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Tópicos de Atuação Profissional - Biomedicina

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Prévia do material em texto

Autora: Profa. Marília Tavares Coutinho da Costa Patrão
Colaboradores: Prof. Flávio Buratti Gonçalves
 Prof. Luiz Henrique Cruz de Mello
Tópicos de Atuação 
Profissional - Biomedicina
Professora conteudista: Marília Tavares Coutinho da Costa Patrão
Graduada em 2002 pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em Ciências Biológicas – Modalidade Médica. 
Mestre (2005) e doutora (2009) em Ciências, com ênfase em Farmacologia, pela Universidade Federal de São Paulo 
(Unifesp) e licenciada em Química pelas Faculdades Oswaldo Cruz (2011). É professora titular da UNIP desde 2010, onde 
leciona as disciplinas de Análise Físico-Química, Bases Analíticas do Laboratório Clínico, Embriologia e Reprodução 
Humana e Farmacologia, entre outras, para os cursos de Biomedicina, Enfermagem e Nutrição. Também ministrou a 
disciplina de Farmacologia para o curso de Medicina do Centro Universitário São Camilo (2010-2011). É coordenadora 
auxiliar do curso de Biomedicina da UNIP desde 2011. Na mesma instituição, foi membro do Comitê de Ética no período 
de 2011 a 2017 e, desde 2012, atua na Comissão de Qualificação das Avaliações (CQA).
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
P314t Patrão, Marília Tavares Coutinho da Costa.
Tópicos de Atuação Profissional - Biomedicina / Marília Tavares 
Coutinho da Costa Patrão. – São Paulo: Editora Sol, 2022.
120 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Atuação. 2. Código. 3. Profissão. I. Título.
CDU 61
U515.21 – 22
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Profa. Sandra Miessa
Reitora em Exercício
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini
Vice-Reitora de Administração
Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia
Vice-Reitor de Extensão
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades do Interior
Unip Interativa
Profa. Elisabete Brihy
Prof. Marcelo Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático
 Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Angélica L. Carlini
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. Deise Alcantara Carreiro
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Bruna Orsi
 Jaci Albuquerque de Paula
Sumário
Tópicos de Atuação Profissional - Biomedicina
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 HISTÓRIA DA BIOMEDICINA E CÓDIGO DEONTOLÓGICO DA PROFISSÃO ...................................9
1.1 A biomedicina no Brasil: do surgimento à atualidade .............................................................9
1.2 Áreas de atuação do biomédico ..................................................................................................... 13
1.2.1 Análises laboratoriais ............................................................................................................................ 13
1.2.2 Operação e/ou manuseio de equipamentos e de sistemas biomédicos ........................... 14
1.2.3 Ações em programas de promoção, manutenção, prevenção e proteção da saúde; 
educação em saúde e formação profissional ......................................................................................... 15
1.2.4 Promoção da saúde e do bem-estar ............................................................................................... 15
1.3 Regulamentação da profissão biomédica: Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) 
e Conselho Regional de Biomedicina (CRBM) ................................................................................. 16
1.4 Código de Ética da profissão biomédica ..................................................................................... 21
1.4.1 Direitos e deveres do profissional biomédico .............................................................................. 21
1.4.2 Da divulgação das atividades profissionais .................................................................................. 27
1.4.3 Das proibições .......................................................................................................................................... 31
1.4.4 Da relação com os colegas e com a coletividade ...................................................................... 33
1.4.5 Das infrações e das sanções ............................................................................................................... 35
2 ATUAÇÃO DO BIOMÉDICO NO DIAGNÓSTICO CLÍNICO E LABORATORIAL ............................... 37
2.1 Patologia clínica (análises clínicas) ............................................................................................... 38
2.2 Histotecnologia clínica ....................................................................................................................... 41
2.3 Citologia oncótica ................................................................................................................................ 44
3 ATUAÇÃO DO BIOMÉDICO EM OUTRAS ÁREAS RELACIONADAS AO DIAGNÓSTICO ........... 46
3.1 Biologia molecular ............................................................................................................................... 47
3.2 Imagenologia e radiologia ................................................................................................................ 50
3.3 Auditoria .................................................................................................................................................. 53
4 ATUAÇÃO DO BIOMÉDICO NA MICROBIOLOGIA, NA IMUNOLOGIA E NA PARASITOLOGIA ...57
4.1 Microbiologia ......................................................................................................................................... 57
4.2 Microbiologia de alimentos e análises bromatológicas ........................................................ 60
4.3 Imunologia .............................................................................................................................................. 62
4.4 Parasitologia ........................................................................................................................................... 64
Unidade II
5 ATUAÇÃO DO BIOMÉDICO NA ANÁLISE E NO PROCESSAMENTO DO SANGUE, 
NA REPRODUÇÃO HUMANA E NA GENÉTICA ......................................................................................... 71
5.1 Hematologia ........................................................................................................................................... 71
5.2 Banco de sangue .................................................................................................................................. 73
5.3 Reprodução humana .......................................................................................................................... 75
5.4 Genética ................................................................................................................................................... 78
6 ATUAÇÃO DO BIOMÉDICO NO CENTRO CIRÚRGICO E NA GESTÃO DE TECNOLOGIAS ....... 80
6.1 Perfusão extracorpórea ...................................................................................................................... 80
6.2Monitoramento neurofisiológico transoperatório .................................................................. 83
6.3 Informática em saúde ........................................................................................................................ 84
6.4 Gestão das tecnologias em saúde ................................................................................................. 85
7 ATUAÇÃO DO BIOMÉDICO NA DOCÊNCIA, NA PESQUISA BÁSICA E NO DESENVOLVIMENTO, 
E NA SAÚDE PÚBLICA E AMBIENTAL ........................................................................................................... 87
7.1 Docência e pesquisa ............................................................................................................................ 87
7.2 Farmacologia .......................................................................................................................................... 89
7.3 Toxicologia .............................................................................................................................................. 91
7.4 Bioquímica .............................................................................................................................................. 93
7.5 Análise ambiental ................................................................................................................................. 94
7.6 Saúde pública/sanitarista .................................................................................................................. 95
8 ATUAÇÃO DO BIOMÉDICO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE E DO BEM-ESTAR .............................. 96
8.1 Fisiologia do esporte e do exercício físico .................................................................................. 97
8.2 Biomedicina estética ........................................................................................................................... 98
8.3 Acupuntura ...........................................................................................................................................102
8.4 Práticas integrativas complementares em saúde .................................................................104
7
APRESENTAÇÃO
A biomedicina é uma das disciplinas mais completas da área da saúde, possibilitando a transição 
profissional entre a pesquisa, a docência, as análises laboratoriais, a atuação no centro cirúrgico, a 
gestão e a promoção do bem-estar.
Devido ao amplo leque de possibilidades, é importante que você esteja atualizado quanto à legislação 
que rege a profissão e aos requisitos mínimos para a atuação em cada área, de forma que proporcionar 
esse conhecimento é o principal objetivo desta disciplina.
Além disso, esperamos que você conheça em que contexto surgiu o curso superior de biomedicina 
no Brasil, de que maneira vem ocorrendo a ampliação do leque de atividades profissionais do biomédico 
e a importância da sua atuação dentro de equipes multidisciplinares.
Para se manter atualizado, sugerimos que, além da leitura deste livro-texto, você consulte na íntegra 
todas as leis, resoluções e normativas citadas ao longo do material e visite os sites dos Conselhos Federal 
e Regional de Biomedicina, da Associação Brasileira de Biomedicina e das sociedades científicas que 
regulamentam as diferentes áreas de atuação.
Estudo, dedicação e ética são os pilares do exercício profissional de qualidade. Esperamos que este 
livro-texto forneça as bases teóricas para que você exerça seu papel como biomédico da melhor maneira.
Boa leitura!
INTRODUÇÃO
A biomedicina possibilita a atuação em quatro eixos principais:
• As análises laboratoriais englobam a análise ambiental, as análises bromatológicas, o banco 
de sangue, a biologia molecular, a bioquímica, a citologia oncótica, a farmacologia, a genética, a 
hematologia, a histotecnologia clínica, a imunologia, a microbiologia (humana e de alimentos), 
a parasitologia, a patologia clínica, a reprodução humana e a toxicologia.
• A operação e/ou manuseio de equipamentos e de sistemas biomédicos engloba a imagenologia, 
a radiologia, a informática em saúde, o monitoramento neurofisiológico transoperatório e a 
perfusão extracorpórea.
• As ações em programas de promoção, manutenção, prevenção e proteção da saúde, bem 
como a educação em saúde e formação profissional, que englobam as carreiras de sanitarista, 
saúde pública, auditoria, docência, pesquisa e gestão das tecnologias de saúde.
• A promoção da saúde e do bem-estar engloba a acupuntura, a biomedicina estética, a fisiologia 
do esporte e as práticas integrativas e complementares em saúde.
8
Todas essas áreas de atuação devem seguir os preceitos éticos determinados pelo código deontológico 
da profissão e pela legislação específica. No presente livro-texto, por razões didáticas, esse conteúdo 
foi dividido.
Num primeiro momento, são abordados a história da biomedicina, seu código deontológico e o 
papel dos conselhos federal e regionais na regulamentação da profissão. Além disso, são apresentadas 
as habilitações relacionadas à auditoria e ao diagnóstico clínico e demais análises.
Posteriormente, são abordadas as demais áreas de atuação: aquelas focadas na análise do sangue, 
na reprodução, na genética, no centro cirúrgico, na gestão de tecnologias, na docência, na pesquisa, na 
análise ambiental, na saúde pública e na promoção da saúde e do bem-estar.
Todas as discussões são pautadas nas determinações do Conselho Federal de Biomedicina, de modo 
a apresentar um panorama completo do exercício profissional.
Esperamos que você faça uma excelente jornada.
Bom estudo!
9
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL - BIOMEDICINA
Unidade I
1 HISTÓRIA DA BIOMEDICINA E CÓDIGO DEONTOLÓGICO DA PROFISSÃO
1.1 A biomedicina no Brasil: do surgimento à atualidade
É natural associarmos a carreira biomédica com as análises clínicas, afinal, essa é a área que mais 
emprega os profissionais recém-formados. O que você talvez não saiba é que a disciplina de biomedicina, 
na verdade, foi criada com outro propósito.
Na década de 1960, surgiram os primeiros cursos superiores de ciências biológicas, na modalidade 
médica. Esse foi o primeiro nome que a biomedicina teve, e o principal objetivo desses cursos era 
impulsionar a pesquisa no âmbito das ciências básicas. Vamos conhecer um pouco mais dessa 
história a seguir.
Ainda no início dos anos 1950, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) já discutia 
a necessidade de se criar um curso superior voltado para a pesquisa e o desenvolvimento das ciências 
básicas na área da saúde humana. Essa discussão foi muito importante, pois, na época, foram feitas 
diversas descobertas que mudaram não só a maneira como enxergamos o corpo humano, como também 
a forma de diagnosticar e de tratar as doenças.
 Saiba mais
A SBPC é uma entidade voltada para a defesa do avanço científico 
e tecnológico, e do desenvolvimento educacional e cultural do Brasil. 
Acompanhe suas principais discussões e eventos no portal oficial:
Disponível em: https://cutt.ly/OGv0558. Acesso em: 9 fev. 2022.
O desenvolvimento da nação caminha junto com os avanços da ciência, portanto investir na 
formação de profissionais que atuem na pesquisa é essencial. Mas, afinal, o que é ciência? E por que o 
desenvolvimento científico está atrelado ao progresso das nações e ao bem-estar da humanidade?
Ciência é o conhecimento obtido a partir de um método sistemático de investigação experimental, 
denominado método científico. Quando testamos algum fenômeno sob a ótica da ciência, desejamos 
entender sua regularidade e sua previsibilidade. Na área da saúde, podemos dividir a ciência em duas 
categorias distintas: básica e aplicada.
10
Unidade I
As ciências básicas referem-se à investigação dos fenômenos biológicos de maneira ampla. Por 
exemplo, um grupo de pesquisa pode se interessar em avaliar qual é o perfil de expressão proteica de 
células de câncer prostático, a fim de entender como funcionam.
As ciênciasaplicadas, como o próprio nome diz, referem-se à aplicação do conhecimento obtido 
no âmbito das ciências básicas. Por exemplo, um segundo grupo de pesquisa pode desenvolver um teste 
para o diagnóstico do câncer prostático que seja baseado na detecção das proteínas caracterizadas pelo 
grupo citado no parágrafo anterior.
Exemplo de aplicação
Um bom exemplo da integração entre as ciências básicas e aplicadas é a história do fármaco 
anti-hipertensivo captopril.
No final dos anos 1940, os pesquisadores brasileiros Wilson Beraldo, Gastão Rosenfeld e Maurício 
Rocha e Silva, ao estudarem o veneno da serpente jararaca (Bothrops jararaca), descobriram que ele está 
relacionado com a liberação de bradicinina, um mediador que causa vasodilatação na vítima.
Mais tarde, na década de 1960, o pesquisador Sérgio Ferreira isolou, do veneno, os peptídeos responsáveis 
pelo aumento da concentração de bradicinina na vítima, e os chamou de peptídeos potenciadores da 
bradicinina (BPPs).
Estudos posteriores, realizados na Inglaterra pelo pesquisador John Vane, determinaram que o 
mecanismo de ação dos BPPs era a inibição da enzima conversora da angiotensina (ECA), que, além de 
estar relacionada com a inativação da bradicinina, é responsável pela produção da angiotensina II, uma 
molécula vasoconstritora que participa da regulação humoral da pressão arterial.
A inibição da ECA, portanto, resulta em diminuição da pressão arterial. Foram essas observações que 
permitiram a síntese do captopril que, assim como os BPPs, atua como inibidor da ECA, e é usado no 
mundo inteiro como anti-hipertensivo.
De maneira geral, podemos dizer que as ciências aplicadas dependem das básicas, daí a importância 
de se investir nelas. Esse investimento promove o avanço tecnológico e o desenvolvimento econômico 
e social. Entretanto, para desenvolver o conhecimento científico, é necessário pessoal capacitado, o que 
está relacionado com a gênese do curso de biomedicina.
O curso de ciências biológicas, modalidade médica, surgiu em 1966, em São Paulo e no Rio de 
Janeiro, a partir das discussões iniciadas em 1950 nas reuniões da SBPC.
Em São Paulo, a Escola Paulista de Medicina (EPM), que, atualmente, integra a Universidade Federal 
de São Paulo (Unifesp), foi a responsável por inaugurar o curso. No Rio de Janeiro, essa atribuição foi da 
Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
11
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL - BIOMEDICINA
Já no ano seguinte (1967), o curso foi introduzido na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da 
Universidade de São Paulo (USP), e na Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), em Botucatu.
O objetivo do novo curso era desenvolver a pesquisa e a docência das ciências básicas na área 
da saúde. Na grade curricular, ao lado de disciplinas como a genética, a biofísica, a histologia e a 
fisiopatologia, eram ministradas a matemática, a física e a química, a fim de fornecer conhecimento 
global e integrado ao aluno e de incentivá-lo a desenvolver novos conhecimentos.
Caso deseje seguir carreira acadêmica, é essencial que o aluno, após a graduação, ingresse em um 
programa de pós-graduação stricto sensu e curse o mestrado e/ou o doutorado. De fato, na época, a 
maioria dos formandos seguia esse percurso e acabava sendo contratado pela própria universidade para 
exercer atividades de pesquisa e docência.
 Observação
A pós-graduação stricto sensu culmina na escrita de uma dissertação 
de mestrado ou de uma tese de doutorado. A pós-graduação lato sensu, por 
outro lado, é um curso que culmina na obtenção do título de especialista.
Nesse contexto, o curso de ciências biológicas (modalidade médica) contribuiu com a formação 
de docentes e pesquisadores aptos a elaborar e conduzir pesquisas científicas e capazes de transmitir 
seus saberes para os alunos dos demais cursos da área da saúde. Afinal, a correlação entre as ciências 
básicas e a clínica é essencial na formação de qualquer profissional que atue na manutenção da 
saúde humana.
O curso foi posteriormente rebatizado com o nome de ciências biomédicas ou biomedicina, mas 
ainda mantém sua vocação inicial de formar profissionais voltados à pesquisa e à docência. Porém, já na 
década de 1970, o curso se abriu à formação em análises clínicas para atender às demandas do mercado.
As primeiras universidades a oferecerem, na década de 1970, o curso de biomedicina orientado 
às análises clínicas foram a Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Goiás, a Faculdade de Filosofia, 
Ciências e Letras Barão de Mauá, em Ribeirão Preto, a Universidade de Santo Amaro (Unisa), em São 
Paulo e a Universidade de Mogi das Cruzes (UMC).
Embora a colocação do biomédico na pesquisa e na docência fosse facilitada, dado o propósito 
inicial do curso, a inserção de profissionais no mercado de trabalho, particularmente nos laboratórios 
de análises clínicas, não foi fácil. Na década de 1970, a área de patologia clínica era dominada pelos 
médicos e pelos farmacêuticos, e a biomedicina não era uma profissão regulamentada.
12
Unidade I
 Observação
As profissões regulamentadas são aquelas regidas por legislação própria, 
fiscalizada pelos Conselhos Federal e Regionais. Essa legislação estabelece 
os direitos e deveres dos profissionais e os critérios necessários para 
sua atuação.
Somente em 1979 a biomedicina passou a ser uma profissão regulamentada. A Lei n. 6.684 (BRASIL, 
1979) “regulamenta as profissões de biólogo e de biomédico, cria o Conselho Federal e os Conselhos 
Regionais de Biologia e Biomedicina, e dá outras providências”. Segundo essa lei:
 
