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Criatividade e Inovação

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Prévia do material em texto

Indaial – 2020
Criatividade e inovação
Prof. Giovani Mendonça Lunardi
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. Giovani Mendonça Lunardi
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
L961c
Lunardi, Giovani Mendonça
Criatividade e inovação. / Giovani Mendonça Lunardi. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2020.
219 p.; il. 
ISBN 978-65-5663-055-7
1. Inovação tecnológica. – Brasil. 2. Criatividade. – Brasil. Centro 
Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 658.56
apresentação
Prezado acadêmico! Este livro didático foi elaborado para a 
construção de novos conhecimentos que servirão de base para ideias, projetos 
e entendimentos em relação ao processo criativo e sua inovação. A geração 
de novas ideias possibilitou a evolução e desenvolvimento do ser humano 
desde a pré-história até os dias atuais. 
Em nosso atual cenário, a criatividade e inovação são cada vez 
mais essenciais em diversos contextos, principalmente, nas organizações, 
garantindo maior competitividade. Assim, é imprescindível compreendermos 
a definição e evolução de tais conceitos, como alguns fatores podem influenciá-
los, as principais características das pessoas criativas e as estratégias para 
inovação e criação.
Para isso, o livro foi dividido em três unidades: 
A primeira trata de aspectos relacionados ao funcionamento da 
mente, como questões relacionadas ao conhecimento humano, compreender 
como nossa mente funciona. Além disso, iremos identificar algumas 
características e influências sociais no processo criativo, e compreender a 
relação da inovação no design.
A segunda unidade abordará a criatividade e inovação tecnológica, 
sendo externalizados os principais conceitos de criatividade e inovação, como 
as principais teorias sobre o processo criativo. Iremos conhecer, também, 
algumas ferramentas que podem aprimorar a criatividade e as principais 
características, classificações e tipos de inovação.
Já a terceira unidade trará a criatividade e inovação nas organizações, 
dissertando sobre as revoluções industriais e sua relação com as inovações 
tecnológicas, os campos de aplicação da inovação nas organizações e como 
gerir tais processos criativos e inovadores nas empresas.
Esperamos que com este conteúdo você consiga perceber a 
importância da criatividade e inovação para o desenvolvimento econômico 
de nossa sociedade. 
Bons estudos!
 
Prof. Giovani Mendonça Lunardi
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE .................................................................... 1
TÓPICO 1 — O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA ............................. 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 O CONHECIMENTO HUMANO .................................................................................................... 3
3 DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO .......................................................................... 6
4 A EPISTEMOLOGIA OU TEORIA DO CONHECIMENTO ..................................................... 9
4.1 MITOLOGIA .................................................................................................................................. 11
4.1.1 Mitologia grega .................................................................................................................... 13
4.2 SENSO COMUM ........................................................................................................................... 16
4.3 FILOSOFIA .................................................................................................................................... 17
4.3.1 O Mito da Caverna ............................................................................................................. 20
4.3.2 Conceitos de Platão e Aristóteles para a construção do conhecimento ....................... 22
4.4 TEOLOGIA .................................................................................................................................... 25
4.5 CIÊNCIA E TECNOLOGIA – SUAS COMPLEXIDADES ...................................................... 27
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 31
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 32
TÓPICO 2 — DINÂMICAS DO PENSAMENTO: COMO A MENTE FUNCIONA .................33
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 33
2 RACIONALISMO VERSUS EMPIRISMO ................................................................................... 33
3 A PSICOLOGIA ................................................................................................................................. 36
4 PERCEPÇÃO DA MENTE ............................................................................................................... 38
5 A INTELIGÊNCIA HUMANA E AS TECNOLOGIAS .............................................................. 40
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 43
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 44
TÓPICO 3 — A MENTE HUMANA: CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS 
E NFLUÊNCIAS SOCIAIS ......................................................................................... 45
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 45
2 CARACTERÍSTICASINDIVIDUAIS E INFLUÊNCIAS SOCIAIS ........................................ 45
3 TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS ........................................................................... 46
4 INTELIGÊNCIA COGNITIVA X INTELIGÊNCIA EMOCIONAL ......................................... 48
5 HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS NA EDUCAÇÃO ....................................................... 50
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 53
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 54
TÓPICO 4 — INTRODUÇÃO DA INOVAÇÃO NO DESIGN ................................................... 57
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 57
2 O PROCESSO CRIATIVO NA PRÁTICA .................................................................................... 57
3 IMITAÇÃO, INVENÇÃO E INOVAÇÃO ..................................................................................... 60
4 INOVAÇÃO NA CIÊNCIA .............................................................................................................. 61
5 INTRODUÇÃO DA INOVAÇÃO EM DESIGN ........................................................................ 63
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 66
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 70
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 71
UNIDADE 2 — CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA .......................................... 73
TÓPICO 1 — MODELOS E FERRAMENTAS DA CRIATIVIDADE ......................................... 75
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 75
2 EM BUSCA DO CONCEITO DE CRIATIVIDADE ................................................................... 75
3 MODELOS DE CRIATIVIDADE ................................................................................................... 80
3.1 TEORIA DE INVESTIMENTO EM CRIATIVIDADE DE STERNBERG ............................... 83
3.2 MODELO COMPONENCIAL DE CRIATIVIDADE DE AMABILE ..................................... 86
4 FERRAMENTAS DA CRIATIVIDADE ......................................................................................... 89
4.1 SCAMPER: TÉCNICA PARA GERAÇÃO DE IDEIAS ........................................................... 89
4.2 MAPA MENTAL ........................................................................................................................... 91
4.3 BUSINESS MODEL CANVAS ...................................................................................................... 93
4.4 BRAINWRITING ........................................................................................................................... 94
4.5 DESIGN THINKING ..................................................................................................................... 95
4.6 BENCHMARKING ........................................................................................................................ 98
4.7 BRAINSTORMING ....................................................................................................................... 98
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 99
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 100
TÓPICO 2 — CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO DA INOVAÇÃO .......................... 103
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 103
2 O QUE É INOVAÇÃO..................................................................................................................... 103
3 TIPOS DE INOVAÇÃO .................................................................................................................. 107
3.1 INOVAÇÃO EM PRODUTO ..................................................................................................... 107
3.2 INOVAÇÃO EM SERVIÇO ....................................................................................................... 108
3.3 MODELO DE NEGÓCIO ........................................................................................................... 108
3.4 INOVAÇÃO EM PROCESSO .................................................................................................... 109
3.5 INOVAÇÃO ORGANIZACIONAL .......................................................................................... 109
3.6 INOVAÇÃO NA COMUNICAÇÃO ........................................................................................ 109
3.7 INOVAÇÃO EM MARKETING ................................................................................................ 110
4 CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DA INOVAÇÃO ................................................ 110
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 114
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 115
TÓPICO 3 — CARACTERÍSTICAS DA CRIATIVIDADE E A IMPORTÂNCIA DA 
MOTIVAÇÃO ............................................................................................................ 117
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 117
2 CARACTERÍSTICAS DA PESSOA CRIATIVA E INOVADORA ......................................... 118
3 TEORIAS DE PESSOAS CRIATIVAS ......................................................................................... 120
3.1 TEORIA DAS QUATRO DIMENSÕES DA CRIATIVIDADE .............................................. 121
3.2 TEORIA DA ADAPTAÇÃO-INOVAÇÃO .............................................................................. 122
3.3 FERRAMENTA AVALIATIVA – TESTE TORRANCE DE PENSAMENTO CRIATIVO 
OU TORRANCE TEST OF CREATIVE THINKING ................................................................ 125
4 A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO PARA A CRIATIVIDADE ....................................... 127
4.1 PIRÂMIDE DAS NECESSIDADES DE ABRAHAM H. MASLOW ..................................... 127
4.2 TEORIA DOS DOIS FATORES .................................................................................................. 128
4.3 TEORIA X E Y ............................................................................................................................. 129
4.4 CAMINHOS PARA GERAR MOTIVAÇÃO ........................................................................... 131
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 132
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 136
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 137
UNIDADE 3 — CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES ........................... 139
TÓPICO 1 — AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS E AS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS ..... 141
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 141
2 AS MUDANÇAS TECNOLÓGICAS E OS CICLOS ECONÔMICOS ..................................141
3 FATORES INDUTORES DA MUDANÇA TECNOLÓGICA ................................................. 155
3.1 INDICADORES DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA ............................................................. 159
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 163
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 164
TÓPICO 2 — CAMPOS DE APLICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES ....................................... 165
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 165
2 AS FONTES DA CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO .................................................................. 165
3 AS FONTES DE CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES ....................... 168
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 171
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 172
TÓPICO 3 — O PROCESSO DE GESTÃO CRIATIVA E DE INOVAÇÃO NAS EMPRESAS ... 173 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 173
2 A IMPORTÂNCIA DA CRIATIVIDADE NO PROCESSO DE INOVAÇÃO (PI) ............. 173
3 PROCESSO CRIATIVO E DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS ........................... 177
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 186
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 187
TÓPICO 4 — BARREIRAS DA CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO ............................................ 189 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 189
2 BARREIRAS À MANIFESTAÇÃO CRIATIVA E INOVADORA .......................................... 189
3 COMO EXERCITAR A CRIATIVIDADE .................................................................................... 192
4 IMPORTÂNCIA DA CRIATIVIDADE NAS EMPRESAS ...................................................... 197
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 201
RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 203
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 204
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 205
1
UNIDADE 1 — 
O FUNCIONAMENTO DA MENTE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
•	 compreender	os	significados	e	a	evolução	dos	conceitos	de	conhecimento	
a	partir	dos	momentos	históricos	mais	relevantes;
•	 analisar	 as	 categorias	 de	 conhecimento	 e	 as	 influências	 culturais	 que	
impactaram	na	definição	destes	conceitos;
•	 refletir	 sobre	 o	 processo	 de	 construção	 do	 conhecimento	 (ideias,	
pensamento)	a	partir	do	olhar	da	ciência;
•	 examinar	a	relação	entre	a	inteligência	humana	e	as	tecnologias;
•	 investigar	 as	 influências	 sociais	 no	 desenvolvimento	 do	 conhecimento	
humano	e	os	tipos	de	inteligências.
Esta	 unidade	 está	 dividida	 em	 quatro	 tópicos.	 No	 decorrer	 da	 unidade,	
você	 encontrará	 autoatividades	 com	 o	 objetivo	 de	 reforçar	 o	 conteúdo	
apresentado.
TÓPICO	1	–	O	CONHECIMENTO	HUMANO	E	SUA	EPISTEMOLOGIA
TÓPICO	2	–	DINÂMICAS	DO	PENSAMENTO:	COMO	A	MENTE	
FUNCIONA
TÓPICO	3	–	A	MENTE	HUMANA:	CARACTERÍSTICAS	INDIVIDUAIS	E	
INFLUÊNCIAS	SOCIAIS
TÓPICO	4	–	 INTRODUÇÃO	DA	INOVAÇÃO	NO	DESIGN
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
A	fim	de	compreendermos	a	relação	existente	entre	criatividade	e	inovação	
tecnológica,	precisamos,	primeiramente,	olhar	para	traz	para	poder	compreender	
o	processo	de	construção	do	conhecimento.	Para	isso,	além	de	conceitualizá-la,	
iremos	 compreender	 a	 diferença	 entre	 dados,	 informação	 e	 conhecimento,	 e	
investigar	as	 teorias	do	conhecimento.	Nesse	sentido,	no	decorrer	deste	 tópico	
iremos	 abordar	 as	 principais	 definições	 e	 conceitos	 evidenciados	 na	 literatura	
sobre	o	termo	conhecimento	para	contribuir	na	sua	concepção	de	criatividade	e	
inovação.	
