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EXERCÍCIOS DE REVISÃO A- Evolução histórica do Direito Empresarial 1- Do que se trata o Direito Empresarial? O Direito Empresarial, antigo Direito Comercial, é o ramo do direito que estuda as relações privatistas que envolvem a empresa e o empresário. Nessas relações está o estudo da empresa, o direito societário, as relações de título de crédito, as relações de direito concorrencial, as relações de direito intelectual e industrial e os contratos mercantis. 2- Sabendo que o Direito Empresarial pode ser divido em três fases, aponte e identifique cada uma delas. Corporações de ofício (subjetivismo) surgiram com necessidade de criar regras para harmonizar as relações comerciais e os mercadores e artesões, teoria dos atos de comércio (objetivismo) abrangência além das corporações e teoria da empresa (subjetivismo moderno) rege o regime jurídico-empresarial. 3- O novo Código Civil entrou em vigor em janeiro de 2003, revogando expressamente o Código Civil de 1916 (Lei n° 3.071, de 1° de janeiro de 1916) e a Parte Primeira do Código Comercial (Lei n° 556,de 25 de junho de 1850), que tratava do comércio em geral. No novo Código Civil, a matéria de natureza comercial é disciplinada no Livro II da Parte Especial, que possui 229 artigos e denomina-se “Do Direito de Empresa”, não se confundindo a natureza comercial desses dispositivos com os demais artigos do Código. Com base nesta informação pode-se afirmar que o Direito Empresarial perdeu a autonomia jurídica, se confundindo com a matéria civil disciplinada no Novo Código Civil? O direito comercial regulava grande parte das relações econômicas mantidas pelas pessoas jurídicas de direito privado. Ele passa, com o novo Código Civil, a regular, exclusivamente ou não, todas essas relações econômicas. Sob o aspecto científico, pouco importa se parte das normas de direito comercial estão no novo Código Civil e não em um outro diploma legislativo, que poderia se chamar "Código Empresarial", "Código da Atividade Econômica" ou mesmo "Código do Direito Privado". B- Empresário – registro – escrituração 1- Explique cada um dos requisitos básicos relacionados abaixo, que qualificam o profissional na condição de empresário. a. capacidade jurídica; Art. 972. Do CC. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos. b. ausência de impedimento legal para o exercício da empresa; Prevista na segunda parte do artigo 972 do Código Civil, a ausência de impedimento legal pode ser compreendida por uma análise sistemática da legislação brasileira, de tal forma que a Constituição Federal e legislações esparsas impedem que pessoas, plenamente capazes juridicamente, serem caracterizadas como empresários. c. efetivo exercício profissional da empresa; Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. A atividade econômica é aquela que tem o fito de lucro. Quem escolhe o direito empresarial como sua área de estudo ou trabalho deve estar disposto a contribuir para que o empresário alcance o objetivo fundamental que o motiva na empresa: o lucro. A atividade organizada é aquela exercida com habitualidade, exercitada em nome próprio e possuir estabelecimento comercial. d. Registro obrigatório. A inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis de sua sede é obrigatória, antes do início de sua atividade (art. 967, CC). 2- Quais pessoas estão legalmente impedidas de se tornarem empresárias? Não têm capacidade para exercer empresa, portanto, os menores de 18 anos não emancipados, ébrios habituais, viciados em tóxicos, deficientes mentais, excepcionais e os pródigos, e, nos termos da legislação própria, os índios. Destaque-se que o menor emancipado (por outorga dos pais, casamento, nomeação para emprego público efetivo, estabelecimento por economia própria, obtenção de grau em curso superior), exatamente por se encontrar no pleno gozo de sua capacidade jurídica, pode exercer empresa como o maior. 