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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/279449813 INTRODUÇÃO A PATOLOGIA DE SEMENTES E TESTES CONVENCIONAIS DE SANIDADE DE SEMENTES pARA A DETECÇÃO DE FUNGOS FITOPATOGÊNICOS Article · January 2010 CITATIONS 15 READS 2,656 2 authors, including: Ellen Barrocas Indigo Agriculture 15 PUBLICATIONS 110 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Ellen Barrocas on 30 June 2015. 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Agr. Dr. Prog. Fitopatologia/Sementes, Universidade Federal de Lavras (UFLA-MG), e-mail: ellennoly@gmail.com 21Eng. Agr. Dr. Prof. Fitopatologia/Sementes, Universidade Federal de Lavras (UFLA-MG), e-mail: machado@dfp.ufla.br INTRODUÇÃO A pATOLOGIA DE SEMENTES E TESTES CONVENCIONAIS DE SANIDADE DE SEMENTES pARA A DETECÇÃO DE FUNGOS FITOpATOGÊNICOS EllEn noly Barrocas1 José da cruz Machado2 INTRODUÇÃO A qualidade sanitária das sementes é um dos aspectos que mais tem merecido atenção nos sistemas produtivos e comércio agrícola, considerando os reflexos negativos que a associação de patógenos com sementes pode gerar. Como a semente é um insumo básico para a produção da maioria das espécies vegetais de interesse humano sua qualidade é um aspecto que exige maior atenção e extremo cuidado por parte dos sistemas de certificação. O estabelecimento de padrões sanitários apresenta-se como o melhor caminho para a definição de índices regionais de ocorrência de um determinado patógeno nas sementes, acima dos quais as perdas causadas pelo uso desse lote são inaceitáveis. De modo geral, as sementes podem abrigar e transportar microrganismos de todos os grupos taxonômicos, patogênicos ou não, por isso a detecção desses organismos torna-se uma das mais importantes ferramentas no manejo fitossanitário de doenças. Os resultados dos testes empregados para este fim podem indicar a ausência de patógenos, ou ainda, caso o patógeno esteja presente, o nível de inóculo nas sementes. Dessa forma é possível evitar a entrada de patógenos em áreas onde ele ainda não existe, evitar a disseminação de patógenos para áreas adjacentes e auxiliar na aplicação de tratamento apropriado para o lote de sementes. Os critérios utilizados para a detecção de fungos em sementes seguem, de modo geral, as mesmas regras adotadas pela International Seed Testing Association (ISTA) e, em sua maioria, consistem em estimular os microrganismos a produzirem estruturas, ou alguns metabólitos, que permitam a sua identificação. Os métodos utilizados na detecção de fungos em sementes baseiam-se em diferentes aspectos que variam desde análise visual da amostra e da fração impura, bem como exame microscópico da suspensão proveniente da lavagem de sementes, exame de embriões, método do rolo de papel, incubação em meios de cultura padronizados ou meios semi-seletivos e incubação em substrato de papel de filtro (blotter test) e, na maioria das vezes, com a confirmação por meio de observação ao microscópio. Do ponto de vista ecológico, esses agentes podem ser agrupados em organismos de campo, onde predominam espécies fitopatogênicas, e organismos de armazenamento, com pequeno número de espécies que deterioram as sementes. O agrupamento dos fungos em termos de classificação para a detecção em testes de sanidade toma por base a natureza de parasitismo dos organismos em biotróficos e necrotróficos. Os agrupamentos com base em características morfológicas, como tipo de frutificação, tamanho, forma e cor de esporos e outras propriedades são importantes para a identificação desses organismos por ocasião de uma análise sanitária. vol. 20, nº.3, 2010 Informativo ABRATES 75 O conhecimento das estruturas dos fungos em seu ciclo biológico é, portanto, um requisito indispensável por parte dos analistas. Conceituação e descrições detalhadas de estruturas fúngicas como, acérvulos, picnídios, esporodóquios, sinêmios, clamidósporos, escleródios ou esclerócios, peritécios, além dos diferentes tipos de esporos/conídios, podem ser encontrados em livros textos especializados, devendo ser consultados constantemente pelos analistas e demais profissionais ligados a análise sanitária de sementes, em casos de dúvidas. O Manual de Análise Sanitária