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HIPNOANALGÉSICOS OPIÓIDES - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE HIPNOANALGÉSICOS OPIÓIDES Analgésicos e sedativos - Morfina - Opióides - dependência e tolerância - Opióide fraco - codeína (dor leve e menos efeitos colaterais) Suspeita-se que Michael Jackson era dependente da droga (ou mesmo de morfina) desde o acidente que sofreu enquanto gravava um comercial no início dos anos 90 e iniciou o uso de meperidina/demerol e não parou mais, tornando-se dependente Dor não tem uma definição exata, é subjetiva 1. Resposta direta a um evento indesejável - lesão tecidual, inflamação - dor nociceptiva - os opióides são mais eficientes para bloquear a dor nociceptiva 2. Independente de um evento prévio - neuralgia do trigêmeo - dor neuropática 3. Lesão cerebral - AVC Tratamento da dor - Tratamento bem sucedido: Busca cuidadosa da origem e magnitude ➢ Escala numérica (NRS) ➢ Escala visual analógica (VAS) - Plano global de tratamento ➢ Via de administração ➢ Duração da ação (meia-vida) ➢ Efeito máximo ➢ Duração da terapia ➢ Efeitos colaterais ➢ Experiência anterior com opióides - Reacoplar - troca de opióide - Dor leve a moderada ➢ AINES, opióides fracos, relaxantes musculares, antidepressivos, anticonvulsivantes - Dor severa ➢ Opióides fortes OPIÁCEO X OPIÓIDE Opiáceo - moléculas semelhantes na fórmula estrutural / química - Morfina e codeína têm estruturas químicas semelhantes Opióide - propriedades farmacológicas semelhantes FÁRMACOS OPIÓIDES Ópio = Suco da papoula Papaver somniferum - Alcalóide: Morfina (1806) - Estrutura química (1902) ➢ Derivado fenantrênico com dois anéis planares e duas estruturas alifáticas em anel ➢ 3' 6' - alvo das enzimas hepáticas - glicuronidação (fase 2 do metabolismo) HIPNOANALGÉSICOS OPIÓIDES - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE FÁRMACOS OPIÓIDES SEMISINTÉTICOS - Heroína - Morfina - Naloxona - antagonista - EV, efeito rápido - Oxicodona - Pentazocina - Codeína - semi sintéticas - Etilmorfina DERIVADOS OPIÓIDES TOTALMENTE SINTÉTICOS (FENILPIPERIDINAS) - Petidina - Fentanila - 100x mais potentes que a morfina - depressão respiratória - anestesia - Sulfentanila - anestesia - Metadona MECANISMO DE AÇÃO DOS OPIÓIDES Opióides no geral são agonistas dos receptores opióides - Naloxona e naltrexona são antagonistas dos receptores de opióides- antídotos Alvo dos fármacos opióides: Receptores de opióides - metabotrópicos - alças transmembrana acoplados a ptn Gi - inibição da adenilato ciclase - diminui AMPc Os opióides se ligam aos receptores - (μ - MOPr) é o principal receptor - Atuam inibindo a abertura dos canais de cálcio Ca tipo N - Reduz a excitabilidade neuronal - não despolarização - Aumentam a abertura dos canais de potássio K+ (hiperpolarização da membrana do neurônio) - o neurônio não consegue despolarizar, dispara menos potenciais de ação e reduz a liberação de transmissores - bloqueiam a transmissão do impulso da dor HIPNOANALGÉSICOS OPIÓIDES - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE FAMÍLIA DE OPIÓIDES ENDÓGENOS São liberados durante condições de estresse, como dor e antecipação a dor, diminuindo a sensação de estímulos nocivos. 3 famílias: 1. Endorfinas - Pré-proopiomelanocortina (POMC) - Met-encefalina, B-endorfina - Maior afinidade pelo receptor μ 2. Encefalinas - Pré-proencefalina - Met-encefalina, Leu-encefalina - Maior afinidade pelo receptor δ 3. Dinorfinas - Pré-prodinorfina - Dinorfina A e B, neoendorfinas α e β - Maior afinidade pelo receptor k 4. Nociceptina (orfanina FQ) - Maior afinidade pelo receptor ORL-1 AÇÕES ANALGÉSICAS Receptores amplamente distribuídos - Supraespinhais - Espinais - Periféricos (depende de estado inflamatório) - Córtex insular - Amídala - Hipotálamo - Substância periquedutal (mesencéfalo) - Medula rostroventral - Corno posterior dorsal (substância gelatinosa) CONTROLE DESCENDENTE DA DOR - ENDÓGENO - Reduz a dor - Alguns opióides ativam essa via inibindo inibidores dessa via (os interneurônios) - Morfina não ativa essa via - Tramadol / tramal ativam essa via - Serotonina, noradrenalina e encefalina HIPNOANALGÉSICOS OPIÓIDES - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE Ações farmacológicas ANALGESIA - Dor aguda e crônica - Dor difusa e contínua (+ eficaz) - Diminui efeito afetivo da dor (sistema límbico) - Não causa perda de consciência EUFORIA - Sensação de contentamento e bem estar (receptor μ) - Geralmente nos pacientes angustiados - Aqueles com dor crônica não sentem - Sistema dopaminérgico mesocorticolímbico - Receptor k = disforia e alucinação - Euforia - Heroína atravessa a BHE - dependência física e psicológica DEPRESSÃO RESPIRATÓRIA - Principal efeito colateral - Mediada pelo receptor μ - Diminui sensibilidade do centro respiratório à pCO2 - Inibição da geração do ritmo respiratório (complexo