3- Comente a afirmativa: a prática profissional da empresa só se caracteriza quando regular. Quando registrada de acordo com as leis. 4- De que forma o produtor rural se torna empresário? Uma vez inscrito na Junta Comercial. Art 971 do Código Cívil, o produtor rural se transforma em empresário – antigo comerciante – sujeitando-se a todas as obrigações que impostas a todos os demais empresários do país, sem perder, todavia – é o que pensamos – os eventuais benefícios a que faça jus como “empresário rural”, tal como o diz o artigo 970 do mesmo Código, ou seja, o tratamento legal favorecido, diferenciado e simplificado. 5- O profissional que exerce atividade de natureza intelectual pode ser considerado empresário? Explique Não se considera empresário, por força do parágrafo único do art. 966 do CC, o exercente de profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, mesmo que contrate empregados para auxiliá-lo em seu trabalho. Estes profissionais exploram, portanto, atividades econômicas civis, não sujeitas ao Direito Comercial. Entre eles se encontram os profissionais liberais (advogado, médico, dentista, arquiteto etc.), os escritores e artistas de qualquer expressão (plásticos, músicos, atores etc.). 6- Qual a importância da Junta Comercial para o empresário? Quais são as suas atribuições A junta comercial é importante para o empresário que atua ou pretende atuar de forma regular. O art. 32 da lei 8934/94 define quais são as funções da junta comercial. Há, basicamente, 3 (três) funções: o arquivamento, a autenticação e a matrícula. 7- Entende-se por escrituração ( art 1150 a 1154 do Código Civil- CC): • seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a respectiva documentação; • ter os livros necessários para esse f m devidamente autenticados; • conservar sob sua guarda toda a escrituração, correspondência e demais papéis pertencentes ao giro de sua atividade, enquanto não prescreverem as ações que lhes sejam relativas; • levantar, anualmente, o balanço patrimonial e o de resultado econômico. Pergunta-se: qual o único instrumento obrigatório e comum a todos os empresários para manter sua escrituração. O livro "Diário", ou os instrumentos contábeis que legalmente o substituem (as fichas de lançamentos e o livro "Balancetes Diários e Balanços"), é o único livro de escrituração obrigatória para todos os empresários. C- Estabelecimento empresarial (art. 1142 a 1149, CC) - nome empresarial (art. 1155 a 1168, CC) – marca (Lei 9279/1996, art. 122 a 175) 1. Diferencie estabelecimento empresarial, nome empresarial e marca apontando os institutos jurídicos que os regulamenta. Podemos entender o Estabelecimento Empresarial como sendo o COMPLEXO DE BENS ORGANIZADO para o exercício da empresa (art.1.142, CC), sendo elemento essencial para o exercício da atividade. É formado, ainda, por bens corpóreos (tangível) e incorpóreos (intangível). Nome empresarial individualiza e assinala a espécie de responsabilidade patrimonial do empresário ou da sociedade empresarial, é aquele com que se apresenta nas relações de fundo econômico. O Código Civil reconhece no nome empresarial, a manifestação de um direito da personalidade da pessoa jurídica (art. 1.164). A marca, por sua vez, é o signo que identifica produtos e serviços, como Coca-cola, Saraiva, Itaú. (LPI, art. 122) 2. Qual a responsabilidade do alienante (vendedor) do estabelecimento empresarial em relação aos débitos anteriores a negociação deste complexo de bens? Por quanto tempo perdura esta responsabilidade? Continua o alienante responsável por esse passivo, durante certo prazo (1 ano, contado da publicação do contrato de alienação, para as obrigações vencidas antes do negócio; e contado da data de vencimento, para as demais). É certo, também, que enquanto não prescrito o direito trabalhista, o alienante responde, mesmo que já vencido o prazo ânuo do CódigoCivil. 3. Pode o alienante, após a venda de seu estabelecimento, montar, no ano seguinte, outro estabelecimento, na mesma localidade, e no mesmo ramo de negócio que possuía? Justifique O alienante não poderá, nos 5 anos subsequentes à transferência, restabelecer‑se em idêntico ramo de atividade empresarial, concorrendo com o adquirente, salvo se devidamente autorizado em contrato. 