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Eduarda Pupe Rosas 2022 Tutoria� - Nasciment�, Cresciment� � Desenvolviment� Problema 03 Referências bibliográficas: - “Embriologia clínica” - Moore. - “Obstetrícia Fundamental” - Rezende. - “Obstetrícia Básica” - Zugaib. - Site da Associação Brasileira de Pediatria. - “Tratado de Pediatria” - Sociedade Brasileira de Pediatria. Objetivos: 1. Conhecer a fisiologia, histologia e anatomia mamária. 2. Descrever o desenvolvimento mamário durante a gestação. 3. Explicar como ocorre a produção e o armazenamento do leite materno. 4. Compreender a importância do aleitamento materno até o 6o mês de vida. 5. Diferenciar a composição do leite materno para o leite artificial. 6. Descrever as técnicas de amamentação. 7. Interpretar o Z Escore relacionado com a curva de crescimento até os 2 anos. Fechamento: MAMAS: ● Mama ⇒ projeção hemisférica de tamanho variável anterior aos músculos peitoral maior e serrátil anterior, e ligada a eles por uma camada de fáscia composta por tecido conjuntivo denso irregular. ● Cada mama tem uma projeção pigmentada, a papila mamária, que tem uma série de aberturas pouco espaçadas de ductos, chamados ductos lactíferos, dos quais emergem leite. ● Aréola da mama: - Área circular de pele pigmentada ao redor do mamilo. - Aspecto áspero, porque contém glândulas sebáceas modificadas. ● Ligamentos suspensores da mama: - Faixas de tecido conjuntivo que correm entre a pele e a fáscia. - Apoiam a mama. - Tornam-se mais soltos com a idade ou com a tensão excessiva que pode ocorrer na prática prolongada de corrida ou atividade aeróbica de alto impacto. - Utilizar sutião com bom apoio pode retardar este processo e ajudar a manter a força dos ligamentos. ● Glândula mamária: - Glândula sudorípara modificada que produz leite. - Consiste em 15 a 20 lobos, separados por uma quantidade variável de tecido adiposo. ● Em cada lobo, existem vários compartimentos menores chamados lóbulos, compostos por agrupamentos de glândulas secretoras de leite, em forma de uva, chamados alvéolos. ● A contração das cs mioepiteliais em torno dos alvéolos ajuda a impulsionar o leite em direção às papilas mamárias. ● Quando está sendo produzido leite, ele passa dos alvéolos por vários túbulos secundários e, em seguida, para os ductos mamários. ● Próximo do mamilo, os ductos mamários se expandem discretamente para formar os seios lactíferos, onde um pouco de leite pode ser armazenado antes de ser drenado para um ducto lactífero. ● Cada ducto lactífero normalmente transporta leite de um dos lobos para o exterior. ● Funções das glândulas mamárias ⇒ síntese, secreção e ejeção de leite (lactação). Medicina - UniCEUB 1 Eduarda Pupe Rosas 2022 ● A produção de leite é estimulada em grande parte pelo hormônio prolactina liberado pela adenoipófise, com contribuições da progesterona e dos estrogênios. ● A ejeção do leite é estimulada pela ocitocina, que é liberada pela neuro-hipófise, em resposta à sucção do bebê na papila mamária da mãe. Mamas antes da puberdade: ● Glândulas mamárias compostas de porções dilatadas (seios galactóforos) e várias ramificações (ductos galactóforos). ● Desenvolvimento das mamas durante a puberdade faz parte das características sexuais secundárias das meninas. - As mamas aumentam de tamanho e desenvolvem um mamilo proeminente. Mamas durante a puberdade: ● Aumento das mamas ⇒ resulta do acúmulo de tecido adiposo e conjuntivo, além de certo crescimento e ramificação dos ductos galactóforos. ● A proliferação dos ductos galactóforos e o acúmulo de gordura se devem ao aumento