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1 Júlia Morbeck – @med.morbeck Objetivos 1- Discutir sobre a etiologia, epidemiologia e fatores de risco da DPOC e asma; 2- Explicar a fisiopatologia e manifestações clínicas da DPOC e asma; 3- Debater sobre o diagnóstico e tratamento da DPOC e da asma; Asma ↠ A asma é uma doença crônica das vias aéreas de condução, geralmente causada por uma reação imunológica, marcada por broncoconstrição episódica devido ao aumento da sensibilidade das vias aéreas a uma variedade de estímulos; inflamação das paredes brônquicas e aumento da secreção mucosa (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). ↠ É uma condição imunomediada e multifatorial que se apresenta com uma clínica bastante variada e complexa (RODRIGUES et. al., 2021). ↠ Caracterizada por uma obstrução reversível e intermitente da via aérea baixa devido a contração do músculo liso bronquial em resposta a um gatilho ambiental ou a uma infecção de via aérea superior (RODRIGUES et. al., 2021). Epidemiologia ↠ Mundialmente a asma afeta 300 milhões de pessoas com estimativas de aumento em 2025 para mais de 100 milhões. Em média 5% a 10% da população mundial tem asma, entretanto, 1/3 tem idade menor do que 18 anos (ASSIS et. al., 2019). ↠ No Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a asma está presente em torno de 20 milhões de brasileiros, é responsável por aproximadamente 350.000 internações anualmente e é a terceira causa de hospitalização no Sistema Único de Saúde (SUS). Felizmente, devido a um maior entendimento dessa condição respiratória, o número de internações por asma no Brasil caiu 49% na última década (RODRIGUES et. al., 2021). ↠ Metade de todos os casos de asma começa a surgir com sintomas antes dos cinco anos de idade e, após os 40 anos, esse percentual cai para 25%. Qualquer que seja a gravidade da asma ela causa comprometimento nos aspectos físico, psicológico e social, além de restrições na sua vida quando comparado a indivíduos sem asma (ASSIS et. al., 2019). Fatores de risco ↠ O principal fator de risco para o desenvolvimento de asma é uma predisposição genética para a produção de uma resposta mediada pela imunoglobulina E (IgE) a alergênios comuns (PORTH, 10ª ed.). OBS.: IgE é o anticorpo envolvido na manifestação de reações alérgicas e inflamações (PORTH, 10ª ed.). ↠ Outros fatores de risco para o desenvolvimento de asma na infância incluem histórico familiar de asma, alergias, exposição pré-natal a fumaça de cigarro e poluição, bem como múltiplas predisposições genéticas que potencialmente podem se sobrepor (PORTH, 10ª ed.). ↠ Outros fatores como exposição precoce à fumaça do tabaco (mães que fumaram na gestação possuem uma tendência a ter recém-nascidos, baixo peso e, consequentemente, com trato respiratório também comprometido), infecções de via aérea superior (entre elas as mais frequentes são as por vírus sincicial respiratório, adenovírus e por influenzae) e aleitamento materno não exclusivo nos primeiros 6 meses de vida também estão diretamente relacionados (RODRIGUES et. al., 2021). ALERGIA O fator de risco mais importante para asma são os antecedentes familiares de atopia. Eles aumentam cinco vezes o risco de desenvolver rinite alérgica e três a quatro vezes o risco de asma. Em pacientes com 3 a 14 anos de idade, testes cutâneos positivos e aumentos da IgE total no sangue se associam fortemente à asma. A IgE no sangue também se correlaciona fortemente com a hiper-responsividade brônquica. Nos adultos, as chances de ter asma aumentam com o número de testes cutâneos positivos para os alérgenos comuns. Como grande parte da asma alérgica se associa à sensibilidade aos alérgenos de hipersensibilidade do ambiente interno e como os estilos ocidentais de habitação favorecem maior exposição a alérgenos dos interiores, a atenção inicial se concentrou no aumento da exposição a esses alérgenos nos primeiros anos de vida como causa primária da elevação da asma. Os alérgenos específicos de interesse incluem ácaros da poeira doméstica, pelos de cães e gatos e alérgeno de baratas, especialmente nos bairros pobres das cidades. Essas e outras observações sustentam fortemente a conclusão de que os controles de alérgenos devam ser valiosos no tratamento ou na prevenção da asma (BROADDUS, 6ª ed.). SEXO O sexo masculino é outro fator de risco, visto que é mais prevalente em meninos por diferenças existentes entre tamanho de vias aéreas e tônus muscular (RODRIGUES et. al., 2021). APG 14 – “FAMÍLIA QUE CHIA” 2 Júlia Morbeck – @med.morbeck FATORES AMBIENTAIS A asma é uma doença de sociedades industrializadas onde a maioria das pessoas vive nas cidades. Isso provavelmente tem duas explicações principais. Primeiramente, ambientes industrializados contêm muitos poluentes aerotransportados que podem servir como alérgenos para iniciar a resposta TH2. Depois, a vida na cidade tende a limitar a exposição de crianças muito novas a certos antígenos, em particular antígenos microbianos. A exposição a tais antígenos parece proteger as crianças da asma e da atopia. Esse efeito protetor é ainda mais aparente se a exposição microbiana ocorreu durante a gravidez (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). A ideia de que a exposição microbiana durante o desenvolvimento inicial reduz a incidência posterior das doenças alérgicas (e algumas doenças autoimunes) foi popularizada como a hipótese da higiene. Embora os mecanismos de base desse efeito protetor sejam incertos, eles estimularam ensaios com probióticos e alérgenos putativos administrados em crianças para diminuir seu risco de desenvolver alergias posteriormente (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). IMPORTANTE: A gravidade dos casos de asma é afetada por vários fatores, incluindo genética, idade de manifestação, exposição à poluição, atopia, grau de exposição aos gatilhos, deflagradores ambientais, (p. ex., fumo e ácaros da poeira) e refluxo gastresofágico ou infecções respiratórias (PORTH, 10ª ed.). Classificação ↠ A asma pode ser classificada em atópica (evidência de sensibilização a alérgenos e ativação imune, geralmente em pacientes com rinite alérgica ou eczema) ou não atópica (sem evidência de sensibilização a alérgenos). Em qualquer uma delas, os episódios de broncospasmo podem ter diversos desencadeadores, como infecções respiratórias (especialmente infecções virais), exposição a irritantes (p. ex., fumaça, vapores), ar frio, estresse e exercício (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). OBS.: Há algumas evidências de que subclassificar a asma conforme seu quadro clínico e a causa biológica de base seja clinicamente útil. Um exemplo é o início precoce da asma alérgica associada com a inflamação do linfócito T auxiliar TH2, uma característica observada em aproximadamente metade dos pacientes. Essa forma de asma responde bem a corticosteroides. Contudo, não há consenso atual quanto aos critérios diagnósticos e definições (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). ↠ A asma também pode ser classificada de acordo com os agentes ou eventos que desencadeiam a broncoconstrição. Essas incluem asma sazonal, a induzida por exercício, a induzida por fármacos (p. ex., aspirina) e a ocupacional, e a bronquite asmática em fumantes (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). ASMA ATÓPICA Esse é o tipo de asma mais comum, e é um exemplo clássico de reação hipersensibilidade mediada por lgE (tipo I). A doença geralmente começa da infância e é desencadeada por alérgenos ambientais, como poeira, pólen, escamas de baratas ou de outros animais, e alimentos, que mais frequentemente agem em sinergia com outros cofatores ambientais pró-inflamatórios, notavelmente as infecções respiratórias virais. Uma história familiar positiva para asma é comum, e um teste cutâneo com o antígeno agressor nesses pacientes resulta em uma reação papuloeritematosa imediata. A asma atópica também pode serdiagnosticada com base nos níveis totais elevados de lgE sérica ou na evidência de sensibilização ao alérgeno por testes de radioalergossorventes séricos (denominados RAST), que detectam a presença de anticorpos IgE específicos para um alérgeno individual (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). ASMA NÃO ATÓPICA Indivíduos com asma não atópica não apresentam evidências de sensibilização a alérgenos, e os resultados dos testes cutâneos geralmente são negativos. A história familiar positiva para asma é menos comum nesses pacientes. As infecções por vírus (p. ex., rinovírus, vírus parainfluenza e vírus sincicial respiratório) são desencadeadores comuns na asma não atópica. Poluentes inalados do ar, como fumaça, dióxido de enxofre, ozônio e dióxido de nitrogênio, também podem contribuir para a inflamação crônica e a hiper- reatividade das vias em alguns casos. Como mencionado, em algumas instâncias, os ataques podem ser desencadeados por eventos aparentemente inócuos, como exposição ao frio e até mesmo exercícios (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). ASMA INDUZIDA POR FÁRMACOS Vários agentes farmacológicos provocam asma. A asma sensível à aspirina é um tipo incomum, ocorrendo em indivíduos com rinite recorrente e pólipos nasais. Esses indivíduos são intensamente sensíveis a pequenas doses de aspirina, assim como a outros anti- inflamatórios não esteroides, e apresentam não apenas crises asmáticas, mas também urticária. A aspirina (e outros agentes anti- inflamatórios não esteroides) desencadeia a asma nesses pacientes, inibindo a via da ciclo-oxigenase do metabolismo do ácido araquidônico, levando a uma rápida queda na prostaglandina E2. Normalmente, a prostaglandina E2 inibe as enzimas que geram os mediadores pró- inflamatórios como leucotrienos B4, C4, D4 e E4, que acredita-se terem um papel central na asma induzida por aspirina (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). Asma Ocupacional Essa forma de asma pode ser desencadeada por vapores (resinas epóxi, plásticos), poeiras orgânicas e químicas (madeira, algodão, platina), gases (tolueno) e outros compostos químicos (formaldeído, produtos de penicilina). São necessárias apenas quantidades mínimas desses compostos químicos para induzir a crise, que geralmente ocorre após exposição repetida. Os mecanismos subjacentes variam conforme o estímulo e incluem reações de tipo I, liberação direta de substâncias broncoconstritoras e respostas de hipersensibilidade de origem desconhecida (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). Fisiopatologia A asma atópica é causada pela resposta de células TH2 e IgE aos alérgenos ambientais em indivíduos geneticamente pré-dispostos. A inflamação das vias aéreas é central na fisiopatologia da doença e causa disfunção das vias aéreas, parte pela liberação de mediadores inflamatórios potentes, parte pela remodelagem das paredes das vias aéreas (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). 3 Júlia Morbeck – @med.morbeck À medida que a doença se agrava, há secreção local aumentada de fatores de crescimento, induzindo hipertrofia de glândulas mucosas, proliferação de músculo liso, angiogênese, fibrose e proliferação de feixes nervosos. Combinações variáveis desses processos ajudam a explicar os diferentes subtipos de asma, sua resposta ao tratamento e a sua história natural na vida da pessoa (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). OBS.: Existem dois subconjuntos de linfócitos T auxiliares (T1H e T2H) que se desenvolvem a partir do mesmo precursor, linfócito T CD4+. Os linfócitos T1H sofrem diferenciação em resposta a micróbios e estimulam a diferenciação dos linfócitos B em plasmócitos produtores das imunoglobulinas M (IgM) e IgG. Os linfócitos T2H, por outro lado, respondem ao estímulo provocado por alergênios e helmintos (parasitas intestinais), estimulando a diferenciação dos linfócitos B em plasmócitos produtores de IgE, produzem fatores de crescimento para mastócitos, além de recrutar e ativar eosinófilos. Em pessoas com asma alérgica, a diferenciação dos linfócitos T parece estar voltada para uma resposta pró-inflamatória T2H (PORTH, 10ª ed.). RESPOSTAS DO TH2, IGE E INFLAMAÇÃO ↠ Uma anormalidade fundamental na asma é a resposta exagerada do TH2 aos antígenos ambientais normalmente inofensivos (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). Essas interleucinas, uma vez liberadas, se ligam aos seus receptores, liberando histamina, prostaglandinas e leucotrienos que, por sua vez, irão estimular a produção de IgE, mastócitos, basófilos e eosinófilos. Essa resposta inflamatória de forma crônica irá causar uma lesão irreversível com estreitamento da via aérea e acometimento do sistema mucociliar (RODRIGUES et. al., 2021). ↠ As células TH2 secretam citocinas que promovem uma inflamação e estimulam a produção de IgE e outros anticorpos pelas células B. Essas citocinas incluem a IL-4, que estimula a produção de IgE; IL-5, que ativa eosinófilos recrutados localmente; e IL-13, que estimula a secreção de muco pelas glândulas submucosas brônquicas e também promove a produção de IgE por células B (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). ↠ Essas células T e células epiteliais secretam quimiocinas que recrutam mais células T e eosinófilos, exacerbando a reação. Como em outras reações alérgicas, a IgE se liga aos receptores Fc nos mastócitos submucosos, e a exposição repetida ao alérgeno faz com que os mastócitos liberem o conteúdo dos grânulos e produzam citocinas e outros mediadores, que coletivamente induzem a reação de fase inicial (hipersensibilidade imediata) e a reação de fase tardia (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). ↠ A reação inicial é dominada por broncoconstrição, aumento da produção de muco, graus variáveis de vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. A broncoconstrição é desencadeada pelo estímulo direto de receptores vagais subepiteliais (parassimpáticos) através de reflexos centrais e locais desencadeados