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TROCA E TRANSPORTE DE GASES Respiração Conceitos · Respiração: processo pelo qual um organismo troca O2 e CO2 com o meio · Respiração Celular: processo de conversão das ligações químicas de moléculas ricas em energia que possa ser usada em processos vitais (cadeia respiratória – fosforilação oxidativa; ciclo de Krebs; via glicolítica) · Quanto maior o metabolismo, maior o consumo de O2 e maior a produção de CO2 Objetivo: promover trocas gasosas - prover O2 aos tecidos; remover CO2 Divisão da respiração: ventilação pulmonar; difusão de O2 e CO2 entre os alvéolos e o sangue; transporte de O2 e CO2 no sangue e líquidos corporais; regulação da ventilação DIFUSÃO GASOSA Ventilação alveolar difusão de O2 e CO2 Difusão: movimento aleatório de moléculas em todas as direções através da membrana respiratória e líquidos adjacentes. Essa movimentação se dá do local de maior para o de menor concentração, tendo como objetivo final a homogeneização das concentrações. · Energia cinética das moléculas · Moléculas livres – movimento linear em alta velocidade · Efeito do gradiente de concentração Por que as moléculas se difundem? As moléculas apresentam movimento cinético e vão batendo umas nas outras, desviando para o sentido oposto. Quanto mais perto uma molécula está da outra, mais elas batem entre si e desviam – deixando por um tempo suficiente, sempre vai de onde tem mais para onde tem menos moléculas Maior concentração de gases = mais moléculas → maior probabilidade de choques entre as moléculas → desvio do sentido cinético das moléculas para onde há menor concentração Ex.: o sangue venoso, que tem mais CO2, precisa difundir esse sangue para o ar alveolar. O ultimo, com mais O2, precisa ceder esse gás para o capilar, oxigenando o sangue (sangue venoso → sangue arterial) Pressão Parcial de Gases Individuais Para gases, o termo mais correto é pressão parcial – o gás apresenta uma energia cinética e se choca contra as bordas e causa uma força constante no recipiente que o contem. Essa força constante (= pressão) depende da quantidade de gás presente no recipienteLei de Henry: pressão parcial = [gás dissolvido] / coeficiente de solubilidade Ar: 80% de N2; 20% de O2 (pressão total = 1 atm ou 760mmHg – pressão parcial de N2 = 608 mmHg; pressão parcial de O2 = 152 mmHg) · O nitrogênio é um gás inerte (nada no nosso organismo consegue reagir com esse gás) e pequeno. Ao inspirarmos o ar, há influxo de nitrogênio; ele entra no nosso sangue, mas dissolve muito pouco – quando o N2 entra no nosso sangue, o pouco que estava dissolvido sai (constante) · Ou seja, existe troca de nitrogênio, mas como é constante, não é abordada. Essa troca passa a ser importante quando se muda de altitude (para cima ou para baixo) – grande alteração da pressão de gás a qual o organismo está submetido · Ex.: descompressão – aumento das chances de o N2 sair mais do sangue. Problema = nitrogênio sair de uma vez e formar uma bolha (embolia) Sentido e Intensidade da Difusão: Determinados pela diferença de pressão parcial entre 2 meios. Ex.: pulmão – os gases que compõem o ar precisam atravessar o alvéolo, a matriz extracelular e a célula endotelial para chegar no capilar Além da pressão, a difusão de gases depende do coeficiente de solubilidade do gás Embora o CO2 seja mais pesado, atravessa mais facilmente a membrana, já que é muito mais solúvel em membranas – a diferença de concentração/pressão