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Gêneros literários

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-----------Gêneros Literários-----------
Literatura 
Etimologia: litera (letra) e literatura (arte de escrever)
Até o século XVIII, era considerado apenas como criação de uma literatura a poesia, mesmo já existindo a prosa.
Romances e contos começaram a ser considerados parte da literatura no século XIX, levando a prosa como o ato literário.
Textos literários e não literários: 
São considerados como literários, a linguagem pode ser formulada, alterada e formada de modo que, de interesse do autor, se mude de sentido, tendo conotação e ambiguidade.
Não são considerados textos literários, manuais, receitas, revistas, jornais, bulas, etc. A linguagem serve como veículo de informação, apenas
A divisão do conteúdo em gêneros literários é atribuída a Aristóteles, filósofo grego que viveu entre 384 e 322 a.C. Nessa época, a forma predominante era o verso. Desde então, estabeleceu-se que os gêneros literários seriam divididos em: lírico, épico e dramático, conceito que se consolidou no Renascimento. Atualmente, há um quarto gênero: o narrativo, derivado do épico.
Gênero Lírico
O eu-lírico ou o eu-poético (a voz que “fala” nos poemas), nesse tipo de gênero literário, expressa seus sentimentos, suas emoções, seu mundo interior. 
No texto lírico, há uma forma de atender o anseio humano de expressar sua individualidade e subjetividade. 
As composições líricas, em geral estruturadas em versos, são assim denominada porque eram, na Grécia Antiga, cantadas e acompanhadas por instrumentos como a flauta, a harpa e, principalmente, a lira. A partir daí a poesia passou a contar com elementos que a aproximam até hoje da música: as sílabas métricas, o tom, a rima, as estrofes e o ritmo. Entretanto, para fazer poesia, não é preciso incorporar todos esses elementos ao texto. 	Comment by Duda: Podemos dizer que a rima é a igualdade de fonemas observada em duas ou mais palavras. As rimas costumam aparecer no fim dos versos, mas podem ser verificadas em qualquer outro lugar.Há três abordagens distintas daquele que pretende estudar a rima de um poema: a posição nos fonemas no interior da rima, as distribuições das rimas no poema e a qualidade. Posição dos fonemas no interior da rima é um assunto bem complexo, principalmente porque os teóricos não são unânimes. Rima perfeita/completa: Apresenta a repetição de todos os fonemas: vogais, semivogais e consoantes.Rima soante: Chama-se de rima soante àquela em que todos os fonemas se repetem, nesse caso temos a rima perfeita e a imperfeitaRima imperfeita/incompleta: Ocorre quando os fonemas de um verso se repetem em outro, sendo que, em uma das palavras que rimam há um fonema a mais; os fonemas também podem se repetir em ordem diversa.Rima toante: Às vezes chamada de vocálica, a rima toante é aquela em que, a partir da vogal tônica, apena as vogais se repetem Rima ampliada/opulenta: Caracteriza-se por ter os últimos fonemas todos iguais, inclusive a consoante que antecede a vogal tônicaVersos brancos: Esse é o nome que se dá aos versos não rimados. Um poema pode ser formado por versos rimados, versos brancos ou versos rimaalternados por versos brancos. Distribuição das rimas no poemaA rima pode ocorrer em qualquer lugar do verso. Quando figura no início ou no meio, chama-se de rima interna. Quando aparece no fim é chamada de rima externa. Rima externa: É a rima mais comum. Geralmente, os versos rimados apresentam a rima nessa situação. Há pelo menos cinco casos com essa característica: Rimas emparelhadas/paralelas: Essas rimas aparecem em pares: aa, bb, cc, dd..Rimas alternadas/entrelaçadas: Caracterizam-se por se apresentar em um padrão de alternância: abc, abab...Rimas opostas/interpoladas/intercaladas: essas rimas aparecem nos extremos de cada estrofe: abba, abcda...Monorrima: aparece quando ocorre a mesma rima ao longo da estrofe ou do poema: