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diarreia aguda

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1 Juliele bueno/medicina/ 6º período 
Diarreia aguda 
 
 
Secreção de absorção de água nos intestinos 
- total de líquido que atinge o TGI pouco mais 
de 10 L ( 2L da dieta + 8L sucos digestivos 
- delgado, reabsorve 8,5 L do total 
-colón: absorve 1.5 L de total 
- fezes: eliminação 100 a 200 mL 
 
Diarreia: eliminação de fezes amolecidas 
com consistência liquida 
- aumento do número de evacuações 3x dia 
- aumento da massa fecal > 200g/dia 
 
Desinteria: diarreia acompanhada de 
produtos patológicos 
- sangue e ou muco nas fezes 
- sintomas sistêmicos associados: febre e dor 
abdominal. 
 
➔ Excesso de água nas fezes, problema 
na absorção de água que vai resultar 
na diarreia. 
➔ Absorção de mais água no delgado, 
problemas no delgado vai produzir 
diarreia mais volumosa 
➔ Intestino grosso vai produzir diarreia 
menos volumosa. 
➔ Diarreia aumento de evacuações mais 
de 3x ao dia, mais de 200g ao dia, 
diarreia alteração da consistência das 
fezes, fezes liquidas. 
➔ Desinteria, acompanhada de produtos 
patológicos, sangue e catarro. ( 
principalmente sangue) 
 
Classificação 
 
Classificação temporal da diarreia 
Aguda – duração de até 2 semanas 
Persistente- duração de 2 a 4 semanas ( 
mais perto da crônica) 
Crônica – duração maior que 4 semanas 
 
Classificada quanto a origem 
 
Diarreia alta: proveniente do intestino 
delgado 
 
Episódios diarreias com menor frequência 
e maior volume de fezes nas evacuações 
Presença de restos alimentares nas fezes e 
de esteatorreia ( gordura). 
 
Diarreia baixa proveniente do cólon 
- episódios diarreicos com maior 
frequência e menor volume de fezes e 
evacuações 
- presença de sintomas de irritação do 
reto: tenesmo ( desconforto/dor ao 
evacuar) urgência fecal 
( por exemplo, virose) 
 
Mecanismo 
 
Classificação quanto ao mecanismo da 
diarreia 
 
- osmótica: presença de um soluto não 
absorvível na luz intestinal, aumentando 
sua pressão osmótica e prejudicando a 
absorção de água 
Exemplos: sais de mg, manitol, lactulose, 
deficiente de lactase ( total ou parcial) 
Melhora com o jejum ou suspensão da 
substância culpada. 
 
Soluto não absorvível na luz intestinal, 
intestino não consegue absorver mais que 
tem poder osmótico e essa substância 
puxa a agua do intestino para a luz 
intestinal tendo diarreia, dependente de 
uma substancia na luz intestinal, então se 
fazer jejum para de ter a substancia ( jejum 
melhora) mecanismo de diarreia mais 
crônica. 
exemplo deficiência da lactase, tem 
muita lactose e não será digerida então 
não absorve, ela fica sobrando na luz 
intestinal, mas ela é um solúvel e tendo 
poder osmótico ela puxa agua ( lactose 
 
2 Juliele bueno/medicina/ 6º período 
sobrando puxa a agua, aumenta 
quantidade de agua nas fezes e vai ter a 
diarreia) 
 
- secretiva 
Secreção ativa ou inibição da absorção 
de eletrólitos pelo epitélio intestinal 
Exemplo: vírus, algumas bactérias, toxinas 
da bactéria ( cólera), laxantes irritativos, 
ácidos biliares 
Não melhora com o jejum ( diarreia 
noturna) 
 
- não absorve eletrólitos ou não secretam, 
então eles prendem a água na luz 
intestinal e isso faz com que o paciente 
tenha diarreia. 
- problema no epitélio intestinal, não 
depende da alimentação 
- ele está tendo uma secreção ativa de 
eletrólitos na luz intestinal. 
- em diarreia aguda a mais comum é a 
secretiva. 
 
