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SUMÁRIO LIPÍDEOS 1. O que são? .................................................................... 3 2. Ácidos graxos .............................................................. 3 3. Triacilgliceróis .............................................................. 8 4. Cerídeos ......................................................................12 5. Glicerofosfolipídeos .................................................12 6. Esfingolipídios ...........................................................14 7. Esteróides ...................................................................20 8. Lipoproteínas .............................................................23 PROTEÍNAS 1. Aminoácidos ..............................................................27 2. Peptídeos ....................................................................35 3. Estrutura das proteínas .........................................38 4. Desnaturação das proteínas ...............................55 Referências Bibliograficas .........................................58 3LIPÍDEOS E PROTEÍNAS LIPÍDEOS 1. O QUE SÃO? São moléculas relativamente peque- nas que apresentam uma forte ten- dência a se associarem através de forças não covalentes (ex.: interações hidrofóbicas). São um grupo de com- postos quimicamente diversos, cuja característica em comum que os de- fine é a baixa ou ausente solubilida- de em água, ou seja, apolares. Des- se modo, são altamente solúveis em solventes orgânicos como o éter ou a acetona (substâncias lipofílicas). Muitos lipídeos são compostos anfi- páticos (ou anfifílicos), ou seja, apre- sentam na molécula uma porção HORA DA REVISÃO! Substâncias que se dissolvem facilmente em água são hidrofílicas, compostas de íons ou moléculas polares que, por possuírem carga parcial elétrica disponível para interagir, atra- em moléculas de água. Essas moléculas de água envolvem cada íon ou molécula polar e carregam a substância para a solução. Já as moléculas que contêm predominantemente ligações não polares são usualmente insolúveis em água e são chamadas hidrofóbicas. Moléculas de água não são atraídas por essas moléculas, e, portanto, têm pouca ten- dência a carregá-las para a solução. Devido à ausência de afinidade pela água, as subs- tâncias hidrofóbicas apresentam propriedades semelhantes aos lipídeos, tendo afinidade por eles e, por isso, são chamadas de lipofílicas. polar, hidrofílica, e uma porção apolar, hidrofóbica. As principais funções dos lipídeos são: • Armazenamento de energia • Composição de membranas biológicas • Isolamento térmico, elétrico e mecânico • Moléculas mensageiras (hormô- nios e vitaminas) Os lipídeos são formados por núme- ros variados de átomos de carbono e hidrogênio, por vezes conjugados com outras moléculas, mas formando uma unidade monomérica. A forma mais simples de lipídeos, encontra- da principalmente no plasma, é a dos ácidos graxos. 2. ÁCIDOS GRAXOS São ácidos carboxílicos com cadeias hidrocarbonadas variando de 4 a 35 carbonos, sendo que o grupo carbo- xila (- COOH) constitui a parte polar e a cadeia carbônica constitui a par- te apolar, logo, são moléculas anfi- páticas. Sua fórmula geral é RCOOH (onde o R representa a cadeia de hi- drocarboneto). Ácidos graxos livres 4LIPÍDEOS E PROTEÍNAS são poucos encontrados nos orga- nismos: mais frequentemente es- tão ligados a um álcool (ex.: glicerol, esfingosina.) Quanto à saturação, podem ser: • Saturados – ausência de ligações duplas entre dois carbonos na cauda de hidrocarbonetos; são en- contrados principalmente em pro- dutos de origem animal, como car- ne bovina, de carneiro, de porco e de galinha, além da gema de ovo e nas gorduras lácteas do creme, do leite, da manteiga e do queijo. ◊ Estrutura: CnH2n02 • Monoinsaturados - Presença de apenas uma ligação dupla entre carbonos; a dupla ligação provoca um arranjo diferente dos elétrons dos carbonos, de forma que a or- ganização espacial da molécula é alterada e apresenta uma “dobra”; encontrados em óleos de oliva e de amendoim, nozes, amêndoas e abacate. ◊ Estrutura: CnH2n-2O2 • Poli-insaturados – Presença de mais de uma ligação dupla entre carbonos; encontrados nos óleos de sementes vegetais como o óleo de açafrão, de girassol, de soja e de milho ◊ Estrutura: CnH2n-2O2 Figura 1. Exemplo de ácido graxo saturado com 18 carbonos. Fonte: POIAN, Andrea da et al. Bioquímica 1: Módulo 1. 5. ed. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2009. 1 v. 5LIPÍDEOS E PROTEÍNAS SE LIGA! Os ácidos graxos saturados, que têm arranjos lineares, permitem que essas molé- culas, ao se associarem, se mantenham mais próximas entre si. Já os ácidos graxos insatu- rados apresentam um arranjo tridimensional que impede seu empacotamento, uma vez que suas estruturas possuem uma conformação não-linear e, com isso, acabam mantendo-se mais afastados uns dos outros. Grupo carboxil Cadeia hidrocarbonada Ácidos graxos saturados Mistura de ácidos graxos saturados e insaturados Figura 2. O empacotamento de ácidos graxos em agregados estáveis. Fonte: NELSON, David L.; COX, Michael M.. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 1 v Propriedades As propriedades dos ácidos graxos são determinadas em grande parte pelo comprimento e pelo grau de in- saturação da cadeia hidrocarbonada. • Baixa solubilidade em água = quanto mais longa a cadeia e quan- to menos insaturações, menor é a solubilidade em água. • Ponto de fusão = Quanto mais in- saturações e quanto mais curta a cadeia, menor é o ponto de fusão. • Estado físico = Os ácidos graxos com menores pontos de fusão tendem a estar líquidos e, aqueles com pontos de fusão mais eleva- dos, tendem a estar sólidos. Nomenclatura O nome sistemático do ácido graxo é derivado do nome do hidrocarboneto correspondente, pela inclusão do su- fixo -óico no final do nome. Ex.: Ácido graxo com 18 carbonos:Á- cido octadecanóico, pois deriva do hidrocarboneto octadecano. Um áci- do graxo de 18 carbonos com uma dupla ligação é o ácido octadecenói- co; com duas duplas ligações, ácido cotadecadienóico; e com três duplas ligações, ácido octadetrienóico. Quando o ácido graxo apresenta in- saturação, sua abreviação é feita in- dicando o número de carbonos e o número de ligações duplas, sepa- rados por dois pontos (:), seguidos pelo carbono em que a insaturação ocorre. Desse modo, o símbolo 18:0 6LIPÍDEOS E PROTEÍNAS denota um ácido graxo de 18 carbo- nos saturado (sem ligações duplas), enquanto 18:2 significa que existem duas ligações duplas na cadeia. A po- sição da dupla ligação é representa- da pelo símbolo ∆ (delta) seguido por um ou mais número em sobrescrito. Por exemplo, cis - ∆9 significa que existe uma dupla ligação CIS entre os carbonos 9 e 10; trans - ∆2 indica uma dupla ligação trans entre os car- bonos 2 e 3. Portanto, o ácido palmitoleico, com- posto por 16 carbonos e uma ligação dupla entre os carbonos 9 e 10, apre- senta como nome sistemático cis – 9 – Hexadecenóico e como abreviação 16:1∆9 SE LIGA! Nós, seres humanos, não produzimos todos os ácidos graxos de que precisamos, tornando necessária a obtenção dos mesmo por meio da alimentação. Nesse sentido, vários ácidos graxos poli-insaturados, principalmente o ácido linoleico (ômega-6) e o ácido alfa- -linolênico (ômega-3), são considerados ácidos graxos essenciais à dieta. Essas moléculas são precursoras de outros ácidos graxos biologicamente ativos, importante para o bom fun- cionamento do corpo. A deficiência de ácidos graxos considerados essenciais pode causar a dermatite, o desenvolvimento precários de bebês e alterações neurológicas. No entanto, o consumo excessivo dessas substâncias pode trazer efeitos colaterais bastante nocivos ao nosso corpo como infecções e diabetes. 7LIPÍDEOS E PROTEÍNAS MAPA MENTAL – ÁCIDOS GRAXOS : Determinadas por ÁCIDOS GRAXOS Fórmula geral Parte apolar Parte polar Nomenclatura Saturação Estrutura anfipática Comprimentoda cadeia Grau de insaturação Solubilidade em água ↑ comprimento = ↓ solubilidade ↓ nº de insaturações = ↓ solubilidade Ponto de fusão ↓ comprimento = ↓ Ponto de fusão ↑ nº de insaturações = ↓ Ponto de fusão Estado físico ↓ Ponto de fusão Líquidos Propriedades ↑ Ponto de fusão Sólidos Abreviação Nº de carbonos Nº de insaturações Nome do hidrocarboneto correspondente - óico Cadeia carbônica Grupo carboxila ( - COOH) COH H Ausência de ligações duplas Produtos de origem animal, gema de ovo e gorduras lácteas Apenas uma ligação duplas Óleos de oliva e de amendoim, nozes, amêndoas e abacate Poli - insaturados Mais de uma ligação duplas Óleos de sementes vegetais Saturados Monoinsaturados 8LIPÍDEOS E PROTEÍNAS 3. TRIACILGLICERÓIS São os mais simples compostos de ácidos graxos, também chamado de triglicerídeos, gorduras ou gordu- ras neutras. São compostos por 3 ácidos graxos, cada um em ligação éster com uma molécula de glicerol. OBS.: Uma ligação éster é aquela que liga o oxigênio de um ácido carboxíli- co a um outro radical (R) 1 – estearoil, 2 – linoleoil, 3 – palmitoil glicerol, um triacilglicerol misto Figura 3. O glicerol e um triacilglicerol misto. Fonte: NELSON, David L.; COX, Michael M.. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 1 v 9LIPÍDEOS E PROTEÍNAS SE LIGA! A reação de esterificação permite a formação de uma ligação éster entre um ácido graxo e um glicerol, com a liberação de uma molécula de água. Para isso, a hidroxila de uma molécula se une a um hidrogênio que se dissocia da hidroxila da outra molécula; os dois com- postos ficam unidos por uma ligação éster e forma-se uma molécula de água. Nesse sentido, para a formação do triacilglicerol, temos três reações de esterificação com a liberação de três moléculas de água. Figura 4. Esquema da formação de água na reação de esterificação. Fonte: POIAN, Andrea da et al. Bioquímica 1. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2009. Classificação • Simples: Ácidos graxos do mesmo tipo • Misto: Dois ou três tipos diferentes de ácidos graxos São moléculas apolares de reserva energética pela capacidade de in- teração hidrofóbica e estocagem. Na maioria das células eucarióticas, os triacilgliceróis formam gotículas microscópicas de óleo no citosol, ser- vindo como depósito de combustível metabólico. Em vertebrados, os adi- pócitos armazenam grandes quanti- dades de triacilgliceróis em gotículas de gordura que quase preenchem a célula. Em resposta aos sinais hormo- nais, essas gotículas são degradadas por lipases, liberando glicerol e ácidos graxos no plasma para o metabolis- mo em outros tecidos, principalmen- te no músculo e no fígado. Também são armazenados como óleos nas 10LIPÍDEOS E PROTEÍNAS sementes de vários tipos de plantas, fornecendo energia e precursores biossintéticos durante a germinação. As gorduras também auxiliam no transporte e absorção das vitaminas lipossolúveis. SE LIGA! Durante sua oxidação (que- bra), as gorduras liberam muito mais energia que os carboidratos ou as pro- teínas. Por isso elas foram selecionadas pela natureza para serem nossas reser- vas energéticas. As gorduras animais e os óleos ve- getais são misturas de triacilgliceróis, que diferem na sua composição em ácidos graxos e, consequentemente, no seu ponto de fusão. Os triacilgli- ceróis das gorduras animais são ricos em ácidos graxos saturados, atribuin- do uma consistência sólida a tempe- ratura ambiente. Enquanto isso, os de origem vegetal, ricos em ácidos gra- xos insaturados, são líquidos. SAIBA MAIS! A fabricação de margarina ocorre por um processo de hidrogenação de óleos vegetais, redu- zindo parte de suas duplas ligações e os torna sólidos à temperatura ambiente. SAIBA MAIS! Se a hidrólise dos triacilgliceróis for realizada em meio alcalino, formam-se sais de ácidos graxos, os sabões, elucidando o processo de saponificação. Desse modo, os sabões são fa- bricados a partir de gordura animal fervida em presença de hidróxido de sódio ou hidróxido de potássio. 11LIPÍDEOS E PROTEÍNAS MAPA MENTAL – TRIACILGLICERÓIS trocar trocar Glicerol Transporte e absorção de vitaminas Ligação éster 3 ácidos graxos TRIACILGLICERÓIS Funções Estrutura Reserva energética Isolante térmico Plantas Animais Óleos de sementes Adipócitos Misto Simples Tipos diferentes de ácidos graxos Ácidos graxos do mesmo tipo Classificação 12LIPÍDEOS E PROTEÍNAS 4. CERÍDEOS As ceras biológicas são ésteres de ácidos graxos saturados e insatura- dos de cadeia longa com álcoois de cadeia longa. Seus pontos de fusão são, geralmente, mais altos do que os dos triacilgliceróis. No plâncton, as ceras são a principal forma de armazenamento de com- bustível metabólico para microrganis- mos de vida livre. Também servem para várias funções relacionadas às suas propriedades impermeabilizantes e consistência firme. Certas glândulas da pele de vertebrados secretam ceras para pro- teger os pelos e a pele e mantê-los flexíveis, lubrificados e impermeáveis. 5. GLICEROFOSFOLIPÍDEOS Também chamados de fosfogli- cerídeos, são lipídios polares de membrana nos quais 2 ácidos graxos estão unidos por ligação éster ao 1º e ao 2º carbono do glicerol e um grupo fortemente polar está unido por liga- ção fosfodiéster ao 3º carbono. São derivados do precursor, o ácido fosfatídico, de acordo com o álco- ol polar na cabeça. Em todos esses compostos, o grupo cabeça está uni- do ao glicerol por uma ligação fosfo- diéster, na qual o grupo fosfato tem carga negativa em pH neutro. O álco- ol polar pode estar carregado nega- tivamente, positivamente ou neutro. A fosfatidilcolina e a fosfatidiletanola- mina têm colina e etanolamina como grupos cabeças polares, por exem- plo. O ácido fosfatídico, além de ser encontrado como um componente menor de membranas celulares, atua como intermediário da síntese de triacilgliceróis. Ácido graxo saturado (p. ex., ácido palmítico) Ácido graxo insaturado (p. ex., ácido oleico) Ácidos graxos Glicerol Grupo cabeça substituinte FIgura 5. Glicerofosfolipídeos. Fonte: NELSON, David L.; COX, Michael M.. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 1 v 13LIPÍDEOS E PROTEÍNAS Quando dispersos em solução aquo- sa, os fosfolipídios formam esponta- neamente estrutura lamelares e, sob circunstâncias apropriadas, se or- ganizam em bicamadas estendidas que podem formar estruturas vesicu- lares fechadas – micelas. A micela é um modelo para a estrutura de uma membrana biológica, uma bicamada de lipídeos com as porções polares expostas ao ambiente aquoso e as cadeias de ácido graxo mergulhadas no interior hidrofóbico da membrana. Um fosfolipídio pode apresentar dife- rentes graus de ionização por causa da presença em sua estrutura do fos- fato e dos grupos substituintes, que também podem se ionizar. Assim, dependendo do pH em que se encon- trem, terão carga positiva ou negativa. SE LIGA! LIPÍDEOS ÉTER - Alguns te- cidos animais e organismos unicelula- res são ricos em lipídeos éter, nos quais uma das duas cadeias de ácidos graxos está unida ao glicerol em ligação éter em vez de éster. A cadeia em ligação éter pode ser saturada ou conter uma liga- ção dupla entre os carbonos 1 e 2. O fa- tor ativador de plaquetas é um exemplo de um importante lipídeo éter que atua como potente sinalizados molecular. É liberado de basófilos e estimula a agre- gação de plaquetas e a liberação de se- rotonina das plaquetas, além de exercer diversos efeitos no fígado, em músculos lisos, no coração, nos tecidos uterinos e pulmonares. 14LIPÍDEOS E PROTEÍNAS MAPA MENTAL - GLICEROFOSFOLIPÍDIOS trocar trocar Ácido fosfatídico 2 ácidos graxos GLICEROFOSFOLIPÍDEOS Estrutura Percursor Ligação éster Ligação fosfodiéster Diferentes graus de ionização Componentes das membranas biológicas Formam bicamadas lipídicas Micelas Glicerol Grupo polar Depende do pHA carga pode ser negativa,positiva ou neutra 6. ESFINGOLIPÍDIOS De forma semelhante aos glicero- fosfolipídeos, também têm um gru- po cabeça polar e duas caudas apo- lares; contudo não contêm glicerol. São compostos por uma molécula de aminoalcool – Esfingosina – de ca- deia longa ou um de seus derivados. Quando um ácido graxo é unido em ligação amida ao – NH2 no 2º carbono, o composto resultante é uma cerami- da, o precursor estrutural de todos os esfingolipídios. SAIBA MAIS! A porção glicídica de certos esfingolipídios define o grupo sanguíneo em humanos e, portan- to, o tipo de sangue que um indivíduo pode receber com segurança em transfusões. 15LIPÍDEOS E PROTEÍNAS Figura 6. Esfingolipídios. Fonte: NELSON, David L.; COX, Michael M.. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 1 v Ácido graxo Esfingosina Grupo cabeça substituinte Podem ser divididos em: • Esfingomielinas: Descobertas a partir da bainha de mielina que envolve os axônios nas células nervosas, contêm fosfocolina ou fosfoetanolamina como grupo ca- beça polar, sendo assim classifica- dos como fosfolipídios. Ceramida Esfingosina Esfingomielina Fo sf oc ol in a Figura 7. Estrutura da esfingomielina. Fonte: POIAN, Andrea da et al. Bioquímica 1. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2009. 1. ed, v. 3 • Glicoesfingolipídios: Ocorrem am- plamente na face externa das membranas plasmáticas; possuem grupos cabeças com um ou mais açúcares conectados diretamente ao -OH no carbono 1 da porção ceramida; não contêm fosfato. Os cerebrosídeos apresentam um úni- co açúcar ligado à ceramida e os globosídeos contêm dois ou mais açúcares. Ambos são chamados de glicolipídios neutros, pois não têm carga em pH 7. 16LIPÍDEOS E PROTEÍNAS SE LIGA! Os cerebrosídeos que apresentam galactose são característicos de membranas plasmáticas de células do tecido nervoso, enquanto aqueles com glicose são característicos de membranas plasmáticas de células de outros tecidos. Esfingosina Glicocerebrosídeo Ceramida Esfingosina Globosídeo Figura 8. Estruturas do glicocerebrosídeo e de um globosídeo. Fonte: POIAN, Andrea da et al. Bioquímica 1. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2009. 1. ed, v. 3 • Gangliosídeos: Mais complexos, têm oligossacarídeos como grupo cabeça polar um ou mais resídu- os do ácido N – acetilneuramíni- co, um ácido siálico, caracterizado pela carga negativa em pH 7, nas terminações. Assim como os ce- rebrosídeos, são encontrados pre- dominantemente no cérebro, ocor- rendo em quantidades menores nos outros tecidos. 17LIPÍDEOS E PROTEÍNAS SAIBA MAIS! O tipo e a quantidade de esfingolipídios mudam drasticamente durante o desenvolvimento embrionário, e a formação de tumores induz a síntese de novos gangliosídeos. Diversas do- enças hereditárias humanas, como a doença de Niemann-Pick e a de Tay-Sacks, são cau- sadas por anomalias no metabolismo de esfingolipídios. O principal sintoma da doença de Niemann-Pick é o retardo mental em crianças. Os sintomas da doença de Tay-Sacks são retardo mental progressivo, paralisia e cegueira. Ambas levam a uma morte prematura entre três e quatro anos de idade. Ceramida Glicose Galactose N - acetilgalactosamina Ácido N – acetilneuramínico (ácido siálico) Dissacarídeo (duas moléculas de açúcar – glicose e galactose) Figura 9. Estrutura de um gangliosídeo. Fonte: POIAN, Andrea da et al. Bioquímica 1. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2009. 1. ed, v. 3 18LIPÍDEOS E PROTEÍNAS MAPA MENTAL – ESFINGOLIPÍDIOS ESFINGOLIPÍDEO Estrutura Ácido graxo Cerebrosídeos Abundantes na face externa das membranas plasmáticas Açúcares conectados à ceramida Globosídeos Glicoesfingolipídios Ligação amida Esfingosina Grupo polar Ceramida Grupo polar Predominantes no cérebro Gangliosídeos Resíduos de N - acetilneuramínico Carga negativa em pH 7 Grupo polar Fosfolipídios Fosfoetanolamina Esfingomielinas Fosfocolina Um único açúcar Mais de um açúcarGlicolipídeos neutros 19LIPÍDEOS E PROTEÍNAS Figura 10. Alguns tipos comuns de lipídeos de armazenamento e de membrana. Fonte: NELSON, David L.; COX, Michael M.. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 1 v 20LIPÍDEOS E PROTEÍNAS 7. ESTERÓIDES São lipídeos estruturais que apresen- tam um núcleo esteroide caracterís- tico em sua estrutura. Esse núcleo é tetracíclico, contendo quatro anéis fusionados, três com seis carbonos e um com cinco. É quase planar e rela- tivamente rígido (os anéis não permi- tem a rotação em torno das ligações C – C). São sintetizados a partir de subuni- dades de isopreno simples com cinco carbonos. Atuam como constituintes de mem- brana e são precursores de hormô- nios, além de outros produtos biológi- cos específicos Colesterol Principal esteroide nos tecidos ani- mais (exclusivamente) que serve como precursor à síntese de todos os outros esteroides, que incluem hormônios, sais biliares e vitamina D. É um lipídeo anfipático caracteri- zado por uma molécula hidrofóbica (núcleo esteroide + cadeia lateral hi- drocarbonada) rígida, plana, com um grupo polar hidroxila no carbono 3. O colesterol é encontrado em todas as membranas biológicas e age como um modulador da fluidez da mem- brana. Em temperaturas mais baixas ele interfere com as associações en- tre as cadeias de ácidos graxos e au- menta a fluidez, e em temperaturas mais altas tende a limitar a desordem e diminuir a fluidez. Assim, as mis- turas colesterol-fosfolipídio têm as propriedades intermediárias entre os estados de gel e de líquido cristalino dos fosfolipídios puros; eles formam estruturas de membrana estáveis po- rém flexíveis. Região apolar Grupo polar Figura 11. Estrutura do colesterol. Fonte: Chorilli, Marlus & Rimerio, Thereana & Oliveira, Anselmo & Scarpa, Maria. (2007). Study of liposomes stability containing soy phosphatidyleholine and hydrogenated soy phosphatydylcholine adding or not cholesterol by turbidity method. LATIN AMERICAN JOURNAL OF PHARMACY. 26. 31-37. 21LIPÍDEOS E PROTEÍNAS MAPA MENTAL – ESTEROIDES Estrutura + ESTEROIDES Quase planar Isopreno simples (5C) Constituintes de membranas Precursores de hormônios Funções ColesterolPrecursor Relativamente rígida Núcleo esteroide tetracíclico 3 anéis com 6 carbonos 1 anel com 5 carbonos Presente nas membranas biológicas Exclusivo dos tecidos animais Precursor à síntese de outros esteroides Molécula hidrofóbica Modulador da fluidez Núcleo esteroide Cadeia hidrocarbonada 22LIPÍDEOS E PROTEÍNAS MAPA MENTAL – RESUMO GERAL LIPÍDEOS + + + + + Colesterol LIPÍDEOS Características Esteroides Glicerofosfolipídeos Esfingolipídeos Triacigliceróis Cerídeos Núcleo esteroide tetracíclico Funções Associam – se por forças não covalentes Forma mais simples Baixa solubilidade em água Ácidos graxos Parte polar Parte apolar Saturação Grupo carboxila Cadeia carbônica Poli - insaturados Saturados Monoinsaturados Armazenamento de energia Composição de membranas plasmáticas Isolamento térmico, elétrico e mecânico Moléculas mensageiras Esfingomielinas Glicoesfingolipídeos Gangliosídeos CeramidaGrupo polar Formam bicamadas lipídicas Derivados do ácido fosfatídico Glicerol Grupo polar Ácido graxo Combustível metabólico de microrganismos Propriedades impermeabilizantes Éster de ácido graxo Álcool Reserva energética 3 Ácidos graxos Glicerol 23LIPÍDEOS E PROTEÍNAS 8. LIPOPROTEÍNAS Por serem insolúveis em água, para serem transportados pelos sistema circulatórios, os lipídeos podem for- mar agregados moleculares hidros- solúveis. Nessas estruturas, lipídeos apolares e polares e proteínas for- mam uma partícula hidrofílica, a lipo- proteína plasmática. São partículas esféricas com um nú- cleo central de lipídeos apolares (como ésteres de colesterol e triacilgliceróis), circundado por uma monocamada de lipídeos anfipáticos (fosfolipídios e colesterol), que estão associadas a moléculas de proteínas– apolipopro- teínas. As apolipoproteínas têm um papel tanto estrutural quanto meta- bólico. Introduzidas na superfície da partícula, elas determinam seu des- tino metabólico através da interação com receptores celulares, além de servirem como reguladoras da ativi- dade de enzimas envolvidas no trans- porte e na distribuição de lipídeos. Proteína (apoproteína) Lipídeos apolares Lipídeos polares Lipoproteína Apolipoproteínas localizam-se na superfície, dando estabilidade à partícula e permitindo sua interação com o meio aquoso. Além disso, as apolipoproteínas permitem a interação entre a lipoproteína e os tecidos específicos Fosfolipídeos e colesterol são encontrados na superfície da partícula em virtude do seu caráter anfipático Triacilgliceróis e ésteres de colesterol formam um centro hidrofóbico + + = Figura 12. Estrutura básica de uma lipoproteína. Fonte: POIAN, Andrea da et al. Bioquímica 1. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2009. 1. ed, v. 3 As lipoproteínas podem ser classifi- cadas com base na sua densidade e tamanho, ou no conjunto de apolipo- proteínas que as constituem. As prin- cipais classes de lipoproteínas são: Quilomícrons Bem pouco densos, são produzidos nas mucosa intestinal com os lipíde- os da dieta e são ricos em triacilgli- ceróis, que serão transferidos ao teci- do adiposo. 24LIPÍDEOS E PROTEÍNAS VLDL (Very Low Density Lipoproteins) De origem hepática, transportam tria- cilgliceróis e colesterol para outros te- cidos do corpo, principalmente mús- culo e tecido adiposo. A partir da ação de uma lipoproteína lipase, os ácidos grados da VLDL são retirados e sua densidade aumenta, convertendo- -a em uma lipoproteína de densida- de intermediária (IDL – Intermediate Density Lipoproteins) IDL (Intermediate Density Lipoproteins) Assim que formadas, são direciona- das da corrente sanguínea para o fí- gado, onde a ligação das apolipopro- teínas ao receptor na superfície do hepatócito faz com que esse comple- xo seja endocitado pela célula. Essa internalização do IDL permite que as células do fígado utilizem o coleste- rol associado a essas lipoproteínas na forma de ésteres de colesterol. Se mais triacilgliceróis são removidos das IDLs, estas são convertidas em LDLs. LDL (Low Density Lipoproteins) Atua na distribuição do colesterol, na forma de ésteres de colesterol, pelas células do corpo. HDL (High Density Lipoproteins Apresentam a função oposta à dos LDLs, atuando na remoção do coles- terol dos tecidos para encaminhá-los ao fígado. São as menores e mais hidrossolúveis lipoproteínas, inicial- mente pobres em colesterol e ésteres de colesterol. Enquanto circula pelo sangue, captura moléculas de coles- terol que estejam livre na circulação, o que ela pode fazer esterificando es- ses colesteróis. Ao fazer isso, a HDL diminui a concentração de colesterol no sangue e, por isso, é chamada de “colesterol bom”. As funções de transporte dos tria- cilgliceróis e do colesterol