aaaaaa..Rimas misturadas: ocorre quando há rima, mas não há padrão e, por isso, elas aparecem misturadas ou combinam uma variedade de padrões.Rima interna: Bem menos freqüente, que pode ser classificada como coroada ou em eco.Rima coroada: Ocorre dentro do mesmo verso: aa, bb..Rima em eco: É uma variação da rima coroada, mas repetição é mais intensa, aparece várias vezes no mesmo verso: aaaaaaaa, bbbbbbbb...Qualidade da rimaQuanto à qualidade, a rima pode ser pobre, rica, rara ou preciosa.Rima pobre: Quando são formadas pela mesma classe gramatical: Implacáveis/miseráveis, andando/cantando.Rima rica: É formada por palavras de classes gramaticais diversas: Estrada/abandonada, retira/mentira. Rima rara: É formada por palavras para as quais a rima é quase impossível: frio/luzidio, leque/peque.Ria preciosa: É construída de forma artificial, geralmente com uso de ênclise: Vendo-a/amêndoa, roê-los/cabelos.TomO tom é determinado pela quantidade de sílabas átonas posteriores à última sílaba tônica de cada linha. Assim, se a ultima palavra do verso for oxítona ou monossílaba tônica, não sobrando nenhuma silaba átona para ser desprezada, o verso é chamado de agudo (A). Se a última palavra do texto for paroxítona, sobrando uma sílaba para ser eliminada, o verso é chamado de grave (G). Quando o verso termina com uma palavra proparoxítona, desprezam-se as duas últimas sílabas. Esse é o caso mais difícil de ser encontrado. Entretanto, quando ocorre, quanto ao tom, o verso é chamado de esdrúxulo (E).Trata-se de um gênero com marcas de subjetividade, uma vez que se centra no sentimentalismo ou na plurissignificação das palavras. 
Suas principais características são: 
— eu poemático; 
— rimas; musicalidade; ritmo; 
— estrutura de verso; 
— plurissignificação da palavra; 
— conotação; 
Representam esse gênero os textos: Soneto, ode, haicai, elegia dentre outros
Os poetas modernos lutaram muito para mostrar que é possível fazer poesia sem todos esses elementos. Claro que nem tudo pode ser deixado de lado. O ritmo, por exemplo, é imprescindível em um texto poético.
Na poesia lírica, há, tradicionalmente, uma preocupação com os aspectos formais. Com o tempo, várias formas poéticas foram sendo incorporadas à tradição literária, mas nenhuma tem sido tão resistente a mudanças quanto o soneto. Grandes nomes da nossa literatura se consagraram como grandes sonetistas, tanto em Portugal quanto no Brasil. Entre eles se destacam: Camões, Bocage, Gregório de Matos, Cláudio Emanuel da Costa, Olavo Bilac, Cruz e Sousa, Augusto dos Anjos e Vinicius de Moraes.
De modo geral, há dois tipos de soneto: o italiano e o inglês. Aquele é um poema de forma fixa usado pela primeira vez, segundo se crê, por Jacopo de Lentini (escola Siciliana, século XIII), mas difundido por Francesco Petrarca (Itália, século XIV). Originalmente, o termo soneto significa “pequeno som”. Esse tipo de poema tem resistido a todas as escolas literárias, sendo apreciado pelos grandes nomes das literaturas portuguesas e brasileiras, desde Camões até Vinicius de Moraes. Suas características são bastante simples:
· Versos: 14 versos decassílabos (heroicos ou sáficos) ou, mais raramente, 14 versos dodecassílabos (alexandrinos).
· Estrofes: 2 quartetos seguidos por 2 tercetos.
· Rima: rima externa (geralmente os quartetos rimam entre si com rimas ab enquanto os tercetos rimam combinam rimas cde).Trata-se de um gênero com marcas de sequencialidade, uma vez que se centra em acontecimentos realizados por um ser e localizados na relação espaço/tempo. Suas principais características são: 
— verossimilhança; 
— exaltação de feitos heroicos de um ser ou de uma nação; 
—estrutura de verso; 
— relação tempo/espaço; 
—voz narrativa; 
Representam esse gênero os textos: Epopeia, crônica, novela, romance dentre outros. MODERNO É NARRATIVO
· Verso de ouro: é o nome que se dá ao último verso do soneto, pois é só quando se chega nele que todo o significado poema é revelado.