4. Sabendo que O nome empresarial individualiza e assinala a espécie de responsabilidade patrimonial do empresário ou da sociedade empresarial, onde o empresário obtém a proteção jurídica do nome? Explique A proteção do nome empresarial tem o seu estatuto próprio, e assim por diante; cada elemento do estabelecimento empresarial tem a sua proteção jurídica específica. A proteção ao nome empresarial é, em regra, no âmbito estadual, nos termos do art. 1.166 do CC: “A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado. Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se á a todo o território nacional, se registrado na forma da lei especial.” 5. Diferencie as duas espécies de nome empresarial. • FIRMA OU RAZÃO SOCIAL usada para sociedades. formada pelo nome civil, de forma completa ou abreviada, seguida opcionalmente de designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de sua atividade. Formada pelo nome civil de um ou mais sócios. Exemplos: Carlos Eduardo / Carlos Eduardo Automóveis / C E Automóveis. André Neves, Antônio Jorge e Vinícius Milagre Bar e Restaurante / Antônio Jorge e companhia / Vinícius Milagre & Cia. • DENOMINAÇÃO formada por expressão ou nome fantasia e, obrigatoriamente, por expressão indicativa do objeto social (ramo de atividade). É permitido o uso do nome de um ou mais sócios. Lembrando que a denominação é somente usada em caso de sociedade. Exemplos: Nery e Cohen Tecidos Ltda.; Flamengo Carros S/A / Companhia Flamengo de Carros. 6. São seis os tipos de sociedades empresariais enumeradas no Código Civil: Sociedade em nome coletivo (N/C). B V & Cia / Queiroz Galvão & Companhia. Sociedade em comandita simples SIMPLES (C/S). “Antonio Silva, Benedito Pereira & Cia.”, “B. Pereira & Companhia”, “Silva, Pereira & Cia. — Livros Técnicos” Sociedade em comandita por ações (C/A). “Antonio Silva e Companhia, Comandita por Ações”; “Alvorada Livros Técnicos C.A.”; “Comandita por Ações Silva, Pereira & Cia.” etc. Sociedade em conta de participação (C/P). A sociedade em conta de participação, por sua natureza de sociedade secreta, está proibida de adotar nome empresarial (firma ou denominação) que denuncie a sua existência(CC, art. 1.162). Sociedade limitada (LTDA.). “Antonio & Silva Ltda.”, “Silva & Pereira, limitada”, “A. Silva & Pereira, Livros Técnicos Ltda.”, “Alvorada Comércio de Livros Técnicos Ltda.” Sociedade anônima ou companhia (S/A). “Alvorada S.A. — Livros Técnicos”; “Alvorada Livros Técnicos Sociedade Anônima”; “Companhia Editora de Livros Técnicos Alvorada”; “Alvorada — Cia. Comercial de Livros Técnicos”, “Indústrias Demóstenes de Alcântara S/A”. Além das sociedades existe a possibilidade de o empresário atuar individualmente, como empresário individual e ainda como empresário individual de responsabilidade limitada (EIRELI). Empresário individual. João Carlos dos Santos Filho, ou J. Carlos dos Santos Filho, ou João C. dos Santos Filho, ou João Carlos dos Santos Filho Comércio de Combustiveis EIRELI . Antonio Silva EIRELI, Pereira Livros EIRELI. De posse dessas informações, exemplifique, através de nomes hipotéticos, as possibilidades de formação do nome empresarial. 7. Após registrado, em que circunstâncias o nome empresarial pode ser alterado? O nome empresarial, ao contrário do nome civil, pode ser alterado pela simples vontade do empresário, seja este pessoa física ou jurídica, desde que respeitadas as normas de formação já analisadas. É a hipótese de alteração voluntária do nome empresarial, que depende exclusivamente da vontade do seu titular. Se sociedade empresária, é claro, a alteração voluntária exigirá a concorrência da vontade de sócios que detenham participação do capital social que lhe assegure o direito de alterar o contrato social. Além desta hipótese, há outras em que a alteração do nome empresarial opera‑se independentemente da vontade do empresário. Trata‑se, agora, de alteração obrigatória, ou vinculada. Em relação aos nomes empresariais fundados em nome civil, são causas de alteração obrigatória: a) saída, retirada, exclusão ou morte de sócio cujo nome civil constava da firma social: neste caso, enquanto não se proceder à alteração do nome empresarial, o ex‑sócio, ou o seu espólio, continua a responder pelas