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Réplica a Contestação do PMN - sobre filiação indevida a partido político

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AO JUÍZO DE DIREITO DA 3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CARUARU - PE
FULANO DE TAL, já qualificado, mediantes advogados, vem apresentar RÉPLICA a contestação ID 106355481. 
a) Presença de responsabilidade e Legitimidade passiva do Diretório Nacional 
O Autor acostou certidão de filiação (ID 68266052) fornecida pelo Tribunal Superior Eleitoral dando conta da sua vinculação ao partido do Réu, iniciada em 23/08/2003. Todavia, a certificação não contém a força probatória de determinar quem perpetrou a filiação indevida, mas apenas demonstra o município a que se encontrava vinculado o Autor, notadamente em face da circunscrição de seu domicílio eleitoral.
	O Autor não se dirigiu e não pediu a quaisquer órgãos competentes que sejam do partido PMN para filiá-lo. 
É importante salientar que o Réu não apresentou nos presentes autos prova de qual foi o órgão do partido que realizou a filiação indevida do Autor.
Sabe-se da existência do brocardo negativa non sunt probanda, ou seja, que os fatos negativos não precisam ser provados, exceto, se for correspondente a um fato positivo e, portanto, podendo ser provado em juízo, resultando na classificação de fatos, absolutamente ou, relativamente negativos.
Incontroversa nos autos a falha, tendo em vista que a filiação se deu de forma unilateral e arbitrária por meio do partido do Réu, ônus do qual não desincumbiu-se de provar de que não foi o responsável pela realização da operação questionada, pois incumbia ao Réu a comprovação de que a filiação partidária deu-se perante o órgão partidário municipal ou estadual, conforme art. 373, II, do Código de Processo Civil.
A comprovação de qual órgão procedeu a filiação partidária indevida do Autor é de fácil produção pelo Réu e de difícil produção pelo Autor.
Com a não comprovação da regularidade da filiação do nome do Autor no cadastro do partido do Réu, que se deu de forma desautorizada, consolidou-se a filiação não solicitada. 
No Julgamento do Agravo Interno em Apelação 0000375-46.2012.8.19.0011 (Acórdão em anexo), sobre a legitimidade de Diretório do Partido Político para figurar no polo passivo de ação declaratória de nulidade de filiação irregular cumulada com pedido de indenização por dano moral, a 9ª (nona) Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro desproveu Recurso contra decisão monocrática que negou seguimento a recurso de Apelação que atacou sentença que deixou de aplicar o art. 15A da Lei Federal 9096/1995 e reconheceu a existência de legitimidade passiva e responsabilidade do Diretório diverso do Municipal, em razão de não ter demonstrado qual diretório teria ocorrido a filiação irregular. Vejamos teor do Acórdão:
ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos do agravo interno na apelação cível nº 0000375-46.2012.8.19.0011 na qual figura como agravante o PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA - PSDB.
ACORDAM os Desembargadores que integram a 9ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por unanimidade de votos, em NEGAR PROVIMENTO ao recurso nos termos do voto do Relator. 
RELATÓRIO
Volta-se o presente agravo contra decisão monocrática de fls. 78/82 que negou seguimento ao recurso de apelação interposto pelo agravado.
Objetiva o agravante a reforma do decisum, para tanto, reitera os argumentos expendidos em seu recurso.
É o relatório.
VOTO
O recurso é tempestivo e estão presentes os demais requisitos de admissibilidade, pelo que deve ser conhecido.
A decisão agravada foi proferida nos seguintes termos:
“...” A sentença não merece reparo. Não prevalece no caso a alegação de ilegitimidade 
arguida uma vez que, conforme Resolução do n.º 23.117 do TSE, a relação atualizada dos filiados deve ser entregue na Justiça eleitoral pelo partido, por seus órgãos de direção municipais, regionais, ou pelo órgão de direção nacional, de forma que não há como saber ao certo qual dos órgãos partidários é, no caso, o responsável pelo registro da filiação renegada pelo autor.
RESOLUÇÃO N° 23.117 -- PROCESSO ADMINISTRATIVO N° 19.096 – CLASSE 19a - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL. Relator: Ministro Felix Fischer. Dispõe sobre a filiação partidária, aprova nova sistemática destinada ao encaminhamento de dados pelos partidos à Justiça Eleitoral e dá outras providências. “...” Art. 4° Na segunda semana dos meses de abril e outubro de cada ano, o partido, por seus órgãos de direção municipais, regionais ou nacional, enviará à Justiça Eleitoral para arquivamento, publicação e cumprimento dos prazos de filiação para efeito de candidatura, a relação atualizada dos nomes de todos os seus filiados na respectiva zona eleitoral, da qual constará, também, o número dos títulos eleitorais e das seções em que estão inscritos e a data do deferimento das respectivas filiações (Lei n° 9.096/95, art. 19, caput. Art. 50 As filiações efetuadas perante órgãos de direção nacional ou estadual, quando admitidas pelo estatuto do partido, deverão ser informadas aos diretórios municipais correspondentes à zona de inscrição do eleitor, com a finalidade de comunicação à Justiça Eleitoral nos períodos previstos em lei No caso concreto, mesmo que no estatuto do Partido tenha direcionado ao Diretório Municipal a responsabilidade pela filiação de eleitores, tal regra não tem o condão excluir a responsabilidade, quando o réu sequer demonstra em qual diretório teria ocorrido a filiação supostamente fraudulenta.
