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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIVRO TEXTO 
TECNOLOGIA DA 
INFORMAÇÃO E 
COMUNICAÇÃO 
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
 
2 
 
Sumário 
1. DO MOLDE UM PARA TODOS PARA O UM PARA UM ............................................................................. 3 
1.1 EVOLUÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS NA ÁREA DE COMUNICAÇÃO .................................................. 4 
2. A UNIVERSALIDADE DA LINGUAGEM DIGITAL ......................................................................................... 9 
3. DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÃO VIA MEIOS DIFUSORES DE MASSA................................................. 14 
4. O DIGITAL EM TODOS OS LUGARES. ...................................................................................................... 18 
4.1 BRASIL ATINGE A CASA DOS MILHÕES NO COMÉRCIO ELETRÔNICO .............................................. 22 
5. FAÇA DO LIMÃO UMA LIMONADA ......................................................................................................... 26 
5.1 O QUE VOCÊ PODE CONSEGUIR COM AS MÍDIAS SOCIAIS? ............................................................ 27 
5.2 MARKETING VIRAL: SEGMENTAÇÃO, METAS E POSICIONAMENTO COMPETITIVO NO AMBIENTE 
WEB 31 
6. IMPACTO DA INTERNET NOS PROGRAMAS DE MARKETING E A ADMINISTRAÇÃO DO ESFORÇO DE 
MARKETING ONLINE ....................................................................................................................................... 36 
6.1 COMPARANDO COM O MODELO DO PROCESSO DE MARKETING TRADICIONAL ........................... 38 
6.2 MODELO DE PROCESSO DE MARKETING ......................................................................................... 39 
6.3 MÍDIAS SOCIAIS, CRISE E SEUS DESDOBRAMENTOS NEGATIVOS ................................................... 41 
7. NEOCONSUMIDOR OU CONSUMIDOR 2.0 ............................................................................................. 50 
7.1 RELACIONAMENTO E DIÁLOGO ....................................................................................................... 53 
8. COMUNICADOR 3.0 ................................................................................................................................ 57 
8.1 BIG DATA E GESTÃO DE MÍDIAS DIGITAIS ....................................................................................... 61 
9. PLANEJAMENTO E GESTÃO DA COMUNICAÇÃO PARA AS MÍDIAS SOCIAIS ......................................... 69 
9.1 TEM ALGUÉM AÍ? ............................................................................................................................ 70 
9.2 RECURSOS DE MARKETING ELETRÔNICO: ESTRATÉGICOS OU TÁTICOS? ....................................... 74 
10. O PLANEJAMENTO DE COMUNICAÇÃO PARA MÍDIAS SOCIAIS ........................................................ 78 
10.1 A GESTÃO DE RELACIONAMENTO NO AMBIENTE DIGITAL ............................................................. 82 
 
 
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
 
3 
 
TEMA 01 
PARTE 01 
1. DO MOLDE UM PARA TODOS PARA O UM PARA UM 
Passamos de um mundo, inegavelmente, em que as interações eram concebidas como sendo 
sempre lineares – aquelas em que as causas pequenas geravam consequências pequenas e as causas 
grandes geravam consequências grandes – para o mundo de interações não lineares, as quais se 
caracterizam basicamente pelo fato de não ser possível prever o resultado de um fenômeno apenas 
tendo como base a causa a qual este é submetido. Nesse mesmo mundo, a produção humana tem 
sido aumentada por meio da potência aprimorada da cognição, desencadeando a fusão de 
tecnologias e a interação entre os domínios físicos, digitais e biológicos. Essa causa ou essa 
potencialização desencadeia interações comunicacionais por meio de encadeamentos, 
multiplicidades, singularidades, incertezas, desordem e hipertextualidade. Por que meio? O 
ciberespaço. 
Consequências disso: a sociedade, o conhecimento e o consumo se reinventaram. Os tempos 
são outros, e a comunicação tornou-se um dos elementos mais influentes e necessários para a 
conquista da emancipação individual, das lutas pelas liberdades e do vivenciar da democracia de 
massa, ao lado da tecnologia. Há que se considerar que a palavra de ordem do século XXI é 
conectividade. E, com ela, Orkut, Facebook, Linkedin, Twitter, Instagram, WhatsApp tornaram-se 
diários íntimos da Web, ancorados via escrita. 
Enfim, se considerarmos que vivemos os efeitos da explosão da terceira bomba do século 
XX, como Albert Einstein nos anunciou na década de 50, “a bomba das telecomunicações”, é válida 
a observação de que a tecnologia penetrou em quase todos os negócios, exceto, talvez, na 
barbearia, fato esse que tem permitido aos profissionais de marketing identificar consumidores 
potenciais específicos e apresentar produtos singulares para o consumo, por meio de mercados 
específicos, utilizando o que Reedy e Schullo (2007) definem como o narrowcasting (contrário de 
divulgação em massa ou broadcasting) e as mensagens online. Há que se considerar, nesse 
fenômeno, conforme bem define Castells (2012), que os movimentos online são, além de 
autorreflexivos, virais, ou seja, discutem qualquer coisa, e qualquer mensagem que tenha 
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
 
4 
 
receptividade torna-se exponencial. Basta dominar as fórmulas para se chegar a essa 
exponencialidade. 
1.1 EVOLUÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS NA ÁREA DE COMUNICAÇÃO 
Ao longo de nossa história, as revoluções têm ocorrido no momento em que novas 
tecnologias e novas formas de perceber o mundo irrompem uma alteração profunda nos sistemas 
econômicos e nas estruturas sociais. A primeira grande alteração acentuada em nossa forma de 
viver, aliás, ocorreu há cerca de 10 mil anos, quando da transição do forrageamento (a busca por 
alimentos) para a agricultura, estabelecida graças à domesticação dos animais. A revolução agrícola 
combinou a força dos animais e a dos seres humanos em benefício da produção, do transporte e da 
comunicação. Pouco a pouco, a produção de alimentos melhorou, estimulando o crescimento da 
população e possibilitando assentamentos humanos cada vez maiores. Esse fato acabou por 
desencadear a urbanização e o surgimento das cidades. 
#REFLITA# 
O mundo ficou grande ou pequeno na WEB? 
A revolução agrícola, por sua vez, foi seguida por uma série de revoluções industriais 
iniciadas ainda em meados do século 18. A marca dessas transformações: a transição da força bruta 
(muscular) para a energia mecânica, a qual evolui até a atual quarta revolução industrial, momento 
em que a produção humana é potencialidade por meio do aprimoramento cognitivo. 
Mas o que torna a quarta revolução industrial diferente das anteriores? Em primeiro lugar, 
ela não diz respeito apenas a sistemas e máquinas inteligentes e conectadas. Seu escopo é bem 
mais amplo. Isso porque, ondas de descoberta têm ocorrido simultaneamente em áreas que vão 
desde o sequenciamento genético até a nanotecnologia, das energias renováveis à computação 
quântica. Em outras palavras, assistimos à fusão de tecnologias e a interação entre os domínios 
físicos, digitais e biológicos. 
Nesse sentido, evidente fica que a sociedade mundial explora, hoje, progressivamente, um 
terceiro estado: o estado “móvel”. Essa nova condição multiplica os contatos, contribui para o 
reencontro e para a reconexão da humanidade consigo mesma. Assim, o planeta explorado no 
paleolítico e conquistado no neolítico é posto em relação nos tempos modernos. Por conseguinte, 
o crescimento demográfico não leva mais à separação e ao afastamento como outrora, no tempo 
dos caçadores-coletores, mas, ao contrário, conduz à intensificação dos contatos em escala 
planetária (LÉVY, 1998). 
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
 
5 
 
Um computador e uma conexão telefônicadão acesso a quase todas as informações do 
mundo, imediatamente ou recorrendo à rede de pessoas capazes de remeter a informação 
desejada. Essa presença virtual do todo em qualquer ponto encontra, talvez, o seu paralelo 
físico no fato de que um edifício qualquer de uma cidade grande contém elementos 
materiais vindos de todas as partes do mundo, concentrando conhecimentos, 
competências, processo de cooperação, uma inteligência coletiva acumulada ao longo dos 
séculos, com a participação, de alguma maneira, dos mais diversos povos (LÉVY, 1998, p. 
40). 
Assiste-se a um momento em que a ascensão dos modos de comunicação descentralizados 
e incontroláveis pelo poder político (telefone, microcomputadores, I-pads, tablets, impressoras, 
smartphones, televisão por satélite etc.) reduziu consideravelmente a influência desse poder sobre 
a sociedade. Lévy (1998, p. 41) lembra que “nos bons tempos de Stalin, todo detentor de uma 
máquina de escrever devia declarar-se à polícia, e os compradores de papel carbono eram objeto 
de vigilância feroz”. Isso justifica por que as pessoas conectadas à internet, na China, são objeto de 
inquietude paranoica do poder. Até mesmo as equipes de Gorbatchev reconheceram o 
desenvolvimento das interconexões – internas ou com o exterior, como uma condição sine qua non 
do progresso técnico, econômico e social: abertura, transparência, glasnot. Logo, essa interconexão, 
base concreta dos processos de inteligência coletiva que engendram a prosperidade econômica e 
social na sociedade contemporânea, choca-se frontalmente com o sistema burocrático. 
Chega-se, então, ao epicentro do movimento de interconexão: o ciberespaço, que vive 
acelerado aperfeiçoamento e exponencial crescimento. No tocante ao crescimento, o ciberespaço 
diz respeito tanto ao número de computadores e dos servidores conectados quanto à diversidade 
qualitativa e à quantidade dos grupos humanos e das informações acessíveis. 
No que tange às relações de poder, o ciberespaço quebra o antigo paradigma estabelecido 
(o poder hierárquico, burocrático, territorial), estabelecendo a cooperação, de modo que o domínio 
emana da confiabilidade e do reconhecimento recíprocos reinantes em um contexto social. 
Há ainda que se destacar o fato de o ciberespaço encarnar um original dispositivo de 
comunicação, que bem o distingue das outras formas de comunicação de suporte técnico – 
enquanto a imprensa, a edição, o rádio e a televisão funcionam segundo um esquema em estrela, 
ou “um para todos”, em que um centro emissor envia mensagens na direção de receptores passivos 
e, sobretudo, isolados uns dos outros, o ciberespaço permite reciprocidade e interação. Ou seja, 
enquanto os dispositivos de mídia anteriores ao ciberespaço criam comunidades, “público”, afinal, 
um grande número de pessoas recebe as mesmas mensagens e as partilha, em consequência, 
pactua um contexto, o ciberespaço apresenta a arquitetura do “todos para todos”, um esquema de 
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
 