Art. 4º – Ao biomédico compete atuar em equipes de saúde, a nível tecnológico, 
nas atividades complementares de diagnósticos.
Art. 5º – Sem prejuízo do exercício das mesmas atividades por outros 
profissionais igualmente habilitados na forma da legislação específica, o 
biomédico poderá:
I – realizar análises físico-químicas e microbiológicas de interesse para o 
saneamento do meio ambiente;
II – realizar serviços de radiografia, excluída a interpretação;
III – atuar, sob supervisão médica, em serviços de hemoterapia, de radiodiagnóstico 
e de outros para os quais esteja legalmente habilitado;
IV – planejar e executar pesquisas científicas em instituições públicas e 
privadas, na área de sua especialidade profissional.
Parágrafo único. O exercício das atividades referidas nos incisos I a IV deste 
artigo fica condicionado ao currículo efetivamente realizado que definirá a 
especialidade profissional (BRASIL, 1979).
A partir da leitura da Lei n. 6.684 (BRASIL, 1979) já é possível notar a vocação generalista e 
interdisciplinar da profissão biomédica. De fato, além de atuar no diagnóstico clínico e na pesquisa 
científica, essa lei diz que o biomédico pode atuar nas análises ambientais, no diagnóstico por imagem, 
nos serviços de hemoterapia e no radiodiagnóstico. Nesses serviços, o profissional biomédico passou a 
ser apto para assumir a responsabilidade técnica, além de realizar diretamente os ensaios laboratoriais.
13
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL - BIOMEDICINA
 Observação
O responsável técnico é o profissional que responde ética, legal e 
tecnicamente pelos atos profissionais realizados em uma instituição.
Com o passar dos anos, o biomédico foi alcançando outras áreas de atuação, o que faz da biomedicina, 
hoje, uma das carreiras mais completas na área da saúde. Atualmente, o biomédico pode atuar em três 
vertentes principais:
• Nas atividades que envolvem procedimentos de apoio diagnóstico.
• Nas atividades de coordenação, direção, chefia, perícia, auditoria, supervisão e ensino.
• Nas atividades de pesquisa e de investigação.
É nesse contexto que surgiu, em 2006, o curso de biomedicina da Universidade Paulista (UNIP). Seu 
objetivo principal era a formação de um profissional generalista, apto a atuar na área que deseja, dentro 
das possibilidades oferecidas pela profissão. Atualmente, são mais de 30 áreas de atuação distintas, cujo 
exercício depende da realização de estágio supervisionadona área.
1.2 Áreas de atuação do biomédico
No site do Conselho Federal de Biomedicina, em novembro de 2021, são listadas as mais de 
30 possíveis habilitações do biomédico, divididas entre quatro grandes áreas, conforme listado a seguir.
1.2.1 Análises laboratoriais
• Análise ambiental: análise físico-química e microbiológica do ar, da água e do solo, para o 
saneamento do meio ambiente.
• Análises bromatológicas: análise físico-química dos alimentos, para determinação de sua 
composição, presença de contaminantes, tempo de prateleira etc.
• Banco de sangue: processamento do sangue para a obtenção de hemoderivados, sorologias e 
exames pré-transfusionais.
• Biologia molecular: coleta de amostras biológicas e seu processamento, para isolamento de 
ácidos nucleicos, análise das sequências isoladas, interpretação, emissão e assinatura de laudos e 
pareceres técnicos.
• Bioquímica: pesquisa dos processos bioquímicos que ocorrem nos seres vivos, com o objetivo 
diagnóstico, pesquisa ou desenvolvimento de produtos.
14
Unidade I
• Citologia oncótica: avaliação citológica de material esfoliativo.
• Farmacologia: avaliação dos efeitos de fármacos sobre a função dos sistemas biológicos.
• Genética: análises para a determinação de doenças genéticas, responsabilidade técnica, emissão 
e assinatura dos respectivos laudos e aconselhamento genético.
• Hematologia: estudo e avaliação das doenças do sangue e atuação em bancos de células-tronco 
hematopoiéticas.
• Histotecnologia clínica: confecção e seleção das melhores amostras de biópsias, ensaios para a 
detecção de doenças e anormalidades dos tecidos.
• Imunologia: realização de pesquisas para o desenvolvimento de novas terapias ou técnicas de 
diagnóstico com base em dados clínicos.
• Microbiologia: estudo dos microrganismos.
• Microbiologia dos alimentos: estudo do metabolismo dos microrganismos de interesse na 
produção de alimentos e realização de análises microbiológicas.
• Parasitologia: estudo dos protozoários e dos helmintos de interesse médico.
• Patologia clínica (análises clínicas): coleta de amostras biológicas, análise e interpretação do 
material coletado, emissão e assinatura de laudos laboratoriais e responsabilidade técnica.
• Reprodução humana: manipulação de gametas e de pré-embriões.
• Toxicologia: identificação e caracterização de substâncias químicas (toxicantes) em diferentes 
amostras biológicas.
1.2.2 Operação e/ou manuseio de equipamentos e de sistemas biomédicos
• Imagenologia/radiologia: operação de equipamentos e sistemas médicos de diagnósticos por 
imagem, sob supervisão médica.
• Informática de saúde: criação de softwares voltados à administração de centros de saúde, 
laboratórios, hospitais e núcleos de pesquisa.
• Monitoramento neurofisiológico transoperatório: realização de testes que visam à proteção 
das vias neurais durante diferentes tipos de cirurgias.
• Perfusão extracorpórea: operação do equipamento de circulação extracorpórea em cirurgias 
torácicas e cardíacas.
15
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL - BIOMEDICINA
1.2.3 Ações em programas de promoção, manutenção, prevenção e proteção da saúde; 
educação em saúde e formação profissional
• Sanitarista: planejamento e avaliação de programas e práticas coletivas de proteção à saúde.
• Saúde pública: coleta e interpretação de dados para a cura e prevenção de doenças.
• Auditoria: avaliação dos procedimentos realizados em estabelecimentos de saúde.
• Docência e pesquisa: docência, em nível superior, das disciplinas da área da saúde, bem como 
realização de pesquisas científicas nas áreas de ciências básicas e aplicadas.
• Gestão das tecnologias de saúde: elaboração e implantação do plano de gerenciamento das 
tecnologias utilizadas na prestação de serviços de saúde.
1.2.4 Promoção da saúde e do bem-estar
• Acupuntura: utilização da medicina oriental para o tratamento da dor e a melhora do sistema 
imunológico.
• Fisiologia do esporte e da prática do exercício físico: avaliação e assessoramento das atividades 
esportivas e da prática do esporte.
• Biomedicina estética: aplicação de técnicas para a promoção do bem-estar físico e estético e 
para a prevenção do envelhecimento fisiológico do organismo.
• Práticas integrativas e complementares em saúde (PICS): realização de práticas que visam 
ao bem-estar do paciente, supervisão e de chefia de serviços que oferecem tais práticas e 
participação em equipes que prestam serviços no âmbito do SUS.
Para atuar em qualquer uma dessas áreas, é necessário realizar, durante a graduação, estágio 
supervisionado de, no mínimo, 500 horas. Caso o biomédico deseje atuar em outra área que não a 
relacionada com sua habilitação, é possível cursar pós-graduação stricto sensu com carga horária de, no 
mínimo, 360 horas, em instituição de ensino superior. É importante ressaltar que algumas habilitações 
apresentam condições especiais para ingresso, como veremos ao longo do texto.
Exemplo de aplicação
Vamos supor que Antônio, egresso do curso de biomedicina, decidiu atuar na área de patologia clínica. 
Durante sua graduação, ele realizou estágio supervisionado em um laboratório de análises clínicas, onde 
acompanhou os procedimentos realizados em todos os setores.
Após sua colação de grau, Antônio deu entrada no seu registro profissional junto ao Conselho 
Regional de Biomedicina (CRBM) que atende a sua região. Na carteira profissional, consta a habilitação 
em patologia clínica, referente ao estágio curricular que realizou na graduação.
16
Unidade I
Antônio trabalhou por 3 anos como responsável técnico de um grande laboratório de análises clínicas, 
porém não se sentia plenamente realizado. Ele, então, decide apostar na área de reprodução humana.
Para atuar nessa nova área, é necessário que ele realize um curso de pós-graduação lato sensu 
de no mínimo 360 horas, em instituição de ensino reconhecida pelo Ministério da Educação e 
Cultura (MEC), onde aprenderá os preceitos da atuação do biomédico em laboratórios de reprodução 
assistida. Após a realização do curso, é necessário apresentar o certificado de conclusão no CRBM para 
que sua especialização seja anotada.
Somente após realizar todos esses procedimentos, Antônio está apto a atuar na área de reprodução 
humana. Caso não o faça, estará atuando de maneira irregular na nova área, e pode ter sua carteira 
profissional cassada.
 Observação
A atuação do biomédico em qualquer área é condicionada à sua filiação ao 
Conselho Regional de Biomedicina (CRBM) e ao pagamento das anuidades.
1.3 Regulamentação da profissão biomédica: Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) 
e Conselho Regional de Biomedicina (CRBM)
Toda profissão regulamentada conta com um Conselho Federal, situado em Brasília, e com 
vários conselhos regionais, responsáveis pela fiscalização profissional nas diferentes regiões do 
território nacional.
Você sabe qual é a atribuição desses conselhos?
• Os conselhos federais são responsáveis por orientar e disciplinar o exercício profissional. Além 
disso, são responsáveis por zelar pela profissão, a partir da criação de resoluções.
• Os conselhos regionais, por sua vez, têm entre suas atribuições o papel de fiscalizar o exercício 
profissional na área de sua jurisdição; de garantir o cumprimento das determinações impostas 
pelo Conselho Federal; e de expedir as carteiras profissionais.
 Observação
Em resumo, o conselho federal tem papel regulatório, enquanto os 
conselhos regionais têm papel fiscalizatório.
O conselho federal e os conselhos regionais de biomedicina foram instituídos pela Lei n. 6.684 
(BRASIL, 1979), que regulamenta a profissão do biomédico.
17
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL - BIOMEDICINA
Na época, esses conselhos também regulamentavam a profissão do biólogo. Em 1982, com a 
Lei n. 7.017, foram criados os conselhos de biologia (CFBio e CRBio), o que possibilitou o total 
desmembramento da regulamentação dessas carreiras.
De acordo com a Lei n. 6.684, as funções do Conselho Federal de Biomedicina são:Art. 10 – Compete ao Conselho Federal:
I – eleger, dentre os seus membros, por maioria absoluta, o seu presidente 
e o vice-presidente, cabendo ao primeiro, além do voto comum, o de 
qualidade;
II – exercer função normativa, baixar atos necessários à interpretação e 
execução do disposto nesta Lei e à fiscalização do exercício profissional, 
adotando providências indispensáveis à realização dos objetivos institucionais;
III – supervisionar a fiscalização do exercício profissional em todo o território 
nacional;
IV – organizar, propor instalação, orientar e inspecionar os conselhos 
regionais, fixar-lhes jurisdição, e examinar suas prestações de contas, neles 
intervindo desde que indispensável ao restabelecimento da normalidade 
administrativa ou financeira ou à garantia da efetividade ou princípio da 
hierarquia institucional;
V – elaborar e aprovar seu Regimento, ad referendum do ministro do 
trabalho;
VI – examinar e aprovar os regimentos dos conselhos regionais, modificando 
o que se fizer necessário para assegurar unidade de orientação e uniformidade 
de ação;
VII – conhecer e dirimir dúvidas suscitadas pelos conselhos regionais e 
prestar-lhes assistência técnica permanente;
VIII – apreciar e julgar os recursos de penalidade imposta pelos conselhos 
regionais;
IX – fixar o valor das anuidades, taxas, emolumentos e multas devidos 
pelos profissionais e empresas aos conselhos regionais a que estejam 
jurisdicionados;
X – aprovar sua proposta orçamentária e autorizar a abertura de créditos 
adicionais, bem como operações referentes a mutações patrimoniais;
XI – dispor, com a participação de todos os conselhos regionais, sobre o 
Código de Ética Profissional, funcionando como Conselho Superior de 
Ética Profissional;
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Unidade I
XII – estimular a exação no exercício da profissão, velando pelo prestígio e 
bom nome dos que a exercem;
XIII – instituir o modelo das carteiras e cartões de identidade profissional;
XIV – autorizar o Presidente a adquirir, onerar ou alienar bens imóveis;
XV – emitir parecer conclusivo sobre prestação de contas a que esteja 
obrigado;
XVI – publicar, anualmente, seu orçamento e respectivos créditos adicionais, 
os balanços, a execução orçamentária e o relatório de suas atividades 
(BRASIL, 1979).
No art. 11, a Lei n. 6.684 define que “os conselhos regionais serão organizados, em princípios, nos 
moldes do Conselho Federal”. Suas funções são:
 