realizadas pelas lipoproteínas envolvem três vias metabólicas: Via do transporte de combustível Os triacilgliceróis da dieta que chegam ao duodeno são degradados pelas enzimas pancreáticas e absorvidos pelos enterócitos – células do intesti- no. No interior dessas células, os tria- cilgliceróis são reconstituídos e, junto com os fosfolipídios e o colesterol ab- sorvidos, formam os quilomícrons. Por meio da circulação sanguínea, os quilomícrons alcançam os tecidos pe- riféricos e os triacilgliceróis são degra- dados pela lipoproteína lipase (LPL), possibilitando que os ácidos graxos resultantes da quebra entrem nas cé- lulas. O que sobrou dos quilomícrons, 25LIPÍDEOS E PROTEÍNAS os quilomícrons remanescentes, ad- quirem ésteres de colesterol das HDL e retornam ao fígado. Enquanto isso, os triacilgliceróis sin- tetizados no fígado, tanto em jejum, quanto no período pós-prandial, são transportados pelo sangue por meio das VLDL. Essas lipoproteínas adqui- rem ésteres de colesterol e apolipopro- teínas das HDL e alcançam os tecidos periféricos, onde distribuem os ácidos graxos originados da quebra dos tria- cilgliceróis, via LPL. Tal processo gera as VLDL remanescentes, ou IDL. As IDL ou são captadas pelo fígado ou são posteriormente hidrolisadas pela HTGL (Triglicerídeo lipase hepática) que remove seus triacilgliceróis, con- vertendo-as em LDL. As VLDL rema- nescentes podem ser enriquecidas de ésteres de colesterol oriundos das HDL em troca de triacilgliceróis, bem como também podem ser hidrolisa- das pela HTGL, originando LDL. Via do fluxo excedente As LDL, pobres em triacilgliceróis e relativamente ricas em colesterol, constituem os produtos do fluxo ex- cedente da via do transporte de com- bustível e representam o principal transportador e reservatório de co- lesterol no plasma. A maioria das células do nosso cor- po sintetiza colesterol de acordo com suas necessidades. Contudo, quando a concentração intracelular diminui, as células podem adquiri-lo do meio externo pela LDL. Via de transporte de combustível Via de fluxo excedente LDL Artéria Células periféricas Células periféricas Ácidos graxos Triacilgliceróis e colesterol da dieta Triacilgliceróis endógenos Componente de troca com HDL Fígado Intestino VLDL (jejum) Quilomícrons (pós – prandial) Figura 13. Metabolismo das lipoproteínas: a via do transporte de combustível e a via do fluxo excedente. Fonte: BAYNES, John W.; DOMINICAZK, Marek H. Bioquímica Médica. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015 26LIPÍDEOS E PROTEÍNAS Via do transporte reverso do colesterol As HDL são sintetizadas no fígado e no intestino e sua função é transportar colesterol da periferia para o fígado. É importante notar que as HDL são ca- pazes de trocar seus componentes (apolipoproteínas, fosfolipídios, triacil- gliceróis e ésteres de colesterol) com as partículas ricas em triacilgliceróis, isto é, VLDL e IDL. Desse modo, são parcialmente construídas a partir do excesso de fosfolipídios liberado pelas VLDL durante sua hidrólise pela LPL. O colesterol livre obtido pelas HDL, pela ação de proteínas de membra- na (ABCA1 e ABCG1), é esterificado pela LCAT (Lectitina colesterol acetil- transferase) e introduzido no interior da partícula, tornando-a HDL – 3. Em seguida, através da ação da CETP (proteína de transferência de éste- res de colesterol), alguns ésteres de colesterol são trocados por triacilgli- ceróis da lipoproteínas ricas nele, for- mando as HDL – 2. Esse processo de troca é a principal via do transporte reverso do colesterol. O colesterol restante nas HDL – 2 é transportado para o fígado e as par- tes que sobraram das lipoproteínas tornam-se as HDL nascentes, rei- niciando o ciclo. Ela pode ainda ser digerida pela HTGL, originando uma subclasse de HDL – 3 pequenas. Fígado Receptor de LDL LCAT esterifica o colesterol e as partículas HDL se tornam esféricas Colesterol livre Células periféricas Colesterol livre Transportador ABCA1 Células periféricas HDL nascente ApoAI novamente sintetizada Fígado ApoAI novamente sintetizada Receptor scavenger B1 Receptor HDL putativo HDL - 2 HTGL HDL - 3 Triglicerídeos VLDL IDL LDL Ésteres de colesterol HDL - 3 Figura 14. Transporte reverso do colesterol. Fonte: BAYNES, John W.; DOMINICAZK, Marek H. Bioquímica Médica. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015 27LIPÍDEOS E PROTEÍNAS PROTEÍNAS As proteínas, além de constituírem o componente celular mais abundante nos seres vivos, são as moléculas mais diversificadas quanto à forma e função. As funções desempenhadas podem ser estruturais ou dinâmicas. MAPA MENTAL – FUNÇÃO DAS PROTEÍNAS Controle da atividade dos genes Funções das Proteínas Contração muscular (actina e miosina) Ação enzimática Transporte de moléculas Ação hormonal Mecanismos de defesa Composição do esqueleto celular e estruturas de sustentação As proteínas, apesar de apresenta- rem estruturas e funções tão diver- sas, são sintetizadasa partir de 20 monômeros diferentes, os aminoáci- dos, que são combinados de diversas maneiras e sequências. 1. AMINOÁCIDOS São compostos que apresentam, na sua molécula, um grupo AMINO (-NH2) e um grupo CARBOXILA ( - COOH). SE LIGA! A única exceção é a prolina, que contém um grupo imino ( - NH -) no lugar do amino. Os aminoácidos têm uma fórmula básica comum, na qual os grupos amino e carboxila estão ligados ao carbono α, ao qual também se liga um átomo de hidrogênio e um grupo variável chamado de cadeia lateral ou grupo R. 28LIPÍDEOS E PROTEÍNAS Figura 15. Estrutura geral de um aminoácido. Fonte: http://www2.fct.unesp.br/docentes/edfis/ismael/nutricao/Ami- no%E1cidos%20e%20prote%EDnas%20pgs%209%20a%2013%20e%2017.pdf As propriedades das cadeias laterais dos aminoácidos (estrutura, tamanho e carga elétrica) influenciam na sua solubilidade em água e são impor- tantes para a conformação e para a função das proteínas. AMINOÁCIDOS APOLARES Glicina Alanina Valina Leucina Isoleucina Fenilalanina Triptofano Metionina Prolina Figura 16. Cadeias Laterais Apolares. Fonte: http://www2.fct.unesp.br/docentes/edfis/ismael/nutricao/Amino%E1c- dos%20e%20prote%EDnas%20pgs%209%20a%2013%20e%2017.pdf 29LIPÍDEOS E PROTEÍNAS AMINOÁCIDOS POLARES DESPROVIDAS DE CARGA Serina Treonina Tirosina Asparagina Cisteína Glutamina Figura 17. Cadeias Laterais Desprovidas de Carga. Fonte: http://www2.fct.unesp.br/docentes/edfis/ismael/nutricao/ Amino%E1cidos%20e%20prote%EDnas%20pgs%209%20a%2013%20e%2017.pdf AMINOÁCIDOS POLARES ÁCIDOS Aspartato Glutamato AMINOÁCIDOS POLARES BÁSICOS Histidina Lisina Arginina Figura 18. Cadeias Laterais Ácidas e Básicas. Fonte: http://www2.fct.unesp.br/docentes/edfis/ismael/nutricao/Ami- no%E1cidos%20e%20prote%EDnas%20pgs%209%20a%2013%20e%2017.pdf 30LIPÍDEOS E PROTEÍNAS MAPA MENTAL - CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS E CLASSIFICAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS Desprovidas de carga desprotonado (COO-) em pH fisiológico AMINOÁCIDOS Grupo amino(-NH2) está Cadeias laterais apolares Cadeias laterais polares Grupo carboxila ( - COOH) são compostos por Cadeias laterais (- R) de 20 tipos diferentes está protonado (- NH3+) em pH fisiológico Caráter de hidrocarboneto Não interagem com a água Carga elétrica líquida ou cargas residuais Subdivididas em Localização interna na molécula de proteína Alanina Glicina Isoleucina Leucina Metionina Fenilalanina Prolina Triptofano Valina Presentes na superfície da molécula proteica Capazes de interagir com a água Ácidas Básicas Asparagina Glutamina Cisteína Serina Treonina Tirosina Grupo amida Grupo sulfidrila Grupo hidroxila Ácido aspártico Ácido glutâmico caracterizadas por A cadeia lateral se dissocia em – COO- em pH fisiológico (carga negativa) Arginina Histidina caracterizadas por A cadeia lateral é protonada e geralmente apresenta carga positiva em pH fisiológico Lisina 31LIPÍDEOS E PROTEÍNAS O carbono α de todos os aminoácidos, com exceção da glicina (pois o grupo R é um hidrogênio), é assimétrico, já que está ligado a quatro grupos dife- rentes – Carbono quiral. Em decorrên- cia do arranjo tetraédrico dos orbitais de ligação em volta do carbono quiral, os quatro grupos diferentes podem ocupar dois arranjos espaciais únicos e, portanto, os aminoácidos têm dois estereoisômeros possíveis – D e L. Uma vez que elas são imagem espe- culares não sobreponíveis uma da ou- tra, as duas formas representam uma classe denominada enantiômeros. Todas as moléculas com um carbono quiral são opticamente ativas, ou seja, giram ao plano da luz polarizada. Todas as proteínas encontradas nos seres vivos são formadas por L-ami- noácidos, pois as enzimas que sinte- tizam os aminoácidos possuem sítios ativos capazes de sintetizar apenas as formas L dos aminoácidos. Os D-aminoácidos aparecem apenas em certos antibióticos e em peptídeos componentes da parede de algumas