Inflamatória/exsudativa 
Liberação de citocinas e mediadores 
inflamatórios por lesão direta na mucosa 
➔ Infecciosa ou não infecciosa ( doença 
inflamatória intestinal) 
➔ Produz desinteria 
 
Açúcar é absorvido pelas 
microvilosidades nos enterócitos, proteínas 
criam um gradiente nas microvilidades. Se 
um vírus e bactérias destruir as 
microvilidades, não consegue absorver os 
eletrólitos e não vai absorver agua. ( 
SECRETIVO) 
 
Salmonela destrói as microvilosidades dos 
enterócitos, entram no enterócito e 
matam o enterócito, ele morre e cai na luz 
intestinal ficando possível de ser lesionado 
o vaso e isso pode sangrar e se inflamar sai 
muco ( sangue +muco) nas fezes 
Suspeita infecciosa = pode ter bacteremia 
Sangue e muco, doença potencialmente 
mais grave, pois pode cair na corrente 
sanguínea. Alguns vírus também dão 
diarreia com sangue. 
➔ Mata o enterócito e inflama a 
submucosa. 
 
 
Motora 
Aumento da motilidade intestinal 
Exemplos, diabéticos, hipertireoidismo, 
síndrome do intestino irritável, são mais 
doenças metabólicas. 
 
Etiologia 
 
Origem infecciosa é a principal etiologia 
das bactérias aguda, as etiologias não 
infecciosas começam a ter maior 
importância a medida que a diarreia se 
torna crônica 
- entre os agentes etiológicos mais 
frequente temos 
 Vírus: rotavírus, adenovírus, entre outros 
 
 Bactéria: 
Escherichia coli: várias cepas diferentes que 
podem causar diarreia ou desinteria 
 Diarreia: ETEC, EPEC e EAEC 
 Desinteria: EHEC (síndrome hemolítico-
urêmica) e EIEC; Shigella, Salmonella, Yersinia, 
Clostridium difficile (uso de antibióticos) 
 
➔ Cepa bacteriana, são bactérias da 
mesma espécie que tem um ou outro 
gênio diferente, DNA circular ( plasmidio), 
E coli que dão doença é uma cepa com 
DNA diferente ( plasmidio) que conferem a 
ela mecanismos patogênicos diferentes 
 
Enterotoxinas bacterianas (contaminação de 
alimentos): Staphylococcus aureus, Bacillus cereus 
 
Protozoários: Giardia lamblia, Cryptosporidium e 
Cyclospora (pacientes imunossuprimidos), 
Entamoeba hystolitica (desinteria). 
 
 
 
3 Juliele bueno/medicina/ 6º período 
 
 
ETEC- secretiva ( não tem sangue e muco) 
EPEC- destruição das microvilosidades – secretiva 
EAEC- invasão e destruição das celulas que 
revestem o colon – tem sangue e muco 
 
Quadro clínico ( importante) 
 
● Diarreia X Desinteria 
 ● Sintomas sistêmicos 
● Ingestão de alimento suspeito 
● Uso de medicações ( laxantes, leite de mg) 
● Viagens recentes 
 ● Avaliação Clínica 
○ Status volêmico do paciente ( hidratação), sinais 
de desidratação turgor da pele, hidratação de 
mucosa ( lagrima, saliva), se o pulso é cheio ou 
firme, desidratado tem hipotensão, 
taquicardíaco, débito urinário, tempo de 
enchimento capilar ( tem que ser menos de 3 
segundos) 
 
○ Exame abdominal cuidadoso: diferencial com 
abdômen agudo cirúrgico: apendicite, 
diverticulite, entre outros. Exame abdominal é 
quase normal, desconforto difuso e um pouco 
mais de ruido hidroaéreo, muitas doenças podem 
abrir o caso com uma diarreia. ( dor abdominal e 
vomito), precisa pesquisar a descompressão 
brusca. 
 
→Quantas vezes está indo ao banheiro, tem 
sangue ou catarro nas fezes? 
 Febre e mal-estar, indisposição, astenia, mialgia, 
vomito, prostração 
 Alimento suspeito ( intoxicação alimentar). 
 
Conduta depende do exame físico e clínico do 
paciente. 
 
Exames complementares 
 
Exame clínico que vai determinar se vai pedir 
exames complementares ou não. Se está 
hidratado, com Glasgow 15, está bem mandar o 
paciente para casa ( 2 dias de diarreia, não vai 
fazer hiponatremia e hipercalemia). 
 