Além	disso,	também	iremos	examinar	de	forma	mais	detalhada	as	crenças	
e	principais	 características	das	 seguintes	 categorias	do	 conhecimento	humano:	
mitologia,	senso	comum,	filosofia,	teologia,	ciência	e	tecnologia.	Vamos	analisar	
a	 evolução	desses	 conhecimentos,	 sendo,	 em	um	primeiro	momento,	baseado,	
principalmente,	em	crenças	e	fantasias,	e,	posteriormente,	uma	visão	científica	e	
tecnológica.
2 O CONHECIMENTO HUMANO
Quando	 nos	 deparamos	 em	 pensar	 no	 significado	 da	 palavra	
“conhecimento”,	 chegamos	à	 conclusão	de	que	 a	vida	 é	um	processo	 cíclico	 e	
contínuo.	Mas	o	que	é	conhecimento?	Como	ocorre	seu	processo	de	construção,	
essencial	para	a	vida,	e	que	permitiu	nossa	evolução	desde	os	primórdios?	
Diversas	 são	 as	 teorias	 que	 visam	 explicar	 como	 construímos	 e	 nos	
apropriamos	do	 conhecimento.	Tais	 teorias	 se	 embasam	em	diferentes	 aportes	
teóricos,	 que	 abrangem	 visões	 das	 áreas	 de	 filosofia,	 sociologia,	 biologia,	
tecnologia,	entre	outras	(MATURANA;	VARELA,	2011).
UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE
4
FIGURA 1- APORTES TEÓRICOS PARA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
FONTE: Adaptado de Maturana e Varela (2011)
Filosofia Sociologia
Tecnologia Biologia
Conhecimento
O	conhecimento	é	um	 tema	que	 sempre	desperta	 interesse,	 é	 estudado	
desde	 a	 antiguidade,	 gerando,	 assim,	 diversos	 conceitos	 na	 literatura.	 Para	
compreendermos	o	conceito	de	conhecimento,	inicialmente,	listamos,	no	quadro	
a	seguir,	algumas	das	principais	definições	de	sua	evolução.
QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DAS DEFINIÇÕES DO TERMO CONHECIMENTO
Autor Abordagem
Confúcio	(séc.	IV	a.C.) O	"saber"	é	saber	que	nada	se	sabe.
Platão	(428	a.C.)	 É	uma	“crença	verdadeira	justificada”.
Locke	(1689)	 É	o	resultado	da	experiência.
Polanyi	(1966)	 O	indivíduo	pode	conhecer	mais	do	que	é	capaz	de	expressar.
Pears	(1972)	 É	o	estado	da	mente.
Nonaka	e	Takeuchi	(1997)
É	 composto	 por	 processo	 dinâmico	 de	 um	 sistema	 de	 crenças	
pessoais	justificadas.	É	o	resultado	da	interação	entre	o	conhecimento	
explícito	e	o	tácito.
Sveiby	(1998)
É	 capacidade	 humana	 de	 caráter	 tácito,	 que	 orienta	 para	 a	 ação.	
Baseado	em	regras,	é	individual	e	está	em	constante	transformação.	
O	conteúdo	revela-se	em	ações	de	competência	individual,	pois,	na	
prática,	se	expressa	através	do	conhecimento	explícito,	habilidades,	
experiências,	 julgamentos	 de	 valor	 e	 rede	 social.	 Não	 há	 como	
definir	conhecimento	de	forma	completa	com	apenas	uma	palavra.
Davenport	e	Prusak	(1998)
O	conjunto	de	informações	combinado	com	experiências,	vivências	
e	 intuição,	 que	 possibilitam	 ao	 indivíduo	 interpretar,	 avaliar	 e	
decidir.
Choo	(1998)	 É	 a	 informação	 modificada	 através	 da	 razão	 e	 da	 reflexão	 em	crenças,	e	é	composto	pelo	acúmulo	de	experiências.
Maturana	e	Varela	(2001)
É	construído	a	partir	de	relações	sociais	sucessivas,	é	fruto	de	uma	
interação	do	homem	com	o	mundo,	estruturando	se	pelo	viés	da	
interpretação	individual.
Spender	(2001)	 Diferencia	 o	 conhecimento	 produzido	 pela	 ação	 (implícito)e	 o	produzido	pela	comunicação	(explícito).
Schreiber	et. al.,	(2002)
São	 os	 dados	 e	 informações	 que	 os	 indivíduos	 utilizam	na	 ação,	
na	prática	diária,	para	a	realização	de	tarefas	e	produção	de	novas	
informações.
TÓPICO 1 — O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA
5
Probst,	Raub	e 
Romhardt	(2002)
É	a	junção	de	cognição	com	habilidades,	uso	da	teoria,	da	prática,	
das	regras	diárias,	do	modo	de	agir	do	ser	humano,	para	resolver	
seus	problemas.
Siqueira	(2005)	
É	a	combinação	de	fatores	como	contexto,	interpretação,	
experiência	pessoal,	aplicabilidade	e	processo	cognitivo,	que	se	
somam	à	informação.
Servin	(2005)	
Deriva	da	informação,	mas	é	mais	rico	e	significativo	do	que	esta,	
pois	inclui	consciência,	familiaridade	e	compreensão	adquiridas	
pela	experiência,	possibilitando	comparações,	identificação	das	
consequências	e	novas	conexões.
Morin	(2005)	
É,	portanto,	um	fenômeno	multidimensional,	de	maneira	
inseparável,	simultaneamente	físico,	biológico,	cerebral,	mental,	
psicológico,	cultural,	social.
Angeloni	(2008)	
É	um	conjunto	de	informações,	elaborado	crítica	e	
valorativamente,	por	meio	da	legitimação	empírica,	cognitiva	e	
emocional.
Fialho	et. al.	(2010)	
É	o	conjunto	completo	de	informações,	dados,	relações	que	levam	
os	indivíduos	a	tomar	decisões,	a	desempenhar	atividades	e	
a	criar	novas	informações	ou	conhecimentos.	Um	conjunto	de	
informações	contextualizadas	e	dotadas	de	semânticas	inerentes	
ao	agente	que	o	detém.
Dalkir	(2011)	
Informações	subjetivas	e	valiosas	que	foram	validadas	e	
organizadas	em	um	modelo	mental.	Normalmente	é	originário	da	
experiência	acumulada,	e	incorpora	percepções,	crenças	e	valores.
FONTE: Adaptado de Freire (2012, p. 83-86)
A	partir	da	leitura	da	evolução	das	definições	do	termo	“conhecimento”	
podemos	constatar	o	seu	devido	potencial,	o	que	pode	alterar	comportamentos	e	
fornecer	habilidades	a	fim	de	transformar	informação	em	ação	efetiva.	
O	 conhecimento	 é	 uma	 relação	 (interação)	 entre	 o	 sujeito	 e	 o	 objeto.	
Na	visão	epistemológica,	os	termos	sujeito	e	objeto	se	referem	aos	dois	polos	
envolvidos	na	produção	do	conhecimento:	o	homem,	que	 tem	por	finalidade	
conhecer	algo,	e	o	aspecto	da	realidade	a	ser	conhecido.	Assim,	a	discussão	do	
papel	do	sujeito	torna-se	central	para	se	compreender	a	ciência,	uma	vez	que	
se	refere	à	forma	como	o	cientista	(o	sujeito)	deve	se	comportar	para	produzir	
conhecimento,	 e,	 assim,	 revela	 pressupostos	 subjacentes	 a	 toda	 pesquisa	
(ABRANTES;	MARTINS,	2007).	
Para Piaget (1988, p. 17), o conhecimento vem sempre associado a compreender, 
que por sua vez: “[...] é inventar, ou reconstruir através da reinvenção, e será preciso curvar-
se ante tais necessidades se o que se pretende, para o futuro, é moldar indivíduos capazes 
de produzir ou de criar, e não apenas de repetir”.
ATENCAO
UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE
6
Ainda	 nesse	 viés,	 para	 a	 transformação	 dos	 dados	 (informações)	 em	
conhecimento	 há	 uma	 importante	 variável:	 a	 criatividade.	A	 criatividade	 é	 o	
primeiro	passo	na	direção	da	mobilização	e	aplicação	do	conhecimento,	definindo	
criatividade	como	o	princípio	de	uma	nova	ideia	ou	perspectiva	derivada	de	uma	
dada	base	de	conhecimento.
A	partir	da	definição	da	palavra	“conhecimento”,	é	possível	perceber	sua	
relação	com	os	dados	e	informação.	Dados,	informação	e	conhecimento	possuem	
o	mesmo	significado?	Qual	é	a	relação	entre	esses	termos?	Vamos	investigar	essas	
variáveis	a	seguir.
Se você gostou desse assunto, seguem algumas dicas de sites:
• http://eliana-rezende.com.br/dados-informacao-e-conhecimento-o-que-sao/;
• https://blog.pandora.com.br/dado-informacao-e-conhecimento-voce-sabe-diferenca/.
DICAS
3 DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO
Antes	 de	 continuarmos	 nossa	 discussão	 sobre	 o	 conhecimento	 e	 suas	
teorias	 (tema	 da	 próxima	 seção),	 é	 primordial	 distinguir	 o	 significado	 de	 três	
termos	muito	importantes:	dados,	informação	e	conhecimento.	
Essas	 palavras,	 muitas	 vezes,	 são	 utilizadas	 de	 forma	 errada,	 como	
sinônimas,	 sendo	 necessário	 entendermos	 os	 principais	 pontos	 de	 sua	
diferenciação	(DAVENPORT;	PRUSAK,	2003).
QUADRO 2 - DIFERENCIAÇÃO ENTRE DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO
FONTE: Vieira (2014, p. 537)
DADOS INFORMAÇÃO CONHECIMENTO
Simples	observações	sobre	o	
estado	do	mundo:	
• facilmente	estruturado;
• facilmente	obtido	por 
máquinas;
• frequentemente 
quantificado;
• facilmente	transferível.
Dados	dotados	de 
relevância	e	propósito:
• requer	unidade	de	análise;
• exige	consenso	em	relação	
ao	significado;
• exige	necessariamente	a	
mediação	humana.
Informação	valiosa	da 
mente	humana.	
Inclui	reflexão,	síntese,	
contexto:
• de	difícil	estruturação;
• de	difícil	captura	em 
máquinas;
• frequentemente	tácito;
• de	difícil	transferência.
TÓPICO 1 — O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA
7
Conforme	observamos	no	Quadro	2,	os	dados	são	os	fatos	brutos,	são	os	
números,	 as	palavras,	 os	 símbolos,	 as	figuras,	 entre	 outros,	 sendo	que	não	há	
interpretação	de	um	dado,	não	é	considerado	seu	contexto.	Angeloni	(2008,	p.	1)	
define	dados	como	“elementos	descritivos	de	um	evento”	sem	tratamento	lógico	
ou	contextualização.	
Já	 a	 informação	 refere-se	 à	 interpretação	dos	dados	 sendo	 considerado	
seu	contexto,	ou	seja,	a	informação	pode	modelar	os	dados.	Para	isso	é	necessária	
a	análise	dos	dados,	proporcionando	um	novo	ponto	de	vista	para	a	interpretação	
de	eventos	ou	objetos,	que	tornam	visíveis	os	significados	previamente.	