por mediadores produzidos por mastócitos e outras células na reação. A reação de fase tardia é dominada pelo recrutamento de leucócitos, notavelmente eosinófilos, neutrófilos e mais células T. Embora as células TH2 sejam o tipo de célula T dominante envolvido na doença, outras células T que contribuem com a inflamação incluem as células TH17 (produtoras do IL-17), que recrutam neutrófilos (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). Os mediadores cujos papéis no broncospasmo são claramente suportados pela eficácia da intervenção farmacológica são: (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). ➢ os leucotrienos C4, D4 e E4, que causam broncoconstrição prolongada assim como aumento da permeabilidade vascular e aumento da secreção de muco, ➢ a acetilcolina, liberada dos nervos parassimpáticos intrapulmonares, que pode causar a constrição da musculatura lisa das vias aéreas pelo estímulo direto aos receptores muscarínicos. Um segundo grupo inclui agentes presentes na “cena do crime”, mas cujo papel real na asma alérgica aguda parece ser relativamente menor com base na ausência de eficácia de antagonistas potentes ou inibidores da síntese: (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). ➢ a histamina, um potente broncoconstritor; ➢ a prostaglandina D2, que estimula broncoconstrição e vasodilatação; A e B, Comparação de uma via aérea normal e uma via aérea envolvida por asma. A via aérea asmática é marcada pelo acúmulo de muco na luz brônquica seguida por um aumento no número de células calciformes secretoras de muco na mucosa e na hipertrofia das glândulas submucosas, inflamação crônica intensa devido ao recrutamento de eosinófilos, macrófagos e outras células inflamatórias, espessamento da membrana basal e hipertrofia e hiperplasia das células musculares lisas. C, Alérgenos inalados (antígenos) provocam a resposta dominada por TH2, favorecendo a produção de IgE e o recrutamento de eosinófilos. D, Na reexposição ao antígeno (Ag), a reação imediata é desencadeada pelo cruzamento induzido pelo Ag da IgE ligado aos receptores Fc nos mastócitos.Essas células liberam mediadores pré-formados que induzem os broncospasmos diretamente ou através de neurônios, aumentam a permeabilidade vascular, a produção de muco e o recrutamento de leucócitos. E, Os leucócitos recrutados neste local de reação (neutrófilos, eosinófilos e basófilos; linfócitos e monócitos) liberam mediadores adicionais que iniciam a fase tardia da asma. Vários fatores liberados dos eosinófilos (p. ex., principal proteína básica, proteína catiônica eosinofílica) também causam danos ao epitélio. 4 Júlia Morbeck – @med.morbeck ➢ o fator ativador de plaquetas, que causa a agregação plaquetária e a liberação de serotonina de seus grânulos. Finalmente, um grande terceiro grupo compreende os “suspeitos” para os quais antagonistas ou inibidores específicos não estão disponíveis ou ainda não foram suficientemente estudados. Muitas terapias-alvo promissoras na asma que têm como foco as vias de transdução do sinal IL-13/IL-4 estão em desenvolvimento, incluindo anticorpos monoclonais anti-IL-13 e antagonistas de receptores IL-4. Outros alvos incluem IL-1, TNF, IL-6, quimiocinas (p. ex., eotaxina, também conhecida como CCL11), neuropeptídios, óxido nítrico, bradicinina e endotelinas (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). Portanto, está claro que múltiplos mediadores contribuem para a resposta asmática aguda. Além disso, a composição dessa “sopa de mediadores” pode variar entre indivíduos ou entre diferentes tipos de asma. O reconhecimento da importância das células inflamatórias e seus mediadores na asma levou a uma maior ênfase sobre os medicamentos anti-inflamatórios, tais como os corticosteroides, no seu tratamento (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). MORFOLOGIA Em pacientes que morrem por asma severa aguda (estado de mal asmático), os pulmões estão distendidos por hiperinsuflação, com pequenas áreas de atelectasia. O achado macroscópico mais notável é a oclusão de brônquios e bronquíolos por tampões mucosos espessos e pegajosos, que geralmente contêm epitélio descamado. Um achado característico no escarro ou no lavado broncoalveolar são as espirais de Curschmann, que podem resultar da extrusão de tampões mucosos dos ductos de glândulas mucosas subepiteliais ou bronquíolos. Também estão presentes muitos eosinófilos e cristais de Charcot- Leyden, compostos por uma proteína eosinofílica chamada galectina- 10. Outros achados histológicos característicos da asma, chamados coletivamente de “remodelagem das vias aéreas” incluem: (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). ➢ Espessamento das paredes das vias aéreas; ➢ Fibrose abaixo da membrana basal (devido à deposição de colágeno tipos I e III); ➢ Aumento da vascularização; ➢ Aumento do tamanho das glândulas submucosas e no número de células calciformes das vias aéreas; ➢ Hipertrofia e/ou hiperplasia do músculo da parede brônquica.; ➢ Embora a obstrução aguda do fluxo aéreo seja atribuída principalmente a broncoconstrição muscular, edema agudo e obstrução por muco, a remodelagem das vias aéreas, por sua vez, também pode contribuir para a obstrução crônica e irreversível das vias aéreas. Manifestações Clínicas Uma crise aguda de asma clássica pode durar até várias horas. Contudo, em alguns pacientes, os sintomas cardinais de opressão torácica, dispneia, sibilos e tosse (com ou sem produção de escarro) estão presentes constantemente em menor intensidade. Na sua forma mais severa, o estado de mal asmático, o paroxismo persiste por dias ou mesmo semanas, causando por vezes uma obstrução do fluxo aéreo que é tão extrema que pode levar à cianose intensa ou até mesmo à morte (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). ↠ As crises de asma podem ocorrer de forma espontânea ou em resposta a vários gatilhos, infecções respiratórias, estresse emocional ou mudanças climáticas (PORTH, 10ª ed.). Acredita-se que tanto fatores emocionais quanto alterações nos níveis hormonais possam contribuir para a exacerbação dos sintomas de asma. Os fatores emocionais produzem broncospasmo por meio de vias vagais. Podem agir como um gatilho broncospástico ou podem aumentar a capacidade de resposta das vias respiratórias para outros gatilhos por meio de mecanismos não inflamatórios. O papel dos hormônios sexuais na asma é desconhecido, apesar das numerosas evidências circunstanciais sugestivas de sua importância. De fato, as pesquisas mostram que meninas com menarca precoce (< 11,5 anos) têm duas vezes mais chance de desenvolver asma na faixa etária dos 20 anos do que meninas que têm a menarca na idade média de apresentação. Até 40% das mulheres com asma relatam um aumento nos sintomas durante o período pré-menstrual. Os hormônios sexuais femininos têm um papel regulador na função β2-adrenérgica, e foi apontado que a regulação anormal pode ser um mecanismo possível para a manifestação de asma no período pré-menstrual (PORTH, 10ª ed.). ↠ Frequentemente, os sintomas de asma pioram durante a noite, o que confere à condição a denominação de asma noturna. Estudos sobre a asma noturna indicam que há variações relacionadas com o ciclo circadiano e o sono na função hormonal e respiratória. A maior diminuição da função respiratória ocorre aproximadamente às 4 h, período em que os níveis de cortisol estão baixos, os níveis de melatonina estão altos e a atividade dos eosinófilos é maior (PORTH, 10ª ed.). ↠ A doença se manifesta por episódios recorrentes de sibilância, falta de ar, opressão torácica e tosse, particularmente à noite ou no início da manhã (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). ↠ O paciente portador de asma leve, geralmente se apresenta com dispneia restrita a atividade física, taquipneia leve, estado mental na maior parte das vezes Brônquio de um paciente asmático exibindo hiperplasia das células calciformes (cabeça da seta verde), fibrose da membrana sub-basal (cabeça da seta preta), inflamação eosinofílica (cabeça da seta amarela) e hipertrofia muscular (cabeça da seta azul). 5 Júlia Morbeck – @med.morbeck normal, saturação maior que 95% e presença de sibilos expiratórios moderados. Já o paciente asmático moderado, comumente apresenta-se com dispneia ao falar, ortopneia, taquipneia e taquicardia moderada, pode usar musculatura acessória, sibilos difusos, estado mental agitado e saturação 91% -95% (RODRIGUES et. al., 2021). ↠ O paciente grave geralmente se apresenta com dispneia em repouso, incapacidade de deitar, frequência respiratória maior que 30 ipm, usa musculatura acessória, presença de sibilos difusos tanto expiratórios como inspiratórios, frequência cardíaca maior que 120 bpm, estado mental agitado e saturação menor que 91%. São crises que na maioria das vezes levam o paciente à emergência e há necessidade de internação para controle (RODRIGUES et. al., 2021). Durante uma crise de asma, as vias respiratórias ficam estreitas como resultado de broncospasmo, edema da mucosa brônquica e tampão de muco. A expiração se torna prolongada devido à obstrução progressiva das vias respiratórias. A quantidade de ar que pode ser forçado durante a expiração em 1 s (volume expiratório forçado em um segundo [VEF1]) e o pico de fluxo expiratório (PFE), medido em litros por segundo, diminuem. A queda do PFE para níveis abaixo de 50% do valor previsto durante uma crise aguda de asma indica uma exacerbação grave e a necessidade de tratamento hospitalar de emergência (PORTH, 10ª ed.). Durante uma crise prolongada, o ar fica aprisionado por trás das vias respiratórias ocluídas e estreitadas, provocando a hiperinflação dos pulmões. Isso produz um aumento do volume residual (VR), além de uma diminuição da capacidade de reserva inspiratória (volume corrente + volume de reserva inspiratório [VRI]) e da capacidade vital forçada (CVF), de tal modo que a pessoa respira próximo de sua capacidade funcional residual (volume residual + volume de reserva expiratório). Como resultado, é necessária maisenergia para superar a tensão já existente nos pulmões e é exigida a ação dos músculos acessórios (p. ex., músculos esternocleidomastóideos) para manter a ventilação e as trocas gasosas. Este aumento do TR eleva ainda mais a demanda de oxigênio e provoca dispneia e fadiga. Como o ar é aprisionado nos alvéolos e a inspiração ocorre em volumes pulmonares residuais mais altos, a tosse se torna menos eficaz. Conforme a condição evolui, a eficácia da ventilação alveolar diminui, e desenvolve-se uma falta de correspondência entre ventilação e perfusão, causando hipoxemia e hipercapnia. A resistência vascular pulmonar pode aumentar como resultado da hipoxemia e da hiperinflação, levando a um aumento da pressão arterial pulmonar e aumento da demanda de trabalho no coração direito (PORTH, 10ª ed.). Diagnóstico ↠ O diagnóstico de asma deve se basear no histórico cuidadoso, exame físico, testes laboratoriais e estudos da função pulmonar (PORTH, 10ª ed.). OBS.: Hemograma: eosinofilia na ausência de parasitose intestinal (PORTO & PORTO). ↠ Anamnese detalhada (história pessoal e/ou familiar de asma ou atopia) incluindo triagem de sintomas respiratórios como tosse, sibilância, dispneia e aperto no peito bem como seus gatilhos. O histórico familiar é imprescindível visto que a atopia é a principal forma de asma e está presente em 80% dos pacientes. Após realização da história clínica detalhada, é fundamental um exame físico completo e direcionado para a queixa, o qual inclui obter uma espirometria pré e pós-resposta de broncodilatador (RODRIGUES et. al., 2021). ↠ A espirometria fornece um meio para medir CVF, VEF1, PFE, volume corrente, capacidade de reserva expiratória e capacidade de reserva inspiratória. Pode então ser calculada a razão VEF1/CVF. O grau de capacidade de resposta das vias respiratórias pode ser medido por testes de desafio de inalação com o uso de metacolina (um agonista colinérgico), histamina ou pela exposição a um agente não farmacológico, como o ar frio (PORTH, 10ª ed.). ↠ Em associação com a história clínica, temos a espirometria como principal exame para estratificar e classificar o paciente asmático de acordo com seu Volume Expiratório Forçado (VEF1) (RODRIGUES et. al., 2021). ASMA DITA LEVE: Este nível não acomete de forma notória as atividades diárias, sem perda de mais do que um dia de trabalho/escola, sem necessidade de ir ao pronto socorro em crises e são facilmente controladas com broncodilatadores. Os valores de VEF1 antes do uso dos broncodilatadores normalmente são superiores a 90% do Melhor Valor Pessoal (MVP) (RODRIGUES et. al., 2021). 6 Júlia Morbeck – @med.morbeck ASMA MODERADA: É aquela na qual o paciente apresenta sintomas com frequência maior que 2 vezes por semana. Esses pacientes fazem uso de broncodilatadores para alívio sintomático mais que duas vezes por semana, porém menos que duas vezes ao dia. O VEF1 geralmente está entre 50%-80% do MVP ou abaixo do limite inferior previsto, mas na faixa de normalidade após o uso dos broncodilatadores (RODRIGUES et. al., 2021). ASMA CONSIDERADA GRAVE: O uso de broncodilatadores acontece mais de duas vezes ao dia para resolução sintomática, bem como é frequente o uso de corticoide oral. O valor do VEF1 está comumente abaixo de 50% do MVP ou abaixo do limite inferior do previsto após o uso do broncodilatador (RODRIGUES et. al., 2021). Obs.: O NHLBI EPR 3 classifica a asma de crianças maiores de 12 anos e adultos em quatro estágios: intermitente, leve e persistente, moderada e persistente, e grave e persistente (PORT, 10ª ed.). Tratamento ↠ O manejo da asma consiste em medidas de prevenção, medidas não farmacológicas, dessensibilização e tratamento farmacológico (PORTH, 10ª ed.). MEDIDAS DE PREVENÇÃO ↠ As medidas de prevenção para controlar os fatores que contribuem para a gravidade da asma são destinadas a limitar a exposição a substâncias irritantes e aos fatores que aumentam os sintomas da asma e precipitam as exacerbações (PORTH, 10ª ed.). ↠ Incluem orientar o paciente e seus familiares com relação a medidas que devem ser empregadas para evitar a exposição a substâncias irritantes e alergênios conhecidos por induzir ou provocar uma crise. Muitas vezes, é necessário obter um histórico detalhado para identificar todos os fatores contributivos. A presença de pólipos nasais, histórico de sensibilidade ao ácido acetilsalicílico e refluxo gastresofágico deve ser considerada. A vacinação anual contra a gripe é recomendada para pessoas com asma persistente (PORTH, 10ª ed.). MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS ↠ O controle não farmacológico inclui o uso de técnicas de relaxamento e respiração controlada, que muitas vezes ajudam a acalmar o pânico e a ansiedade que agravam ainda mais os problemas respiratórios (PORTH, 10ª ed.). OBS.: A hiperventilação, que costuma acompanhar a ansiedade e o pânico, é conhecida por atuar como um gatilho para a asma (PORTH, 10ª ed.). ↠ Em crianças, é essencial introduzir medidas destinadas a promover independência em relação ao controle dos sintomas, aliadas a medidas voltadas para o desenvolvimento de um autoconceito positivo (PORTH, 10ª ed.). DESSENSIBILIZAÇÃO ↠ Nos casos de asma persistente pode ser realizado um programa de dessensibilização para pessoas que reagem a alergênios que não podem ser evitados, como ácaros domésticos. Isto envolve a injeção de antígenos selecionados (com base em testes cutâneos) para estimular a produção de anticorpos IgG que bloqueiam a resposta de IgE. A imunoterapia tipicamente tem duração de 3 a 5 anos (PORTH, 10ª ed.). TRATAMENTO FARMACOLÓGICO ↠ O painel de especialistas recomenda uma abordagem por etapas para a terapia farmacológica, com base nos sistemas de classificação discutidos anteriormente (PORTH, 10ª ed.). ↠ A primeira linha de tratamento de qualquer das formas persistentes de asma inclui um agente de controle da inflamação, o que inclui corticosteroides inalados, estabilizadores de mastócitos e modificadores de leucotrienos (PORTH, 10ª ed.). ↠ Os corticosteroides por via inalatória são considerados os agentes mais efetivos na prevenção de inflamação das vias respiratórias e, geralmente, são o tipo de fármaco utilizado (PORTH, 10ª ed.). MECANISMO DE AÇÃO: Eles inibem a fosfolipase A2, que bloqueia a liberação de ácido araquidônico (o precursor de prostaglandinas e leucotrienos) dos fosfolipídeos ligados à membrana. Acredita-se que a diminuição da produção de prostaglandinas e leucotrienos é fundamental à ação anti-inflamatória (WHALEN et. al., 2016). Ações no pulmão: Os CSIs não afetam diretamente o músculo liso das vias aéreas. Ao contrário, os CSIs inalados visam diretamente à inflamação subjacente das vias aéreas, diminuindo a cascata inflamatória (eosinófilos, macrófagos e linfócitos T), revertendo o edema de mucosa, diminuindo a permeabilidade dos capilares e inibindo a liberação de leucotrienos. Após vários meses de uso regular, os CSIs reduzem a hiper-reatividade do músculo liso das vias aéreas a vários 7 Júlia Morbeck – @med.morbeck estímulos broncoconstritores, como alérgenos, irritantes, ar frio e exercício (WHALEN et. al., 2016). ↠ Os medicamentos de alívio imediato, como os agonistas β2-adrenérgicos de ação rápida (SABA, short- ating b2-adrenergic agonist) (p. ex., salbutamol, levalbuterol, pirbuterol) relaxam a musculatura lisa dos brônquios e proporcionam alívio imediato dos sintomas, geralmente em um intervalo de 30 min. São administrados por inalação (i. e., inalador dosimetrado ou nebulizador), e a sua utilização é recomendada para aliviar crises agudas de asma, porque o uso regular não produz efeitos benéficos (PORTH, 10ª ed.). ↠ As medicações anticolinérgicas (p. ex., ipratrópio) bloqueiam as vias vagais eferentes pós-ganglionares causadorasde broncoconstrição. Esses medicamentos, administrados por inalação, provocam broncodilatação por ação direta sobre as grandes vias respiratórias e não alteram a composição ou a viscosidade do muco brônquico. Acredita-se que podem fornecer algum benefício aditivo para o tratamento de exacerbações da asma quando administrados juntamente com agonistas β2-adrenérgicos (PORTH, 10ª ed.). OBS.: O ipratrópio também oferece vantagem adicional quando é usado com um BACA para o tratamento de crises agudas de asma em pronto-socorros. Os efeitos adversos, como xerostomia e gosto amargo, são relacionados com os efeitos anticolinérgicos locais (WHALEN et. al., 2016). Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) ↠ A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) se caracteriza por obstrução crônica e recorrente do fluxo de ar nas vias respiratórias pulmonares. A obstrução do fluxo aéreo geralmente é progressiva e acompanhada por uma reação inflamatória a partículas ou gases nocivos (PORTH, 10ª ed.). ATENÇÃO: Doenças pulmonares obstrutivas comuns incluem o enfisema, a bronquite crônica, a asma e a bronquiectasia, cada qual com suas características patológicas e clínicas distintas. O enfisema e a bronquite crônica geralmente são considerados em conjunto clinicamente e referidos como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), já que a maioria dos pacientes tem características de ambas, quase com certeza porque eles compartilham um desencadeador principal: o tabagismo (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). Epidemiologia ↠ A DPOC constitui um problema de saúde pública importante. É a quarta causa principal da morbidade e mortalidade nos Estados Unidos e estima-se que atingirá o quinto lugar em 2020 no ônus mundial de doenças (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). ↠ Há uma clara associação entre o tabagismo pesado e o enfisema, e as mulheres e afro-americanos são mais suscetíveis que outros grupos. Aproximadamente 35%- 50% de fumantes pesados desenvolvem DPOC; de maneira inversa, 80% da DPOC se desenvolve por causa do tabagismo (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). Fatores de risco ↠ Nos países desenvolvidos, o tabagismo é o principal fator etiológico, ultrapassando qualquer um dos outros fatores de risco. No entanto, nos países em desenvolvimento, a principal causa é a exposição a combustíveis de biomassa (BROADDUS, 6ª ed.). ↠ A causa mais comum de DPOC é o tabagismo e aproximadamente 80% das mortes relacionadas com DPOC estão associadas à história de tabagismo. Uma segunda causa, menos comum, é a deficiência hereditária de alfa1-antitripsina (AAT) (PORTH, 10ª ed.). Representação esquemática da sobreposição entre as doenças pulmonares obstrutivas crônicas. 