6 
 
rede, o qual não cria público, pois a partilha de um contexto em grande escala é muito difícil, mas 
permite que o contexto seja imposto pelos centros emissores. 
O ciberespaço abriga milhares de grupos de discussão (ou newsgroups). O conjunto desses 
fóruns eletrônicos constitui a paisagem movediça das competências e das paixões, permitindo assim 
atingir outras pessoas, não com base no nome, no endereço geográfico ou na filiação institucional, 
mas segundo um mapa semântico ou subjetivo dos centros de interesse. Na verdade, o 
endereçamento por centro de interesse e a comunicação “todos-todos” são condições favoráveis 
ao desenvolvimento de processos de inteligência coletiva. 
Há que se considerar que até agora o espaço público de comunicação era controlado por 
intermediários institucionais que preenchiam uma função de filtragem e de difusão entre os autores 
e os consumidores de informação. O ciberespaço provoca essa “desintermediação”, cujas 
implicações políticas e culturais não são findas de avaliação. 
Tal fato levanta imediatamente questões relativas à pertinência e à garantia de 
autenticidade das informações. Deplora-se, por vezes, que, qualquer um podendo publicar o que 
bem entender, não há mais, no ciberespaço, garantia quanto à qualidade da informação. Para 
responder esse argumento, deve-se observar, em princípio, que, na Internet, a quase totalidade dos 
documentos é “assinada”, podendo-se, geralmente, identificar com facilidade o grupo de imprensa, 
a universidade ou a empresa que coloca uma informação à disposição do público. E mais, em uma 
boa lógica comunicacional, quanto mais há concentração ou monopólio dos meios de informação, 
mais há risco que se estabeleça uma verdade oficial “às ordens”. 
Vale retomar ainda o tema da pertinência. Se colocado em cena um indivíduo isolado, 
perdido no imenso banco de dados desordenado da internet, incapaz de encontrar o que procura, 
então se terá a sensação de que a crescente abundância das informações e a ausência de 
organização global, assim como de triagem prévia, são antes um inconveniente do que um 
progresso. Se, em contrapartida, esse internauta já tiver identificado os sites Web mais pertinentes 
a ele, se informado a respeito de documentos que poderiam interessá-lo por amigos e 
correspondentes da publicação sobre a Web, conectado a diversas conferências eletrônicas, fóruns 
ou chats nos quais são debatidos os seus centros favoritos de interesse, capaz de utilizar as 
diferentes técnicas de pesquisa disponíveis, então parece evidente que a utilização é muito melhor 
“depois” do que “antes” do aparecimento do ciberespaço. 
 
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
 
7 
 
A essência da cibercultura está talvez nessa passagem entre seleções, hierarquias e sínteses 
por toda parte diferentes e em constante mutação conforme as pessoas, os grupos e as 
circunstâncias. A universalidade não passa mais pela uniformidade da mensagem, do 
sentido ou do contexto, mas pela interconexão planetária entre uma multiplicidade 
flutuante de mensagens, de sentidos, de micro contextos e pelo potencial de contato entre 
os seres humanos que as produzem. A isso chamei, no meu relatório para o Conselho 
Europeu sobre a Cibercultura, universal sem totalidade (LÉVY, 1998, p. 46). 
Vale observar que o imenso hiperdocumento planetário da Web integrará progressivamente 
a totalidade das obras desse espírito. Se a isso acrescer-se o correio eletrônico e os grupos de 
discussão, a interconexão mundial dos computadores toma sentido sob os olhos do globo: ela 
materializa (de forma parcial, mas significativa) o contexto vivo, mutante, em inflação contínua da 
comunicação humana; vale dizer, da cultura, da produção do conhecimento e do E-commerce. 
Observa-se esse processo quase embriogênico: a aparição de um hiperdocumento produzido 
e lido virtualmente por todos, a emergência de um metatexto que contém potencialmente todas as 
mensagens e as entrelaça. Esse objeto muito estranho que aparece no horizonte antropológico 
manifesta a mensagem plural e não totalizável que a humanidade envia para si mesma, o banho 
semântico que ela secreta e que a alimenta. Uma mensagem, uma obra, não passa de uma interface 
entre seres humanos, um modo objetivo de pôr subjetividades em relação. Ora, o ciberespaço 
opera, pela primeira vez, na escala da espécie e, em um modo imanente, uma mediação potencial 
entre o conjunto das subjetividades. Nas palavras de Gilberto Gil, "antes mundo era pequeno 
porque Terra era grande. Hoje mundo é muito grande porque Terra é pequena. Do tamanho da 
antena parabolicamará. Ê, volta do mundo, camará. Ê, ê, mundo dá volta, camará". 
É preciso considerar que o ciberespaço é oceânico e sem forma, fato que contrasta à ânsia 
redutora e parcial de representação formal de coletivos humanos ao longo de nossa história 
(religiões, Estado, mídia), a ponto de perspectivar a intotalidade da relação dahumanidade consigo 
mesma. Em outras palavras, a totalidade dinâmica da sociedade vê-se irrepresentável estando ainda 
sendo tecida, sendo a WEB a maior prova desse fenômeno. 
 
 
 
 
 
 
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
 
8 
 
#FATOS E DADOS# 
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad C), ano 2016, 
divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra a inserção desse 
fenômeno, chamado WEB, na sociedade. 
✓ O percentual de brasileiros que possui acesso à internet é de 64,7%. Em números 
absolutos, isso equivale a pouco mais de 116 milhões de pessoas; 
✓ Dentre o público conectado, a proporção maior é de mulheres - 65,5%; 
✓ Com relação à faixa etária, os jovens entre 18 e 24 anos são maioria - 85%, enquanto 
o índice entre os cidadãos com mais de 60 anos é de apenas 25%; 
✓ Os smartphones se destacam como o principal meio de acesso à web entre os 
brasileiros: 94,6% dos internautas fazem uso do celular, seguidos de 63,7% por 
computadores, 16,4% por tablets e 11,3% por televisores; 
✓ O acesso à internet nas regiões brasileiras é o seguinte: Sudeste com maior índice, 
72,3%, seguido do Centro-Oeste com 71,8% e do Sul, com 67,9%. As regiões Norte e 
Nordeste são as únicas a apresentarem índices abaixo da média nacional, com 52,3% 
e 54,3%, respectivamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
 
9 
 
TEMA 01 
PARTE 02 
2. A UNIVERSALIDADE DA LINGUAGEM DIGITAL 
Existe alguma atividade humana que não seja afetada ou que não possa ser promovida 
através da Comunicação? Certamente, não. A história do homem constitui-se em um esforço de 
comunicação, sendo a sociedade moderna fruto de um aperfeiçoamento dos processos 
comunicativos - do grunhido à palavra, da expressão à significação. 
Na visão de Klaus Schwab (2016, p. 17-18), "a tecnologia e a digitalização irão revolucionar 
tudo, fazendo com que aquela frase tão gasta e maltratada se torne verdadeira: 'desta vez será 
diferente'". Isso porque estamos assistindo à harmonização e integração de muitas descobertas e 
disciplinas distintas. Em outras palavras, as inovações tangíveis que resultam da interdependência 
entre tecnologias distintas não são mais ficção científica. De repente a casa dos Jetsons está em 
nosso quintal. 
Hoje, por exemplo, as tecnologias de fabricação digital podem e interagem com o mundo 
biológico. Alguns designers e arquitetos já têm misturado o design computacional, por exemplo, a 
fabricação aditiva, a engenharia de materiais e a biologia sintética para criar sistemas pioneiros que 
envolvem a interação entre microorganismos, nossos corpos, os produtos que consumimos e até 
mesmo os prédios onde moramos. Ao fazê-lo, eles estão construindo (e até mesmo "cultivando") 
objetos que são continuamente mutáveis e adaptáveis (as principais características dos reinos 
animal e vegetal). 
É preciso considerar que o homem é aquilo que consegue comunicar a seus pares, na 
sociedade em que vive, sendo a comunicação um processo imperativo em uma reunião de famílias, 
na estruturação de movimentos sociais, na comunidade política. Não é absurdo, pois, parodiar o 
ditado popular “Quem cala, consente”, para “Quem cala, comunica-se”. O silêncio, portanto, está 
entre um dos mais notáveis instrumentos de comunicação humana, apenas carecendo ser lido. 
Estamos, enfim, imersos em um oceano de comunicação e não vivemos um instante fora 
dele. Por conseguinte, a sociedade urbana mundial explora, progressivamente, um terceiro estado: 
o estado “móvel”, e essa nova condição multiplica os contatos, contribui para o reencontro e a 
reconexão da humanidade consigo mesma. Tudo se torna comunicação – o outdoor, a carta de 
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
 