de Sementes disponível na íntegra pelo site www.agricultura.gov.br/images/ MAPA/.../manual_analises_sanitarias.pdf, disponibiliza um material de fácil consulta que deve ser utilizado por todos os analistas de sementes. Atualmente, também é possível a utilização de técnicas moleculares que se baseiam em análises de ácidos nucléicos. Tais técnicas auxiliam a contornar algumas limitações dos testes convencionais como identificação em nível de espécies, subespécies, variedades e raças. A seleção do método utilizado para o teste de sanidade de sementes não deve ser, necessariamente, o mais moderno, mas devem sempre apresentar características como especificidade, sensibilidade, acurácia, reprodutibilidade, rapidez e baixo custo. Todas essas características devem sempre se correlacionar com a forma de associação existente entre o patógeno e a semente. REFERÊNCIAS BARROCAS, E.N. MACHADO, J,C.M.; FIGUEIRA, A.R.; SOUZA, R.M.; ISHIDA, A.K.N.; ZACARONI, A.B.; ROCHA, H.S. Uso de técnicas moleculares para a diagnose de patógenos em sementes., Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.30, n.253, p.24-32, 2009. BRASIL, Manual de Análise Sanitária de Sementes – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Brasília: MAPA-ACS, 2009, 200p. MACHADO, J.C. POZZA, E.A. Razões e procedimentos para o estabelecimento de padrões de tolerância a patógenos em sementes. In: ZAMBOLIN, L. Sementes: qualidade fitossanitária.Viçosa: UFV, p. 375-398, 2005. TAYLOR, E.; BATES, J.; JACCOUD, D. Diagnosis of seedborne pathogens. Handbook of seed science and technology.In: BASRA, A.S. New York: Binghamton p. 649-675.2006. Munkvold, G.P. Seed Pathology Progress in Academia and Industry. Annual Review of Phytopathology, v. 47, p.285–311, 2009. vol. 20, nº.3, 2010 Informativo ABRATES 76 ASSOCIAÇÃO E METODOLOGIA DE DETECÇÃO DE VÍRUS EM SEMENTES EllEn noly Barrocas1 José da cruz Machado2 INTRODUÇÃO A associação de fitopatógenos com sementes tem sido responsável por danos significativos em cultivos comerciais, causando prejuízos, tanto para os produtores de sementes como para os produtores e consumidores de grãos, além dos efeitos danosos a todo sistema produtivo. Essa associação representa uma maneira muito eficiente de introdução de patógenos em novas áreas de cultivo e também de uma forma de disseminação segura, já que introduz na área de cultivo pontos aleatórios que representam focos de distribuição da doença. Além disso, a introdução precoce de patógenos por sementes favorece a presença do inóculo desde o início do ciclo de vida da planta, quando esta é mais suscetível. No caso de sementes que transmitem vírus somente 18% dos vírus já descritos podem ser transmitidos por sementes em um ou mais hospedeiros podendo infectar o embrião ou tegumento das sementes. Entretanto, existem diversos exemplos de viroses de grande importância econômica transmitidas no Brasil que são transmitidos por sementes: mosaico comum da alface (Lettuce mosaic vírus – LMV), mosaico comum do feijoeiro (Bean common mosaic vírus – BCMV), mosaico da abóbora, mosaico do tomateiro (Tomato mosaic vírus – ToMV e Tobacco mosaic virus –TMV), mosaico da soja (Soybean mosaic virus –SMV) dentre outros. Existem diferentes formas descritas para que ocorra a infecção das sementes que são bem descritas nas revisões de Johansen et al., 1994 e Maule &Wang, 1996 e o processo de infecção depende de uma série de fatores para que corra a transmissão. Apesar de somente a minoria das relações resultarem no processo de infecção a transmissão de vírus com sementes pode ser considerada importante com conseqüências econômicas sérias para o produtor. A taxa baixa de transmissão não constitui um bom indicador epidemiológico, já que em conjunto com a presença de vetores na área podem resultar na introdução de vírus em novas áreas pode gerar epidemias e também podem levar a disseminação para locais mais distantes. Por exemplo, no caso do vírus do mosaico da alface, um potivirus cujo vetor transmite o vírus de modo não persistente, a incidência de 0,001% de sementes infectadas podem levar ao comprometimento da cultura. Neste caso além da perda de produtividade ocorre também a perda de qualidade do produto. Por isso, ao contrário de outras