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E-book Intervenção de Terceiros _ Prof Leonardo Fetter

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2ª Fase Civil 35º Exame de Ordem 
Intervenção de Terceiros | Prof. Leonardo Fetter 
1 
 
 
Processo Civil 
Intervenção de Terceiros 
Prof. Leonardo Fetter 
2ª FASE CIVIL 35º EXAME 
2ª Fase Civil 35º Exame de Ordem 
Intervenção de Terceiros | Prof. Leonardo Fetter 
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2ª FASE OAB | CIVIL | 35º EXAME 
Intervenção de Terceiros 
Prof. Leonardo Fetter 
 
 
 
 SUMÁRIO 
 
01. Intervenção de Terceiros ............................................................................. 3 
1.1 Assistência simples ........................................................................................ 3 
1.2 Assistência litisconsorcial ............................................................................... 4 
1.3 Amicus curiae ................................................................................................. 4 
1.4 Denunciação da lide ....................................................................................... 5 
1.5 Chamamento ao processo .............................................................................. 6 
1.6 Desconsideração da personalidade jurídica ................................................... 6 
 
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso 
preparatório para a 2ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as 
respectivas aulas. Além disso, recomenda-se que o aluno assista as aulas 
acompanhado da legislação pertinente. 
 
Bons estudos, Equipe Ceisc. 
Atualizado em junho de 2022. 
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Intervenção de Terceiros | Prof. Leonardo Fetter 
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01. Intervenção de Terceiros 
Prof.ª Leonardo Fetter 
@prof.fetter 
A Intervenção de Terceiros pode ser definida como oportunidade legalmente concedida à 
pessoa não participante de determinada relação jurídica processual para nela atuar ou ser 
convocado a atuar, na defesa de interesses jurídicos próprios. 
É um fenômeno processual que acontece quando um indivíduo participa sem ser parte da 
causa, com o intuito de auxiliar ou excluir os litigantes, para resguardar direitos, ou o próprio 
interesse que possa ser prejudicado pela sentença, ou quando é provocado. 
Nesse sentido, cabe distinguir o que é considerado parte e o que é terceiro. 
O conceito de parte se restringe àquele que participa do processo com parcialidade, 
havendo interesse em determinado resultado do julgamento. Em outras palavras, parte é o 
sujeito que atua no polo ativo ou passivo da demanda. 
De acordo com a classificação dada por Didier Jr., a Intervenção de Terceiros pode ser 
espontânea ou provocada, sendo que a primeira forma é relativa às situações nas quais o terceiro 
expressa vontade de intervir na ação em curso e a última é alusiva às hipóteses nas quais seu 
ingresso é obrigatório, caso o juiz da causa compreenda que os requisitos legais foram 
preenchidos. 
São formas de intervenção de terceiros: 
 
1.1 Assistência simples 
 
A primeira forma de assistência prevista no Código de Processo Civil é a assistência 
simples: 
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os 
mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido. 
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o 
assistente será considerado seu substituto processual. 
Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a 
procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação 
ou transija sobre direitos controvertidos. 
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, 
este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e 
provar que: 
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I – Pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, 
foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença; 
II – Desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo 
ou culpa, não se valeu. 
A atuação do assistente será no auxílio do assistido no desenvolvimento processual, e 
assim, poderá requerer e produzir provas, recorrer e peticionar, mas não reconhecer o pedido. 
Tais atribuições determinam sua legitimação processual, entretanto este não tem nenhuma 
relação jurídica com a parte divergente. 
Resumidamente, o assistente simples ingressa no feito com o objetivo de auxiliar uma das 
partes, pretendendo ajudá-la para que seja vencedora ao final do processo. 
O assistente simples atua como legitimado extraordinário no processo, já que atua em 
nome próprio em prol da defesa de direito de outras pessoas. 
1.2 Assistência litisconsorcial 
 