10 
 
amor, o whatsapp, o papai noel, o livro de orações, os blogs, os chats, o twitter, o facebook, o 
linkedin, o comício político, o terno e a gravata, o jato de luz dos faróis. É preciso apenas saber 
escolher o meio. 
O social deixa, assim, de ser para tornar-se evento, acontecimento comunicativo, único e 
assistêmico. A esfera comunicativa, nesta perspectiva, não pode ser mais pensada apenas 
como mídia, isto é, como um conjunto de meios e instrumentos de repasse de fluxos de 
informações. A comunicação deixa também de ser o elo de junção entre os atores para se 
tornar forma constituidora (LEMOS, 1998, p. 14-15). 
Assim, em meio à ascensão dos modos de comunicação descentralizados (telefone, 
microcomputadores, I-pads, tablets, impressoras, smartphones, televisão por satélite etc.), o sujeito 
e os objetos não podem ser pensados como fenômenos isolados, nem a comunicação como algo 
bem determinado; ela parte de algum lugar. Nessa perspectiva, há que se considerar que a 
linguagem virtual não representa exceção frente às demais modalidades no que tange à 
representação, ou seja, também ela é dotada de sua natureza, socializando termos peculiares a seu 
funcionamento. Segundo Costa (2003, p. 84): 
A linguagem comum é o meio de comunicação de um grupo social, o referencial para os 
usuários de um idioma, estabelecendo-se como código de comunicação de um povo. E as 
linguagens especiais são chamadas assim porque, em princípio, são usadas apenas por uma 
parte da comunidade linguística, apesar de poderem, posteriormente, serem utilizadas com 
frequência pelos demais componentes dessa comunidade. 
É trivial, portanto, na designação de um ‘algo’, de forma clara e precisa, a criação de 
expressões originais, já que não se pode desconsiderar que a língua é um conjunto de regras 
disposto a uma comunidade, estando esse código sempre vinculado a ‘uma situação comunicativa’, 
partindo a linguagem de especialidade desse sistema para apresentar códigos de um determinado 
campo específico. Sob esse prisma, estabelece-se uma relação de intersecção entre ambas: “o 
código que os unifica é a língua comum; o que os diversifica é o da língua especializada precisa. 
Ambos os códigos, pois, se encontram em relação de intersecção” (COSTA, 2003, p. 151). 
Em se tratando da linguagem virtual, nítida fica essa intersecção, já que a linguagem dos 
websites (em geral em inglês) conduz à globalização, ao passo que a linguagem em português indica 
a individualidade do conhecimento e da cultura de um povo. 
Em outras palavras, a linguagem virtual permite ao indivíduo participar e se inteirar dos 
acontecimentos universais, haja vista travar contato com uma linguagem globalizada. Tem-se, 
portanto, a unificação e disseminação de conhecimentos, considerado o fato de o homem estar 
construindo sua própria história. 
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
 
11 
 
Lévy (2000, p. 13) define muito bem o principal desdobramento da comunicação virtual: a 
descentralização da informação e do poder de comunicar. “[...] todas as mensagens se tornam 
interativas, ganham uma plasticidade e têm uma possibilidade de metamorfose imediata”. Por 
conseguinte, qualquer cidadão conectado à internet tem a possibilidade de transmitir imagens, 
sons, palavras, de construir um blog ou um site sobre qualquer tema e propagá-lo. Trata-se da era 
do hipertexto, de um texto que está constantemente em movimento, de uma informação passível 
de dobramento e desdobramento. 
Com um ou dois cliques, obedecendo por assim dizer ao dedo e o olho, ele mostra ao leitor 
uma de suas faces, depois outra, um certo detalhe ampliado, uma estrutura complexa 
esquematizada (LÉVY, 1998, p. 41). 
É inegável, portanto, que a internet caminha para um novo modelo de comunicação, tendo 
se transformado em um veículo acessível para a maior parte dos “hiperleitores”. Tal fenômeno 
justifica a transferência e a exploração de expressões dessa área para o contexto social, divulgadas 
em uma linguagem global, basta observarmos: #sucesso, #deixadisso, se sentindo muito feliz, 
curte aí, etc. Logo, as mensagens veiculadas na web são destinadas a todo tipo de público,carecendo de atenção por parte do locutor, no sentido do emprego de uma linguagem adequada, 
uma vez que “não é só quem escreve que significa; quem lê também produz sentidos”, tal qual 
afirma Orlandi (2000, p. 101). 
Nesse ponto, entra em cena o poder da persuasão, visto que toda mensagem tem, por trás 
de si, um emissor, que visa afetar outro organismo vivo, o receptor. Segundo Citelli (2000, p. 13): 
Persuadir, antes de mais nada, é sinônimo de submeter, daí sua vertente autoritária. Quem 
persuade leva o outro à aceitação de uma dada ideia. É aquele irônico conselho que está 
embutido na própria etimologia da palavra: per + suadere = aconselhar. Essa exortação 
possui um conteúdo que deseja ser verdadeiro: alguém “aconselha” outra pessoa acerca da 
procedência daquilo que está sendo enunciado. 
 
 
 
 
 
 
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
 
12 
 
#REFLITA# 
Tamanho é documento na WEB? O que as pequenas e médias organizações podem fazer 
utilizando a rede? 
Há que se considerar, no entanto, a existência de graus de persuasão, uns mais ou menos 
visíveis e outros mais ou menos mascarados, apenas potencializados pela rede, afinal, se está diante 
de uma excelente ferramenta de marketing, vendas e publicidade, não se limitando esta apenas à 
comercialização de produtos, mas também de produções textuais, imagens, as quais podem 
combinar trechos de vídeo e som, ilustrações coloridas ou mesmo signos linguísticos, que o 
interlocutor pode selecionar e percorrer com um simples toque na tela. 
Em outros termos, revela-se o poder mercadológico da web, tanto para a distribuição de 
informações como para a realização de vendas de produtos ou serviços, na medida em que é 
possível perceber que as mensagens dos sites são dotadas de poder persuasivo (umas mais, outras 
menos), que vão desde formas de apresentação, cores, ilustrações, até a linguagem utilizada pelo 
enunciador. 
Ainda nesse sentido, não é exagero afirmarmos que a tecnologia tem se feito importante ao 
longo da história das concepções linguísticas, já que a partir do que Orlandi (2001) denominou de 
"tecnologias da linguagem" ou, se preferirmos, desenvolvimento técnico da escrita, "artefatos" são 
produzidos, consoante as condições históricas e da época em que circulam. Trata-se, pois, 
metaforicamente, de entendermos uma música e sua partitura. 
O som que ouvimos tem, em cada linha, sua representação significante e material. Não 
podemos, ainda assim, negar que esse resultado que apreciamos e que em suas claves e traços 
foram representados, sofreu a influência do entorno de sua produção. Logo, todos os "artefatos" a 
que hoje temos acesso têm como condição de produção os sistemas de busca da web, bem como 
as tecnologias digitais (enciclopédias online, bibliotecas digitais, blogs, fake news, tradutores online, 
hemerotecas digitais, etc.). Tratam-se, pois, de artefatos linguísticos que circulam na sociedade da 
informação da qual fazemos parte. Na perspectiva discursiva, de acordo com Orlandi (2001, p. 47), 
"para que a língua faça sentido, é preciso que a história intervenha, pelo equívoco, pela opacidade, 
pela espessura material do significante". Bem-vindo a esse universo, ocupe seu lugar ao sol! 
 
 
 
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
 
13 
 
#FATOS E DADOS# 
Aqui apresentam-se alguns dados importantes aos quais você precisa ter acesso como 
profissional de Comunicação Digital. 
✓ Quanto ao uso de ferramentas de busca: mais de 96% das pessoas que acessam a 
internet utilizam sites de buscas, como Google, Yahoo!, Cadê, Bing, entre outros. 
✓ 48% dos internautas que buscam no Google clicam nos primeiros resultados das 
buscas. 
✓ 74% dos internautas não passam da primeira página de busca do Google. 
✓ 92% das empresas realizam ações de marketing digital. 
✓ 66% investem em links patrocinados. 
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
 
14 
 
TEMA 02 
PARTE 01 
3. DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÃO VIA MEIOS DIFUSORES DE MASSA 
No mundo contemporâneo, em decorrência das alterações ocorridas na dinâmica da 
sociedade, sobretudo com a incorporação dos meios de comunicação, especialmente a 
comunicação mediada por computadores, a noção de comunidade vem sendo ressignificada, ainda 
que classicamente todas as suas concepções destaquem as relações de proximidade de território, 
de vizinhança e o sentimento de pertencimento a um determinado grupo. 
Rheingold (2003, p. 20, tradução do autor) conceitua o termo Comunidades Virtuais como: 
[...] agregados sociais que surgem da internet quando uma quantidade de gente leva 
adiante essas discussões públicas durante um determinado tempo suficiente, com 
suficientes sentimentos humanos, para formar redes de relações pessoais no ciberespaço. 
Para o autor, os computadores, os modems e as redes de comunicação estabelecem a 
infraestrutura da comunicação mediada por computadores, devendo, portanto, o ciberespaço ser 
entendido como sendo mais que uma matriz matemática implementada pelas tecnologias 
cibernéticas que criam outras formas de comunicação e ultrapassam a territorialidade geográfica. 
Ainda, de acordo com Rheingold (2003), na rede telemática, os agregados sociais permitem 
às pessoas estabelecer diálogos públicos e privados com sincronicidade ou assincronicidade no 
ciberespaço. Para ele, o ciberespaço é como um lócus dessas comunidades, sem fronteiras 
delimitadas, vindo a se constituir em uma redefinição do espaço imaginário, no qual as pessoas 
reconfiguram suas sociabilidades. O autor adverte, contudo, que nem tudo que se faz e se comunica 
por computador em rede caracteriza, efetivamente, uma comunidade, ou seja, o simples fato de os 
usuários da internet visitarem determinados sítios ou responderem mensagens não evidencia a 
constituição de uma comunidade. 
Nos pressupostos de Castells (1999), as comunidades virtuais são organizadas em torno de 
um interesse ou finalidade, compartilhado, embora algumas vezes a própria comunicação se 
transforme em objetivo, estendendo-se como uma rede eletrônica de comunicação interativa 
autodefinida. Desse modo, podem-se diferenciar as comunidades virtuais de outros grupos de 
discussão pela qualidade dos laços de relacionamento entre os participantes. 
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
 