A	informação	é	entendida	por	Angeloni	(2008,	p.	1)	como	“um	conjunto	
de	dados	selecionados	e	agrupados	segundo	um	critério	lógico	para	a	consecução	
de	um	determinado	objetivo”.	Nesse	viés	podemos	perceber	que	a	 informação	
depende	de	um	conjunto	de	dados,	isto	é,	sem	dados	para	interpretação	não	há	
informação	(CARVALHO,	2012).
A	 partir	 da	 informação	 é	 que	 podemos	 construir	 conhecimento,	 desse	
modo,	o	conhecimento	é	a	compreensão	da	informação	(DAVENPORT;	PRUSAK,	
1998;	 MARTINS	 FILHO,	 2016).	 Quando	 a	 informação	 é	 trabalhada	 na	 mente	
humana,	ela	possibilita	a	realização	de	comparação	e	análise	da	consequência	de	
tal	informação,	podendo,	assim,	gerar	o	conhecimento.
FIGURA 2 - RELAÇÃO ENTRE DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO
FONTE: Adaptado de Davenport e Prusak (1998)
Conforme	podemos	perceber	na	Figura	2,	 temos	 inicialmente	os	dados	
que,	quando	agrupados	e	interpretados,	geram	informação.	Essa	informação,	por	
sua	vez,	quando	passa	a	ser	compreendida,	guardada	em	nossa	mente	torna-se	
conhecimento.	
UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE
8
Primeiro, o conhecimento, ao contrário da informação, diz 
respeito a crenças e compromissos. O conhecimento é uma 
função de uma atitude, perspectiva ou intenção específica. 
Segunda, o conhecimento, ao contrário da informação, está 
relacionado à ação. É sempre o conhecimento “com algum 
fim”. E terceira, tanto o conhecimento como a informação, 
dizem respeito ao significado. É específico ao contexto e 
relacional (NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p. 63, grifos nossos).
IMPORTANT
E
Assim,	 constatamos	 que	 o	 conhecimento	 resulta	 de	 misturas	 que	
abrangem	 crenças	 e	 verdades,	 sendo	 que	 a	 interação	 entre	 essas	 variáveis	
possibilita	a	identificação	de	novas	informações	e	criação	de	novos	conhecimentos	
(DAVENPORT;	PRUSAK,	1998).	
FIGURA 3 – CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
Crenças Conhecimento Verdades
FONTE: Adaptado de Davenport e Prusak (1998)
Percebemos,	no	decorrer	desta	seção,	que	o	estudo	sobre	o	conhecimento	
humano	 é	 extremante	 complexo	 e	 gera	 uma	 nova	 área	 de	 investigação	
denominada	de	Epistemologia	 ou	Teoria	 do	Conhecimento	 (do	 grego	 episteme 
ciência,	conhecimento;	logos,	discurso),	que	é	um	ramo	da	filosofia	dedicado	aos	
problemas	filosóficos	relacionados	ao	conhecimento.	
Até	 aqui	 abordamos	 as	 principais	 definições	 da	 palavra	 conhecimento	
e	 compreendemos	 melhor	 seu	 significado,	 agora	 vamos	 aprofundar	 nossos	
estudos.Para	isso,	será	necessário	investigar	sobre	a	“Epistemologia”	ou	também	
denominada	de	“Teoria	do	Conhecimento”	(TESSER,1995).
TÓPICO 1 — O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA
9
Veja alguns sites interessantes sobre Teoria do Conhecimento: 
• http://www.criticanarede.com/fil_conhecimento.html; 
• https://descomplica.com.br/artigo/teoria-do-conhecimento/4nS/;
• https://www.todamateria.com.br/teoria-conhecimento/.
DICAS
4 A EPISTEMOLOGIA OU TEORIA DO CONHECIMENTO 
Você	deve	pensar,	o	que	é	epistemologia?	Etimologicamente,	de	acordo	
com	 Tesser	 (1995)	 "Epistemologia"	 significa	 discurso	 (logos)	 sobre	 a	 ciência	
(episteme).	Assim,	epistemologia:	é	a	Ciência	da	Ciência	ou	Filosofia	da	Ciência,	
em	outros	termos,	é	o	estudo	crítico	dos	princípios,	das	hipóteses	e	dos	resultados	
das	diversas	ciências.	É	a	teoria	do	conhecimento.
De	acordo	com	Mário	Bunge	(1980,	p.	17	apud TESSER,	1995,	p.	92):	
Uma	epistemologia	é	útil	se	satisfaz	às	seguintes	condições:
•	 refere-se	à	ciência	propriamente	dita;
•	 ocupa-se	de	problemas	filosóficos	que	se	apresentam	no	curso	da	
investigação	científica	ou	na	reflexão	sobre	os	problemas,	métodos	
e	teorias	da	ciência;
•	 propõe	 soluções	 claras	para	 tais	problemas,	 soluções	 consistentes	
em	 teorias	 rigorosas	 e	 inteligíveis,	 adequados	 à	 realidade	 da	
investigação	científica;
•	 é	capaz	de	distinguir	a	ciência	autêntica	da	pseudociência;
•	 é	capaz	de	criticar	programas	e	mesmo	resultados	errôneos,	como	
conseguir	novos	enfoques	promissores.
Para	Silvano,	Silva	e	Silva	(2018,	p.	141),	a	epistemologia	trata	de	quatro	
áreas	fundamentais:
•	 análise	 filosófica	 da	 natureza	 do	 conhecimento	 e	 como	 o	
conhecimento	se	relaciona	com	a	verdade,	crença	e	justificação;
•	 problemas	relativos	ao	ceticismo	ou	questões	derivadas	deste;
•	 critérios	para	se	afirmar	que	algo	é	conhecido	e	justificado;
•	 o	alcance	do	conhecimento	e	as	fontes	da	crença	justificada.
Como	podemos	compreender,	a	Epistemologia,	ou	Teoria	do	Conhecimento,	
investiga,	 ao	 longo	da	história	humana,	 os	diversos	 tipos	de	 “conhecimentos”	
utilizados	para	explicar,	entender	e	compreender	o	mundo	a	sua	volta	e,	também,	
a	sua	relação	com	a	natureza.	Os	principais	tipos	de	conhecimento	desenvolvidos	
pelo	homem	de	acordo	com	essa	teoria	são:	mitologia,	senso	comum,	filosofia,	
teologia,	ciência	e	tecnologia	(SCHMAELTER,	2018).	
UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE
10
FIGURA 4 – PRINCIPAIS TIPOS DE CONHECIMENTO
FONTE: Adaptado de Schmaelter (2018)
EPISTEMOLOGIA
Senso
Comum
Filosofia
Teologia
Ciência
Tecnologia
Mitologia
A	 partir	 da	 ilustração	 apresentada	 na	 Figura	 4,	 observamos	 que	 os	
principais	tipos	de	conhecimentos	são	formas	de	compreender	o	mundo	a	partir	
de	diferentes	abordagens.	Cada	um,	a	seu	modo,	tem	como	objetivo	desvendar	os	
segredos	do	mundo,	explicando-o	e/ou	atribuindo-lhe	um	sentido.	
Veja mais sobre os tipos de conhecimento em: 
• https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/conhecer-o-mundo-mitologia-religiao-
ciencia-filosofia-senso-comum.htm?cmpid=copiaecola
DICAS
Agora	 que	 você	 já	 sabe	 quais	 são	 os	 principais	 tipos	 de	 conhecimento	
identificados	na	literatura,	vamos	examinar	mais	de	perto	cada	um	deles.	
TÓPICO 1 — O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA
11
QUADRO 3 - TIPOS DE CONHECIMENTO
FONTE: Adaptado de Schmaelter (2018) e Tesser (1995)
MODOS DE 
COMPREENDER O 
MUNDO
CRITÉRIOS DE 
VERDADE MÉTODOS IDEIA BÁSICA
Mitologia Crenças Tradição	oral Natureza
Senso	comum Costumes	e	hábitos Experiência	pessoal	e	cultural Natureza	e	cultura
Filosofia Reflexão	racional Razão	discursiva	e	dialética
Natureza	e	Pólis	
(comunidade)
Teologia Fé	e	Razão
Conciliação	entre	a	
razão	discursiva	e	a	
revelação	divina
Deus
Ciência	e	Tecnologia Razão	crítica	e	sistematizada
Observação	e	
experimentação Homem
Analisando	 o	Quadro	 3,	 percebemos	 que	 cada	 tipo	de	 conhecimento	 é	
baseado	em	critérios	que	são	considerados	verdadeiros	a	partir	de	um	fundamento	
distinto	(filosofia,	mitologia,	ciência,	tecnologia),	mas	você	deve	questionar:	por	
que	 estudar	 os	 tipos	de	 conhecimento?	Compreender	 como	ocorre	 o	processo	
de	construção	do	conhecimento	e	suas	abordagens,	seus	diferentes	tipos,	irá	nos	
permitir,	 no	 percurso	 desta	 unidade,	 entender	 os	 conceitos	 de	 criatividade	 e	
inovação	que	serão	abordados	mais	à	frente.
Para	auxiliar	sua	compreensão	sobre	os	tipos	de	conhecimentos,	vamos	
brevemente	conceituar	e	exemplificar	cada	um	deles.	
4.1 MITOLOGIA
A	palavra	“mitologia”	não	é	um	termo	incomum	na	nossa	vida,	geralmente,	
vários	filmes	ou	livros	são	baseados	ou	abordam	algum	tipo	de	mitologia.	Mas	
você	sabe	qual	é	o	significado	da	palavra	mitologia?	A	palavra	mito	vem	do	grego	
mythos	e	deriva	de	dois	verbos:	do	verbo	mytheyo (contar,	narrar,	falar	alguma	coisa	
para	outros)	e	do	verbo	mytheo (conversar,	contar,	anunciar,	nomear,	designar).
No	princípio	dos	 tempos,	quando	o	homem	começou	a	refletir,	 surgiu-
lhe	automaticamente	a	necessidade	de	explicar	o	mundo.	As	explicações	que	o	
homem	primitivo	dava	aos	fatos	eram	repletas	de	fantasias	e	crenças,	sem	bases	
racionais	(ilusões).	Foram	essas	explicações	fantásticas	da	realidade	que	deram	
origem	aos	mitos.	Os	mitos	explicavam	o	desconhecido	com	base	na	experiência	
particular	de	cada	comunidade	(CHAUÍ,	2005).	
UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE
12
Na	 sua	 acepção	 original,	 mito	 é	 a	 narrativa	 tradicional,	 integrante	 da	
cultura	 de	 um	 povo,	 que	 utiliza	 elementos	 simbólicos	 e	 sobrenaturais	 para	
explicar	o	mundo	e	dar	sentido	à	vida	humana.	Conforme	Eliade	(1972,	p.	11)	“O	
mito	conta	uma	história	sagrada:	ele	relata	um	acontecimento	ocorrido	no	tempo	
primordial	[...].	O	mito	narra	como,	graças	às	façanhas	dos	entes	sobre	naturais,	
uma	realidade	passou	a	existir	[...]”.
Percebemos	que	os	seres	humanos,	desde	os	seus	primórdios,	utilizaram	
muita	 “criatividade”	 para	 explicar	 os	 seus	 acontecimentos	 diários,	 como,	 por	
exemplo,	suas	caçadas;	a	queda	de	um	raio;	o	nascimento	de	uma	criação;	a	morte	
de	um	familiar	etc.
Aprenda mais sobre mitologia em:
• https://www.infoescola.com/mitologia/o-que-e-mitologia/.
DICAS
Os	mitos	assumem	em	praticamente	 todos	os	povos	da	antiguidade	—	
assírios,	babilônicos,	chineses,	indianos,	persas,	egípcios	e	hebreus	—	o	importante	
papel	de	tornar	a	realidade	inteligível	ao	homem.	