Art. 12 – Compete aos conselhos regionais:
I – eleger, dentre os seus membros, por maioria absoluta, o seu Presidente e 
o seu vice-presidente;
II – elaborar a proposta de seu Regimento, bem como as alterações, 
submetendo à aprovação do Conselho Federal;
III – criar as câmaras especializadas, atendendo às condições de maior 
eficiência da fiscalização estabelecida na presente Lei;
IV – julgar e decidir, em grau de recurso, os processos de infração à presente 
Lei e ao Código de Ética, enviados pelas câmaras especializadas;
V – agir, com a colaboração das sociedades de classe e das escolas ou 
faculdades de biologia, nos assuntos relacionados com a presente Lei;
VI – deliberar sobre assuntos de interesse geral e administrativos e sobre os 
casos comuns às duas ou mais modalidades;
VII – julgar, decidir ou dirimir as questões da atribuição ou competência 
das câmaras especializadas, quando não possuir o Conselho Regional 
número suficiente de profissionais da mesma modalidade para constituir a 
respectiva câmara;
VIII – expedir a carteira de identidade profissional e o cartão de identificação 
aos profissionais registrados, fazendo constar a modalidade do interessado, 
de acordo com o currículo efetivamente realizado;
19
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL - BIOMEDICINA
IX – organizar, disciplinar e manter atualizado o registro dos profissionais 
e pessoas jurídicas que, nos termos desta Lei, se inscrevam para exercer 
atividades de biologia na região;
X – publicar relatórios de seus trabalhos e relações dos profissionais e 
firmas registrados;
XI – estimular a exação no exercício da profissão, velando pelo prestígio e 
bom conceito dos que a exercem;
XII – fiscalizar o exercício profissional na área de sua jurisdição, representando, 
inclusive, às autoridades competentes, sobre os fatos que apurar e cuja 
solução ou repressão não seja de sua alçada;
XIII – cumprir e fazer cumprir as disposições desta Lei, das resoluções e 
demais normas baixadas pelo Conselho Federal;
XIV – funcionar como Conselhos Regionais de Ética, conhecendo, processando 
e ecidindo os casos que lhes forem submetidos;
XV – julgar as infrações e aplicar as penalidades previstas nesta Lei e em 
normas complementares do Conselho Federal;
XVI – propor ao Conselho Federal as medidas necessárias ao aprimoramento 
dos serviços e do sistema de fiscalização do exercício profissional;
XVII – aprovar a proposta orçamentária e autorizar a abertura de créditos 
adicionais e as operações referentes a mutações patrimoniais;
XVIII – autorizar o Presidente a adquirir, onerar ou alienar bens imóveis;
XIX – arrecadar anuidades, multas, taxas e emolumentos e adotar todas as 
medidas destinadas à efetivação de sua receita, destacando e entregando ao 
Conselho Federal as importâncias referentes à sua participação legal;
XX – promover, perante o juzo competente, a cobrança das importâncias 
correspondentes às anuidades, taxas, emolumentos e multas, esgotados os 
meios de cobrança amigável;
XXI – emitir parecer conclusivo sobre prestação de contasa que esteja 
obrigado;
XXII – publicar, anualmente, seu orçamento e respectivos créditos adicionais, 
os balanços, a execução orçamentária e o relatório de suas atividades 
(BRASIL, 1979).
20
Unidade I
Existem seis conselhos regionais de biomedicina no Brasil, sendo que cada um é responsável pela 
fiscalização e pela emissão de carteira profissional para uma região específica. Para exercer a profissão, 
você deve procurar, após a colação de grau, o conselho regional que atende a região na qual você 
deseja atuar.
• CRBM1 atende os Estados do Espírito Santo, do Mato Grosso do Sul, do Rio de Janeiro e 
de São Paulo.
• CRBM2 atende os Estados de Alagoas, da Bahia, do Ceará, do Maranhão, da Paraíba, de Pernambuco, 
do Piauí, do Rio Grande do Norte e do Sergipe.
• CRBM3 atende o Distrito Federal e os Estados de Goiás, do Mato Grosso, de Minas Gerais e 
do Tocantins.
• CRBM4 atende os Estados do Acre, do Amapá, do Amazonas, do Pará, de Rondônia e de Roraima.
• CRBM5 atende os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
• CRBM6 atende o Estado do Paraná.
Os conselhos regionais de biomedicina apresentam a seguinte estrutura hierárquica:
Diretoria
Presidência
Plenária
Defis
Departamentos Gerências
Serviços
Gerência geral
Decob Gerência de 
atendimento e registro
Atendimento
Registro
Serv. geraisDejur
Gerência financeira Contabilidade
Gerência institucional Seccionais e delegacias
TerceirosRH
CPD
Compras
Fiscal Assistente de diretoria
Comissões
Defis: Departamento Fiscal Decob: Departamento de Cobranças
Dejur: Departamento Jurídico RH: Recursos Humanos
CPD: Centro de Processamento de Dados
Figura 1 – Organograma dos conselhos regionais de biomedicina
Disponível em: https://cutt.ly/GF5pWOk. Acesso em: 31 out. 2021.
21
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL - BIOMEDICINA
 Observação
Além dos conselhos regionais, existem as delegacias, que são seccionais 
responsáveis pela fiscalização da atuação biomédica em determinada 
área. Você pode consultar a localização das delegacias no site do 
CRBM da sua região.
1.4 Código de ética da profissão biomédica
A Resolução n. 330, de 2020, regulamenta o novo código de ética do profissional biomédico. Ele 
substitui o código de ética anterior, referente à Resolução n. 198, de 2011, e foi instituído devido às 
novas habilitações incorporadas ao rol de atuação do biomédico nos últimos anos.
Conhecer o código de ética é essencial para exercer a profissão de maneira adequada, sem cometer 
infrações. Vamos analisar essenovo documento do profissional biomédico?
1.4.1 Direitos e deveres do profissional biomédico
No art. 4o da Resolução n. 330, são descritos os deveres do profissional biomédico. São eles:
 