15 
 
#ATENÇÃO# 
O fato de acessar um grupo virtual que aborde um tema de seu interesse não o torna parte 
dessa comunidade. É preciso interação com os outros membros, buscando a troca de informações. 
Segundo Pierre Lévy (2000, p. 130), a criação de uma comunidade no ciberespaço “[...] não 
é irreal, imaginária ou ilusória, trata-se simplesmente de um coletivo mais ou menos permanente 
que se organiza por meio do novo correio eletrônico mundial”. 
Consoantes a essa ótica, para Fonseca e Couto (2003, p. 52): 
[...] diversos grupos sociais, antes com dificuldades nos contatos ou dispersos pela ausência 
de intermediação propiciada pelas tecnologias de comunicação e informação, podem 
agora, via rede, aglutinarem-se e efetivamente delimitarem um “lugar” para o encontro e 
trocas de seus interesses. Assim, as comunidades virtuais potencializam uma atualização 
dos contatos e encontros (virtuais) efetivamente. 
Para Lévy (2000), as demandas sociais são responsáveis pelo surgimento e inovação dos 
meios de comunicação, sendo o ciberespaço resultado de um movimento social, no qual a liderança 
não se preconiza em um epicentro ou indivíduo, mas sim em um segmento social, o qual introduz 
determinadas palavras de ordem, como interconexão, comunidades virtuais, inteligência coletiva, 
frutos de aspirações coerentes em um oceano informacional. 
A despeito da interconexão, para Lévy (2000), o mundo se encontra sem fronteiras, 
pressupondo o entrecruzamento das comunicações. As comunidades virtuais, por sua vez, 
representam a essência de redes e articulações no ciberespaço, porém, como toda comunidade, 
precisam de acordos tácitos para procedimentossociais e convivência, ou seja, a exemplo das 
relações presenciais, necessitam de padrões normativos para a determinação da organicidade do 
seu funcionamento. 
Assim, na visão de Fonseca e Couto (2003, p. 53): 
O desenvolvimento das comunidades virtuais pressupõe o estabelecimento de 
interconexões, sendo as redes colaborativas fenômenos dinâmicos de uma sociedade em 
busca de novas formas de expressão e organização. Logo, torna-se o ciberespaço propício 
ao desenvolvimento criativo de possibilidades, pois nele as questões sobre a realidade que 
se busca estabelecer são viáveis a partir de condições que devem ser fixadas com a 
articulação de redes de cooperação, por sua vez capazes de gerar ações e resultados sociais. 
Portanto, as proposições de um ciberespaço e a criação de comunidades virtuais são 
respostas aos limites organizacionais de uma dada realidade. 
Nesses pressupostos, torna-se evidente a presença do estabelecimento virtual na 
constituição das comunidades virtuais, que, por sua vez, se caracterizam por quatro aspectos: i) 
relação de interatividade entre os participantes; ii) vários participantes comunicadores efetivando 
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16 
 
a interatividade; iii) o espaço público para os membros da comunidade interagindo via troca de 
mensagens individuais e ou coletivas; iv) alto grau de associação fixada por um quantitativo perene 
de associados para efetivar a comunicação. 
A propósito da interatividade, Primo e Cassi (1999) estipulam que ela ocorre quando duas 
ou mais pessoas realizam, simultaneamente, um determinado trabalho, com os mesmos objetivos, 
no qual cada um espera que o outro participante acabe sua participação para depois se expressar. 
Nessa relação, cada participante propicia aos demais membros a efetiva troca. Segundo os autores, 
para que haja um sistema interativo, fazem-se necessárias três características: i) interruptabilidade, 
pela possibilidade de um membro do grupo interromper o processo e se expressar quando desejar; 
ii) granularidade, em que se atribui a menor expressão realizada pelo participante, podendo ser um 
gesto ou um murmúrio; iii) degradação graciosa, que ocorre quando não se tem a resposta imediata 
à pergunta formulada. Desse modo, é difícil ter sempre as respostas necessárias e não se deve forçar 
determinados padrões para as trocas, especialmente entre pessoas, apesar de mediadas por 
computadores. 
Fonseca e Couto (2003, p. 56) compreendem a interatividade como “a possibilidade de 
efetivas trocas entre todos os membros participantes de uma comunidade, situação em que 
interferem, criam ações e reações, bem como produzem diversas situações de associação para o 
convívio social”. 
Portanto, inegável se torna admitir que as comunidades virtuais presentes na internet 
produzem alterações nas formas de relacionamento, comunicação e conhecimento. Tal constatação 
permite inferir que a utilização da rede pelos internautas parte de um conhecimento anterior, e 
esses sujeitos buscam outras informações significativas ou então vão obter conhecimentos através 
de novas informações, que se relacionam com aspectos relevantes da estrutura de conhecimento 
de cada pessoa. 
 
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#FATOS E DADOS# 
Comunidades virtuais são agregados sociais vindos da interação web. Exemplo: a goleada do 
Brasil (2014). 
✓ No Twitter, foram 35,6 milhões de tweets, o evento esportivo polêmico. A marca 
pertencia ao Super Bowl 48 (fev. de 2014), com 25 milhões de comentários. Com 
relação à Copa, o jogo Brasil x Chile havia sido o mais twitado, com 16,3 milhões de 
publicações. 
✓ Para o @TwitterData, o feito surpreendente de 3 gols em apenas 6 min. bombardeou 
o Twitter. Foram 497.325 tweets/minuto a respeito do gol do jogador Toni Kroos, 
que ampliou o placar para 3 x 0; 508.601 do 4o. gol; 580.601 após o 5o. gol e fim do 
sonho do Hexa em casa. 
✓ No Facebook, a repercussão da goleada gerou + de 200 milhões de interações 
durante os 90 min. da partida. Ao todo, 66 milhões de pessoas estavam conectadas. 
✓ Os dados divulgados pelas redes sociais só levaram em consideração os comentários 
durante a partida. No Twitter, as publicações que utilizaram #BRA v #GER foram 
contabilizadas. Os números podem ser ainda maiores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA 02 
PARTE 02 
4. O DIGITAL EM TODOS OS LUGARES. 
Grove (1996, p. 171-172) assim definia o uso da internet em meados da década de 1990: 
[...] Esse milagre [da internet] deveu sua existência à confluência de quatro forças: a 
evolução contínua das redes interconectadas, a presença de grande número de 
computadores pessoais em redes locais que poderiam ser conectadas a uma rede maior via 
um ‘medidor universal’, a disseminação da multimídia para os computadores pessoais, e o 
método de busca de Berners-Lee. Assim como a mistura de produtos químicos com os 
ingredientes certos pode ocasionar a combustão espontânea, essa confluência causou uma 
explosão do interesse pública na internet. Mas essa explosão é uma tempestade em um 
copo d´água ou trata-se de um sinal do início de uma mudança mais duradoura? Tanto é 
assim que, enquanto este livro estava sendo escrito, chegava a hora da reunião semestral 
da Intel. Meu papel, nessas ocasiões, é descrever nosso ambiente de negócios, como eu 
vejo e chamar a atenção para quaisquer alterações significativas. Eu senti que a Internet 
fora a maior alteração no nosso ambiente no último ano. 
Os recursos e a aparência da Web cresceram tremendamente desde sua introdução, em 
1991, e adição dos recursos de multimídia, em 1993. Se retomássemos o ambiente em 1991, 
veríamos que as mensagens comportavam somente textos, os quais eram elaborados em uma 
linguagem técnica (de programação), baseados puramente em caracteres e somente em preto e 
branco. 
Com relação ao acesso, a maioria das informações era processada por meio de uma ligação 
remota a recursos eletrônicos, dirigida por comandos inflexíveis e misteriosos em menus 
incompreensíveis aos pobres mortais. Basta relembrarmos programas como o PINE (Program for 
Internet News and E-mail ou Programa para Notícias e E-Mails da Internet), que consistia em um e-
mail textual, o Veronica, resumindo-se a um mecanismo de busca textual para coletas Gopher, ou 
ainda o Archie, mecanismo de busca textual que procurava arquivos por nome em qualquer lugar 
na Internet. Ou seja, como bem definem Reedy e Schullo (2007, p. 233), “o uso da internet era 
complicado e necessitava de uma longa e frustrante curva de aprendizado por parte do leigo”. Em 
consequência, o profissional de marketing se via limitado pela escassez de parceiros de e-mail e de 
estudos de pesquisa acadêmica em diferentes partes do mundo. 
Desde a década de 90, no entanto, o número de usuários da Internet só vem aumentando. 
Se, em 1995, eram cerca de 25 milhões, hoje este número se aproxima dos 4 bilhões, segundo o 
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relatório de 2018, divulgado pelos serviços online Hootsuite e We Are Social. De acordo com as duas 
companhias, o total de pessoas conectadas à rede ultrapassa os 4 bilhões, enquanto algumas outras 
estimativas sinalizam uma população global de 7,6 bilhões de seres humanos. Em números 
absolutos, 2018 teve início com 4,021 bilhões de pessoas online (53% do planeta), um aumento de 
7% em relação a 2017. Com relação às redes sociais, 3,2 bilhões de pessoas fazem uso, ou seja, 42% 
de todo o mundo. Para se ter uma ideia, em 2009, a quantidade de usuários da internet era de 2 
bilhões. (CIRIACO, 2018, online). 
Quando o cenário é Brasil, segundo o Ibope Media, fomos 105 milhões de internautas 
tupiniquins (outubro/2013), sendo o 5º país com o maior número de conexões à Internet. 
Outro dado que ratifica essa realidade diz respeito aos 57,2 milhões de usuários que acessam 
regularmente a Internet.Desse montante, em escalas, assim está distribuída a frequência de 
acessos: 38% das pessoas acessam a web diariamente; 10%, de quatro a seis vezes por semana; 
21%, de duas a três vezes por semana; 18%, uma vez por semana. Assim, 87% dos internautas 
brasileiros entram na internet, pelo menos, uma vez por semana. 
Com relação ao tempo de acesso, em julho de 2009, o tempo foi de 48 horas e 26 minutos, 
considerando apenas a navegação em sites. O tempo sobe para 71h30m, se considerado o uso de 
aplicativos online (MSN, Emule, Torrent, Skype etc.). A última marca aferida foi de 69 horas por 
pessoa, em julho de 2011, pelo Ibope/NetRating. Ou seja, desde que essa métrica foi criada, o Brasil 
sempre obteve excelentes marcas, estando constantemente na liderança mundial. 
Sobre os locais de acesso, o principal ainda é a lan house (31%), seguido da própria casa 
(27%) e da casa de parentes ou amigos, com 25%. Segundo Alexandre Sanches Magalhães (DADOS, 
online), gerente de análise do Ibope/NetRatings, o ritmo de crescimento da internet brasileira é 
intenso, e a entrada da classe C para o clube dos internautas deve continuar a manter esse mesmo 
compasso forte de aumento no número de usuários residenciais. 
Quando o assunto é comércio eletrônico, em 2008, foram gastos R$ 8,2 bilhões em compras 
online. Em 2009, mesmo com a crise, foram gastos R$ 10,6 bilhões. 2010 fechou com R$ 14,8 
bilhões, atingindo 1/3 de todas as vendas de varejo feitas no Brasil. O último dado é de 2012, quando 
foram gastos 22,5 bilhões. Ainda assim, o percentual de compras online feito por brasileiros não 
ultrapassa 20%, tendo por motivo central essa recusa segurança (69%) e falta de confiança nos 
produtos (26%) (<https://www.sorting.com.br/panorama-do-e-commerce-no-brasil-indicadores-
estrategicos>). 
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Gráfico 1: Faturamento anual do e-commerce no Brasil (em bilhões) 
Fonte: adaptado de <https://www.sorting.com.br/panorama-do-e-commerce-no-brasil-indicadores-
estrategicos>. Acesso em 13 fev. 2019. 
 
