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Determinação e Diferenciação Sexual e Intersexos Biotecnologia da Reprodução Animal enirceh@gmail.com +55 74 9 9959 9278 Fertilização é o primeiro evento reprodutivo em nível celular e requer a união da célula sexual feminina (gameta), conhecida como oócito, com o gameta masculino, conhecido como espermatozóide. Para que o oócito fertilizado tenha o número de cromossomos (diplóide ou 2n), cada gameta deve ser reduzido, em termos de números de cromossomos, pela metade (haplóide ou n), enquanto ainda está nos respectivos sistemas reprodutivos. Essa redução é denominada de meiose, é acompanhada da divisão das células que nas fêmeas recebe o nome de ovogênese, e nos machos de espermatogêneses. Os gametas unidos são denominados de zigoto, possuem o número apropriado de cromossomos (2n) para a espécie, e o desenvolvimento adicional pós-fertilização prossegue para a mitose, onde cada célula após a divisão conserva o número de cromossomos 2n. Figura 01 - Diagrama esquemático de fertilização, onde ocorre meiose em espermatozóides e oócitos, ou seja, divisão do número de cromossomos pela metade, quando os gametas se encontram em seus respectivos sistemas reprodutivos. A entrada do espermatozóide no oócito é seguida pela fusão dos respectivos pró-núcleos para formar um zigoto com número apropriado de cromossomos (2n). Figura 02 - A divisão celular prossegue, por mitose, desde o zigoto até a formação da blástula, e assim formar um novo indivíduo. A embriologia é o estudo do desenvolvimento pré-natal de um indivíduo e, conforme mencionado anteriormente, começa pelo zigoto. As divisões mitóticas continuam e formam um aglomerado de células conhecido como mórula que progride para a blástula (figura 02). A cavidade da blástula, a blastocele, é formada quando o líquido uterino se difunde para os espaços entre as células da mórula. À medida que o líquido se acumula, ele gradativamente separa as células em uma camada externa de células chamadas trofoblastos e uma massa interna de células que forma o corpo do embrião. Os trofoblastos contribuem para a formação da placenta fetal (membranas extraembrionárias) que asseguram a posição do embrião no útero e fornece sua nutrição a partir da conexão materna. Portanto, a parte da massa celular mais próxima ao trofoblasto é o epiblasto, enquanto a porção adjacente à blastocele é o hipoblasto. A cavidade formada dorsalmente ao epiblasto é a cavidade amniótica do embrião. As células hipoblásticas em proliferação migram para a mailto:enirceh@gmail.com Determinação e Diferenciação Sexual e Intersexos Biotecnologia da Reprodução Animal enirceh@gmail.com +55 74 9 9959 9278 blastocele. Esse revestimento torna-se o endoderma. O endoderma, por sua vez, progride em blastocele e origina pulmões, intestino, fígado e outras vísceras. O ectoderma se desenvolve a partir das células externas, com proliferação da massa celular interna (células epiblásticas) e migra em direção a um local do eixo longitudinal conhecido como linha primitiva, um espessamento das células epiblásticas, formando pele e seus derivados (p. ex., pelos, cascos, glândulas mamárias), bem como todo o sistema nervoso, são formados a partir do ectoderma. Já as células situadas entre o ectoderma e o endoderma, divide-se em duas camadas, formando uma cavidade entre elas conhecidas com celoma (precursor das cavidades corporais), sendo a cavidades pericárdica, pleural e abdominopélvica. Os três tipos de músculos (esquelético, liso e cardíaco), os rins, o esqueleto e outros tecidos conjuntivos também são formados pelo mesoderma. Figura 03 - Formação das camadas germinativas. A formação do sistema genital se forma, a partir do mesoderma, do qual irá existir uma migração de células germinativas primordiais de uma estrutura que é o anexo fetal (formados a partir dos trofoblastos) chamado saco vitelínico. Os anexos embrionários são estruturas derivadas do zigoto. São eles: córion (placenta), alantóide, saco vitelínico e âmnio. As células primordiais são detectadas primeiramente no epitélio do endoderma dorsal do saco vitelínico, próximo ao alantóide em desenvolvimento. Subseqüentemente essas células migram por movimentos amebóides, ao longo do intestino primitivo posterior até encontrarem os mesonefros, onde as futuras gônadas irão se desenvolver. As células germinativas provavelmente encontram o local das futuras gônadas, ditas cristas genitais ou cristas gonadais ou gônadas indiferenciadas, por forças atrativas quimiotáticas. Uma vez que as células germinativas atingiram as cristas genitais em formação, elas passam a se chamar gônias (oogônias e pro-espermatogônias). A embriologia do Sistema Reprodutivo é essencial para uma melhor compreensão dos patogêneses de muitas condições anormais das gônadas e das