Os críticos costumam dizer que “soneto é uma cadeia de prata com chave de ouro”, fazendo um trocadilho a respeito de sua beleza, apesar de sua forma fixa.
O soneto inglês só difere do italiano na quantidade e na distribuição das estrofes: uma oitava(de oito versos), um quarteto (de quatro versos) e um dístico (de dois versos).
Além dos aspectos formais, o conteúdo também caracteriza a poesia lírica. O predomínio dos sentimentos e das emoções dão a ela um aspecto subjetivo. Os poemas, em sua maioria, são líricos e podem ser agrupados em torno dos sentimentos que exploram: 
· Ode: Composição poética em verso, composta de estrofes simétricas, entusiástica, de exaltação, que se destina a ser cantada.
· Hino: Poema lírico ou canção que exprime entusiasmo, contentamento, admiração. Geralmente marcial ou solene, exalta o valor de algo ou alguém – divindade, nação, instituição ou agremiação.
· Idílio: Pequena composição poética de caráter campestre ou pastoril, que apresenta uma relação de profundo amor entre duas, geralmente entre a forma de monologo.
· Écloga: Poesia pastoril, bucólica, em geral dialogada, muito comum no arcadismo.
· Sátira: Composição poética de caráter livre, que visa à censura ou a ridicularização de defeitos ou vícios, costumes, instituições e idéias contemporâneas em estilo irônico ou mordaz.
· Elegia: Poema lírico cujo o tom é quase sempre terno e triste; escrito em memória de alguém falecido, é poema fúnebre.
· Epitalâmio: Canto ou poema nupcial, em homenagem ás bodas de alguém. 
Gênero épico
O termo épico é derivado da palavra grega épos e significa, entre outras coisas, “discurso”. Os longos poemas narrativos compostos sob esse gênero têm em comum um acontecimento histórico de interesse do povo, são chamados de narrativas épicas ou, simplesmente, epopéias. Em geral, gravitam em torno dos feitos de um herói grandioso, que pode ser individual (como Aquiles, Ulisses e Heitor) ou coletivo (como Grécia, Roma e Portugal). É uma poesia objetiva, impessoal. Sua estrutura é bem peculiar.
As epopeias(mais comum) são divididas em cantos (equivalente ao capítulo de uma narrativa em prosa); geralmente, apresentam versos decassílabos, rimados ou não. Os cantos normalmente são organizados com base na seguinte estrutura: proposição, invocação, narração e epílogo.
Outra característica frequente dos poemas épicos é a interferência do “deuses”- explicação mitológica para os sucessos e fracassos, medos e angustias, acidentes e incidentes ocorridos com o seu herói e aliados ao longo da narração feita em terceira pessoa.
Gênero dramático
O gênero dramático tem seu nome derivado da palavra grega drama, que, em grego, significa “ação”. A ele pertencem os textos para serem encenados, representados. Nesse tipo de texto, o autor, os atores e publico interagem. Não há, efetivamente, teatro sem público ou plateia.
Tragédia e comédia são as modalidades mais conhecidas do gênero dramático, que compreendem ainda a tragicomédia, a farsa e os autos. 
· Tragédia: Na Grécia Antiga, era a obra teatral em verso, de caráter grandioso, dramático e funesto, em que intervinham personagens ilustres ou heróicas, capazes de infundir terror e piedade. Em regra, obras desse gênero terminam com acontecimentos fatais, como a morte do protagonista.
· Comédia: Assim como a tragédia, a comédia tem origem das festas em homenagem a Dionísio. Geralmente satiriza personalidades e costumes sociais da época. Naturalmente, por serem alegres e leves, tais peças provocam risos com muita facilidade.
· Tragicomédia: É a modalidade que mistura a tragédia com a comédia. No que diz a respeito ao assunto e às personagens, reflete a tragédia; tocante aos incidentes e aos desenlaces, a comédia.