A respeito da publicidade online, a internet se tornou o terceiro veículo de maior alcance no 
Brasil, atrás apenas do rádio e da TV. Para se ter uma ideia, segundo a pesquisa da TIC Domicílios 
(2013), do <www.cetic.br> (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da 
Informação), 87% dos internautas utilizam a rede para pesquisar produtos e serviços. Antes de 
comprar, 90% dos consumidores ouvem sugestões de pessoas conhecidas, enquanto 70% confiam 
em opiniões expressas online. 
 
https://www.sorting.com.br/panorama-do-e-commerce-no-brasil-indicadores-estrategicos
https://www.sorting.com.br/panorama-do-e-commerce-no-brasil-indicadores-estrategicos
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21 
 
#FATOS E DADOS# 
153% é o índice de crescimento, em menos de 60 dias, no ramo de sites de compras coletivas. 
Passou-se, no ínterim de 08/10/2014 a 08/12/2014, de 405 sítios para 1025. No gráfico, veja a 
representação desse excepcional resultado: 
 
 
Fonte: <https://www.sorting.com.br/panorama-do-e-commerce-no-brasil-indicadores-estrategicos >. 
 
O cenário de hoje, portanto, é de disposição de mais informações do que se poderá precisar 
ou se poderá usar. Assim uma habilidade essencial ao profissional de marketing nesse turbilhão é 
dominar como encontrar a informação “certa”, e não todas as informações. Qual o caminho? Bom 
senso e prática. Na visão de Reedy e Schullo (2007), o profissional de marketing ou publicidade 
precisa desenvolver um intelecto como o rio Mississipi – nove quilômetros de largura e três 
centímetros de profundidade. Ainda, para os autores, essa metáfora não deve ser vista como uma 
crítica, mas sim como uma observação de que tudo existe para conhecer todos os ambientes e 
fatores de mercado, sinalizando também que o profissional de comunicação digital deve lidar com 
âmbitos mais abertos e fechados. Ou seja, com o auxílio das ferramentas da Web, o comunicador 
online pode se tornar um especialista em suas áreas de interesse, da mesma forma que pode ser 
mais generalista. Esses extremos e pontos intermediários possibilitarão, certamente, uma carreira 
mais satisfatória nas indústrias de marketing, comunicação e e-commerce. 
https://www.sorting.com.br/panorama-do-e-commerce-no-brasil-indicadores-estrategicos
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22 
 
Por fim, o profissional de marketing, cujo perfil deve ser de entusiasta com grande dose de 
comprometimento, deve aprender a usar os mecanismos e as técnicas de busca, compreender a 
mídia eletrônica, entender o desenvolvimento da promoção de vendas e da propaganda eletrônica, 
ser adepto da organização e da disseminação das relações públicas eletrônicas, participar de 
Usenets que podem se aplicar a seus produtos ou consumidores e estar disposto a investir tempo 
na navegação pela Web e na leitura sobre as tendências de mercado e do setor em suas horas de 
descanso. Em essência, precisa estar predisposto a entender que de repente o mundo ficou do 
tamanho de um click. 
4.1 BRASIL ATINGE A CASA DOS MILHÕES NO COMÉRCIO ELETRÔNICO 
51,3 milhões é o índice de consumidores brasileiros que já se valeram da internet ao menos 
uma vez para adquirir um produto. Em 2013, por exemplo, 9,1 milhões de pessoas compraram 
online pela primeira vez. Esses indicadores fazem parte do balanço de e-commerce Webshoppers, 
divulgado em 12 de março de 2014. 
Com relação ao crescimento de faturamento, os dados representam 28% a mais em 
comparação ao ano passado, totalizando 28,8 bilhões de reais. Além disso, consta-se também um 
aumento de 32% nos pedidos de compras online, totalizando 88,3 milhões. 
Quanto às causas desse fenômeno, a popularização da banda larga móvel, de acordo com a 
E-bit, ganha destaque no crescimento. Já, dentre os setores mais vendidos, destacam-se “Moda & 
Acessórios”, seguida por “Cosméticos e Perfumaria/Saúde”, “Eletrodomésticos”, “Livros”, 
“Telefonia”, “Casa e Decoração”, “Eletrônicos”, “Esportes” e “Brinquedos e Games”. Para 2014, a 
expectativa de crescimento é de 20% com relação a 2013, com um faturamento estimado de 34,6 
bilhões de reais. (Fonte: adaptado de Campi (2014, online). 
#RESUMO# 
Neste tema, vimos que não se pode desconsiderar a relevância do estudo do fenômeno em 
questão: a internet conecta 2,4 bilhões de pessoas no mundo, tendo influência cada vez maior nos 
processos econômicos, políticos e culturais. As novas tecnologias de comunicação passam a ocupar 
papel-chave na reconfiguração das relações sociais contemporâneas: elas aumentam o interesse 
dos governos, empresas e de numerosos políticos em usar essas novas mídias sociais como 
propaganda ou mesmo difusão de ideias. Na rede, não há uma hierarquia, mas uma extensão 
ramificada em todos os sentidos. Assim, a economia, a política, o saber, a cultura e a identidade de 
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pessoas são alguns dos campos já atingidos que estão se modificando, adaptando antigas 
características inerentes às suas especificidades. 
Consideremos que, em questão de cliques, o dinheiro de um investidor “viaja” da América 
para a Ásia; através das redes de comunicação, diversas pessoas, em diferentes localidades, podem 
se filiar a uma Organização Não Governamental, planejando ações ambientalistas, de educação a 
distância, de pressão sobre Estados ou empresas. Como bem define Lemos (1998), a tecnologia 
deixa de ser um instrumento de racionalização e de separação, transformando-se numa ferramenta 
comunitária, tornando o sentimento de “estar junto” o verdadeiro cimento de toda a vida em 
sociedade. 
O cenário de hoje, portanto, é de disposição de mais informações do que se poderá precisar 
ou se poderá usar, cabendo ao profissional de marketing ou publicidade desenvolver um intelecto 
como o rio Mississipi – nove quilômetros de largura e três centímetros de profundidade. Ou seja,a 
Web pode ser usada para conhecer todos os ambientes e fatores de mercado, sinalizando também 
que o profissional de comunicação digital deve lidar com âmbitos mais abertos e fechados. Assim, 
com o auxílio das ferramentas da rede, o comunicador online pode se tornar um especialista em 
suas áreas de interesse, da mesma forma que pode ser mais generalista. Esses extremos e pontos 
intermediários possibilitarão, certamente, uma carreira mais satisfatória nas indústrias de 
marketing, comunicação e e-commerce, já que o mundo parece ter ficado do tamanho de um click. 
#MATERIAL COMPLEMENTAR# 
 
Título: A Rede Social, David Fincher; Ano: 2010. 
 