O	 recurso	 às	 explicações	mitológicas,	portanto,	não	aparece	 como	uma	
opção,	mas	sim	como	uma	necessidade	de	povos	que	se	deparam	todos	os	dias	
com	acontecimentos	para	os	quais	não	encontram	outras	explicações	se	não	as	
forças	de	criaturas	com	poderes	sobrenaturais.
Esta	 criatividade	 já	 estava	 registrada	 desde	 a	 Pré-História	 (antes	 do	
surgimento	 da	 escrita)	 na	 chamada	 Arte	 Rupestre	 —	 nome	 da	 mais	 antiga	
representação	artística	da	história	do	homem.	
Os	mais	 antigos	 indícios	 dessa	 arte	 são	 datados	 no	 período	Paleolítico	
Superior	(40.000	a.C.),	e	consistiam	em	pinturas	e	desenhos	gravados	em	paredes	
e	 tetos	 das	 cavernas.	 Isso	 demonstra	 que	 o	 homem	 pré-histórico	 já	 sentia	 a	
necessidade	de	expressão	através	das	artes,	algo	inerente	ao	ser	humano.	
As	representações	feitas	nas	cavernas	eram	de	grandes	animais	selvagens,	
na	tentativa	de	tentar	reproduzir	as	caçadas	da	forma	mais	real	possível.	
TÓPICO 1 — O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA
13
FIGURA 5 - PINTURA EXISTENTE NO COMPLEXO DE CAVERNAS LASCAUX – FRANÇA
FONTE: <https://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/pinturas-de-lascaux-4/Pintu-
ras-de-Lascaux-11.jpg>. Acesso em: 22 jun. 2020.
Já	no	período	denominado	História	Antiga,	após	o	surgimento	da	escrita,	
podemos	identificar	diferentes	tipos	de	mitologias,	como	a	mitologia	grega	que	
iremos	estudar	na	próxima	seção.
4.1.1 Mitologia grega
Ao	escutarmos	a	palavra	"mitologia"	quase	automaticamente	a	associamos	
à	palavra	"grega".	De	fato,	a	mitologia	grega	ganhou	destaque	sobre	a	mitologia	
de	váriosoutros	povos	pela	própria	influência	que	a	civilização	e	o	pensamento	
grego	exerceram	sobre	o	mundo,	em	particular	sobre	o	Ocidente	(PESQUISAR	
ESCOLA,	2019).
Três	obras	podem	ser	consideradas	fontes	básicas	para	o	conhecimento	da	
mitologia	grega:	a	"Teogonia",	de	Hesíodo	(século	IX	a.C.)	e	"Ilíada"	e	"Odisseia",	
de	Homero	(Século	VIII	a.C.).	No	quadro	4,	a	seguir,	temos	algumas	informações	
dessas	obras.
O	homem	pré-histórico	usava	ossos	de	animais,	cerâmicas	e	pedras	como	
pincéis,	além	de	fabricar	suas	próprias	 tinturas	por	meio	de	folhas	de	árvores,	
sangue	de	animais	e	excrementos	humanos	(PINTO,	2018).
UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE
14
QUADRO 4 – TEOGONIA, ILÍADA E ODISSEIA
FONTE: <http://estudosliterariosculturaafinsppgl.blogspot.com/2012/10/teogonia-iliada-e- 
odisseia.html>. Acesso em: 21 nov. 2019.
Teogonia
"Teogonia",	 de	Hesíodo,	 narra	 a	 origem	dos	
deuses	 (theos,	 em	 grego,	 significa	 deus),	
no	qual	o	narrador	é	o	próprio	poeta.	É	um	
poema	mitológico	em	1022	versos	hexâmetros	
(seis	pés	métricos	iguais	por	verso).	O	poema	
se	 constitui	 da	 descrição	 da	 origem	 do	
mundo,	a	partir	dos	mitos	dos	gregos,	que	se	
desenvolve	com	geração	sucessiva	dos	deuses	
e	 na	parte	final,	 com	o	 envolvimento	destes	
com	os	homens	originando	assim	os	heróis.	
Ilíada
líada,	 assim	 como	 Odisseia	 foi	 escrita	
por	 Homero,	 poeta	 épico	 grego. Essas	
duas	 obras	 são	 decorrentes	 do	 contexto	
de	 evolução	 da	Grécia	Antiga.	 Em Ilíada	
é	 descrito	 um	 estágio	 mais	 primitivo	
da	 sociedade.	 Homero	 conta	 a	 Guerra	
de	 Troia,	 mostrando	 sua	 tomada	 pelos	
gregos.	O	poema	concentra-se	na	figura	do	
herói	“Aquiles”,	que	se	negou	a	combater	
os	 troianos	 devido	 a	 sua	 cólera	 contra	
Agamenon	 que	 lhe	 roubou	 a	 escrava	
Briseida.	
Odisseia
Odisseia	descreve	um	momento	mais	estável	
e	 pacífico	 repleto	 de	 sucessos	 legendários.	
Nessa	 obra,	 Homero	 ilustra	 o	 retorno	 do	
guerreiro	 Odisseu	 (Ulisses)	 ao	 seu	 reino	 na	
ilha	 grega	 de	 Ítaca.	 Ela	 pode	 ser	 dividida	
em	 três	 temas	 fundamentais:	 a	 viagem	 de	
Telêmaco;	as	viagens	de	Ulisses;	e	o	massacre	
dos	 pretendentes	 da	 esposa	 de	 Ulisses,	
Penélope.
FONTE: <http://twixar.me/qWFm>.
Acesso em: 21 nov. 2019.
FONTE: <http://twixar.me/nZFm>.
Acesso em: 21 nov. 2019.
FONTE: <http://twixar.me/TZFm>.
Acesso em: 21 nov. 2019.
TÓPICO 1 — O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA
15
Sugestões de filmes que apresentam contextos mitológicos:
• Troia, 2004. Direção: Wolfgang Petersen.
• Helena de Troia, 2004. Direção: John Kent Harrison.
DICAS
Além	 de	 Teogonia,	 Ilíada	 e	 Odisseia,	 temos	 outra	 importante	 obra	
da	 mitologia	 grega:	 o	Mito	 de	 Prometeu.	 Há	 várias	 versões	 sobre	 o	Mito	 de	
Prometeu,	herói	da	mitologia	grega,	nelas	ele	era	considerado	um	Titã,	que,	em	
defesa	da	humanidade,	enganou	Zeus	roubando-lhe	o	fogo	e	a	esperança.	Assim,	
Prometeu	cria	um	novo	destino	para	a	humanidade.	A	partir	do	roubo	do	fogo	
divino,	ele	permite	que	a	existência	dos	homens	seja	inteligente	e	proativa,	e	deu	o	
pensamento	aos	homens,	uma	vez	que	faziam	tudo	sem	razão,	revelando,	assim,	
como	surgiu	a	sabedoria	humana	(SANTOS,	2015).	
FIGURA 6 - PROMETEU COM O FOGO DIVINO. PINTURA DE HEINRICH FUEGER (1817)
FONTE: <http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/08/prometeu-245x350.jpg>. 
Acesso em: 17 jun. 2020.
Quer conhecer outras mitologias? Acesse:
• https://brasilescola.uol.com.br/mitologia/.
DICAS
UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE
16
4.2 SENSO COMUM
O	 senso	 comum	 é	 o	modo	 de	 pensar,	 noções	 admitidas	 no	 cotidiano,	
soma	de	 saberes	 formado	 a	 partir	 de	 hábitos,	 costumes,	 crenças	 criadas	pelos	
indivíduos.	Na	epistemologia,	o	 termo	senso	 comum	é	utilizado	para	 explicar	
as	 interpretações	 feitas	 pelos	 indivíduos	 a	 partir	 de	 experiências	 e	 vivências	
da	 realidade	 que	 os	 circundam	 sem	 provas	 científicas,	 ou	 estudos	 anteriores	
(BEZERRA,	2019).
Ele	é	transmitido	de	geração	em	geração,	sendo	considerado	como	uma	
herança	 cultural.	 Em	 termos	 gerais	 é	 um	 saber	 que	 não	 possui	 como	 base	 os	
métodos	científicos,	nos	quais	o	homem	tem	como	alicerce	ações	do	cotidiano	para	
explicar	a	realidade	em	que	vive.	Sua	principal	característica	é	a	subjetividade,	
individualidade	que	reflete	sentimentos	e	opiniões	construídos	por	um	grupo	de	
indivíduos	que	interagem	entre	si,	podendo	variar	de	pessoa	para	pessoa	e	de	
grupo	para	grupo	(BEZERRA,	2019).
O	filósofo	norte-americano,	 John	Dewey,	procura	 refletir	 sobre	o	que	é	
senso	comum	afirmando:	
[...]	visto	que	os	problemas	e	as	indagações	em	torno	do	senso	comum	
dizem	respeito	às	interações	entre	os	seres	vivos	e	o	ambiente,	com	o	
fim	de	realizar	objetos	de	uso	e	de	fruição,	os	símbolos	empregados	
são	 determinados	 pela	 cultura	 corrente	 de	 um	 grupo	 social.	 Eles	
formam	 um	 sistema,	 mas	 trata-se	 de	 um	 sistema	 de	 caráter	 mais	
prático	 que	 intelectual.	 Esse	 sistema	 é	 constituído	 por	 tradições,	
profissões,	 técnicas,	 interesses	 e	 instituições	 estabelecidas	no	grupo.	
As	 significações	 que	 o	 compõem	 são	 efeito	 da	 linguagem	 cotidiana	
comum,	 com	 a	 qual	 os	 membros	 do	 grupo	 se	 intercomunicam	
(DEWEY,	1949,	p.	170	apud	MENEGHETTI,	2007,	p.	5).
 
A	 exemplificação	 que	 ajuda	 a	 definir	 o	 senso	 comum	 são	 os	 ditados	
populares	descritos	por	Olivieri	(2010,	s.p.):
"Cada	cabeça,	uma	sentença."
	"Quem	desdenha	quer	comprar."	
"Quem	ri	por	último	ri	melhor."
	"A	pressa	é	a	inimiga	da	perfeição."
	"Se	conselho	fosse	bom,	não	era	dado	de	graça."
O senso comum é o conhecimento adquirido com base em experiências 
vividas e crenças, que, muitas vezes, não são verdadeiras.
ATENCAO
TÓPICO 1 — O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA
17
 4.3 FILOSOFIA
Philos	significa	amizade,	Sophia	sabedoria,	logo,	filosofia	é	definida	como	
amiga	 da	 sabedoria.	 Ela	 é	 um	 tipo	 de	 conhecimento	 que	 está	 em	 constante	
transformação.	 Surge	 da	 relação	 do	 homem	 com	 seu	 dia	 a	 dia,	 porém	 está	
relacionada	ao	estudo	de	problemas	relacionados	à	existência,	ao	conhecimento,	
à	verdade,	aos	valores	morais	e	à	mente	humana	(SCHMAELTER,	2018).
O	 conhecimento	 filosófico	 é	 um	 conhecimento	 que	 tem	 como	 objetivo	
a	 identificação	 e	 elaboração	 de	 problemas.	 Em	 outras	 palavras,	 ela	 utiliza	 o	
questionamento	e	o	pensamento	como	base.	
É	 um	 conhecimento	 do	 dia	 a	 dia,	 mas	 se	 preocupa	 em	 questionar	 o	
relacionamento	 do	 indivíduo	 com	 o	 meio	 em	 que	 está	 inserido,	 fornecendo	
respostas	 para	 questões	 já	 identificadas	 e	 criando	 novos	 questionamentos	
(PORTAL	EDUCAÇÃO,	2019).
