Buscar

GDA - Saneamento

Prévia do material em texto

Saneamento básico
No Brasil, entende-se por saneamento básico a universalização do acesso aos serviços de abastecimento de água, esgoto sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, segundo a Lei Federal de Saneamento Básico de 2007 (SNIS, 2020). Embora em 1967 tenha sido promulgada a Política Nacional de Saneamento Básico, somente com a Constituição de 1988, o saneamento básico passou a ser assegurado como um direito fundamental a todos os cidadãos (LIMA & HOPPEN, 2020). Entretanto, foi com a Política Nacional do Meio Ambiente de 1981 que se passou a ter preocupação com a equilíbrio entre crescimento econômico e preservação ambiental. A PNMA serviu de base para diversas outras leis e algumas das suas temáticas foram incorporadas pelo Plano Nacional de Resíduos Sólidos de 2010, como padrões de qualidade ambiental, avaliação de impacto ambiental e licenciamento de atividade poluidora. 
Ao falar sobre saneamento básico, é importante entendermos que a geração de resíduos é uma atividade intrínseca ao ser humano, logo é um fator que reflete no nível de desenvolvimento econômico e social de uma nação, estando intimamente relacionado ao índice de desenvolvimento humano – IDH (TOMÉ, 2018). O Brasil em sua dimensão continental apresenta grandes diferenças sociais, econômicas, geográficas, ambientais e culturais, havendo consequentemente uma diferença na alocação de recursos destinados ao desenvolvimento de cada região. Enquanto na região Sudeste 67% dos municípios são atendidos pelos serviços de saneamento, a região Norte conta com apenas 9% dos municípios (LIMA & HOPPEN, 2020).
De acordo com um estudo realizado por Silva et al. (2017) no município de Presidente Figueiredo, pertencente a região metropolitana de Manaus (AM), falta serviço de saneamento básico adequado, e a maioria das residências utilizam fossas que não atendem aos padrões ambientais, influindo em problemas ambientais e sanitários. A população acabava convivendo com os próprios dejetos que eram despejados em fossas mal construídas, ao ar livre ou em córregos, aumentando o risco de contração de doenças como febre tifoide, ancilostomose, elefantíase, esquistossomose, giardíase, poliomielite, entre outras. No município também não há outorga e licenciamento nas áreas de captação em manancial, acarretando no risco de uso de águas possivelmente contaminadas.
Os desafios enfrentados não só pelo município de Presidente Figueiredo, mas por diversos outros está no fornecimento e abastecimento da água. No município em questão, mesmo com um sistema autônomo de fornecimento e abastecimento de água, a população é acometida pela falta de água. Nos sistemas de distribuição costumam haver vazamentos que causam prejuízos financeiros, sanitários e comprometimento no acesso à água. Além disso, as políticas públicas ambientais na área saneamento ambiental ainda não garantem uma boa qualidade de bens e serviços e a além disso, também não há uma integração das políticas de saneamento com as demais políticas públicas. 
O avanço na área depende de investimento em segurança, saneamento e prevenção juntamente com o desenvolvimento de pesquisa cientifica e propostas educação e sensibilização ambiental. O acesso ao saneamento básico adequado representa redução da mortalidade infantil, aumento da longevidade da população uma vez que reduz a incidências de doenças que provocam afastamento das pessoas de suas funções laborais, redução das desigualdades sociais e aumento da qualidade de vida. (TOMÉ, 2018). Com isso algumas tecnológicas têm se mostrado promissoras no intuito de sanar problemas relacionados área como: 
· Sistema de biofiltros feitos a partir de uma mistura vegetal a base de coco, reduzindo o odor nas estações de tratamento de esgoto;
· Para áreas mais remotas, a Embrapa desenvolveu uma fossa séptica biodigestor que além de tratar o esgoto, produz efluentes que podem ser utilizados para adubação do solo;
· Sistema MBBR que utiliza biomídias (pequenas peças de plástico) dentro reatores biológicos, formando um biofilme que permite maior população de microrganismos responsáveis pelo tratamento em um mesmo volume de reação que sistemas convencionais;
· Adoção de prática de reuso de águas recuperadas pelas estações em atividades como irrigação de campos, praças e jardins; descarga de toaletes; construção civil – reduzindo a utilização de água potável para estes fins.
Referências bibliográficas
BRK Ambiental. Água e inovação: a chave para o saneamento no Brasil. 2021. disponível em: < https://www.brktransforma.com.br/canal/agua-e-inovacao-chave-saneamento-brasil/ > Acesso em: 11 set. 2021.
LIMA, B. A.; HOPPEN, M. I. Saneamento ambiental e sustentabilidade local. Curitiba: Contentus, 2020. 81p.
SILVA, P. T. C.; VIANA, A. L.; SOUZA, D. C.; SOUZA, F. V.; SANTOS. R. M. S. Saneamento básico: estudo de caso em Presidente Figueiredo, AM. InterfacEHS – Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade, v. 12, n. 12, 2017.
SNIS - SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO. Informações para planejar o saneamento básico. 2020. Disponível em: < http://www.snis.gov.br/downloads/cadernos/2019/DO_SNIS_AO_SINISA_SANEAMENTO_BASICO_SNIS_2019.pdf > Acesso em: 11 set. 2021.
TOMÉ, L. M. Saneamento básico: situação atual e perspectivas. Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste – ETENE, Caderno Setorial, v. 3, n. 7, 2018, 15p.

Continue navegando