindamicina 600 mg, VO, 1h antes o Cefalexina ou cefadroxila 2 g, VO, 1h antes o Claritromicina ou azitromicina 500 mg, VO, 1 hora *****RESUMO FEITO COM BASE NOS MATERIAIS MED/CEL E MED/CURSO*****
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