A	cada	período	da	história,	Porfírio	(2019)	identificou	definições	distintas,	
mas	que	se	complementam,	cada	qual	ao	seu	modo.	Vamos	ver,	a	seguir,	algumas	
definições	de	acordo	com	Porfírio	(2019).
QUADRO 5 - DEFINIÇÕES
FONTE: Adaptado de Porfírio (2019)
Período da história Definição
Gregos	
pré-socráticos
Uma	maneira	racional	de	se	investigar	a	origem	do	universo	por	meio	
da	 formulação	 de	 teorias	 contrárias,	muitas	 vezes,	 às	 afirmações	 dos	
mitos.	Para	Sócrates,	a	filosofia	seria	um	olhar	para	dentro	de	si	e	uma	
forma	de	extrair	 as	 ideias	verdadeiras	 sobre	aquilo	que	o	próprio	 ser	
humano	desenvolveu	mediante	a	criação	das	sociedades.
Helenistas A	filosofia	era	uma	espécie	de	prática	de	vida	para	alcançar	a	plenitude	e	a	felicidade.
Medievais Estaria	submetida à teologia	e	a	sabedoria	infinita	de	Deus	teria	dado	ao	ser	humano	a	possibilidade	do	conhecimento	racional.
Modernos
Voltaram-se	 para	 a	 questão	 do	 conhecimento	 e	 da	 ciência,	 além	 da	
política	e	da	ética,	desenvolvendo	um	pensamento	que	resgatava	certas	
características	dos	gregos,	mas	as	aprimorava.
Contemporaneidade A	Filosofia	abraçou	novos	problemas,	característicos	de	nossa	época,	para	desenvolver	novos problemas e novos conceitos sobre	eles.
Platão,	 enfatiza	 que	 a	 filosofia	 possibilita	 o	 uso	 do	 saber	 a	 favor	 do	
homem,implicando	 a	 construção	 de	 um	 conhecimento	 válido	 e	 amplo	 a	 seu	
favor	(PASSEIWEB,	2010).	Assim,	Platão	(427-348	a.C.)	constrói	a	primeira	grande	
teoria	filosófica	de	que	se	 tem	notícia.	Sua	obra	mais	 famosa	é	A República,	na	
qual	 podemos	 encontrar	 discutidas	 questões	 acerca	 da	 justiça,	 da	 educação,	
da	organização	da	sociedade,	do	governo,	da	ciência,	da	verdade	e	do	método	
adequado	à	filosofia	(GOMES,	2010).
UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE
18
FIGURA 7 – ESCOLA DE ATENAS, ACADEMIA DE PLATÃO. PINTURA DE RAFAEL SANZIO (1510)
FONTE: <https://www.infoescola.com/educacao/academia-de-platao/>. Acesso em: 17 jun. 2020.
Em	sua	obra	A República,	Platão	faz	a	relação	entre	o	conhecimento	válido	e	
a	política.	De	acordo	com	Platão,	teremos	uma	sociedade	mais	justa	se	os	cidadãos	
tiverem	acesso	ao	conhecimento	por	meio	da	educação.	Tal	afirmação	está	escrita	
no	capítulo	VII	de	A República	no	qual	está	descrito	o	“Mito da Caverna”.	No	
texto	do	Mito	da	Caverna,	há	um	diálogo	realizado	entre	Sócrates	e	Glauco.	O	
texto	visa	 apresentar	 ao	 leitor	 a	 teoria	platônica	 sobre	o	 conhecimento	da,	 até	
então,	“verdade”	e	a	necessidade	de	que	o	governante	da	cidade	tenha	acesso	a	
esse	conhecimento	(PORFÍRIO,	2015).
Filmes para compreender a filosofia de Platão:
• Edward mãos de tesoura,1990. Diretor: Tim Burton.
• O dia da besta, 1995. Diretor: Alex de la Iglesia.
• O show de Truman – o show da vida, 1998. Direção: Peter Weir.
• Matrix, 1999. Direção: Lana e Lilly Wachowsky.
DICAS
Com	base	na	 importância	da	obra	de	Platão	 (Mito	da	Caverna),	 iremos	
estudá-la	na	próxima	seção.	Mas,	antes,	vamos	complementar	nosso	conhecimento	
adquirido	até	aqui,	e	analisar	o	que	alguns	filósofos	dizem	sobre	filosofia.	
TÓPICO 1 — O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA
19
O que alguns filósofos dizem sobre o que é a Filosofia
Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.):	“A	admiração	sempre	foi,	antes	como	agora,	a	
causa	pela	qual	os	homens	começaram	a	filosofar:	a	princípio,	surpreendiam-se	
com	as	dificuldades	mais	comuns;	depois,	avançando	passo	a	passo,	tentavam	
explicar	fenômenos	maiores,	como,	por	exemplo,	as	fases	da	lua,	o	curso	do	sol	
e	dos	astros	e,	finalmente,	a	formação	do	universo.	Procurar	uma	explicação	e	
admirar-se	é	reconhecer-se	ignorante”.
Epicuro (341 a.C. – 270 a.C.):	“Nunca	se	protele	o	filosofar	quando	se	é	jovem,	
nem	 o	 canse	 fazê-lo	 quando	 se	 é	 velho,	 pois	 que	 ninguém	 é	 jamais	 pouco	
maduro	nem	demasiado	maduro	para	conquistar	a	saúde	da	alma.	E	quem	diz	
que	a	hora	de	filosofar	ainda	não	chegou	ou	já	passou	assemelha-se	ao	que	diz	
que	ainda	não	chegou	ou	já	passou	a	hora	de	ser	feliz”.
Edmund Husserl (1859-1938):	“O	que	pretendo	sob	o	título	de	filosofia,	como	
fim	e	campo	de	minhas	elaborações,	sei-o	naturalmente.	E,	contudo,	não	o	sei...	
Qual	o	pensador	para	quem,	na	sua	vida	de	filósofo,	a	filosofia	deixou	de	ser	
um	enigma?”
Friedrich Nietzsche (1844-1900): “Um	filósofo:	é	um	homem	que	experimenta,	
vê,	ouve,	suspeita,	espera	e	sonha	constantemente	coisas	extraordinárias;	que	
é	atingido	pelos	próprios	pensamentos	como	se	eles	viessem	de	fora,	de	cima	
e	de	baixo,	como	por	uma	espécie	de	acontecimentos	e	de	faíscas	de	que	só	ele	
pode	ser	alvo;	que	é	talvez,	ele	próprio,	uma	trovoada	prenhe	de	relâmpagos	
novos;	um	homem	fatal,	em	torno	do	qual	sempre	tomba	e	rola	e	rebenta	e	se	
passam	coisas	inquietantes”	(Para	além	do	bem	e	do	mal,	p.	207).
Kant (1724-1804):	“Não	se	ensina	filosofia,	ensina-se	a	filosofar”.
Ludwig Wittgenstein (1889-1951):	“Qual	o	seu	objetivo	em	filosofia?	–	Mostrar	
à	mosca	a	saída	do	vidro”.
Maurice Merleau-Ponty (1908-1961):	 “A	verdadeira	filosofia	 é	 reaprender	 a	
ver	o	mundo”.
Gilles Deleuze (1925-1996) e Félix Guattari (1930-1993):	“A	filosofia	é	a	arte	de	
formar,	de	inventar,	de	fabricar	conceitos...	O	filósofo	é	o	amigo	do	conceito,	ele	
é	conceito	em	potência...	Criar	conceitos	sempre	novos	é	o	objeto	da	filosofia”.
Karl Jaspers (1883-1969): “As	perguntas	em	filosofia	são	mais	essenciais	que	as	
respostas	e	cada	resposta	transforma-se	numa	nova	pergunta”	(Introdução	ao	
pensamento	filosófico,	p.	140).
UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE
20
García Morente (1886-1942):	“Para	abordar	a	filosofia,	para	entrar	no	território	
da	filosofia,	é	absolutamente	indispensável	uma	primeira	disposição	de	ânimo.	
É	absolutamente	indispensável	que	o	aspirante	a	filósofo	sinta	a	necessidade	
de	levar	seu	estudo	com	uma	disposição	infantil.	[…]	Aquele	para	quem	tudo	
resulta	muito	natural,	para	quem	tudo	resulta	muito	fácil	de	entender,	para	
quem	tudo	resulta	muito	óbvio,	nunca	poderá	ser	filósofo”	(Fundamentos	de	
filosofia,	p.	33-34).
FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/>. Acesso em: 15 dez. 2019.
4.3.1 O Mito da Caverna 
O	Mito	 da	 Caverna,	 ou	Alegoria	 da	 Caverna,	 é	 uma	 história	 narrada	
por	Platão.	A	história	relata	um	diálogo	entre	o	personagem	principal	Sócrates	
e	 o	 interlocutor	Glauco.	 Ela	 consiste	 em	 comparações	 entre	uma	 caverna	 com	
prisioneiros	presos	desde	a	 infância,	que	nunca	conheceram	o	mundo	real,	e	a	
“verdade”	que	havia	fora	da	caverna	(PORFÍRIO,	2015).	
Em	seu	resumo,	Sócrates	fala	para	Glauco	imaginar	a	existência	de	uma	
caverna	onde	prisioneiros	vivessem	desde	a	infância,	acorrentados	na	parede.	Na	
caverna	havia	a	interação	apenas	entre	os	prisioneiros,	que	viviam	à	luz	de	uma	
fogueira,	e	à	existência	de	algumas	sombras.	Um	dia	um	prisioneiro	conseguiu	
sair	da	caverna.	Ao	sair,	ele	percebe	que	as	sombras	eram	apenas	ilusão	de	ótica,	
cópias	imperfeitas	do	que,	para	ele,	era	a	realidade	(PORFÍRIO,	2015).
FIGURA 8 – REPRESENTAÇÃO MITO DA CAVERNA
FONTE: <https://escolaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2019/12/mito-da-caverna.jpg>. 
Acesso em: 22 jun. 2020.
Quando	 sai	 da	 caverna	 ele	 tem	um	 susto	 ao	deparar-se	 com	o	mundo	
exterior.	Com	dificuldade	de	enxergar,	aos	poucos,	sua	visão	acostuma-se	com	
a	luz	e	ele	começa	a	perceber	o	mundo	que	existe	fora	da	caverna.	O	prisioneiro	
liberto,	após	conhecer	o	mundo	real,	volta	para	avisar	seus	companheiros,	quando	
sofre	ataques	e	é	julgado	como	louco,	em	que	seus	companheiros	preferem	ficar	
presos	à	caverna	do	que	conhecer	a	realidade	(PORFÍRIO,	2015).
TÓPICO 1 — O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA
21
O	antro	subterrâneo	é	o	mundo	visível.	O	fogo	que	o	ilumina	é	a	luz	
do	sol.	O	cativo	que	sobe	à	região	superior	e	a	contempla	é	a	alma	que	
se	eleva	ao	mundo	inteligível.	Ou,	antes,	já	que	o	queres	saber,	é	este,	
pelo	menos,	o	meu	modo	de	pensar,	que	só	Deus	sabe	se	é	verdadeiro.	
Quanto	a	mim,	a	coisa	é	como	passo	a	dizer-te.	Nos	extremos	limites	
do	mundo	inteligível	está	a	ideia	do	bem,	a	qual	só	com	muito	esforço	
se	pode	conhecer,	mas	que,	conhecida,	se	impõe	à	razão	como	causa	
universal	de	tudo	o	que	é	belo	e	bom,	criadora	da	luz	e	do	sol	no	mundo	
visível,	 autora	 da	 inteligência	 e	 da	 verdade	 no	 mundo	 invisível,	 e	
sobre	a	qual,	por	isso	mesmo,	cumpre	ter	os	olhos	fixos	para	agir	com	
sabedoria	nos	negócios	particulares	e	públicos	(CHAUÍ,	2005,	p.	9).	