· Auto: É uma pequena peça que tem sua origem na Idade Média. Suas personagens geralmente são alegóricas: pecados e virtude, anjos e demônios. Caracteriza-se pela simplicidade da construção, ingenuidade da linguagem, caracterizações exacerbadas e intenção moralizante, podendo, contudo, conter também elementos cômicos e jocosos. (Auto da compadecida e teatro jesuíta)
· Farsa: Peça teatral de comicidade exagerada, ação vivaz, irreverente e burlesca, e com elementos de comédia de costumes. É curta, assim como o auto. Segue o lema latino ridendo castigat mores: rindo, castiga os costumes.
Em Portugal, o maior representante desse gênero literário talvez tenha sido Gil Vicente, com seus autos e suas farsas, que até hoje, encantam o mundo e rendem muitas adaptações, tanto para o cinema como para a publicidade. No Brasil, João Cabral de Melo Neto e Adriano Suassuna são famosos pelos seus autos Morte e vida Severina e o Auto da compadecida, respectivamente.
 Gênero narrativo
Normalmente, o gênero narrativo é considerado como derivado do épico ou o seu equivalente na prosa. Suas manifestações são diversas, dependendo da forma, da estrutura ou da extensão. Mas tem aspectos bem peculiares em relação ao épico. Também conhecido uma narrativa de ficção, suas principais manifestações são:
· Conto: geralmente, o conto é definido como narrativa curta, concisa e possuidora de unidade dramática. Nele, a ação se concentra em um único ponto de interesse. Mas a definição não é absoluta, já que há contos bem extensos, como os que se encontram no livro Sagarana, de Guimarães Rosa. Esses textos já iniciam com a história em andamento, quase em seu desenlace, como se fosse uma parte retirada de algo bem maior.
· Crônica: como o radical grego conos faz lembrar, a crônica e efêmera, passageira. Pelo menos era no princípio. Tecnicamente, a crônica é um relato, em linguagem coloquial, de um único fato e seus respectivos comentários. Mas hoje ela atingiu um nível que extrapola em muito seu conceito. A qualidade das crônicas escritas pelos autores contemporâneos tem atingido um nível extraordinário, o que lhe dá, seja por causa da linguagem, seja por causa da abordagem dos temas, um caráter genuinamente artístico e permanente. Alguns autores como Rubem Braga, Sérgio Porto, Dalton Trevisan, Paulo Mendes Campos e Paulo Sabino têm feito da crônica brasileira uma obra conhecida internacionalmente como de grande valor literário.
· Novela: como gênero literário, a novela está desaparecendo. Sua estrutura narrativa usualmente é curta, ordenada e completa. Aborda fatos humanos fictícios, porém, verossímeis (semelhantes à realidade). Algumas características freqüentes da novela a distinguem do romance: o narrador geralmente localiza o fato como algo ocorrido há algum tempo e tenta se manter o mais imparcial possível, como se tivesse apenas passando o que os outros lhe contaram. Outro aspecto relevante é a extensão. As novelas, comparadas aos romances são bem mais curtas, os fatos escolhidos para compor o enredo (assim como o tempo da narrativa) ao organizados de tal forma a poupar o tempo do leitor. Podemos posicioná-la entre um gênero que está entre o romance e o conto. É importante não confundi-la com fotonovela, radionovela ou telenovela. Como exemplos de novelas, pode-se apontar as obras Amor de perdição (1862) e Amor de Salvação (1863), ambas do escritor Camilo Castelo Branco.
· Romance: com uma descrição longa das ações e sentimentos das personagens fictícias, adaptando fatos da vida real à ficção, o romance não é apenas uma história de amor com final feliz u triste. Comparado à novela, é mais complexo e extenso. Pode, de acordo com a sua estrutura, ser classificado como policial, ficção cientifica, de suspense, regionalista, de capa e espada, psicológico ou urbano, entre outros.