Veja-se que o documento de fls. 13 não aponta qualquer diretório municipal, de modo que não se pode aplicar o art. 15-A, da Lei nº 9.096/95.
Também não merece reforma a sentença no que diz respeito à condenação por danos morais. A existência dos danos morais é patente, uma vez que o autor se viu notificado pela Justiça eleitoral de ter praticado dupla filiação e tendo negado a efetivação do pedido de filiação junto ao réu, este não comprovou a regularidade da filiação.
Nesse sentido:
0001149-56.2010.8.19.0008 - APELACAO 1ª Ementa DES. GUARACI DE CAMPOS VIANNA - Julgamento: 24/01/2013 - DECIMA NONA CAMARA CIVEL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA FUNDAMENTADA EM AUSÊNCIA DE PROVA MÍNIMA. FILIAÇÃO PARTIDÁRIA DESCONHECIDA E NÃO AUTORIZADA PELO AUTOR. FLAGRANTE A DIVERGÊNCIA ENTRE AS ASSINATURAS CONTIDAS NO DOCUMENTO DE INDENTIDADE DO DEMANDANTE E A FICHA DE FILIAÇÃO PARTIDÁRIA SUPOSTAMENTE POR ELE ASSINADA. DESNECESSÁRIA A REALIZAÇÃO DE PROVA PERICIAL. PROVA POSITIVA DO AUTOR. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DA PARTE RÉ. AGREMIAÇÃO QUE NÃO ESCLARECE OS TERMOS E CIRCUNSTÂNCIAS DA FILIAÇÃO DO AUTOR. OCORRÊNCIA DE, NO MÍNIMO, EQUÍVOCO, POR PARTE DO PARTIDO POLÍTICO AO INCLUIR EM SUA RELAÇÃO DE FILIADOS ALGUÉM QUE NÃO SE APRESENTOU PESSOALMENTE E/ OU SUA ASSINATURA NO COMPROMISSO DE FILIAÇÃO NÃO CONDIZ COM OS DOCUMENTOS PESSOAIS. DANO MORAL CONFIGURADO. SENTENÇA QUE SE REFORMA. PARCIAL PROVIMENTO DO RECURSO, NA FORMA DO ARTIGO 557 §1º-A DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. 
O quantum indenizatório foi fixado com ponderação dentro dos parâmetros usuais da jurisprudência desta Corte de Justiça, levando-se em consideração, no caso concreto, o grau de reprovabilidade da conduta ilícita, a capacidade econômica do causador do dano, as condições sociais do ofendido e a extensão do dano.
Também não merece acolhimento o pedido de reforma da sentença para reforma da condenação do apelado nas verbas sucumbenciais, em razão da procedência parcial dos pedidos formulados na inicial.
É que, conforme norma do Parágrafo único, do art. 21, do CPC, verificada a sucumbência mínima, caberá à outra parte, por inteiro, responder pelas custas e honorários advocatícios.
No caso, o pedido de obrigação de fazer, exclusão do nome do autor do cadastro de filiados do partido réu, tem valor econômico mínimo em relação ao pedido de compensação por danos morais. 
Por tais fundamentos, nego seguimento ao recurso, na forma do artigo 557, caput do CPC ”
Não assiste razão ao agravante. A decisão monocrática recorrida encontra guarita no entendimento jurisprudencial atual desta Corte de Justiça, o que se verifica pelas ementas dos julgados nelacolecionados. 
No mais, questões arguidas foram devidamente analisadas na decisão monocrática, objeto do presente agravo, à qual me reporto por seus fundamentos.
Pelo exposto, vota-se no sentido do conhecimento e desprovimento do recurso.