obrigações sociais nas mesmas condições em que respondia quando ainda integrava o quadro associativo (CC , arts. 1.158, § 1º, e 1.165); b) alteração da categoria do sócio, quanto à sua responsabilidade pelas obrigações sociais, se o nome civil dele integrava o nome empresarial: se sócio comanditado de uma sociedade em comandita simples passa a ser comanditário, ou se o acionista não diretor da sociedade em comandita por ações deixa as funções administrativas, o seu nome civil não poderá continuar a compor o nome da sociedade, a firma social. Até que se altere este nome, o sócio continuará a responder pelas obrigações sociais como se ainda integrasse a categoria anterior (CC, art. 1.157); c) alienação do estabelecimento por ato entre vivos: o empresário individual ou a sociedade empresária não podem alienar o nome empresarial (CC, art. 1.164). Mas, na hipótese de alienação do estabelecimento empresarial, por ato entre vivos, se previsto em contrato, o adquirente pode usar o nome do alienante, precedido do seu, com a qualificação de sucessor de. 8. O que é marca. Como o empresário pode reivindicar o uso de exploração econômica da marca? A marca é o designativo que identifica produtos e serviços. Não se confunde com outros designativos presentes na empresa, assim o nome empresarial, que identifica o empresário e o título de estabelecimento, referido ao local do exercício da atividade econômica. Os direitos industriais são concedidos pelo Estado, por meio de uma autarquia federal, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Nasce o direito à exploração exclusiva do objeto da patente ou do registro a partir do ato concessivo correspondente. Ninguém pode reivindicar o direito de exploração econômica com exclusividade de qualquer invenção, modelo de utilidade, desenho industrial ou marca se não obteve do INPI a correspondente concessão. 9. Quais símbolos não podem ser registrados como marca? · brasão, armas, medalha, bandeira, emblema, distintivo e monumento oficiais, públicos, nacionais, estrangeiros ou internacionais, bem como a respectiva designação, figura ou imitação; · letra, algarismo e data, isoladamente, exceto quando revestidos de maneira suficientemente diferenciada; · expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal que seja contra a moral e os bons costumes ou que ofenda a honra ou imagem de pessoas ou atente contra liberdade de consciência, crença, culto religioso ou ideia e sentimento dignos de respeito e veneração; · designação ou sigla de entidade ou órgão público, quando não solicitado o registro pela própria entidade ou órgão público; · reprodução ou imitação de elemento característico ou diferenciador de título de estabelecimento ou nome de empresa de terceiros, que possa causar confusão ou associação com esses sinais distintivos; · sinal de caráter genérico, necessário, comum, vulgar ou simplesmente descritivo, quando tiver relação com o produto ou serviço a distinguir, ou aquele empregado comumente para designar uma característica do produto ou serviço, quanto à natureza, nacionalidade, peso, valor, qualidade e época de produção ou de prestação do serviço, exceto quando forem de suficiente forma distintiva; · sinal ou expressão empregada apenas como meio de propaganda; · cores e suasdenominações, exceto se dispostas ou combinadas de modo peculiar e distintivo; · indicação geográfica, sua imitação que possa causar confusão ou sinal capaz de falsamente induzir indicação geográfica; · sinal que induza a falsa indicação quanto à origem, procedência, natureza, qualidade ou utilidade do produto ou serviço a que a marca se destina; · reprodução ou imitação de cunho oficial, regularmente adotada para garantia de padrão de qualquer gênero ou natureza; · reprodução ou imitação de sinal que tenha sido registrado como marca coletiva ou de certificação por terceiro; · nome, prêmio ou símbolo de evento esportivo, artístico, cultural, social, político, econômico ou técnico, oficial ou oficialmente reconhecido, bem como a imitação capaz de criar confusão, exceto quando autorizados pela autoridade competente ou entidade promotora do evento; · reprodução ou