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Fundamentos de Mercados de Capitais

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Fundamentos de 
Mercado de Capitais
Marcelo Cerqueira Silva
Adaptada/Revisada por Alberto dos Santos
APRESENTAÇÃO
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Fundamentos de Mer-
cado de Capitais, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâ-
mico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) 
alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, 
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, 
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para 
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5
1 FUNDAMENTOS DO MERCADO DE CAPITAIS .................................................................. 7
1.1 Mercado de Capitais e a Economia ...........................................................................................................................7
1.2 Crescimento e Desenvolvimento Econômico ......................................................................................................9
1.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................11
1.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................11
2 ESTRUTURA DO MERCADO DE CAPITAIS .......................................................................... 13
2.1 Mercado de Capitais ....................................................................................................................................................13
2.2 Participantes (Players) .................................................................................................................................................15
2.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................18
2.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................18
3 AÇÕES .......................................................................................................................................................... 19
3.1 Tipos de Ações ...............................................................................................................................................................19
3.2 Valor e Ganho com Ações ..........................................................................................................................................21
3.3 Direito dos Acionistas .................................................................................................................................................23
3.4 Debêntures .....................................................................................................................................................................25
3.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................25
3.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................26
4 TIPOS DE MERCADOS ...................................................................................................................... 27
4.1 Underwriting: Conceitos e Definições ...................................................................................................................28
4.2 Mercados Secundários ...............................................................................................................................................29
4.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................31
4.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................31
5 PROCESSO DE ABERTURA DE CAPITAL ............................................................................... 33
5.1 Pool de Distribuição .....................................................................................................................................................35
5.2 Modalidades de Operação ........................................................................................................................................36
5.3 Custos de Emissão ........................................................................................................................................................37
5.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................38
5.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................38
6 NEGOCIANDO COM AÇÕES ......................................................................................................... 39
6.1 Formador de Mercado ................................................................................................................................................40
6.2 Abertura de Conta ........................................................................................................................................................41
6.3 Tratamento das Ordens ..............................................................................................................................................41
6.4 Custódia e Liquidação ................................................................................................................................................42
6.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................44
6.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................44
SUMÁRIO
7 BOLSAS DE VALORES ...................................................................................................................... 45
7.1 Definição e Funções da Bolsa...................................................................................................................................47
7.2 As principais Bolsas do Mundo ...............................................................................................................................48
7.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................51
7.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................518 PROCESSOS DE NEGOCIAÇÃO .................................................................................................. 53
8.1 Índice de Ações .............................................................................................................................................................54
8.2 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................55
8.3 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................55
9 CARACTERÍSTICAS DA BOVESPA ............................................................................................. 57
9.1 Mercados de Bolsa e Balcão .....................................................................................................................................59
9.2 Mercado de Balcão Organizado ..............................................................................................................................60
9.3 Sociedade Operadora do Mercado de Ativos ....................................................................................................61
9.4 Índices Bovespa .............................................................................................................................................................61
9.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................63
9.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................63
10 MERCADO DE AÇÕES E FUTUROS ....................................................................................... 65
10.1 Mercado a Termo ........................................................................................................................................................68
10.2 Mercado Futuro ..........................................................................................................................................................71
10.3 Mercado de Opções ..................................................................................................................................................72
10.4 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................77
10.5 Atividades Propostas ................................................................................................................................................77
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 79
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 85
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
5
Caro(a) aluno(a),
O objetivo geral, do curso, é o de oferecer-lhe subsídios para um estudo sobre o funcionamento do 
Mercado de Capitais; e o de analisar as principais operações realizadas nas Bolsas de Valores, característi-
cas, normas, tipos de ações etc. Esta apostila e a disciplina, como um todo, buscam apresentar uma defi-
nição dos conceitos fundamentais presentes no mercado de capitais nacional. Além disso, apresentamos 
informações sobre as principais Bolsas de Valores do mundo. 
Dentro dessa perspectiva, o conteúdo está organizado de forma a promover sempre o seu apren-
dizado através da fundamentação de conceitos com os mais renomados autores. Dessa forma, analisa-
remos a importância do mercado de capitais para a economia; as principais razões para a realização da 
abertura de capital por parte das organizações; o conceito e os principais tipos de ações; as diferentes 
formas de ganhos com ações; os elementos cruciais para o bom funcionamento do mercado de capitais, 
os diferentes tipos de mercados (futuros, termos e opções). Com isso, teremos subsídios para compreen-
der o funcionamento do mercado de Capitais.
Posteriormente, discutiremos os principais títulos negociados na Bolsa de Valores, os principais 
custos envolvidos na realização de operações em Bolsa; os principais tipos de mercados (primário e se-
cundário) e o processo de abertura de capital das organizações. Finalizando, buscamos a avaliação do 
seu aprendizado propondo a resolução de alguns exercícios. Será um prazer acompanhá-lo(a) ao longo 
desse trajeto.
Marcelo Cerqueira Silva
INTRODUÇÃO
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
7
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, discutiremos a importância 
do mercado de Capitais para a Economia, as prin-
cipais motivações e vantagens aos empresários no 
processo de abertura do capital. Trataremos ainda 
da missão do mercado de capitais e dos elementos 
cruciais para o seu desenvolvimento. Vamos iniciar 
a discussão? 
O Mercado de Capitais é um sistema de distri-
buição de valores mobiliários, que tem o propósito 
de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de 
empresas e viabilizar seu processo de capitaliza-
ção. É constituído pelas Bolsas de Valores, socie-
dades corretoras e outras instituições financeiras 
autorizadas. No mercado de capitais, os principais 
títulos negociados são os representativos do capi-
tal de empresas – as ações – ou de empréstimos 
tomados, via mercado, por empresas – debêntures 
conversíveis em ações, bônus de subscrição e com-
mercial papers –, que permitem a circulação de ca-
pital para custear o desenvolvimento econômico.
O mercado de capitais abrange, ainda, as ne-
gociações com direitos e recibos de subscrição de 
valores mobiliários, certificados de depósitos de 
ações e demais derivativos autorizados à negocia-
ção.
1 FUNDAMENTOS DO MERCADO DE CAPITAIS
AtençãoAtenção
O Mercado de Capitais é de grande im-
portância para o crescimento e desenvol-
vimento econômico. O Volume de ações 
negociadas é da ordem de trilhões de 
reais. 
As empresas em fase de crescimento necessi-
tam de recursos financeiros para financiar seus pro-
jetos de expansão. Mesmo que o retorno oferecido 
pelo projeto seja superior ao custo de um emprés-
timo, o risco do negócio recomenda que exista um 
balanceamento entre o financiamento do projeto 
com recursos externos e próprios (PINHEIRO, 2007). 
Desde a criação de uma empresa por um nú-
mero pequeno de sócios, até sua posterior entrada 
na Bolsa, uma empresa vai passando por diferentes 
processos de financiamento. 
A captação de recursos por meio de fontes 
externas aumenta o nível de endividamento e, 
consequentemente, reduz a capacidade da empre-
sa de reobtê-los. Outro aspecto a considerar sobre 
a utilização de capital de terceiros é o risco de co-
bertura. Podemos comparar o lucro operacional 
da empresa com um bolo a ser dividido entre três 
1.1 Mercado de Capitais e a Economia
Marcelo Cerqueira Silva
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
8
agentes econômicos famintos: o governo, proprie-
tários e credores. 
Quando a empresa não produz o bolo (lu-
cro operacional), o governo não poderá tributá-lo 
e os proprietários não terão o que receber, mas os 
credores têm de ser pagos. Daí vem a pergunta: de 
onde virão os recursos para honrar os compromis-
sos com credores? A resposta é do capital de giro e 
isso pode levar a empresa a uma crise de liquidez 
que, se não solucionada rapidamente, provocará 
uma morte lenta e agonizante da mesma.
Já as fontes próprias melhoram o nível de 
endividamento, e além de possibilitarem novas 
obtenções de recursos, também reduzem o endi-
vidamento e ampliam a capacidade de obtenção 
de recursos externos, caso seja necessário. E, como 
consequência, melhoram os indicadores econômi-
co-financeirosda empresa.
Quando uma empresa precisa fortalecer 
sua base de capital próprio, nem sempre os atuais 
acionistas são capazes de subscrever as ações de 
uma nova emissão. Nesse caso, é preciso que mais 
gente se associe àquela empresa. Diante dessa ne-
cessidade, surge o prestador de serviço financeiro 
que converterá os poupadores em investidores por 
meio da operação de underwriting no mercado pri-
mário de ações. Dessa forma, o mercado primário 
cumpre o seu papel de obter novos sócios e cana-
lizar seus recursos para execução de projetos de 
investimentos.