Rio de Janeiro, 17 de dezembro de 2013. JOSÉ ROBERTO PORTUGAL COMPASSO 
DESEMBARGADOR RELATOR
Vejamos o precedente da 1ª Turma Recursal do Tribunal de Justiça do Paraná no sentido de que o órgão diverso do diretório municipal do partido não provou quem fez a filiação e em seu estatuto o referido órgão também é competente ainda que excepcionalmente para realizar filiações, então é considerada a presença de responsabilidade e legitimidade passiva:
Recurso: 0004160-15.2016.8.16.0187 Classe Processual: Recurso Inominado Assunto Principal: Indenização por Dano Moral Recorrente(s): Democratas Paraná Recorrido(s): Andreia Cristina Zaidini
1. RELATÓRIO Trata-se de ação anulatória de ato jurídico e reparação de danos morais proposta por ANDREIA CRISTINA ZAIDINI em face de DEMOCRATAS PARANÁ. Sustentou a parte autora que após consulta ao endereço eletrônico do Tribunal Regional Eleitoral descobriu que era filiada ao partido político da parte ré. Alegou que jamais teve envolvimento político-partidário com a parte ré, bem como, nunca se filiou a nenhum partido político. Arguiu que sua condição de filiada fora renovada várias vezes desde o registro em 01/10/2007. Assim, requereu a declaração de nulidade da sua filiação ao partido político; a condenação da parte ré em obrigação de fazer consistente em sua desfiliação partidária e a indenização por danos morais. Sobreveio a sentença julgando parcialmente procedentes os pedidos formulados pela parte autora, para fins de: a) declarar a inexistência de filiação partidária da autora ao partido político; b) determinar a desfiliação partidária no prazo de 15 dias, sob pena de multa; e c) condenar a parte ré ao pagamento de R$10.000,00 a título de danos morais. Inconformada com a r. decisão, a parte ré interpôs Recurso Inominado, alegando preliminarmente, a sua ilegitimidade passiva, haja vista que o órgão partidário estadual não possui competência estatutária para fazer filiações, a qual pertence exclusivamente aos órgãos municipais do partido. Sustentou que inexiste solidariedade entre os órgãos partidários de esferas distintas. Aduziu a inexistência de danos morais no caso concreto, sobretudo, a hipótese de sua configuração in re ipsa. Pugnou pelo reconhecimento da ilegitimidade passiva, a improcedência do pleito indenizatório ou alternativamente, pela minoração do quantum indenizatório. A parte recorrida apresentou contrarrazões ao recurso. Em síntese, é o relatório. 2. VOTO Satisfeitos estão os pressupostos processuais viabilizadores da admissibilidade deste recurso, tanto os objetivos quanto os subjetivos, razão pela qual deve ser conhecido. Preliminar de ilegitimidade passiva Sustenta a parte ré que a responsabilidade para realizar as filiações partidárias compete ao órgão partidário municipal, de modo que resta evidenciada a sua ilegitimidade passiva, porquanto constitui-se em órgão partidário estadual. Entretanto, verificando que há verossimilhança entre os fatos alegados pela parte autora na exordial, a responsabilidade da parte ré em relação à filiação partidária será analisada juntamente ao mérito da demanda, conforme a Teoria da Asserção. Superada a preliminar, passo à análise do mérito. Mérito da análise dos autos, tenho que a sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos, com base no permissivo do artigo 46, da Lei nº 9.099/95. Em que pese as alegações da parte ré de que a responsabilidade pela filiação partidária da parte autora incumbe exclusivamente ao órgão partidário municipal, verifica-se que tais alegações não merecem prosperar. Isto porque, de acordo com o próprio Estatuto do Partido[1], a filiação poderá ser realizada excepcionalmente perante as Comissões Executivas Nacional e Estaduais, senão vejamos: “Art. 7º - Poderão filiar-se ao Democratas os eleitores que, em pleno gozo dos seus direitos políticos, aceitarem o seu Programa e o seu Estatuto, obedecidas as seguintes formalidades: [ . . . ] IV - As filiações poderão ser feitas, excepcionalmente, perante as Comissões Executivas Estaduais e Nacional. a) Nas Executivas Municipais a ficha será preenchida em duas vias, destinando-se a primeira para o cadastro do Diretório e a segunda para o e l e i t o r . b) Nas Executivas Estaduais e Nacional a ficha será preenchida em três vias, destinando-se a primeira para o cadastro municipal, a segunda para o eleitor e a terceira para controle da Executiva responsável pela filiação. c) A filiação poderá ser efetivada, ainda, na página do partido na internet, observadas as instruções desta modalidade de filiação” (grifo nosso) Ademais, há possibilidade do cidadão filiar-se ao partido político, em âmbito regional, através do sítio eletrônico da parte ré[2]. Não obstante, embora a parte ré sustente que é de competência exclusiva do órgão municipal do partido proceder com as filiações, resta demonstrado que a competência se estende excepcionalmente