bactérias. CONCEITO! Sítio ativo = Local onde ocorre a rea- ção química catalisada pela enzima. L - Alanina D - Alanina Figura 19. Estereoisomerismo em α - aminoácidos. Fonte: NELSON, David L.; COX, Michael M.. Princípios de bioquí- mica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 1 v 32LIPÍDEOS E PROTEÍNAS SE LIGA! O sistema D, L de classifica- ção dos estereoisômeros foi criado com base na configuração absoluta do açú- car de três carbonos gliceraldeído, uma convenção proposta por Emil Fischer em 1891. Para todos os compostos qui- rais, os estereoisômeros com configu- ração relacionada à do L-gliceraldeído são designados L, e os estereoisômeros relacionados ao D-gliceraldeído foram designados D. Os grupos funcionais de L-alanina são combinados com aque- les de L-gliceraldeído pelo alinhamento daqueles que podem ser interconver- tidos por reações químicas simples, de etapa única. Portanto, o grupo carboxila de L-alanina ocupa a mesma posição ao redor do carbono quiral que o grupo al- deído de L-gliceraldeído, porque um al- deído é prontamente convertido em um grupo carboxila por meio de uma oxida- ção de etapa única.] Ionização dos aminoácidos – Propriedades ácido-base Os aminoácidos têm pelo menos dois grupos ionizáveis, que podem existir na forma protonada (- COOH, - NH3+) ou desprotonada (- COO- , - NH2), de- pendendo do pH do meio em que se encontram. Em pH 7, um aminoácido com grupo R não ionizável, dissolvido em água, apresenta uma região carregada po- sitivamente (amina) e outra carregada negativamente (carboxila). Quando uma molécula apresenta duas cargas distintas em duas regiões da sua es- trutura, dizemos que essa molécula é um íon dipolar, também chamado de zwitterion. Essa dualidade de car- gas faz com que o aminoácido possa atuar tanto como ácido quanto como base. Qual dos dois comportamento a molécula vai assumir dependerá de uma mudança de pH do meio. Em soluções muito ácidas, os dois grupos, amina e carboxila, apresen- tam-se protonados; em pH muito al- calino, ambos se apresentam despro- tonados; e em soluções próximas da neutralidade, o aminoácido apresen- ta-se como íon dipolar. A conversão entre essas formas em função do pH do meio é refletida na curva de titula- ção do aminoácido e permite a atua- ção do aminoácido como um tampão. Curva de titulação dos aminoácidos Vamos utilizar a glicina como exemplo haja vista que apresenta um grupo R ( - H) não ionizável. Em uma solução com pH ácido, há uma elevada con- centração de íons H+ livres, fazendo com que a glicina se torne comple- tamente protonada pela inserção de um íon H+ à carboxila ( - COOH). En- quanto a carboxila recebe os prótons do meio, o pH da solução se mantém constante, ou seja, a glicina está atu- ando como tampão. 33LIPÍDEOS E PROTEÍNAS Em pH 7... Aumentando a acidez... Em pH 1... Glicina Glicina Glicina Figura 20. Comportamento da glicina em pH neutro e em pH ácido. Fonte: POIAN, Andrea da et al. Bioquímica 1: Módulo 1. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2009. 2 v. 5 ed. Se adicionarmos uma base forte, como o hidróxido de potássio (KOH), à solução de pH 1, ela irá se disso- ciar, fazendo com que o pH se eleve. Isso ocorre, pois, a hidroxila (OH-) da base atrairá os prótons livres da so- lução, formando moléculas de água. Desse modo, a concentração de íons H+ tende a diminuir no meio, aumen- tando o pH. Adicionando mais base a este meio, o pH continuará a subir até alcançar um ponto em que, co- locando mais hidróxido de potássio, o pH (ainda ácido) não irá se alterar muito. (MOMENTO 1) Nesse ponto, o grupo – COOH da glicina começa a perder seu próton para as hidroxilas adicionadas da base. Assim, o ami- noácido atua como um tampão, pois, ao perder o hidrogênio da carboxila, impediu que o pH da solução aumen- tasse muito. Adicionando mais KOH à solução em pH neutro, todas as moléculas de gli- cina perderão seu hidrogênio da car- boxila (encontram-se na forma de zwitterion) e o pH da solução voltará a subir muito rapidamente, até alcan-çar um novo estágio em que o pH se mantém. (MOMENTO 2) Isso se deve ao fato de que, com a elevação do pH, a concentração de prótons livres ficou muito baixa e a de hidroxilas livres significativamente alta. O grupamen- to amino da glicina passa a perder seu próton que se junta às hidroxilas pro- venientes da base, formando água. 34LIPÍDEOS E PROTEÍNAS Figura 21. Comportamento dos grupos ionizáveis da glicina em diferentes pHs. Fonte: POIAN, Andrea da et al. Bio- química 1: Módulo 1. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2009. 2 v. 5 ed. Glicina protonada Glicina parcialmente protonada Glicina desprotonada Em pH ácido Em pH neutro Em pH básico Figura 22. Curva de titulação da glicina. Nas regiões em destaque, a inclinação da curva fica menos acentuadas, o que indica a atuação do aminoácido como tampão, evitando alterações significativas no pH mediante a adição da base. Fon- te: NELSON, David L.; COX, Michael M.. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 1 v 35LIPÍDEOS E PROTEÍNAS SE LIGA! Os pontos observados no meio das regiões em destaque, indi- cam o pK dos grupamentos carboxila (pK1) e amino (pK2). O pK indica o valor de pH no qual metade desses grupos está protonada e a outra metade está desprotonada. 2. PEPTÍDEOS Os aminoácidos podem formar po- límeros através da ligação amida do grupo carboxila de um aminoácido com o grupo amino de outro. Esta li- gação covalente é denominada liga- ção peptídica, obtida pela liberação de uma molécula de água e resulta na formação de um peptídeo. Tal proces- so ilustra uma reação de condensa- ção baseada na desidratação. Figura 23. Ligação peptídica. Fonte: https://querobolsa.com.br/enem/biologia/proteinas A ligação peptídica, apesar de ser re- presentada por apenas um traço de ligação, apresenta caráter parcial de dupla ligação (características inter- mediárias entre uma ligação simples e uma dupla ligação), devido às inte- rações entre duas formas de resso- nância. A consequência disso é que não há possibilidade de rotação em torno dela. Assim, os quatro átomos dos grupamentos que participam da ligação peptídica ficam dispostos em um plano rígido, que recebe o nome de grupo peptídico ou unidade pep- tídica. Tais grupos são unidos entre si por uma articulação flexível, o car- bono α. Assim, forma-se uma cadeia polipeptídica. 36LIPÍDEOS E PROTEÍNAS Figura 24. O grupo peptídico planar. Fonte: NELSON, David L.; COX, Michael M.. Princípios de bioquímica de Lehnin- ger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 1 v A cadeia polipeptídica por conter de dois a milhares de aminoácidos (mais especificamente, resíduos de amino- ácidos após a perda da molécula de água). • 2 aminoácidos = dipeptídeo • 3 aminoácidos = tripeptídeo • 4 aminoácidos = tetrapeptídeo • 5 ... • Até 30 aminoácidos = oligopeptí- deos (ou apenas peptídeos) • > 30 aminoácidos = polipeptídeos Embora os termos “proteína” e “po- lipeptídeo” sejam algumas vezes intercambiáveis, as moléculas cha- madas de polipeptídeos têm massas moleculares abaixo de 10.000, e as chamadas de proteínas têm massas moleculares mais elevadas. Em um peptídeo, o resíduo de amino- ácido na extremidade com um grupo α-amino livre é chamado de resíduo aminoterminal (ou N – terminal); o re- síduo na outra extremidade que tem um grupo carboxila livre é o resíduo carboxiterminal (ou C – terminal). O comportamento ácido-básico de um peptídeo pode ser previsto a par- tir de seus grupos α-amino e α-car- boxila livres combinado com a natu- reza e o número dos seus grupos R ionizáveis. 