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Direito - Modalidades de Intervenção do Estado na Propriedade Privada Geraldo M. Batista Curriculum: www.geraldofadipa.comunidades.net Instagram: geraldobatista1959 1. Introdução A Constituição Federal autoriza o Estado brasileiro a intervir na propriedade privada, quando sua função social não esteja sendo observada, conforme o esculpido em seu artigo 5º, XXIII. Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXIII - a propriedade atenderá a sua função social. O Estado utiliza de instrumentos para assegurar que a propriedade cumpra com sua finalidade social. Há duas formas básicas de intervenção estatal na propriedade privada: intervenção restritiva e intervenção supressiva. Intervenção restritiva. Quando o Estado impõe restrições e condições ao uso da propriedade sem retirá-la de seu dono. Observação. A doutrina tradicionalmente considera modalidade de intervenção restritiva a servidão administrativa, a requisição, a ocupação temporária, as limitações administrativas e o tombamento. Intervenção supressiva. Quando o Estado, valendo-se de sua supremacia sobre os particulares, transfere coercitivamente (obrigado) a propriedade de um bem de terceiro para si. 2. Modalidades de Intervenção Desapropriação. É quando o Estado (através de procedimento administrativo) transfere a propriedade privada de um determinado bem para o poder público. Este fato de realiza por necessidade ou utilidade pública, por interesse social e mediante o pagamento de indenização prévia, justa e em dinheiro. É o que está esculpido no artigo 5º, XXIV da Constituição. Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição. Confisco. É a perda da propriedade privada para o Estado em razão de uma punição, nunca há pagamento de indenização. É o que está esculpido no artigo 243 da Constituição. Art. 243 - As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a http://www.geraldofadipa.comunidades.net/ Direito - Modalidades de Intervenção do Estado na Propriedade Privada Geraldo M. Batista Curriculum: www.geraldofadipa.comunidades.net Instagram: geraldobatista1959 programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º. Limitação Administrativa ou Poder de Polícia. São restrições gerais, por meio das quais a administração pública impõe a proprietários indeterminados obrigações de fazer ou não fazer, com o objetivo de garantir que a propriedade atenda a sua função social. Observação. Como exemplos de limitação administrativa podemos mencionar a exigência de manter certa distância das construções em relação à rua, a obrigação de manter extintores de incêndio dentro do prazo da validade em veículos automotores e a de construir saídas de emergência em prédios. Servidão Administrativa. É uma intervenção (branda ou restritiva) do Estado na propriedade de natureza real que tem por finalidade atender o interesse público na utilização conjunta de bens imóveis. Observação. O interesse público a ser atendido pode ser a passagem de pessoas, oleodutos e gasodutos. Tombamento. É a modalidade de intervenção na propriedade que visa proteger o patrimônio histórico, cultural, arqueológico, artístico, turístico ou paisagístico brasileiro. É o que está esculpido no artigo 216, § 1º da Constituição. Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: § 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. Requisição. A requisição pode ser civil ou militar. É a utilização coativa de bens e serviços particulares pelo Estado em situação de perigo público iminente, com indenização posterior, se houver dano. É o que prediz o artigo 5º, XXV. Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. Ocupação Temporária. É a forma de intervenção do Estado por meio da qual o poder público utiliza bens particulares em apoio à execução de obras e serviços públicos. Exemplo: ocupação de um terreno privado para o depósito de equipamentos destinados à execução de obra. É que prediz o Decreto Lei nº 3.365 de 21 de junho de 1941. Art. 36. É permitida a ocupação temporária, que será indenizada, afinal, por ação própria, de terrenos não edificados, vizinhos às obras e necessários à sua realização. http://www.geraldofadipa.comunidades.net/
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