Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
BRUNA OLIVEIRA RIBEIRO LUCIANA APARECIDA FOGAÇA TAYNARA BUENO CRUZ RELATÓRIO DE PRÁTICAS LABORATORIAIS FORMAÇÃO DE FOLHAS E TESTES FÍSICOS DO PAPEL Telêmaco Borba - PR 2018 BRUNA OLIVEIRA RIBEIRO LUCIANA APARECIDA FOGAÇA TAYNARA BUENO CRUZ RELATÓRIO DE PRÁTICAS LABORATORIAIS FORMAÇÃO DE FOLHAS E TESTES FÍSICOS DO PAPEL Relatório apresentado ao Curso de Engenharia Química, da Faculdade de Telêmaco Borba, como requisito parcial de nota bimestral. Prof. Fernanda Oliveira Telêmaco Borba - PR 2018 RESUMO O relatório em questão inicia-se com uma breve introdução na qual é descrita o processo de formação de folhas e a aplicação de aditivos para papel e importância da utilização destes produtos na indústria, são apresentados os objetivos gerais e específicos do trabalho. As folhas foram formadas em laboratório, e após foram submetidas a testes físicos, que auxiliam na identificação das características do papel. Através de uma revisão bibliográfica foi apresentado o embasamento teórico utilizado ao longo do desenvolvimento da prática. Também estão descritos os materiais e métodos utilizados na prática. Foram realizados os cálculos e avaliações necessárias e apresentadas as considerações finais. 1 INTRODUÇÃO Dois grandes segmentos industriais compõem a indústria de celulose e papel, cada um deles tem seu processo produtivo. Um destes processos produz tipos diferentes de celulose e pastas, tendo grande destaque a celulose produzida a partir do processo Kraft. O outro segmento desse setor é o de papel, responsável pela produção de diversos produtos relacionados, cujo os principais são: papel para imprimir e escrever; papel para embalagens; papel de imprensa e papéis para fins sanitários. O termo papel é utilizado a uma folha formada, seca e acabada, de uma suspensão de fibras vegetais, que foram desagregadas, refinadas e depuradas tendo ou não presença de aditivos, dependendo das características de utilização do produto final. O papel não é constituído apenas por fibras, podem ser aplicados a suspensão aditivos que auxiliam na melhora das suas propriedades. Dentre estes aditivos os principais são: Caulim, Carbonato de Cálcio, Dióxido de titânio Agentes de colagem: Breu, ASA, AKD Agentes de cor e brancura: Corantes, Alvejantes Ópticos Agentes de retenção: Amidos Catiônicos, Sílica Coloidal Agentes de resistência a úmido: Epicloridrinamida Agentes de resistência a seco: Amido, Policrilamidas Outros aditivos também utilizados são descritos a seguir; Acidificantes Alcalinizantes Antiespumantes e Desaerantes Controladores de “stickies” Dispersantes Tensoativos O conhecimento das propriedades físico químicas dos materiais faz necessário para obtenção de resultados que permitam a previsão do comportamento do material ou produto sujeito a esforços. Os testes físicos propiciam o conhecimento da composição do papel, sua estrutura e os vários componentes que compõe as propriedades físico-mecânicas dos materiais, posteriormente associando-os na produção do papel. Os testes físicos químicos são realizados desde de o preparo do suspensão até o produto final e vão depender da finalidade do produto, contudo alguns ensaios são essenciais ao processo. 2 OBJETIVO O trabalho tem como objetivo, determinar a consistência de polpa celulósica e verificar a ação da dosagem de aditivo, avaliando principalmente as propriedades de resistência a seco de folhas confeccionadas com fibra longa e fibra curta marrom. 2.1 OBJETIVO ESPECIFÍCO Determinar a consistência de fibras longa marrom. Determinar a gramatura; Determinar a resistência ao rasgo; Determinar a resistência à tração; Determinar a resistência à flexão. 