A abertura de capital é uma fonte alternativa 
de recursos das empresas que apresenta grandes 
vantagens sobre os recursos ofertados pelas ins-
tituições financeiras, pois estes últimos são geral-
mente de prazos limitados e padronizados. Além 
disso, a empresa é obrigada a aderir às condições 
contratuais surgidas unilateralmente no âmbito 
das instituições financeiras, enquanto que nos lan-
çamentos de ações e debêntures são os subscrito-
res que aderem às condições e cláusulas impostas 
pela empresa emissora.
Outra vantagem que leva os empresários a 
abrirem seu capital é o fato de que as organizações 
passam a ter melhores condições para se expandi-
rem através da aquisição/incorporação de outras 
empresas. A empresa pode entrar com suas ações 
ou debêntures na transação sem precisar desem-
bolsar dinheiro do caixa.
Cabe-nos destacar que nem todas as neces-
sidades podem ser satisfeitas com a abertura de 
capital. As necessidades satisfeitas pela abertura 
de capital das organizações empresariais, nor-
malmente, estão ligadas à necessidade de finan-
ciamento dos projetos de expansão, como, por 
exemplo: ampliação da produção; modernização 
da empresa; criação de novos produtos; informati-
zação etc. (PINHEIRO, 2007).
Conforme Pinheiro (2007), não existe regra 
para determinar o equilíbrio ou balanceamento 
entre nível de capital de terceiros e de capital pró-
prio empregado. Portanto, a decisão de buscar ca-
pital próprio por meio da emissão de novas ações 
para serem adquiridas pelo público em geral en-
volve diversos fatores, alguns de natureza objetiva 
e outros de natureza subjetiva. Esses motivos po-
dem ser sintetizados nos seguintes:
ƒƒ captação de recursos para realização de 
investimentos;
ƒƒ reestruturação financeira (ativos e passi-
vos);
ƒƒ engenharia jurídica (reestruturação so-
cietária);
ƒƒ profissionalização da gestão;
ƒƒ melhoria da imagem institucional etc.
Também é importante mencionar que de-
terminados episódios acabam interferindo nas co-
tações de mercado e no valor do patrimônio das 
empresas. Tal evidência se observa com a subida 
do dólar no Brasil, que saiu do patamar de mais 
ou menos R$ 1,70 (abril/maio/2012) para R$ 2,05 
(meados de junho/2012). Tais oscilações afetam o 
valor das ações no mercado e, por consequência, 
os investidores momentaneamente poderão optar 
por investimentos em outros ativos e não na em-
presa.
Fundamentos de Mercado de Capitais
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
9
Todas as economias necessitam de cresci-
mento e desenvolvimento para proporcionar aos 
seus agentes um nível melhor de vida. Para que 
haja essa expansão, é preciso que as empresas 
façam investimentos para acumulação de capital 
produtivo e aumento de sua produtividade. Os in-
vestimentos em economia podem ser considera-
dos a mola propulsora do crescimento econômico.
Para a existência desses investimentos, é ne-
cessário que a poupança seja canalizada para esse 
fim. A eficiência na utilização da poupança é impor-
tante, pois determinará o custo dos investimentos.
Existem três caminhos para associar a pou-
pança ao investimento:
1. Autofinanciamento, em que as empresas 
geram internamente seus próprios recur-
sos;
2. Governo, quando financia certas ativida-
des usando a arrecadação de tributos ou 
a imposição de mecanismos compulsó-
rios de poupança;
3. Financiamento por meio de mercados fi-
nanceiros.
O mercado de capitais e, especificamente, o 
mercado primário de ações, constituem possibi-
lidades importantes para a realização de investi-
mentos com riscos diluídos e representam uma das 
maiores fontes de desenvolvimento econômico.
Mercado de capitais é fundamental para o 
crescimento econômico, porque: 
ƒƒ Aumenta as alternativas de financiamen-
to para as empresas;
ƒƒ Reduz o custo global de financiamentos;
ƒƒ Diversifica e distribui risco entre aplica-
dores;
ƒƒ Democratiza o acesso ao capital.
Segundo o Plano Diretor de Mercado de Ca-
pitais, a missão do mercado de capitais é:
1. Oferecer as condições financeiras neces-
sárias para retornar e sustentar o cresci-
mento econômico, gerar empregos e de-
mocratizar oportunidades e capital;
2. Mobilizar recursos de poupança, ofere-
cendo alternativas de investimento se-
guras e rentáveis para servir também de 
base aos planos de previdência comple-
mentar;
3. Direcionar esses recursos para financiar 
os investimentos mais produtivos e so-
cialmente desejáveis, inclusive infraes-
trutura, habitação e empresas emergen-
tes em condições competitivas com o 
mercado internacional.
As ações a serem adotadas para a criação das 
condições necessárias à funcionalidade e à eficiên-
cia do mercado de capitais devem almejar a cria-
ção de:
a) Condições de isonomia competitiva: ca-
racterizadas principalmente por taxas de 
juros, tributação e regulação harmoniza-
das com as melhores práticas internacio-
nais;
b) Condições de eficiência:
ƒƒ Legislação: tratamento equitativo no re-
lacionamento entre agentes econômi-
cos, com adequada proteção aos inves-
tidores;
ƒƒ Transparência: padrões de contabilidade 
e demais critérios de divulgação que as-
segurem amplo acesso dos investidores 
e demais agentes do mercado a todas 
as informações relevantes para a correta 
1.2 Crescimento e Desenvolvimento Econômico
Marcelo Cerqueira Silva
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
10
avaliação das expectativas de risco e re-
torno das aplicações;
ƒƒ Enforcement: garantia de respeito a leis e 
contratos pela eficaz operação de órgãos 
reguladores, do Poder Judiciário e/ou de 
mecanismos de arbitragem;
ƒƒ Criação e preservação das condições de 
concorrência nos mercados, por intermé-
dio de ações e critérios que incentivem e 
preservem a atuação de grande número 
de participantes, inclusive mediante eli-
minação de barreiras à entrada, controle 
sobre manipulação de preços e integra-
ção competitiva ao mercado internacio-
nal de capitais;
ƒƒ Custos de transação: minimização de 
custos de transação e quaisquer outras 
restrições de natureza burocrática ou 
tributária que onerem a negociação nos 
mercados financeiros e de capitais.
Considerando que o mercado de capitais é a 
principal fonte de capital próprio para as empresas, 
a sua efetividade torna-se vital para o oferecimento 
dessa opção dentro da economia.
Para que um mercado de capitais seja efetivo, 
ele necessita de dois elementos fundamentais: in-
vestidores dispostos a investir e empresas dispos-
tas a abrir o capital.
Analisando o caso brasileiro, fica evidente a 
ausência desses dois elementos. Antes de analisar 
os investidores brasileiros, é importante uma dife-
renciação entre os investidores e os especuladores, 
já que, comumente, os dois papéis são confundi-
dos pelas pessoas que vão atuar no mercado de 
capitais.
Analisando o contexto no qual os investido-
res brasileiros estão inseridos, pode-se observar 
que:
ƒƒ A volatilidade do mercado brasileiro 
traz insegurança aos seus participantes 
e consequentemente, a busca pela reali-
zação rápida de ganhos e em proporções 
maiores para compensar o risco assumi-
do;
ƒƒ O imediatismo dos investidores transfor-
ma-os em especuladores, esquecendo-
-se do ganho através dos dividendose 
buscando-o pela diferença entre os pre-
ços de compra e venda de ações.
No caso das empresas brasileiras, a primeira 
constatação que se faz é de que a cultura dos em-
presários dificulta a transparência das informações 
e o tratamento adequado aos acionistas minoritá-
rios (governança corporativa).
Elementos cruciais para desenvolvimento de 
mercados de capitais:
1. Incentivos ao desenvolvimento da indús-
tria de fundos e securitização;
2. Incentivos à indústria de fundos de pen-
são – na área pública, crescimento deve-
-se seguir à aprovação da Reforma da 
Previdência.
3. Proteção ao investidor – avanços já con-
seguidos (Lei das S.A.) melhoram a go-
vernança corporativa. O fortalecimento 
da CVM também é necessário;
DicionárioDicionário
Volatilidade: é uma medida da velocidade do 
mercado, mercados que se movem lentamen-
te são mercados de baixa volatilidade e os que 
se movem rapidamente são mercados de alta 
volatilidade.
O mercado de capitais é um sistema de 
distribuição de valores mobiliários, que 
tem o propósito de proporcionar liqui-
dez aos títulos de emissão de empresas 
e viabilizar seu processo de capitalização. 
É constituído pelas Bolsas de Valores, so-
ciedades corretoras e outras instituições 
financeiras autorizadas.
CuriosidadeCuriosidade
Fundamentos de Mercado de Capitais
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
11
4. Tributação: regime tributário promove 
distorções na alocação da poupança (fal-
ta de incentivos para poupança de longo 
prazo etc.);
5. Fundos FGTS e FAT – sem prejuízo de 
suas funções sociais, o desafio está em 
promover o uso eficiente desses recur-
sos, cuja alocação o mercado de capitais 
deve promover;
6. Existência de instrumentos adequados e 
condições institucionais que favoreçam 
o cumprimento dos contratos e a pronta 
execução das garantias.