37LIPÍDEOS E PROTEÍNAS MAPA MENTAL - PEPTÍDEOS Ligação peptídica PEPTÍDEOS Polímeros de aminoácidos Resíduo carboxiterminal Resíduo aminoterminal Extremidades livres Grupos R ionizáveis Extremidade com grupo amino livre Comportamento ácido básico Extremidade com grupo carboxila livre Ligação amida Plano rígido Reação de condensação Liberação de uma molécula de água Caráter parcial de dupla ligação - COOH NH2 - Aminoácido 1 Aminoácido 2 Grupo peptídico Grupos unidos formam Cadeia polipeptídica 2 aminoácidos 3 aminoácidos Até 30 aminoácidos > 30 aminoácidos Dipeptídeo Tripeptídeo Oligopeptídeo Polipeptídeo 38LIPÍDEOS E PROTEÍNAS As proteínas podem ser formadas por uma ou mais cadeias polipeptídi- cas; contêm, geralmente, mais de 50 aminoácidos e apresentam todos os 20 tipos de aminoácidos, com poucas exceções. Cada proteína apresen- ta uma estrutura espacial definida e característica. O arranjo espacial dos átomos em uma proteína é chamado de conformação. A proteína tende a sempre assumir a conformação de menor energia livre, ou seja, a confor- mação energeticamente mais favorá- vel nas condições celulares, que ela possa assumir sem a quebra de suas ligações covalentes. Esta conforma- ção, entretanto, não é permanente- mente fixa e, muitas vezes, alterações transitórias da estrutura estão rela- cionadas com a função desempenha- da pela proteína. Proteínas dobradas em, qualquer uma de suas confor- mações funcionais, são chamadas de proteínas nativas. As proteínas podem ser classificadas quanto ao arranjo estrutural: • Proteína monomérica – Apresenta apenas uma cadeia polipeptídica • Proteína multimérica – Caracteri- zada pela associação de cadeias polipeptídicas (monômeros) ◊ Homomultimérica – Possui um tipo de cadeia ◊ Heteromultimérica – Possui dois ou mais tipos de cadeias diferentes 3. ESTRUTURA DAS PROTEÍNAS A organização espacial das proteína é resultante dos tipos de aminoáci- dos que a compõem e de como eles estão dispostos uns em relação aos outros. Sua composição tem um efei- to profundo sobre suas propriedades físico-químicas. A enorme diversida- de de proteínas se deve às diferen- tes composições e tamanhos que elas podem apresentar, bem como às modificações pós-traducionais (após a tradução, processo de síntese de uma proteína a partir da sequência de RNA) que elas podem sofrer no meio intracelular. A sequência dos aminoácidos irá de- terminar o tipo de interação possível entre as cadeias laterais. A organiza- ção tridimensional de uma proteína, desde a sequência de aminoácidos, passando pelo enrolamento da ca- deia polipeptídica até a associação de várias cadeias, pode ser descrita em 4 níveis estruturais de complexidade crescente. Estrutura primária É a sequência de aminoácidos ao longo da cadeia polipeptídica, que é determina geneticamente, sendo es- pecífica para cada proteína. Por con- venção, a estrutura primária é escrita na direção aminoterminal:carboxiter- minal. A função de uma proteína de- pende de sua sequência primária. 39LIPÍDEOS E PROTEÍNAS Qualquer alteração nela, gera uma proteína diferente que pode até per- der sua função biológica. A sequência primária de uma proteí- na é determinada pela sequência de bases nitrogenadas do DNA. Altera- ções de determinados aminoácidos em uma proteína (geradas por muta- ções no DNA) podem acarretar perda da função desta, ao passo que altera- ções em outros sítios da proteína po- dem não ser nocivas; ao contrário, são boas medidas para estabelecer rela- ções filogenéticas entre as espécies. SE LIGA! O que são proteínas homó- logas? São aquelas que se relacionam evolutivamente. Em geral, realizam a mesma função em espécies diferentes. Com isso, podemos concluir que sua se- quência primária não pode variar muito. Ou, pelo menos, não pode haver troca dos aminoácidos que estejam mais di- retamente relacionados com a função específica da proteína. Assim, a taxa de mutação de uma determina proteína de- pende da extensão em que a mudança afeta a sua função. Estrutura secundária A estrutura secundária de uma pro- teína refere-se a uma estrutura local da cadeia polipeptídica. Essa estru- tura é determinada por ligações de hidrogênio entre o oxigênio do grupo carboxila de uma ligação peptídica e o hidrogênio amídico de outra ligação peptídica vizinha. A formação da estrutura enoveladade uma proteína se dá pelo aumento da entropia a partir do encobrimen- to de suas superfícies hidrofóbicas. Além disso é importante que os gru- pos polares presentes na proteína possuam pares adequados para es- tabelecer ligações de hidrogênio ou interações iônicas. A ausência das ligações de hidrogênio pode desesta- bilizar a proteína. Há dois tipos de estrutura secundária: a α-hélice e a folha β-pregueada α – hélice Cadeia polipeptídica retorcida em tor- no de um eixo imaginário longitudinal que passa pelo centro da hélice, com os grupos R voltados para a face ex- terna da hélice. Essa estrutura otimiza o uso das ligações de hidrogênio que se dispõem paralelamente ao longo do eixo da hélice. A α – hélice apresenta as cadeias la- terais dos resíduos de aminoácidos projetadas para fora do eixo da espi- ral, já que muitos deles são volumo- sos e, por esta razão, dificilmente se ajustariam ao interior da hélice. Cada hidrogênio do grupamento amino de um resíduo de aminoácido está ligado através de uma ligação de hidrogênio ao oxigênio do grupamento carboxi- la de uma ligação peptídica distante quatro resíduos na mesma cadeia. A manutenção da estrutura da hélice é garantida, ainda, pelas interações de 40LIPÍDEOS E PROTEÍNAS Van der Walls que acontecem em seu interior, fazendo com que esta região seja bastante empacotada. Há, em média, 3,6 resíduos de aminoácidos por volta da hélice, e a hélice enrola- -se para a direita (sentido horário) em quase todas as proteínas. Figura 25. α – hélice. Fonte: NELSON, David L.; COX, Michael M.. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 1 v 41LIPÍDEOS E PROTEÍNAS SE LIGA! Interações de Van der Walls são interações fracas estabelecidas en- tre dois átomos que se aproximam muito um do outro. Cada átomo apresenta uma nuvem de elétrons que influencia o áto- mo vizinho, atraindo-o ou repelindo-o. Nem todos os polipeptídeos podem formar uma α – hélice estável. Cada resíduo de aminoácido em um poli- peptídeo tem uma propensão intrín- seca a formar essa hélice, conse- quência das propriedades dos seus grupos R e como elas interferem na capacidade de seus átomos de cone- xão da cadeia principal em aceitar os ângulos características da espiral. Por exemplo, se uma cadeia polipeptídica possui uma longa sequência de resí- duos de Glutamato (aminoácido polar carregado negativamente em pH 7), esse segmento não irá formar uma α – hélice em pH 7. Os grupos car- boxílicos carregados negativamente, dos resíduos de glutamato adjacen- tes repelem-se mutuamente de for- ma tão forte que impedem a forma- ção da hélice. Da mesma forma, se existem muitos resíduos com grupos R carregados positivamente em pH 7, eles também se repelem. A prolina e a glicina são aminoáci- dos caracterizados por impedir a for- mação da α – hélice. A prolina é má formadora dessa estrutura porque possui seu átomo de nitrogênio como parte de um anel, o que impossibilita que a ligação N – Cα gire para formar uma espiral. Além disso, por conta das características química da estru- tura da prolina, o nitrogênio da prolina envolvido neste anel não dispõe de hidrogênios para formar ligações de hidrogênio necessárias à formação de uma hélice. Enquanto isso, a glicina também não funciona bem na formação de α – hé- lices devido à sua grande flexibilida- de. Por ser um aminoácido pequeno (o menor deles), a glicina apresenta grande mobilidade no espaço, o que desestabiliza essa organização. So- mente as estruturas conhecidas como voltas – β permitem que as glicinas se movimentem mais livremente e con- centram grandes quantidades deste aminoácido. 42LIPÍDEOS E PROTEÍNAS Figura 26. Esquema das α – hélices. Fonte: POIAN, Andrea da et al. Bioquímica 1: Módulo 1. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2009. 2 v. 5 ed Folha – β pregueada As cadeias polipeptídicas estendem- -se em uma estrutura em zigue-za- gue e podem ser dispostas lado a lado, formando uma estrutura que se assemelha a uma série de pregas. São caracterizadas por ligações de hidro- gênio formadas entre os segmentos adjacentes da cadeia polipeptídica de forma perpendicular ao eixo das cadeias e pelos grupos R projetados em direções opostas (90° em relação ao plano da folha). Essa organização confere bastante estabilidade e um certo grau de rigidez ao polipeptídeo. Folha β Visão lateral Cadeias laterais (abaixo) Cadeias laterais (acima) Figura 27. Folha β. Fonte: NELSON, David L.; COX, Michael M.. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 1 v 43LIPÍDEOS E PROTEÍNAS As cadeias adjacentes em uma folha - β podem ser paralelas ou antipara- lelas. Toda vez que uma proteína se dobrar de forma que a extremidade carboxila esteja orientada no mes- mo sentido da extremidade amino, teremos uma folha paralela. Quando os grupos aminoterminal e carboxi- terminal estiverem em sentidos opos- tos, estaremos diante de uma folha antiparalela. A) Folha β antiparalela Visão superior B) Folha β paralela 6,5 Å Visão superior Figura 28. Conformações da folha - β de diferentes orientações. Fonte: NELSON, David L.; COX, Michael M.. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 1 v 44LIPÍDEOS E PROTEÍNAS SE LIGA! A volta - β refere-se ao segmento do polipeptídeo onde ocorre uma inversão abrup- ta de direção. Podem estar presente entre duas α – hélices, conectando uma α – hélice a uma cadeia da folha - β ou, ainda, conectando duas cadeias polipeptídicas para formar a folha - β. Resíduos de glicina e de prolina estão presentes frequentemente nas voltas - β na superfície das proteínas globulares. Figura 29. Exemplo de volta - β. Fonte: NELSON, David L.; COX, Michael M.. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 1 v Estrutura terciária Corresponde ao arranjo biologica- mente ativo tridimensional total de todos os átomos de uma proteína, in- cluindo aspectos envolvendo distân- cia mais longas dentro da sequência de aminoácidos. Desse modo, ami- noácidos que estão distantes e que residem em diferentes tipos de estru- turas secundárias podem interagir no interior de uma estrutura totalmente enovelada. 45LIPÍDEOS E PROTEÍNAS Figura 30. Os três primeiros níveis organizacionais de uma proteína. Fonte: POIAN, Andrea da et al. Bioquímica 1: Módulo 1. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2009. 2 v. 5 ed. Estrutura primária Aminoácidos Fita β α - hélice Estrutura secundária Estrutura terciária Representação da fita β Representação da α - hélice As ligações entre os resíduos mais distantes para a manutenção dos do- bramentos da estrutura terciária ocor- rem pode meio de interações fracas não - covalentes: • Ligações de hidrogênio: estabele- cidas entre grupos R de aminoá- cidos polares com ou sem carga. Naturalmente, não apresentam um padrão regular de disposição, ao contrário do que ocorre na estrutu- ra secundária. • Interações hidrofóbicas: Formadas entre as cadeias laterais hidrofó- bicas dos aminoácidos apolares. Não interagem com a água, deter- minando uma retração das molé- culas de água ao seu redor. Natu- ralmente, os grupos hidrofóbicos aproximam-se e concentram-se no interior da molécula proteica, reduzindo a área apolar expos- ta ao solvente. São as interações mais importantes para a manuten- ção da conformação espacial das 46LIPÍDEOS E PROTEÍNAS proteínas, dado o grande número de aminoácidos hidrofóbicos. • Ligações eletrostáticas ou iônicas: Incluem interações de grupos com cargas opostas. Têm importância fundamental para o dobramento da cadeia polipeptídica quando ocor- rem no interior apolar da proteína. Porém, esta não é uma situação muito frequente, pois a maioria dos grupos carregados de uma proteí- na localizam-se na sua superfície, estabelecendo interações íon – di- polo com a água. Assim, forma-se uma camada organizada em volta da molécula proteica, a camada de solvatação. Detalhe dasforças que mantêm a estrutura terciária Interações hidrofóbicas (entre dois aminoácidos hidrofóbicos) Cadeia polipeptídica Ponte de nitrogênio Ponte dissulfeto Interações iônicas Figura 31. Forças que mantêm a estrutura terciária de uma proteína. Fonte: POIAN, Andrea da et al. Bioquímica 1: Módulo 1. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2009. 2 v. 5 ed. Além dessas interações, os dobra- mentos de uma cadeia polipeptídica podem ser estabilizados por uma liga- ção covalente chama de ponte dissul- feto ( - S – S - ), formada entre dois re- síduos de cisteína por uma reação de oxidação. São raramente encontradas em proteínas intracelulares, prova- velmente devido à presença de altas concentrações citoplasmáticas de glutationa, que rompem estas liga- ções. A maioria das proteínas conten- do pontes dissulfeto localizam-se na superfície celular ou são secretadas para o meio extracelular. 47LIPÍDEOS E PROTEÍNAS Cisteína 1 Cisteína 2 Ponte de enxofre ou ponte dissulfeto Figura 32. Formação da ponte dissulfeto. Fonte: POIAN, Andrea da et al. Bioquímica 1: Módulo 1. Rio de Janeiro: Fun- dação Cecierj, 2009. 2 v. 5 ed. Muitas vezes, pode-se distinguir na estrutura terciária de uma proteí- na monomérica ou das subunidades componentes de uma polimérica, re- giões diferenciadas independente- mente estáveis ou que podem se mo- vimentar como uma entidade isolada, chamadas domínios. Cada domínio tem uma organização espacial com- pacta, com o interior hidrofóbico e a superfície externa polar. Geralmente, longas cadeias polipeptídicas (+ de 200 resíduos de aminoácidos) são as que se dobram em dois ou mais domínios. O grau de interação entre domínios pode variar desde domí- nios independentes, ligados por um segmento flexível, ou domínios se- parados por uma fenda estreita, até os que estabelecem contato íntimo. Em qualquer um dos casos, os domí- nios podem movimentar-se, uns em relação aos outros. Esta flexibilidade é fundamental para que a proteína possa se ligar eficientemente a outros compostos. Estrutura quaternária Arranjo de duas ou mais cadeias po- lipeptídicas (que podem ser idênticas ou diferentes) em complexos tridi- mensionais para compor uma prote- ína funcional oligomérica. É mantida por ligações não covalentes entre as subunidades, dos mesmos tipos que mantêm a estrutura terciária. Se a proteína tiver duas subunidades, é chamada dímero; se três, trímero; se quatro, tetrâmero; cinco, pentâmero, e assim por diante. OBS.: Proteína oligomérica = apre- senta várias subunidades. SE LIGA! Nem todas as proteínas al- cançam o nível quaternário de organiza- ção. Muitas proteínas se apresentam na forma monomérica, isto é, com apenas uma subunidade, como a mioglobina. 48LIPÍDEOS E PROTEÍNAS MAPA MENTAL – ESTRUTURA DAS PROTEÍNAS ESTRUTURA DAS PROTEÍNAS Secundária Arranjo de múltiplas subunidades polipeptídicas na proteína Formada pelas mesmas interações não covalentes da estrutura terciária Quaternária TerciáriaPrimária Sequência de aminoácidos Determinada pela sequência de bases nitrogenadas do DNA Descrita na direção aminoterminal → carboxiterminal Arranjos regulares de aminoácidos localizados próximos uns dos outros na estrutura primária Formada por ligações de hidrogênio Aumento da entropia por encobrimento da superfícies hidrofóbicas Tipos α - hélice Folha β - pregueada Arranjo biologicamente ativo tridimensional da proteína completa Formada por interações fracas não - covalentes Podem apresentar pontes dissulfetos Domínios Ligações de hidrogênio Interações hidrofóbicas Ligações iônicas Parte independentemente estável de uma cadeia polipeptídica 49LIPÍDEOS E PROTEÍNAS De acordo com estruturas mais com- plexas, pode-se classificar as estrutu- ras quaternárias em: proteínas fibro- sas e proteínas globulares. Proteínas fibrosas Composta por cadeias polipeptídi- cas arranjadas em longos feixes pela associação de filamentos idênticos. Geralmente, apresenta apenas um tipo de estrutura secundária e são insolúveis em água devido à alta concentração de aminoácidos hidro- fóbicos tanto no interior quanto no ex- terior da molécula. Suas propriedades as conferem resistência e/ou flexibili- dade e, por isso, dão suporte, forma e proteção externa aos vertebrados. Feixe Filamento Figura 33. Organização dos feixes que compõem as proteínas fibrosas. Fonte: POIAN, Andrea da et al. Bioquímica 1: Módulo 1. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2009. 2 v. 5 ed. A α – queratina é uma proteína fi- brosa encontrada nos cabelos e pe- los, nas unhas, na lã, nos chifres, nas garras, nas penas e na maior parte da camada superficial da pele dos animais para impermeabilização. A resistência dessa proteína é garanti- da por α – hélices que se enrolam de forma compacta uma sobre as outras formando uma “super-hélice”, além da presença frequente de pontes dis- sulfeto nessa organização. O colágeno é a proteína mais abun- dante nos vertebrados. Suas fibras são fortes e insolúveis e ele está pre- sente nos ossos, nos dentes, nas car- tilagens, nos tendões, nas veias etc. Cada molécula é constituída por três cadeias polipeptídicas na forma de hélice, porém com características di- ferentes da queratina. Curiosamente, no colágeno, há uma concentração significativa de prolina que, nesse caso, auxiliam a formar as α – hélices 50LIPÍDEOS E PROTEÍNAS específicas dessa proteína – confor- mação helicoidal voltada para a es- querda com cerca de 3 resíduos por volta, e não 3,6 como normalmente. Os resíduos de prolina e hidroxiprolina, que são mais volumosos, ficam para fora da tripla hélice e, por serem infle- xíveis e rígidos, conferem resistência à molécula do colágeno. Uma cadeia Tripla hélice Figura 34. Tripla hélice do colágeno. Fonte: POIAN, Andrea da et al. Bioquímica 1: Módulo 1. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2009. 