Paciente de 25 anos hígido, está hidratado, 
urinando, andando, mandar o paciente para a 
casar e se hidratar. ( jovem que está bem não 
precisa pedir exames) 
 
Exames gerais, hemograma, função renal, 
eletrólitos 
 
● São DESNECESSÁRIOS para a maioria dos 
pacientes 
 ○ Grande parte dos quadros de diarreia são leves 
e autolimitados, tornando os exames 
complementares pouco custo-efetivos 
 
● Exames microbiológicos para identificação 
etiológica são indicados nas seguintes 
 situações 
○ Quadro severo: diarreia profusa, hipovolemia, 
necessidade de internação 
○ Disenteria ○ Pacientes de alto risco: > 70 anos, 
imunossuprimidos, comorbidades graves, doença 
inflamatória intestinal 
○ Sintomas persistentes por mais de1 semana ○ 
Diarreia adquirida no hospital (> 3 dias de 
internação - risco de clostridium) 
 
 ● Exames para avaliação geral do paciente ○ 
Hemograma, função renal, eletrólitos e 
hemocultura 
 
● Exames para identificação microbiológica 
○ Coprocultura (Salmonella, Campylobacter e 
Shigella); na suspeita de outros agentes 
etiológicos, checar no laboratório o melhor 
método de pesquisa 
 
4 Juliele bueno/medicina/ 6º período 
○ Diarreia sanguinolenta: pensar em EHEC e 
amebíase: pesquisa de toxinas de Shiga e 
pesquisa de ameba (microscópico direto, 
antígenos, PCR) 
 
■ Diarreia sanguinolenta e ausência de 
leucócitos/lactoferrina nas fezes é muito sugestivo 
de amebíase ○ Pesquisa de toxinas A e B nas fezes 
(Uso de antibióticos, pacientes internados - C. 
difficile) 
○ Protoparasitológico de fezes (3 amostras) - 
helmintos e protozoários ○ Métodos de cultura 
específicos de acordo com a hipótese 
diagnóstica 
 
● Outros exames nas disenterias 
○ Pesquisa de sangue oculto nas fezes 
○ Pesquisa de leucócitos ou lactoferrina nas fezes 
 
● Não há necessidade de exames de imagem! 
 
Desinteria – vai falar se você vai dar ou não 
antibiótico. 
Diarreia aguda, destruição de microvilosidade, 
tem enzimas digestivas lactase ( bordas em 
escova), intolerância transitória a lactose. Leite e 
derivado não é uma boa em diarreia aguda. 
 
→pesquisa de toxina A e B é específica para C. 
difficile é a principal exame para diagnosticar 
diarreia hospitalar 
 
Tratamento 
 
● Hidratação 
○ Para todos os pacientes 
○ Preferência por via oral 
■ Água, água de coco, isotônico 
■ Terapia de reidratação oral com soro caseiro 
 
 ●1 litro de água + 1 colher de café de sal + 1 
colher de sopa de açúcar 
○ Expansão volêmica nos casos mais graves 
 
● Dieta 
○ Alimentação leve de acordo com a aceitação 
■ Evitar alimentos gordurosos e condimentados 
■ Evitar bebidas gaseificadas e industrializadas 
■ Evitar leite e derivados (intolerância transitória a 
lactose) 
 
● Sintomáticos 
○ Analgésicos: dipirona, paracetamol ( dor) 
○ Antiespasmódicos: escopolamina 
 
● Antibióticos 
 
○ Início empírico apenas em casos selecionados 
■ Quadro grave (desidratação, hospitalização, 
febre persistente) 
■ Disenteria 
■ > 70 anos 
■ Comorbidades potencialmente graves 
● Antidiarreicos (contra-indicados nos casos de 
diarreia sanguinolenta!) 
 ○ Loperamida 
○ Racecadotrila 
● Probióticos 
 
 → desinteria dar antibiótico, idoso maior de 70 
anos com muitas comorbidades, às vezes, pecar 
pelo excesso. Se não for uma desinteria, mas for 
uma bactéria que está no enterócito o antibiótico 
melhora. 
➔ Antiarreico não pode ser usada na diarreia 
sanguinolenta, pois a própria diarreia 
empurra a bactéria para fora e impede a 
bacteremia. 
➔ Diarreia aguda, a própria diarreia ajuda a 
“ jogar” a bactéria fora. autolimitada 
 
➔ Hidratação, água, água de coco, 
Gatorade, não pode café, bebida 
alcoólica, bebida com muito açúcar. 
➔ Soro na veia apenas em paciente que está 
desidratado. 
➔ Fome, carne grelhada, maça, torrada, 
biscoito polvilho, dieta é um grande aliado 
para parar com a diarreia. 
 