1.3 Resumo do Capítulo
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, estudamos que o crescimento e o desenvolvimento de uma economia estão direta-
mente relacionados com os mecanismos de canalização de suas poupanças para o investimento produti-
vo. Sendo assim, o Mercado de Capitais apresenta-se como uma excelente oportunidade de contribuição 
ao processo de desenvolvimento do país. Espero que tenha compreendido.
Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
1.4 Atividades Propostas
1. Quais são os elementos cruciais para o desenvolvimento de mercados de capitais?
2. Qual é a missão do mercado de capitais, conforme o plano Diretor?
3. Por que o Mercado de Capitais é fundamental para o crescimento econômico? 
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
13
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, trataremos dos principais tí-
tulos negociados no mercado de capitais brasileiro, 
dos segmentos existentes (institucionalizado e um 
não institucionalizado), do serviço de monitora-
mento do mercado, realizado pela CVM, e da união 
das Bolsas de Valores, a partir do ano 2000. Vamos 
iniciar a discussão? 
O mercado de capitais pode ser definido 
como um conjunto de instituições e de instrumen-
tos que negociam com títulos e valores mobiliários, 
objetivando a canalização dos recursos dos agen-
tes compradores para os agentes vendedores. Ou 
seja, o mercado de capitais representa um sistema 
de distribuição de valores mobiliários que tem o 
propósito de viabilizar a capitalização das empre-
sas e dar liquidez aos títulos emitidos por elas.
2 ESTRUTURA DO MERCADO DE CAPITAIS
AtençãoAtenção
No mercado de capitais, os principais títu-
los negociados são os representativos do 
capital de empresas – as ações – ou de 
empréstimos tomados, via mercado, por 
empresas – debêntures conversíveis em 
ações, bônus de subscrição e “commercial 
papers” –, que permitem a circulação de 
capital para custear o desenvolvimento 
econômico.
2.1 Mercado de Capitais
Nesse mercado, os principais títulos negocia-
dos são os representativos do capital das compa-
nhias, as ações, ou os representativos de emprés-
timos tomados por essas empresas, via mercado. 
No mercado de capitais brasileiro são negociados 
diversos títulos como:
ƒƒ debêntures (conversíveis ou não em 
ações);
ƒƒ notas promissórias comerciais (commer-
cial papers);
ƒƒ bônus de subscrição;
ƒƒ certificados de depósito de valores mo-
biliários;
ƒƒ índices representativos de carteira de 
ações;
ƒƒ opções de compra e venda de valores 
mobiliários;
Marcelo Cerqueira Silva
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
14
ƒƒ direitos de subscrição;
ƒƒ recibos de subscrição;
ƒƒ quotas de fundos imobiliários;
ƒƒ certificados de investimento audiovisual;
ƒƒ contratos de parceria para a engorda de 
animais;
ƒƒ certificados representativos de contratos 
mercantis de compra e venda a termo de 
energia elétrica;
ƒƒ depositary receipts (recibos de depósitos), 
instrumento utilizado na colocação de 
ações de companhias brasileiras no ex-
terior;
ƒƒ certificados de recebíveis imobiliários 
(CRI).
Podemos subdividir o mercado de capitais 
em dois grandes segmentos: um institucionalizado 
e um não institucionalizado.
O segmento não institucionalizado é aquele 
que não está sujeito à regulamentação e ao contro-
le das autoridades. Nesse mercado, a negociação é 
de forma direta ente empresa e investidor sem a 
participação de instituições financeiras. Geralmen-
te, as negociações desse mercado ocorrem no mer-
cado de balcão.
As negociações no segmento instituciona-
lizado são controladas pelos órgãos de controle e 
acompanhamento de mercado. O sistema de regu-
lação do mercado de capitais brasileiro é formado 
por quatro principais organismos: o Conselho Mo-
netário Nacional, a Comissão Técnica da Moeda e 
do Crédito, o Banco Central do Brasil e a Comissão 
de Valores Mobiliários. Cada um desempenha uma 
ou mais funções de normatização, regulamenta-
ção, fiscalização e assessoria relativa às atividades 
do sistema distribuidor de títulos e valores mobiliá-
rios. Exercem igualmente papel relevante as enti-
dades autorreguladoras, como é o caso das Bolsas 
de Valores e mercadorias.
Para realizar seu monitoramento do mercado, 
a CVM utiliza sistemas on-line e off-line. O controle 
on-line ocorre durante os pregões e o off-line ocor-
re à noite, após o encerramento das negociações, 
com o objetivo de rastrear as causas das variações 
que não se enquadraram nos limites previamente 
estabelecidos.
Além dos controles realizados pela CVM, exis-
tem também os executados pelas próprias Bolsas 
de Valores que garantem e protegem os clientes 
que acompanham o mercado. Um exemplo é o sis-
tema de Circuit Breaker, que interrompe o pregão 
sempre que ocorrem oscilações bruscas nos preços 
das ações. 
O Circuit Breaker é o mecanismo utilizado 
pela Bovespa que permite, na ocorrência de movi-
mentos bruscos de mercado, o amortecimento e o 
rebalanceamento das ordens de compra e de ven-
da. Esse instrumento constitui-se em um “escudo” 
à volatilidade excessiva em momentos atípicos de 
mercado. O mercado de Circuit Breaker está basea-
do em duas regras:
Regra 1: quando o Ibovespa atingir limite de 
baixa de 10% em relação ao índice de fechamento 
do dia anterior, os negócios na Bovespa, em todos 
os mercados, serão interrompidos por 30 minutos. 
Regra 2: reabertos os negócios, caso a va-
riação do Ibovespa atinja uma oscilação negativa 
de 15% em relação ao índice de fechamento do 
dia anterior, os negócios na Ibovespa, em todos os 
mercados, serão interrompidos por uma hora.
Outras formas de controle e acompanha-
mento do mercado são os mecanismos de garan-
Saiba maisSaiba mais
O Conselho Monetário Nacional (CMN) 
é o órgão deliberativo máximo do Siste-
ma Financeiro Nacional que estabelece 
as diretrizes gerais das políticas monetá-
ria, cambial e creditícia; regular as condi-
ções de constituição, funcionamento e 
fiscalizaçãodas instituições financeiras 
e disciplinar os instrumentos de política 
monetária e cambial. 
Fonte: www.fazenda.gov.br.
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tias que são administrados pelas câmaras de com-
pensação, constituídos por:
ƒƒ margens de garantias depositadas por 
clientes;
ƒƒ garantias do agente de compensação;
ƒƒ fundo de garantia da câmara de com-
pensação;
ƒƒ patrimônio da câmara de compensação.
Até 1999, o mercado de capitais brasileiro era 
composto por nove Bolsas de Valores, distribuídas 
pelas diversas regiões do país:
1. Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa);
2. Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ);
3. Bolsa de Valores do Extremo Sul (BVES);
4. Bolsa de Valores Bahia – Sergipe – Ala-
goas (BVBSA);
5. Bolsa de Valores Minas Gerais – Espírito 
Santo – Brasília (BOVMESB);
6. Bolsa de Valores do Paraná (BVPR);
7. Bolsa de Valores Pernambuco – Paraíba 
(BVPP);
8. Bolsa de Valores Regional (BVRg);
9. Bolsa de Valores de Santos (BVSt).
Com assinatura dos acordos de integração 
em 2000, que uniram as Bolsas de Valores, o merca-
do de capitais brasileiro passou a estar integrado, 
em âmbito nacional, com a participação de socie-
dades corretoras de todas as regiões do país. Esse 
movimento de unificação do mercado de ações 
brasileiro representa uma tendência internacional. 
A unificação do mercado de capitais brasilei-
ro representa a ruptura do modelo anterior que se 
sustentava na utilização de nove Bolsas de Valores 
dispersas pelas diversas regiões do Brasil e repre-
senta uma tentativa para minimizar o problema 
de baixa liquidez (o mercado brasileiro girava em 
média de R$ 400 a R$ 500 milhões por dia). A ideia 
básica não era comparar-se aos das principais eco-
nomias do mundo, onde o giro diário nos Estados 
Unidos é de US$ 60 bilhões. Mas, sim, adequá-lo ao 
seu imenso potencial. 
Além desse processo de unificação das Bol-
sas de Valores, o mercado de capitais brasileiro vem 
sofrendo transformações no setor público e priva-
do. Dentre as iniciativas que vêm ocorrendo para o 
desenvolvimento do mercado de capitais brasilei-
ro, destacamos:
Saiba maisSaiba mais
Atualmente, as empresas que integram 
os níveis diferenciados de governança 
corporativa da BOVESPA já respondem 
por 60% da quantidade de negócios no 
mercado à vista.