vias genitais. Este conhecimento é especialmente necessário para o estudo dos intersexos, das formações císticas do sexo oposto, das anomalias do desenvolvimento da genitária, das patologias da placenta e do feto e, ainda, das neoplasias gonadais. Determinação Sexual na Fase Embrionária A organização das gônadas e os modelos arquitetônicos básicos do trato genital estabelecem-se muito precocemente na embriogênese. Nesta etapa, ainda indiferenciada, mailto:enirceh@gmail.com Determinação e Diferenciação Sexual e Intersexos Biotecnologia da Reprodução Animal enirceh@gmail.com +55 74 9 9959 9278 cada indivíduo é anatomicamente bissexual, com capacidade para desenvolver as características fenotípicas de macho ou de fêmea, independentemente do sexo genético. Durante o estágio indiferenciado das gônadas, todos os indivíduos são potencialmente capazes de desenvolver-se parcialmente, ou mesmo completamente, em machos ou fêmeas. A determinação do sexo processa-se nos três seguintes níveis: Sexo Genético - determinado durante a fertilização, quando um espermatozoide X ou Y penetra no óvulo, formando um zigoto de constituição XX (fêmea) ou XY (macho). Sexo Gonodal - determinado mais tarde, quando a gônoda indiferenciada desenvolver-se em ovário ou testículo, sobre influência do sexo genético. Sexo Fenotípico - depende do desenvolvimento de estruturas derivadas do seio urogenital. As diferenças geno-fenotípicas específicas entre os espermatozoides. O macho é o responsável pela definição do sexo (cromossomo X e cromossomo Y), já os gametas femininos - ovócitos sempre serão X. Lembrando que nas aves quem determina o sexo é a fêmea (ZW). 01 Fase: Fase inicial da diferenciação morfológica é comum aos dois sexos. 02 Fase: Células germinativas primordiais do saco vitelínico migram em direção à crista gonodal (sexo gonodal) 35-45 dias. 03 Fase: Instaladas na gônada, as células germinativas sofrem sucessivas mitoses aumentam consideravelmente em número. A diferenciação sexual acontece entre a 4ª a 6ª semana de gestação, sendo assim o embrião que era uma nêurula irá se transformar em feto, todos os tecidos (nervoso, circulatório e etc) estão se diferenciando, o tecido nervoso é o primeiro que se diferencia, assim como, o tecido genital. Dar-se o início através da migração das células germinativas primordiais do saco vitelínico em direção a porção dorsal do corpo do animal, caudal ao rim dentro da cavidade, formando as cristas genitais ou cristas gonadais ou gônadas indiferenciadas. Quando forma as gônadas indiferenciadas, a presença dessas células nesse local estimula outros tecidos indiferenciados a se diferenciar em dois pares de ductos: paramesonéfricos (Müller) que se produz por invaginação do epitélio celômico, por fora do ducto mesonéfrico; e mesonéfrico (Wolff) vestígio do aparelho excretor renal homônimo. Já o ectoderma vai se diferenciar em uma estrutura chamada seio urogenital formando o sistema genital indiferenciado, que é formado pelas quatro estruturas - gônada indiferenciada, pelo ducto mesonéfrico e ducto paramesonéfrico e o seio urogenital. Quanto a diferenciação:Se as gônadas indiferenciadas se transformar em testiculo, os ductos mesonéfricos só irão se diferenciar só em indivíduos que se transformarem em macho, se diferencia nos órgão tubulares do sistema genital masculino (ducto deferente, epidídimo e glândulas vesiculares), fazendo os ductos paramesonéfricos se degenerarem. Porém, se as gônadas indiferenciadas se transformar em ovários, os ductos paramesonéfricos só irão se diferenciar só em indivíduos que se transformam em fêmeas, se diferenciando nos órgão tubulares do sistema mailto:enirceh@gmail.com Determinação e Diferenciação Sexual e Intersexos Biotecnologia da Reprodução Animal enirceh@gmail.com +55 74 9 9959 9278 genital feminino (tuba uterina, útero e porção cranial da vagina), fazendo os ductos mesonéfricos se degenerarem. Os seios urogenitais se transformam nas genitálias externas, sendo nos machos - pênis (cabeça, corpo e raiz), prepúcio e escroto; nas fêmeas (vulva, clitorix, vestibulo da vagina e porção caudal da vagina). O controle genético e hormonal é estabelecido, então, pela expressão de genes localizados nos cromossomos sexuais e em outros loci dos cromossomos somáticos. Sexo genético - existe a expressão do genes, alguns genes (presente no núco da célula - material genetico) estão no cromosso sexual (X e Y) e os genes vão está nos cromossomos autossomicos (caractericas, ex.: cor de cabelo e etc), que se expressam juntamente com os sexuais. Dos genes: 1. SRY - (Sex-Determining Region of Y Chromossome) Região do cromossomo Y, é o responsável pela determinação do sexo. Quando ele se expressa, codifica um fator conhecido como 2. TDF (Testis Determining Factor) ou Fator Testiculo Determinante, implicando na formação do testículo formando as células de sertoli (formando os cordões seminíferos e iniciaram a diferenciação gonadal do macho). 