doenças causadas por patógenos, as viroses geram doenças que não podem ser controladas quando já estão presentes no campo. Neste caso o uso de sementes verdadeiras certificadas comprovadamente livres de vírus representa a medida de controle mais importante. Assim sendo, as medidas de controle devem ser de caráter preventivo, visando impedir ou retardar o máximo possível a entrada do vírus na planta. Para garantir a sanidade de sementes é necessário o uso de técnicas de diagnose sensíveis, eficientes e de alta repetibilidade. Para escolha do método de detecção de vírus em sementes vários fatores devem ser considerados: Geralmente a porcentagem de transmissão dos 1. vírus pelas sementes é baixa e bastante variável e pode ser influenciada pela espécie e estirpe viral, espécie hospedeira, presença de genes de resistência, estádio fenológico da planta infectada, localização das sementes na planta, idade das sementes, condições ambientais e vetores na área. A detecção de vírus nas sementes verdadeiras 2. geralmente apresentam baixa concentração de partículas virais. Os vírus nem sempre induzem sintomas visíveis nas 3. sementes e nas sementes que delas se originam. 1 Departamento de Fitopatologia Universidade Federal de Lavras (UFLA) Lavras - MG, e-mail: ellennoly@gmail.com 2Eng. Agr. Dr. Prof. Fitopatologia/Sementes, Universidade Federal de Lavras (UFLA) Lavras - MG, e-mail: machado@dfp.ufla.br vol. 20, nº.3, 2010 Informativo ABRATES 77 Diversos testes podem ser usados para detectar vírus em associação com sementes e alguns são recomendados no Manual de Análise Sanitária (Brasil 2009). Dentre as técnicas mais usualmente utilizadas estão os métodos biológicos, que consistem na observação dos sintomas nas plantas provenientes da germinação das sementes, os testes sorológicos como ELISA (Enzyme- linked immunosobent Assay) e as técnicas moleculares como o PCR (para vírus de DNA) e o RT-PCR (para vírus de RNA). Diversas variações dessa técnica têm sido empregadas. Dentre elas o Nested PCR, Multiplex PCR, Fluorescence RT-PCR e Competitive fluorescent PCR e combinações com outras técnicas como Immuno capture PCR e RFLP (restriction fragment lenght polymorphism) além do PCR em tempo real que permite a quantificação do patógeno na amostra de sementes. REFERÊNCIAS ALMEIDA, J.E.de M. Estabelecimento e adaptação de métodos para a detecção de vírus em sementes de pimentão, tomate, alface e feijão. 47p. 2009. Dissertação de mestrado. Universidade Federal de Lavras BATISTA, M.de F.; MARINHO, V.L. de ALMEIDA.Vírus e viróides transmitidos por sementes: Brasília: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia,Brasília, 2003. 80p. BARROCAS, E.N. MACHADO, J,C.M.; FIGUEIRA, A.R.; SOUZA, R.M.; ISHIDA, A.K.N.; ZACARONI, A.B.; ROCHA, H.S. Uso de técnicas moleculares para a diagnose de patógenos em sementes., Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.30, n.253, p.24-32, 2009. BRASIL, Manual de Análise Sanitária de Sementes – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Brasília: MAPA-ACS, 2009, 200p. JOHANSEN, E. EDWARDAS, M. HAMPTON, R.O. Seed transmission of virus: Current perspectives. Annual Review phytopathology, v.32, p.363-386, 1994. MAULE, A.J. & WANG, D. Seed transmission of plant viruses: a lesson in biological complexity. Trends in microbiology, v.4, n.4, p. 153-158, 1996. MUNKVOLD, G.P. Seed Pathology Progress in Academia and Industry. Annual Review of Phytopathology, v. 47, p.285–311, 2009. ZERBINI, F.M. Transmissão e controle de vírus em sementes. In: ZAMBOLIN, L. Sementes: qualidade fitossanitária.Viçosa: UFV, p. 135-161, 2005. vol. 20, nº.3, 2010 Informativo ABRATES 78 1 Departamento de Fitopatologia Universidade Federal de Lavras (UFLA) Lavras - MG, e-mail: luiza.costa@ymail.com 2Eng. Agr. Dr. Prof. Fitopatologia/Sementes, Universidade Federal de Lavras (UFLA) Lavras - MG, e-mail: machado@dfp.ufla.br pADRÕES SANITÁRIOS DE SEMENTES –ASpECTOS EpIDEMIOLóGICOS, TAxA DE TRANSMISSÃO E ESTABELECIMENTO DE NÍVEIS DE TOLERâNCIA Maria luiza nunEs costa1 José da cruz Machado2 INTRODUÇÃO A necessidade de se ter em mãos o máximo de controle de qualidade dos fatores de produção em sistemas agrícolas, seja em nível empresarial ou familiar, tem feito com que