2.2 Participantes (Players)
Os participantes do mercado de capitais po-
dem ser vistos em dois grupos. Os que normatizam 
(no caso brasileiro a CVM e Bolsas de Valores) e os 
que operacionalizam. No Brasil, os participantes do 
mercado de ações são: Comissão de Valores Mobi-
liários, as Bolsas de Valores, as Sociedades Correto-
ras de Títulos e Valores Mobiliários, os Investidores 
pessoas físicas, os Investidores pessoas jurídicas 
não institucionalizados, os Investidores institucio-
nais, os Agentes Autônomos de Investimento, as 
Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mo-
biliários, os Bancos Múltiplos e de Investimento, e 
as Companhias de Capital Aberto. 
Marcelo Cerqueira Silva
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Os investidores aplicam seus recursos com a 
expectativa de ganho durante sua utilização. Como 
já vimos esse ganho está relacionado com a quan-
tidade de risco assumido no mercado de capitais. 
Os investidores do mercado de capitais podem ser 
classificados em dois grupos:
ƒƒ particulares ou individuais que são pes-
soas físicas ou jurídicas que participam 
diretamente no mercado, seja compran-
do ou vendendo ações, por si próprios, 
assumindo sozinhos o risco;
ƒƒ institucionais que são as pessoas jurídi-
cas que movimentam recursos vultosos 
no mercado financeiro de forma geral.
Os investidores institucionais devem ser con-
siderados os participantes mais importantes dos 
mercados de dinheiro, em face de suas imensas 
massas de manobras, que são os recursos captados 
de seu público. 
São profissionais da aplicação de poupanças, 
ou seja, investidores que dispõem de vultosos re-
cursos mantidos com certa estabilidade, destina-
dos à reserva de risco ou à renda patrimonial, e que 
investem esses recursos no mercado de capitais. 
Assim, os investidores institucionais são pessoas 
jurídicas que, por determinações governamentais, 
são obrigadas a investir parte de seus capitais no 
mercado de ações, constituindo uma carreira de 
investimento.
Em síntese, os investidores institucionais po-
dem ser agrupados em: sociedades seguradoras, 
entidades de previdência privada, sociedades de 
capitalização, clubes de investimento em ações, 
fundos externos de investimento, e os fundos mú-
tuos de investimento.
As Sociedades seguradoras são instituições 
obrigadas, por instrumento legal (circular da Su-
sep), a destinar investimentos para a cobertura de 
sinistros. De acordo com a legislação em vigor, as 
seguradoras podem manter em carteiras vincula-
das à Susep, para a cobertura de sinistros a liqui-
dar, até 100% da carteira em títulos públicos (LFTs, 
NBCs, NTNs etc.), além de ações negociadas em 
Bolsas de Valores, títulos de renda fixa privados e 
títulos de renda variáveis emitidos por instituições 
financeiras. Portanto, tais sociedades são muito im-
portantes para a formação de uma carteira de in-
vestimentos internos. 
As Entidades de previdência privada são fun-
dos formados pelas agremiações corporativas de 
segmentos do funcionalismo que se organizam 
inicialmente em instituições de pecúlio e coopera-
tivas de crédito. Os fundos de pensão também são 
obrigados a investir em determinados tipos de pa-
pel a provisão matemática destinada a pagamen-
tos futuros de planos de aposentadoria e pecúlio; 
eles são responsáveis por grande parte do montan-
te investido no mercado financeiro brasileiro. 
As Sociedades de capitalização são obriga-
das por lei, assim como as sociedades seguradoras 
e os fundos de pensão, a destinar um percentual da 
provisão matemática constituída para pagamento 
do montante a ser restituído ao investidor em apli-
cações financeiras de renda fixa ou variável, sejam 
em títulos públicos ou privados.
Os Clubes de Investimento correspondem 
a associações voluntárias de investidores que se 
consorciam com a finalidade de realizar aplicações 
no mercado de capitais, administrando diretamen-
te essas carteiras com a assistência e assessoria de 
instituições especializadas (bancos de investimen-
to, sociedades corretoras etc.). Um Clube de Inves-
timento trata-se de uma aplicação financeira criada 
por um grupo de pessoas que desejam investir seu 
dinheiro em ações das empresas, ou seja, tornar-se 
sócias delas.
Os procedimentos para a criação de um Clu-
be de Investimento são muito simples. Ele pode 
ser criado por empregados ou contratados de uma 
mesma entidade ou empresa ou, ainda, por um 
grupo de pessoas que têm objetivos em comum, 
como professores, metalúrgicos, donas de casa, 
médicos, aposentados, entre outros. O registro e a 
fiscalização do clube são feitos em conjunto pela 
Bolsa de Valores de São Paulo – Bovespa – e a CVM.
Para criar o Clube de Investimento, são ne-
cessárias três figuras importantes: o administrador 
– que deve ser uma Corretora Membro da Bovespa 
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–, o gestor, que pode ser uma pessoa ou um co-
mitê formado por três pessoas, e o representante 
dos condôminos. A Corretora Membro escolhida 
irá cuidar de todos os documentos e registros le-
gais, bem como zelar pelo bom funcionamento do 
clube.
Os Fundos externos de investimento são car-
teiras de títulos, principalmente ações, formadas 
pelas sociedades de investimento no Brasil, com a 
finalidade de realizar investimentos no Brasil com 
recursos oriundos da poupança de investidores 
externos. São constituídas, obrigatoriamente,por 
bancos de Investimentos ou Sociedades Corretoras 
de Títulos e Valores Mobiliários.
Os Fundos mútuos de investimento são 
como um condomínio que investe em um port-
fólio diversificado. São entidades financeiras que, 
pela emissão de títulos de investimento próprios, 
concentram capitais de inúmeros indivíduos para 
aplicação em carteiras diversificadas de títulos e 
valores mobiliários. Os fundos buscam a conve-
niência da aplicação em condições técnicas mais 
favoráveis do que as que seriam possíveis para 
cada um de seus participantes, se estes operassem 
por conta própria nos mercados financeiros.
O patrimônio de um fundo mútuo é com-
posto por recursos de vários investidores que são 
aplicados em uma carteira diversificada de títulos. 
A administração dos recursos de um fundo mútuo 
é feita por administradores especializados com 
expertise de mercado. O investidor não adquire tí-
tulos que compõem o fundo mútuo e sim compra 
e vende cotas desse fundo. Os fundos agem em 
nome de uma coletividade, substituindo grande 
número de investidores, oferecendo as vantagens 
decorrentes dessa concentração. 
Não é permitido aos fundos aplicar recursos 
dos condôminos em outros ativos que não sejam 
aqueles específicos do mercado financeiro e de ca-
pitais, tais como fazer empréstimos, prestar avais, 
fianças e outras exposições do patrimônio dos 
condôminos. No Brasil, como em todo o mundo, 
o mercado financeiro oferece inúmeras opções de 
aplicações em fundos, tendo estes várias opções 
de risco, montante de aplicação, prazo e volume de 
negócios. 
Analisando sob o aspecto jurídico, podemos 
classificá-los em dois tipos: aberto e fechado. Fun-
do aberto emite ilimitadamente cotas, aceita inves-
tidores em geral e não tem limite de capital. Os re-
cursos captados são investidos em novos ativos. O 
fundo fechado (no Brasil só é permitido para renda 
variável) é lançado com número fixo de cotas; após 
a venda dessa quantidade de cotas, o fundo estará 
fechado para novos investidores. 
Para sua decisão sobre qual o fundo mais 
adequado a suas necessidades, os investidores 
devem considerar as características de cada um e, 
para isso, devem avaliar: estratégia e objetivo ado-
tado pelo fundo, composição da carteira do fundo, 
custos, rentabilidade comparada ao risco oferecido 
(relação risco - retorno), rotatividade dos gestores 
do fundo, liquidez, volatilidade (risco em relação à 
taxa), e regulamento do fundo. 
As gestoras desses fundos estruturam suas 
carteiras de acordo com algumas variáveis exóge-
nas determinadas pelo Bacen ou CVM Como, por 
exemplo, os limites de composição da carteira e 
perfil de liquidez. Os resultados dessa estruturação 
geram fundos com diferentes retornos (rentabili-
dade) e composição de risco.
Marcelo Cerqueira Silva
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Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, estudamos os diversos títulos negociados no mercado de capitais brasileiro, o pro-
cesso de transformação das Bolsas de Valores estaduais, e a classificação dos investidores. Em síntese, os 
investidores institucionais podem ser agrupados em: sociedades seguradoras, entidades de previdência 
privada, sociedades de capitalização, clubes de investimento em ações, fundos externos de investimen-
to, e os fundos mútuos de investimento. Espero que tenha compreendido.
Vamos agora avaliar a sua aprendizagem.
Assista ao filme Wall Street – Poder e Cobiça. O fil-
me aborda uma série de situações presentes no 
mercado de ações que ajudarão no seu apren-
dizado. A história se passa em Nova York, 1985, 
onde Bud Fox é um jovem e ambicioso corretor 
que trabalha no mercado de ações. O persona-
gem Gordon Gekko é um inescrupuloso bilio-
nário proprietário de uma Corretora de Valores 
que não mede esforços para obter informações 
privilegiadas que lhe proporcionam vantagem 
na tomada de decisão sobre a compra e venda 
de ações. Atores: Daryl Hannah, Michael Dou-
glas, Charlie Sheen. Ano de lançamento: 1987.