2 v. 5 ed. Além das citadas, temos a fibroína da seda, uma proteína produzida por in- setos e aranhas e que constitui tam- bém a seda de tecido na confecção de roupas. É formada, predominante- mente, por folhas β antiparalelas bem empacotadas umas contra as outras pela elevada concentração de ami- noácidos pequenos, alanina e glicina. Sua estrutura terciária é estabilidade pelas ligações de hidrogênios e pelas interações hidrofóbicas. Proteínas globulares Formadas por cadeias polipeptídicas enoveladas em formas esféricas em que diferentes segmentos se dobram uns sobre os outros. Apresenta dife- rentes tipos de estruturas secundá- rias e são solúveis em água devido a sua superfície externa hidrofílica. O enovelamento garante a diversi- dade estrutural necessária às prote- ínas para realizar uma grande quan- tidade de funções biológicas como 51LIPÍDEOS E PROTEÍNAS transporte, motricidade, ação enzi- mática, defesa e outras. Dentre as proteínas globulares pre- sentes em nosso organismo, as prin- cipais são a hemoglobina e a mio- globina, moléculas especializadas no transporte de gases para os tecidos. A hemoglobina está contida no inte- rior das células transportadoras de ga- ses, as hemácias, onde sua principal função é transportar oxigênio dos pulmões aos capilares dos tecidos. Sua principal molécula, a hemoglobi- na A, é um heterotetrâmero compos- to por 2 cadeias α e duas cadeias β, associadas sobretudo por interações não - covalentes. Além disso, há qua- tro grupos hemes, cada um ligado a uma destas subunidades. Dessa for- ma, a hemoglobina transporta quatro moléculas de oxigênio de cada vez. SAIBA MAIS! O heme é uma molécula hidrofóbica formada por átomos de carbono, hidrogênio e nitrogênio ligados de tal forma que constituem um anel. Localizados no centro desse anel, os nitrogênios têm a capacidade de estabelecer quatro ligações com outros átomos. Quando o anel não tem nenhum átomo associado em seu centro, ele é chamado de protoporfirina. Quando um áto- mo de ferro (Fe2+)se associa ao centro desse anel, esse anel passa a ser chamadode heme. O ferro é muito importante na hemoglobina, pois é esse átomo que se associa ao oxigênio de forma reversível para permitir sua captação e posterior distribuição aos tecidos do corpo. Além disso, o heme também é capaz de ligar-se ao gás carbônico e ao monóxido de carbono. Quanto ao gás carbônico, é uma vantagem haja vista que permite que esse gás seja retirado dos tecidos e entregue aos pulmões para que seja expelido. Já o monóxido de carbono é um problema, pois apresenta maior afinidade que o oxigênio e é tóxico aos organismos aeróbicos. A mioglobina é uma proteína com- posta por uma única cadeia, que con- tém 153 aminoácidos, apenas uma molécula de heme e oito α – hélices. Presente no coração e no múscu- lo esquelético, atua armazenando e transportando oxigênio apenas entre as células musculares. O interior da molécula de mioglobina é constituído quase que completamente por ami- noácidos apolares, estabilizados por interações hidrofóbicas. Em contras- te, os aminoácidos com carga estão localizados quase exclusivamente na superfície da molécula, onde podem formar pontes de hidrogênio entre si e com a água. 52LIPÍDEOS E PROTEÍNAS Mioglobina (formada por apenas uma subunidade) Hemoglobina (formada por apenas quatro subunidades) Subunidade α Subunidade α Subunidade βSubunidade β Figura 35. Estruturas esquemáticas da mioglobina e da hemoglobina. Fonte: POIAN, Andrea da et al. Bioquímica 1:Módulo 1. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2009. 2 v. 5 ed. SE LIGA! Quando as proteínas se apresentam associadas a moléculas orgânicas não-pro- teicas ligadas à cadeia polipeptídica, esses componentes são designados grupos prostéticos, como o heme, e as proteínas, nesse caso, são chamadas de proteínas conjugadas. 53LIPÍDEOS E PROTEÍNAS MAPA MENTAL – CARACTERÍSTICAS DAS PROTEÍNAS GLOBULARES E FIBROSAS Longos feixes formados pela associação de filamentos idênticos α - queratina Colágeno Proteína + abundante em vertebrados Cabelos, pelos, unha, lã, chifres, garras, penas e pele α - hélices Tripla hélice Encontrada em Formada por Folhas β antiparalelas Geralmente apenas um tipo de estrutura secundária Resistência e flexibilidade Fibroína Insolúveis em água Diferentes tipos de estruturas secundárias Cadeias polipeptídicas em formas esféricas Hemoglobina Desempenha diversas funções biológicas Solúveis em água Mioglobina PROTEÍNAS FIBROSAS PROTEÍNAS GLOBULARES Encontrada em Pontes dissulfeto Ossos, dentes, cartilagens, tendões, veias, etc. Alta concentração de aminoácidos hidrofóbicos Seda de tecido na confecção de roupas Formada por Produzida porInsetos e aranhas Encontrada em Heterotetrâmero Formada por Interior das hémácias Principalmente interações não - covalentes 2 cadeias β 2 cadeias α 4 grupos heme Superfície externa hidrofílica Formada por Transporta oxigênio apenas entre as células musculares Composta por uma única cadeia 8 α - hélices Um grupo heme Ligações de hidrogênio Interações hidrofóbicas 54LIPÍDEOS E PROTEÍNAS Estrutura supersecundária (ou motivo ou enovelamento) É um padrão de enovelamento iden- tificável, envolvendo dois ou mais elementos da estrutura secundária e a conexão (ou conexões) entre eles. Um motivo pode ser muito simples, tal como dois elementos de estrutura secundário dobrados um sobre o ou- tro e representa apenas uma peque- na parte de uma proteína. Um exem- plo é uma alça β – α – β. Um motivo também pode ter uma estrutura bem elaborada, envolvendo muitos seg- mentos proteicos dobrados juntos, como o barril β. (a) Alça β – α - β (b) Barril β Figura 36. Motivos estruturais. Fonte: NELSON, David L.; COX, Michael M.. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 1 v 55LIPÍDEOS E PROTEÍNAS 4. DESNATURAÇÃO DAS PROTEÍNAS A desnaturação corresponde à perda de estrutura tridimensional, suficien- te para causar a perda da função, por meio da quebra de ligações não-co- valentes. Esse processo pode ser re- sultante de diferenças nas condições presentes no interior da células. Den- tre os fatores envolvidos na desnatu- ração estão: • Calor: Afeta as interações fracas com efeitos complexos. Se a tem- peratura eleva lentamente, a con- formação, geralmente, permanece intacta até que haja, em uma es- treita faixa de temperatura, uma perda abrupta da estrutura – pro- cesso cooperativo. • pH: Alterações extremas alteram a carga líquida da proteína, causando repulsão eletrostática e rompimen- to de algumas ligações de hidro- gênio. Alguns solutos, solventes orgânicos e detergentes podem causar alterações distintas porém brandas haja vista que nenhuma ligação covalente é rompida. A adição de solventes orgânicos po- lares e de compostos com grande capacidade de formar ligações de hi- drogênio, como a ureia, determina a desnaturação da proteína. Estes últi- mos agentes estabelecem ligações de hidrogênio com radicais da proteína, substituindo ligações que mantinham a estrutura nativa, e os solventes or- gânicos por diminuírem a constante dielétrica do meio. Após a volta para um ambiente “neu- tro”/adequado, certas proteínas são capazes de reassumir suas estrutu- ras nativas e atividades biológicas no processo de renaturação. 56LIPÍDEOS E PROTEÍNAS MAPA MENTAL – DESNATURAÇÃO DAS PROTEÍNAS DESNATURAÇÃO DAS PROTEÍNAS Fatores envolvidos Temperatura Afeta as interações fracas Desnaturação Ex.: ureia Compostos capazes de formar ligações de hidrogênio Renaturação Quebra de ligações não - covalentes Perda da função biológica Pode ser reversível Perda da estrutura tridimensional das proteínas Adição de solventes orgânicos pH Fora da faixa de temperatura ótima Fora da faixa de pH ótimo para ação pHs extremos Repulsão eletrostática e rompimento de ligações de hidrogênio Desnaturação 57LIPÍDEOS E PROTEÍNAS MAPA MENTAL – RESUMO GERAL PROTEÍNAS PROTEÍNAS Formadas por Sequência de aminoácidos Apresentam dois estereoisômeros possíveis Adição de compostos orgânicos e que formam ligações de hidrogênios Perda de função Desnaturação ConformaçãoEstrutura proteica Quebra de ligações não - covalentes pH e temperaturas extremas Arranjo espacial dos átomos Aminoácidos Cα Unem – se por meio de Grupo amino Grupo R Grupo carboxila Influenciam sua solubilidade em água Propriedades ácido - base Ligação peptídica Reação de condensação Origina Caráter parcial de dupla ligação Peptideos Grupos peptídicos Unem – se para formar Cadeia polipeptídica Apenas L – aminoácidos em seres vivos Estrutura local da cadeia polipeptídica α - hélices Folhas β - preguadas Arranjo tridimensional biologicamente ativo Interação de diferentes tipos de estruturas secundárias Interações fracas não - covalentes Pontes dissulfeto Proteínas globulares Proteínas fibrosas Arranjo das cadeias polipeptí- dicas de proteínas oligoméricas Primária Secundária Terciária Quaternária 58LIPÍDEOS E PROTEÍNAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BAYNES, John W.; DOMINICAZK, Marek H. Bioquímica Médica. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010 POIAN, Andrea da et al. Bioquímica 1: Módulo 1. 5. ed. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2009. 1 v. POIAN, Andrea da et al. Bioquímica 1: Módulo 1. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2009. 2 v. 5 ed. POIAN, Andrea da et al. Bioquímica 1. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2009. 1. ed, v. 3 NELSON, David L.; COX, Michael M.. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 1 v CHAMPE, Pamela C.; HARVEY, Richard A.; FERRIER, Denise R.. Bioquímica Ilustrada. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006 MARZZOCO, Anita; TORRES, Bayardo Baptista. Bioquímica Básica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guana- bara Koogan, 1999. 59LIPÍDEOS E PROTEÍNAS
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