imitação de título, apólice, moeda e cédula da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios, dos Municípios, ou de país; · nome civil ou sua assinatura, nome de família ou patronímico e imagem de terceiros, exceto com consentimento do titular, herdeiros ou sucessores; · pseudônimo ou apelido muito conhecidos, nome artístico singular ou coletivo, exceto com consentimento do titular, herdeiros ou sucessores; · obra literária, artística ou científica, assim como os títulos que estejam protegidos pelo direito autoral e possam causar confusão ou associação, menos quando houver consentimento do autor ou titular; · termo técnico usado na indústria, na ciência e na arte, que tenha relação com o produto ou serviço a distinguir; · reprodução ou imitação, no todo ou em parte, ainda que com acréscimo, de marca alheia registrada, para distinguir ou certificar produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, que possa causar confusão ou associação com marca alheia; · dualidade de marcas de um só titular para o mesmo produto ou serviço, exceto quando, no caso de marcas de mesma natureza, se mostrarem de forma bastante diferenciada; · a forma necessária, comum ou vulgar do produto ou de acondicionamento, ou, ainda, aquela que não pode ser separada de efeito técnico; · objeto que estiver protegido por registro de desenho industrial de terceiro; e · sinal que imite ou reproduza, no todo ou em parte, marca que o requerente evidentemente não poderia desconhecer em razão de sua atividade, cujo titular seja sediado ou domiciliado em território nacional ou em país com o qual o Brasil mantenha acordo ou que assegure reciprocidade de tratamento, se a marca se destinar a distinguir produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, que possa causar confusão ou associação com aquela marca alheia. · 10. Qual o prazo de validade de registro de uma marca e como se dá sua prorrogação? O registro de marca tem a duração de 10 anos, a partir da sua concessão (LPI, art. 133). Este, ao contrário do prazo da patente, é prorrogável por períodos iguais e sucessivos, devendo o interessado pleitear a prorrogação sempre no último ano de vigência do registro. 11. O que acontece se o registro da marca não for revalidado? O registo de uma marca perde a validade se não for renovado. D- Formação da sociedade empresarial Sociedade empresária caracteriza-se como pessoa jurídica de direito privado, implementada por um contrato social ou por um estatuto, devidamente arquivado na repartição competente, cujo objeto social é a exploração de atividade empresarial. 1- Conceitue contrato social e estatuto. O contrato social é um documento onde constam as regras e as condições sob as quais a empresa funcionará e onde estão estabelecidos os direitos e as obrigações para cada um dos proprietários que compõem a sociedade. O estatuto social, utilizado pelas sociedades em ações, cooperativas e entidades sem fins lucrativos, ou o contrato social, utilizado pelas demais sociedades, é a certidão de nascimento da pessoa jurídica. 2- Em que momento a sociedade empresária adquire personalidade jurídica e quais são as suas consequências. A entidade com personalidade jurídica surge após a sua constituição e arquivamento de seus atos no Registro Público das Empresas Mercantis (empresária), ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas (simples). A entidade (sociedade empresária ou sociedade simples) adquire personalidade e autonomia, podendo ser sujeito de direitos e obrigações. 3- Podemos citar três formas de classificação das sociedades empresariais. São elas: • quanto à responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais; • quanto ao regime de constituição e dissolução; • quanto às condições para alienação da participação societária. Explique cada uma delas categorizando os seis tipos de sociedades empresárias do direito brasileiro. Sociedade em nome coletivo (N/C). Responsabilidade dos sócios é ilimitada; Sociedade em comandita simples SIMPLES (C/S). Responsabilidades dos sócios é mista (os sócios comanditados tem responsabilidade ilimitada e os sócios comanditários terão responsabilidade