Embora o romance atual - cuja a origem remonta ao século XVIII - seja em prosa o termo deriva de uma forma literária medieval, mais parecida com um conto, mas em versos, a qual a oralidade e a dramatização constituem uma poesia de caráter narrativo, em que são narradas as aventuras ou os amores de um cavaleiro. O famosos poema épico modernista “Romanceiro da Inconfidência”, de Cecília Meireles, exemplifica bem esse tipo de texto. 
· Fábula: Narrativa curta, geralmente com fundo didático, a fábula sempre termina com a “moral da história”. As personagens se caracterizam como animais que agem e pensam como se fossem seres humanos. Aliás, o homem, quando aparece, não passa de um figurante. Às vezes acontece das personagens serem objetos, coisas, seres inanimados.Em tais situações, a fábula recebe denominação especifica de apólogo. Alguns autores se tornaram famosos como escritores de fábulas: Esopo (Grécia século VI a.C), La Fontaine ( França século VII) e, no Brasil, Monteiro Lobato. Os três fizeram boas releituras de fábulas alheias. Esopo coletou e reescreveu fábulas que circulavam entre populares gregos, e Monteiro traduziu e adaptou La Fontaine. Como você pode perceber, são poucas as fábulas originais, contudo, ao recriá-las, cada autor dá a elas seu toque pessoal de acordo com suas experiências e visão de mundo. Trata-se de um gênero com marcas de encenação, uma vez que se centra na representação ou imitação dos dramas de um ser. Suas principais características são: 
— não há narrador; 
—fingimento; , 
—monólogos; diálogos; ação pública
—uso da 2ª pessoa; ' 
— rubricas; 
—personagens e ação. 
Representam esse gênero os textos: Farsa, auto, tragédia, comédia dentre outros.
· Parábola: muito comum entre os hebreus, as parábolas tiveram em Jesus Cristo seu maior expoente. Assim como as fábulas, as parábolas são alegóricas e têm fundo didático/moral. Diferenciam-se de outras estruturas narrativas por utilizarem todos os tipos de seres: objetos, animais e pessoas. 
De modo geral, esses seres são utilizados com o propósito de estabelecer uma metáfora (comparação) que venha ensinar a lição pretendida pelo autor. No entanto, aos objetos e aos animais não são atribuídas as características nem os comportamentos humanos. 
Certas parábolas de Jesus permanecem ao longo dos séculos, ensinando preciosas lições a quem quer que entre em contato com elas.
Eras da literatura portuguesa e brasileira
Se, em história geral, a divisão do tempo é feita em idades: Idade Antiga, Média e Moderna, em literatura não é muito diferente. As escolas literárias (ou estilos literários de épocas) podem ser agrupadas a partir de suas características predominantes e de acordo com a idade histórica em que se inserem. Naturalmente, essa classificação é própria de cada país. A nós interessam, no momento, apenas Portugal e Brasil. 
Eras literárias em Portugal: a literatura portuguesa é constituída de três eras, cada formada por várias escolas ou estilos de época. São elas: Era Medieval, Era Clássica e Era Romântica.
Eras literárias no Brasil: a literatura brasileira é bem mais recente que a portuguesa; por isso, sua divisão em eras, segundo a concepção tradicional, é bem mais simples: Era Colonial, também conhecida como Clássica e Era Nacional, também chamada de Romântica.
	Eras literárias
	Portugal
	Brasil
	Era Medieval:
Trovadorismo e humanismo
	
	Era Clássica:
Classicismo, maneirismo, Barroco e arcadismo.
	Era Colonial (Clássica):
Barroco, arcadismo e neoclassicismo.
	Era Romântica:
Romantismo, realismo, naturalismo, parnasianismo, simbolismo e modernismo.
	Era Nacional (romântica): Romantismo, Realismo, Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo, Pré-Modernismo e Modernismo
Apesar de alguns historiadores da literatura ainda utilizarem os termos “colonial” e “nacional” como critério de aferição de valor literário, dá-se preferência, atualmente, à utilização das expressões que estão entre parênteses. Isso se deve ao fato que a simples divisão da literatura brasileira em eras remete a um critério de cunho político, portanto, extraliterário.