parcial necessária para que essa passagem ocorra é menor. Fatores que Influenciam a Taxa de Difusão:Difusão P x A x S d x · Diferença de pressão parcial (ΔP) · Entre ar alveolar e capilar alveolar · Área de corte transversal do liquido (A) · O alvéolo é banhado por uma fina camada de liquido com surfactante - o aumento de liquido intrapulmonar (ex.: pneumonia) aumenta a área de liquido banhando os alvéolos (dificulta troca gasosa) · Solubilidade do gás no liquido (S) · Distância pela qual o gás precisa difundir-se (d) · Espessamento da parede dos alvéolos (aumento do tecido fibroso pulmonar) dificulta a difusão de gases · Massa molecular do gás · Quanto menor a massa molecular, mais fácil a difusão do gás · Temperatura do liquido (praticamente constante - normalidade) Gás Coeficiente de Solubilidade O2 0,024 CO2 0,57 CO 0.018 N2 0,012 He 0,008 Quanto maior o coeficiente de solubilidade, mais facilmente o gás atravessa membranas Obs.: o He pode ser usado para medir o volume residual pois entra muito pouco no sangue. Isso está associado à sua baixa solubilidade (o He que é inspirado pelo individuo no experimento permanece nos pulmões, vai muito pouco para o sangue) Gás Coeficiente de Difusão O2 1,0 CO2 20,3 CO 0,81 N2 0,53 He 0,095 Ex.: o CO2 apresenta 20 vezes mais a solubilidade do O2 Renovação do Ar Alveolar Capacidade Funcional Residual = volume presente o tempo todo nos alvéolos (~2,3L) · VR (volume residual) + VRE (volume de reserva expiratória) Volume Corrente = ar que é renovado (~0,35L chegam aos alvéolos e são expirados; outros 0,15L ficam retidos nas vias aéreas superiores) · Troca parte da capacidade residual funcional Para renovar todo o ar do pulmão é necessário respirar em torno de 16 vezes (considerando FR = 12 resp./minuto, a renovação residual funcional completa levaria 1 minuto e 20 segundos) · Vantagens: reserva de ar oxigenado em situações de falta de oxigênio · Além disso, o O2 e o CO2 precisam ser mantidos em determinadas concentrações para troca; a renovação de 100% do ar em cada respiração exigiria colabamento dos pulmões seguida de abertura em cada ciclo, o que reduziria a tensão superficial (ausência de ar → maior atração entre as moléculas de água) – necessidade de muito mais força para injetar o ar nos pulmões (gasto de energia muito maior) Obs.: os valores são aproximados, dependem da estatura do individuo (maior estatura – pulmão maior) O contato entre o capilar alveolar e o alvéolo dever ser o menor possível para que haja troca – a distancia na qual o gás precisa se difundir dificulta a difusão Gás Ar Atmosférico Ar Umidificado (traqueia) Ar Alveolar Ar Expirado N2 597 (78,92%) 563,4 (74,09%) 569 (74,9%) 566 (74,5%) O2 159 (20,84%) 149,3 (19,67%) 104 (13,6%) 120 (15,7%) CO2 0,3 (0,04%) 0,3 (0,04%) 40 (5,3%) 27 (3,6%) H2O 3,7 (0,5%) 47 (6,2%) 47 (6,2%) 47 (6,2%) Total 760 (100%) 760 (100%) 760 (100%) 760 (100%) Quando o ar passa para a traqueia, o único processo que ocorre é a umidificação do ar – inserção de vapor de H2O → pequena diluição de N2 e de O2 · Dias muito secos: sentimos mais a boca e o nariz ressecado, pois é mais difícil inserir água ate alcançar 6% O ar alveolar apresenta a mesma quantidade de água que aquele da taqueia; a quantidade de N2 aumenta um pouco e a de CO2 é drasticamente elevada. Quanto ao O2, sua quantidade é diminuída Alvéolo = local de trocas · Redução de O2: devido à difusão desse gás do alvéolo para o capilar; deve-se destacar que a quantidade