A segunda forma de assistência prevista no Código de Processo Civil é a assistência 
litisconsorcial: 
Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a 
sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido. 
O assistente atua como litisconsorte e sentirá, diretamente, os efeitos da coisa julgada, 
devido a este ter relação direta com a parte adversa do assistido - o assistente defende o seu 
direito em litisconsórcio com o assistido, em juízo. 
A assistência litisconsorcial é definida como uma forma de litisconsórcio unitário facultativo 
que costuma dar-se no polo ativo, ambiente propício a esta modalidade de terceiro. 
Trata-se de modalidade de intervenção de terceiro espontânea, isto é, o terceiro se 
transforma em litisconsórcio assistido, sendo seu tratamento deferido de forma igual ao assistido. 
1.3 Amicus curiae 
 
Amicus curiae é o “amigo da Corte”, entidade que detém expertise sobre o assunto de que 
trata a ação judicial e enriquece o debate com dados acerca da questão discutida. 
A partir de seu conceito, é de se esperar que não se admita tal modalidade de intervenção 
em ações que versem sobre quaisquer assuntos. 
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É por isso que o caput do Artigo 138 do CPC define que o amicus curiae só poderá figurar 
em ações cujos temas sejam de grande repercussão para a sociedade no geral: 
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do 
tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão 
irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, 
solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade 
especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua 
intimação. 
 
1.4 Denunciação da lide 
 
 
A denunciação a lide encontra amparo no direito regressivo da parte que traz o 
terceiro eventualmente responsável pelo ressarcimento dos danos ocasionados pelo processo. 
O terceiro terá qualidade de parte, sendo vinculado à relação jurídica, se sua participação 
for requerida tempestivamente pelo Autor ou Réu e desde que citado regularmente. 
A denunciação tem cabimento em duas hipóteses, previstas no artigo 125 do CPC: 
 
Comprador evicto 
Supondo que haja um imóvel em litígio entre dois particulares e um deles aliena o imóvel 
a terceiro. Posteriormente, é proferida decisão que determina que a casa é de quem não a 
alienou. Assim, o adquirente perde o imóvel, ocorrendo a evicção. Dessa forma, o adquirente, 
ora evicto, pode denunciar a lide em face do alienante. 
 
Obrigado por lei ou contrato a indenizar regressivamente a parte 
Tem abrangência ampla, cabendo em qualquer hipótese de direito regressivo previsto em 
lei ou contrato, por exemplo, contrato de seguro. 
A denunciação torna o denunciante e o denunciado litisconsortes na ação originária e na 
secundária. O denunciante é adversário do secundário, mas vale dizer que o denunciado não é 
titular do direito na demanda principal. 
 
 
https://www.aurum.com.br/blog/eviccao/
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1.5 Chamamento ao processo 
É espécie coercitiva de intervenção de terceiros que não depende de concordância, sendo 
que a mera citação válida será suficiente para integrar o chamado ao processo. 
Deve ser feita dentro do prazo legal, previsto no artigo 131 do CPC, sob pena 
de preclusão. 
São três as hipóteses de cabimento para esta modalidade de intervenção de terceiros 
previstas no artigo 130 do CPC: 
1. Chamamento do devedor, quando acionado o fiador, que serão responsáveis 
solidariamente pelo cumprimento da obrigação principal; 
2. Dos demais fiadores, quando a ação for proposta apenas contra um deles; 
3. Dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento 
da dívida. 
1.6 Desconsideração da personalidade jurídica 
É condicionada ao pedido da parte ou do Ministério Público, devendo preencher os 
pressupostos previstos em lei, tais como: abuso de personalidade jurídica pelo desvio de 
finalidade, confusão patrimonial, entre outros – objetivamente, aqueles previstos no art. 50 do 
CC ou 28 do CDC. 
O pedido incidental é cabível em qualquer momento do processo. 
Após a sua instauração, o sócio será citado a se manifestar e requerer a produção das 
provas cabíveis no prazo de 15 dias, sendo o incidente resolvido por decisão interlocutória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.aurum.com.br/blog/preclusao/
https://www.aurum.com.br/blog/decisao-interlocutoria/
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