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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA E BIOLOGIA MOLECULAR MONITORIA DE BIOQUÍMICA Monitora: Laisa Araújo PROTEÍNAS ● São formadas por 20 aminoácidos existentes, que se unem através da ligação peptídica. ● Diversidade de formas e funções LIGAÇÃO PEPTÍDICA - Formada quando 2 aminoácidos se condensam. Há o ataque do Nitrogênio sobre o carbono da carbonila, e nisso, uma molécula de H2O será perdida. Portanto é uma reação de desidratação e condensação. Forma uma ligação covalente simples entre o N e o C. - A ligação é simples, porém ela contém caráter de dupla, pois os elétrons que vêm da carbonila do oxigênio que está ligado através de uma dupla ligação ao carbono, ficam migrando sobre os elementos (ressonância), por isso o caráter de dupla ligação. Apresenta como consequência uma certa rigidez nessa região da ligação peptídica, então há um limite de rotação em torno da ligação por conta da rigidez da ligação, mas as vizinhanças não, pois há a possibilidade de torções. - Reação exergônica com elevada energia de ativação. ➔ Peptídeos - São compostos formados pela união de poucos resíduos de AA através de ligações peptídicas. - Todo peptídeo possui uma extremidade amino-terminal (o início da proteína) e uma extremidade carboxi-terminal (fim da proteína) ➔ Proteínas - As proteínas são formadas pela união de muitos resíduos de aminoácidos através de ligações peptídicas, com variadas sequências de aminoácidos . - O peso da proteína varia de acordo com o número de aminoácidos que é formado. - O número de aminoácidos que formam a proteína também é bem variável. - O número de cadeia polipeptídicas também varia. Existem proteínas com apenas uma cadeia polipeptídicas, com 1 extremidade amino-terminal e 1 carboxi-terminal - A composição de aminoácidos é diferente da sequência de aminoácidos pois a composição de resíduos de aminoácidos é o quanto têm de cada aminoácido em uma proteína. Já a sequência é a ordem dos aminoácidos . - As Proteínas conjugadas contém outros grupos químicos além dos aminoácidos, chamados de Grupo Prostético: ● Lipoproteínas ● Glicoproteínas ● Fosfoproteínas ● Hemoproteínas ● Metaloproteínas NÍVEIS ESTRUTURAIS DAS PROTEÍNAS ● Nível primário: o Descreve a sequência, ordem, pela qual os aminoácidos estão dispostos em uma proteína (o esqueleto da proteína). É importante pois é a estrutura primária de uma proteína que determina sua estrutura tridimensional. Pode acontecer mutações que podem levar a uma substituição de aminoácidos na proteína. o Substituições: - Substituição conservativa: Substituição de um aminoácido por outro de polaridade semelhante. - Substituição não-conservativa: Substituição de um aminoácido por outro de polaridade diferente (característica química diferente). Muda a natureza do aminoácido. - Aminoácidos invariantes: Aminoácidos que são regularmente encontrados na mesma posição. Possuem papel essencial na estrutura ou função da proteína. ● Nível secundário: o Estruturas regulares (que se repetem) tridimensionais formadas por segmentos da cadeia polipeptídica (alfa-hélice, fitas-beta) ▪ Alfa-hélice ● Sequência de aminoácido circunda um eixo. A alfa-hélice se forma porque o oxigênio da carbonila forma uma ligação de hidrogênio com um H do nitrogênio localizado 3,6 resíduos à frente dele, “achatando” a fita que forma a alfa-hélice, por conta da atração da ligação. ● 1 volta da alfa-hélice envolvem 3,6 aminoácidos; a distância entre eles é de 5,4 Å ● As cadeias laterais não fazem parte da alfa-hélice (não participam das ligações de H) porém influenciam ● Nem todas as sequências de aminoácidos podem formar alfa-hélice Restrições que influenciam a estabilidade de uma α-hélice - Resíduos de aminoácidos que tenham uma cadeia lateral muito grande. Volume dos grupos R adjacentes (Asn, Ser, Thr, Cys); - Tendência intrínseca de um resíduo de aminoácido de formar α-hélice - Resíduos de prolina (cíclico) e glicina (aminoácido mais simples; pouco