Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SUMÁRIO 1. Introdução ..................................................................... 3 2. Estrutura do material genético.............................. 6 3. O genoma humano .................................................17 4. Organização do material genético - procariotos .......................................................................22 5. Compactação do material genético .................24 Referências bibliográficas ........................................31 3ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO 1. INTRODUÇÃO A vida depende da capacidade das células em armazenar, recuperar e traduzir as instruções genéticas necessárias para produzir e manter o organismo vivo. Essa informação hereditária é passada da célula-mãe para as células-filhas durante a divi- são celular e de geração em geração nos organismos multicelulares por meio das células reprodutoras, óvulos e espermatozoides. Essas instruções são armazenadas no interior de cada célula viva em seus genes – os ele- mentos que contém as informações que determinam as características de uma espécie como um todo e de cada indivíduo. Os genes começaram a ser mais bem estudados e entendidos a partir da década de 1940, quando os pesqui- sadores descobriram, ao estudar os fungos, que a informação genética consistia, principalmente, em instru- ções para a produção de proteínas. As proteínas são macromoléculas muito versáteis que realizam a maio- ria das funções celulares. Elas atuam como unidades fundamentais para as estruturas celulares e formam as en- zimas, que catalisam a maioria das reações químicas das células. Além disso, também regulam a expressão gênica, permitem a comunicação in- tercelular e seu movimento. Em re- sumo, as propriedades e as fun- ções de células e organismos são determinadas quase inteiramente pelas proteínas que elas produzem. Observações de células e embriões, no final do século XIX, levaram ao re- conhecimento de que a informação genética é transmitida pelos cro- mossomos, estruturas com forma de cordão, presentes no núcleo das células eucarióticas e visíveis em mi- croscopia óptica no início da divisão celular. Célula em divisão Célula em repouso Figura 1. Cromossomos nas células - Duas células ve- getais adjacentes em fases de divisão celular diferentes fotografadas ao microscópio óptico. (Fonte: Alberts et al, 2017) Mais tarde, com o desenvolvimento de análises bioquímicas, foi desco- berto que o ácido desoxirribonu- cleico (DNA) era, provavelmente, o portador dessa informação genéti- ca e o mecanismo pelo qual a infor- mação hereditária é copiada para ser transmitida de uma geração de células para outra e como as proteí- nas são definidas. A estrutura revelou imediatamente como o DNA pode 4ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO ser copiado ou replicado e forneceu os primeiros indícios a respeito de como a molécula de DNA pode codi- ficar as instruções para a produção de proteínas. Porém, o DNA genômico não contro- la a síntese de proteínas diretamen- te, mas utiliza o ácido ribonucleico (RNA) como intermediário. Quando a célula requer uma proteína especí- fica, a região apropriada de uma mo- lécula de DNA extremamente longa em um cromossomo é inicialmente copiada sob a forma de RNA (atra- vés de um processo denominado Figura 2: “O dogma central”- A informação genética direciona a síntese de proteínas. (Fonte: Alberts et al, 2017) transcrição). São essas cópias de RNA de segmentos de DNA que são utilizadas diretamente como moldes para promover a síntese da proteína (em um processo denominado tradu- ção). O fluxo da informação genética nas células é, portanto, de DNA para RNA e deste para proteína. Todas as células, desde a bactéria até os seres humanos, expressam sua informação genética dessa maneira – um prin- cípio tão fundamental que é deno- minado dogma central da biologia molecular. 5ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO SAIBA MAIS! A sequência de aminoácidos de cada proteína na célula e a sequência nucleotídica de cada RNA são especificadas pela sequência nucleotídica do DNA da célula. Um segmento de uma molécula de DNA que contém a informação necessária para a síntese de um produto bio- logicamente funcional, seja proteína ou RNA, é denominado gene. Uma célula costuma ter muitos milhares de genes, e moléculas de DNA, não surpreendentemente, tendem a ser mui- to grandes. O armazenamento e a transferência da informação biológica são as únicas funções conhecidas do DNA. O RNA tem uma ampla variedade de funções e muitas classes são encontradas nas células. Os RNA ribossomais (rRNAs) são componentes dos ribosso- mos, os complexos que executam a síntese proteica. Os RNAs mensageiros (mRNAs) são intermediários, carregando a informação