Art. 4º – Obriga-se o biomédico a:
I – Zelar pela existência, fins e prestígio dos conselhos de biomedicina, dos 
mandatos e encargos que lhe forem confiados e cooperar com os que forem 
investidos de tais mandatos e encargos.
II – Manifestar, quando de sua inscrição no conselho, a existência de qualquer 
impedimento para o exercício da profissão e comunicar, no prazo de trinta 
dias, a superveniência de incompatibilidade ou impedimento.
III – Respeitar as leis e normas estabelecidas para o exercício da profissão.
IV – Guardar sigilo profissional.
V – Exercer a profissão com zelo e probidade, observando as prescrições legais.
VI – Zelar pela própria reputação, mesmo fora do exercício profissional.
VII – Representar ao poder competente contra autoridade e empregado por 
falta de exação no cumprimento do dever.
VIII – Pagar em dia, anuidade, taxas, emolumentos e multas devidas ao CRBM.
22
Unidade I
IX – Observar os ditames da ciência e da técnica, bem como as boas práticas 
no exercício da profissão.
X – Respeitar a atividade de seus colegas e outros profissionais.
XI – Zelar pelo perfeito desempenho ético da biomedicina e pelo prestígio e 
bom conceito da profissão.
XII – Comunicar às autoridades sanitárias e profissionais, com discrição e 
fundamento, fatos que caracterizem infração a este código e às normas que 
regulam o exercício das atividades biomédicas.
XIII – Comunicar ao Conselho Regional de Biomedicina e às autoridades 
sanitárias a recusa ou a demissão de cargo, função ou emprego, motivada 
pela necessidade de preservar os legítimos interesses da profissão, da 
sociedade, da saúde pública e do meio ambiente.
XIV – Denunciar às autoridades competentes quaisquer formas de poluição, 
deterioração do meio ambiente ou riscos inerentes ao trabalho, prejudiciais 
à saúde e à vida.
XV – Oficiar pelos canais competentes ao CRBM todos os vínculos 
profissionais, com dados completos da empresa (razão social, nome dos 
sócios, CNPJ, endereço, horário de funcionamento e, se possuir, informar 
a responsabilidade técnica), manter atualizado o endereço residencial, 
telefones e e-mail.
XVI – Oficiar pelos canais competentes, com antecedência mínima de 
15 (quinze) dias ao CRBM que estiver inscrito sobre o seu afastamento 
provisório e/ou definitivo dos locais onde exercer a responsabilidade técnica.
XVII – Solicitar, por escrito, ao CRBM que estiver inscrito, a suspensão ou 
cancelamento do registro quando não estiver exercendo a profissão.
XVIII – Comprovar documentalmente ao CRBM, em consonância com as 
exigências e regulamentos em vigor, o aprimoramento profissional adquirido 
para que lhe seja conferida a respectiva habilitação.
XIX – Solicitar a transferência quando for atuar em outra jurisdição 
(CFBM, 2020c, p. 3-4).
Atente para o fato de que o profissional deve estar inscrito no CRBM da região em que atua. No caso 
de iniciar atuação em uma jurisdição diferente, é necessário solicitar a transferência do registro.
23
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL - BIOMEDICINA
Além disso, o art. 4o ressalta a obrigação do biomédico de comunicar ao CRBM quaisquer infrações 
percebidas pelo profissional, desde que haja provas.
Exemplo de aplicação
Márcia é uma biomédica recém-formada e habilitada em estética. Ela abriu sua própria clínica, na 
qual oferece diferentes serviços de estética facial e corporal.
Para a realização dos procedimentos estéticos, Márcia contratou dois colegas: Luana, uma biomédica 
esteta, e Rosa, uma biomédica habilitada em farmacologia.
Frente a essa situação, Luana deve comunicar ao CRBM que Márcia contratou uma biomédica (Rosa) 
que está atuando fora de sua área de habilitação.
O art. 5o trata da atividade profissional do biomédico. Acompanhe, a seguir, seu conteúdo.
 