da quantidade de estrógenos circulantes. Mamas na mulher adulta: ● Mamas já desenvolvidas. ● Glândulas mamárias ⇒ lactação. Características anatômicas das mamas: ● Mamas ⇒ órgão par, situadas na face anterior do tórax. ● Possuem formas e tamanhos variados de acordo com uma série de fatores como etnia, idade, peso etc. ● O tamanho da mama está diretamente associado à quantidade de gordura e não indica sua capacidade de lactar. ● É comum existir uma assimetria de volume entre ambas as mamas. ● Aréola ⇒ zona central, área hiperpigmentada, com pequena saliência mediana (papila). ● Tubérculos de Montgomery ⇒ glândulas de secreção externa. ● Estrutura ⇒ parênquima mamário + estroma conjuntivo + tecido gorduroso. ● Parênquima mamário ⇒ alvéolos/glândulas mamárias + ductos lactíferos. ● Alvéolos/glândulas mamárias: - Responsáveis pela produção do leite. - Membrana basal + camada de cs epiteliais produtoras de secreção láctea (cs alveolares). - Envolvidos por capilares sanguíneos e por uma camada de cs mioepiteliais. ● Cs alveolares ⇒ estimuladas pela prolactina. ● Cs mioepiteliais ⇒ estimuladas pela ocitocina. ● Seios galactóforos ⇒ depósitos de leite localizados abaixo da aréola. ● Ao se contraírem, as cs mioepiteliais expulsam o leite para dentro e ao longo dos ductos menores, e destes para os ductos principais, indo armazenar-se nos seios galactóforos e exteriorizam-se através dos 15 a 20 orifícios nas papilas. ● Estroma ⇒ tecido de natureza conjuntiva, disposto em torno dos alvéolos e ductos, e por zonas de maior espessamento, sob a forma de septos, dividindo a mama em vários setores (lobos mamários. ● A irrigação arterial da mama provém principalmente das artérias mamárias interna e externa e das artérias intercostais. - Artéria mamária interna → ramo da artéria subclávia. - Artéria mamária externa → ramo da artéria axilar. - Artérias intercostais → ramos da artéria aorta. ● As veias são divididas em 2 sistemas: superficial e profundo. - Veias superficiais → desembocam na veia mamária interna ou seguem em direção às veias do pescoço e jugular interna. Medicina - UniCEUB 2 Eduarda Pupe Rosas 2022 - Veias profundas → formadas pelos ramos das veias mamária interna, axilar e intercostais. ● A inervação superficial cutânea da mama é feita pelos 6 primeiros nervos intercostais, pelo ramo supraclavicular do plexo cervical superior e pelos ramos torácicos do plexo braquial. ● A inervação sensitiva é encontrada na base da papila e na aréola, onde os lábios do lactente produzem maior estímulo com a sucção. DESENVOLVIMENTO MAMÁRIO NA GESTAÇÃO: ● As mamas começam a se desenvolver na puberdade. ● Esse desenvolvimento é estimulado pelos estrogênio do ciclo sexual feminino mensal. ● Os estrogênios estimulam o crescimento da parte glandular das mamas e o depósito de gordura na região. ● Além disso, ocorre crescimento bem mais intenso durante a gestação, por causa do estado de altos níveis de estrogênio. ● E só durante a gestação que o tecido glandular fica inteiramente desenvolvido para a produção de leite. Estrogênio: ● Durante toda a gravidez, a grande quantidade de estrogênios secretada pela placenta faz com que o sistema de ductos das mamas cresça e se ramifique. ● Simultaneamente, o estroma das mamas aumenta em quantidade, e grande quantidade de gordura é depositada na região. ● 4 outros hormônios são importantes para o crescimento do sistema de ductos ⇒ hormônio do crescimento (GH), prolactina, glicocorticóides adrenais e insulina. ● Sabe-se que cada um desses hormônios tem pelo menos algum papel no metabolismo das proteínas, o