a pesquisa volte sua atenção para alguns aspectos que neste tipo de cadeia produtiva têm exercido um peso maior, não só quanto ao aspecto de volume e qualidade da produção como no âmbito da sustentabilidade destas atividades. Neste sentido atenção tem sido redobrada em relação à qualidade do insumo sementes, principalmente em sistemas mais extensivos onde as áreas favoráveis para o cultivo de determinadas espécies se tornam cada vez mais limitadas. O aspecto de qualidade sanitária de sementes tem sido um tema amplamente discutido em todo o mundo, considerando se que, de certa forma, ele extrapola os demais atributos de qualidade de sementes, por colocar em risco a continuidade de certos cultivos. Sementes portadoras de agentes causadores de doenças, têm sido a causa de perdas e prejuízos diretos dos mais elevados, além de atuarem como meio de introdução e disseminação de importantes doenças entre regiões produtoras, com distâncias e conseqüências ilimitadas. Portanto, o conhecimento das relações entre patógenos e sementes é fundamental parao estabelecimento de padrões de qualidade sanitária ou níveis de tolerância que os sistemas de certificação necessitam para a garantia do desempenho desejado das sementes. Além dos aspectos relacionados a natureza epidemiológica de cada doença, que já conta com metodologias próprias de investigação, como os efeitos de umidade, temperatura, composição dos substratos de plantio, manejo cultural, nível de resistência do hospedeiro, variabilidade dos patógenos, dentre outros, o estabelecimento de padrões sanitários de sementes ou níveis de tolerância de um dado patógeno em sementes, requer o estudo criterioso das relações diretas do inóculo infectivo com as sementes, que compõem um lote comercial. A taxa de transmissão de patógenos via sementes, que é uma relação matemática entre a ocorrência do patógeno nas sementes e o numero de plantas emergidas e infectadas, com sintomas ou sem sintomas, é um indicador que pode variar em função de alguns fatores, entre os quais inerentes ao próprio hospedeiro, ao patógeno e às circunstâncias onde esta relação irá ser submetida. O cálculo de taxa de transmissão de patógenos, via sementes, pressupõe portanto, a fixação de algumas condições, todas favoráveis para que esta relação se estabeleça, o que implica em se obter um índice indicador de riscos, que para o sistema de produção seja considerado inaceitável. Nesta aula, o propósito é apresentar e discutir todas estas possibilidades no que tange à metodologia de estabelecimento de padrões sanitários de sementes, fazendo com que este tema seja compreendido sob diversos pontos de vista. vol. 20, nº.3, 2010 Informativo ABRATES 79 METODOLOGÍAS ACTUALES pARA LA DETECCIóN DE BACTERIAS ASOCIADAS A SEMILLAS – ApLICACIONES EN pROGRAMAS DE CERTIFICACIóN hilda Victoria silVa roJas1 1Doutora em Ciências, Profesora Investigadora, Colegio de Postgraduados, Montecillo, México, e-mail: hsilva@colpos.mx La certificación es un proceso que consiste en inspeccionar las semillas para siembra, desde su origen, durante el proceso de producción en campo, beneficio y acondicionamiento, hasta su almacenamiento y comercialización, conforme estrictas normas de calidad. Sólo las semillas que cubren los requisitos de alta calidad genética, fisiológica, física y fitosanitaria son certificadas por el Servicio Nacional de Inspección y Certificación de Semillas en México. La calidad Fitosanitaria es una medida de la sanidad de la semilla que permite determinar la presencia o ausencia de organismos patógenos en el lote de semillas. La producción e importación de semillas en México para siembra o investigación deben cumplir con los requisitos fitosanitarios que establece la Ley Federal de Sanidad Vegetal. En campo, durante los procesos de inspección de semilla certificada se toman muestras para verificar la calidad fitosanitaria mediante las pruebas de diagnóstico establecidos por el Centro Nacional de Referencia Fitosanitaria de la Dirección General de Sanidad Vegetal, los cuales consisten en: a) Examen directo, mediante observaciones directas o bajo microscopio de la muestra que se usará para determinar la ausencia de organismos procariotas y otros agentes causales de