Art. 5º – No exercício de sua atividade, o biomédico também deverá:
I – Empregar todo o seu zelo e diligência na execução de seus misteres.
II – Não divulgar resultados ou métodos de pesquisas que não estejam, 
científica e tecnicamente, comprovados.
III – Defender a profissão e prestigiar suas entidades.
IV – Não criticar o exercício da atividade de outras profissões.
V – Selecionar, com critério e escrúpulo, os auxiliares para o exercício de suas 
atividades, reconhecidas pelo CFBM, sob sua responsabilidade, utilizando os 
insumos e técnicas adequadas.
VI – Agir com dignidade e retidão para com seus colegas, contribuindo para 
a harmonia da profissão.
VII – Não ser conivente com erro e comunicar aos órgãos de fiscalização 
profissional as infrações legais e éticas que forem de seu conhecimento.
VIII – Receber justa remuneração por seu trabalho, a qual deverá corresponder 
às responsabilidades assumidas e aos valores de remuneração e honorários 
fixados pela entidade competente da classe.
IX – Zelar sempre pela dignidade da vida.
24
Unidade I
X – Cooperar com a proteção do meio ambiente e da saúde pública.
XI – Não participar de qualquer tipo de experiência com fins bélicos, eugênicos 
ou em que se constate desrespeito a algum direito inalienável da vida.
XII – O biomédico não poderá praticar procedimentos que não sejam 
reconhecidos pelo CFBM.
XIII – Não praticar ato profissional que cause dano físico, moral ou 
psicológico ao usuário do serviço que possa ser caracterizado como imperícia, 
negligência ou imprudência.
XIV – Não deixar de prestar assistência profissional efetiva ao estabelecimento 
ou usuário com o qual mantém vínculo na prestação de serviços, não 
permitindo a utilização do seu nome por qualquer estabelecimento ou 
instituição onde não exerça efetivamente suas atividades.
XV – Não realizar ou participar de atos fraudulentos relacionados à profissão 
biomédica, em todas as suas atividades reconhecidas pelo CFBM.
XVI – Não declarar e/ou induzir entendimento de possuir habilitação que 
não possa comprovar ou não reconhecida pelo CFBM.
XVII – Não exercer a profissão em estabelecimento que não esteja 
devidamente registrado nos órgãos de fiscalização sanitária e do 
exercício profissional.
XVIII – Não se omitir e/ou acumpliciar-se com os que exerçam ilegalmente 
a biomedicina, ou com profissionais ou instituições biomédicas que 
pratiquem atos ilícitos.
XIX – Não manter vínculo com entidade, empresas ou outro designo que 
os caracterizem como empregado, credenciado ou cooperado quando as 
mesmas se encontrarem em situação ilegal, irregular ou inidônea.
XX – Não se prevalecer do cargo de gestor ou de empregador para desrespeitar 
a dignidade humana.
Parágrafo único: quando atuante no serviço público, é vedado ao biomédico:
a) Utilizar-se do serviço ou cargo público para executar trabalhos de 
empresa privada de sua propriedade ou de outrem.
25
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL - BIOMEDICINA
b) Cobrar ou receber remuneração do usuário do serviço.
c) Reduzir, irregularmente, quando em função de gestor, a remuneração 
devida a outro biomédico (CFBM, 2020c).
Exemplo de aplicação
Lembra-se da Luana, apresentada no último exemplo de aplicação? Caso ela não denuncie sua colega 
Rosa e sua chefe Márcia, estará cometendo a infração detalhada no inciso XVIII do art. 5o:
“Omitir e/ou acumpliciar-se com os que exerçam ilegalmente a biomedicina, ou com profissionais ou 
instituições biomédicas que pratiquem atos ilícitos” (CFBM, 2020c, p. 6).
Com relação aos atos considerados ilícitos, alguns são explicitados no próprio art. 5º, nos incisos II 
(divulgar procedimentos que não têm respaldo científico) e XI (participar de atividades com fins bélicos, 
eugênicos ou em que se constate desrespeito à vida).
Outro aspecto importante citado no art. 5º, inciso VIII, diz respeito à remuneração do profissional 
biomédico, que deve ser justa e adequada à sua atuação. É importante ressaltar que os pisos salariais das 
diferentes categorias profissionais são negociados pelos sindicatos.O biomédico deve verificar quais são 
os acordos firmados entre o sindicato dos biomédicos que atende sua região e as associações patronais 
para saber qual o piso salarial a que tem direito.
Agora que falamos dos deveres do biomédico, vamos discutir seus direitos? Eles são apresentados 
no art. 6º.
 
Art. 6º – São direitos do biomédico:
I – Exercer com liberdade e dignidade a biomedicina em todo o território 
nacional sem ser discriminado por questões de credo religioso, sexo, raça, 
nacionalidade, orientação sexual, idade, condição social, opinião política ou 
de qualquer outra natureza.
II – Indicar falhas nos regulamentos e normas das instituições em que 
trabalhe, quando as julgar indignas do exercício da profissão ou prejudiciais 
à coletividade, devendo dirigir-se, nesses casos, aos órgãos competentes e, 
obrigatoriamente ao Conselho Regional de Biomedicina de sua jurisdição.
III – Recusar-se a exercer sua profissão em instituição pública ou privada 
onde as condições de trabalho sejam indignas ou possam prejudicar pessoas 
e mesmo a coletividade.
26
Unidade I
IV – Suspender suas atividades, individual ou coletivamente, quando a 
instituição pública ou privada para qual labore deixar de oferecer condições 
mínimas para o exercício da profissão ou não o remunerar condignamente, 
ressalvadas as situações de urgência e emergência, devendo comunicar 
incontinente sua decisão ao Conselho Regional de Biomedicina ao 
qual seja inscrito.
V – Resguardar o sigilo profissional.
VI – Ter respeitada, em nome da liberdade de profissão e do sigilo profissional, 
a inviolabilidade do seu local de trabalho, de seus arquivos e dados, de sua 
correspondência e de suas comunicações em qualquer tipo de mídia, salvo 
caso de requisição judicial.
VII – Requerer desagravo público ao Conselho Regional de Biomedicina 
quando atingido no exercício de sua profissão.
VIII – Usar os símbolos privativos da profissão de biomédico.
IX – Reclamar, por escrito, perante qualquer juízo ou autoridade, contra a 
inobservância deste código e da legislação pertinente à profissão de biomédico.
X – Dispor de boas condições de trabalho e receber justa remuneração por 
seu desempenho.
XI – Não se deixar explorar por terceiros seja com objetivo de lucro, finalidade 
política ou religiosa.
XII – Manter o sigilo profissional é inerente à profissão, impondo-se o 
seu respeito, salvo grave ameaça ao direito à vida, à honra, ou quando 
o biomédico se veja afrontado pelo próprio usuário e, em defesa própria, 
tenha que revelar segredo, porém sempre restrito ao interesse da justiça.
XIII – Exercer simultaneamente a atividade profissional em mais de uma 
jurisdição, desde que inscritos nas mesmas (CFBM, 2020c, p. 4-5).
Uma dúvida muito comum entre os estudantes de biomedicina é: “poderei assumir a responsabilidade 
técnica em mais de um laboratório?”. Respondendo a essa questão, destacamos, segundo o inciso XIII, 
que sim, é permitido, inclusive em jurisdições diferentes. Nesse caso, é necessário estar inscrito em todos 
os conselhos regionais das regiões em que atua.
Outro importante direito do biomédico é o sigilo: o profissional não pode ser pressionado a revelar 
os resultados de seu trabalho para terceiros, a não ser que seja solicitado pela Justiça.
27
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL - BIOMEDICINA
Exemplo de aplicação
José é um biomédico hematologista, e foi o responsável pelo exame que diagnosticou um grave 
quadro de leucemia em uma senhora de 81 anos, que se chama Clara.
A família de dona Clara procura José, pois a idosa recusou-se a informar de que doença está sofrendo. 
Relatam que já procuraram o médico responsável, mas ele alegou sigilo profissional.
Os parentes estão preocupados com dona Clara e afirmam que, como ela não é paciente direta de 
José, ele pode fazer o favor de fornecer o resultado. Afinal, ele não é médico e não precisa adotar o sigilo 
profissional dessa categoria.
Nesse caso, José tem o direito e o dever de manter o sigilo da paciente, resguardado pela Resolução. 
Somente deve fornecer maiores informações sob convocação judicial.
1.4.2 Da divulgação das atividades profissionais
Os arts. 7º, 8º, 9º, 10 e 11 apresentam as principais alterações em relação à resolução anterior, de 
2011, a qual trata dos limites para a divulgação da atividade biomédica, assunto que se tornou mais 
importante a partir da popularização das redes sociais.
Na resolução antiga (Resolução n. 198, de 2011), a propaganda das atividades do biomédico é 
abordada no art.10, conforme segue.
 