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2.3 Resumo do Capítulo
2.4 Atividades Propostas
1. Cite os principais segmentos participantes do mercado de capitais brasileiro.
2. Quais são os procedimentos para a criação de um clube de investimento?
3. Diversos títulos são negociados no mercado de capitais brasileiro. Cite 3 tipos. 
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Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, apresentaremos o conceito 
de ações, os seus principais tipos, formas de ganho, 
classes, formas de distribuição, os principais direi-
tos dos acionistas. Trataremos ainda do conceito e 
formas de debêntures. Vamos iniciar a discussão? 
Você sabe o que são Ações? 
As ações são títulos de propriedade de uma 
parte do capital social da empresa que as emitiu. 
Quem tem ações, portanto, pode-se considerar só-
cio da empresa emissora. São ainda ativos de ren-
da variável. Uma ação representa um “pedaço” de 
uma determinada empresa. Quando um investidor 
compra uma ação na Bolsa de Valores, ele se tor-
na um sócio da companhia, mesmo que em pro-
porção pequena em relação ao controlador, que é 
chamado de sócio majoritário. As ações costumam 
acompanhar o valor da empresa. Se ela tiver bom 
desempenho, o valor da ação tende a subir. Se for 
mal, o valor cai.
3 AÇÕES
3.1 Tipos de Ações
Existem, basicamente, dois tipos de ações: as 
ações ordinárias ou comuns, que gozam, em toda a 
plenitude, dos direitos de participação na adminis-
tração da sociedade e nos resultados financeiros, 
portanto têm como característica básica o direito 
do voto; e as ações preferenciais que em troca de 
determinados privilégios (preferência nos resulta-
dos da empresa) têm privado o seu direito de voto.
De acordo com a Lei das Sociedades Anôni-
mas, uma empresa terá obrigatoriamente que emi-
tir, no mínimo, 50% do seu capital social em ações 
do tipo Ordinária. Essa determinação repercute na 
emissão das ações, no sentido de que:
ƒƒ Ações Ordinárias (O) devem ter uma 
emissão mínima de 50%;
ƒƒ Ações Preferenciais (P) podem ter uma 
emissão máxima de 50%.
Com base nessas proporções (50% do to-
tal da emissão seria de ações ordinárias e 50% de 
ações preferenciais), podemos constatar que existe 
uma intenção de proteção aos interesses dos pro-
prietários originais, já que para obter-se o controle 
acionário de uma empresa, normalmente, seriam 
necessárias 50% mais uma das ações ordinárias, 
mas com essas proporções, para manter esse con-
trole, basta possuir maioria absoluta sobre 50% do 
total das ações emitidas. Na prática, isso se traduz 
em apenas 25% do total (50% mais uma dos 50% 
das ordinárias).
As ações preferenciais têm como característi-
ca fundamental a prioridade sobre as ações ordiná-
rias no recebimento de dividendos e de receber, no 
caso de dissolução da sociedade, a sua parte. Po-
dem existir diversas classes de ações preferenciais 
(classe A, classe B etc.), dependendo das vantagens 
ou restrições que elas apresentam. As vantagens 
ou preferências, bem como as restrições que essas 
ações possuem, devem constar claramente nos es-
tatutos da companhia. Conforme a forma de parti-
cipação, temos os seguintes tipos de ações:
Marcelo Cerqueira Silva
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ƒƒ ações com direito a um primeiro dividen-
do fixo, pago as preferenciais e ordiná-
rias, mais um segundo dividendo fixo (se 
os lucros o permitem), cabendo o restan-
te do lucro as ações preferenciais;
ƒƒ ações com o direito a um primeiro divi-
dendo fixo, pago a preferenciais e ordi-
nárias e participação total nos lucros que 
restarem, desde que seja concedido pri-
meiro uma bonificação suplementar às 
ações ordinárias;
ƒƒ ações com direito a um primeiro divi-
dendo fixo pago mais uma bonificação 
suplementar que as ordinárias não rece-
bem por não participarem integralmentenos lucros restantes. Já as preferenciais 
são ações que participam integralmente 
dos lucros restantes. 
Em composição acionaria de uma compa-
nhia aberta, algumas considerações relevantes 
devem ser feitas pelo empresário com respeito ao 
controle acionário da Sociedade Anônima. O tipo 
das ações que serão emitidas e colocadas aos futu-
ros acionistas é uma consideração importante para 
a manutenção do controle acionário.
Além da classificação das ações segundo os 
direitos que outorgam (ordinárias e preferenciais), 
podemos classificá-las também segundo sua for-
ma de circulação. Dessa forma, teremos as ações 
nominativas, ao portador e escriturais. 
As ações nominativas são emitidas na forma 
de títulos de propriedade, unitárias ou múltiplas, 
denominadas cautelas. A cautela identifica, en-
tre os outros dados: a companhia, o proprietário, 
o tipo de ação, a forma de emissão e os direitos já 
exercidos com menção às assembleias onde eles 
foram decididos. A transferência das ações nomi-
nativas ocorre por meio do registro no livro próprio 
da sociedade anônima emissora (Livro de Transfe-
rência de Ações Nominativas). As ações nominati-
vas podem ser:
ƒƒ nominativas, emitidas com o nome do 
comprador e só podem ser transferidas 
mediante o termo de transferência assi-
nado pelo comprador e pelo vendedor 
em livro próprio da companhia; 
ƒƒ nominativas endossáveis que se trans-
ferem na prática por endosso, mas não 
dispensam o termo de transferência na 
companhia, que continua a reconhecer 
com seu acionista aquele em cujo nome 
as ações estão registradas em seus livros. 
Outra modalidade é a ação escritural que dis-
pensa a emissão de título de propriedade, funcio-
nando como conta corrente. Nesse caso, não ocor-
re a movimentação física dos documentos, sendo 
sua transferência realizada por meio da empresa 
custodiante.
Durante sua emissão as ações também po-
dem ter diferentes classes em função dos objetivos 
específicos a que se propõem ou restrições quanto 
a sua posse. Cada classe reúne ações cujos titula-
res têm os mesmos direitos e restrições. Algumas 
recebem letras para diferenciá-las (A, B, C etc.). Um 
exemplo de denominações de ações combinando 
seu tipo e classe seria PNA, PNB ou PNC que se re-
ferem às ações preferenciais que possuem carac-
terísticas distintas das preferenciais comuns. Essas 
diferenças são definidas no estatuto da empresa, 
variando, portanto, de caso a caso. 
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Quando se ouve falar do valor de determina-
da ação, geralmente, faz-se referência a seu preço 
em Bolsa, o que se denomina cotação. Mas em al-
gumas ocasiões, ouve-se falar em valor nominal e, 
em outras, de valor contábil ou de liquidação. Por-
tanto, conforme as circunstâncias, as ações apre-
sentam valores monetários diferentes. Para simpli-
ficar o seu manejo, essa terminologia será definida 
de forma simples.
O valor nominal é o valor facial de uma ação, 
quer dizer, é aquele estabelecido pelos estatutos 
da companhia e que vem impresso na ação. O valor 
nominal corresponde ao capital dividido pelo nú-
mero de ações emitidas, independentemente de 
espécie ou classe. O principal objetivo desse valor 
é a garantia relativa contra a diluição do patrimô-
nio acionário no caso de aumento de capital com 
emissão de novas ações.
O valor patrimonial é o valor global do pa-
trimônio líquido do exercício considerado dividi-
do pelo número de ações emitidas. Pode servir de 
referência para o exercício de direitos do acionista 
em diferentes ocasiões. Quando ocorre liquidação 
da empresa, é realizada a partilha do acervo social 
remanescente (Patrimônio Líquido). Nessa ocasião, 
é pago a cada acionista o valor patrimonial corres-
pondente ao número de ações que o mesmo pos-
sui independentemente de previsão estatutária. 
Outra ocasião é no caso de amortização, que é uma 
antecipação ao acionista do montante que ele re-
ceberia caso a sociedade fosse liquidada.
O valor contábil é o valor lançado no esta-
tuto e nos livros da companhia. Pode ser explícito 
(valor nominal e preço de emissão) ou indiscrimi-
nado (sem valor). Se explícito, pode servir de refe-
rencial para o exercício de direitos do acionista.
Existem ainda outros tipos de valores, como: 
ƒƒ Valor de liquidação: valor avaliado em 
caso de encerramento das atividades da 
companhia;
ƒƒ Valor intrínseco: valor real avaliado no 
processo de análise fundamentalista;
ƒƒ Valor de subscrição: preço de emissão 
fixado em subscrições para aumento de 
capital (não pode ser inferior ao valor no-
minal contábil);
ƒƒ Valor de mercado: é o valor que os com-
pradores estão aceitando para pagar e os 
vendedores recebendo para fazê-lo em 
mercados organizados.