pré-Botzinger) - Inibe frequência, volume por minuto - Causa mais comum de óbitos (intoxicação aguda) - frequência = 3-4 respirações/min - Atenção: DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), fármacos, doenças cardiopulmonares e renais, idosos, gestantes DEPRESSÃO DO REFLEXO DA TOSSE - Efeito anti-tosse - Mecanismo ainda não claro (área postrema - bulbo) - Grupo hidroxila fenólico = aumenta efeito - Codeína e folcodina - suprimem a tosse em doses subanalgésicas - causam constipação (efeito adverso) - Dextrometorfano - isômero levorfanol ➢ Não tem afinidade pelo receptor de opióides ➢ Resposta não antagonizada pela naloxona ➢ Atua como agonista NMDA (aa excitatório agonista do neurotransmissor, também aa, glutamato) NÁUSEAS E VÔMITOS - 40% dos pacientes que utilizam morfina - Local de ação: área postrema no bulbo - Náuseas e vômitos são transitórios - desaparece com administração repetida - Administração aguda da morfina-6-glicuronida (metabólico ativo) produz menos náusea e vômito - mais polar, não atravessa a BHE e não penetra na área postrema CONSTRIÇÃO DA PUPILA - MIOSE - Receptores mi (μ) e k / ACh - Estimulação do nervo oculomotor - Pupilas puntiformes - sintoma de intoxicação por opióides = usuários de drogas HIPNOANALGÉSICOS OPIÓIDES - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE ➢ Patognomônica (ajuda a identificar heroína, morfina…) - Meperidina / peptina/ demerol é o único opióide que causa midríase (dilatação da pupila) EFEITOS NO TGI - Constipação - aumenta o tônus da musculatura visceral lisa (plexo intramural) - reduz peristaltismo - Diminui motilidade gastrointestinal - atraso do esvaziamento gástrico - constipação (grave) - Prejudica a absorção de outros medicamentos - Uso de laxantes concomitantemente - Opióide aumenta a pressão no trato biliar (aumenta a contração do esfíncter biliar) ➢ Dor de cálculo biliar - evitar uso de opióides em pacientes que sofrem de cólicas biliares (cálculos) pois a dor pode aumentar - Inibição da micção (inibe refluxo miccional e aumenta tônus do esfíncter externo - diminuem débito urinário - retenção urinária REAÇÃO ALÉRGICA - Morfina pode induzir uma liberação alta de histamina - Vasodilatação periférica e broncoconstrição - não é indicado prescrever morfina para asmáticos ASPECTOS FARMACOCINÉTICOS Administração - Oral: Morfina - lenta = dor crônica - preparações de liberação lenta - Intramuscular: Dores agudas intensas - Intratecal: Morfina é eficaz - preferência dos anestesiologistas - reduz efeitos sedativos e depressores respiratórios - Insuflação nasal: Muito eficiente (USA) Metabolismo e eliminação - Baixa biodisponibilidade por via oral ➢ A maioria dos opióides sofrem metabolismo de 1º passagem - morfina - biodisponibilidade de 25% - Metabolismo hepático ➢ Glicuronidação - conjugação do glicuronídeo (posições 3' e 6' -OH) - morfina-6-glicuronídeo é mais ativo que a morfina ➢ CYPs - interação medicamentosa - Meia vida curta - 3 a 6 horas, antagonistas meia vida mais curta (administração repetida) - Opióides de meia vida longa ➢ Desmame de quem é dependente ➢ Metadona (24 horas) e Buprenorfina (12 horas) ➢ Metadona - meia vida longa de 24 horas - Desmame de dependentes- Eliminação renal (principalmente) e biliar - Neonatos não podem usar morfina ➢ Baixa conjugação com glucoronídeo = duração mais longa - depressão respiratória ➢ Não indicada para parto - melhor opção - peptidina / meperidina HIPNOANALGÉSICOS OPIÓIDES - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE TRATAMENTO DE DOR CRÔNICA OU PÓS-OPERATÓRIA - Opióides administrados “conforme demanda” - se necessário - Bomba de infusão inicial - Dose ajustada para não ter sedação excessiva e reduzida quando a dor desaparece - Pacientes com câncer: Aumento súbito e agudo da dor = limiar da dor ➢ Necessidade de aumentar rapidamente quantidade de opióides ➢ Adesivos transdérmicos sensíveis ao toque: potentes opióides (fentanila) PRINCIPAIS ANALGÉSICOS OPIÓIDES Morfina Heroína Hidromorfina Fentanila Remifentanila Codeína HIPNOANALGÉSICOS OPIÓIDES - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE Dextropropoxifeno Petidina Loperamida Difenoxilato Tramadol Overdose por opióides - Efeitos contrários - Micção, diarréia, dor, disforia… PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL - Fentanil, alfentanil e metadona (não risco) - Tramadol e hidromorfona (algum risco) - Morfina, diamorfina, codeína, dihidrocodeína e oxicodona (maior risco) - Petidina e dextropropoxifeno (alto risco) PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA - Redução do metabolismo de primeira passagem e/ou depuração reduzida - Biodisponibilidade aumentada - Dependem de oxidação para seu metabolismo, como petidina, dextropropoxifeno, tramadol e alfentanil - Codeína = eficácia reduzida = pró-fármaco = morfina
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