 
 
 
 
Sinopse: Trata-se da impressionante história de uma nova raça de rebeldes: um génio punk 
que desencadeou uma revolução e mudou a face das relações humanas na sua geração e talvez para 
sempre. Filmado de forma brutalmente emocionante e com inesperado humor, este filme relata a 
formação do Facebook e as batalhas pela sua posse, que se seguiram ao seu fenomenal sucesso. A 
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24 
 
Rede Social testemunha o nascimento de uma ideia que iria mudar a face da sociedade, mesmo 
pondo à prova a amizade dos seus criadores. 
Título: A Quarta Revolução Industrial; Ano: 2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resenha: A Quarta Revolução Industrial é diferente de tudo que a humanidade já 
experimentou. Novas tecnologias estão fundindo o mundo físico, digital e biológico de forma a criar 
grandes promessas e possíveis perigos. A velocidade, a amplitude e a profundidade desta revolução 
estão nos forçando a repensar como os países se desenvolvem, como as organizações criam valor e 
o que significa ser humano. Esta obra descreve as principais características da nova revolução 
tecnológica e destaca as oportunidades e os dilemas que ela representa. E o mais importante: o 
autor explica por que a Quarta Revolução Industrial é algo fabricado por nós mesmos e está sob 
nosso controle, e como as novas formas de colaboração e governança, acompanhadas por uma 
narrativa positiva e compartilhada, podem dar forma à nova Revolução Industrial para o benefício 
de todos. Se aceitarmos a responsabilidade coletiva para a criação de um futuro em que a inovação 
e a tecnologia servem às pessoas, elevaremos a humanidade a novos níveis de consciência moral. 
#APROFUNDANDO# 
Neste espaço, faremos uma uma reflexão acerca do que autores contemporâneos como 
Klaus Schwab, em sua obra A quarta revolução industrial (2016), denomina de megatendências 
hodiernas. 
1 - Todas as inovações e tecnologias têm uma característica em comum: aproveitam-se da 
capacidade de disseminação da digitalização e da tecnologia da informação. Prova disso: não 
existiriam robôs avançados sem a inteligência artificial, que por si só, depende em grande parte da 
capacidade de processamento. 
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
 
25 
 
2 - A estagnação da academia e a dinâmica da descoberta: inovar é um processo social 
complexo e não algo que devamos aceitar como inevitável. Grosso modo, as instituições acadêmicas 
costumam ser consideradas como um dos locais mais importantes para as ideias pioneiras. No 
entanto, evidências indicam que, atualmente nas universidades, os incentivos à carreira e as 
condições de financiamento favorecem mais as pesquisas incrementais e conservadoras que os 
programas ousados e inovadores. A tendência: colaboração investigativa público-privada voltada 
cada vez mais à construção do conhecimento e do capital humano para o benefício de todos. 
3 - A "Pedagogia da Parceria" e a universidade sem professor e sem diploma: sim, ela existe 
e está localizada no Vale do Silício. Trata-se da Universidade 42. Sua metodologia: substituição do 
sistema clássico por uma comunidade estudantil, a qual protagoniza sua própria educação. 
Ninguém, aliás, tem qualquer necessidade de apresentação de diploma acadêmico para nela entrar. 
Necessariamente, por se tratar de uma Instituição de programação de computadores e 
desenvolvimento de softwares, todos os estudantes precisam desenvolver projetos, os quais são 
corrigidos entre os próprios alunos, não havendo necessidade de decorebas ou de seguir uma 
fórmula pré-determinada. O tempo: entre 3 e 5 anos (até agora ninguém conseguiu ficar 5 anos, 
todos já foram absorvidos por grandes grupos americanos e multinacionais). 
O campus, por sua vez, fica aberto 24h por dia, disponibilizando tecnologia de ponta aos 
estudantes (2 mil novos iMacs, internet de alta velocidade e servidores de armazenamento de 
grande velocidade). Os resultados já são espantosos, tanto com relação à produção dos projetos, 
quanto ao que se refere a alta taxa de sucesso e empregabilidade dos participantes. 
 
 
 
 
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TEMA 03 
PARTE 01 
5. FAÇA DO LIMÃO UMA LIMONADA 
Que mídia você conhece que é capaz de atingir mais de 1 bilhão de pessoas, incluindo nesse 
público potenciais consumidores que uma empresa quer e precisa, a custos baixos, sem dispersão 
da atenção, possibilitando ao profissional de comunicação o uso de recursos variados, como vídeos, 
textos, fotos, desencadeando interatividade e atratividade do conteúdo publicizado? A resposta é 
relativamente simples: trata-se das “mídias sociais”. Isso porque o uso da tecnologia está 
incorporado à rotina de boa parte das pessoas, podendo, nas organizações, ser um diferencial, já 
que possibilita o compartilhamento de informações. Cabe, assim, às empresas, a exploração dessa 
ferramenta em seus processos de gestão, a partir de estratégias bem definidas. Imagine, por 
exemplo, que o Facebook permite a um profissional de marketing, dependendo dos recursos que 
ele tenha disponíveis, alcançar de 1.000 a 10.000 “curtidas” ou likes em poucos dias. 
Por outro lado, as mídias sociais demandam um cuidado mais do que especial com aquelas 
pessoas que têm o maior dom de conseguir a atenção na rede: os clientes insatisfeitos. Isso porque 
um consumidor insatisfeito hoje consegue, com relativa rapidez e eficácia, acabar com toda a 
reputação de uma organização bem-sucedida, dispondo, para tanto, de sites especializados na 
reunião dessas informações. E, como já dizia a banda Stereophonics em sua música A Thousand 
Trees, você precisa de uma árvore para fazer mil palitos de fósforo, mas com apenas 1 fósforo você 
queima mil árvores. Moral da história: mais valem R$ 500 gastos para conseguir 2.000 “curtidas” ou 
likes a mais no Facebook do que o “dinheirão” que você vai precisar gastar em gestão de crises para 
se recuperar do estrago de uma “reclamaçãozinha”. 
Por fim, funcionários, companhia e stakeholders têm, nas redes sociais, um campo fértil para 
a exposição de ideias e aprendizagem organizacional, já que, nesse universo, o que não falta é 
abertura. 
 
 
 
 
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5.1 O QUE VOCÊ PODE CONSEGUIR COM AS MÍDIAS SOCIAIS? 
Houve um momento no mercado em que tempo era dinheiro. Hoje, no entanto, dinheiro é 
tempo, já que o alcance de uma marca nas mídias sociais é o que vale mais, tendo se tornado o 
tempo irrelevante, afinal, um profissional de comunicação pode conseguir 20.000 “curtidas” ou likes 
em 1 ano, 1 mês ou 1 dia, dependendo de suas habilidades e do seu orçamento. Logo, o tempo que 
você poupa para conseguir o alcance e a visibilidade de que você precisa na web para sua marca 
transforma as “curtidas” ou likes em moeda, já que quanto mais estas ocorrem, maior, em mesma 
medida, o número de simpatizantes ou fãs de sua marca, produto ou serviço. 
Nessa empreitada, no entanto, a primeira tarefa que cabe ao profissional de marketing é 
desenvolver a consciência do conteúdo disponível na web, tornando-se ele capaz de julgar se a 
informação é adequada para sua indústria e uso de seus consumidores. Claro que há que considerar 
que boa parte dessa decisão está condicionada a quanto esseprofissional conhece e entende as 
informações que seu mercado precisa e exige. 
Além disso, o agente comunicador precisa entender e usar a rede como uma possibilidade 
concreta de inteligência de marketing, já que a web lhe permite, por exemplo, o monitoramento de 
grupos de notícias, a condição de recuperação de dados do setor, tais como, indicadores 
econômicos, históricos de vendas ou mesmo previsão de vendas, além de livre acesso a páginas de 
concorrentes, de modo a conseguir dados importantes como preço ou ainda especificações de 
produtos, sem contar a real possibilidade de interação com consumidores, por meio de resposta de 
e-mails com perguntas de consumidores potenciais. Em suma, o profissional de marketing não pode 
estar alheio ao fato de que a rede colabora com especialistas de todo o mundo no que tange ao 
acesso às últimas opiniões em informações de tendências e percepções do consumidor. 
Em se tratando de mídias sociais, embora nem todo mundo saiba, há muito mais benefícios 
proporcionados por elas do que apenas colocar “sua cara” na rede e ficar observando o que 
acontece. Passemos agora ao detalhamento de alguns desses benefícios: 
Aumento nas vendas: certamente é um dos maiores objetivos de todas as organizações, que 
pode ser, sem dúvida alguma, alcançado por meio das mídias sociais. Porém, algumas ressalvas se 
fazem necessárias. Um primeiro ponto: você não precisa direcionar o seu consumidor, por exemplo, 
do Facebook ou de qualquer outra mídia social para o seu site. As redes sociais hoje vão além do 
desenvolvimento de verdadeiros festivais de selfies, papo furado ou qualquer outro blábláblá. Você 
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pode, por exemplo, usando aplicativos de e-commerce, vender o seu produto diretamente de sua 
página no Facebook. E isso é importante por quê? 
O internauta, muitas vezes, busca agilidade. É preferível comprar um produto no Facebook, 
clicando em um botão e digitando suas informações de pagamento, a ter que clicar em um link no 
post da fanpage, ser direcionado para o site da empresa, fazer um cadastro (normalmente, para 
comprar, o cliente precisa ter um cadastro), procurar o produto lá novamente e, por fim, clicar no 
botão e digitar suas informações de pagamento. Por mais que esse “ciclo” seja o mais curto possível 
no site da empresa, poder comprar diretamente pela rede social é mais rápido ainda. Logo, você 
tem mais um canal para vender o seu produto ou serviço, e a rapidez desse canal garantirá a compra 
daqueles clientes, digamos, mais “preguiçosos” ou “ágeis”. É preciso considerar o que Reedy e 
Schullo (2007, p. 238) assinalam: 
Ao perceber que o componente do hipertexto da Web ainda está em sua gênese, os 
consumidores dão as boas-vindas ao poder e à variedade do tesouro de informações da 
Web, e os usuários adaptam suas atividades diárias para acomodar as atividades on-line. 
Para se ter uma ideia, a frequência com a qual os internautas caracterizam seu uso da Web 
é de 93%, acessando-a diariamente, e a maior categoria usa a Web de uma a quatro vezes por dia 
(36%), com 57% usando-a mais de quatro vezes por dia. Com relação aos usuários de celular no 
Brasil, 30% acessaram as redes sociais, sendo que 26% compartilharam fotos, vídeos ou textos, 25% 
acessaram e-mails e 23% baixaram aplicativos. A porcentagem é, portanto, praticamente igual a dos 
usuários de internet móvel no país (31%). Esses dados são da pesquisa TIC Domicílios 2013, realizada 
pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade de Informação (Cetic.br), 
entre setembro de 2013 e fevereiro de 2014. 
Valorização de sua marca: por meio da presença no mundo virtual, uma empresa consegue 
comunicar para seu público, sejam consumidores ou clientes em potencial, benefícios de seu 
produto, valores de sua marca ou até mesmo diferenciais de seu negócio. E, nessa empreita, a 
palavra de ordem é engajamento do consumidor com a marca, mediante o conteúdo relevante e 
promoções. É preciso considerar o fato de que, nas redes sociais, mais do que receber conteúdos, 
os consumidores querem interagir com as marcas. 
A título de informação, uma pesquisa realizada pela Hi-Mídia (2013), em parceria com a M. 
Sense, aponta que, para 65% dos internautas, a utilidade em acompanhar uma marca nas redes 
sociais está na relevância do conteúdo postado. Já 61% deles acreditam que promoções e ofertas 
também agregam valor. Logo, postar apenas publicidade sobre produtos ou serviços ou mesmo usar 
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
 