genética de um ou poucos genes para o ribossomo, onde as proteínas correspondentes podem ser sintetizadas. Os RNAs transportadores (tR- NAs) são moléculas adaptadoras que traduzem fielmente a informação no mRNA em uma sequência específica de aminoácidos. Além dessas classes maiores, existe uma grande varie- dade de tipos de RNA com funções especiais. FLUXOGRAMA: INTRODUÇÃO Que contém os Que corresponde ao Que por intermédio do Sintetiza Responsáveis por DNA Genes RNA Proteínas Formar enzimas Permitir a Comunicação celularAtuar na expressão gênica Material genético 6ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO 2. ESTRUTURA DO MATERIAL GENÉTICO Ácidos Nucleicos Uma molécula de ácido desoxirri- bonucleico (DNA) consiste em duas longas cadeias polipeptídicas com- postas por quatro tipos de subunida- des nucleotídicas. Cada uma dessas cadeias é conhecida como uma cadeia de DNA, ou fita de DNA. As cadeias são antiparalelas entre si, e ligações de hidrogênio entre a porção base dos nucleotídeos unem as duas cadeias. Durante a transcrição dos genes, um sistema de enzimas converte a in- formação genética de um segmento de fita dupla de DNA em um fila- mento de RNA (fita única) com uma sequência de bases complementar a uma das fitas de DNA. No RNA, a ca- deia principal é formada por um açú- car ligeiramente diferente do açúcar do DNA, diferenças essas que serão abordadas nos tópicos a seguir. Nucleotídeos Os nucleotídeos apresentam três componentes característicos: (1) uma base nitrogenada (contendo nitrogênio), (2) uma pentose e (3) um ou mais fosfatos. A molécula sem o grupo fosfato é denominada nucleosídeo. Ligações de hidrogênio Figura 3. DNA de fita dupla em sua forma linear, ligadas por ligações de hidrogênio. (Fonte: Alberts et al, 2017) Figura 4. Nucleotídeo: constituído por uma base con- tendo nitrogênio, um açúcar de cinco carbonos e um ou mais grupos fosfato. (Fonte: Alberts et al, 2017) 7ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO e guanina (G), e duas pirimídicas. No DNA e no RNA, uma das pirimidinas é a citosina (C), mas a segunda pirimidi- na não é a mesma nos dois: é a timina (T) no DNA e a uracila (U) no RNA. Apenas raramente a timina é encon- trada no RNA ou a uracila no DNA. As bases nitrogenadas são deriva- das de dois compostos relacionados, a pirimidina e a purina. As bases e as pentoses dos nucleotídeos comuns são compostos heterocíclicos. Tanto o DNA quanto o RNA contêm duas bases púricas principais, adenina (A) Figura 5. Bases compostas com um anel contendo nitrogênio – pirimidina ou purina. (Fonte: Alberts et al, 2017) BASE NUCLEOSÍDEO NUCLEOTÍDEO ÁCIDO NUCLEICO Purinas Adenina Adenosina Adenilato RNA Desoxiadenosina Desoxiadenlato DNA Guanina Guanosina Guanilado RNA Desoxiguanosina Desoxiguanilato DNA Pirimidinas Citosina Citidina Citidilato RNA Dexocitidina Desoxicitidilato DNA Timina Timina ou desoxitimina Timidilato ou desoxitimidilato DNA Uracila Uridina Uridilato RNA Tabela 1. Nomenclatura de nucleotídeo e de ácido nucleico. (Fonte: Nelson & Cox, 2014) 8ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO SAIBA MAIS! Na célula viva, o material genético não é sintetizadocomo uma fita livre isolada, mas a partir de um molde formado por uma fita de DNA ou RNA preexistente. As bases que se projetam da fita existente de DNA ligam-se às bases da fita que estão sendo sintetizadas de acordo com uma regra rigorosa, definida pelas estruturas complementares das bases: A liga-se a T, e vice-versa; e C liga-se a G, e vice-versa. Já para a projeção da fita de RNA, as estruturas complementares das bases são: A liga-se a U, e vice-versa; e C liga-se a G, e vice-versa. Pentoses Os ácidos nucleicos têm dois tipos de pentoses. As recorrentes unida- des desoxirribonucleotídicas do DNA contêm 2’-desóxi-D-ribose e as unidades ribonucleotídicas do RNA contêm D-ribose. Nos nucleotídeos, ambos os tipos de pentoses estão na sua forma β-furanose (anel fechado com cinco átomos). Figura 6. Pentoses presentes nos ácidos nucleicos. (Fonte: Alberts et al, 2017) SAIBA MAIS! Embora o DNA e do RNA pareçam ter duas diferenças – pentoses diferentes e a presença de uracila no RNA e timina no DNA – é a pentose que define a identidade do ácido nu- cleico. Se o ácido nucleico contém 2’-desóxi-D-ribose, é DNA por definição, embora possa apresentar alguma uracila. Da mesma forma, se o ácido nucleico contém D-ribose é RNA, independentemente da sua composição de base. 9ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO Modelo de Dupla-Hélice do DNA A forma na qual os nucleotídeos es- tão ligados confere uma polaridade química à fita de DNA. Se imaginar- mos cada açúcar como um bloco com uma protuberância (o fosfato 5’) em um lado e uma cavidade (a hidroxi- la 3’) no outro, cada cadeia completa, formada por protuberâncias e cavida- des entrelaçadas, terá todas as suas MAPA MENTAL: ÁCIDOS NUCLEICOS Ácidos Nucleicos Nucleotídeos Adenina Guanina Citosina Timina – exclusiva do DNA Bases Nitrogenadas Pentose Fosfato Uracila – exclusiva do RNA 2’-desóxi-D-ribose – exclusiva do DNA D-ribose – exclusiva do RNA subunidades alinhadas na mesma orientação (figura 3). Além disso, as duas extremidades da cadeia serão facilmente distinguíveis por apre- sentarem, uma delas, uma cavidade (a hidroxila 3’), e a outra, uma pro- tuberância (o fosfato 5’). Essa pola- ridade na cadeia de DNA é indicada pela denominação das extremidades como extremidade 3’ e extremidade 5’, nomes derivados da orientação do açúcar desoxirribose. 10ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO Figura 7. A formação do DNA a partir das quatro unidades estruturais de nucleotídeos (A, C, G e T). (Fonte: Alberts et al, 2017) A estrutura tridimensional do DNA – a dupla-hélice de DNA – é decor- rente das características químicas e estruturais de suas duas cadeias po- linucleotídicas. Uma vez que essas duas cadeias são mantidas unidas por ligações de hidrogênio entre as bases das duas fitas, todas as bases estão voltadas para o interior da dupla-hélice, e a cadeia principal de açúcar-fosfato encontra-se na região externa. Em cada um dos ca- sos, a base mais resistente, com dois anéis (uma purina), forma par com uma base com um anel único (uma pirimidina). A sempre forma par com T, e G, com C. Esse pareamento de bases complementares permite que os pares de bases sejam dispostos em um arranjo energético mais favo- rável no interior da dupla-hélice. 11ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO Figura 8. As duas fitas da dupla-hélice de DNA são unidas por ligações de hidrogênio entre os pares de bases com- plementares. (Fonte: Alberts et al, 2017) se as duas fitas da hélice estiverem na posição antiparalela – isto é, so- mente se a polaridade de uma fita estiver em orientação oposta à da outra fita (5’- 3’ e vice-versa). Uma consequência da estrutura do DNA e do pareamento de bases é que cada fita de uma molécula de DNA contém uma sequência de nucleotídeos que é exatamente complementar à sequ- ência de nucleotídeos da outra fita. Nesse arranjo, cada par de bases possui uma largura similar, manten- do a estrutura de açúcar-fosfato equidistante ao longo da molécula de DNA. Para otimizar a eficiência do empilhamento dos pares de bases, as duas cadeias principais de açúcar- -fosfato enrolam-se um sobre o outro formando uma dupla-hélice orienta- da à direita, completando uma volta a cada 10 pares de base. Os membros de cada par de bases so- mente encaixam-se na dupla-hélice 12ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO Figura 9. A dupla-hélice do DNA. (A) modelo tridimensional, (B) Uma pequena secção da dupla-hélice vista lateral- mente, mostrando quatro pares de bases. (Fonte: Alberts et al, 2017) MAPA MENTAL: MODELO DE DUPLA-HÉLICE DO DNA Decorrentes das características químicas e estruturais dos polinucleotídeos Modelo de Dupla-hélice do DNA Mantida por ligações de hidrogênio entre as bases Mantem a estrutura de açúcar-fosfato equidistante ao longo da molécula de DNA Suas fitas se encontram em posições antiparalelas 13ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO Mecanismo para hereditariedade Cada fita de DNA contém uma sequ- ência de nucleotídeos que é exata- mente complementar à sequência de nucleotídeos da fita associada, dessa forma cada fita pode atuar como um molde para a síntese de uma nova fita complementar. Em outras pala- vras, se designarmos as duas fitas de DNA com S e S’, a fita S pode servir como um molde para síntese de uma nova fita S’, enquanto a fita S’ pode ser usada como molde para fazer uma nova fita S. Assim, a informação genética no DNA pode ser fielmen- te copiada por meio de um processo simples no qual a fita S separa-se da fita S’ e cada fita separada atua como molde para a produção de novas fitas complementares idênticas a sua fita associada. Figura 10. O DNA como molde de sua replicação. (Fonte: Alberts et al, 2017) Organização do Material Genético - Eucariotos Praticamente quase todo o DNA de uma célula eucariótica está contido em um núcleo que ocupa cerca de 10% do volume celular total. Cada cromossomo em uma célula eucari- ótica consiste em uma única e enor- me molécula de DNA linear junta- mente com proteínas que enovelam e empacotam a fina fita de DNA em uma estrutura mais compacta. Além das proteínas envolvidas na compac- tação, os cromossomos estão asso- ciados a várias outras proteínas (e a diversas moléculas de RNA). Estas são necessárias para os processos de expressão gênica, replicação e reparo do DNA. O complexo que engloba o DNA e as proteínas fortemente asso- ciadas é chamado de cromatina. 14ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO Figura 11. Diagrama esquemático de um fibroblasto humano mostrando a heterocromatina – cromatina altamente condensada (porção fortemente corada em azul). (Fonte: Alberts et al, 2017) SAIBA MAIS! Com exceção dos gametas (óvulos e espermatozoides) e uns poucos tipos celulares altamen- te especializados que não podem se multiplicar ou não possuem DNA (p. ex., os eritrócitos), ou tenham replicado seu DNA sem completar o ciclo de divisão celular (por exemplo os me- gacariócitos), cada núcleo celular humano contém duas cópias de cada cromossomo, uma herdada da mãe e outra herdada do pai. Os cromossomos maternos e paternos de um par são chamados de cromossomos homólogos. O único par de cromossomos não homólogos é o dos cromossomos sexuais do macho, onde um cromossomo Y é herdado do pai e um cromossomo X é herdado da mãe. Assim, cada célula humana contém um total de 46 cro- mossomos – 22 pares comuns, tanto para indivíduos masculinos quanto femininos – mais os dois cromossomos sexuais (X e Y nos indivíduos do sexo masculino e dois X nos indivíduos do sexo feminino). A representação dos 46 cromosso- mos mitóticos é chamada de carióti- po humano. 15ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO Figura 12. O conjunto de cromossomos humanos. (Fonte: Alberts et al, 2017) Os cromossomos carregam os genes – as unidades funcionais da heredi- tariedade. Um gene normalmente é definido como um segmento de DNA quecontém as instruções para pro- duzir uma determinada proteína (ou uma série de proteínas relacionadas), mas essa definição é muito limitada. Os genes que codificam proteínas são realmente a grande maioria, e a maior parte dos genes com fenótipos claramente mutantes caem nessa categoria. Como esperado, existe uma correla- ção entre a complexidade de um or- ganismo e o número de genes em seu genoma. Os genomas de dos euca- riotos contêm, além dos genes, uma enorme quantidade de DNA interca- lante com função pouco conhecida. Partes desse DNA extra é essencial para a expressão gênica adequada e pode explicar, em parte, porque exis- te em grande quantidade nos orga- nismos multicelulares, cujos genes precisam ser ativados e desativados de acordo com instruções complexas durante o desenvolvimento. As diferenças na quantidade de DNA intercalante entre os genes respon- dem muito mais pela espantosa va- riação no tamanho dos genomas do que propriamente pelas diferenças no número de genes, vistas na compa- ração entre espécies. Por exemplo, o genoma humano é 200 vezes maior que o da levedura Saccharomyces cerevisiae, mas 30 vezes menor do que o de algumas plantas e anfíbios, e 200 vezes menor do que o de uma 16ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO espécie de ameba. Além disso, de- vido às diferenças na quantidade de DNA não codificador, os geno- mas de espécies muito relacionadas (p. ex., peixes ósseos) podem variar centenas de vezes no conteúdo de DNA, mesmo contendo aproximada- mente o mesmo número de genes. Independentemente da função desse DNA em excesso, parece claro que ele não é um grande problema para a célula eucariótica. Figura 13. Organização dos genes no genoma de S. cerevisiae comparado aos humanos. (Fonte: Alberts et al, 2017) A forma como o genoma é dividido nos cromossomos também difere de uma espécie de eucarioto para ou- tra. Por exemplo, enquanto as células humanas possuem 46 cromossomos, as de um pequeno cervo possuem apenas 6, e as células da carpa co- mum contêm mais de 100 cromos- somos. Mesmo espécies muito rela- cionadas com genomas de tamanho similar podem apresentar núme- ros e tamanhos de cromossomos muito diferentes. Não há uma regra simples para o número cromossômi- co, complexidade do organismo e o tamanho total do genoma. Ao con- trário, o genoma e os cromossomos das espécies atuais foram moldados por uma história particular de eventos genéticos aparentemente ao acaso, nos quais uma pressão seletiva pou- co compreendida atuou durante lon- gos períodos da evolução. 17ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO Cervo chinês X Y Cervo indiano Y2 X Y1 Figura 14. Duas espécies de cervos relacionadas, mas com diferentes números cromossômicos. (Fonte: Alberts et al, 2017) 3. O GENOMA HUMANO A primeira característica marcante do genoma humano é que apenas uma parte muito pequena (somente cerca de 1,5%) codifica proteínas. Também é interessante notar que quase metade do DNA cromossômi- co é formada por segmentos de DNA móveis, que se inseriram gradativa- mente nos cromossomos durante a evolução, multiplicando-se no geno- ma como parasitas. Uma segunda característica marcante do genoma humano é o enorme ta- manho médio dos genes, cerca de 27 mil pares de nucleotídeos. Para co- dificar uma proteína de tamanho mé- dio (com cerca de 430 aminoácidos