enfermedades. b) Pruebas de inmunoabsorción como Enzyme Linked Inmunosorvent Assay (ELISA) para el diagnóstico de bacterias como Clavibacter michiganensis subsp. sepedonicus, Ralstonia solanacearum y Pectobacterium carotovorum (=Erwinia carotovora) y c) Reacción en cadena de la polimerasa (PCR), para lo cual se usan iniciadores específicos para la detección de Xanthomonas vesicatoria, Pseudomonas syringae pv. tomato, Clavibacter michiganensis subsp. michiganensis, Ralstonia solanacearum raza 3 en tomate; Clavibacter michiganensis subsp. sepedonicus, Pectobacterium atrosepticum, Dickeya chrysanthemi en papa; Pantoea stewartii en maiz; Xylella fastidiosa en frutales y Candidatus Liberibacter solanacearum en solanaceas entre otros, que se encuentran dentro de las normas nacionales como bacterias cuarentenadas para México y cuyo ingreso o presencia en territorio nacional debe ser notificado a las autoridades competentes. Sin embargo, los fitopatógenos que se transmiten a través de semilla botánica se encuentran generalmente en baja concentración que no se pueden detectar a través de métodos tradicionales, además de que los programas de certificación de semillas consideran niveles de cero para bacterias, debido a que muy pocas células bacterianas son capaces de iniciar una epidemia en condiciones ambientales favorables para el desarrollo de fitopatógenos. Por esta razón, el Laboratorio de Biotecnología de Semillas del Colegio de Postgraduados ha implementado, además de las metodologías designadas por las autoridades fitosanitarias del país, la técnica de PCR con la utilización de iniciadores universales para la amplificación y secuenciación del gen 16S rRNA para organismos procariotas cultivados y no cultivados, así como la aplicación de la técnica de MultiLocus Sequence Typing (MLST) que amplifica genes housekeeping para establecer la correcta posición taxonómica de los procariotas presentes en semillas, incluyendo nuevas plagas. Además de técnicas de técnicas más sensibles para la detección y cuantificación como la PCR en tiempo real. Otra técnica que se ha implementado es la localización de las bacterias en semillas mediante técnicas de inmunohistoquímica y transformación de bacterias usando la proteina verde fluorescente (gfp gene) para determinar si las bacterias se encuentran en el embrión de las semillas y se pueden mover a través del sistema vascular a la nueva planta. Estas metodologías nos permiten brindar servicio a los productores y especialistas sobre la calidad sanitaria de la semilla que van a utilizar en el próximo ciclo agrícola. vol. 20, nº.3, 2010 Informativo ABRATES 80 ADVANCES IN METHODOLOGY TO DETECT AND TO INVESTIGATE THE RELATIONSHIp BETWEEN FUNGI AND SEEDS WITH A FOCUS ON MOLECULAR TECHNIQUES AND pROTEIN MARKERS. thEo Van dEr lEE1 1Plant Research International, Droevendaalsesteeg 1, 6708 PB, Wageningen, the Netherlands, e-mail:theo.vanderlee@wur.nl Recent advances in molecular and spectral technology allow a fast monitoring of plant pathogens. We further developed these techniques and applied them to perform monitoring of seed contamination. The molecular techniques allow identification, quantification, genotyping and the screening of functional markers. In addition The spectral technology allows real-time and non destructive measurement of contaminations either by (multi) spectral analysis or, in a experimental set-up using GFP or RFP tagged strains, by screening of these marker molecules. Some examples of the use of these techniques in plant pathology will be shown. REAL-TIME pCR, FOR IDENTIFICATION, QUANTIFICATION AND CHARACTERIzATION OF FUNGAL SpECIES. The cereals wheat, maize, and barley are among the world’s most important food and feed crops, yet quantity and quality of the production is threatened by Fusarium Head Blight (FHB) caused by a complex of Fusarium species. The Fusarium genus is represented by a large number of evolutionary related but epidemiological and toxicologically diverse organisms that cause similar symptoms on their hosts. Some Fusarium species can be distinguished morphologically but molecular research has shown that isolates with similar morphology represent different species (e.g. O’ Donnell et al., 