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as redes sociais como serviço de atendimento ao consumidor não torna a marca útil para o mercado 
ou mesmo para os consumidores. 
Atendimento ao cliente: naturalmente se observam novos canais de atendimento ao cliente 
nas mídias sociais. Isso porque o fato de os clientes se tornarem seguidores de uma marca ou 
companhia em mídias como o Facebook ou mesmo Twitter acabar por permitir respostas diretas a 
postagens, sejam estas de defesa da marca ou mesmo de críticas ou reclamações. 
No primeiro caso, evidente, temos uma condição salutar, afinal, a lista de amigos dele e 
mesmo da empresa participarão da satisfação para com a marca. O grande problema, no entanto, 
é quando se tem uma crítica ou reclamação. Neste caso, sugere-se respostas sóbrias, criativas, de 
modo a que a situação de descontentamento seja revertida e não se torne uma crise. É preciso 
considerar que o antigo boca a boca virou o novo clique a clique. Vamos a alguns exemplos. 
1. Passageiro reclamou da aparência das aeromoças e recebe esta incrível resposta das 
Aerolíneas Argentinas, tornando-a viral na web. Vamos ao texto: “Olá, Andres, estes 
são os requisitos para ser uma aeromoça: maior de 18 anos; mulheres precisam ter 
de 1,63 a 1,75 e os homens de 1,70 a 1,85; nacionalidade argentina; estudos 
secundários completos; licença de TCP; domínio do idioma inglês; saber nadar. Os 
preconceitos não saem para voar, os deixamos em Terra” (ROSSET, 2015, online). 
2. O atendimento do Spoleto virou motivo de chacota no canal Porta dos Fundos **no 
YouTube. A empresa usou a oportunidade para transformar o canal em publicidade 
e ainda fidelizou alguns clientes de quebra. 
É preciso considerar, segundo a pesquisa realizada pela Hi-Mídia (2013), realizada em 
parceria com a M. Sense, que 87% dos entrevistados consideram que, pior que ter um problema 
com a marca, é tentar contato por meio das redes sociais e não obter resposta. Já 76% dos 
entrevistados preferem curtir, seguir e se relacionar com marcas com as quais consigam interagir, 
como aquelas que postam perguntas com o objetivo de incentivar a participação do usuário. 
Em suma, fica claro que, em prol da valorização de suas marcas, as empresas precisam 
aprender a se comportar com o consumidor. Para Reedy e Schullo (2007, p. 238), “um dos fatores 
mais determinantes na habilidade marketing é a capacidade de prever as tendências do consumidor, 
além de ouvir as expectativas dos consumidores no nível de satisfação da compra”. 
 
 
http://www.youtube.com/watch?v=Un4r52t-cuk
http://www.youtube.com/watch?v=fGyt3sF3T7M
http://www.youtube.com/watch?v=ebe-3s4TLfQ
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1.2 #REFLITA# 
Se você precisasse criar uma fanpage de uma empresa no Facebook, como você começaria? 
Enfim, agora temos mais informações do que jamais poderemos precisar ou usar. Uma 
habilidade, portanto, que se faz essencial ao profissional de marketing é o domínio em como 
encontrar a informação certa, não todas as informações. Nesse desafio, ele deve aprender a usar os 
mecanismos e as técnicas de busca, entender o desenvolvimento da promoção de vendas e da 
propaganda eletrônica, compreender a mídia eletrônica, ser adepto da organização e da 
disseminação das relações públicas eletrônicas, participar de Usenets que podem se aplicar a seus 
produtos ou consumidores e estar totalmente disposto a investirtempo na navegação pela rede e 
na leitura de tendências de mercado e do setor em suas horas de descanso. 
Para Reedy e Schullo (2007, p. 233), “o profissional de marketing ou publicidade deve ter um 
intelecto como o rio Mississipi – nove quilômetros de largura e três centímetros de profundidade”, 
não sendo essa citação uma crítica à mente do profissional de comunicação, mas sim uma 
observação de tudo que existe para conhecer todos os ambientes e fatores do mercado e como ele 
deve lidar com âmbitos mais abertos e mais fechados. 
#FATOS E DADOS 
Uma pesquisa de relacionamento com marcas nas redes sociais da Hi-Mídia (2013), realizada 
em parceria com a M. Sense, aponta os seguintes resultados: 
✓ 40% entre os usuários do facebook curtem algum produto, marca ou empresa. Outro 
resultado interessante e ínfimo, já que curtir significa apenas afinidade com uma 
marca e não fidelidade: em média, 7 companhias são acompanhadas por internauta. 
✓ O twitter se mostra mais eficaz, já que o percentual de usuários que seguem uma 
marca, produto ou serviço é de 50%, e a maior parte com o objetivo de receber 
descontos e promoções. 
✓ O principal fator inibidor para que os internautas curtam ou sigam uma marca é o 
receio de terem excessiva quantidade de mensagens publicitárias: 52% dos usuários 
do “face” e 36% dos usuários do twitter. Sobre os benefícios da ação, no facebook, 
25% não veem qualquer benefício, enquanto outros 25% temem pela privacidade de 
suas informações de perfil. Já, no twitter, 38% dos usuários optam por obter 
informações das empresas de outras maneiras e 28% dizem não encontrar marcas 
que valham a pena ser seguidas. 
 
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5.2 MARKETING VIRAL: SEGMENTAÇÃO, METAS E POSICIONAMENTO COMPETITIVO NO 
AMBIENTE WEB 
De repente o “boca a boca” virou “clique a clique”, sendo a disseminação da informação um 
dos principais fatores para se adotar ou não uma inovação. Em números, 77% das pessoas buscam, 
em seus conhecidos, informações sobre um profissional da saúde, por exemplo, antes de ele optar; 
em se tratando de viagens e turismo, amigos e parentes figuram como as principais fontes de 
consultas sobre novos lugares para se visitar, opções de hospedagem e mesmo passagens aéreas. 
Ainda sobre as redes de contatos, Rogers (1995, p. 38) desenvolveu a teoria dos elos fracos. 
Para o autor: 
Uma pessoa tem mais chance de adquirir novas informações por meio de contatos com 
indivíduos de outras redes de contatos. Isso acontece porque os amigos próximos de uma 
pessoa raramente sabem alguma coisa que ela mesma já não saiba. Geralmente, os amigos 
íntimos de uma pessoa são amigos uns dos outros, formando uma rede fechada, que tende 
a ser extremamente ineficaz como fonte de novas informações sobre o ambiente externo. 
Muito mais útil para acessar novas informações são os conhecidos mais distantes ou elos 
fracos. Por exemplo: o site www.conquistador.com.br conduziu uma pesquisa com 200 
jovens profissionais que conseguiram emprego por intermédio de contatos pessoais. 
Apenas 22% desses contatos eram de amigos próximos ou parentes, considerados elos 
fortes, sendo o restante de conhecidos distantes ou encontros ocasionais, os chamados elos 
fracos. 
Mas o que explica a circulação tão rápida da informação na web hoje? Simples, o crescimento 
dos elos fracos, os quais, via criação de milhões de atalhos, tornam-se responsáveis pela ligação de 
diferentes redes de contatos ao redor do mundo. Isso porque há alguns anos, por exemplo, existiam 
novidades ou mesmo informações que não justificavam uma chamada telefônica para amigos 
distantes. Hodiernamente, no entanto, em poucos segundos, pode-se enviar uma imagem ou uma 
mensagem via whatsapp ou por e-mail para conhecidos espalhados em diversas localizações. 
É chegada a hora então de discutirmos o marketing viral. Segundo Sterne (2000), marketing 
viral abrange o planejamento e a execução de ações que têm como objetivo principal estimular o 
marketing boca a boca da empresa pela Internet, aproveitando-se das redes virtuais de contato. De 
acordo com Graham (1999), desenvolver uma campanha de marketing viral pode ser muito difícil. 
Mas, se for criada uma mensagem, desde um simples texto até algo que envolva a tecnologia de 
todo um site, que motive as pessoas a passarem sua comunicação adiante pela internet e que 
suporte os benefícios de sua marca, então, existem todas as chances de sucesso. 
 