Assim,	nessa	narrativa,	Platão	aborda	os	graus	de	conhecimento,	em	que	
há	modos	de	conhecer,	de	saber,	mais	adequado	para	se	pensar	em	um	governante	
capaz	de	fazer	política	com	sabedoria	e	justiça	(PORFÍRIO,	2015).	Mas,	e	nos	dias	
atuais?	Ainda	vivemos	em	cavernas	sem	enxergar	a	realidade?
O MITO DA CAVERNA NOS DIAS ATUAIS
A	atualidade	deste	texto	de	Platão,	escrito	há	mais	de	2.500,	pode	ser	
comprovada	através	do	filme	Matrix	de	1999.	No	filme,	o	personagem	Neo	
Anderson,	um	hacker	de	computador	que,	por	meio	de	invasões	pela	internet,	
descobre	a	existência	de	um	estranho	programa	na	rede,	a	Matrix.	Após	suas	
descobertas,	Neo	é	procurado	por	um	grupo	de	pessoas	que	se	dizem	hackers	e	
afirmam	saber	de	uma	verdade	que	a	maioria	não	sabe,	deixando	a	critério	do	
protagonista:	optar	por	conhecer	a	verdade	e	mudar	sua	vida	para	sempre	ou	
continuar	sendo	enganado	pela	Matrix	e	esquecer	todas	as	suas	descobertas.FONTE: <https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/conteudo/images/escolha-pilula-vermelha-
-em-matrix-se-assemelha-ao-movimento-saida-caverna-ou-seja-libertacao-5b488467d8467.jpg>. 
Acesso em: 17 jun. 2020.
Neo	Anderson	decide	então	conhecer	a	verdade.
Realizando	uma	comparação,	Neo	Anderson	é	a	figura	do	escravo	que	
consegue	se	libertar	da	caverna.	Esse	escravo	liberto	da	caverna	representa	o	
filósofo.	O	filósofo	é	quem	consegue	se	livrar	da	prisão	que	mantém	os	homens	
escravos	da	percepção,	dos	sentidos,	e	que	por	eles	são	enganados.	
UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE
22
Libertar-se	da	caverna	significa,	em	uma	linguagem	platônica,	acessar	
o	 famoso	mundo	 das	 ideias,	 que	 seria	 um	 lugar	 onde	 os	 homens	 estariam	
livres	dos	enganos,	mantendo-se	em	contato,	por	meio	do	pensamento,	com	as	
essências	puras	das	coisas	do	mundo.
Para	Platão,	o	conhecimento	verdadeiro	advém	das	ideias	puras	e	do	
intelecto.	 Todo	 conhecimento	 advindo	das	 sensações	 do	 corpo	 é	 enganoso.	
Neo,	assim	como	o	escravo	liberto,	descobre	haver	uma	realidade	totalmente	
diferente	 daquela	 em	que	 acreditamos.	No	filme,	 o	 responsável	 pelo	 nosso	
engano	é	o	software	Matrix.	
FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/mito-caverna-matrix.htm>. Acesso em: 4 
jan. 2020.
A professora Marilene Chauí, do departamento de Filosofia da USP, escreveu 
um excelente texto didático explorando as relações do filme Matrix com o diálogo de Platão. 
Este texto está publicado no início do livro Convite à Filosofia (CHAUÍ, Marilena. Convite à 
filosofia. São Paulo: Ática, 1995).
DICAS
4.3.2 Conceitos de Platão e Aristóteles para a 
construção do conhecimento
Após	 a	 morte	 de	 Platão,	 seu	 discípulo	 Aristóteles	 continuou	 o	
desenvolvimento	do	pensamento	filosófico	através	da	Lógica.	Aristóteles	 (384-
322	a.C.)	foi	aluno	de	Platão	na	Academia.	Apesar	de	ter	passado	quase	20	anos	
próximo	 ao	 mestre,	 sentiu-se	 à	 vontade	 para	 criticá-lo	 em	 muitos	 pontos	 de	
sua	doutrina,	 iniciando	uma	nova	tradição.	O	principal	ponto	de	discordância,	
a	partir	do	qual	 todos	os	outros	passaram	a	 surgir,	 é	 em	relação	à	postulação	
do	mundo	das	 ideias.	 Segundo	Aristóteles,	 não	 existe	 tal	mundo	 separado	do	
mundo	material.	As	ideias	inatas,	que	seriam	as	únicas	verdadeiras,	são	também	
combatidas,	e	Aristóteles	afirma	a	experiência	como	base	da	formação	de	nossas	
ideias	(LOBO,	2013).
TÓPICO 1 — O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA
23
FIGURA 9 – PLATÃO E ARISTÓTELES – PINTURA DE RAFAEL
FONTE: <https://i.em.com.br/HbkC82RceglnU-Dn09wOE7eIzbw=/675x0/smart/imgsapp.em.
com.br/app/noticia_127983242361/2016/08/12/793593/20160812171928660506o.jpg>. 
Acesso em: 22 jun. 2020.
	 A	 preocupação	 de	Aristóteles	 estava	 em	 como	 obter	 o	 conhecimento	
válido	a	partir	da	experiência	(empirismo)	da	realidade.	A	importância	de	Platão	
e	Aristóteles	para	o	desenvolvimento	do	conhecimento	na	sociedade	ocidental	é	
inquestionável.	Por	exemplo,	na	tradição	filosófica	iniciada	por	Platão	e	Aristóteles,	
introduziu-se	o	conceito	substância	entendido	como	o	gênero	supremo	de	todas	
as	coisas	(LOBO,	2013).
	 No	 século	 III	 d.C.,	 o	 filósofo	 neoplatônico	 Porfírio	 (233-305	 d.C.)	
apresentou	seu	próprio	modelo	explicativo.	Nele	é	detalhada	uma	classificação	
sobre	as	substâncias,	ficando	tal	modelo	conhecido	como	a	Árvore de Porfírio. 
Fica	 conhecida	por	 esse	nome	devido	 sua	 estrutura	 se	 assemelhar	 a	 forma	de	
árvore	 onde	 tudo	 o	 que	 existe	 é	 concebido	 de	 maneira	 gradual,	 ou	 seja,	 da	
substância	mais	geral	para	a	mais	particular	(CONCEITOS,	2019).
Esse	 modelo	 irá	 servir	 como	 método	 de	 classificação	 para	 as	 ciências	
naturais,	na	forma	que	chamamos	hoje	de	Mapas Mentais.
UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE
24
FIGURA 10 – ÁRVORE DE PORFÍRIO
FONTE: Adaptado de Conceitos (2019)
Depois	de	Aristóteles,	teremos	a	expansão	da	filosofia	grega	para	todo	o	
mundo	antigo	graças	às	conquistas	de	Alexandre	Magno.	Este	período	histórico	é	
denominado	de	Helenismo.	Com	a	conquista	da	Grécia	pelo	exército	de	Filipe,	e	o	
posterior	domínio	de	seu	filho,	Alexandre,	a	antiga	unidade	política	das	cidades-
estados	deixou	de	existir	(LOBO,	2013).	
A	autonomia,	que	antes	caracterizava	a	vida	de	cada	uma	das	comunidades	
políticas	cedeu	espaço	para	o	império	de	Alexandre.	O	efeito	disso	foi	o	surgimento	
de	várias	escolas	que	tentaram	teorizar	a	vida	dos	homens	a	partir	dessa	nova	
realidade.	
Na	sequência,	teremos	o	surgimento	do	Império	Romano	que	irá	absorver	
a	filosofia	grega	e	incorporar	ao	que	chamamos	de	filosofia	latina.
TÓPICO 1 — O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA
25
Algumas sugestões de filmes e séries interessantes sobre esse período:
• Filmes: Gladiador, 2000. Direção de Ridley Scott; e Alexandre, 2005. Direção de Oliver Stone.
• Série: ROMA, 2005 – 2 temporadas.
DICAS
O	 pensamento	 filosófico	 greco-latino	 perdurou	 até	 o	 fim	 do	 Império	
Romano	em	476	d.C.,	com	o	surgimento	de	uma	nova	forma	de	conhecimento:	a	
Teologia. 
4.4 TEOLOGIA
O	nascimento	de	Jesus	Cristo,	durante	o	Império	Romano,	aponta	o	início	
de	uma	 transformação	 social,	 política,	 religiosa	 e	 epistemológica	na	 sociedade	
ocidental.	A	mensagem	cristã,	transmitida	pelos	seus	discípulos,	após	sua	morte,	
e	espalhada	pelo	mundo	greco-latino,	traz	novidades	na	forma	de	compreensão	
do	mundo	e	da	vida	em	sociedade:	
Vida após a morte, a ideia do perdão, a adesão a não violência, a ideia de igualdade – 
“todos somos filhos de Deus”.
Todas	 essas	 ideias	 produziram	 uma	 revolução	 dentro	 do	 Império	
Romano.	No	entanto,	do	ponto	de	vista	da	epistemologia,	os	pensadores	cristãos	
enfrentaram	 um	 outro	 problema	 fundamental:	 os	 filósofos	 já	 tinham	provado	
que	um	conhecimento	somente	baseado	em	crenças	não	era	válido.	Dessa	forma,	
os	pensadores	cristãos	tiveram	que	desenvolver	uma	nova	forma	de	pensar	que	
pode	validar	a	fé	cristã:	a	Teologia.	Com	isso	temos	um	novo	período	histórico,	a	
Idade	Média,	que	será	marcada	pelo	poder	da	Igreja	com	um	conhecimento	que	
tem	como	ideia	central	“Deus”	(Teocentrismo)	(CHAUÍ,	2005).
UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE
26
FIGURA 11 - A ASCENSÃO DE CRISTO – PINTURA DE JOHN SINGLETON COPLEY
FONTE: <https://images.freeart.com/comp/art-print/fan16225811/ascension.jpg?units=-
cm&pw=20.3&ph=20.3&fit=True>. Acesso em: 22 jun. 2020.
O	conhecimento	teológico	cristão	teve	como	base	a	tentativa	da	conciliação	
entre	Fé	e	Razão	–	Fides et Ratio.	Provar	as	verdades	da	fé	com	as	certezas	da	razão,	
ou	seja,	a	teologia	cristã	não	enfrentou	a	filosofia	greco-latina,	mas	sim	procurou	
trazê-la	para	o	seu	interior	(CHAUÍ,	2005).	
Os	 principais	 filósofos	 cristãos	 que	 fundamentaram	 o	 conhecimento	
teológico	são:	Santo	Agostinho	(354-430	d.C.)	e	São	Tomás	de	Aquino	(1225-1274).	
Ambos,	por	meio	da	difusão	das	obras	de	Platão	e	Aristóteles	cristianizaram	a	
filosofia	greco-latina.	A	 frase	de	 Santo	Agostinho	—	“Crer	para	 compreender,	
compreender	para	crer”	—	representa	este	período,	quanto	mais	tenho	fé,	mais	
posso	compreender	o	mundo	e	vice-versa.