2007). Molecular methods are therefore required to identify the different species. Preferably these methods should be reliable, fast and inexpensive thereby allowing the screening of large number of samples. We generated TaqMan real-time PCR methods for F. culmorum, F avenaceum, F. poae, members of the Fusarium graminearum clade and fumonisin producers. These TaqMan PCRs have been applied to study the incidence and infection levels of Fusarium in wheat and maize samples. Inaddition we developed an inexpensive diagnostic PCR based on SNP identified between species using a duplex PCR strategy. We applied this diagnostic PCR and characterized over 2500 single spore isolates collected from maize, wheat and barley. Currently we are adapting the various diagnostic PCRs for the BioTrove open array PCR platform to perform both quantitative and qualitative analysis. Within programs of the EU (MYCORED) and the Netherlands (PA) we are currently applying real-time PCR methods for instance to effectively monitor presence of mycotoxin producing Fusarium species for risk maps and modeling. The methods are sensitive and robust and provide quantitative information on the presence of the plant pathogens. This can support mycotoxin screening and assist best practices in agriculture and chain management (e.g. decision support). The design and validation of these molecular tests will also be discussed. Spectral analysis The quality of seeds can vary because of infection with plant pathogens or due to other influences. To identify infected seeds it would be an advance to be able to prescreen seeds non-invasively on different phenotypes. A new platform developed at PRI uses multispectral analysis and sorting allowing the non-invasive screening and selection of seeds with different quality. Examples will be shown. REAL-TIME MEASURENT OF THE INFECTION pROCESS USING THE pATHOSCREEN pLATFORM Pathoscreen is a screening platform based on high- throughput fluorescence imaging (HTFI) that enables fast, detailed, non-destructive and multi-dimensional studies of vol. 20, nº.3, 2010 Informativo ABRATES 81 the pathogen- host interaction. Pathoscreen is based on the real time monitoring of fluorescence signals retrieved from a Green Fluorescent Protein (GFP) tagged Fusarium strain after elicitation with lasers or LEDs. It can be combined with monitoring the quantum efficiency of photosynthesis of wheat, which was demonstrated to be affected upon Fusarium infections in two ways (i) stress induced by the Fusarium infection results in increased chlorophyll fluorescence and (ii) colonized plant tissue will result in lower amounts of chlorophyll available for photosynthesis. In order to apply Pathoscreen as a selection tool in quantitative resistance screenings for breeding purposes several aspects were investigated; (i) reproducibility of the measurement of fluorescence, (ii) variation among within a single crop genotype,(iii) differentiation of resistance levels and mechanisms of in well characterized genotypes, (iv) correlation with field data, biomass as determined by TaqMan and DON content and (v) generation of a practical protocol for high-throughput screening that can be implemented in current selection/breeding programs. vol. 20, nº.3, 2010 Informativo ABRATES 82 ESTABELECIMENTO DE pADRÕES SANITÁRIOS DE SEMENTES NO BRASIL José Maurício PErEira1 1Eng. Agr., DS em Fitopatologia, Fiscal Federal Agropecuário. LASO/LANAGRO/MG; MAPA, Belo Horizonte,MG, e-mail: jose.m.pereira@agricultura.gov.br A sanidade de sementes desenvolveu-se e atingiu maturidade como ciência no Brasil nos últimos 40 anos. Porém, no sistema brasileiro de produção de sementes, a análise sanitária de sementes ainda não tem a importância da análise de outros atributos de qualidade, como pureza, presença de outras sementes e germinação. Grande parte das sementes produzidas é comercializada sem informações sobre a sua qualidade sanitária, pois não há exigência legal. Por iniciativa própria, alguns agricultores buscam a análise sanitária, mas geralmente não sabem o que fazer com o resultado apresentado pelo laboratório. É impressionante que mesmo com todo o avanço da agricultura, ainda é ignorado que as sementes constituem o insumo