limitada); Sociedade em comandita por ações (C/A). Responsabilidade dos sócios é mista (os Acionistas diretores possuem responsabilidade ilimitada, já os demais acionistas possuem responsabilidade limitada) Sociedade em conta de participação (C/P). Responsabilidade dos sócios será determinada pela forma que ele vier a ser constituída, ou, o que for especificado o seu contrato social; Sociedade limitada (LTDA.). Em que todos os sócios respondem de forma limitada pelas obrigações sociais. São desta categoria a sociedade limitada (Ltda.) e a anônima (S/A). Sociedade anônima ou companhia (S/A). Responsabilidade dos sócios é limitada; E- Sociedades contratuais – sociedade limitada 1- Pode o menor ser sócio de uma sociedade limitada? A Instrução Normativa nº 12 do Departamento Nacional do Registro do Comércio, de 28 de outubro de 1986, estabelece que o arquivamento dos atos de sociedade limitada da qual participem menores será processado, desde que o capital da sociedade esteja integralizado na constituição, como nas alterações contratuais, e não sejam atribuídos ao menor poderes de gerência ou administração. 2- Pode o sócio da LTDA contribuir com serviços para a formação do capital social? A sociedade empresária limitada também está impedida de constituir seu Capital Social por meio de prestação de serviços de seus sócios, pois o § 2º do artigo 1.055 do Código Civil proíbe expressamente esta possibilidade, conforme abaixo: Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. § 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços. 3- É possível que no contrato social preveja que um dos sócios não participe dos resultados negativos da sociedade? Não, Uma sociedade empresária que dispense um dos sócios da contribuição para a formação de seu capital social não é válida, assim como aquela que exclua um ou alguns dos sócios dos lucros (sociedade chamada “leonina”) ou das perdas sociais (CC, art. 1.008). 4- Como se dá a alteração do contrato social da LTDA? Se a sociedade é limitada, a alteração contratual pode ser aprovada por sócios que representem três quartos do capital social (CC, arts. 1.071, V, e 1.076, I). Este quorum de deliberação é exigido, qualquer que seja a natureza da cláusula em mudança (essencial ou acidental). Os minoritários da limitada com até 25% do capital social devem se submeter à alteração aprovada pela maioria ou exercer o direito de retirada, sendo, neste último caso, reembolsados pelo valor patrimonial de suas quotas. 5- Segundo o Decreto nº 1.800/96, art. 53, III, nove são as cláusulas essenciais do contrato social: tipo societário; objeto social; capital social, responsabilidade dos sócios; qualificação dos sócios; nomeação do administrador; nome empresarial; sede e foro; prazo de duração. Explique cada uma delas e identifique quais sociedades empresarias são classificadas como contratuais. a) Qualificação dos sócios — o contrato deverá conter o nome e a qualificação dos sócios, compreendendo esta última, para as pessoasfísicas, a nacionalidade, o estado civil, a profissão e, para as jurídicas, a nacionalidade e sua sede. Além desses dados, os sócios costumam ser qualificados pelo número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), conforme o caso. b) Objeto social — a atividade explorada economicamente pela sociedade deverá ser declarada no contrato social de forma precisa e detalhada. c) Nome empresarial — o contrato social deverá conter o nome empresarial sob o qual girará a sociedade. d) Sede — deverá esclarecer o contrato social qual é o município da sede da sociedade, o local onde, ordinariamente, pode ser encontrado o seu representante legal. e) Prazo de duração — a sociedade pode ser contratada por prazo determinado ou indeterminado, de acordo, exclusivamente, com a manifestação de vontade dos sócios. f) Capital social e quotas dos sócios — o contrato social deverá especificar o capital social da sociedade, bem como o modo e prazo de sua integralização e as cotas pertencentes a cada um dos sócios. g) Nomeação do administrador — cabe ao contrato social estabelecer a representação legal da sociedade, nomeando o seu administrador ou administradores. Certas sociedades contratuais (N/C e C/S) não podem ser representadas por pessoa estranha ao quadro associativo; mas a limitada pode ser representada por não sócio, nomeado no contrato social ou em ato separado. F- Sociedade por ações – Lei 6.404/1976 (LSA). 