 
Colite Pseudomembranosa 
 
● Principal causa de diarreia hospitalar 
● Agente: Clostridium difficile 
○ Bacilo gram-positivo formador de ESPOROS 
 ● Quadro clínico 
○ Diarreia sanguinolenta de gravidade variável 
○ Pacientes com fator de risco para esse agente 
 ■ Uso recente de antibiótico (nas últimas 8 
semanas): clindamicina, quinolonas, 
cefalosporinas, penicilinas 
■ Uso de antineoplásicos 
■ Idade avançada 
■ DII ■ Hospitalização recente 
 
 
5 Juliele bueno/medicina/ 6º período 
 
 
Colite pseudomembranosa 
 
● Diagnóstico 
○ Cultura do agente (padrão ouro) 
○ Pesquisa de toxinas A e B nas fezes ○ 
Pseudomembranas na colonoscopia 
● Tratamento 
○ Metronidazol EV ou VO 
 ○ Vancomicina VO 
● Cuidados ○ Precaução de contato ○ Lavagem 
de mãos é OBRIGATÓRIA 
■ Álcool não mata os esporos! 
 
 
 
➔ Diarreia aguda, desinteria, que o paciente 
fica mal com febre, desidratação, quadro 
clinico comovente, causada pelo 
clostridium difficile 
➔ Ele faz parte da nossa flora intestinal, mas a 
população é pequena, pois as outras 
bactérias controlam essa bactéria. 
Quando o paciente toma um antibiótico 
de amplo espectro, parte da flora intestinal 
morre, ele não morre e acaba 
proliferando. 
➔ Usar antibiótico recentemente e 
hospitalização 
➔ Complicação rara do antibiótico 
➔ Clindamicina é o mais perigoso 
➔ Desinteria de gravidade variável 
Conduta, trocar o antibiótico que causou 
a colite e dar o antibiótico para matar a 
clostridium difficile. 
 
→essa bactéria tem esporo e álcool em gel 
não mata esporo. Tem que lavar a mão 
com água e sabão 
 
➔ Suspeita clínica, paciente internado 
tomando antibiótic para alguma coisa e 
abre quadro de diarreia sanguinolenta, 
prostração etc. pode ser colite 
pseudomembranosa. 
Internado – antibiótico – desinteria 
 
➔ Afastar ou confirmar o diagnóstico de 
Constridium, pesquisa de toxinas A e B nas 
fezes. Pode pedir cultura de fezes para 
Costridium, se ele faz parte dos 5% que o 
exame não pega, faz a colonoscopia e é 
possível ver as pseudomembranas. 
 
Casos clínicos 
 
Qual a principal hipótese diagnóstica ? 
Há necessidade de pedir exames 
complementares? Quais? 
Qual a principal etiologia do quadro? 
Qual é a conduta mais adequada para este 
paciente? 
 
Paciente de 26 anos, sem comorbidades. 
 
Diarreia aguda ( menos de 14 dias). 
Não, pois ele está em bom estado geral, 
hidratado, pressão boa, não esta taquicardico, 
sem sinal de alerta abdominal, está bebendo 
agua em casa e está fazendo xixi 
Vírus 
Hidratação, dieta, sintomático. 
 
 
Paciente de 60 anos previamente hipertenso, 
internado na enfermeira a 4 dias tratamento d 
pneumonia, diarreia com muco e sangue 
 
Mesmo paciente sem estar internado, antibiotico, 
febre, idoso, desinteria, febre e dor vai com 
antibiotico simples 
 
Qual a principal hipótese diagnostica para esse 
caso? 
Colite pseudomembranosa 
 
6 Juliele bueno/medicina/ 6º período 
 
Qual agente etiológico mais provável? 
clostridium difficile 
 
 
Qual o principal fator de risco para o agente? qual 
exame complementar é essencial para o 
diagnóstico? antibiotico 
 
Qual exame complementar é essencial para o 
diagnostico? Pesquisas de toxinas A e B nas fezes 
 
Qual o tratamento indicado considerando que a 
principal hipótese diagnostica foi confirmada? 
Vancomicina ou betametazol

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