 
Saber o valor de mercado de uma ação de-
penderá de onde a ação foi negociada, se em Bolsa 
ou no mercado de balcão. Se foi em Bolsa, basta 
3.2 Valor e Ganho com Ações
AtençãoAtenção
O valor das ações oscila e, por isso, elas são 
chamadas ‘ativos de renda variável’ e con-
sideradas investimento de risco.
O que determina se o valor da ação vai 
subir ou cair é o desempenho dela no 
mercado, que pode também receber in-
terferência da economia como um todo, 
da política.
CuriosidadeCuriosidade
Saiba maisSaiba mais
Você também deve ter em mente que 
este é um investimento de longo prazo. 
O valor da ação pode cair hoje e se re-
cuperar somente daqui a alguns meses.
Marcelo Cerqueira Silva
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consultar o prospecto de lançamento para saber o 
valor de mercado; por outro lado, se foi no merca-
do de balcão, não há meios práticos para saber o 
valor de mercado.
A cotação de uma empresa não tem por que 
coincidir com seu valor nominal, contábil ou de 
liquidação. Em certas ocasiões, o preço das ações 
não tem nenhuma relação com o desempenho da 
empresa. Uma ação vale hoje o que o mercado está 
disposto a pagar por ela. 
As ações têm rendimentos e resultados distri-
buídos pela própria companhia, ou seja, benefícios 
propiciados a seus acionistas, sob a forma de pro-
ventos (dividendos, bonificações) ou de direito de 
preferência na aquisição de ações (subscrição); e 
outros decorrentes dos movimentos de preços dos 
mercados organizados. Quanto à rentabilidade do 
investimento, independentemente da valorização 
(ou desvalorização) das ações nas Bolsas, as ações 
podem proporcionar benefícios aos seus possui-
dores ligados aos Resultados da Companhia e à 
Comercialização das Ações (lucro na venda).
Os dividendos são valores representativos de 
parte dos lucros da empresa, que é distribuído aos 
acionistas, em dinheiro, na proporção da quantida-
de de ações possuídas. Normalmente, é resultado 
dos lucros obtidos por uma empresa, no exercício 
corrente ou em exercícios passados. Permanecen-
do na empresa, o dividendo é creditado ao acio-
nista, mesmo que esse não vá recebê-lo. Passados 
cinco anos, caso o acionista não tenha reclamado o 
recebimento, sua parcela de dividendo será incor-
porada a um fundo de reserva da empresa.
Quando uma empresa vai bem, ela divide os 
lucros com quem tem suas ações através dos di-
videndos. A lei permite às empresas a fixação, em 
seus estatutos, de um dividendo a ser distribuído 
anualmente a seus acionistas. Estabelece, porém, a 
percentagem mínima de 25% do lucro líquido. 
As bonificações consistem no recebimento 
gratuito de um número de ações proporcional à 
quantia já possuída. Resultam do aumento de ca-
pital, por incorporação de reservas ou lucros em 
suspenso. Para o patrimônio da empresa nada re-
presentam, uma vez que apenas há transferência 
de um valor inscrito em uma conta (do patrimônio 
líquido reservas de lucros, reservas de reavaliações 
etc.) para outra (de capital).A bonificação representa a atualização da 
cota de participação do acionista no capital da 
empresa. Pode ser feita mediante a emissão de no-
vas ações ao valor nominal ou simplesmente pelo 
aumento do valor nominal das ações, mais comu-
mente conhecido por carimbo, que representa a 
atualização da participação do acionista, da mes-
ma forma que a distribuição de novas ações. 
Os juros sobre capital próprio são uma forma 
de remuneração ao acionista da empresa, origina-
da pelo lucro retido em períodos anteriores. Nor-
malmente, essa remuneração é paga em dinheiro 
pela empresa aos seus sócios.
Distribuição gratuita de novas ações aos acio-
nistas pela diluição do capital em maior número de 
ações, com o objetivo de dar liquidez aos títulos no 
mercado. A diferença entre o desdobramento e a 
bonificação é que nesse caso não há alteração de 
capital da companhia, apenas aumento do número 
de ações. Nestes últimos anos difundiu se, entre as 
companhias abertas, o uso do split ou desdobra-
mento do número de ações, pelo qual as empre-
sas emitem novas ações, que vão desde uma, duas, 
três ou quatro novas para cada ação antiga, até vá-
rias dezenas ou mesmo centenas. Condensação do 
capital em um número menor de ações com con-
sequente aumento do valor patrimonial da ação. É 
realizado, geralmente, com o objetivo de ajustar o 
valor nominal da ação.
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O investimento em ações outorga a seus 
proprietários uma série de direitos e responsabili-
dades. Basicamente, o acionista tem apenas uma 
obrigação: desde que tenha subscrito ações de um 
aumento de capital (a prova é o boletim de subscri-
ção), é obrigado a integralizar sua parte no capital 
(isto é, pagar o valor das ações que subscreveu). 
Entretanto, no Brasil, a Lei n° 6.404/76, que re-
gulamenta o funcionamento das sociedades anô-
nimas, lhe confere uma série de direitos, que nem o 
estatuto social nem a assembleia geral lhe podem 
tirar, tais como: direito de participar nos lucros; di-
reito de fiscalização; direito à informação; direito de 
preferência na subscrição de ações em aumento de 
capital; direito de retirada (recesso); direito de voto; 
direito de indicação de membros do Conselho de 
Administração; direito de requerer a convocação e 
o adiamento de assembleias gerais; direito de par-
ticipar de oferta pública por alienação de controle 
de companhia aberta (Tag Along); direito de trans-
missão; e direito de propor ações indenizatórias 
em benefício da companhia.
O direito à participação nos lucros onde o 
lucro que uma empresa obtenha em um exercí-
cio destina-se, em primeiro lugar, a compensar as 
perdas dos anos anteriores, se existirem; depois 
devem pagar-se os impostos correspondentes; a 
parte restante poderá destinar-se a reservas e di-
videndos. As reservas são a parte do lucro que se 
mantém na sociedade com o objetivo de aumen-
tar a capacidade econômica da mesma e permitem 
financiar com recursos próprios os investimentos 
produtivos que se tenham previsto.
Os direitos dos acionistas não se restringem 
apenas as distribuições. A lei lhes assegura o aces-
so a todas as informações que dizem respeito à 
empresa e que possam afetar seus interesses como 
sócios.
A empresa é obrigada por lei a divulgar balan-
ços, balancetes e diversos outros demonstrativos 
contábeis, acompanhados de notas explicativas, 
do relatório da diretoria, do parecer dos auditores 
independentes e do conselho fiscal. Esse conjun-
to de informações deve ser divulgado ao público, 
amplamente. A periodicidade é estabelecida pela 
CVM.
Os acionistas de uma companhia têm pre-
ferência na compra de novas ações emitidas por 
ela: é o chamado direito de preferência na subscri-
ção. Esse direito é assegurado por lei, e consiste na 
prioridade comum a todos (acionistas ordinários e 
preferenciais) de adquirir, pelo preço de emissão, 
uma parcela das novas ações proporcionais as já 
possuídas. Normalmente, os aumentos de capital 
por meio de subscrições ocorrem quando as condi-
ções do mercado apresentam favoráveis, de modo 
que os acionistas, subscrevendo as ações novas, 
ganham a diferença entre seu preço de mercado e 
seu valor de emissão.
O direito de retirada ou recesso consiste na 
faculdade assegurada aos acionistas minoritá-
rios de, caso discordem de certas deliberações da 
Assembleia Geral, nas hipóteses expressamente 
previstas em lei, retirar-se da empresa, recebendo 
o valor das ações de sua propriedade. O objetivo 
desse direito é proteger os minoritários contra de-
terminadas alterações na estrutura da empresa ou 
contra redução nos direitos assegurados por suas 
ações, desobrigando-o de permanecer sócio de 
uma empresa diferente daquela à qual se associou 
ao adquirir ações.
O estatuto pode estabelecer normas para de-
terminação do valor de reembolso, que, em qual-
quer caso, não será inferior ao valor patrimonial 
das ações, de acordo com o último balanço apro-
vado pela assembleia geral.
Os acionistas ordinários têm direito ao voto 
na Assembleia Geral da empresa. A Assembleia 
Geral é a reunião que os acionistas têm, ordinaria-
mente, uma vez ao ano, e extraordinariamente em 
determinadas circunstâncias, para tomar decisões 
principalmente relativas à empresa, e entre elas 
aprovar os exercícios concluídos, nomeamentos 
etc.
3.3 Direito dos Acionistas
Marcelo Cerqueira Silva
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Os acionistas têm o direito ao voto, com sim-
ples restrição: só podem votar diretamente aque-
les que reúnam o número mínimo de ações que 
se determine; aqueles acionistas que possuam um 
número inferior de ações podem unir-se para co-
brir esse mínimo e votar conjuntamente. Direito de 
requerer a convocação e o adiamento de assem-
bleias gerais.