8 Júlia Morbeck – @med.morbeck ↠ Fatores predisponentes são asma e hiperresponsividade das vias respiratórias (PORTH, 10ª ed.). ↠ Outros fatores de risco incluem poluentes ocupacionais e ambientais e polimorfismos genéticos (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). OBS.: A deficiência de AAT (DAAT) é um fator de risco genético para DPOC (PORTH 10ª ed.). Fisiopatologia ENFISEMA ↠ O enfisema se caracteriza pela perda da elasticidade pulmonar e aumento anormal dos alvéolos distais aos bronquíolos terminais, com destruição das paredes alveolares e dos leitos capilares (PORTH, 10ª ed.). Desenvolvimento do enfisema incluem: (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). ➢ Mediadores inflamatórios e leucócitos. Foi demonstrado que uma ampla variedade de mediadores tem seus níveis aumentados nas partes afetadas (incluindo os leucotrienos B4, IL-8, TNF e outros). Esses mediadores são liberados pelas células epiteliais residentes e macrófagos, e atraem as células inflamatórias da circulação (fatores quimiotáticos), amplificam o processo inflamatório (citocinas pró- inflamatórias) e induzem mudanças estruturais (fatores de crescimento). ➢ Desequilíbrio de protease-antiprotease. Várias proteases são secretadas pelas células inflamatórias e epiteliais, destruindo os componentes do tecido conjuntivo. Em pacientes que desenvolvem o enfisema, há uma deficiência relativa de antiproteases protetoras, o que em algumas instâncias tem uma base genética. ➢ Estresse oxidativo. Substâncias na fumaça do tabaco, danos alveolares e células inflamatórias produzem oxidantes, que podem gerar mais danos e inflamações aos tecidos. O papel dos oxidantes é reforçado por modelos em ratos nos quais o gene NRF2 é inativado. O NRF2 decodifica um fator de transcrição que serve como um sensor para oxidantes em células epiteliais alveolares e muitos outros tipos de células. Os oxidantes intracelulares ativam o NRF2, que estimula a expressão de vários genes que protegem as células de danos oxidativos. Ratos sem o NRF2 são significativamente mais sensíveis à fumaça do tabaco que os ratos normais, e as variantes genéticas no NRF2, nos reguladores do NRF2 e nos genes-alvo do NRF2, estão associadas com doenças pulmonares relacionadas com tabagismo em humanos. ➢ Infecção. Embora a infecção pareça desempenhar um papel no início da destruição tecidual, as infecções virais e/ou bacterianas podem exacerbar a inflamação associada e a bronquite crônica. ↠ A ampliação dos alvéolos conduz à hiperinflação dos pulmões e produz um aumento da capacidade pulmonar total (CPT). Duas das causas reconhecidas de enfisema são o tabagismo, que incita a lesão pulmonar, e uma deficiência herdada de AAT, uma enzima antiprotease que protege o pulmão de lesões. A deficiência de AAT (DAAT) é um fator de risco genético para DPOC. Mutações no gene SERPINA1 podem causar DAAT (PORTH, 10ª ed.). ↠ Acredita-se que o enfisema seja o resultado da degradação de elastina e outros componentes da parede dos alvéolos por enzimas, chamadas proteases, que digerem as proteínas. Normalmente, enzimas antiprotease, incluindo a AAT, protegem o pulmão. A fumaça do cigarro e outros irritantes estimulam o movimento de células inflamatórias nos pulmões, resultando no aumento da liberação de elastase e outras proteases. Quando o fumante desenvolve DPOC, a produção e liberação antiprotease pode ser inadequada para neutralizar o excesso de produção de protease, de tal maneira que o processo de destruição do tecido elástico permanece sem controle (PORTH, 10ª ed.). O tipo e a quantidade de AAT que uma pessoa tem são determinados por um par de genes codominantes denominados genes PI (inibidores de proteína). A DAAT é herdada como uma característica autossômica recessiva. A maioria das pessoas com enfisema clinicamente 9 Júlia Morbeck – @med.morbeck diagnosticado antes dos 40 anos de idade tem uma DAAT (PORTH, 10ª ed.). TIPOS DE ENFISEMA Existem dois tipos comumente reconhecidos de enfisema: centroacinar ou centrolobular e pan-acinar (PORTH, 10ª ed.). ➢ O enfisema centroacinar está associado mais frequentemente ao tabagismo (cigarros) e existe comprometimento dos bronquíolos respiratórios, predominantemente nos lobos superiores e nos segmentos superiores dos lobos inferiores. É o tipo mais comum de enfisema e pode ser observado principalmente em fumantes do sexo masculino. ➢ O tipo pan-acinar produz o envolvimento inicial dos alvéolos periféricos e depois se estende para envolver os bronquíolos mais centrais. Esse tipo de enfisema é mais comum em pessoas com DAAT. Também é encontrado em fumantes, associado ao enfisema centroacinar. Em casos assim, o padrão pan-acinar tende a ocorrer nas partes inferiores do pulmão e o enfisema centroacinar é observado nas porções superiores. BRONQUITE CRÔNICA ↠A bronquite crônica é definida clinicamente como tosse persistente produtiva por, no mínimo, 3 meses em pelo menos 2 anos consecutivos, na ausência de qualquer outra causa identificável. Comum em fumantes e habitantes de grandes cidades muito poluídas, a bronquite crônica está em um dos extremos no espectro da DPOC, com o enfisema nooutro extremo. Quando a bronquite persiste por anos, ela pode acelerar o declínio da função pulmonar, provocar cor pulmonale e insuficiência cardíaca ou causar metaplasia atípica e displasia do epitélio respiratório, proporcionando um terreno fértil para transformação cancerosa (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). OBS.: O fator primário ou inicial na gênese da bronquite crônica é a exposição a substâncias nocivas ou irritativas inaladas, como fumaça de tabaco (90% dos pacientes são fumantes) e poeira de grãos, algodão e sílica (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). ➢ Hipersecreção de muco. A mais precoce das características da bronquite crônica é a hipersecreção de muco nas grandes vias aéreas, associada à hipertrofia das glândulas submucosas na traqueia e nos brônquios. A base da hipersecreção de muco não é completamente compreendida, mas parece envolver mediadores inflamatórios, tais como histamina e IL-13. Com o tempo, ocorre também aumento importante das células caliciformes nas pequenas vias aéreas - brônquios pequenos e bronquíolos - levando à produção excessiva de muco que contribui para a obstrução das vias aéreas. Acredita-se que tanto a hipertrofia das glândulas submucosas quanto o aumento de células caliciformes constituam reações protetoras contra a fumaça do tabaco ou outros poluentes (p. ex., dióxido de enxofre e dióxido de nitrogênio). ➢ Inflamação. As substâncias inaladas que levam à bronquite crônica causam danos celulares, provocando respostas inflamatórias agudas e crônicas envolvendo neutrófilos, linfócitos e macrófagos. A inflamação de longa duração é acompanhada de fibrose envolvendo as vias aéreas pequenas (pequenos brônquios e bronquíolos, menores que 2 a 3 mm de diâmetro) e também pode acarretar a obstrução crônica das vias aéreas. Essa característica é similar à descrita anteriormente no enfisema e é um denominador comum na DPOC. ➢ Infecção. A infecção não é responsável pelo início da bronquite crônica, mas provavelmente A, Enfisema centroacinar em um tabagista. B, Enfisema panacinar na deficiência de alfa1-antitripsina. O tipo e a intensidade do enfisema podem ser difíceis ou impossíveis de determinar em bases histopatológicas. C, Aqui, vê-se enfisema centroacinar com dilatação dos espaços aéreos em torno do bronquíolo. D, Diferentemente, o enfisema panacinar apresenta uma dilatação mais difusa dos espaços aéreos. 