mais importante no estabelecimento de uma agricultura sustentável e no manejo integrado de doenças de plantas e que elas são o meio mais eficiente de disseminação de patógenos em longa distância, já que nelas esses microorganismos conseguem sobreviver desde a colheita até o plantio, por períodos longos. Assim, o uso de sementes fora do controle dos programas de certificação, tem proporcionado, em grande parte, o surgimento de sérios problemas sanitários, fruto, quase sempre, do uso de sementes de má qualidade sanitária ao lado de falhas no manejo da cultura. O uso de sementes de má qualidade sanitária pode ser considerado, portanto, um dos maiores responsáveis por perdas intoleráveis, tanto do ponto de vista econômico, como em relação ao aspecto de sustentabilidade da atividade agrícola em muitas regiões, o que, em última análise, significa uma ameaça grave para todo o sistema agrícola do país. Na década de 70, Nasser e colaboradores alertavam os produtores de sementes da região Sudeste, do perigo de se exportar sementes de feijoeiro, contaminadas e, ou infectadas com Sclerotinia sclerotiorum, agente etiológico do mofo branco, para a nova fronteira agrícola do cerrado. O alerta não foi de todo considerado, e hoje, inúmeras áreas irrigadas no cerrado, principalmente pelo sistema de pivô central, foram inviabilizadas pela introdução do patógeno. É de conhecimento de vários setores do agronegócio que o estabelecimento de padrões sanitários é o passo fundamental para que a produção de sementes no país tenha uma maior qualidade sanitária, gerando aumento de produtividade e redução de custos nas lavouras, além de menor impacto ambiental pela menor utilização de defensivos agrícolas. Em 1999 foi publicada a Instrução Normativa n° 71 constituindo o Grupo Técnico Permanente em Sanidade de Sementes (GTPSS), com as atribuições de análise e emissão de parecer técnico relativo a estudos técnico-científicos relacionados às proposições de níveis de tolerância para as Pragas Não Quarentenárias Regulamentadas (PNQRs) e propor os níveis de tolerância destas pragas na produção e comercialização de sementes. O GTPSS estudou o estabelecimento de níveis máximos de tolerância para as PNQRs em diversas culturas, como algodão, arroz, aveia, trigo, cevada, soja, girassol e milho, com base na análise de risco de pragas (ARP). Os padrões sugeridos não foram estabelecidos e o grupo foi desativado temporariamente entre 2002 e 2005. Entretanto, voltou a ser reativado em 2006, pela Portaria n° 192, mantendo as mesmas atribuições. O GTPSS propôs e o MAPA submeteu à consulta pública, pela Portaria nº47, de 26 de fevereiro de 2009, o projeto de Instrução Normativa e seus respectivos anexos, que visa aprovar os níveis de tolerância de pragas para PNQRs nas culturas milho, sorgo, algodão, soja, trigo, feijão, girassol, café, goiaba, abacaxi e banana. Em reunião do GTPSS em junho de 2009 foram avaliados os documentos de 15 instituições nacionais e internacionais, contendo propostas referentes à consulta pública da Portaria n°47/2009. Até setembro de 2010, os padrões não foram implementados, principalmente pela consideração de que as ARPs apresentadas pelo GTPSS referentes às potenciais PNQRs não satisfazem na íntegra o que estabelece a NIMF 21 e IN 40/2006. Baseado na Diretiva 29-2000, pela qual a União Européia utiliza a terminologia “organismos prejudiciais aos vegetais”, em certos casos com o mesmo sentido de PNQR, o GTPSS está vol. 20, nº.3, 2010 Informativo ABRATES 83 propondo entre outras medidas a mudança da denominação de PNQRs para “Pragas Prejudiciais Associadas aos Materiais de Propagação Vegetal e Presentes no Brasil”, a exemplo do que é feito pela Comunidade Européia e que as pragas que se enquadrem nessa denominação e propostas pelo GTPSS integrem as normas e padrões do Sistema Nacional de Sementes e Mudas. O estabelecimento de padrões sanitários de sementes no Brasil é necessário e urgente, porém a decisão final, além de ser baseada em resultados de ARPs para cada caso, depende em grande parte da vontade política visando a defesa da agricultura nacional. View publicationstats https://www.researchgate.net/publication/279449813
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