aos órgãos estaduais e nacional. Com relação a filiação partidária da parte autora, tem-se que incumbia a parte ré a comprovação de que a filiação partidária deu-se perante o órgão partidário municipal e com o consentimento da filiada, conforme art. 373, II, do Código de Processo Civil, ônus do qual não desincumbiu-se. A comprovação do local onde procedeu-se a filiação partidária é de fácil produção, tendo em vista que depende da mera apresentação de ficha de filiação partidária da parte autora, contudo, esta não foi apresentada pela parte ré. Desta forma, inexistindo a comprovação de qual órgão procedeu com a filiação partidária da parte autora, afasta-se o disposto no art. 15 da Lei 9.096/95, sendo todos os órgãos partidário responsáveis pelos danos causados à parte autora. Neste sentido AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL. Decisão monocrática que negou seguimento ao recurso do agravante. Ação de obrigação de fazer cumulada com pedido de compensação por danos decorrentes de filiação indevida em partido político. Sentença de procedência parcial. Há legitimidade do Partido político para responder por danos decorrentes de filiação irregular de eleitor, se não identifica, comprovadamente, qual diretório municipal teria praticado o ato considerado lesivo. Configura dano moral a filiação não solicitada de eleitor ao partido político. Quantum indenizatório de R$2.000,00 bem fixado. Verificada a sucumbência mínima, caberá à outra parte, por inteiro, responder pelas custas e honorários advocatícios. Decisão do relator que se confirma por seus próprios fundamentos. Agravo interno a que se nega provimento. (TJRJ - APL 00003754620128190011 – 9° Câmara Cível - Rel. DES. JOSE ROBERTO PORTUGAL COMPASSO – J. 17/12/2013) (grifo nosso) Desta forma, no que concerne à fixação do quantum indenizatório por danos morais, considerando sua aplicação de efeito sancionatório ao causador do dano e compensatório à vítima, entendo que deve ser minorado o valor outorgado ao dano moral para a quantia de R$2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) para adequar-se às finalidades do instituto e às peculiaridades do caso concreto. Portanto, dou parcial provimento ao recurso inominado, para fins de minorar o quantum indenizatório arbitrado. Logrando êxito parcial seu recurso, condeno a recorrente ao pagamento de metade das custas processuais, bem como honorários advocatícios à razão de 10% sobre valor da condenação, com fulcro artigo 55 da Lei nº. 9.099/95. 3. DISPOSITIVO [1] http://www.democrataspr.org.br/DetalhesVP/28/Estatuto_Democratas/ [2] http://www.democrataspr.org.br/FilieSeVP 3. DISPOSITIVO Ante o exposto, esta 1ª Turma Recursal dos Juizados Especiais resolve, por unanimidade dos votos, em relação ao recurso de Democratas Paraná, julgar pelo (a) Com Resolução do Mérito - Provimento em Parte nos exatos termos do voto. O julgamento foi presidido pelo (a) Juiz (a) Maria Fernanda Scheidemantel Nogara FerreiraDa Costa, sem voto, e dele participaram os Juízes Fernanda Bernert Michielin (relator), Vanessa Bassani e Nestario Da Silva Queiroz. Curitiba, 28 de Junho de 2018 Fernanda Bernert Michielin Juíza Relatora
Vejamos outro precedente do TJPR, datado de 29/09/2021, no qual se reconheceu a legitimidade passiva do Diretório Nacional de Partido, considerando que não comprovou que órgão diverso havia realizado a filiação partidária que se afirmava indevida:
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ 8ª CÂMARA CÍVEL Autos nº. 0008483-03.2020.8.16.0194 APELAÇÃO CÍVEL Nº 0008483-03.2020.8.16.0194, DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA – 23ª VARA CÍVEL. APELANTE: PARTIDO REPUBLICANO BRASILEIRO. APELADO: GABRIEL TRAJANO SOARES. RELATOR: JUIZ SUBSTITUTO EM 2º GRAU ADEMIR RIBEIRO RICHTER (em substituição ao Des. Clayton de Albuquerque Maranhão). 8ª CÂMARA CÍVEL. APELAÇÃO CÍVEL – DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL – AÇÃO DECLARATÓRIA COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA – FILIAÇÃO PARTIDÁRIA IRREGULAR – ILEGITIMIDADE PASSIVA DO DIRETÓRIO NACIONAL – AFERIÇÃO IN STATUS ASSERTIONIS – PERTINÊNCIA SUBJETIVA DEMONSTRADA – PRELIMINAR QUE SE CONFUNDE COM O MÉRITO – ESTATUTO DO PARTIDO QUE PREVÊ A POSSIBILIDADE DE FILIAÇÃO PELOS ÓRGÃOS MUNICIPAIS, ESTADUAIS E NACIONAL – AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO NOS AUTOS ACERCA DE QUAL SERIA O ENTE RESPONSÁVEL PELA FILIAÇÃO RENEGADA – ÔNUS DO DEMANDADO – ART. 373, II, DO CPC – INAPLICABILIDADE DO ART. 15-A DA LEI Nº 9.096/95 – RESPONSABILIDADE CONFIGURADA – FILIAÇÃO SEM O CONSENTIMENTO DO AUTOR INCONTROVERSA – DANOS MORAIS – CONFIGURAÇÃO – USO INDEVIDO DO NOME –VINCULAÇÃO AO PARTIDO COM CUJA IDEOLOGIA NÃO COMPACTUA POR LONGO PERÍODO – REPROVABILIDADE DA CONDUTA – QUANUTM INDNIZATÓRIO – REDUÇÃO – PECULIARIDADES DO CASO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO...