10 Júlia Morbeck – @med.morbeck é importante para sua manutenção e pode ser crítica na produção de exacerbações agudas. IMPORTANTE: Deve-se reconhecer que o tabagismo predispõe à bronquite de várias formas. Ele não só danifica as células de revestimento das vias aéreas superiores, levando à inflamação crônica, como também interfere na ação ciliar do epitélio respiratório, evitando a eliminação do muco e aumentando o risco de infecção (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). MORFOLOGIA Macroscopicamente, há hiperemia, tumefação e edema das membranas mucosas, frequentemente acompanhadas pelo excesso de secreções mucinosas ou mucopurulentas. Às vezes, cilindros grosseiros de secreções e pus preenchem os brônquios e os bronquíolos. Embora o número de células caliciformes aumente discretamente, a principal alteração está no tamanho das glândulas mucosas (hiperplasia). Esse aumento pode ser avaliado pela relação entre a espessura da camada de glândulas mucosas e a espessura da parede entre o epitélio e a cartilagem (índice de Reid). O índice de Reid (normalmente 0,4) está aumentado na bronquite crônica, geralmente de modo proporcional à severidade e à duração da doença. O epitélio brônquico pode exibir metaplasia escamosa e displasia. Há um estreitamento acentuado dos bronquíolos causado por tampões de muco, inflamação e fibrose. Nos casos mais severos, pode ocorrer obliteração da luz em virtude da fibrose (bronquiolite obliterante) (ROBBINS & COTRAN, 9ª ed.). Manifestações Clínicas ↠ As manifestações clínicas da DPOC geralmente têm um início insidioso (PORTH, 10ª ed.). ↠ Caracteristicamente, o indivíduo busca atendimento médico na quinta ou sexta década de vida, apresentando manifestações como fadiga, intolerância ao exercício, tosse, produção de escarro ou dificuldade respiratória. A tosse produtiva ocorre geralmente na parte da manhã e a dispneia se torna mais grave à medida que a doença progride (PORTH, 10ª ed.). ↠ É comum observar a exacerbação frequente de infecções e insuficiência respiratória, fazendo com que a pessoa falte ao trabalho e, eventualmente, incapacitando- a. Os estágios tardios da DPOC se caracterizam por infecções respiratórias de repetição e insuficiência respiratória crônica. A morte ocorre geralmente durante uma exacerbação da doença, associada a infecção e insuficiência respiratória (PORTH, 10ª ed.). IMPORTANTE Os termos “soprador rosado” (pink puffer) e “pletórico azulado” (blue bloater) são usados para diferenciar as manifestações clínicas de enfisema e de bronquite obstrutiva crônica (PORTH, 10ª ed.). Pessoas com predominância de manifestações de enfisema são classicamente referidas como sopradores rosados (pink puffers), devido à ausência de cianose, ao uso de músculos acessórios e à respiração com os lábios semicerrados (“soprador”). Com a perda da elasticidade e a hiperinsuflação dos pulmões, as vias respiratórias muitas vezes colapsam durante a expiração, porque a pressão nos tecidos pulmonares circundantes excede a pressão das vias respiratórias. O ar permanece retido nos alvéolos e pulmões, provocando aumento das dimensões anteroposteriores do tórax, o chamado tórax em tonel ou barril, típico de pessoas com enfisema. Estas apresentam diminuição drástica nos sons respiratórios por todo o tórax. Com o diafragma funcionando perto da capacidade máxima, o indivíduo poderá sinalizar vulnerabilidade ao desenvolvimento de fadiga diafragmática e insuficiência respiratória aguda (PORTH, 10ª ed.). A pessoa com a síndrome clínica de bronquite crônica classicamente é chamada de pletórico azulado, uma referência à cianose e à retenção de líquido associadas à insuficiência cardíaca direita. Na prática, a diferenciação entre os dois tipos de DPOC muitas vezes é difícil, uma vez que pessoas com DPOC costumam apresentar certo grau de enfisema e também de bronquite crônica (PORTH, 10ª ed.). 11 Júlia Morbeck – @med.morbeck ↠ A fase expiratória da respiração é prolongada e a ausculta pode revelar sibilos expiratórios e crepitações. Pessoas com obstrução grave do fluxo de ar também podem apresentar as seguintes características: uso dos músculos acessórios e posição sentada em “tripé”, que facilita a utilização dos músculos esternocleidomastóideos, escalenos e intercostais. A respiração com os lábios semicerrados aumenta o fluxo de ar, porque aumenta a resistência ao fluxo de saída e ajuda a impedir o colapso das vias respiratórias por aumentar a pressão das vias. Por fim, pessoas com DPOC são incapazes de manter a gasometria sanguínea em níveis normais pelo aumento do trabalho respiratório. Há desenvolvimento de hipoxemia, hipercapnia e cianose, que refletem o desequilíbrio entre ventilação e perfusão (PORTH, 10ª ed.). ↠ A hipoxemia grave, em que os níveis de PO2 arterial caem para menos de 55 mmHg, provoca vasoconstrição reflexa dos vasos pulmonares e maior comprometimento das trocas gasosas no pulmão. É mais comum em pessoas com a forma de DPOC que apresenta bronquite crônica. A hipoxemia também estimula a produção de hemácias, causando policitemia (PORTH, 10ª ed.). ↠ O aumento da vasoconstrição pulmonar e subsequente elevação da pressão arterial pulmonar aumentam ainda mais o trabalho do ventrículo direito. Como resultado, as pessoas com DPOC podem desenvolver insuficiência cardíaca do lado direito com edema periférico (i. e., cor pulmonale). No entanto, sinais de insuficiência cardíaca direitaostensiva são observados com menos frequência desde o advento da oxigenoterapia suplementar (PORTH, 10ª ed.). Diagnóstico ↠ O diagnóstico de DPOC deve se basear em um histórico cuidadoso e exame físico, estudos de função pulmonar, radiografia de tórax e exames laboratoriais (PORTH, 10ª ed.). ESTUDOS DE FUNÇÃO PULMONAR A obstrução das vias respiratórias prolonga a fase expiratória da respiração e oferece a possibilidade de comprometimento das trocas gasosas por causa do desequilíbrio entre ventilação e perfusão. A CVF é o volume de ar que pode ser expirado forçosamente após a inspiração máxima. Em um adulto com função respiratória normal, isso deve ser alcançado em um intervalo de 4 a 6 s. Em pessoas com doença pulmonar crônica, o tempo necessário para alcançar a CVF é maior, o VEF1 é menor e a razão VEF1/CVF é reduzida. Em casos graves, a CVF cai bastante (PORTH, 10ª ed.). As medições de volume pulmonar revelam aumento acentuado no VR, aumento da capacidade pulmonar total (CPT) e elevação da relação VR/CPT. Estas e outras medições do fluxo expiratório são determinadas por espirometria e usadas no diagnóstico de DPOC (PORTH, 10ª ed.). ↠ As medições de espirometria podem ser utilizadas para verificar a gravidade da doença. Por exemplo, uma razão VEF1/CVF abaixo de 70% com VEF1 de 80% ou mais, com ou sem sintomas, indica doença leve; enquanto uma VEF1/CVF abaixo de 70% com VEF1 inferior ou igual a 50%, com ou sem sintomas, indica doença moderada (PORTH, 10ª ed.). ↠ A doença grave é indicada por um intervalo de 30 a 50% no VEF1, e a DPOC muito grave é indicada por um VEF1 inferior a 30%; ambos com taxas de VEF1 para CVF inferiores a 70% (PORTH, 10ª ed.). RADIOGRAFIA DE TÓRAX IMPORTANTE: Outras medidas de diagnóstico passam a ser importantes à medida que a doença progride. Medições de tolerância ao exercício, estado nutricional, saturação de hemoglobina e gasometria arterial podem ser utilizadas para avaliar o impacto global da DPOC sobre o estado de saúde e orientar o tratamento (PORTH, 10ª ed.). ➢ Radiografia do tórax: hiperinsuflação pulmonar, bolhas; ➢ TC do tórax: evidencia o tipo de enfisema (centroacinar e pan-acinar); bronquiectasias; bolhas; perfusão em mosaico; Enfisema pulmonar. A. Radiografia simples do tórax evidenciando alargamento dos espaços intercostais, rebaixamento e retificação das cúpulas diafragmáticas, aumento da transparência pulmonar. B. Aumento do espaço retroesternal e retificação significativa do diafragma. 