em humanos), são necessários ape- nas cerca de 1.300 pares de nucle- otídeos. A maior parte da sequência restante no gene consiste em inúme- ros segmentos de DNA não codifica- dor que interrompem uma sequência relativamente curta de pequenos seg- mentos de DNA codificador da prote- ína. As sequências codificadoras são chamadas de éxons; as sequências intercalantes, não codificadoras, são denominadas íntrons. A maioria dos genes humanos, portanto, é formada por uma longa sequência alternada de éxons e íntrons, sendo que a maior par- te é formada por íntrons. Em contras- te, a maioria dos genes de organismos com genoma compactos não possui íntrons. Isso explica o tamanho muito menor desses genes (cerca de um vi- gésimo comparado a genes humanos) e a proporção muito mais alta de DNA codificador em seus cromossomos. Além dos éxons e íntrons, cada gene está associado a sequências de DNA regulador, as quais são responsáveis por assegurar que cada gene será ati- vado e desativado no devido tempo, expresso no nível adequado e apenas em determinados tipos celulares. Em humanos, as sequências reguladoras para um gene típico estão distribuídas por milhares de pares de nucleotídeos. Como seria esperado, essas sequên- cias reguladoras são muito mais com- primidas em organismos com genomas compactos. 18ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO Cromossomo 22 humano em sua conformação mitótica, composto de duas moléculas de DNA de fita dupla, cada uma com 48 x 106 pares de nucleotídeos Heterocromatina 10% do braço do cromossomo com ≈40 genes 1% do braço do cromossomo contendo 4 genes Um gene contendo 3,4 x 104 pares de nucleotídeos Sequências reguladoras de DNA Éxon Íntron Expressão gênica RNA Proteína Proteína enovelada MAPA MENTAL: GENOMA HUMANO Apenas uma parte pequena codifica proteínas GENOMA HUMANO Sequências codificadoras Grande tamanho médio dos genes Sequência de genes Éxons Íntrons Sequências de DNA regulador Sequências intercalantes - não codificadoras Maior parte do DNA Figura 15. Organização dos genes em um cro- mossomo humano. (Fonte: Alberts et al, 2017) 19ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO Organização do Cromossomo Para formar um cromossomo funcio- nal, uma molécula de DNA deve ser capaz de replicar, e as cópias replica- das devem ser separadas e fielmente divididas entre as duas células-filhas a cada divisão celular. Esse processo ocorre por meio de uma série de es- tágios ordenados conhecidos coleti- vamente como ciclo celular. No ciclo celular, durante a longa interfase, os genes são expressos e os cromosso- mos são replicados, e as duas réplicas são mantidas unidas formando um par de cromátides-irmãs. Durante esse período, os cromossomos estão MAPA MENTAL: ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO EM EUCARIONTES ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO EM EUCARIONTES Encontra-se no núcleo Vários pares de cromossomos lineares Alto grau de compactação (cromatina) Regiões codificantes Regiões não codificantes estendidos e muito de sua cromati- na está disposta no núcleo na forma de longas linhas enroladas, de modo que os cromossomos individuais não podem ser distinguidos facilmente. Apenas durante um período muito breve da mitose, os cromossomos são condensados, permitindo que as duas cromátides-irmãs sejam separa- das e distribuídas aos núcleos-filhos. Os cromossomos altamente conden- sados nas células em divisão são de- nominados cromossomos mitóticos. Figura 16. Visão simplificada do ciclo celular eucariótico. (Fonte: Alberts et al, 2017) 20ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO CONCEITO! Durante a interfase, a cé- lula está transcrevendo ativamente seus genes e sintetizando proteínas. Ainda durante a interfase e antes da divisão celular, o DNA está replicado e cada cro- mossomo foi duplicado originando duas moléculas-irmãs de DNA, próximas e emparelhadas (chamadas cromátides- -irmãs). Uma célula com apenas um tipo de cromossomo, com as cópias materna e paterna. Uma vez completada a repli- cação do DNA, a célula pode entrar na fase M, quando ocorre a mitose e o nú- cleo é dividido em dois núcleos-filhos. Durante essa etapa, os cromossomos se condensam, o envelope nuclear se frag- menta e o fuso mitótico é formado a par- tir de microtúbulos e outras proteínas. Os cromossomos mitóticos condensados são capturados pelo fuso mitótico, e um conjunto completo de cromossomos é então puxado para cada extremidade da célula separando os membros de cada par de cromátides-irmãs. Um envelope nuclear se forma em volta de cada con- junto de cromossomose, na etapa final da fase M, a célula se divide para produ- zir duas células-filhas. A célula passa a maior parte do tempo do ciclo celular na interfase; a fase M é breve em compara- ção com a interfase, ocupando