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CAM-MASTER-2017-Direito-Administrativo-aula-03

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Turma e Ano: Direito Administrativo / 2017
Matéria / Aula: Complemento da Apresentação do Primeiro Setor / Aula 03
Professor: Luiz Jungstedt
Monitora: Kelly Silva
Aula 03
A presente aula será dedicada à complementação ao primeiro setor do Estado Gerencial Brasileiro. 
A contratação de pessoal nas pessoas de direito público tem três momentos importantes, conforme abaixo
demonstrado:
No 1º momento vimos o regime jurídico único pedido pela Constituição. No 2º momento, 10 anos depois a
promulgação da Constituição, a EC 19/98, que gerou a flexibilização do regime jurídico único. No 3º
momento, a liminar de Ago/2007 conferida na ADIN 2135/2000, que resgata a obrigatoriedade do regime
jurídico único. Assim, hoje (Jan/17), as pessoas jurídicas de direito público (administração direta, autárquica
e fundacional) são abraçadas pelo regime jurídico único exigido pelo art. 39 da CRFB/88. Todos esses
momentos merecem um esmiuçamento, o que será feito a seguir. 
 → 1º momento – CRFB/88
Resumo elaborado pela equipe de monitores. Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a 
reprodução e quaisquer outras formas de compartilhamento.
O congressista constituinte de 1988 olhou para a estrutura da “administração direta, autárquica e
fundacional” e observou que tinha de tudo: o estatutário com concurso e o celetista sem concurso. À época
as expressões “celetista janelista” e “celetista paraquedista” eram muito utilizadas, uma vez que o celetista
não realizava concurso para ingressar no serviço público.
Foi exatamente isso que a Constituição de 1988 tentou combater, quando o art. 39 exigiu que todos os entes
da federação criassem o seu regime jurídico único. Como basicamente sempre existiram dois regimes –
estatutário concursado e o “celetista janelista” – o art. 39 não elegeu o regime. O que ele pediu foi um regime
único a ser escolhido pelo ente da federação.
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência,
regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das
autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4)
A União, todos os estados da federação e a maioria dos municípios brasileiros escolheram o regime típico
das pessoas jurídicas de direito público para esse regime jurídico único, que é o regime estatutário (regime
do cargo público). 
O Prof. aconselha que você verifique qual foi regime escolhido pelo estado e município em que você reside.
A União, o Estado do Rio de Janeiro e o Município do Rio de Janeiro escolheram o regime jurídico estatutário
(do cargo público), por exemplo. Enquanto que Poços de Caldas/MG e Resende/RJ foram municípios que
optaram pelo regime da CLT. 
Cabe destacar que nada impede que o município crie o regime estatutário, e não crie um regime próprio de
previdência. Neste caso, o servidor é estatutário pelo município, mas contribuí com o INSS. 40% dos
municípios aposentam seus servidores (celetistas ou estatutários) pelo INSS. 
O art. 22 da Constituição diz que é competência privativa da União legislar sobre:
Art. 22 […] 
I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do
trabalho;
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reprodução e quaisquer outras formas de compartilhamento.
O art. 39 está mandando instituir, que significa criar, artigo por artigo, as regras de um regime único. Mas, só
a União pode legislar sobre o Direito do Trabalho. O Prof. acredita que somente a União tinha a
possibilidade de criar um regime jurídico único com base na CLT, mas não exerceu. Para driblar essa
colocação, os municípios que instituíram o regime jurídico único com base na CLT afirmam que não criaram
regras do regime celetista e sim optaram pelo regime da CLT legislado pela União, não ferindo o art. 22, I, da
CRFB. O Prof. acredita que o art. 39 é que foi ferido, pois ele não fala em optar, mas sim em instituir. E os
estados e municípios não poderiam instituir um regime celetista porque a competência é privativa da União. 
Então, a regra em 1988 foi uma unificação e essa unificação, em regra, foi no regime estatutário. 
Pergunta fundamental à época: uma nova ordem serve para resolver os problemas posteriores. Porém, antes
existiam vários regimes, com diversas formas de acesso, em que dois se destacavam – o estatutário
concursado e o celetista sem concurso. A nova ordem constitucional determinou que queria um regime
único. O que foi feito com os “celetistas janelistas” que estavam no serviço público? A Constituição responde
isso no art. 19 do ADCT. 