3 DESENVOLVIMENTO 3.1 TESTES FISICOS- QUÍMICOS Consistência – Dizemos que consistência é a percentagem de um sólido em relação ao líquido. A consistência é a massa da fase sólida de uma amostra, quando secada até a massa constante, a uma temperatura de 100 a 130° C. É expressa como porcentagem (%) em massa de amostra. É representada por Cs. Gramatura – Gramatura é a medida da massa pela área de um papel, expressa em gramas por metro quadrado (g/m²). É calculada a partir da razão entre a massa pela área, após a conversão de unidades, sendo expressa em gramas (g) por metro quadrado (m²) (TAPPI, 2013). Quanto maior for a gramatura, mais grosso será o papel. Espessura – A espessura é a distância entre as duas faces do papel ou cartão, quando uma folha é colocada entre duas superfícies planas, circulares e sujeitas a uma pressão constante. A espessura pode ser afetada pela composição fibrosa, grau de refino e, principalmente pela calandragem e prensagem; por sua vez, afeta as propriedades mecânicas e ópticas do papel. O teste será feito em um micrômetro manual, Modelo: AD500, Marca: Qualitylabor, com várias medições em diferentes locais da folha de papel, sendo assim expressa em mm. Resistência ao Rasgo – A resistência ao rasgo é a força perpendicular ao plano do papel necessária para rasgar uma ou mais folhas de papel através de uma distância específica depois do rasgo ter sido iniciado, utilizando o equipamento de rasgo tipo Elmendorf. A resistência ao rasgo é expressa N. Calculada pela seguinte equação. Resistência à Tração – A resistência à tração é a força máxima de tração desenvolvida em corpo de prova (papel) suporta antes de se romper, sob condições definidas. Resistência à tração é a força por unidade de largura do corpo de prova. É um indicador da resistência derivada de fatores, tais como a resistência da fibra, comprimento de fibra, refinação, quantidade/qualidade do amido adicionado, quantidade de carga mineral e colagem. Ela pode ser utilizada para deduzir informação sobre estes fatores, especialmente quando utilizadas como um índice de resistência à tração, que no caso é a resistência a tração divido pela gramatura. No controle de qualidade, resistência à tração foi usado como uma indicação da capacidade de funcionamento dos diversos papéis que são submetidos a uma tensão de tração simples e direta (TAPPI, 2013). Alongamento – Alongamento, é a tensão máxima de tração desenvolvido em corpo de prova antes da ruptura num ensaio de tração, sob condições prescritas. O alongamento (ou alongamento em percentagem) é expresso como uma percentagem, isto é, cem vezes a razão entre o aumento de comprimento da amostra de ensaio para o intervalo de teste original (TAPPI, 2013). Resistência à Flexão – Resistência à flexão é a força, em milinewtons (mN), requerida para defletir um corpo de prova retangular, fixada em uma extremidade, através de um ângulo especificado (15°). A força é aplicada perto da extremidade livre do corpo de prova, normal ao plano que inclui o próximo borda do corpo de prova. A resistência à flexão pode variar pelos seguintes fatores: teste com ângulo diferente, a largura do corpo de prova e/ou a distância entre a extremidade do grampo. (TAPPI,2013) A resistência a flexão é uma das propriedades funcionais mais importante do papel e, principalmente, do cartão. A resistência de flexão pode ser aumentada com a utilização de fibras longas na composição do papel/cartão, a adição de amido e o aumento de refinação. Já a adição de cargas minerais e o tempo de prensagem e a força aplicada podem fazer com que esta propriedade decresça. Os testes foram realizados conforme a TAPPI (2013) T 489 om-13, no equipamento Medidor de Rigidez, Modelo: RI-Q, Marca: QUALITYLABOR. 3.2 MATERIAIS Os matérias utilizada para o realizar a prática foram: Proveta; Papel filtro qualitativo; Polpa celulósica Marrom; Becker de 4000 mL; Kitasato; Funil de Buchner; Dinamômetro Horizontal; Medidor de Rigidez; Guilhotinas; Elmendorf; Micrômetro; Régua; Balança Semi-analítica. 3.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTTAL 3.3.1 Consistência Para realizar o procedimento foi necessário pesar a proveta e logo após transferir 100 ml da polpa desagregada para a proveta. Após a pesagem do papel filtro, foi inserido em um funil de Buchner e umedecido com a água destilada, foi ligado bomba para retirar o excesso de água, e para transferir a amostra. A amostra foi filtrada e colada na estufa. 3.3.2 Formação da Folha Para formar a folha, foi utilizada a fibra curta cerca de 1500ml de fibra curta diluída mais aditivo (amido), para duas folhas, aproximadamente 750 ml para cada folha. Foi adicionado cerca de 750 ml a coluna de formação, quando o equipamento chegava a 4 L de água, essa mistura foi agitada cerca de 15 segundos, foi sedimentada, ligada a bomba a vácuo e após a retirada da folha. Procedimento foi realizado duas vezes, formando assim duas folhas. As folhas formadas foram colocadas em uma estufa para ser realizados testes físicos. 