apenas cerca de 1 hora em diversas células de mamíferos. Cada cromossomo atua como uma unidade estrutural distinta: para que uma cópia possa ser transmitida a cada célula-filha durante a divisão, cada cromossomo deve ser capaz de se replicar, e a nova cópia replicada deve, subsequentemente, ser sepa- rada e dividida corretamente entre as duas células-filhas. Essas funções básicas são controladas por três tipos de sequências nucleotídicas espe- cializadas no DNA, às quais se ligam proteínas específicas que direcionam a maquinaria que replica e segrega os cromossomos. Após a replicação do DNA, as duas cromátides-irmãs que formam cada cromossomo permanecem unidas uma à outra e, com a progressão do ciclo celular, são mais condensadas para produzir cromossomos mitó- ticos. A presença de uma segunda sequência especializada de DNA, chamada de centrômero, permite que uma cópia de cada cromossomo duplicado e condensado seja levada para cada célula-filha no momento da divisão celular. Um complexo proteico chamado de cinetocoro é formado no centrômero e liga o fuso mitótico aos cromossomos duplicados, permitindo que eles sejam separados. Uma terceira sequência especializa- da de DNA forma os telômeros, as extremidades dos cromossomos. Os telômeros contêm sequências nucle- otídicas repetidas que permitem que as extremidades dos cromossomos sejam replicadas de maneira eficien- te. Os telômeros também desempe- nham uma outra função: as sequên- cias de DNA repetidas, juntamente com as regiões adjacentes a elas, for- mam estruturas que evitam que as extremidades cromossômicas sejam confundidas com uma molécula de DNA quebrada que necessita de re- paro pela célula. 21ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO Figura 17. As três sequências de DNA necessárias para produzir um cromossomo eucariótico que pode ser replicado e, então, segregado de forma precisa na mitose. (Fonte: Alberts et al, 2017) MAPA MENTAL: ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO EM EUCARIONTES Ponto de ancoragem para divisão celular ORGANIZAÇÃO DO CROMOSSOMO Cinetocoro: liga o fuso mitótico aos cromossomos duplicados Permite a replicação das extremidades de forma eficiente Estabiliza as sequências finais do cromossomo Centrômeros Telômeros 22ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO mas elas são diferentes das proteínas que desempenham essas funções em eucariotos. Embora o DNA bacte- riano e suas proteínas acessórias se- jam normalmente chamadas de “cro- mossomo” bacteriano, ele não possui a mesma estrutura dos cromossomos eucarióticos e sabe-se menos sobre a compactação do DNA bacteriano. 4. ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO - PROCARIOTOS As bactérias não possuem um com- partimento nuclear especial e nor- malmente transportam seus genes em uma única molécula de DNA, muitas vezes circular. Esse DNA também está associado a proteínas que o empacotam e o condensam, Citoplasma Ribossomo Material genético (DNA) Cápsula Parede celular Membrana Citoplasmática Figura 18. Esquema de uma célula procarionte mostrando o DNA disperso no citoplasma. (Fonte: shorturl.at/inyHX) A maioria das bactérias e arqueias são organismos unicelulares pe- quenos com genomas compactos, compreendendo de 1.000 a 6.000 genes. Vários dos genes dentro de um único organismo mostram gran- de semelhança em suas sequências de DNA, sugerindo que tenham se originado do mesmo gene ancestral por duplicação e divergência gênica. As semelhanças nas famílias de ge- nes também são claras quando se- quências gênicas são comparadas entre diferentes espécies, e mais de 200 famílias de genes foram tão al- tamente conservadas que podem ser reconhecidas como comuns à maioria dos organismos destas classes, in- cluindo os eucariotos. Portanto, dada uma sequência de DNA de um gene novo descoberto, frequentemente é possível deduzir a sua função a par- tir da função conhecida para um gene homólogo em um organismo modelo intensivamente estudado, como o da bactéria E. coli. 23ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO Figura 19. O genoma circular da E. coli. (Fonte: Alberts et al, 2017) Término da replicação Origem da replicação E. Coli K-12 4.639.221 pares de nucleotídeos MAPA MENTAL: MODELO DO MATERIAL GENÉTICO EM PROCARIONTES Organização do material genético em procariontes Encontra-se disperso no citoplasma Único cromossomo circular (regiões codificantes) Baixo grau de compactação 24ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO 5. COMPACTAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO Todos os organismos eucarióticos apresentam formas elaboradas de compactar seu DNA nos cromosso- mos. Por exemplo, se os 48 milhões de pares de nucleotídeos no DNA do cromossomo 22 pudessem ser estendidos como uma dupla-hélice perfeita, a molécula teria