volume, desestabilizando a α-hélice - Interações entre os grupos R adjacentes (se as cadeias laterais tiverem a mesma carga, vizinhos aos outros, a repulsão seria grande ao ponto de não conseguir formar as ligações de Hidrogênio) - Interações entre os resíduos de aminoácidos das extremidades do segmento helicoidal e o dipolo elétrico da α-hélice ▪ Folha-β-pregueada ● Também é mantida por ligações de H entre unidades peptídicas (o oxigênio da carbonila e o Hidrogênio do Nitrogênio). Ligações entre duas cadeias de proteína ou entre apenas 1 que se dobrou sobre si mesma ● Cadeias com conformação mais distendidas ● Folhas-β-pregueadas antiparalela: O N-terminal e o C-terminal se ligam. Fitas ligadas em direções opostas. ● Folha-β-pregueada paralela: As fitas na mesma direção, os N-terminais se ligam com os N-terminais de outras fitas, da mesma forma com os C-terminais. Fatores que limitam a formação de folhas β: - Grupos R dos resíduos de aminoácidos muito volumosos. Normalmente as estruturas em folha beta são ricas em aminoácidos com grupos R pouco volumosos como Gly e Ala. - Estruturas supersecundárias: proteínas formadas por α-hélice e Folhas-β. ● Nível terciário: o Descreve o dobramento final da cadeia polipeptídica por interação de regiões com estrutura regular ou de regiões sem estrutura definida. É a proteína em seu nível final, biologicamente ativo, tridimensional da molécula o Nesse nível de organização, as cadeias laterais dos aminoácidos irão interagir através de ligações fracas (não-covalentes) permitindo que segmentos distantes da estrutura primária aproximem-se. o Ligações de H, interações hidrofóbicas e ligações iônicas (Interação covalente por ponte dissulfeto (-S-S-) também pode ocorrer em algumas proteínas) OBS: A estrutura primária de uma proteína determina a sua estrutura terciária ● Nível quaternário: o Proteínas que apresentam mais de uma cadeia polipeptídica (subunidades). Estabilizada por interações fracas e, raramente, covalentes (pontes dissulfeto) CONFORMAÇÃO NATIVA DAS PROTEÍNAS - É o arranjo espacial dos átomos em uma proteína (conformação ativa da proteína, apta a realizar suas funções biológicas). Geralmente uma proteína apresenta poucas conformações sob condições biológicas. Corresponde ao nível terciário ou quaternário, se tiver. - O que vai contribuir para a manutenção da estabilidade da conformação nativa: Interações fracas (principalmente) e ligações dissulfeto (existentes apenas em algumas proteínas) DESNATURAÇÃO DAS PROTEÍNAS - Proteína nativa: Conformação mais estável que a molécula pode assumir - Proteína desnaturada: Quando sua conformação nativa é destruída devido à quebra de ligações não-covalentes ou pontes dissulfeto. - Agentes desnaturantes: Calor, ácidos e álcalis fortes, adição de solventes orgânicos polares, adição de detergentes FUNÇÕES DAS PROTEÍNAS A estrutura tridimensional está relacionada à função da proteína: ● Função enzimática (catalisadores biológicos) Ex: Lipases, tripsina, quimiotripsina ● Função hormonal Ex: Insulina (captação da glicose) ● Função estrutural: Sustentação dos tecidos conjuntivo e muscular, da pele, dos cabelos e das unhas Ex: Colágeno, queratina ● Função de defesa Ex: Anticorpos- imunoglobulinas, defesa de plantas contra fungos, bactérias, insetos, nematóides, etc ● Função motora: Proteínas responsáveis pelo transporte intracelular e pela motilidade do sistema contrátil muscular. Ex: Actina, miosina, tubulina, cinesina ● Função de transporte: Carreiam substâncias através de membranas ou através do sangue. Ex: Proteínas de membrana Proteínas que se ligam ao oxigênio - Mioglobina: Tem a função principal de armazenar oxigênio nos músculos de mamíferos. Afinidade constante, oxigênio fica preso, por isso não é interessante que transporte oxigênio. 