 
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32 
 
#ATENÇÃO# 
O termo VIRAL é utilizado porque a forma de propagação do conhecimento da marca é 
similar à forma que uma epidemia se espalha: uma pessoa infectada transmite a doença para todos 
a sua volta, aumentando os portadores da doença de forma exponencial. 
Podemos citar um excelente exemplo de marketing viral, o qual foi inclusive premiado, tendo 
sido desenvolvido pela Procter & Gamble para o produto Scope Mouthwash, destinado à 
higienização e melhora do hálito bucal. No caso, a companhia criou uma comunicação personalizada 
a qual possibilitava aos consumidores darem “beijos virtuais” em seus amigos. Por conseguinte, ao 
mesmo tempo em que o conceito da marca Scope era reforçado ["fale tão perto quanto um beijo"], 
um mecanismo promovia a difusão do conteúdo no mundo virtual. Graças a ferramentas de 
acompanhamento da campanha, a marca, em um curto espaço de tempo, confirmou "beijos 
virtuais" circulando em todo o mundo, desencadeando o fortalecimento da marca e aumentando a 
intenção de compra do público-alvo da companhia. 
Os cartões virtuais representam outro exemplo de marketing viral interessante. Nesse caso, 
a mecânica viral é a seguinte: o site disponibiliza uma série de cartões, que podem ser gratuitamente 
enviados online por qualquer pessoa. Além de ser gratuito, o usuário do site sente-se motivado a 
enviar os cartões em função de eles representarem uma maneira prática e rápida de mostrar para 
um amigo a lembrança de uma data especial. Cada cartão enviado pelo usuário para um amigo leva 
junto o endereço do site patrocinador do cartão, marcando, então, a presença da empresa na 
mensagem. Existem algumas variações na utilização de cartões virtuais: 
Sites como <www.yahoo.com.br> permitem que o usuário personalize o texto da mensagem 
do cartão; 
✓ Sites como <www.emotioncards.com.br> registram o endereço do recebedor do 
cartão, o qual, posteriormente, é abordado com mensagens sugerindo que ele 
também envie cartões para seus amigos. Mas, apesar dessas pequenas diferenças de 
execução, a essência do processo revela-se a mesma: uma pessoa recebe um cartão 
e gosta da experiência. Depois, ela envia o mesmo cartão para outros amigos, que, 
em seguida, enviam para outros amigos e assim por diante. Cada um desses cartões 
virtuais sempre carrega a mensagem do site que desenvolveu o cartão. 
A partir dessa discussão, a pergunta que se elabora é: quais são os elementos que 
contribuem para a eficácia de uma ação virtual de marketing boca a boca? 
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Familiaridade com a marca da empresa que realiza a ação de marketing viral: a 
familiaridade com a marca da empresa atua como um inibidor do receio do usuário em replicar 
mensagens enganosas. 
Amplificadores da mensagem: faz-se necessária a conquista de uma quantidade mínima de 
indivíduos para que a mensagem se torne autossustentável e possa crescer. Isso porque a 
velocidade de propagação na rede é proporcional ao número inicial de pessoas dispostas a 
retransmitirem uma informação. Logo, ao profissional de marketing cabe a tarefa de cativar essa 
quantidade inicial de usuários potenciais amplificadores da mensagem da empresa, tendo por base 
a análise do perfil e hábitos de consumo dessas pessoas. 
 Um bom exemplo de aplicação desse conceito pode ser observado no site 
<www.arremate.com.br>, cujo enfoque inicial esteve no leilão virtual de produtos conhecidospara 
colecionadores – selos, latinhas de cerveja, adesivos etc. Isso porque a experiência desses 
consumidores indicava o comércio fora da web, tendo-se, portanto, apelo o suficiente para imediata 
participação em leilões virtuais desse público, visando à expansão das coleções. Na sequência, o site 
buscou entusiastas de inovações tecnológicas, pautado na aptidão e menor rejeição de compra 
online do público, dada a familiaridade com a web. Os resultados: mais do que interessantes, 
tornando-se os dois públicos grandes fontes de referência para os futuros usuários do 
<www.arremate.com.br>. 
Complexidade da mensagem: a velocidade de difusão de uma mensagem online é 
proporcional ao grau de sua complexidade. Logo, quanto mais simples, mais clara e mais bem 
empregados estiverem os recursos gráficos, maiores serão as possibilidades de entendimento e 
utilização dessa mensagem pelo usuário. Dessa lógica, se justifica, na mensagem virtual, a remissão 
a imagens familiares do internauta. Um bom exemplo: <www.amazon.com>. Se observada a linha 
de comunicação com o usuário, perceberemos que o site lança mão de conceitos e símbolos 
tradicionais como, por exemplo, o de “encher o carrinho de compras” ou mesmo do “check out do 
pedido”. 
Incentivos para a replicação da mensagem: ainda que se possa atrair consumidores menos 
fiéis, caso exista a descontinuidade de oferta de incentivos monetários, conforme destaca Newell 
(2000), o uso deles acelera, sem dúvida, a replicação de uma mensagem. Trata-se dos chamados 
affiliate programs, ou seja, um modelo de comissionamento cujo conceito básico é simples: se a 
recomendação ajudar o negócio da companhia, esta paga uma comissão pela indicação ao 
internauta. O site <livrariacultura.com.br>, por exemplo, remunera em 4% qualquer site que envie 
http://www.arremate.com.br/
http://www.arremate.com.br/
http://www.amazon.com/
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um comprador para seus livros, basta o sítio indicador registrar um link e um código para a 
conferência da fonte da indicação e do montante de comissões devido. 
Godin (2000) destaca também como ação viável com vistas ao sucesso de difusão, para os 
sites com programas de afiliação, a iniciativa de publicização dos nomes das pessoas que mais 
lograram êxito na indicação de compradores e se beneficiaram das comissões. A justificativa: 
transparência, de modo que todos tenham a certeza de que a proposta de comissionamento 
funciona, servindo a iniciativa até mesmo de incentivo para que vendedores compartilhem suas 
histórias de sucesso dentre suas redes de contato. 
Incorporação de elementos lúdicos e de entretenimento nas mensagens: componentes de 
diversão são extremamente importantes na viralização de uma campanha. Para Lewis e Bridger 
(2000, p. 44), “se além de ser prático e oferecer uma vantagem financeira, as empresas pudessem 
oferecer uma genuína quantidade de divertimento, então o envolvimento do consumidor e o 
sucesso dos seus produtos e serviços seriam praticamente certos”. Um bom exemplo dessa 
incorporação pode ser observado na campanha desenvolvida pela Yoydyne Entertainments, para a 
companhia de consultores tributários H&R Block. 
O início da campanha se deu com banners espalhados em sites populares da WEB com o 
texto “Clique aqui se você quiser que H&R pague seus impostos.” Caso o consumidor clicasse no 
banner, este seria convidado a deixar seu e-mail. Daí em diante a Yoyodyne usava o endereço 
eletrônico das pessoas para enviar um quiz sobre impostos, promovendo uma espécie de concurso 
com direito a prêmios. As respostas para o desafio eram encontradas no site da H&R, fato que 
estimulou os internautas a conhecerem mais sobre a companhia, possibilitando, em contrapartida, 
que esta também soubesse mais sobre seus potenciais consumidores. Os resultados: mais de 46 mil 
potenciais clientes participaram em dez semanas da ação. 
Ineditismo: uma ação de marketing viral precisa trazer uma ideia inédita na transmissão da 
mensagem. Um exemplo: o site Yahoo!, nos Estados Unidos, por ocasião do Dia dos Namorados, 
iniciou um mês antes uma ação com beldades americanas, as quais foram convidadas a produzir um 
cartão especial com “um beijo particular”. Esses cartões, por sua vez, únicos, seriam leiloados no 
site do Yahoo!, sendo a renda totalmente revertida para instituições assistenciais. 
Para se ter uma ideia, Cartões como o do cantor Elton John chegaram a atingir cifras de 7 mil 
dólares. De quebra, o Yahoo! recebeu uma série de comentários reforçando conceitos positivos, 
como a própria iniciativa a uma causa humanitária. Como cereja do bolo, então, o site disponibilizou 
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gratuitamente modelos virtuais dos “cartões com beijo” de cada um dos astros, fazendo com que 
milhões de pessoas passassem a compartilhar os cartões e essa “história” pela web. 
#Fatos E Dados# 
Participação de Brasileiros nas Redes Sociais: o país bomba nelas. Os dados são das empresas 
de análise de mercado com Score e Shareablee (set/2014). 
 
O Facebook reina sobenaro no país, sendo responsável, sozinho, por 96,7% dos acessos a 
redes sociais. Entre janeiro de 2013 e junho de 2014, o número de fãs brasileiros em páginas do 
Facebook cresceu 179%. O Twitter segue em segundo lugar, empatado com o Badoo, com 0,8% dos 
acessos. 
Algumas características que diferenciam o país do resto do mundo, segundo a pesquisa: 1) 
os índices de compartilhamento de conteúdo em redes sociais são igualmente muito mais altos do 
que a média global, que geralmente foca nas "curtidas"; 2) Os três maiores posts brasileiros do 
Facebook em 2013, por exemplo, tiveram combinados 2,5 milhões de ações de usuários (71% delas 
foram compartilhamentos). (adaptado de Pesquisa... (2014, online). 
 
 
 
 
 
 
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TEMA 03 
PARTE 02 
6. IMPACTO DA INTERNET NOS PROGRAMAS DE MARKETING E A ADMINISTRAÇÃO DO 
ESFORÇO DE MARKETING ONLINE 
Você já deve reconhecer que o marketing na internet requer abordagens para mais de uma 
situação padrão. As decisões de se acatar a internet podem ser feitas por empresas estabelecidas 
há tempos procurando novas abordagens. Outros empreendedores podem usar a internet para dar 
vida a um negócio que está começando ou a outro que já tenha alguma história, mas nenhum 
dinheiro. 
Outra possível opção é que uma empresa nacional atual veja um produto ou serviço que se 
encaixe em um mercado específico de um determinado país ou região; por exemplo, geleias 
deliciosas ou doces de qualidade podem atender ao gosto da região sul da Europa. Em cada caso, o 
profissional de marketing deve se dar conta de que é necessário um novo tipo de inteligência, a e-
informação que se ajuste ao e-marketing. Buscas de informações amplas devem incluir recursos 
online adequados. 
Antes de qualquer empresa se decidir por subir no trem da internet, é inteligente analisar os 
motivos pelos quais o comércio eletrônico é certo para a organização. A exploração da internet é 
modismo ou besteira para seu setor? A empresa possui um plano estratégico sólido e um processo 
de implementação para a sua principal ofensiva de marketing? Será que mergulhar na Web seria 
colocar o carro na frente dos bois? O início da presença na Web é meramente uma instrução do 
chefe? São muitas as perguntas que o profissional de marketing deve fazer a si mesmo antes de 
quaisquer ações de mídia eletrônica serem tomadas. Muitas organizações atacaram o meio internet 
sem estabelecer metas ou planos específicos ou sem um método de medir o desempenho. Antes 
de gastar uma grande quantidade de dinheiro e tempo, faça a si mesmo as seguintes perguntas 
sobre o marketing online: 
✓ Qual é o objetivo da empresa ao engajar-se em comunicação online? Quais são as 
metas adequadas? A empresa está procurando por lucros ou prestígio? Há seriedade 
na questão de criar uma

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