Art. 10 – É vedado ao biomédico:
a) oferecer seus serviços profissionais através de qualquer mídia para 
promover-se profissionalmente;
b) divulgar nome, endereço, laudos ou qualquer outro elemento que 
identifique o paciente;
c) publicar fotografia de pacientes, salvo em veículo de divulgação 
estritamente científica e com prévia e expressa autorização do 
paciente ou de seu representante legal;
d) anunciar preços de serviços, modalidade de pagamento e outras 
formas de comercialização;
e) promover publicidade enganosa ou abusiva da boa-fé do usuário;
f) anunciar títulos científicos que não possa comprovar ou habilitação 
e/ou especialidade para a qual não esteja qualificado;
28
Unidade I
g) publicar em seu nome trabalho científico do qual não tenha participado;
h) atribuir como de sua autoria exclusiva trabalho realizado por seus 
subordinados ou outros profissionais, mesmo quando executados sob 
sua orientação e supervisão;
i) utilizar-se, sem referência ao autor ou sem a sua autorização expressa, 
de informações, dados ou opiniões ainda não publicados ou divulgados 
em veículo oficial;
j) apresentar e divulgar como originais quaisquer ideias descobertas ou 
ilustrações que na realidade não o sejam (CFBM, 2011b, p. 4).
Em resumo, a propaganda das atividades do biomédico não era permitida, e a publicação de fotos 
do paciente era restrita a artigos científicos. Esse cenário muda com a Resolução n. 330, de 2020, que 
determina o seguinte.
 
Art. 8º – Considera-se propaganda, publicidade ou anúncio, qualquer 
divulgação relativa à atividade profissional oriunda ou promovida pelo 
profissional biomédico, independentemente do meio de divulgação.
I – A participação do profissional biomédico na divulgação de assuntos 
de seu âmbito profissional deve-se pautar pela prévia condição de 
conteúdo que apresente evidências científicas, visando primordialmente 
o esclarecimento e a educação da população, além do interesse público, 
vedada a autopromoção, a prática enganosa, abusiva ou em desacordo aos 
direitos do consumidor.
II – É obrigação do profissional biomédico observar os princípios éticos de 
sua profissão na publicidade, propaganda ou anúncio, em especial no campo 
dos procedimentos assistenciais.
III – O profissional biomédico, responsável legal/administrador e/ou responsável 
técnico por estabelecimento, de igual forma torna-se responsável pela 
publicidade, propaganda e/ou anúncio que a pessoa jurídica realizar 
(CFBM, 2020c).
Note que, no inciso III, assume-se que o responsável técnico pode ser responsabilizado pela publicidade 
do estabelecimento em que trabalha, daí a importância de se conhecer os limites estabelecidos pelo 
código de ética.
A propaganda deve seguir uma série de normas, que incluem a identificação do biomédico responsável 
pelos serviços divulgados, conforme consta no art. 9º.
 
29
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL - BIOMEDICINA
Art. 9º – Na propaganda, publicidade ou anúncio individual ou coletiva, 
deverão constar:
a) nome do biomédico, da pessoa jurídica e seus respectivos números de 
inscrições no conselho;
b) habilitações devidamente registradas;
c) títulos do profissional;
d) endereços e horários de trabalho (CFBM, 2020c).
São inúmeras as propagandas, principalmente nas mídias sociais, e particularmente na área da 
estética, que promovem procedimentos sem que o nome do biomédico, seu registro profissional e 
demais dados sejam publicados. De acordo com o art.9º, esse tipo de publicação não está de acordo 
com o código de ética da profissão.
O art. 10 trata da divulgação dos serviços do profissional biomédico, conforme indicado a seguir.
 
Art. 10 – O profissional biomédico poderá divulgar os títulos, cursos/
capacitações/atualizações que participou, após sua inclusão na área de atuação.
§ 1º – O biomédico poderá utilizar mídia exterior e/ou mídia eletrônica, 
obedecendo à legislação pertinente. As mídias deverão obedecer às 
indicações constantes do artigo 9º e alíneas, ainda:
I – A divulgação de autorretratos (selfies) de biomédicos, acompanhados 
de usuário ou não, desde que com autorização prévia do usuário ou de 
seu representante legal, através de Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido – TCLE.
II – Toda atividade passível de autorização do usuário deverá ser 
obrigatoriamente encaminhada ao respectivo conselho via digital, sob 
responsabilidade exclusiva do responsável técnico – RT.
III – Divulgação de imagens por biomédico responsável pela sua execução 
cientificamente comprovada, com autorização prévia do usuário ou de seu 
representante legal, através de TCLE.
IV – Publicar imagens e resultado final de procedimentos, salvo nos casos 
onde houver, além do TCLE para esse fim, os seguintes dizeres constantes na 
descrição ou legenda da peça publicitária: “Esta imagem não representa, em 
hipótese alguma, garantia de resultado. Cada ser humano tem características 
anatômicas e fisiológicas únicas”.
30
Unidade I
V – No caso de divulgação de imagens relativas aos procedimentos, 
conhecidos como “antes” e “depois” deverá constar legenda nas imagens 
contendo a seguinte informação autorizada em TCLE: “divulgação autorizada 
pelo usuário” (CFBM, 2020c, p. 8).
 Observação
Você sabe o que é o TCLE, extensamente citado ao longo do art. 10?
Trata-se do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Esse documento 
deve conter todas as informações referentes à divulgação do material 
do cliente, de forma clara e objetiva, acompanhado da declaração do seu 
consentimento, por escrito. Uma cópia do TCLE deve ficar com o cliente, e, 
outra, com o biomédico que deseja divulgar o material.
Exemplo de aplicação
Paula é uma biomédica esteta que deseja divulgar seu trabalho em uma rede social. Ela pede 
permissão para postar fotos dos procedimentos estéticos realizados em sua cliente e amiga Mariana.
Mariana autoriza verbalmente a divulgação das fotos, pois ela e Paula, sendo muito amigas, não 
veem necessidade de confeccionar um TCLE com a autorização por escrito.
O único texto que acompanha as imagens divulgadas na rede social, que mostram o “antes e depois” 
de Mariana, é o seguinte:
“Estética facial a preços acessíveis, você só encontra na clínica da Paula”.
Quantas irregularidades você detectou no caso?
Em primeiro lugar, é necessário obter o TCLE por escrito, com o consentimento da cliente, antes da 
divulgação de suas fotos.
Em segundo lugar, é necessário informar, na postagem, o nome completo da biomédica esteta, seu 
registro profissional, endereço e horário de atendimento.
Em terceiro lugar, as fotos devem ser acompanhadas dos seguintes dizeres: “esta imagem não 
representa, em hipótese alguma, garantia de resultado. Cada ser humano tem características anatômicas 
e fisiológicas únicas” e “divulgação autorizada pelo usuário”.
31
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL - BIOMEDICINA
1.4.3 Das proibições
No art. 11, são listadas as principais proibições impostas ao biomédico, com ênfase na atuação ética, 
transparente, orientada pela ciência e em prol da vida.
 