12 Júlia Morbeck – @med.morbeck ➢ Espirometria com teste broncodilatador: ver estagiamento; ➢ Gasometria arterial; ➢ Oximetria de pulso: SaO2 ≤ 90%; ➢ Pressões inspiratórias e expiratórias máximas: avaliam forças dos músculos respiratórios; desproporção entre grau da dispneia e VEF1; ➢ ECG: sobrecarga ventricular direita (cor pulmonale); ➢ Ecocardiograma: hipertensão pulmonar; cor pulmonale; ➢ Hemograma: Policitemia; ➢ Exame do escarro: aumento de eosinófilos pode indicar hiper-responsividade; ➢ Dosagem de α1-antitripsina: em pacientes com DPOC e menos de 45 anos de idade. Tratamento ↠ O tratamento de DPOC depende do estágio da doença e, muitas vezes, requer uma abordagem interdisciplinar (PORTH, 10ª ed.). IMPORTANTE: A cessação do tabagismo é a única medida que retarda a progressão da doença. A orientação às pessoas com DPOC e a seus familiares é fundamental para o manejo bem-sucedido da doença. A reabilitação psicossocial deve ser individualizada para atender às necessidades específicas de pessoas com DPOC e seus familiares. Essas necessidades variam de acordo com idade, profissão, recursos financeiros, interesses sociais e recreativos e relações interpessoais e familiares (PORTH, 10ª ed.). ↠ O uso de uma máscara, em grande parte, impede o desenvolvimento de dispneia e broncospasmo devido ao ar frio e à exposição ao vento (PORTH, 10ª ed.). ↠ Infecções respiratórias podem impor risco de morte para pessoas com DPOC grave. O indivíduo com DPOC deve evitar o contato com pessoas com infecção comprovada do sistema respiratório, bem como lugares com grande quantidade de pessoas durante os períodos do ano em que a gripe ou infecções do sistema respiratório predominam. A vacinação contra gripe e infecções pneumocócicas diminui a probabilidade de ocorrência (PORTH, 10ª ed.). ↠ Manter e melhorar o funcionamento físico e psicossocial é uma parte importante do programa de tratamento para pessoas com DPOC. Um programa de reabilitação pulmonar a longo prazo pode reduzir significativamente a necessidade de hospitalização e melhorar a capacidade da pessoa de gerenciar e lidar com sua deficiência de uma maneira positiva (PORTH, 10ª ed.). TRATAMENTO FARMACOLÓGICO ↠ O tratamento farmacológico da DPOC envolve o uso de broncodilatadores, como a inalação de agentes adrenérgicos e anticolinérgicos. Agonistas β2- adrenérgicos inalados têm sido a principal forma de tratamento da DPOC. Afirma-se que os agonistas β2- adrenérgicos inalados de ação prolongada podem ser ainda mais efetivos do que as formas de ação rápida (PORTH, 10ª ed.). ↠ Os fármacos anticolinérgicos (p. ex., brometo de ipratrópio, brometo de tiotrópio), que são administrados por inalação, produzem broncodilatação via bloqueio dos receptores colinérgicos parassimpáticos geradores de contração do músculo liso dos brônquios. Esse tipo de medicamento, que deve ser administrado por inalação, promove broncodilatação pela ação direta sobre as grandes vias respiratórias, sem alterar a composição ou a viscosidade do muco brônquico. Também reduz o volume de expectoração, sem alterar sua viscosidade. Como esses medicamentos têm um início de ação mais lento e mais prolongado, geralmente são usados em bases regulares em vez de empregados de acordo com a necessidade. Também há disponibilidade comercial de inaladores que combinam um medicamento anticolinérgico com um agonista β2-adrenérgico (PORTH, 10ª ed.). ↠ Os corticosteroides inalatórios muitas vezes são usados no tratamento de DPOC, apesar das controvérsias quanto a sua utilidade. Uma explicação para a falta de efeito pode estar relacionada com o fato de que os corticosteroides prolongam a ação de neutrófilos e, portanto, não suprimem a resposta inflamatória neutrofílica observada nos casos de DPOC. Como os corticosteroides são úteis no alívio de sinais/sintomas de asma, podem beneficiar pessoas com asma concomitante à DPOC. Corticosteroides inalados também podem ser benéficos no tratamento da exacerbação aguda da DPOC, minimizando os efeitos indesejáveis que muitas vezes acompanham a utilização sistêmica (PORTH, 10ª ed.). ↠ A oxigenoterapia deve ser prescrita para indivíduos selecionados com hipoxemia significativa (PO2 arterial < 55 mmHg). A administração de oxigênio a um baixo fluxo contínuo (1 a 2 ℓ/min) para manter os níveis de PO2 arterial entre 55 e 65 mmHg minimiza a dispneia e a hipertensão pulmonar e melhora o funcionamento neuropsicológico e a tolerância à atividade física. O objetivo geral da oxigenoterapia é manter a saturação de oxigênio da hemoglobina em 88 a 92% (PORTH, 10ª ed.). ↠ Como o impulso ventilatório associado à estimulação hipóxica dos quimiorreceptores periféricos não ocorre até que a PO2 arterial seja reduzida para aproximadamente 60 mmHg ou menos, a elevação da PO2 arterial acima de 60 mmHg tende a deprimir o estímulo hipóxico para 13 Júlia Morbeck – @med.morbeck ventilação. Isso frequentemente resulta em hipoventilação e retenção de dióxido de carbono. Portanto, os médicos devem ter o cuidado de não oxigenar excessivamente os pacientes com DPOC com o intuito de alcançar uma meta mais alta de espirometria, porque isso pode diminuir o impulso respiratório (PORTH, 10ª ed.). Referências KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul; ASTER, Jon. Robbins & CotranPatologia - Bases Patológicas das Doenças, 9ª edição. Grupo GEN, 2016. NORRIS, Tommie L. Porth – Fisiopatologia, 10ª edição. Grupo GEN, 2021. BROADDUS, V. Courtney. Murray & Nadel Tratado de Medicina Respiratória, 6ª edição. Grupo GEN, 2017. WHALEN et. al. Farmacologia Ilustrada, 6ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2016. PORTO, Celmo C.; PORTO, Arnaldo L. Clínica Médica na Prática Diária. Grupo GEN, 2015. ASSIS et. al. Prevalência de sintomas de asma e fatores de risco em adolescentes. J. Hum Growth, 2019. RODRIGUES et. al. Abordagem geral da asma: uma revisão narrativa. Revista Eletrônica Acervo Médico, 2021.
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