Como é de se perceber, no Brasil há apenas dois períodos literários, uma vez que, em nosso país, não houve Idade Média. Tanto aqui quanto em Portugal, há quem queira estabelecer outra era, separando o Modernismo das escolas que compõem a Era Romântica. Trata-se de uma Era Moderna, da qual ainda não há muitos adeptos. 
Tradições literárias 
Duas tradições se opõem ao longo da história literária: a tradição clássica (apolínea) e a tradição romântica (dionisíaca).
Os conceitos das tradições apolínea e dionisíaca são atribuídas ao filosofo e poeta alemão Friedrich Nietzsche, que remete a eles em sua obra O nascimento da tragédia no espírito da música. 
É bom lembrar que a classificação das escolas literárias em tradições é útil para fixar certas características comuns e predominantes, mas não é definitiva, ou seja, nenhuma das escolas literárias pertencem integralmente a uma ou a outra dessas tradições. Há escolas, inclusive, que tornam bem difícil essa classificação, como o Humanismo, por ser escola de transição, e o Barroco, por viver uma angústia existencial entre os ideais herdados do Renascimento e as orientações retrógradas da igreja medieval, promovidas pela Contrarreforma. De qualquer maneira, o estudo é bem útil para facilitar a compreensão da literatura ao longo dos séculos. 
Tradição clássica
As escolas inseridas na tradição clássica se identificam com as características atribuídas ao deus Apolo, da mitologia grega, como o senso de harmonia e equilíbrio; o senso de proporções e simetria; simplicidade, clareza e concisão; o predomínio da razão e objetividade; o conceito de que tudo o que é belo é bom. Neste grupo estão: Humanismo (naquilo que se aproxima com o Classicismo), a tendência conceptista do Barroco, o Arcadismo, o Realismo (e suas vertentes Naturalista e Parnasianista) e alguns momentos do Modernismo.
Conceptismo: linha barroca de grande prestígio, também chamada de quevedismo por ser inspirada no trabalho do espanhol Francisco de Quevedo, caracteriza-se pela preocupação com o conceito, o conteúdo, o jogo de idéias, o raciocínio lógico e racional. Em língua portuguesa, o mais relevante adepto desse estilo foi o Padre Antônio Vieira.
Tradição romântica
A tradição romântica identifica-se com as características da mitologia grega atribuídas a Dionísio, com a desarmonia e a falta de equilíbrio; rompimento com as regras; a complexidade, a evasão; o sentimentalismo e a subjetividade; o misticismo e o irracionalismo.
Pertencem a essa tradição: O Trovadorismo, as tendências conservadoras do Humanismo, a tendência cultista do Barroco, o Romantismo, o Simbolismo e algumas tendências do Modernismo. No caso do Brasil, também o Pré-modernismo pode ser incluído nessa concepção artística, embora nele sejam encontradas fortes de diversos estilos e de ambas as tradições.
Cultimo: por ser inspirado no modelo de Luis Góngora y Argote, poeta espanhol, essa linha do barroco também é conhecida por gongorismo e é caracterizada por uma exagerada preocupação com os aspectos formais, com figuras de estilo como metáforas, antíteses, paradoxos, inversões, trocadilhos e alusões clássicas. Em língua portuguesa, quem melhor representou esse estilo foi Gregório de Matos Guerra. 
Como um eterno conflito de gerações, uma nova escola literária geralmente se opõe à anterior, de forma que as tradições vão se intercalando escola após escola. A tabela abaixo resume as principais características encontradas tanto nas escolas de tradição clássica quanto nas de tradição romântica. 
	Tradição clássica
	Tradição romântica 
	· Senso de harmonia e equilíbrio
· Senso de proporções e simetrias
· Busca da simplicidade, clareza e concisão
· Predomínio da razão e objetividade
· Noção de que tudo o que é belo é bom
	· Desarmonia e falta de equilíbrio
· Rompimentos com as regras 
· Valorização do complexo e da evasão
· Sentimentalismo e subjetividade
· Misticismo e irracionalismo
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