Art. 11 – É vedado ao biomédico:
a) Adulterar dados visando beneficiar-se individualmente ou a instituição/
estabelecimento que representa, assessora ou integra.
b) Usar expressões que caracterizem ou garantam, prometam ou 
induzam a determinados resultados do procedimento, sem 
efetiva comprovação, bem como utilizar-se de expressões como 
“o(a) melhor”, “o(a) mais eficiente”, “o(a) único(a) capacitado(a)”, 
“resultado garantido” ou outras capazes de induzir o usuário ao 
erro, sensacionalismo, à autopromoção, à concorrência desleal, à 
mercantilização da biomedicina ou à promessa de resultado.
Parágrafo único – são consideradas práticas de mercantilização indevida 
a divulgação de pacotes de serviços, promoções, ofertas, e/ou benefícios 
financeiros de qualquer natureza.
c) Publicar imagens de usuários, salvo com prévia e expressa autorização 
do usuário ou de seu representante legal.
d) Expor o usuário como forma de divulgar técnica, método ou resultado 
não efetivamente comprovado cientificamente. Ressalvando a 
divulgação de imagens relativas a atividades biomédicas, desde que 
haja a autorização expressa do usuário ou de seu representante legal.
e) Utilizar-se de qualquer imagem que possa induzir a um resultado 
enganoso, levando o usuário em erro.
f) Divulgação de imagens que permitam a identificação de equipamentos, 
instrumentais, materiais, substâncias e respectivas marcas visando 
autopromoção.
g) Divulgação de vídeos e/ou imagens que demonstrem as técnicas de 
procedimentos para leigos com conteúdo relativo ao transcurso e/ou 
à realização das atividades, exceto em publicações científicas.
h) Promover publicidade enganosa ou abusiva que afete ou prejudique 
a sociedade.
32
Unidade I
i) Ser conivente ou omisso às práticas lesivas ao usuário.
j) Fazer afirmações e citações ou exibir tabelas e ilustrações relacionadas 
a informações que não tenham sido extraídas ou baseadas em 
publicações de órgãos e entidades oficiais, de uso tradicional 
reconhecido, de valor acadêmico com fundamento em literatura 
consolidada e/ou baseada em publicações ou evidências científicas.
k) Adotar práticas contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes.
l) Divulgar preços de serviços ou formas de pagamento para captação 
de usuário em desacordo aos direitos do consumidor e com o código de 
ética, evitando assim a mercantilização e a concorrência desleal.
m) Oferecer vantagem, ganho ou benefício financeiro a terceiro em 
retribuição ou troca de obtenção de serviço.
n) Negar ao usuário ou seu responsável informação de qualidade, confiável 
e rastreável cientificamente dos procedimentos.
o) Anunciar títulos acadêmicos que não possa comprovar ou habilitação 
e/ou especialidade para a qual não esteja qualificado.
p) Publicar em seu nome trabalho científico do qual não tenha participado.
q) Atribuir como de sua autoria exclusiva trabalho realizado por seus 
subordinados ou outros profissionais, mesmo quando executados sob 
sua orientação e supervisão.
r) Utilizar-se, sem referência ao autor ou sem a sua autorização expressa, 
de informações, dados ou opiniões ainda não publicados ou divulgadas 
em veículo oficial.
s) Apresentar e divulgar como originais quaisquer ideias descobertas ou 
ilustrações que na realidade não o sejam (CFBM, 2020c, p. 8-9).
Exemplo de aplicação
Paula, a biomédica esteta citada no último exemplo de aplicação, decidiu divulgar uma promoção na 
qual ela anuncia que, no mês de novembro, irá aplicar a toxina botulínica da marca X, a mais conceituada 
do mercado, por apenas mil reais.
33
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL - BIOMEDICINA
Ela não vê problema nisso, afinal seu lema é levar a beleza para suas clientes por um preço acessível. 
Se não divulgar a qualidade dos produtos que utiliza e o preço do procedimento, como irá captar 
mais clientes?
Nesse caso, Paula está infringindo o código de ética em dois aspectos: não é permitido divulgar a 
marca dos produtos utilizados nem os preços cobrados.
É importante salientar que as diretrizes de divulgação de preços, de produtos e de procedimentos não 
são para cumprimento exclusivo do biomédico esteta, devendo ser observados por todos os profissionais 
biomédicos, sem exceção. Os exemplos se concentram nesses profissionais por serem eles, atualmente, 
os que mais divulgam seus procedimentos nas mídias, principalmente nas redes sociais.
1.4.4 Da relação com os colegas e com a coletividadeOs arts. 12 e 13 tratam, respectivamente, das relações com os colegas de profissão e com a 
coletividade. Vamos, agora, conferir o que dizem esses artigos.
 
Art. 12 – Nas relações com os colegas, o biomédico deve manter sempre 
respeito, urbanidade, dignidade e solidariedade, sendo vedado:
a) fazer críticas em público por razões de ordem profissional;
b) angariar usuário, renunciando a qualquer vantagem de ordem 
pecuniária ou propaganda, anúncio e divulgação, em qualquer mídia 
não permitida pelo órgão de fiscalização profissional descumprindo 
determinação legal ou regulamentar;
c) oferecer denúncia sem possuir elementos comprobatórios capazes 
de justificá-la;
d) pleitear de forma desleal, para si ou para outrem, emprego, cargo ou 
função que esteja sendo exercido por outro biomédico, bem como 
praticar atos de concorrência desleal (CFBM, 2020c, p.10).
Agora vejamos, você sabe o que caracteriza a concorrência desleal? Trata-se da adoção de práticas 
ilegais para angariar clientes, em prejuízo de seus concorrentes. Anunciar que realiza procedimentos a 
preços mais baixos e/ou com resultados mais rápidos, ou melhores, do que determinado concorrente, 
são práticas de concorrência desleal.
 
Art. 13 – Nas relações com a coletividade, o biomédico não poderá:
I – Praticar ou permitir a prática de atos que, por ação ou omissão, 
prejudiquem, direta ou indiretamente, o ser humano e a saúde pública.
34
Unidade I
II – Recusar, a não ser por motivo relevante, assistência profissional a quem 
dela necessitar.
III – Ser conivente de qualquer forma com o exercício ilegal da profissão ou 
acumpliciar-se, direta ou indiretamente, com quem o praticar.
IV – Prestar serviço profissional ou colaboração a entidade ou empresa 
onde sejam desrespeitados princípios éticos ou inexistam condições que 
assegurem adequada assistência.
V – Revelar fatos sigilosos de que tenha conhecimento, no exercício de sua 
atividade profissional, a não ser por imperativo de ordem judicial.
VI – Unir-se a terceiros para obtenção de vantagens que acarretem prejuízos 
ou inadequada assistência à saúde pública.
VII – Recusar colaboração às autoridades constituídas, mormente autoridades 
sanitárias nas campanhas que visem a resguardar a saúde pública e o 
meio ambiente.
VIII – Valer-se de mandato eletivo ou administrativo em proveito próprio, ou 
para obtenção de vantagens ilícitas.
IX – Discriminar o ser humano de qualquer forma ou sob qualquer pretexto.
X – Participar ou auxiliar, a qualquer modo, da prática de tortura em relação 
à pessoa ou formas de procedimento degradantes, desumanas e cruéis.
XI – Silenciar sobre a prática de torturas às pessoas ou não as denunciar 
quando delas tiver conhecimento.
XII – Prover com instrumentos, substâncias, ou qualquer outro meio, aqueles 
que pratiquem torturas ou outras formas de procedimentos degradantes, 
humilhantes, desumanas e cruéis, em relação à pessoa.
XIII – Utilizar dos seus conhecimentos, fornecer substância ou instrumentos, 
participar de qualquer modo, na execução de pena de morte.
XIV – Utilizar da profissão para corromper os bons costumes, favorecer ou 
praticar delito.
XV – Falsear dados estatísticos ou deturpar sua interpretação científica 
(CFBM, 2020c, p. 10-11).
35
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL - BIOMEDICINA
Note que o inciso XV cita que o biomédico não deve “falsear dados estatísticos ou deturpar sua 
interpretação científica”, pois se trata de um tema muito atual.
Ao longo de todo o ano de 2021, discutiu-se muito sobre a qualidade das evidências e dos testes 
estatísticos utilizados para se confirmar a eficácia de alguns medicamentos no tratamento da Covid-19. 
Em alguns casos, suspeitou-se até mesmo de falsificação dos dados referentes ao efeito desses 
medicamentos.
A manipulação dos dados científicos não é apenas uma infração do código de ética do biomédico, 
mas também de toda e qualquer profissão da área da saúde, pois impacta na vida das pessoas e na 
adoção de práticas que sejam realmente efetivas.
1.4.5 Das infrações e das sanções
Os arts. 14 e 15 tratam das relações do profissional biomédico com os Conselhos Federal e Regional. 
As principais atribuições desses órgãos já foram discutidas e, portanto, não serão abordadas no 
presente capítulo.
Os arts. do 16 ao 31 tratam das infrações do profissional biomédico e das respectivas sanções. A lista 
de infrações é ampla, e as sanções consistem em:
 
Art. 27 – Em conformidade com o disposto na Lei Federal n. 6.684/1979, 
regulamentada pelo Decreto Federal n. 88.439/2983, as infrações, sem 
prejuízo das sanções de natureza civil ou penal, cabíveis, serão punidas, 
alternativa ou cumulativamente, com penalidade de:
I – advertência;
II – repreensão;
III – multa equivalente a até 10 (dez) vezes o valor da anuidade devida 
a este Conselho;
IV – suspensão do exercício profissional pelo prazo de até 3 (três) anos;
V – cancelamento do registro profissional (CFBM, 2020c, p. 17).
As sanções definidas para algumas das infrações citadas são:
 