Nos casos em que fica caracterizada a alie-
nação de controle da empresa aberta, o novo con-
trolador tem a obrigação de realizar oferta pública 
para adquirir as ações pertencentes aos acionistas 
minoritários com direito a voto. Essa é uma forma 
dos minoritários com participação no capital vo-
tante obterem o direito ao tag along (possibilidade 
atribuída ao minoritário de alienar suas ações ao 
novo controlador, por ocasião da transferência do 
controle de empresa aberta).
Todo acionista tem direito a receber a parte 
proporcional que lhe corresponda, resultante da 
liquidação da sociedade; isto não significa que te-
nha direito a solicitar à sociedade que lhe devolva 
o valor de seu investimento em qualquer momen-
to. Sem dúvida, todo acionista tem o direito de 
transmitir suas ações, sempre e quando encontre 
um comprador. No caso das ações que são nego-
ciadas em Bolsa, a transmissão está praticamente 
assegurada, dado que uma das principais funções 
da Bolsa é precisamente dar liquidez aos valores 
negociados.
As ações diferenciam-se segundo os seguin-
tes critérios: empresa emissora, espécie, forma de 
circulação, e classe. De acordo com esse critério são 
considerados os direitos e vantagens conferidos 
aos acionistas. Dessa forma, temos as ações ordiná-
rias e preferenciais.
As ações ordinárias têm como característica 
principal o direito ao voto. Numa sociedade anô-
nima, é por meio do voto que o acionista tem o di-
reito legal de controle da organização. São nas as-
sembleias gerais de acionistas e nas convocações 
especiais que o acionista ordinário vota, sendo o 
peso do seu voto correspondente à quantidade de 
ações que possui, podendo dessa maneira partici-
par das decisões, lucros e riscos do negócio, deci-
dindo o seu destino. 
Convém lembrar, no entanto, que como um 
assunto prático, em muitas empresas os principais 
acionistas constituem toda ou a maioria da junta 
de diretores e, em tais circunstâncias, controlam o 
negócio. Entre nós, as ações preferenciais têmpre-
ponderado nos financiamentos recentes, e uma 
das razões para isso está no fato de que um dos 
atuais portadores de ações ordinárias, frequente-
mente, opõe-se à diluição do seu poder de voto. 
O direito de voto pode ser transferido por meio de 
procuração. O acionista ordinário, como proprietá-
rio, tem responsabilidade e obrigações e as assume 
apenas no montante das ações que possui. Quan-
do houver liquidação da empresa, ele é o último 
em prioridade de reclamação dos bens da mesma. 
Nos sistemas de votos das ações ordinárias:
ƒƒ o número de votos confirma as decisões 
na companhia;
ƒƒ esses deverão também reforçar suas po-
sições em ações;
ƒƒ ao mesmo tempo, a pulverização das 
ações por grande número de acionistas 
permite que um grupo com pequena 
quantidade das ações nos mercados em 
que é negociada tenha maior participa-
ção nas decisões.
 
 
As características dos direitos gerais de um 
acionista ordinário são relativamente uniformes 
em muitos aspectos e estão estabelecidas por leis 
como: adotar e corrigir o estatuto da companhia, 
eleger a junta de dirigentes, autorizar a fusão com 
outra companhia, autorizar a venda do ativo fixo 
ou imobilizado, mudar a quantia autorizada das 
ações ordinária, autorizar a emissão de ações pre-
ferenciais, debêntures e outros tipos de títulos.
Os dividendos pagos às ações ordinárias são 
10% menores do que os pagos às ações preferen-
ciais, caso não seja especificado em seu estatuto. 
As ações ordinárias geralmente possuem valor de 
DicionárioDicionário
Pulverização: é a distribuição das ações como 
forma de redução de risco.
Fundamentos de Mercado de Capitais
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mercado e liquidez menores que os das preferen-
ciais; isso se deve ao fato de que a maioria dessas 
ações encontra-se em poder de proprietários que 
desejam controlar a empresa e, consequentemen-
te, não estão dispostos a negociá-las.
3.4 Debêntures
Debênture é um título emitido por uma so-
ciedade anônima, previamente autorizado pela 
CVM, com a finalidade de captar recursos de médio 
e de longo prazos, destinados normalmente a fi-
nanciamento de projetos de investimento ou alon-
gamento do perfil do passivo. Caracteriza-se como 
um título de valor mobiliário, com remuneração 
baseada em taxas de renda fixa.
As debêntures asseguram aos seus titulares 
um direito de crédito contra a companhia nas con-
dições constantes da escritura de emissões e do 
certificado, havendo preferência quanto ao recebi-
mento do capital aplicado. Prestam se ao carrega-
mento de recursos para o financiamento de capital 
fixo e do giro das empresas.
As debêntures podem ser emitidas por socie-
dades por ações (sociedades anônimas ou em co-
mandita por ações), de capital aberto ou fechado.
Os principais tipos de debêntures são: 
ƒƒ Debêntures conversíveis em ações; 
ƒƒ Debêntures não conversíveis ou simples;
ƒƒ Debêntures permutáveis, que podem ser 
transformadas em ações de emissões de 
outras companhias que não a emissora 
dos papéis, ou ainda, apesar de raro, em 
outros tipos de bens. A colocação de de-
bêntures poderá ser oferta pública, via 
instituição financeira, ou privada, quan-
do os papéis são colocados diretamente 
junto aos investidores, sem a intermedia-
ção de instituições financeiras. 
3.5 Resumo do Capítulo
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, estudamos o conceito das ações, os seus principais tipos e formas de ganhos. Ob-
servamos também os principais direitos dos acionistas. Conhecemos as debêntures e seus principais 
tipos. Espero que tenha compreendido.
Vamos agora avaliar a sua aprendizagem.
Marcelo Cerqueira Silva
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3.6 Atividades Propostas
1. O que você entende por ações?
2. Quais são os principais tipos de ações?
3. Quais são os principais direitos reservados aos acionistas?
4. O que são debêntures?
5. Quais são os principais tipos de debêntures?
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Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, trataremos dos principais ti-
pos de mercados (primário e secundário), sobre o 
conceito de e as principais formas de underwriting, 
e os tipos de abertura de capital. Vamos iniciar a 
discussão? 
Provavelmente você leu algum artigo ou ou-
viu falar em Mercados Primário e Secundário, mas 
você sabe o que isso significa? O Mercado Primário 
compreende o lançamento de títulos ou valores 
mobiliários, podemos citar uma captação de recur-
sos via abertura de capital ou Initial Public Offering 
(IPO), que se caracteriza pelo lançamento inicial de 
ações no mercado, é no mercado primário que as 
empresas obtêm recursos para seus investimentos. 
Uma vez que as ações já se encontram negociadas 
no mercado, chamamos esse mercado de mercado 
secundário, cuja função básica é fornecer liquidez 
aos títulos emitidos no mercado primário negocia-
dos nas Bolsas de Valores e os mercados de balcão. 
No mercado primário, os recursos captados são 
destinados ao caixa da empresa, porem operações 
de mercado secundário, os recursos captados vão 
para o acionista vendedor e não são canalizados 
para o caixa da empresa.
A oferta pública, seja no mercado primário 
ou secundário, requer o registro na CVM e o cum-
primento de um ritual de procedimentos na elabo-
ração de seu prospecto preliminar. Geralmente as 
ofertas públicas são conduzidas por bancos de in-
vestimento que recebem uma comissão pelos ser-
viços proporcional ao valor da operação. De acor-
do com sua estrutura, o mercado acionário pode 
ser dividido em duas etapas: mercado primário e 
mercado secundário. A diferença básica entre os 
mercados primário e secundário é que, enquanto 
o primeiro caracteriza-se pelo encaixe de recursos 
na empresa, o segundo apresenta mera transação 
entre compradores e vendedores de ações, não 
ocorrendo assim alteração financeira na empresa.
O mercado primário de ações é ainda onde 
se negocia a subscrição (venda) de novas ações ao 
público, ou seja, no qual a empresa obtém recursos 
para seus empreendimentos. Quando a emissão é 
subscrita totalmente pelos antigos acionistas, em-
bora a empresa seja registrada em Bolsa, chama-se 
subscrição particular e é feita diretamente na em-
presa ou em Bolsa de Valores. Nessa etapa, ocorre a 
primeira negociação da ação e o dinheiro da venda 
vai para a empresa.
4 TIPOS DE MERCADOS
Marcelo Cerqueira Silva
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Assim, esse importante segmento do merca-
do de capitais, o mercado primário de ações, exerce 
sua função de canalizar recurso dos que poupam 
para os investimentos nas atividades produtivas.
Figura 1 – Estrutura do mercado de capitais.
AtençãoAtenção
A abertura de capital não se restringe ape-
nas às grandes empresas, o financiamento 
por meio da emissão de ações, representa 
uma excepcional redução de risco para a 
empresa.