O empregado público regulado pela CLT e admitido sem concurso antes da CRFB/88 que contava com, pelo
menos, 5 anos de casa ganhou estabilidade e virou “celetista, sem concurso e estável” (é essa a expressão que
deve ser utilizada em concurso público, pois as expressões “celetista janelista” e “celetista paraquedista” não
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são bem-vindas em provas em nenhuma hipótese). Assim, se o celetista já tinha 5 anos de casa, ganhou
estabilidade funcional, conforme se verifica no art. 19 do ADCT:
Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da
administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da
Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada
no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço público.
Assim, o servidor se tornou celetista, sem concurso e estável. Cabe destacar que o servidor não se tornou
estatutário, e sim que continuou celetista. O que ocorreu foi a entrega da estabilidade funcional, mas não a
transformação do celetista em estatutário. O § 1º do art. 19 do ADCT deixa claro que o celetista não se tornou
estatutário, pois:
§ 1º O tempo de serviço dos servidores referidos neste artigo será contado como título quando se
submeterem a concurso para fins de efetivação, na forma da lei.
Ou seja, o servidor que estava na condição em questão só se tornaria estatutário se fizesse concurso. Se o
servidor quisesse ter o tratamento de estatutário deveria se submeter ao concurso e ser aprovado, caso
contrário continuaria sendo servidor celetista, sem concurso e estável. O Prof. afirma não conhecer ninguém
que tenha feito o concurso para ser absorvido como estatutário. 
O Prof. destaca o próximo artigo, mas pede para que o mesmo não seja utilizado em qualquer circunstância
em concurso, pois tem uma redação perigosa. A lei nº 8.112/90, em seu art. 243, § 1º, inserido nas disposições
transitórias e finais estabelece que:
Art. 243 […] 
§ 1º Os empregos ocupados pelos servidores incluídos no regime instituído por esta Lei ficam
transformados em cargos, na data de sua publicação.
Ou seja, aquele celetista com mais de 5 anos de casa que foi preservado em 1988 pelo art. 19 do ADCT virou
estatutário. Contudo, o Prof. afirma que para fins de concurso é melhor se pautar pela Constituição. Deste
modo ele diz que se lhe fosse perguntado se o empregado público com mais de 5 anos de casa se tornou
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estatutário com a CRFB/88, ele diria que sim, desde que mediante a realização de concurso solicitado pelo §
1º do art. 19 do ADCT. 
E o servidor com menos de 5 anos de casa? Este foi demitido, por estar em desacordo com a Constituição e
não ter proteção do ADCT. Contudo, na União.Esses que tinham menos de 5 anos de casa, somavam 33 mil
servidores, de acordo com dados divulgados pelo governo FHC (em estados e municípios esses números
nunca foram divulgados). Dentre os argumentos utilizados pelos servidores com menos de 5 anos se
destacam: (I) que eles seriam servidores, celetistas, não estáveis, admitidos antes da promulgação da
CRFB/88, que passou a exigir a obrigatoriedade do concurso público; (II) o princípio da continuidade do
serviço público e o princípio do interesse público. 
Nenhum celetista com menos de 5 anos de serviço público foi demitido e continuam aí até hoje. A EC nº 19
teve como principal inovação a flexibilização da estabilidade, que é a possibilidade de mandar o estável
embora por excesso de gasto orçamentário. Antes da EC nº 19 o servidor estável só era mandado embora se
desse causa, se cometesse uma infração grave. Atualmente, mesmo sem dar causa, o servidor estável pode
ser mandado embora por excesso de gasto, de acordo com §§ 3º e 4º do art. 169, da CRFB:
Art. 169 […] 
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei
complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as
seguintes providências: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I – redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II – exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o
cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder
o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o
órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
Quem é servidor não estável? Dentro de um quadro constitucional normal, é aquele que fez concurso
público e ainda está no estágio probatório. Mas, não é. Esses servidores são aqueles que já tinham que ter
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sido demitidos há muito tempo. O inciso II faz remissão para a EC nº 19, e de acordo com o art. 33 da
mesma:
Art. 33. Consideram-se servidores não estáveis, para os fins do art. 169, § 3º, II, da Constituição Federal
aqueles admitidos na administração direta, autárquica e fundacional sem concurso público de provas ou
de provas e títulos após o dia 5 de outubro de 1983.
Porque 5 de outubro de 1983? Porque quando chegou em 5 de outubro de 1988 os servidores em questão
tinham menos de 5 anos de serviço público. Fazer remissão do art. 33 da EC nº 19 para o art. 19 do ADCT. 
Em 2004 ou 2005, o Deputado Federal Arlindo Quinalha se tornou Presidente da Câmara dos Deputados e
colocou em pauta uma PEC que estava querendo alterar o art. 19 do ADCT para retirar os 5 anos de serviço
público. Essa PEC não foi rejeitada, mas retirada de pauta, ou seja, ainda está por aí. 