Precedente do TJDF:
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS. FILIAÇÃO A PARTIDO POLÍTICO SEM REQUERIMENTO DO ELEITOR. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM REJEITADA. MÉRITO. ILICITUDE DA CONDUTA IMPUTADA AO PARTIDO POLÍTICO. CONFIGURAÇÃO. DANOS DE ORDEM MORAL CARACTERIZADOS. QUANTUM INDENIZATÓRIO. REDUÇÃO. NÃO CABIMENTO. SENTENÇA — MANTIDA. — HONORÁRIOS — SUCUMBENCIAIS MAJORADOS. 1. Diante da incerteza acerca do órgão partidário que promoveu a filiação indevida da autora à agremiação partidária, mostra-se evidenciada a legitimidade do diretório nacional para figurar no polo passivo de demanda indenizatória fundamentada na ilicitude do ato objeto da lide. 2. A filiação não autorizada de eleitor a partido político, mediante a utilização indevida de dados pessoais, configura circunstância apta a ensejar danos de ordem moral, agravados pelo menosprezo com que a agremiação partidária tratou a questão, ao ser comunicado da ocorrência do fato. 3. De acordo com o método bifásico adotado pelo colendo Superior Tribunal de Justiça para fins de arbitramento do valor da indenização por danos morais, deve o magistrado, na primeira fase, estabelecer um valor básico para a indenização, considerando o interesse jurídico lesado, mediante a análise de grupo de precedentes jurisprudenciais exarados em casos semelhantes. Na segunda fase, devem ser levadas em consideração as condições pessoais e financeiras das partes envolvidas, a extensão do dano experimentado pela parte ofendida e a gravidade da conduta do ofensor. 4. Mostra-se incabível a redução da indenização por danos morais, quando devidamente observados os princípios da proporcionalidade e razoabilidade e sopesadas adequadamente as condições pessoais das partes e a extensão do abalo experimentado. S. Apelação Cível conhecida. Preliminar rejeitada. No mérito, recurso não provido. Honorários recursais majorados. (TJ-DF o7084525120218070001 DF 0708452-51.2021.8.07.0001, Relator: CARMEN BITTENCOURT, Data de Julgamento: 24/11/2021, 1º Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 16/12/2021 . Pág.: Sem Página Cadastrada.)
Não merece prosperar a preliminar arguida pelo Réu, pois pela teoria da asserção o juiz precisa analisar a demanda como ela se apresenta narrada na inicial, sem fazer investigação de outras provas. Ora, havendo necessidade de ingressar na análise probatória para verificar as condições da ação já estará o juiz a ingressar no mérito da demanda.
Em relação a Teoria da Asserção segue recorte de artigo[footnoteRef:1]: [1: https://jus.com.br/artigos/73628/a-aplicacao-da-teoria-da-assercao-e-a-analise-das-condicoes-da-acao-no-processo] 
Cumpre salientar que, até o momento antes da fase instrutória, ou seja, fase destinada à coleta de provas, o magistrado deverá examinar a presença das condições da ação, in status assertionis, isto é, como foram afirmadas. Com isso, deverá ser extinto o processo sem resolução do mérito. No entanto, se o processo já tiver tido o ingresso na fase instrutória, o mérito já está sendo analisado pelo magistrado, à vista disso, não está mais sendo aferidas as condições da ação na técnica in status assertionis, quer dizer, como foram apresentadas na inicial, consequentemente deverá o magistrado adentrar o mérito do processo e julgar improcedente ou procedente o pedido feito pelo autor em sua exordial.
Assim, podemos verificar que a Teoria da Asserção está em sintonia com um dos grandes objetivos do Código de Processo Civil em vigor, ou seja, a grande missão de modernizar e dar agilidade ao desenvolvimento do processo judicial no Brasil e, simultaneamente, em conformidade com o Princípio da Economia Processual e, também, o Princípio da Celeridade, criado pela Emenda Constitucional Nº 45/2004 e elencado no art.5º, inciso LXXVIII da Constituição Federal de 1988, que visa dar maior efetividade na prestação jurisdicional e possui também como escopo, reduzir o acúmulo de demandas no poder judiciário.
A jurisprudência brasileira tem se posicionado pela aplicação da Teoria da Asserção para analisar a presença das condições da ação.
O Supremo Tribunal Federal (STF), em Recurso Extraordinário com Agravo de nº 0001018-90.2014.8.25.0035, se posicionou em decisão, dizendo que a processualística civil brasileira está fundada na teoria da asserção, segundo a qual as condições da ação devem ser aferidas à vista do que foi trazido na petição inicial, sem ingressar no exame de provas. 
O Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Recurso Especial de nº 1708940, se posicionou dizendo que o entendimento já pacificado pela Corte Superior, é no sentido de que as condições da ação, incluindo a legitimidade ad causam, devem ser aferidas in status assertionis, ou seja, à luz exclusivamente da narrativa constante na petição inicial. Fundamentando a decisão do Recurso Especial, o STJ aplicou a Teoria da Asserção dizendo que se o Autor apontou a Ré como causadora do dano, caberá ao juiz conhecer da relação jurídica conforme posta em juízo, uma vez que a verificação se a Ré tem ou não responsabilidade pelos eventuais danos sofridos pelo demandante, é questão a ser resolvida no mérito. A legitimidade consiste na qualidade da parte de demandar e ser demandada, ou seja, de estar em juízo.
Já em apelação de nº 70074884735[footnoteRef:2], o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, também se posicionou dizendo que a Teoria da Asserção, já majoritária na doutrina, dispõe que o preenchimento das condições da ação deve ser verificado a partir das afirmações lançadas na petição inicial. Se das afirmações do autor se puder extrair, ainda que de forma hipotética, a presença das condições da ação, assim será considerado. [2: https://tj-rs.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/507020068/apelacao-civel-ac-70074884735-rs] 
b) Sobre a Impugnação a Gratuidade de Justiça 
Quanto a impugnação a Gratuidade de Justiça, a opção legislativa, em tema de gratuidade de justiça, foi pelo estabelecimento de uma presunção legal de hipossuficiência financeira da pessoa natural, decorrente da afirmação do requerente neste sentido.
 A presunção iuris tantum encontra-se prevista no art. 98 § 3º, do novo CPC, e para ser afastadarequer prova a ser produzida, no momento próprio, pela parte contrária, a quem cabe o respectivo ônus, e não pelo magistrado, de ofício e sem indícios nos autos que a corroborem.
No caso em tela, a parte ré em sua contestação assevera que o autor não faz jus ao benefício da justiça deferida ao autor, no entanto não acostou qualquer indício de que o mesmo possui condições financeiras de arcar com as despesas processuais. Na hipótese, apenas os argumentos não são suficientes para o indeferimento do benefício. Cabia ao impugnante trazer aos autos documentos que derrubariam tal conclusão, o que não fez.
Antes mesmo da entrada em vigor do novo CPC, que disciplinou a matéria, esta já era, inclusive, a orientação do Superior Tribunal de Justiça, consoante ementas que se colaciona:
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. PESSOA NATURAL. DECLARAÇÃO DE MISERABILIDADE. PRESUNÇÃO JURIS TANTUM OPERANDO EM FAVOR DO REQUERENTE DO BENEFÍCIO. RECURSO PROVIDO. 1. O art. 4º, § 1º, da Lei 1.060/50 traz a presunção juris tantum de que a pessoa natural que pleiteia o benefício de assistência judiciária gratuita não possui condições de arcar com as despesas do processo sem comprometer seu próprio sustento ou de sua família. Por isso, a princípio, basta o simples requerimento, sem qualquer comprovação prévia, para que lhe seja concedida a assistência judiciária gratuita. Embora seja tal presunção relativa, somente pode ser afastada quando a parte contrária demonstrar a inexistência do estado de miserabilidade ou o magistrado encontrar elementos que infirmem a hipossuficiência do requerente. 2. Na hipótese, as instâncias ordinárias, ignorando a boa lógica jurídica e contrariando a norma do art. 4º, § 1º, da Lei 1.060/50, inverteram a presunção legal e, sem fundadas razões ou elementos concretos de convicção, exigiram a cabal comprovação de fato negativo, ou seja, de não ter o requerente condições de arcar com as despesas do processo. 3. Recurso especial provido, para se conceder à recorrente o benefício da assistência judiciária gratuita.” (REsp 1178595 /RS - QUARTA TURMA – rel. Ministro RAUL ARAÚJO - DJe 04/11/2010)
 
PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO DE INTERDIÇÃO - PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA - PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DA DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 1 - O v. acórdão, ao examinar o caso, afastou o benefício da justiça gratuita, essencialmente, sob o argumento de que o artigo 4º, da Lei 1.060/50 não teria sido recepcionado pelo preceito contido no artigo 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal. Entretanto, equivocou-se o decisum hostilizado. Com efeito, o STF já declarou que o referido dispositivo legal foi recepcionado. 2 - Assim sendo, esta Corte já firmou entendimento no sentido de que tem presunção legal de veracidade a declaração firmada pela parte, sob as penalidades da lei, de que o pagamento das custas e despesas processuais ensejará prejuízo do sustento próprio ou da família. 3 - Recurso provido, para, reformando o v. acórdão recorrido, conceder ao recorrente os benefícios da assistência judiciária gratuita.” (STJ, 4a Turma, REsp. 710624/SP, rel. Min. Jorge Scartezzini, julg. em 28.06.2005, In DJ de 29.08.2005, p. 362; g.n.).