O	período	histórico	da	Idade	Média,	que	abrange	desde	476	a.C.	até	1453	
d.C.	 com	 a	 queda	 de	 Constantinopla,	 representa	 também	 o	 fim	 do	 poder	 da	
Igreja.	Com	o	Renascimento,	o	Mercantilismo,	as	Grandes	Navegações,	a	Reforma	
Protestante,	e	a	expansão	do	Islamismo,	consolida-se	um	processo	de	separação	
do	que	a	Idade	Média	unira:	a	Razão	separa-se	da	Fé;	a	Natureza	e	o	Homem,	de	
Deus;	o	Estado,	da	Igreja.	
Temos	 o	 advento	 do	 Antropocentrismo	 como	 filosofia	 dominante,	 ou	
seja,	o	homem	como	centro	das	discussões	filosóficas	e	políticas	em	oposição	ao	
Teocentrismo.	Configura-se,	assim,	o	período	da	Idade	Moderna,	ou	Modernidade	
com	um	novo	tipo	de	conhecimento:	a	CIÊNCIA	MODERNA	(CHAUÍ,	2005).	
TÓPICO 1 — O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA
27
Dica de filmes: 
• Período da Reforma protestante: Lutero, 2003. Direção: Eric Till.
• Sobre a expansão do Islamismo:Cruzada, 2005. Direção: Ridley Scott.
DICAS
4.5 CIÊNCIA E TECNOLOGIA – SUAS COMPLEXIDADES
Augusto	Comte,	filósofo	francês	do	século	XIX,	fundador	de	uma	corrente	
filosófica	 chamada	 Positivismo,	 defende	 que	 a	 evolução	 da	 espécie	 humana	
se	 deu	 em	 três	 fases:	 a	mítica	 (religiosa),	 a	 filosófica	 (metafísica)	 e	 a	 científica	
(PORFÍRIO,	2012).
FIGURA 12 – FASES DA EVOLUÇÃO DA ESPÉCIE HUMANA
FONTE: Adaptado de Porfírio (2012)
Científica
Mítica Filosófica
Evolução
espécie
humana
A	fase	científica	foi	o	ápice	do	desenvolvimento	humano.	Essa	etapa	não	
só	é	considerada	superior	às	outras,	como	também	seria	a	única	válida	para	se	
chegar	à	verdade.	Segundo	os	positivistas,	a	ciência	é	o	único	conhecimento	válido	
para	compreender	o	sujeito,	a	natureza	e	a	sociedade.	Em	suma,	só	a	ciência	pode	
nos	ajudar	a	entender	a	nossa	realidade.	
Mas,	então,	o	que	seria	o	conhecimento	científico?	
UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE
28
A	palavra	 scire	 significa,	 em	 latim,	 saber	 [...].	O	conceito	de	 scientia,	
portanto,	 apenas	 podia	 ser	 atribuível	 a	 um	 determinado	 tipo	 de	
conhecimento:	 ao	 que	 possuía	 o	 saber	 correto,	 diferente	 de	 outros	
pretensos	 conhecimentos	 que	 não	 o	 possuíam,	 que	 não	 podiam	 ser	
scientia.	Como	havia	vários	conhecimentos,	um	poderia	ser	o	correto	e	
os	outros	não.	Havia	assim,	a	necessidade	de	se	descobrir	algum	meio	
ou	algum	critério	que	distinguisse	o	correto	do	não	correto,	 isto	é	a	
ciência	da	não	ciência	(KÖCHE,	1997,	p.	67).
Segundo	Chauí	 (2000,	 p.	 220),	 “a	 ciência	 é	 o	 conhecimento	que	 resulta	
de	 um	 trabalho	 racional,	 baseado	 em	 pesquisas,	 investigações	 metódicas	 e	
sistemáticas	 e	 na	 exigência	 de	 que	 as	 teorias	 sejam	 internamente	 coerentes	 e	
digam	a	verdade	sobre	a	realidade”.	
	Por	sua	vez,	para	Cupani	(2014,	p.	1):
a	“Ciência”	é,	como	muitas	palavras,	uma	expressão	ambígua,	podendo	
significar	 conforme	 os	 contextos,	 uma	 atividade	 social,	 endereçada	
à	produção	de	certo	 tipo	de	conhecimento,	ou	bem	o	conhecimento	
por	 ela	 produzido.	 “Ciência”	 designa	 também	 uma	 entidade	 que	
muda,	como	tudo	quanto	existe,	evoluindo	de	uma	maneira	específica	
decorrente	 do	 objetivo	 que	 lhe	 é	 próprio,	 porém	 não	 apenas	 dele,	
pois	 está	 sujeita	 às	 condições	 em	que	 existe	 (uma	das	 quais	 é	 hoje,	
precisamente,	a	tecnologia).	
Além	disso,	o	autor	enfatiza	que:
“Ciência”	é,	além	do	mais,	o	nome	de	uma	instituição	social	(análoga	
ao	Direito,	a	Religião,	a	Educação),	que	é	muito	prestigiada	em	nossa	
época	e	cultura,	mas	não	em	todas	(povos	e	épocas	houve	e	há	em	que	
a	sociedade	é	indiferente	à	ciência	ou	hostil	a	ela).	Por	fim,	“ciência”	
pode	 referir-se	 a	determinada	atitude	perante	 a	 realidade,	diferente	
de	outras	atitudes,	como	a	técnica,	a	religiosa	ou	a	artística	(o	cientista	
busca	conhecer,	não	modificar	a	realidade,	reverenciá-la	ou	exprimir	
as	vivências	que	ela	lhe	suscita).	Essas	diversas	acepções	de	“ciência”	
estão	obviamente	intervinculadas	(CUPANI,	2014,	p.	2).	
Se você se interessou e quer saber mais sobre Positivismo, acesse:
• https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/positivismo.
DICAS
TÓPICO 1 — O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA
29
A	 história	 da	 ciência	 está	 atrelada	 à	 tecnologia,	 portanto,	 o	 avanço	
tecnológico	marcou	e	interferiu	no	avanço	do	conhecimento	científico.	No	Quadro	
6,	a	seguir,	poderemos	evidenciar	a	evolução	do	conhecimento	até	chegarmos	à	
Idade	Moderna,	em	que	a	ciência	e	tecnologia	se	tornam	as	únicas	bases	para	a	
construção	do	conhecimento.
QUADRO 6 - PERÍODOS HISTÓRICOS DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
PERÍODOS 
HISTÓRICOS
IDADE ANTIGA 
(SÉCULO V a.C. – IV 
d.C.)
IDADE MÉDIA 
(SÉCULO V d.C. – XVI 
d.C.)
IDADE MODERNA 
(SÉCULO XVI d.C. – XX 
d.C.)
Ideia	Básica	
(razão	última)
PHYSIS	(razão	da	
natureza).
Agir	é	contemplação.
Valem	princípios.
DEUS	(razão	de	Deus).
Agir	é	contemplação.
Valem	princípios.
HOMEM	(razão	do	
homem).
Natureza	a	dominar.
Agir	é	fabricação.
Prevalecem	resultados.
Ser	humano Servo	da	natureza.Livre	e	escravo.
Servo	de	Deus.
Igualdade	entre	si	e	
irmãos	da	natureza.
Senhor	de	si	(eu	sou),	da	
natureza	e	de	Deus.
Livres	e	iguais	pela	
razão.
Verdade
Adequação	do	sujeito	
ao	objeto.	
Objetivismo.
Adequação	do	sujeito	
ao	objeto.
	Objetivismo.
Construção	(Kant)	
ou	representação.	
Subjetivismo.
Saber	mais	
importante
Mito	e	Filosofia.	
Contemplação	da	
natureza	–	Ócio.
Teologia.	Contemplação	
de	Deus	–	Fé.
Ciência	e	tecnologia.
Produção	humana.
Fruto	do	trabalho.
Trabalho Atividade	de	escravos	(negativo).
Castigo	devido	ao	
pecado	(negativo).
Ação	autocriadora,	
homem	–	senhor	de	si	e	
da	natureza	(positivo).
Política	e	ética Atividade	natural	–	só	na	Pólis	se	realiza	a	ética.
Cidade	dos	homens,	
separação	entre	política	
e	moral.
Política	=	mal.
Atividade	artificial,	mal	
necessário	(e	passageiro).
Separação	entre	ética	e	
política.
História
Fisiológica.
Eterno	retorno	do	
mesmo.
Teológica.
Início	e	fim	em/com	
Deus.
Antropológica.
Início	com	homem.
Progresso	(processo).
FONTE: Asmann (2008, p. 53)
Conforme	 evidenciado	 no	Quadro	 6,	 na	 Idade	Moderna,	 o	 saber	mais	
importante	torna-se	a	Ciência	e	Tecnologia,	frutos	do	trabalho	e	produção	humana.	
Com	o	desenvolvimento	científico	e	tecnológico	ocorre	a	Revolução	Industrial	e	
o	homem	deixa	de	depender	dos	caprichos	da	natureza.	Antes,	a	produção	rural	
dependia	das	estações	do	ano,	das	tempestades,	suas	estiagens,	seu	tempo	cíclico.	
Com	a	indústria,	ao	contrário,	o	homem	introduz	uma	jornada	linear	de	produção,	
em	processo	executado	pelos	trabalhadores	e	completado	com	o	produto	vendido	
aos	consumidores.		Neste	período,	que	marca	a	transição	da	Idade	Média	para	a	
UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE
30
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CHAMADA
Idade	Moderna,	há	uma	migração	da	área	rural	para	a	área	urbana,	impondo	o	
crescimento	das	cidades.	Na	Modernidade,	o	trabalhador	rural	transforma-se	em	
trabalhador	 urbano,	 com	um	novo	processo	 de	 socialização	 do	 trabalho	 dado	
pelo	desenvolvimento	industrial	(CUNHA,	2005).
O	 trabalhador	 recebe	 não	 mais	 na	 forma	 de	 produtos	 de	 sobrevivência,	
mas	na	forma	de	salário.	Ampliam-se	as	opções	de	trabalho	e	a	liberdade	de	ação	
do	indivíduo.	Assim,	com	a	Revolução	Industrial	e	o	surgimento	da	burguesia,	e,	
posteriormente,	 amparado	 nos	 ideais	 da	 Revolução	 Francesa	 que,	 entre	 outros,	
pressupunham	a	liberdade	individual	e	inclusive	o	direito	à	propriedade,	consolida-
se	o	sistema	capitalista,	o	qual	dissolve	os	laços	que	prendiam	os	trabalhadores	aos	
limites	previamente	definidos	pela	ordem	feudal	(CUNHA,	2005).
31
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 Os	termos	“dados,	informação	e	conhecimento”,	muitas	vezes,	são	utilizados	
erroneamente	como	sinônimos.	
•	 O	estudo	do	termo	conhecimento	além	de	complexo,	desencadeia	uma	nova	
área	de	estudos:	a	Epistemologia	ou	Teoria	do	Conhecimento.	
•	 A	 Teoria	 do	 Conhecimento	 aborda	 os	 diversos	 tipos	 do	 conhecimento,	
decorrentes	da	evolução	humana,	sendo	eles:	mitologia,	senso	comum,	filosofia,	
teologia,	ciência	e	tecnologia	e	que	esses	tipos	de	conhecimento	visam	explicar	
o	mundo	a	nossa	volta,	e	desvendar	alguns	segredos.	
•	 Os	 tipos	 de	 conhecimentos	 surgiram	 da	 necessidade	 de	 explicar	 o	mundo,	
por	meio	de	fantasias	e	crenças	sem	bases	racionais,	dando	origem	assim,	aos	
mitos.	
•	 A	mitologia	grega	e	suas	principais	obras	(Teogonia,	Ilíada	e	Odisseia),	onde	
cada	uma	conta	a	história	e	cultura	de	seu	povo.