de O2 não zera (permanece em torno de 104 mmHg) e essa condição permite que ocorram trocas gasosas · Aumento de CO2: devido à difusão desse gás do capilar alveolar (CO2 produzido no metabolismo) para o alvéolo O ar expirado tem pequena redução de N2, aumento de O2 e maior redução de CO2 quando comparado ao ar alveolar · Aumento de O2: associado à mistura do ar alveolar que sai com o ar das vias aéreas superiores · Isso é que permite a respiração boca a boca – tem 15% de O2 no ar do indivíduo que realiza a respiração · Redução de CO2: presença de pouco CO2 no ar das vias aéreas superiores (maior volume com pouco efeito desse ar para aumentar a quantidade de CO2 - redução da concentração, da porcentagem de CO2 no ar expirado) Pressão Parcial de O2 e CO2 No pulmão: equilíbrio com as pressões parciais do ar alveolar Em relação ao O2: O sangue venoso chega com pressão parcial de 40 mmHg de O2 (a presença de O2 nunca é zerada); por outro lado, nos alvéolos, a pressão desse gás é de 100 mmHg. Por difusão, o O2 tendea ir dos alvéolos (maior pO2) para o capilar A difusão do O2, considerando a pequena solubilidade desse gás, implica na necessidade de grande diferença de pressão para que ocorra o processo. Isso ocorrera até que haja equilíbrio com o ar alveolar - sangue arterial com pressão de O2 = 100 mmHg Em relação ao CO2: A diferença de pressão parcial entre o ar alveolar e o sangue venoso é de apenas 5 mmHg. Como o coeficiente de solubilidade do CO2 é maior, a difusão vai ocorrer (mesmo com a pequena diferença), ate que se alcance o equilíbrio das pressões parciais Obs.: as pressões parciais no alvéolo permanecem quase constantes, mesmo com a difusão que ocorre com o sangue, devido à renovação constante que ocorre com o capilar alveolar Nos tecidos: Sangue arterial chega nos tecidos com pCO2 de 40 mmHg e pO2 de 95 mmHg · Redução da pressão parcial de O2 que chega pelo sangue arterial do capilar tecidual quando comparado ao mesmo tipo de sangue que saiu do capilar pulmonar: o capilar pulmonar se mistura com o sangue do pulmão, que consumirá um pouco de O2 para o seu metabolismo – SHUNT (mistura entre o sangue que acabou de ser trocado com aquele que chega ao tecido pulmonar) · Quando chegar nos tecidos, as células apresentam maior pCO2 (45 mmHg) e menor pO2 (40 mmHg): consumo de O2 + produção de CO2 resultante do metabolismo · O CO2 tende a entrar no sangue arterial (pCO2 = 40 mmHg) e o O2, a sair desse sangue (pO2 = 95 mmHg) em direção ao capilar tecidual Obs.: em um ambiente com muito CO2 e pouco O2 (ex.: respirar dentro de um saco plástico), invertem-se os valores de pressão parcial do sangue arterial (capilar pulmonar). Desse modo, não há mais troca de O2 Portanto, a troca se dá por difusão e depende das diferenças de pressões parciais. Obs.: para que haja troca, a hemoglobina precisa se desligar do O2, liberá-lo; para o transporte desse gás do pulmão ao tecido, é necessária a ligação com a hemoglobina (O2 se dissolve muito pouco). Esse processo de liga/desliga é possível pois a hemoglobina consegue alterar sua afinidade (a pressão parcial de O2 refere-se à quantidade desse gás que existiria se a hemoglobina estivesse livre; porém, na realidade, 99% do O2 está ligado à hemoglobina) Pressão Parcial de O2 x Ventilação Alveolar Quanto maior a ventilação, maior a disponibilidade de O2 Curva Vermelha · Ventilação alveolar normal = ~ 5L/min (0,5L por ventilação x frequência de 10/min). Nesse ponto, a pressão