3. WT-1 - é um cromossomo autossômico presente tanto no macho quanto na fêmea, só se expressa na medida que os demais genes se expressarem ajudando na morfogênese do sistema genital após a determinação sexual. Na fêmea a diferenciação é inativa, ou seja, é pela anulação do SRY que ela se diferencia, sendo assim de forma passiva; no macho possui uma diferenciação ativa, como WT-1 e SRY são expressos nas células de Sertoli, isto sugere que WT-1 possui regulação por SRY. 4. SF-1 - (Steroidogenic Factor 1) é um receptor nuclear que regula a transcrição de um grande número de genes implicados na esteroidogênese (formação de hormonio esteroide estrógeno nas fêmeas e testosterona (células de Leydig, formando também os órgãos tubulares masculinos) nos machos) e desenvolvimento das gônada. SF-1 regula in vitro e in vivo a transcrição de gene do hormônio anti-Mülleriano (AMH) e interage com SOX-9, WT1 e DAX-1. 5. SOX-9 - (gene autossômico - só expressa no macho com a indução do SRY, ajuda a produzir o hormônio AMH) a proteína necessária para a transcrição de AMH (hormônio anti-Mülleriano) e portanto participa da manutenção dos níveis elevados de AMH no testículo fetal de todos os mamíferos. A diminuição das taxas de proteína SOX-9 redunda em feminilização das gônadas de indivíduos 46,XY podendo produzir indivíduos hermafroditas. 6. DAX-1 - (gene sexual, na fêmea no cromossomo X, como se atua como o SRY no macho) é o gene que inibe a diferenciação testicular e como consequência a gônada acaba se tornando ovário. Nos machos as células de Sertoli começam a produzir, então, o Hormônio anti-Mülleriano (AMH) que causa a regressão dos ductos de Muller. As células de Leydig produzem testosterona, hormônio masculino que induz a diferenciação masculina da genitália interna e externa. mailto:enirceh@gmail.com Determinação e Diferenciação Sexual e Intersexos Biotecnologia da Reprodução Animal enirceh@gmail.com +55 74 9 9959 9278 Diferenciação Sexual e Transtornos do Desenvolvimento Sexual O animal com alterações do desenvolvimento que resultam em ambiguidade na diferenciação sexual, ou seja, quando possui gônadas ou órgãos genitais de ambos os sexos, é considerado intersexo, condições também conhecida como hermafroditismo. 1 - Disturbios na determinação Sexo Genético: Monossomia do Cromossomo Sexual - a espécie mais acometida são os equinos, por possuírem 63 pares cromossomos autossômicos e apenas 01 par cromossomo sexual conhecido como síndrome 63x0. Já nos humanos e nos felinos também acontecem, conhecida como síndrome de Turner. Sendo que as aberrações podem ser estruturais - incluem os casos em que um ou mais cromossomos apresentam alterações de sua estrutura; e numéricas - incluem os casos em que há aumento ou diminuição do número do cariótipo normal da espécie. Acontece devido a um problema na determinação do sexo genetico, ocasionando uma aberração cromossômica, ou seja, aberração numérica no material genetico. Devido a um erro na gametogênese, na formação do oócito ou do espermatozoide, houve um erro durante a meiose. O cariótipo possui um cromossomo X0, devido a esse problema ele terá distúrbios na diferenciação: ● os ovários serão pequenos, ou seja, disgenesia ovariana não funcional; ● baixa concentração de estrógenos; ● vias genitais internas e externas serão subdesenvolvidas; ● porção endométrio hipoplásico, Mediante essa questão o ideal é a retirada desse animal da reprodução, por apresentar um problema genético e não perpetuar esse distúrbio para as próximas linhagens. Polissomia do Cromossomo Sexual - é uma patologia que vai ter a mesma etiopatogenia da anterior, ou seja, um distúrbio na gametogênese, sendo o contrário da monossomia. Apresenta a cariotipagem XXY, apresentando infertilidade , por exemplo em felinos com a síndrome 38 XXY ou trissomia do cromossomo sexual, apresentam a pelagem tricolor. ● Os testículos pequenos ● Azoospermia - ausência de produção de espermatozoides no ejaculado. 2 - Disturbios na determinação Sexo Gonodal: Hermafroditismo Verdadeiro - é aquele que apresenta gônadas e vias genitais internas de ambos os sexos. Mais comum em suínos (0,2 a 0,6%) e em caprinos (5%) sendo raro nas outras espécies. O hermafrodita verdadeiro pode apresentar uma gônada testículo e a outra ovário, o que caracteriza um ovotestis. Podendo ter as seguintes combinações: 1. ovotestis bilateral 2. ovotestis unilateral e ovário ou testículo contralateral 3. testículo com ovário contralateral Quanto às vias genitais externas são quase sempre femininas, com vulva rudimentar e clítoris hipertrofiado, semelhante a um penis. mailto:enirceh@gmail.com
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