 “Para o benefício de assistência judiciária basta requerimento em que a parte afirme a sua pobreza, somente sendo afastada por prova inequívoca em contrário a cargo do impugnante. Precedentes.” (STJ, 3a Turma, AgRg no Ag 509905/RJ, rel. Min. Humberto Gomes de Barros, julg. em 29.11.2006, In DJ de 11.12.2006, p. 352).
 	O art. 99 e seu parágrafo terceiro do novo CPC, a fim de afastar quaisquer dúvidas sobre o tema, estabelecem uma presunção legal iures tantum de insuficiência financeira decorrente da simples afirmação de tal condição feita nos autos do processo em que é requerida a gratuidade, impondo a necessidade de prova em sentido contrário para derrubar tal presunção.
 Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. (...) § 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.	
	c) Sobre o Mérito 
	O Autor não requereu, não assinou e não autorizou que a filiação questionada e só tomou conhecimento que estava filiado em agosto de 2020. Assim, sua filiação viola personalíssimo direito ao seu nome, circunstância que ensejou dano moral.
 Na concepção moderna da teoria da reparação de danos morais, prevalece, de início, a orientação de que a responsabilização do agente se opera por força de simples violação. Com isso, verificado o evento danoso, surge, ipso facto, a necessidade de reparação, uma vez presentes os pressupostos de direito. Dessa ponderação, emergem duas consequências práticas de extraordinária repercussão em favor do lesado: “uma, é a dispensa da análise da subjetividade do agente; outra, a desnecessidade de prova do prejuízo em concreto” (BITTAR, Carlos Alberto. Reparação Civil por Danos Morais. São Paulo: RT, 1993, p. 202).
 O uso indevido do nome, que também é um dos atributos da personalidade, dispensa a comprovação dos danos causados, pois presumidos, fazendo nascer automaticamente a obrigação de indenizar.
	Consoante anexo 68266052, o Autor foi filiado de forma arbitrária, fatos que não foram contraditados pelo Réu, que não juntou documentos que comprovassem a filiação voluntária do Autor.
É cabível o pedido de indenização por danos morais formulado pelo Autor, posto que, em casos como o da espécie, a jurisprudência tem entendido que a filiação a partido político, quando ausente requerimento do eleitor, enseja dano moral indenizável.
Vejamos precedente recente do TJPE:
CIVIL E PROCESSO CIVIL – APELAÇÃO – RESPONSABILIDADE CIVIL RECONHECIDA – FILIAÇÃO UNILATERAL - DANO MORAL CONFIGURADO. (…) 1. A filiação se deu por conta de ato unilateral e arbitrário do apelante que não se eximiu de comprovar que a apelada realizou a filiação questionada. 2. Tratando-se de ato ilícito, há que se reconhecer a responsabilidade do partido político, exsurgindo-se, daí, o dever de indenizar pelos danos morais sofridos. (…) 1ª CÂMARA REGIONAL DE CARUARU – 1ª TURMA APELAÇÃO CÍVEL Nº 0001253-87.2020.8.17.2260. COMARCA: 2ª VARA CÍVEL DE BELO JARDIM/PE. APELANTE: PARTIDO SOCIAL LIBERAL. APELADO: EDIZIA SILVA DOS SANTOS. RELATOR: DES. HUMBERTO VASCONCELOS JÚNIOR. Julgado em 02/09/2021.
Nesse sentido precedente do TJRJ:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. SENTENÇA DE. IMPROCEDÊNCIA FUNDAMENTADA EM AUSÊNCIA DE PROVA MÍNIMA. FILIAÇÃO PARTIDÁRIA DESCONHECIDA E NÃO AUTORIZADA PELO AUTOR. FLAGRANTE A DIVERGÊNCIA ENTRE AS ASSINATURAS CONTIDAS NO DOCUMENTO DE IDENTIDADE DO DEMANDANTE E A FICHA DE FILIAÇÃO PARTIDÁRIA SUPOSTAMENTE POR ELE ASSINADA. DESNECESSÁRIA A REALIZAÇÃO DE PROVA PERICIAL. PROVA POSITIVA DO AUTOR. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DA PARTE RÉ. AGREMIAÇÃO QUE NÃO ESCLARECE OS TERMOS E CIRCUNSTÂNCIAS DA FILIAÇÃO DO AUTOR. OCORRÊNCIA DE, NO MÍNIMO, EQUÍVOCO, POR PARTE DO PARTIDO POLÍTICO AO INCLUIR EM SUA RELAÇÃO DE FILIADOS ALGUÉM QUE NÃO SE APRESENTOU PESSOALMENTE E/ OU SUA ASSINATURA NO COMPROMISSO DE FILIAÇÃO NÃO CONDIZ COM OS DOCUMENTOS PESSOAIS. DANO MORAL CONFIGURADO. SENTENÇA QUE SE REFORMA. PARCIAL PROVIMENTO DO RECURSO, NA FORMA DO ARTIGO 557 § 1º A DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. (TJRJ/19ª Câmara Cível. Apelação nº 0001149-56.2010.8.19.0008, rel. Des. GUARACI DE CAMPOS VIANNA, j. 24/01/2013).