alveolar é de 105 mmHg de O2 (ponto A) · Queda da ventilação (ex.: prender a ventilação): menor disponibilidade de O2 → menor pO2 → maior dificuldade na troca · Aumento da ventilação: maior disponibilidade de O2 → maior pO2 → maior troca de ar alveolar (troca = passagem de O2 do ar alveolar para o capilar; apesar de haver mais troca na hiperventilação, chega muito mais ar novo, com mais O2 ) Obs.: Há um máximo da capacidade de pO2 que pode ser atingido no ar alveolar (~ 125 mmHg), mesmo que se ventile muito. Isso se dá pois existe um volume residual, além do fato de a pressão de O2 no ar atmosférico ser de 152 mmHg (nunca se alcançara esse valor no ar alveolar porque sempre há difusão, troca gasosa – mesmo em repouso). Curva Azul (durante a prática de atividade física intensa) A curva se altera pois o músculo esquelético vai usar muito mais oxigênio do que no repouso; desse modo, a difusão aumenta demais (troca mais intensa) – deslocamento da curva devido ao aumento do consumo de O2 · Mesmo na ventilação de repouso (5L/min), a pressão alveolar difere da curva de repouso, atingindo 30 mmHg na situação do exercício (X repouso = 105 mmHg) – isso ocorre pois os músculos estão usando muito O2, logo a pressão parcial desse gás cai rapidamente · Para alcançar 105 mmHg na situação de exercício, é necessário aumentar a frequência ventilatória até 15L/min, aproximadamente Atividade física intensa: aumento da frequência respiratória – respiração intensa → maior ventilação para compensar o aumento do consumo de O2 e manter o ar alveolar em torno de 100 mmHg · Nessa situação, devido ao maior consumo de O2 pelos tecidos, o máximo atingido não será 125 mmHg Obs.: dor ao praticar um exercício físico no qual o sujeito não está adaptada – associado à hipóxia · A atividade física promove pequenas lesões por hipóxia nos músculos que são usados; isso aciona a secreção de fatores de crescimento, resultando na formação de novos capilares (NEOVASCULARIZAÇÃO). Isso permite melhor distribuição de oxigênio, evitando a dor (mais sangue – mais O2) · A dor que persiste após a pratica de atividade física é devido à produção de acido lático; a dor no momento do exercício está associada à hipóxia · Pacientes com anemia falciforme sentem dor, mesmo quando não estão praticando atividade física, devido à hipóxia Pressão Parcial de CO2 x Ventilação Alveolar Quanto maior a ventilação pulmonar, menor a pCO2 Curva Vermelha · Ventilação alveolar normal = ~ 5L/min (0,5L por ventilação x frequência de 10/min). Nesse ponto, a pressão alveolar é de 40 mmHg de CO2 (ponto A) · Queda da ventilação (ex.: prender a ventilação): menor eliminação de O2 → maior pCO2 → maior dificuldade na troca · Aumento da ventilação: maior eliminação de CO2 → menor pCO2 → maior troca de ar alveolar O mínimo de CO2 que pode se atingir é 15, 20 mmHg Obs.: menor pCO2 = promover uma alcalose respiratória → tontura, confusão mental Curva Azul (durante a prática de atividade física intensa) Se durante a atividade física o individuo não aumentar a ventilação, mantendo a de repouso (~ 5L/min), a pressão parcial de CO2 aumenta muito. Para alcançar 40 mmHg de CO2, o individuo deve, como compensação, aumentar a frequência respiratória, chegando perto dos 17L/min de ventilação. Altas Altitudes Ar rarefeito, com menos O2 Para compensar a menor disponibilidade de O2, a pessoa aumenta a frequência respiratória; apesar de equilibrar o O2, a pessoa perde mais CO2 (alcalose