4.1 Underwriting: Conceitos e Definições
Os lançamentos de ações novas no mercado, 
de forma ampla e não restrita a subscrição pelos 
atuais acionistas, chamam-se lançamentos públi-
cos de ações ou operações de underwriting.
O underwriting é um esquema de lançamen-
tos de uma emissão de ações para subscrição pú-
blica, no qual a empresa encarrega uma instituição 
financeira da colocação desses títulos no mercado, 
ou seja, é uma operação realizada por uma institui-
ção financeira, mediante a qual, sozinha ou orga-
nizada em consórcio, subscreve títulos de emissão 
por parte de uma empresa, para posterior revenda 
no mercado. A instituição financeira subscreve so-
mente as sobras da emissão, já que a lei brasileira 
assegura aos acionistas o direito de preferência à 
subscrição das novas ações a serem emitidas, na 
proporção das ações que possuírem na época.
A operaçãode underwriting tem por objetivo 
prover recursos às sociedades anônimas, com a fi-
nalidade de capitalizar ou de consolidar a estrutura 
e/ou seus investimentos. Para tanto, os instrumen-
tos disponíveis são ações e/ou debêntures, estas 
em suas diversas formas. Esses papéis podem ser 
vendidos a um grupo específico (colocação priva-
da), ou ao público em geral (emissão pública).
Para que uma empresa efetue uma emissão 
pública, é necessário obter condição de compa-
nhia aberta (Registro), prestando à Comissão de 
Valores Mobiliários (CVM), informações e fornecen-
do documentação de forma a permitir a avaliação 
do risco pelo investidor.
DicionárioDicionário
Underwriting (subscrição em inglês): significa 
lançamento ou emissão de papéis para capta-
ção de recursos de acionistas. 
Fundamentos de Mercado de Capitais
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Se a operação for de lançamento primário, 
os investidores subscrevem os novos títulos por 
meio do preenchimento de boletim de subscrição, 
com modelo previamente submetido à CVM. Pode 
ocorrer, ainda, colocação primária por intermédio 
de leilões em Bolsa, embora isso seja pouco usual.
Se for mercado secundário, o mais comum é 
que a distribuição seja feita por meio de leilão em 
Bolsa. Caso a instituição financeira coordenadora 
não seja uma corretora, é necessário nomear uma 
para a referida operação.
Podem ser adotados procedimentos alter-
nativos ao leilão, quando o objetivo é atingir um 
público específico – correntistas de bancos ou fun-
cionários, por exemplo -, ou buscar uma maior pul-
verização da colocação. Em função de sua impor-
tância econômica para a empresa, o underwriting, 
que representa a transferência de recursos dos 
investidores diretamente para o caixa da empresa. 
A operação de underwriting pode ser feita das se-
guintes formas:
ƒƒ abertura de capital: a abertura de capi-
tal de uma empresa é operação pela qual 
uma sociedade oferece pela primeira vez 
suas ações ou debêntures à subscrição 
pública, através de uma ou mais institui-
ções financeiras. Em termos legais, essa 
abertura ocorre quando seus valores 
mobiliários passam a ser admitidos para 
negociação em Bolsas de Valores ou no 
mercado de balcão;
ƒƒ aumento de capital: é a operação pela 
qual uma empresa de capital aberto ofe-
rece suas ações ou debêntures preferen-
cialmente a seus acionistas e ao público 
em geral;
ƒƒ abertura de capital através de block-
-trade: trata-se de uma operação de lei-
lão promovida em Bolsa de Valores em 
que são negociadas ações ou debêntu-
res relativas à abertura do capital de uma 
empresa, a um preço mínimo estabeleci-
do;
ƒƒ block-trade de ações ou debêntures de 
companhias abertas: nesse caso, o pro-
cesso análogo ao anterior, porém está su-
jeito a procedimentos especiais de nego-
ciação segundo as normas da Comissão 
de Valores Mobiliários e Bolsa de Valores. 
Em função de sua relevância, a operação 
de abertura de capital será tratada com 
mais detalhes a seguir.
Saiba maisSaiba mais
Enquanto a empresa tiver projetos vi-
áveis e rentáveis, os investidores terão 
interesse em financiá-los, acreditando 
na contribuição da saúde financeira das 
empresas, no aumento da lucratividade, 
na distribuição de lucros e no ganho de 
capital pela apreciação de suas ações 
negociadas nas Bolsas de Valores.
4.2 Mercados Secundários
Depois da compra de ações no mercado pri-
mário, o investidor desejará, ao fim de um perío-
do, converter as aplicações realizadas novamente 
em dinheiro, vendendo suas ações para um futuro 
comprador que não adquiriu as ações no momento 
da emissão primária, porém deseja fazê-lo agora. 
Para a realização da operação, o vendedor deverá 
recorrer a uma instituição financeira credenciada a 
operar com valores, para que realize uma operação 
denominada secundária.
Para realizar a operação, o vendedor deverá 
dirigir-se a uma sociedade corretora; o mesmo pro-
cedimento deverá adotar o investidor comprador. 
As corretoras receberão as ordens de venda e com-
pra de seus clientes e executarão a operação de 
fechamento do negócio no “pregão” das Bolsas de 
Valores, caso a empresa seja registrada na Bolsa e, 
consequentemente, suas ações sejam aceitas para 
negociação. 
Marcelo Cerqueira Silva
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O mercado secundário de ações é o lugar 
onde se transferem títulos entre investidores e/ou 
instituições. Portanto, torna-se uma condição para 
a existência do mercado primário, em que as em-
presas podem efetivamente obter recursos finan-
ceiros. O fator fundamental na decisão do investi-
dor quando compra ações de novos lançamentos é 
a possibilidade de que, mais tarde, ao necessitar do 
total ou parte do capital investido, possa desfazer-
-se delas e reaver seu dinheiro com lucros.
Assim, podemos concluir que a função do 
“mercado secundário”, o lugar onde atuam as Bol-
sas de Valores, é dar liquidez ao investidor, possi-
bilitando que, no momento que realizar uma ope-
ração de venda, exista o comprador e vice-versa, o 
que viabilizará o crescimento do “mercado primá-
rio”, e a consequente capitalização das empresas 
via mercado de ações, para compreender melhor 
o funcionamento e a inter-relação dos mercados 
primário e secundário.
A decisão de ter ações negociadas em Bolsa é 
da empresa. Ao apresentar o projeto de abertura à 
CVM, a empresa tem que deixar claro se deseja que 
suas ações sejam negociadas em Bolsa de Valores 
ou não. Em caso afirmativo, as Bolsas podem es-
tabelecer critérios para o registro das empresas, e 
essa decisão varia de acordo com a norma de cada 
Bolsa de Valores. 
De acordo com o que determina a legisla-
ção em vigor, a empresa é obrigada a se registrar 
inicialmente na Bolsa de sua região geográfica. As 
Bolsas partem da premissa de que qualquer em-
presa registrada no país está apta a ter suas ações 
negociadas no pregão. Na segunda hipótese, se a 
empresa não deseja que suas ações sejam registra-
das em Bolsa de Valores, as ações da empresa não 
serão negociadas nessas instituições, e o investidor 
que desejar vender ações ou comprar ações de 
uma empresa não registrada em Bolsa deverá fazê-
-lo por meio do mercado de balcão. Esse mercado 
não tem local físico como o pregão das Bolsas; fun-
ciona por meio de telefone entre as instituições fi-
nanceiras que fecham diretamente negócios para 
seus clientes.
Normalmente, as negociações do mercado 
secundário podem ser realizadas por meio de dois 
locais distintos, que representam os mercados se-
cundários de balcão e de Bolsa de Valores. 
Podemos definir o mercado de balcão como 
simplesmente um mercado organizado de títulos, 
cuja negociação não se faz em local determinado 
(como o mercado de Bolsa), mas, principalmente, 
por telefone. Por não serem empresas registradas 
em Bolsas, suas ações estão fora do controle e sem 
as garantias de uma Bolsa de Valores. As principais 
características desse mercado são:
ƒƒ ausência de um local de negociação cen-
tralizado fisicamente com a consequente 
dependência de um sistema de comuni-
cação para realização da divulgação das 
informações;
ƒƒ operações realizadas nesse mercado 
têm pouca influência nas negociações 
seguintes, em termos de preço, isso por-
que não há divulgação massificada como 
ocorre nas Bolsas de Valores;
ƒƒ não há homogeneidade em termos de 
participantes e operações.
Nas transações com ações, os mercados de 
balcão, em muitos países, servem para que empre-
sas novas e pequenas coloquem seus papéis ao 
público.
O mercado de Bolsa é aquele em que se com-
pram e vendem ações e nele os clientes (compra-
dores e vendedores) e as instituições do sistema de 
distribuição de títulos e valores mobiliários viabili-
zam a negociação com títulos e valores mobiliários. 
Suas principais características

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