cerca de 1,5 cm de comprimento de uma ponta à outra. Mas o cromossomo 22 mede apenas cerca de 2 mm de compri- mento na mitose, apresentando um grau de compactação de cerca de 7 mil vezes. Esse feito de compressão é realizado por proteínas que enrolam e enovelam o DNA sucessivamente em níveis cada vez mais altos de or- ganização. Embora seja muito menos condensado comparado aos cromos- somos mitóticos, o DNA dos cromos- somos humanos na interfase ainda é fortemente compactado. As proteínas que se ligam ao DNA e formam os cromossomos eucarió- ticos são divididas em duas classes: as histonas e as proteínas cromos- sômicas não histonas. O comple- xo dessas duas classes de proteínas com o DNA nuclear eucariótico é co- nhecido como cromatina. Figura 20. Cromatina. (Fonte: Alberts et al, 2017) Nucleossomos As histonas são responsáveis pelo primeiro e mais básico nível de orga- nização cromossômica, o nucleosso- mo. Quando o núcleo interfásico é de- licadamente rompido, e seu conteúdo examinado sob microscópio eletrôni- co, a maior parte da cromatina pare- ce estar na forma de uma fibra com 30nm de diâmetro. Se essa cromatina for submetida a um tratamento que a desenrole parcialmente, observa-se, 25ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO do cerne do nucleossomo”, que con- siste em DNA enrolado em um núcleo de histonas. ao microscópio eletrônico, uma série de “contas em um colar”. O colar é o DNA, e cada conta é uma “partícula Figura 21. Nucleossomos vistos ao microscópio eletrônico; (A) cromatina condensada, (B) cromatina descon- densada na forma de “contas em um colar” mostrando os nucleossomos isolados. (Fonte: Alberts et al, 2017) O octâmero de histonas forma um cerne proteico ao redor do qual a fita dupla de DNA é enrolada. O compri- mento da região do DNA de ligação, que separa cada cerne do nucleosso- mo do próximo, pode variar de alguns poucos pares de nucleotídeos até cer- ca de 80 pb (80x1015 nucleotídeos). O termo nucleossomo tecnicamen- te refere-se à partícula do cerne do nucleossomo junto com um de seus DNAs de ligação adjacente, mas fre- quentemente é usado como sinônimo para a partícula do cerne do nucle- ossomo. Em média, os nucleosso- mos se repetem aproximadamente a cada 200 pares de nucleotídeos. Por exemplo, uma célula humana diploide com 6,4 × 109 pares de nucleotíde- os, contém cerca de 30 milhões de nucleossomos. A formação do nucle- ossomo converte uma molécula de DNA em uma fita de cromatina com aproximadamente um terço de seu comprimento inicial. 26ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO Figura 22. Os nucleossomos contêm o DNA enrolado ao redor de um centro de proteínas contendo oito moléculas de histonas. (Fonte: Alberts et al, 2017) A maneira como os nucleossomos estão organizados nos arranjos con- densados não é clara. A estrutura de um tetranucleossomo (um complexo de quatro nucleossomos) é utilizada para reforçar o modelo de zigue-za-gue para o empilhamento dos nu- cleossomos. Porém, estudos usando microscopia crioeletrônica de núcleos cuidadosamente preparados, suge- rem que a maioria das regiões da cro- matina apresentem estrutura menos regular. As ligações nucleossomo- -nucleossomo que envolvem as cau- das das histonas constituem um fator importante para o forte empilhamen- to dos nucleossomos. Figura 23. Modelo de zigue-zague para a fibra de cromatina. (Fonte: Alberts et al, 2017) 27ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO por pelo menos três maneiras: o po- sicionamento dos nucleossomos, a presença de variantes de histonas e a modificação covalente dos nucleos- somos. Essas mudanças estruturais na cromatina associadas à transcrição são coletivamente chamadas de re- modelação da cromatina, resultado da remodelação provocadas por en- zimas que promovem tais alterações. Heterocromatina: filamento condensado no qual o material genético está inativo. Eucromatina: filamento menos condensado e que apresenta atividade gênica Figura 24. Estágios da organização da cromatina. (Fonte: shorturl.at/mnxyY) Cromossomo A compactação dos cromossomos na mitose é um processo extremamente organizado e dinâmico, que serve a pelo menos dois propósitos. Primeiro, quando a condensação é completada (na metáfase), as cromátides-irmãs estão desemaranhadas umas das outras e dispostas lado a lado. As- sim, as cromátides-irmãs podem ser facilmente separadas quando a ma- quinaria mitótica puxa uma para cada lado. Segundo, a compactação dos cromossomos protege as molécu- las de DNA, relativamente frágeis, de Cromatina O DNA é empacotado nos nucleos- somos criando a fibra de cromatina, que pode existir de dois tipos diferen- tes no núcleo em interfase de várias células de eucariotos superiores: uma forma altamente condensada, cha- mada de heterocromatina, e todo o resto, uma forma