1- As empresas constituídas sob a modalidade de sociedade anônima poderão ser de dois tipos: companhia aberta e companhia fechada. Explique a diferença entre elas. A companhia aberta (também chamada de empresa de capital aberto), que capta recursos junto ao público e é fiscalizada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) A companhia fechada (também chamada de empresa de capital fechado), que obtém seus recursos dos próprios acionistas. 2- O art. 109 da LSA relaciona os direitos essenciais dos acionistas. Descreva cada um deles. O art. 109 da LSA elenca os direitos essenciais do acionista, a saber: a) Participação nos resultados sociais — o acionista tem direito de receber o dividendo, que é a parcela dos lucros sociais que lhe cabe, bem como participar do acervo da companhia, em caso de liquidação (art. 109, I e II). Este direito não pode ser exercido se a sociedade anônima é devedora do INSS, já que a lei do custeio da seguridade social proíbe a distribuição de lucros nas sociedades com débito previdenciário (Lei n. 8.212/91, art. 52). b) Fiscalização da gestão dos negócios sociais — a legislação do anonimato prevê formas de fiscalização direta e indireta dos negócios sociais. Do primeiro caso é exemplo a exibição dos livros sociais aos acionistas que representem 5% ou mais do capital social, nos casos de violação da lei ou do estatuto ou fundada suspeita de grave irregularidade (art. 105); do segundo, é exemplo o conselho fiscal. c) Direito de preferência — os acionistas têm direito de preferência na subscrição de ações e de valor mobiliário conversível em ação, segundo os critérios do art. 171, § 1º, da LSA. Trata‑se de um direito cedível. d) Direito de retirada — o acionista dissidente de determinadas deliberações da assembleia geral (arts. 136, I a VI, e IX, 221, 230 e 252) ou de companhia cujo controle foi desapropriado (art. 236, parágrafo único) tem o direito de se retirar da sociedade, recebendo o reembolso de suas ações (art. 45). 3- O que é uma ação? Ação é a menor parcela do capital social das companhias ou sociedades anônimas. É, portanto, um título patrimonial e, como tal, concede aos seus titulares, os acionistas, todos os direitos e deveres de um sócio, no limite das ações possuídas. Uma ação é um valor mobiliário, expressamente previsto no inciso I, do artigo 2º, da Lei 6385/76. No entanto, apesar de todas as companhias ou sociedades anônimas terem o seu capital dividido em ações, somente as ações emitidas por companhias registradas na CVM, chamadas companhias abertas, podem ser negociadas publicamente no mercado de valores mobiliários. Atualmente, as ações são predominantemente escriturais, mantidas em contas de depósito, em nome dos titulares, sem emissão de certificado, em instituição contratada pela companhia para a prestação desse serviço, em que a propriedade é comprovada pelo “Extrato de Posição Acionária”. As ações devem ser sempre nominativas, não mais sendo permitida a emissão e a negociação de ações ao portador ou endossáveis. 4- Quais os tipos básicos de ações? Explique Ações Ordinárias (ON) As ações ordinárias garantem direito a voto do investidor, que pode eleger membros do conselho de administração de determinada empresa. Se uma empresa falir e for liquidada, os detentores de suas ações ordinárias só vão receber o dinheiro quando os detentores de ações preferenciais e os credores forem pagos. Ações Preferenciais (PN) As ações preferenciais possuem um grau diferenciado de direito de recebimento de dividendos de uma companhia, possuindo prioridade. Seus detentores não possuem direito de voto em uma assembleia (isso pode variar de acordo com a organização). Normalmente, esse tipo de ação dá a garantia de dividendos fixos permanentes aos seus acionistas. Isso acontece de forma diferente das ações ordinárias que possuem dividendos variáveis que não são garantidos.