•	 O	senso	comum	é	considerado	a	 soma	dos	saberes	do	cotidiano,	 formado	a	
partir	de	hábitos,	costumes,	crenças,	preconceitos	e	tradições.	
•	 A	 filosofia	 surge	 da	 relação	 do	 homem	 com	 seu	 dia-a-dia,	 mas	 que	 usa	 o	
questionamento	e	o	pensamento	como	base.	É	um	conhecimentodo	dia	a	dia,	
que	se	preocupa	em	questionar	o	relacionamento	do	indivíduo	com	o	meio	em	
que	está	inserido.
•	 Na	teologia,	a	partir	da	Igreja,	surgiu	uma	nova	percepção	de	mundo	visando	
conciliar	 a	 Fé	 e	 Razão.	Nessa	 categoria	 enfatiza-se	 que	Deus	 é	 o	 centro	 do	
mundo.	
•	 No	decorrer	das	categorias	do	conhecimento,	nós	podemos	compreender	as	
mudanças	culturais,	influenciadas	pelas	formas	de	entender	o	mundo	a	nossa	
volta.
RESUMO DO TÓPICO 1
32
1	 O	 conhecimento	 é	uma	 relação	 (interação)	 entre	o	 sujeito	 e	o	objeto.	Ele	
é	 um	 conjunto	 de	 informações	 adquirida	 por	 meio	 da	 experiência	 em	
vivência.	 Mas,	 para	 interpretação	 da	 informação	 é	 necessário	 em	 um	
primeiro	momento	converter	dados	em	informação,	para	que,	assim,	possa	
gerar	um	novo	conhecimento.	Com	base	na	importância	dos	termos:	dados,	
informação	 e	 conhecimento,	 selecione	 as	 características	 a	 seguir	de	 cada	
variável.	Para	isso,	informe	com	a	letra	D,	para	dados,	I	para	Informação	e	
C	para	conhecimento.
(			)	Facilmente	obtido	por	máquinas.
(			)	De	difícil	estruturação.
(			)	De	difícil	captura	em	máquinas.
(			)	Frequentemente	quantificado.
(			)	Exige	consenso	em	relação	ao	significado.
(			)	Exige	necessariamente	a	mediação	humana.
(			)	Frequentemente	tácito.
(			)	Exige	necessariamente	a	mediação	humana.
(			)	De	difícil	transferência.
2	 A	Epistemologia,	ou	Teoria	do	Conhecimento,	investiga	ao	longo	da	história	
humana	 os	 diversos	 tipos	 de	 “conhecimentos”	 utilizados	 para	 explicar,	
entender	e	compreender	o	mundo	a	sua	volta	e,	também,	a	sua	relação	com	
a	natureza.	Cada	conhecimento	representa	uma	forma	de	compreender	o	
mundo	e	tem	uma	ideia	básica	central.	Com	base	nisso	relacione	as	colunas:
3	 Assista	ao	filme	Matrix,	e	verifique	a	relação	do	filme	com	o	Mito	da	Caverna	
de	Platão.	Em	seguida,	reflita	sobre	essa	metáfora	e	sua	relação	com	os	dias	
atuais.
AUTOATIVIDADE
MODOS DE COMPREENDER 
O MUNDO IDEIA BÁSICA
(1)	Mitologia.
(2)	Senso	comum.
(3)	Filosofia.
(4)	Teologia.
(5)	Ciência	e	Tecnologia.
(			)	Natureza	e	Pólis	(comunidade).
(			)	Natureza	e	cultura.
(			)	Deus.
(			)	Homem.
(			)	Natureza.
33
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
DINÂMICAS DO PENSAMENTO: COMO A MENTE FUNCIONA
1 INTRODUÇÃO
Estudamos,	no	Tópico	1,	o	desenvolvimento	do	conhecimento	humano	ao	
longo	da	sua	história,	com	seus	vários	tipos	até	chegarmos	aos	dias	atuais,	marcados	
pelo	exponencial	avanço	do	conhecimento	científico	com	alto	grau	de	sofisticação	
tecnológica.	 Este	 avanço	 da	 ciência	 e	 da	 tecnologia	 permitiu	 o	 surgimento	 de	
novas	áreas	na	fronteira	do	conhecimento,	tais	como	a	neurociência,	a	psicologia	
e	a	inteligência	artificial,	que	desta	forma,	nos	possibilitaram	adentrar	ao	cérebro	
humano	para	compreendermos	o	seu	funcionamento,	assunto	que	nos	interessa	
para	o	tema	de	nossa	disciplina	de	Criatividade	e	Inovação.
2 RACIONALISMO VERSUS EMPIRISMO
De	 acordo	 com	 Descartes	 (1596-1650),	 no	 início	 da	 Idade	 Moderna,	 o	
conhecimento	humano	teve	origem	na	própria	mente,	através	de	 ideias	 inatas.	
Esta	corrente	de	pensamento	é	denominada	de	Racionalista,	Idealista	ou	Inatista.	
Seguindo	 Platão	 (428/27-347	 a.C.)	 e	 Santo	 Agostinho	 (354-430),	 Descartes	
acreditava	 na	 doutrina	 das	 ideias	 inatas,	 ou	 inatismo,	 a	 qual	 sustenta	 que	 o	
homem	nasce	com	determinadas	crenças	verdadeiras,	ou	seja,	o	conhecimento	
nasce	na	mente	humana	—	é	inato	—	através	da	razão	e	das	ideias.	
A	 famosa	 frase	de	Descartes	—	“Penso, logo existo”	—	marca	o	 início	
da	modernidade,	o	período	em	que	o	ser	humano,	dotado	da	sua	racionalidade,	
pode	 determinar	 a	 sua	 própria	 existência	 e	 dominar	 a	 natureza	 para	 a	 sua	
sobrevivência.	A	modernidade	 é	marcada,	 então,	 pelo	Antropocentrismo	—	o	
homem	é	o	centro	do	conhecimento	—	iluminado	pelas	luzes	da	razão	humana	
—	Iluminismo	(SALATIEL,	2012).
34
UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE
O iluminismo tornou-se intenso na Europa, ainda mais na França e atingiu o 
seu apogeu no século XVIII, sendo chamado de Século das Luzes. Essas ideias trouxeram 
seguidores e foram as principais motivações para o surgimento da Revolução Francesa, 
cujo lema era liberdade, igualdade e fraternidade. 
FONTE: <http://idade-moderna.info/iluminismo.html>. Acesso em: 22 jun. 2020.
NOTA
De	forma	contrária,	na	mesma	época,	empiristas,	como	John	Locke	(1632-
1704),	 consideravam	 que	 o	 conhecimento	 humano	 surge	 da	 experiência,	 dos	
sentidos,	e	que	a	mente	humana	é	vazia.	Somente	após	termos	a	experiência	dos	
sentidos	é	que	a	nossa	mente	é	preenchida	com	o	conhecimento	do	que	nos	cerca.	
John	Locke	pregou	a	 teoria	da	 tábula rasa,	 cuja	mente	humana	era	como	uma	
folha	em	branco,	que	se	preenchia	apenas	com	a	experiência.	
Locke detalhou a tese da tábula rasa em seu livro Ensaio Acerca do 
Entendimento Humano, de 1690. Para ele, todas as pessoas nascem sem conhecimento 
algum, comparando a mente a uma "folha em branco". O conhecer, é aprendido por meio 
da experiência. 
FONTE: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/john-locke-e-o-empirismo-britanico 
-todo-conhecimento-provem-da-experiencia.htm>. Acesso em: 22 jun. 2020.
ATENCAO
Essa	 teoria	 é	 uma	 crítica	 à	 doutrina	 das	 ideias	 inatas,	 segundo	 a	
qual	 princípios	 e	 noções	 são	 inerentes	 ao	 conhecimento	 humano	 e	 existem	
independentemente	da	experiência.	Basicamente	é	isso	que	o	empirismo	sustenta:	
contrapondo-se	 ao	 racionalismo,	 que	 privilegia	 a	 razão	 como	 fonte	 segura	 do	
conhecimento,	esta	escola	enfatiza	o	papel	da	experiência.	
Junto	com	Locke,	fazem	parte	do	empirismo	britânico	os	filósofos	George	
Berkeley	(1685-1753),	David	Hume	(1711-1776)	e	John	Stuart	Mill	(1806-1873).
Contrariando	o	inatismo,	Locke	(1978)	afirma	que,	ao	nascermos,	somos	
como	uma	folha	em	branco	—	"tábula	rasa",	diziam	os	empiristas	—	que	é	escrita	
na	medida	em	que	vivemos	e	temos	experiência	de	mundo	(LOCKE,	1978,	p.	1-2):	
TÓPICO 2 — DINÂMICAS DO PENSAMENTO: COMO A MENTE FUNCIONA
35
Suponhamos,	 pois,	 que	 a	 mente	 é,	 como	 dissemos,	 um	 papel	 em	
branco,	desprovida	de	todos	os	caracteres,	sem	quaisquer	ideias;	como	
ela	é	suprida?	De	onde	lhe	provém	este	vasto	estoque,	que	a	ativa	e	
que	a	 ilimitada	 fantasia	do	homem	pintou	nela	com	uma	variedade	
quase	 infinita?	De	 onde	 apreende	 todos	 os	materiais	 da	 razão	 e	do	
conhecimento?	 A	 isso	 respondo,	 numa	 palavra,	 da	 experiência.	
Todo	 o	 nosso	 conhecimento	 está	 nela	 fundado,	 e	 dela	 deriva	
fundamentalmente	o	próprio	conhecimento.	
FIGURA 13 – FILÓSOFOS EMPIRISTAS DO SÉCULO XVII E XVIII
FONTE: <https://www.profwilliam.com/2018/07/empiristas-dos-seculos-xvii-e-xviii.html>. 
Acesso em: 24 jun. 2020.
Na	continuação	da	modernidade,	o	filósofo	Immanuel	Kant	(1724-1804)	
realizou	uma	síntese	entre	o	racionalismo	e	o	empirismo.	Kant	afirmou	que	a	nossa	
mente	precisa	tanto	da	razão	quanto	da	experiência.	Em	Kant,	há	duas	principais	
fontes	de	conhecimento	no	sujeito:	a	sensibilidade,	por	meio	da	qual	os	objetos	
são	dados	na	intuição	(empirismo)	e	o	entendimento	(racionalismo),	por	meio	do	
qual	os	objetos	são	pensados	nos	conceitos.	“Pensamentos	(razão)	sem	conteúdo	
são	vazios;	intuições	(experiência)	sem	conceitos	são	cegas”	(CAIMI,	1974,	p.	177).	
“Todo	nosso	conhecimento	nasce	no	sentido,	passa	pelo	entendimento	e	termina	
na	razão”	(PIZZINGA,	2020,	s.p.).
	 	 	 	 	 	A	partir	do	pensamento	de	Kant,	a	ciência	avançou	para	explicar	o	
funcionamento	da	mente	para	a	construção	do	conhecimento.	Teremos,	a	seguir,	
o	surgimento	de	uma	nova	área	da	ciência:	A	PSICOLOGIA.
Leia mais sobre racionalismo e empirismo em:
• http://www.acervofilosofico.com/racionalismo-x-empirismo
DICAS
36
UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE
3 A PSICOLOGIA
A	palavra	“psicologia”	vem	do	grego	antigo	psyque,	que	significa	“mente”,	
e logos,	 que	 significa	 “conhecimento	 ou	 estudo”.	 Psiquê	 ou	 psique	 (em	 grego	
antigo:	Ψυχή,	transl.:	Psychē),	na	mitologia	grega,	é	uma	divindade	que

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