Art. 30 – São infrações éticas e disciplinares:
I – Deixar de comunicar às autoridades biomédicas, com discrição e 
fundamento, fatos de seu conhecimento que caracterizem infração ao 
Código de Ética do profissional biomédico e às normas que regulam as 
atividades biomédicas.
36
Unidade I
Pena: advertência.
II – Violar o sigilo profissional de fatos que tenha tomado conhecimento no 
exercício da profissão, com exceção daqueles presentes em lei que exigem 
comunicação, denúncia ou relato a quem de direito.
Pena: multa de até 3 (três) anuidades e/ou suspensão de até 3 (três) meses.
III – Não proporcionar ou exigir condições dignas de trabalho e remuneração 
ao profissional, ao exercício profissional, à assunção de direção e 
responsabilidade técnica.
Pena: advertência e/ou multa de até 3 (três) anuidades.
[...]
VII – Efetivar ou participar de fraudes em relação à profissão biomédica em 
todos os campos de conhecimento e técnica biomédica.
Pena: multa de até 5 (cinco) anuidades e/ou suspensão de até 6 (seis) meses.
[...]
XIII – Exercer a atividade profissional incompatível com a habilitação 
conferida pelo CRBM.
Pena: Multa de até 10 (dez) anuidades e/ou suspensão de até 12 (doze) meses.
[...]
XV – Omitir-se e/ou acumpliciar-se com os que exercem ilegalmente a 
profissão biomédica ou com os profissionais ou instituições que pratiquem 
atos ilícitos.
Pena: multa de até 10 (dez) anuidades e/ou suspensão de até 12 (doze) meses.
[...]
XXIX – Realizar propaganda, anúncio ou publicidade em desacordo com este 
código de ética.
Pena: multa de até 5 (cinco) anuidades e/ou suspensão de até 12 (doze) 
meses (CFBM, 2020c, p. 18-19).
37
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL - BIOMEDICINA
 Saiba mais
Consulte a íntegra do código de ética do profissional biomédico 
acessando a referência a seguir.
CFBM. Resolução n. 330, de 5 de novembro de 2020. Brasília: Serviço 
Público, 2020c. Disponível em: https://bit.ly/3oEhyUK. Acesso em: 
2 nov. 2021.
2 ATUAÇÃO DO BIOMÉDICO NO DIAGNÓSTICO CLÍNICO E LABORATORIAL
A partir de agora, vamos explorar as principais áreas de atuação do biomédico. Cada uma delas é 
regida por legislação específica, que determina os limites da atuação do profissional.
 Lembrete
Para atuar em determinada área, o biomédico precisa realizar, durante a 
graduação, pelo menos 500 horas de estágio supervisionado.
Depois de formado, a atuação em outras áreas é possível após cursar 
especialização de, no mínimo, 360 horas.
 Saiba mais
As resoluções que regulamentam a atuação do biomédico nas diferentes 
áreas podem ser consultadas nos sites do Conselho Federal de Biomedicina 
(CFBM) e do Conselho Regional de Biomedicina (CRBM).
Disponível em: https://cfbm.gov.br/. Acesso em: 2 nov. 2021.
Disponível em: https://crbm1.gov.br/. Acesso em: 2 nov. 2021.
Vamos iniciar nossa jornada com as habilitações que estão diretamente relacionadas ao diagnóstico 
laboratorial das doenças, sejam elas: a patologia clínica (análises clínicas),a histotecnologia clínica e a 
citologia oncótica.
38
Unidade I
2.1 Patologia clínica (análises clínicas)
Na atualidade, as análises clínicas são a área que mais emprega biomédicos no Brasil. De fato, 
embora também possam ser exercidas pelos farmacêuticos e pelos médicos patologistas, a maioria dos 
laboratórios conta com um responsável técnico formado em biomedicina.
A Lei n. 6.684, que regulamenta a profissão biomédica, já contempla a atuação do biomédico nas 
análises clínicas. De acordo com essa lei, “ao biomédico compete atuar em equipes de saúde, a nível 
tecnológico, nas atividades complementares de diagnósticos” (BRASIL, 1979).
As atividades complementares de diagnóstico acontecem, em grande parte, dentro dos laboratórios 
de análises clínicas. Esses laboratórios são dotados de oito setores onde os exames são realizados, 
descritos a seguir.
• Bioquímica: setor responsável pela realização dos exames que investigam o metabolismo. Alguns 
exemplos são as dosagens de glicose, de colesterol e de triglicérides, a determinação do perfil 
hepático e do perfil renal etc.
• Endocrinologia: setor responsável pela dosagem de hormônios e de alguns marcadores tumorais, 
como, por exemplo, os marcadores do câncer prostático e do câncer ovariano, que são dependentes 
de hormônios.
• Hematologia: setor onde é realizada a análise do sangue e de suas frações. É nesse setor que se 
realiza o hemograma, os testes de coagulação e a imuno-hematologia.
• Imunologia: setor onde são realizados os testes sorológicos para o diagnóstico de doenças. Esses 
testes detectam antígenos específicos, presentes nos microrganismos causadores de doenças, 
e/ou a presença de anticorpos contra esses antígenos, o que indica que o paciente já entrou em 
contato com eles.
• Microbiologia: setor responsável pelo isolamento e identificação de microrganismos e pela 
realização do antibiograma.
• Micologia: setor responsável pelo isolamento e identificação dos fungos causadores de micoses 
e pela realização de testes de resistência a antifúngicos.
• Uroanálise: setor responsável pela análise física, química e microscópica da urina. O exame de 
urina tipo I é o mais frequentemente realizado nesse setor.
• Parasitologia: setor responsável pelo diagnóstico de doenças causadas por protozoários e 
helmintos nas fezes. Nesse setor, também são realizadas outras análises nas fezes, como a 
determinação de sangue oculto e a coprologia funcional.
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TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL - BIOMEDICINA
Figura 2 – Microscópio óptico, um dos instrumentos utilizados pelo 
biomédico que atua em análises clínicas
Disponível em: https://cutt.ly/FF5acKj. Acesso em: 10 fev. 2022.
Além das análises clínicas, é importante destacar que há outras atribuições do biomédico dentro do 
laboratório. Sendo habilitado em patologia clínica, pode realizar coleta de material biológico e exames, 
firmar laudos, ter responsabilidade técnica pelo laboratório, assumir chefias técnicas e assessorias, entre 
outras funções.
Apesar de a habilitação em patologia clínica remontar à década de 1970, não existe uma resolução 
que trate, em detalhes, da atuação do biomédico nessa área. Algumas das atribuições são descritas na 
Resolução n. 78 (CFBM, 2002), que “dispõe sobre o ato profissional biomédico, fixa o campo de atividade 
do biomédico e cria normas de responsabilidade técnica” (BRASIL, 2002, p. 1).
Além das atividades já descritas, a resolução determina que o biomédico habilitado em patologia 
clínica também pode atuar nos bancos de sangue, embora exista habilitação própria para essa função 
(habilitação em banco de sangue).
 
Art. 2º – No exercício de suas atividades, legalmente habilitados na forma da 
legislação específica, o biomédico poderá atuar:
§ 1º – Análises Clínicas e Banco de Sangue.
I – O profissional biomédico com habilitação em análises clínicas ou 
Banco de Sangue tem competência legal para assumir e executar o 
40
Unidade I
processamento de sangue, suas sorologias e exames pré-transfusionais e é 
capacitado legalmente para assumir chefias técnicas, assessorias e direção 
dessas atividades.
II – O biomédico tem competência legal para assumir o assessoramento 
e executar atividades relacionadas ao processamento semi-industrial e 
industrial do sangue, hemoderivados e correlatos, estando capacitado para 
assumir chefias técnicas e assessorias dessas atividades (CFBM, 2002, p. 2).
Além de serem realizados por biomédicos habilitados em biologia molecular, reprodução humana 
e genética, as análises de DNA também podem ser realizadas pelo biomédico habilitado em patologia 
clínica, conforme podemos observar a seguir.
 
Art. 5º – É atribuído ao profissional biomédico à realização de exames que 
utilizem como técnica a reação em cadeia da polimerase (PCR), podendo 
para tanto assumir a responsabilidade técnica e firmar os respectivos laudos.
§ 1º – Para realização de exames de DNA, o biomédico deverá:
a) Possuir curso de especialização em uma das seguintes áreas: 
biologia molecular, patologia clínica, reprodução humana, genética, 
devidamente autorizados pelo MEC.
§ 2º – Os biomédicos com habilitação em patologia (análises clínicas) e 
em biologia molecular são aptos e autorizados a atuar na área de biologia 
molecular, a saber: coleta, análise, interpretação, emissão e assinatura de 
laudos e de pareceres técnicos, inclusive a investigação de paternidade por 
DNA (CFBM, 2002, p. 3).
A responsabilidade técnica pelo laboratório de análises clínicas pode ser assumida após o 
preenchimento do termo de responsabilidade técnica e sua submissão ao Conselho Regional de 
Biomedicina que atende a região na qual está localizado o laboratório.
Complementando, vejamos quais as atribuições de um responsável técnico, segundo a mesma 
resolução:
 
Art. 13 – O biomédico que exerça a responsabilidade técnica é o 
principal responsável pelo funcionamento do estabelecimento e terá 
obrigatoriamente sob sua supervisão a coordenação de todos os 
serviços técnicos do estabelecimento que a eles ficam subordinados 
hierarquicamente (CFBM, 2002, p. 4).
41
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL - BIOMEDICINA
Exemplo de aplicação
Júlia assumiu a responsabilidade técnica de um laboratório de análises clínicas localizado em Goiânia. 
Como ela deve proceder antes de iniciar os trabalhos?
Ela deve procurar o Conselho Regional de Biomedicina – 3ª Região e entregar o termo de 
responsabilidade técnica devidamente preenchido. Esse termo deve permanecer afixado no laboratório, 
em local visível.
E quais suas atribuições enquanto responsável técnica?
Ela deve coordenar todos os serviços técnicos desenvolvidos pelo laboratório, desde a compra 
de materiais, a assinatura de laudos, a validação das corridas analíticas, dentro do controle interno de 
qualidade, o treinamento e o monitoramento dos técnicos de laboratório e dos demais profissionais que 
atuam no laboratório, entre outras funções.
2.2 Histotecnologia clínica
A habilitação em histotecnologia clínica veio substituir a antiga habilitação em anatomia patológica. 
O profissional que atua nessa área é responsável pelo processamento e análise de biópsias.
A Resolução n. 239 (CFBM, 2014) dispõe sobre a atribuição do profissional biomédico habilitado em 
histotecnologia clínica, e, de acordo com ela, define-se que:
 
Art. 1º – O biomédico, devidamente registrado no Conselho Regional de 
Biomedicina, habilitado em histotecnologia clínica, poderá realizar:
a) Processamento de amostras histológicas (fragmento de tecido humano 
produto de biópsia) para análise macroscópica, imuno-histoquímica, 
citoquímica e molecular, firmando os respectivos laudos.
b) Técnicas auxiliares de necropsia e análises forenses, sob supervisão de 
profissional médico devidamente habilitado.
c) Gestão administrativa, controle de qualidade interno e externo de 
laboratórios histotecnológicos e congêneres públicos e privados 
(CFBM, 2014, p. 1-2).
De maneira resumida, a análise de biópsias envolve as etapas descritas a seguir.

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