respiratória) Uma permanência por mais tempo nessa condição de ar rarefeito (~ 2 meses), há uma adaptação fisiológica – produção de mais hemácias (mais hemoglobina) · O pouco oxigênio presente é capturado, dispensando a hiperventilação Crise de Ansiedade Hiperventilação devido ao disparo do SNAS – liberação de adrenalina (broncodilatador). Pessoa respira mais que a demanda Ar Expirado Combinação de ar do espaço morto (volume residual) e ar alveolar; Composição: · Quantidade de ar expirado do espaço morto; quantidade de ar alveolar Pressão Alveolar de O2 = 105 mmHg Pressão Alveolar de CO2 = 45 mmHg O ar alveolar se mistura com o ar do espaço morto, das vias aéreas superiores · Nas vias aéreas superiores, teoricamente, a pO2 poderia ser em torno de 150 mmHg – porcentagem de oxigênio no ar (20% = 152 mmHg). Isso se dá porque não há processo de troca nos alvéolos Ao longo das vias aéreas superiores ate os alvéolos, a concentração de O2 vai sofrendo redução e a de CO2, aumento pois, no fim, começa a difusão, o processo de trocas. (traqueia → brônquios → bronquíolos → alvéolos) · A alteração nas pressões parciais al longo de brônquios e bronquíolos se deve à mistura entre o ar alveolar e o ar das vias aéreas superiores (nessas estruturas NÃO há trocas) Unidade Respiratória Um alvéolo recebe vários capilares. · 300 milhões de alvéolos, cada qual com 0,2mm de diâmetro · Paredes alveolares: extremamente finas, com apenas 0,6 µm – essencial à difusão de gases Os capilares são extremamente estreitos para que as hemácias passem espremendo-se e coladas à parede; desse modo, se houver O2 chegando, ele é capaz de entrar na hemácia/ se houver CO2 no sangue, ele consegue se difundir – troca gasosa sem atravessar quantidades significativas de plasma (água = complicador para troca de gases) Membrana Respiratória Camadas: 1. Líquido revestindo o alvéolo e contendo surfactante; 2. Epitélio alveolar; 3. Membrana basal epitelial; 4. Espaço intersticial fino; 5. Membrana basal capilar; 6. Membrana endotelial capilar A célula da parede alveolar é banhada por liquido; logo, a primeira camada que o gás deve atravessaré a de liquido que reveste o alvéolo Obs.: a hemácia passa encostando no epitélio Área total da membrana respiratória: entre 70m2 e 100m2 Quantidade total de sangue nos capilares: de 60 a 140ml · Essa combinação de fatores permite rápida troca gasosa Diâmetro médio dos capilares: 5 µm Por que hemácias? Resp.: A hemácia contem hemoglobina, que irá transportar O2; além disso, tem a enzima anidrase carbônica (CO2 → HCO3-) · Hemoglobina: principal forma de transporte de oxigênio · Bicarbonato: principal forma de transporte de gás carbônico Fatores que afetam a Taxa de Difusão da Membrana Respiratória a) Espessura da membrana respiratória · Aumento da espessura: maior quantidade de liquido no espaço intersticial da membrana e nos alvéolos → dificulta a troca gasosa, principalmente de O2 (ex.: edema ou fibrose) b) Área superficial da membrana respiratória · Redução da área: menor superfície de contato para troca gasosa → dificulta a troca gasosa (ex.: retirada de um pulmão – a falta desse pulmão só é sentida quando é necessário aumentar as trocas gasosas, como na atividade física ou ao cantar) c) Diferença de pressão do gás · Determina o sentido de difusão Capacidade de Difusão da Membrana Respiratória Definição: volume de gás que se difunde através da membrana a cada minuto para uma diferença de pressão de 1 mmHg Oxigênio · Repouso: 21ml/min/mmHg = 250ml de O2/min · Ou seja, em repouso consumimos 250 ml de O2 por minuto · Exercício: 65ml/min/mmHg · Acréscimo associado ao aumento da frequência respiratória e da profundidade (utilização de músculos acessórios para aumentar ainda mais o volume da caixa torácica e reduzir ainda mais a pressão) · Para que esse acréscimo resulte em trocas deve ocorrer uma abertura dos capilares pulmonares → melhora na equiparação ventilação/perfusão dos capilares alveolares (não adiante hiperventilar e não haver aumento do volume de sangue, pois nessa situação não ha mais sangue para realizar mais trocas) Gás Carbônico Difunde-se rapidamente através da membrana (maior solubilidade – maior capacidade de difusão) · Repouso: 400-450ml/min/mmHg · Exercício: 1200-1300ml/min/mmHg Razão Ventilação/Perfusão na Concentração de Gás Alveolar Para que ocorra troca gasosa é necessário que haja ventilação (renovação do ar) e perfusão (sangue deve estar passando nos capilares). O ideal seria que a taxa de ventilação e a taxa de perfusão fossem iguais em todos os alvéolos; porém isso não ocorre (tamanho variável dos alvéolos) · Base do Pulmão: alvéolos menores; maior perfusão (maior proximidade com o coração; força da gravidade tende a deslocar o sangue para baixo) · Ápice do Pulmão: alvéolos maiores; menor perfusão Razão Ventilação/Perfusão (VA/Q) · Ideal: 1 (VA = Q) · VA= 0 → razão = 0 (perfusão sem troca gasosa, sem ventilação) · Ar alveolar entra em equilíbrio com os gases no sangue · Q = 0 → razão tende ao infinito (ventilação sem passagem de sangue) · Ar alveolar torna-se quase igual ao ar inspirado umidificado Razão Normal pO2 no ar alveolar: ~100mmHg pCO2 no ar alveolar: ~40mmHg · Se essa relação começar a aumentar, tendendo ao infinito, significa ausência de perfusão · Aumento de pO2 no ar alveolar até atingir a mesma concentração do ar atmosférico · Se essa relação diminuir e tender a zero, significa ausência de ventilação · Redução de pO2 no ar alveolar até a pO2 dos tecidos (40mmHg); a pCO2 também vai equilibrar com a pressão do tecido (45mmHg) Portanto, a curva de pO2 e de pCO2 depende da relação ventilação/perfusão TRANSPORTE DE O2 E CO2 NO SANGUE E NOS LÍQUIDOS TECIDUAIS O2: transportado pelo hemoglobina (~98%) CO2: transportado na forma de HCO3- (~70%) (apenas 23% é transportado pela hemoglobina) · A troca vai ocorrendo ao longo do alvéolo e do capilar pulmonar, de onde tem mais para onde tem menos, até equilibrar as pressões (variação gradual da pressão) I. Oxigênio a) No sangue arterial: 98% do sangue que chega ao átrio esquerdo adquiriu pO2 =104 mmHg (sangue que sai do capilar, que acabou de passar no alvéolo) Capilar → Vênula pós-capilar → Veia Pulmonar → Átrio esquerdo · Quando o sangue chega na veia pulmonar, se mistura com o sangue de tecido pulmonar (utilizou um pouco de O2 para si) (*) SHUNT · Perda de O2 já que teve mistura com um sangue com menos pO2 Resultado: o sangue que chaga ao coração (A.E.) tem em torno de 95 mmHg de O2; o que é distribuído para a circulação sistêmica tem em torno de 85 mmHg (*) 2% do sangue vêm da aorta, através da circulação brônquica, suprindo os tecidos profundos do pulmão (fluxo de desvio - shunt); tem pO2 = 40 mmHg b) Na circulação sistêmica (capilares pulmonares → liquido intersticial) Papel da Hemoglobina no Transporte de Oxigênio Revisão: hemoglobina = estrutura quaternária com 4 cadeias, cada qual com seu grupo heme – cada heme consegue se ligar a