que explica a função deles no desenvolvimento das mamas. Progesterona: ● O desenvolvimento final das mamas em órgãos secretores de leite também requer progesterona. ● Quando o sistema de ductos estiver desenvolvido, a progesterona, agindo sinergicamente com o estrogênio, causará o crescimento adicional dos lóbulos mamários, com multiplicação dos alvéolos e desenvolvimento de características secretoras nas cs dos alvéolos. ● Essas mudanças são análogas aos efeitos secretores da progesterona no endométrio uterino na última metade do ciclo menstrual feminino. Mudanças anatômicas e fisiológicas: ● Início da gravidez (5a a 8a semana)⇒ crescimento mamário. - Aumento do volume das mamas, dilatação das veias superficiais, aumento da pigmentação da aréola e do mamilo. ● 13a semana ⇒ aumento do fluxo sanguíneo (dilatação dos vasos). ● 20a semana ⇒ epitélioalveolar cessa sua proliferação e inicia sua fase secretora. ● Crescimento contínuo da mama decorrente da progressiva dilatação alveolar, produzida pelo colostro e vascularização. ● Ao final do 3o trimestre, observa-se colostro no interior dos lóbulos glandulares. Primeiro trimestre: ● Aumento dos níveis de estrogênio e progesterona. ● Formação dos lóbulos da mama (mamogênese). ● Aumento da vascularização. ● Sistema de ductos se expande e se ramifica no tecido adiposo. ● Estímulo da hipófise, elevando os níveis de prolactina. - O surto desse hormônio acontece em decorrência da gravidez, e é aumentado, gradativamente, durante a amamentação. - Responsável pelo crescimento e pela atividade secretora dos alvéolos mamários. ● Desenvolvimento dos alvéolos ⇒ diferenciação secretória (diferenciação das cs epiteliais alveolares em cs secretoras de leite). Segundo trimestre: ● Glândulas mamárias suficientemente desenvolvidas para produzir os componentes do leite, por causa da estimulação da prolactina. ● A produção de leite é inibida por altos níveis de estrogênio e progesterona. ● Produção do colostro. - Imunoglobulinas (anticorpos), água, leucócitos, proteínas e carboidratos. - Em alguns casos, sua produção é tão grande que pode ocorrer o extravasamento antes mesmo de ser ejetado pela ocitocina. ● Embora a atuação dos hormônios esteróides (estrogênio e progesterona) sejam essenciais para o desenvolvimento físico das mamas, ambos exercem papel inibitório da ejeção do leite, ou seja, inibirão a produção de ocitocina. ● Durante o trabalho de parto, ocorrerá aumento da concentração de ocitocina (responsável pela Medicina - UniCEUB 3 Eduarda Pupe Rosas 2022 contração uterina) e queda brusca de estrogênio e progesterona, que param de ser secretadas pela placenta. ● Após o parto, a produção de prolactina não se dá de forma contínua, mas sim com picas a cada vez que a criança mama, ou seja, é estimulada pela sucção. ● Ao soltar o peito, a prolactina apresenta decaimento. ● Além disso, a criança não suga o leite produzido naquele momento, mas sim o que já estava armazenado. Terceiro trimestre: ● Decaimento dos níveis de estrogênio e progesterona, permitindo a produção de leite e eventual descida para a amamentação. ● Escurecimento da aréola. ● Aumento da proeminência das glândulas de Montgomery. - Glândulas sebáceas localizadas na aréola e no entorno do mamilo. - Produzem secreções sebáceas que mantém a aréola e o mamilo lubrificado e protegido. - Substâncias voláteis nas secreções podem servir de estímulo olfativo para o apetite dos bebês. ● A involução pós-lactacional ocorre na cessação da produção de leite causada por um declínio da prolactina. PRODUÇÃO E ARMAZENAMENTO DE LEITE Lactação: ● Produção e ejeção do leite pelas glândulas mamárias. ● Prolactina (PRL) ⇒ principal hormônio envolvido na promoção de leite, que é secretado pela adeno-hipófise. ● Durante a gestação, a produção de leite é inibida pela ação da progesterona, a qual inibe os efeitos da prolactina. ● Após o parto, os níveis de estrogênios e progesterona no sangue da mãe diminuem, e a inibição é removida. ● Ação da sucção do RN⇒ principal estímulo para manter a secreção de PRL durante a lactação. - Desencadeia impulsos nervosos nos receptores de estiramento das papilas mamárias ao hipotálamo. - Os impulsos diminuem a liberação hipotalâmica do hormônio inibidor da prolactina (PIH) e aumentam a liberação do hormônio liberador de prolactina (PRH). - Mais prolactina é liberada pela adeno-hipófise. ● O reflexo de ejeção de leite é um ciclo de feedback positivo. - A ocitocina estimula a contração das cs mioepiteliais nas mamas, que comprime as cs glandulares e ductos, causando a ejeção do leite. ● Ocitocina ⇒ causa a liberação de leite nos ductos mamários por meio do reflexo de ejeção de leite. ● O leite formado pelas cs glandulares das mamas é armazenado até que o RN comece a sugar ativamente. ● A estimulação dos receptores sensíveis ao toque na papila mamária desencadeia impulsos nervosos sensitivos que são retransmitidos para o hipotálamo. ● Em resposta, a secreção de ocitocina pela neuro-hipófise aumenta. ● Transportada pela corrente sanguínea até as glândulas mamárias, a ocitocina estimula a contração das cs mioepiteliais que cercam as cs e ductos glandulares. ● A compressão resultante move o leite dos alvéolos das glândulas até os ductos mamários, onde ele pode ser sugado (ejeção do leite). ● Mesmo que a ejeção real de leite não ocorra até 30-60 seg depois de a mamada começar (período de latência), um pouco de leite que fica armazenado nos seios lactíferos próximos da papila mamária está disponível durante o período de latência. ● Outros estímulos além da sucção, como ouvir o choro do RN ou tocar os órgãos genitais da mãe, também podem desencadear a liberação de ocitocina e ejeção do leite. Medicina - UniCEUB 4 Eduarda Pupe Rosas 2022 ● A estimulação da sucção que produz a liberação de ocitocina também inibe a liberação de PIH; isto resulta no aumento da secreção de prolactina, que mantém a lactação. ● Colostro: - Líquido turvo secretado durante o final da gestação e nos primeiros dias após o nascimento. - Menos nutritivo que o próprio leite materno. - Contém menos lactose e praticamente nenhuma gordura. - Serve adequadamente até o surgimento do leite verdadeiro por volta do 4o dia após o parto. ● O colostro e o leite materno contêm anticorpos importantes que protegem o RN durante os primeiros meses de vida. ● Após o nascimento, o nível de prolactina começa a voltar aos valores em não gestantes. ● No entanto, o aleitamento faz com que os impulsos nervosos dos mamilos para o hipotálamo aumentam a liberação de PRH e diminuem a de PIH, resultando em um aumento de 10x na secreção de prolactina. ● A prolactina atua sobre as glândulas mamárias para fornecer leite para a próxima mamada. ● Se este aumento na prolactina for bloqueado por uma lesão ou doença, ou se a amamentação for descontinuada, as glândulas mamárias perdem a capacidade de produzir leite em apenas alguns dias. Lactogênese: ● 2 dias pós-parto: - Poucas transformações nas mamas. - Secreção de colostro. ● 3 dias pós-parto: - Aumento na consistência das mamas, que se tornam pesadas, congestas e dolorosas. - Possível sensação de parestesia (formigamento). - Processo de afluxo