menos conden- sada, chamada de eucromatina. A heterocromatina representa uma for- ma compacta especial, grandemen- te concentrada em algumas regiões especializadas, particularmente nos centrômeros e telômeros, mas tam- bém está presente em vários outros locais nos cromossomos – locais que podem variar de acordo com o estado fisiológico da célula. Normalmente, o DNA na hetero- cromatina contém poucos genes; quando regiões da eucromatina são convertidas ao estado de heterocro- matina, seus genes geralmente são desligados. Portanto, a heterocroma- tina não deve ser considerada sim- plesmente como uma forma de isola- mento do DNA “morto”, e sim como um modo de descrever domínios compactos de cromatina que pos- suem em comum a característica de ser anormalmente resistentes à ex- pressão gênica. Parte da eucromatina, mas não toda, é ativa na transcrição. As regiões dos cromossomos ativas na transcri- ção são distintas da heterocromatina 28ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO quebras no momento da separação entre as células-filhas. Embora sejam formadas longas fi- tas de nucleossomos na maior parte do DNA cromossômico, a cromatina, nas células vivas, raramente adota a forma estendida de colar de contas. Em vez disso, os nucleossomos são adicionalmente empacotados em cima uns dos outros, formando uma estrutura mais compacta. Essa com- pactação adicional dos nucleossomos em uma fibra de cromatina depende de uma quinta histona, que liga os nucleossomos adjacentes, forman- do um arranjo regular e repetitivo. Essa histona de conexão altera a di- reção da cadeia de DNA ao emergir do nucleossomo, formando uma fibra de cromatina mais condensada. Histona de Conexão Figura 25. Histona de conexão dos nucleossomos (Fonte: Alberts et al, 2017) A partir da mitose, a cromatina tor- na-se tão condensada que os cro- mossomos individuais podem ser vi- sualizados no microscópio de luz. A fibra de cromatina é enovelada em uma série de alças e essas alças são adicionalmente condensadas para formar o cromossomo em interfase. Finalmente, acredita-se que esse co- lar compacto de alças sofra, pelo me- nos, mais um nível de compactação para formar o cromossomo mitótico. 29ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO Figura 26. Empacotamento do DNA em vários níveis até a formação do cromossomo mitótico. (Fonte: Alberts et al, 2017) MAPA MENTAL: COMPACTAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO Histonas Dupla-hélice de DNA+ Histonas de conexão Nucleossomos+ Cromatina Cromossomo mitótico 30ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO Procariontes Organização do material genético Encontra- se disperso no citoplasma Único Cromossomo circular Eucariontes Encontra-se no núcleo Pares de cromossomos lineares Baixo grau de compactação Alto grau de compactação Dupla-hélice Sequências Unidades funcionais da hereditariedade Sequências de DNA regulador Asseguram a ativação e inativação dos genes no tempo correto Codificadas Não codificadas Éxons Geram fenótipo Íntrons Maior parte do DNA Exclusivo do DNA Exclusivo do RNA Cromossomo Ácidos nucleicos (DNA-RNA) Genes Cromatina DNA + histonas Mantém a estrutura açúcar-fosfato equidistante Mantidas pelas ligações de hidrogênio Fitas Antiparalelas Modelo de dupla- hélice do DNA Compactação do material genético Nucleossomos + histonas de conexão Cromatina Cromossomo mitótico Direções opostas Favorável energeticamente 5’-3’ 3’-5’ Replicação do DNA Dogma central Reparo do DNA Recombinação genética Transcrição (síntese de RNA) Tradução (síntese de proteínas) Nucleotídeos Fosfato Pentose Guanina Adenina Purinas Citosina Timina Uracila 2’-desóxi- D-ribose D-ribose Base nitrogenada Pirimidinas Complexo que engloba o DNA e as proteínas fortemente associadas Heterocromatina Eucromatina Forma altamente condensada Contém poucos genes Forma pouco condensada Ativada na transcrição gênica Transmite a informação genética Unidade básica do material genético Ponto de ancoragem para a divisão celular Liga o fuso mitótico aos cromossomos duplicados Permite a replicação das extremidades Estabiliza as sequências finais Contém os genes Centrômero Telômeros 31ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Alberts B.; Bray D.; Hopkin K.; Johnson A.; Lewis J.; Raff M.; Roberts K.; Walter P. (2017). Fundamentos de Biologia Celular. 6a ed. Ed. ArtMed, Porto Alegre, 864p. Alberts B.; Johnson A.; Lewis J.; Raff M.; Roberts K.; Walter P. (2017). Biologia Molecular da Célula. 6a ed. Ed. ArtMed, Porto Alegre, 1464p. Cooper GM; Hausman RE. (2007). A Célula: Uma abordagem molecular; 3ª Ed. Editora Artmed, Porto Alegre, 736p. Nelson DL; Cox MM. (2014). Princípios de Bioquímica de Lehninger. 6ª Ed. Editora Art- med, Porto Alegre, 1328p. 32ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO
Compartilhar