Ademais, cabe salientar que o partido político que repassa e contribui para a divulgação de filiação, constando nome de pessoa sem sua autorização para filiá-la, deve responder por danos morais, devido ao desrespeito ao direito exclusivo do uso do nome da pessoa.
Pouco importa que as divulgações tenham tido ou não caráter desmerecedor, uma vez que o uso indevido do nome do Autor já se mostra como caracterizador do dano moral, face ao caráter personalíssimo com que se reveste o nome.
 Sendo assim, se espera que seja atendido os pleitos doAutor no sentido de declarar nula a filiação e condenar o Réu a pagar indenização por danos morais com consequente fixação de honorários sucumbenciais em favor dos advogados do Autor.
Vejamos outros precedentes:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C/C AÇÃO COMINATÓRIA. FILIAÇÃO PARTIDÁRIA INDEVIDA. AUTORIZAÇÃO NÃO COMPROVADA. 1- Devida a indenização por danos morais de filiação partidária não autorizada pelo eleitor e divulgada nos sites oficiais. EXCLUSÃO DO NOME DAS REDES SOCIAIS. IMPOSSIBILIDADE. 2- No entanto, a pretensão que embasa o pedido de obrigação de fazer, que consiste na retirada do nome do filiado online, não pode receber o mesmo tratamento daquelas então publicadas em meio físico, ante a questão inerente à sua publicidade quando hospedada em destino público na internet, facilmente acessível, a qualquer tempo, de qualquer lugar do planeta. 3- A providência, como partido político é excluir o nome do filiado nos sites oficiais e identificáveis. 4- No caso, o que tem relevo é a informação contida no site oficial e idôneo da Justiça Eleitoral que informa se o cidadão está ou não filiado a partido político (http://filiaweb.tse.jus.br/filiaweb/). 5- APELO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJ-GO - Apelação (CPC): 00906061420178090051, Relator: SEBASTIÃO LUIZ FLEURY, Data de Julgamento: 23/05/2018, Goiânia - 6ª Vara Cível - I, Data de Publicação: DJ de 23/05/2018)
O Autor nunca manifestou interesse de se associar ou filiar ao partido político do Réu. O Autor foi filiado e mantido nessa condição desde 23/08/2003. A violação é flagrante com expresso acento constitucional “ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado (Art. 5º, Inciso XX, CRFB de 1988) e consequentemente o Autor merece ser reparado por danos morais. 
Observe-se, pois, o lapso temporal em que o Autor ficou associado-filiado ao partido do Réu. Houve em demasia falta do dever de cuidado e omissão. É tempo desarrazoado em que fora exposto o nome do Autor como se fizesse parte de um partido político.
O partido do Réu com suas condutas cometeu ato ilícito em face do Autor, acarretando em reparação por danos de ordem moral insculpido na norma do art. 186 do Códex Civilista.
Torna-se evidente, in claris in cessat interpretatio, que as condutas de filiar e manter filiado sem consentimento do Autor por aproximadamente 15 anos, foram “ações voluntárias” que caracterizam grave omissão e negligência. 
Ademais, houve violação ao direito constitucional da livre escolha em não se associar e não manter-se associado, bem como exposição indevida do nome do Autor, sem seu conhecimento e consentimento, durante aproximadamente 19 anos.
A filiação indevida atingiu diretamente direitos da personalidade do Autor indevidamente associado/filiado ao partido político, cuja agremiação não reflete o pensamento do Autor que foi involuntariamente associado.
Se o Recorrido simplesmente pedisse a desfiliação, ficaria caracterizado em sua história existencial que fez parte do referido partido, mesmo sem nunca ter comungado com a ideologia do referido partido. Daí, a necessidade de provocar o Judiciário para declarar nula a filiação e consequentemente pedir a compensação pelo dano moral. 
 No tocante ao quantum indenizatório pedido da petição inicial, o Autor entende que o valor pleiteado é proporcional e razoável.
	DOS REQUERIMENTOS
 Ante todo o exposto, o Autor dá por replicada a contestação, reitera os termos da exordial, informa que não tem mais provas a produzir, requer o julgamento antecipado da lid, uma vez que se trata de matéria de fato e de direito que não necessitam de outras provas, além das já acostadas aos autos, sendo a prova oral impertinente para provar os fatos. Por outro lado, requer que sejam rejeitadas todas as preliminares levantadas e seu pedido de julgamento improcedente do pedido do Autor. 
Nesses termos, pede deferimento.
Fulano de Tal Advogado

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