volumoso de leite às mamas da mulher que amamenta (apojadura). - A apojadura indica a mudança na regulação hormonal da lactação, que deixa de ser endócrina e se torna autócrina. - Calor na região das mamas → causada por aumento do fluxo sanguíneo e intensificação dos fenômenos secretórios. ● Leite materno ⇒ proteínas + carboidratos + lipídeos + sais minerais + vitaminas. ● Lactogênese ⇒ início da produção láctea, que não ocorre na gravide em função do efeito inibitório da progesterona, que impede a atuação da PRL. ● Após o parto, com o declínio acentuado dos esteróides ovarianos placentários, desaparecem os efeitos inibitórios de PRL. ● PRL ⇒ principal hormônio da lactogênese. ● Após o parto, há queda abrupta e profunda dos níveis de progesterona e estrogênio, o que remove a influência inibitória da progesterona na produção de 𝛼-lactalbumina pelo retículo endoplasmático, promovendo a ação da PRL. ● O aumento da 𝛼-lactalbumina estimula a secreção da lactose láctea. Lactopoese: ● Depois de iniciada, a lactação (lactogênese) é mantida (lactopoese) pela existência do reflexo neuroendócrino da sucção do mamilo pelo lactente, que age no eixo hipotalâmico-hipofisário e culminam por determinar a liberação de PRL e de ocitocina. ● A sucção por via medular inibe a dopamina hipotalâmica (PIF), promovendo a liberação da PRL. ● A PRL mantém a secreção láctea, e a ocitocina age nas cs mioepiteliais e musculares situadas, respectivamente, ao redor do ácinos e ao redor dos canais intralobulares. ● A solicitação repetida do mamilo, com o esvaziamento continuado dos ácinos, resulta em intensificação da produção de leite. ● A intensidade e a duração dalactação são controladas, em parte, pelo estímulo repetitivo da amamentação. ● Embora, após o parto, a PRL plasmática caia a níveis inferiores aos da gravidez, cada ato de sucção do mamilo estimula a sua produção. ● Provavelmente, o estímulo do mamilo refreia o PIF hipotalâmico, possibilitando o aumento da secreção de PRL. ● A neuro-hipófise também secreta ocitocina em pulsos, o que estimula a ejeção do leite ao causar a contração das cs mioepiteliais do alvéolo mamário. Medicina - UniCEUB 5 Eduarda Pupe Rosas 2022 ● O leite é produzido no intervalo das mamadas, de modo a ficar armazenado na glândula mamária. ● A síntese de leite é um processo lento e não poderia completar-se no decurso da amamentação, um episódio fisiológico relativamente rápido. ● Na 1a semana pós-parto, forma-se o colostro e depois um leite de transição por 2 a 3 semanas, para, finalmente, surgir o leite maduro definitivo. ALEITAMENTO MATERNO: ● Benefício do aleitamento ⇒ fator nutricional. - O leite materno é uma solução estéril que contém quantidades de ácidos graxos, lactose, aminoácidos, minerais, vitaminas e água ideais para a digestão do bebê, desenvolvimento neuronal e crescimento. ● Células benéficas: - Vários tipos de leucócitos presentes no leite. - Neutrófilos e macrófagos → servem como fagócitos, ingerindo micróbios no sist. digestório do RN. - Macrófagos → produzem lisozima e outros componentes do sistema imune. - Cs plasmáticas (que se desenvolvem a partir dos linfócitos B) → produzem anticorpos contra microrganismos específicos. - Linfócitos T → destroem diretamente os micróbios ou ajudam a mobilizar outras defesas. ● Moléculas benéficas: - Anticorpos IgA. - Proteínas de ligação à vitamina B12 (ligam-se à vit. B12) e lactoferrina (liga-se ao ferro). - Ácidos graxos → alguns deles podem matar determinado vírus ao perturbar suas membranas. - Lisozima → mata bactérias rompendo suas paredes celulares. - Interferons → aumentam a atividade antimicrobiana das cs imunes. ● Diminuição da incidência de doenças na vida adulta: - O aleitamento propicia pequena redução no risco de linfoma, doença cardíaca, alergias, infecções respiratórias e gastrointestinais, infecções de orelha, diarreia, diabetes melito e meningite. ● Crescimento infantil ideal. ● Melhora o desenvolvimento intelectual e neurológico. ● Promove o vínculo mãe-RN, estabelecendo contato precoce e prolongado entre eles. ● Os prematuros se beneficiam ainda mais da amamentação, porque o leite produzido por suas mães parece ser especialmente adaptado às necessidades deles (possui maior teor de proteína do que o leite da puérpera com RN a termo). ● O RN tem menor probabilidade de ter uma reação alérgica ao leite de sua mãe do que ao leite de outra fonte. ● A amamentação é importante à saúde do lactente sob o aspecto nutricional, imunológico, gastrintestinal, psicológico, do desenvolvimento e da interação entre mãe e filho (OMS). ● Com o intuito de prevenir a desnutrição precoce e reduzir a morbimortalidade infantil, a OMS recomenda o aleitamento materno exclusivo (AME) até o 6o mês de vida e a sua complementação até os 2 anos de idade ou após (OMS, 2008). ● A amamentação traz inúmeros benefícios e estes estão integrados com a redução do risco para desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes melito, câncer antes dos 15 anos e sobrepeso/obesidade. ● A lactação faz solicitações fisiológicas nutricionais expressivas à mãe. ● A decisão de amamentar é pessoal e sujeita a várias influências, resultantes da socialização de cada mulher. LEITE MATERNO X LEITE ARTIFICIAL: Leite materno: ● Lipídeos (51% da energia total do leite): - Ácidos graxos. - Essenciais para o metabolismo cerebral, o transporte de vitaminas e hormônios lipossolúveis. - Se modificam de acordo com a dieta materna. ● Carboidratos (43% da energia total do leite): - Lactose. - Pequenas quantidades de galactose, frutose e outros oligossacarídeos. - Auxiliam na absorção de cálcio e ferro. - Promove a colonização intestinal com lactobacilos, que auxiliam na redução do pH intestinal, criando um meio desfavorável para o crescimento de enterobactérias. ● Proteínas (6% da energia total do leite): - Lactoalbumina. - Caseína → ajuda a proteger contra infecções intestinais, evitando a aderência de bactérias na mucosa intestinal. Medicina - UniCEUB 6 Eduarda Pupe Rosas 2022 ● Vitaminas: - Quantidades suficientes para suprir as necessidades do lactente. - Vitamina A e complexo B variam de acordo com a ingestão materna. ● Em comparação ao leite de vaca, as gorduras e o ferro de leite materno são mais facilmente metabolizados e o menor teor de sódio do leite materno é mais adequado às necessidades do RN. Leite artificial: ● Parcialmente desnatados, desmineralizados e adicionados de óleo vegetal, vitaminas e ferro. ● Proteína ⇒ caseína. ● Lipídeos ⇒ gordura láctea. ● Carboidratos ⇒ acréscimo de lactose. ● Vitaminas e minerais ⇒ devem estar de acordo com a legislação. TÉCNICAS DE AMAMENTAÇÃO: ● O posicionamento do RN para amamentar é importante para determinar uma amamentação efetiva. Posição sentada: ● Lactante ⇒ relaxada, confortável, bem apoiada, não curvada para trás nem para frente. ● Posição da mão na mama ⇒ polegar acima da aréola e indicador abaixo da mesma, como uma letra “C”. ● Posição do lactente ⇒ de frente pra mama, com a boca centrada em frente ao mamilo, bem aberta, com seu queixo tocando a mama e o nariz afastado, tendo cabeça, tronco e membros em linha reta. ● Sucção ⇒ verifica-se se a pega