Apesar de tudo isso, o que se tem que escrever em uma prova de concurso é que o celetista com menos de 5
anos de casa foi desligado com a promulgação da CRFB/88, porque está em desacordo com a Constituição e
não foi protegido pela ADCT. 
 2º momento – EC nº 19/98→
Foi proposto o fim do concurso público para o emprego público e fim do regime jurídico único na
administração direta, autárquica e fundacional. 
O que foi utilizado nessa EC foi o chamado “boi de piranha”, em que o foco do projeto é desviado para outro
ponto. O “boi de piranha” da EC 19 foi o fim da estabilidade do servidor público. Só se discutiu isso e mais
nada. E a discussão passou sem a mídia tratar do fim do concurso público e do regime jurídico único.
Entretanto, surpreendentemente essas duas propostas não passaram. E foi uma surpresa porque o governo
FHC era super organizado e tinha uma base sólida no Plenário. Se for o olhar o art. 37, II, da Constituição
será verificado que o concurso público continua obrigatório para o emprego, e a redação é dada pela EC 19,
pois a oposição derrubou a proposta e apresentou um destaque para o concurso e ele foi salvo. 
E o regime jurídico único? Essa é uma discussão interessantíssima. Muitos falam que a EC nº 19 aboliu o
regime jurídico único. O Prof. destaca não concordar com essa colocação, que é feita por José dos Santos
Carvalho Filho. O que aconteceu foi que o governo votou pelo fim do regime jurídico único e não conseguiu
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aprovar. Daí, a oposição apresentou um destaque para salvar o regime jurídico. Esse destaque é a redação do
art. 39 dada pela EC nº 19. Nesse destaque, a oposição só esqueceu de escrever “regime jurídico único”, o
que foi lamentável. A redação que ficou no art. 39 da Constituição dada pela EC nº 19 foi a seguinte:
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de
administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4)
Logo, o que aconteceu foi que a oposição ganhou no voto, apresentou esse destaque e saiu comemorando. O
governo perdeu no voto, leu o destaque e saiu comemorando. O governo perdeu, mas ganhou porque a
redação original do art. 39 da Constituição exigia o regime jurídico único e a redação do art. 39 dada pela EC
nº 19 não exigia. Então, o regime jurídico único deixava de ser obrigatório. Ele não foi abolido, tendo em
vista que o art. 39 não dizia isso. Ele deixou de ser obrigatório, é sútil, mas é diferente. Estar proibido é uma
coisa e isso não aconteceu. Em outras palavras, ter ou não regime jurídico único, pós EC nº 19, passa a ser
uma matéria infraconstitucional. Em um Estado, como o brasileiro, que admite a autonomia político-
administrativa de seus entes, cada um fala o que quer, ou seja, quer acabar acaba e quer continuar continua.
Por isso que o governo perdeu, mas saiu comemorando. 
O Estado do Rio de Janeiro manteve o regime jurídico único e estava de acordo com a Constituição. Por
outro lado, a União acabou com seu regime jurídico único ao criar a lei ordinária nº 9.962/00, que criou na
administração direta, autárquica e fundacional um novo regime, ao lado da lei nº 8.112, passando a ter dois
regimes, conforme abaixo esquematizado:
Assim, pós EC nº 19, ter ou não regime jurídico único passou a ser matéria infraconstitucional. É errado falar
que o regime jurídico único foi abolido da Constituição, pois se assim fosse o Estado do Rio de Janeiro
estaria inconstitucional, posto que manteve seu regime jurídico único. Ele não foi extinto, ele deixou de ser
obrigatório. 
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Não esquecer que o concurso, tanto para cargo quanto para emprego público, continuou obrigatório. O que
houve no segundo momento foi a flexibilização do regime jurídico único. O ente da federação é quem
escolhe se quer ter um, dois, três, quatro, ou seja, quantos regimes jurídicos quiser. 
 3º momento – ADIN 2135/2000→
Em agosto de 2007 é resgatado o regime jurídico único por liminar conferida no bojo da ADIN 2135
impetrada em 2000. A liminar considera inconstitucional a redação dada ao art. 39 pela EC nº 19,
suspendendo a aplicação da mesma e resgatando a aplicaçãoda redação original do art. 39 da Constituição
com o regime jurídico único. 
A lei nº 9.962/00, que extingue o regime jurídico único da União, é do mês de fevereiro, enquanto que a
ADIN 2135/00 é do mês de janeiro do mesmo ano. Demorou mais de 7 anos para liminar ser dada.
Essa história continua na próxima aula.
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