uma molécula de oxigênio; ou seja, uma hemoglobina pode se ligar até a 4 O2 A afinidade da Hb pelo oxigênio é determinada pela pressão parcial desse gás (quanto mais O2, maior a afinidade na hemoglobina pelo O2) · Alta pO2: oxigênio se liga à hemoglobina · A maior pressão de O2 é nos capilares pulmonares, ou seja, é nesse local que a hemoglobina tem maior afinidade e se ligará ao O2 · Baixa pO2: oxigênio se desliga da hemoglobina · A menor pressão de O2 é nos capilares teciduais, ou seja, é nesse local que a hemoglobina perde a afinidade e se desligará do O2 É desse modo que a hemoglobina consegue transportar para onde precisa (liberação do O2 onde houver baixa pressão parcial desse gás) Variação de afinidade da hemoglobina frente à pressão parcial de O2 Ligação reversível pO2 = 105 mmHg (alvéolos) ~100% da Hb está ligada ao oxigênio pO2 = 40 mmHg (tecidos) 75% da Hb está ligada ao oxigênio Outros fatores que alteram a afinidade da hemoglobina pelo O2: Curva “cheia”: afinidade da Hb determinada apenas pela pO2 Curva à direita: leve redução da afinidade da Hb pelo O2; necessidade de uma pressão parcial um pouco maior para apresentar a mesma afinidade. · O2 é liberado antes do que seria considerando apenas o papel da pO2 · Influência de marcadores de metabolismo: aumento de H+ (ácido), de CO2 (efeito Bohr), de temperatura ou de BPG Curva à esquerda: leve aumento da afinidade da Hb pelo O2; necessidade de uma pressão parcial um pouco menor para apresentar a mesma afinidade. · O2 fica “preso” por mais tempo à hemoglobina · Único fator: aumento do pH/alcalose Obs.: apenas 0,17ml de O2 ficam dissolvidos no sangue (sem capacidade de suprir as necessidades do organismo) · Aumento de pO2 → mais O2 difundido no sangue → intoxicação por oxigênio (produção de radicais livres – EROs) Combinação de Hemoglobina com Monóxido de Carbono O CO se liga 250x mais facilmente à hemoglobina quando comparado ao O2 · Ligação irreversível devido à altíssima afinidade Toxicidade: torna a hemoglobina incapaz de exercer seu papel, o transporte de oxigênio · Hemoglobina fica circulando o tempo todo com o CO II. Gás Carbônico É produzido nas células, resultante do metabolismo. Nos capilares teciduais, encontra a hemácia, que apresenta a enzima anidrase carbônica: CO2 + H2O → H2CO3 → H+ + HCO3- · 70% CO2 do fica no sangue, dissolvido no plasma, na forma de bicarbonato (HCO3-) Nos capilares pulmonares, o CO2 dissolvido no plasma vai saindo, havendo leve redução. Assim, o bicarbonato volta a entra na hemácia e a anidrase carbônica reconverte o HCO3- em CO2 e H2O · O CO2 atravessa facilmente a membrana Obs.: 7% do gás carbônico é transportado na forma de CO2, dissolvido na água/ 23% é transportado ligado à hemoglobina (carboxiemoglobina = HbCO2) A faixa de pressão parcial de CO2 é estreita, variando entre 40 e 45 mmHg · Tecido em alto metabolismo: pressão parcial chega a 45 mmHg · Tecido com baixo metabolismo: pressão parcial fica em torno de 40 mmHg Influência da pCO2 no gás carbônico no sangue Quanto maior pCO2, maior a taxa de CO2 no sangue Quanto menor pCO2, menor a taxa de CO2 no sangue Para uma pCO2 de 40 mmHg, deve-se ter uma pO2 de 100 mmHg · Se subir pCO2, sobetambém o ponto de equilíbrio entre esse gás e a pO2 Efeito Haldane: a ligação do O2 à Hb tende a deslocar o CO2 (X efeito Bohr) · Mais O2 nos capilares pulmonares → hemoglobina se desliga do CO2, permitindo sua difusão
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