está correta, se o lactente estiver fazendo sucções longas, seguidas de pausas e pequenas sucções e observando-se a deglutição. ● A duração de cada mamada é variável. ● Geralmente, o lactente se satisfaz com 10 a 15 minutos em cada mama; porém, deve-se deixá-lo mamãe enquanto estiver sugando. ● Para terminar a mamada, o ideal é que o lactente solte a mama espontaneamente. ● Quando este fato não ocorrer, a mãe coloca a ponta do dedo mínimo na boca da criança, desfazendo o vácuo e a criança solta a mama, sem machucá-la. ● O lactente deve ser colocado em posição vertical para eructação e evitar a broncoaspiração, com a cabeça apoiada no ombro materno. Posição sentada inversa: ● O corpo do lactente dispõe-se abaixo da axila materna, com o ventre apoiado nas costelas da lactante. ● Apoia-se o corpo do RN no braço materno e a cabeça na mão. Posição deitada: ● A puérpera e o lactente permanecem deitados de lado, de frente um para o outro. ● Oferece-se a mama do lado em que está deitada. Método mãe-canguru: ● Foi desenvolvido na Colômbia com o objetivo de efetivar a alta hospitalar precoce de RN com baixo peso, em virtude dos recursos escassos locais. ● Atualmente, é utilizado em vários países com a finalidade de aumentar os vínculos afetivos entre mãe e filho e promover o desenvolvimento neuropsicomotor do neonato. Z ESCORE E CURVA DE CRESCIMENTO: ● A avaliação do crescimento é importante para: - Acompanhar a normalidade do crescimento. - Diagnosticar os desvios do crescimento. - Promover a estimulação e a intervenção precoce. - Impedir progressos de agravos já instalados. - Garantir o pleno desenvolvimento da criança. Medicina - UniCEUB 7 Eduarda Pupe Rosas 2022 TABELA 2 - TRATADO DE PEDIATRIA 1 PÁGINA 87 Avaliação antropométrica obrigatória nas consultas pediátricas: ● Peso. ● Comprimento até os 2 anos. ● Altura após os 2 anos. ● Alvo genético: - Sexo masculino: altura do pai (cm) + altura da mãe (cm) + 13/2 ± 5 a 10 cm. - Sexo feminino: altura do pai (cm) + altura da mãe (cm) - 13/2 ± 5 a 10 cm ● Velocidade de crescimento (intervalo mínimo de 6 meses entre as medidas). ● Perímetro cefálico até os 2 anos. ● Proporções corporais (SS/SI): - SI = sínfise púbica até o chão. - SS = SI - estatura total. - Padrão de normalidade → até os 3 anos (1,7), aos 3 anos (1,3) e após 8 anos (1). ● IMC para classificação do estado nutricional. ● Perímetro abdominal na presença de sobrepeso/obesidade. ● Idade óssea na baixa estatura. ● SS/SI = segmento superior/ segmento inferior. Curvas de crescimento: ● Curvas de crescimento⇒ reproduzem, para cada idade e sexo, os valores considerados normais para as diversas medidas corpóres. ● Estes valores foram coletados de amostras de crianças e adolescentes saudáveis, com alimentação adequada e sem fatores de risco no período perinatal. ● Esses gráficos descrevem como crianças saudáveis devem crescer em condições ideais. Escore Z: ● Forma de comparar as medidas antropométricas. ● Escore Z ⇒ valor que afere a distância em desvio-padrão que a medida de um paciente se encontra da média da população de mesma idade e sexo para peso, estatura e perímetro cefálico, por exemplo. ● Escore Z positivo⇒ criança está acima da média da população. ● Escore Z negativo ⇒ criança está abaixo da média da população. ● Escore Z zero ⇒ criança está na média. ● 𝐸𝑠𝑐𝑜𝑟𝑒 𝑍 = 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝑐𝑚) − 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑚é𝑑𝑖𝑎 (𝑐𝑚)𝑑𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 Medicina - UniCEUB 8
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