3.3.3 Gramatura Para a gramatura foi pesado a folha, e com o diâmetro da folha foi calculado a gramatura. 3.3.4 Espessura Com o auxílio de um medido de espessura digital, foi inserido a folha e a leitura foi realizada. 3.3.5 Resistência ao rasgo Com o auxílio de uma guilhotina foi cortado um pedação da folha. Esse pedaço foi fixado ao equipamento Elmendorf, feito o rasgo inicial, e verificado se o ponteiro estava na marca inicial, soltado o pendulo e realizado a leitura. 3.3.6 Resistência a tração Com o auxílio da guilhotina a folha foi cortada e logo fixada ao equipamento que estava inserido os dados (gramatura, espessura, etc) no dinamômetro horizontal, e após foi realizada a leitura. 3.3.7 Resistência ao flexão Com o auxílio de uma guilhotina foi cortado um pedação da folha. Esse pedaço foi fixado ao equipamento já calibrado, e feita a leitura até o ângulo de 15° para a direita e para esquerda. 4 RESULTADO E DISCUSSÕES A consistência foi calculada na seguinte maneira: - Polpa desagrada = 100 ml → 98,7661 g - Papel Filtro = 0,7307 g - Polpa + Papel filtro= 1,3561 g - Polpa seca = 0,6254 g. Para chegar na valor da gramatura foi feito o seguinte cálculo: O cálculo para saber quanto ml de fibra diluída e aditivos foram necessário para a formação da folha: Para formação de 2 folhas -> 1500 ml Com o auxílio dos equipamentos, foram chegado as seguintes resultados, sendo eles as médias dos resultados de fibra curta e fibra curta + aditivo, e fibra longa e fibra longa + aditivo. Rasgo (V médio) Gramatura (g/m 2 ) Espessura (mm) Tração (N) Flexão Alongamento (mm) FL + ADT 31 191,815 0,599 50,24 D: 12,5 E: 10,6 3,68 FC + ADT 5,0 152,73 0,476 29,2 D: 15 E: 14,5 1,85 FL 39 256,7 0,525 39,15 D: 14 E: 12,2 1,86 FC 11 162,75 0,674 73,8 D: 25,5 E: 33 4,35 Com as seguintes formulas: Conseguimos chegar aos valores apresentados na tabela abaixo: R.R médio R.R calculad o Rasgo (Valor medido) Rasgo (V médio) Gramatu ra (g/m2) Espessu ra (mm) Tração (N) M. Flexão FL (adt) 4865,76 3139,2 20 31 191,815 0,599 50,24 57,75 6592,32 42 FC (adt) 784,8 784,8 5 5 152,73 0,476 29,2 73,75 784,8 5 FL 6121,44 5650,56 36 39 256,7 0,525 39,15 65,5 6592,32 42 FC 1726,56 1726,56 11 11 162,75 0,674 73,8 146,25 1726,56 11 M. Flexão R. Flexão Flexão Alongamento (mm) IR IT IF FL (adt) 57,75 111,0453 12,5 3,68 25,36694 0,261 0,578919 10,6 FC (adt) 73,75 141,8111 15 1,85 5,13848 0,185 0,928509 14,5 FL 65,5 125,9475 14 1,86 23,84667 0,152513 0,490641 12,2 FC 146,25 281,2187 25,5 4,35 10,60866 0,453456 1,727918 33 CONCLUSÃO O número total de amostras utilizados para a realização dos testes físicos (2 folhas) não é um número significativo de amostras, dessa forma não é possível visualizar de forma clara as características de cada tipo de fibra e do uso do aditivo. Apesar disso, é possível visualizar uma alteração no testes de flexão e alongamento: a flexão e o alongamento da folha de fibra curta com o aditivo são menores do que a flexão e o alongamento da folha de fibra curta sem aditivo. O amido é um aditivo capaz de aumentar a resistência mecânica do papel, melhorar a organização das fibras de celulose e dar melhor acabamento superficial ao papel, entre outros. O aumento da resistência mecânica que o amido proporciona é responsável pela diminuição da flexão e do alongamento. REFERÊNCIAS BRACELPA, Dados Estatistíticos. São Paulo, 2013. (www.bracelpa.org.br) IPT . Celulose e Papel. Tecnologia de Fabricação de pasta celulósica. Vol I. 2 ed. IPT, São Paulo, 1988. 559p. IPT. Celulose e Papel. Tecnologia de fabricação do papel. Vol II. 2.ed. IPT, São Paulo, 1988. 405p. Processo de Fabricação de Papel – Uma visão geral; <> Disponivel em: file:///C:/Users/s2em/AppData/Local/Microsoft/Windows/INetCache/IE/MW79RS1F/S D_Papel_Visao_geral.pdf<> Acesso em 10/06/2018 TAPPI . Introduction to Pulping Technology. Pulping. Tappi Home Study Course No. 2. TAPPI, Atlanta, 1976. WENZEL, A.F.J. Kraft pulping: theory and practice. Lockwood. New York, 1967. 170p.
Compartilhar