1 cadeia apenas, só possui 1 grupo Heme, liga-se a 1 molécula de O. - Hemoglobina: Tem a função de transportar oxigênio do sangue para os tecidos. Possui 4 cadeias; cada cadeia possui um grupo Fe2+. Liga-se a 4 moléculasde O. ➔ Proteína alostérica - São aquelas na qual a interação com um ligante em um sítio afeta as propriedades de ligação de outro sítio na mesma proteína. (efeito colaborativo, cooperação de subunidades). - A hemoglobina é uma proteína alostérica ○ Hemoglobina: As 4 subunidades da hemoglobina atuam em cooperação, ela oscila na sua conformação, ora não possui afinidade com o O2, ora possui. Quando ela está na conformação que não tem afinidade com o O2 - Grupo Heme: O Fe2+ é preso no núcleo, e é ele que vai se ligar ao oxigênio (o núcleo das subunidades). Ora o Fe2+ está exposto, interagindo com O2, ora está retraído. A hemoglobina chega ao pulmão sem ter afinidade com o O2, mas devido à alta concentração, o O2 acaba se ligando ao Fe2+, causando uma modificação na molécula, fazendo com que as subunidades projetem o Fe2+ pra fora. Dessa forma, o O2 se liga nas 4 cadeias e, assim, a hemoglobina vai transportar o O2 para os tecidos periféricos. Já nos tecidos periféricos, a quantidade de O2 é baixa e a de CO2 é alta (muitos na forma de bicarbonato). Sendo assim, como a quantidade de prótons H+ é alta, eles se ligam à hemoglobina, mudando novamente sua conformação e retraindo o Fe2+, que perde a afinidade por O2, e o libera no tecido periférico. A hemoglobina se carrega com CO2 e os prótons, e volta novamente no estado tenso para o pulmão, recomeçando o ciclo. ○ Mioglobina: A curva de saturação da mioglobina pelo oxigênio é diferente da curva da hemoglobina. No começo, à medida que aparece o O2 no meio, a mioglobina vai se ligando à molécula (capta tudo). Em determinado momento, não adianta aumentar a concentração de O2, pois haverá a saturação de mioglobina (ela não solta o O2). Já a curva de hemoglobina mostra a oscilação de saturação com o O2. Efeito do H+ e CO2: - Produtos da respiração celular (CO2 + H2O) é maior nos tecidos periféricos do que no pulmão - Afetam a afinidade da Hb pelo O2 - Efeito Bohr (pH mais baixo no tec periférico, faz a hb perder a afinidade pelo O2) OBS: O O2 (grupo heme) e H+ não são ligados nos mesmos sítios na Hb TRABALHANDO COM PROTEÍNAS Para que se estude uma proteína (tamanho, forma, função, pH que ela tem a carga líquida 0), tem que isolar a proteína e purificar para que as análises sejam exatas 1. Isolamento e purificação de proteínas: ● Etapa 1: Extração (de tecidos ou células) ● Etapa 2 : Fracionamento ○ Técnicas baseadas nas diferenças de: - Carga - Solubilidade (pH, temperatura, concentração de sal etc) - Tamanho ● Etapa 3: Caracterização ○ Determinação de: - pI - Massa molecular - Modificações pós-traducionais - Estrutura primária, secundária, terciária etc 2. Cromatografia: Técnica de separação de moléculas. - Cromatografia de troca iônica: Separação baseada nas diferenças de cargas. - Cromatografia de exclusão molecular: Separação baseada nas diferenças de massas moleculares. - Cromatografia de afinidade: Separação baseada nas especificidades de interação existente entre algumas biomoléculas. 3. Eletroforese: Técnica para avaliar o grau de pureza de um material. A amostra é colocada, adiciona um campo elétrico. As moléculas vão migrar no gel e serão atraídas pelo pólo positivo. Há uma rede que prende as moléculas maiores (moléculas pequenas passam facilmente e as grandes vão ter maior dificuldade para passar). Possui marcadores de massas moleculares de proteínas conhecidas para saber a massa da proteína que está sendo estudada. 4. Focalização isoelétrica: Determinação do PI. Uma amostra de proteína é aplicada numa extremidade de uma fita de gel, que tem um gradiente de pH, e a proteína vai migrando até atingir o pH em que a proteína atinge a carga líquida 0. 5. Eletroforese bidimensional: Primeiramente há uma separação baseada nas diferenças de PI. Posteriormente uma separação baseada nas diferenças de massa molecular (tamanho) OBS: As Proteínas podem ser utilizadas como fármacos-drogas com especificidade e eficácia muito alta.
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