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ESTRATÉGIAS PARA O PLANEJAMENTO DIGITAL DE MARKETING ANAÍS SCHÜLER BERTONI (org.) CÍNTIA DA SILVA CARVALHO HELIO SASSEN PAZ LISIANE COHEN Editora Unisinos, 2018 Estratégias para o planejamento digital de marketing SUMÁRIO Apresentação Capítulo 1 Transmídia e convergência Capítulo 2 Conceitos básicos para a formulação de estratégias digitais Capítulo 3 As diferentes estratégias e ações digitais de marketing: marketing de conteúdo Capítulo 4 As diferentes estratégias e ações digitais de marketing: e- commerce Capítulo 5 As diferentes estratégias e ações digitais de marketing: mobile e redes sociais Capítulo 6 As diferentes estratégias e ações digitais de marketing: marketing participativo Os autores Informações técnicas Estratégias para o planejamento digital de marketing APRESENTAÇÃO Vivemos hoje em um mundo conectado que põe a informação nas palmas de nossas mãos 24 horas por dia, sete dias por semana. São tantas técnicas e tecnologias a serem dominadas, tantas leituras para entender e outras tantas ideias para colocar em prática. Por isso este livro busca discutir estratégias para o planejamento digital de marketing, visando apresentar as principais estratégias desse tipo e direcionar sua aplicação em planejamentos de marketing a fim de atingir resultados satisfatórios para sua empresa, produto, serviço ou marca. Para isso dividimos o conteúdo em diferentes unidades, as quais foram desenvolvidas por diferentes professores e pesquisadores da área com vivência de mercado para ajudá-lo a compreender e aplicar, na prática, as suas próprias estratégias digitais de marketing. No primeiro capítulo, a professora, roteirista e cineasta Ms. Lisiane Cohen discutirá os conceitos de transmídia e convergência, pontuando questões importantes para o marketing digital. No segundo e terceiro capítulos, elaborados por mim, discutirei primeiro os conceitos básicos para a formulação de estratégias digitais e, em seguida, apresentarei as estratégias digitais de marketing em si, iniciando pela estratégia de marketing de conteúdo. Em seguida, na quarta unidade, a professora Dra. Cíntia da Silva Carvalho discute as estratégias focadas em e-commerce . Na quinta unidade, discutirei as estratégias mobile e de redes sociais e enfatizarei também a estratégia onicanal. Na última unidade, elaborada pelo professor Ms. Hélio Sassen Paz, serão tratadas as estratégias sobre marketing participativo. Esperamos que você tenha um ótimo proveito dos conhecimentos que construímos para seus estudos e que os temas aqui apresentados sirvam para discussão e reflexões durante o desenvolvimento da atividade acadêmica de Estratégias de Marketing Digital. Bons estudos! Anaís Schüler Bertoni Estratégias para o planejamento digital de marketing - Lisiane Cohen CAPÍTULO 1 Transmídia e convergência – Este capítulo aborda os conceitos de convergência e narrativa transmídia como ferramentas de desenvolvimento de comunicação na era digital para captar, estruturar e proteger a atenção do consumidor. A campanha transmídia desenvolvida para o filme “Prometheus”, de Ridley Scott, é utilizada para demonstrar as muitas possibilidades de uso desses recursos para o público que vivencia a convergência dos meios, a cultura participativa e a inteligência coletiva. 1.1 O porquê e o como A história da humanidade tem sido marcada por revoluções. Segundo Vilém Flusser (2002), o homem pré-histórico vivia sem nenhuma mediação entre ele e a natureza. Tinha fome, matava um animal, comia e se saciava. Tinha sede, e era só ir até o rio. A primeira mediação, considerada pelo autor como um ato revolucionário, foi uma imagem. Os desenhos de animais feitos nas cavernas tinham uma utilização mística. Acreditava-se que, ao desenhar a caça, essa traria o sucesso necessário na conquista do alimento. A segunda revolução, segundo Flusser, foi a escrita. Para o autor, os textos explicam as imagens. E o surgimento das imagens técnicas (imagens produzidas por aparelhos), que teve início em meados do século XIX com o surgimento da fotografia, concretizou-se na terceira revolução. Dentre as revoluções na sociedade como um todo, que trouxeram mudanças profundas na política, na economia e na cultura, podemos destacar a Revolução Industrial nos séculos XVIII e XIX, que trouxe novidades nas formas de produção, nas relações de trabalho, nas relações entre os países e, também, no sistema econômico com a entrada do capitalismo. Também no século XVIII, a Revolução Francesa declarou para o mundo os princípios universais Liberdade, marinalugoch Realce marinalugoch Realce Igualdade e Fraternidade , que inspiraram diversas outras sociedades. Já no século XX, a Revolução Russa criou o primeiro país socialista do mundo, que durante muitos anos dividiu poder e os países em torno de ideologias distintas. Ainda no século XX, vivenciamos mais uma transformação na sociedade: a mudança de uma sociedade industrial para uma sociedade da informação. Então, um conceito passa a ser cunhado: a globalização. Com o desenvolvimento de novas tecnologias o mundo avançou cada vez mais para o aumento das interações das relações e negócios com a ideia de fronteira sendo redefinida. Para Canclini (2001), a globalização é um processo contraditório por integrar culturas, comunidades, sociedades, países e, ao mesmo tempo, segregar e dispersar, pois a distribuição nesse mercado globalizado é desigual. Para Martín-Barbero (1997), com o desenvolvimento das comunicações há uma transformação do sentido de lugar no mundo, pois há uma diminuição das distâncias e uma diluição das fronteiras. Na sequência desse processo, que tem na tecnologia e na comunicação seus principais pilares, podemos afirmar que vivemos um momento com características de uma nova revolução com transformações importantes na sociedade. Vivemos a era digital, que, segundo Jenkins (2009), traz a convergência dos meios de comunicação, a cultura participativa e a inteligência coletiva. 1.2 Convergência digital e a economia da atenção Nessa nova economia, se tem acesso a tudo. A comunicação entre as pessoas é fácil, o conhecimento dos públicos, equipamentos, profissionais, conteúdos e informações são muito acessíveis. Com a disseminação das novas tecnologias, os custos para a obtenção de computadores, tablets e celulares caíram, tornando-os disponíveis a grande parcela da população. A internet ao alcance de todos traz mudanças significativas na sociedade, que passa a ter acesso a todo tipo de informação. Essa informação circula hoje em tempo real. O que imprime uma velocidade e um dinamismo em tudo o que é dito ou feito como nunca antes foi possível. Há uma interação virtual que socializa indivíduos e organizações (PALMA, 2016). Esse contexto exige sensibilidade, observação, análise e, principalmente, marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce disponibilidade para ampliar a perspectiva em relação à comunicação pensada pelas empresas. Segundo Jenkins (2009, p. 29), na convergência entre os meios de comunicação, novas mídias e velhas colidem, mídia corporativa e mídia alternativa se cruzam, e é “onde o poder do produtor de mídia e o poder do consumidor interagem de maneiras imprevisíveis”. Para Jenkins (2009, p. 30), não é um processo que se limita a um movimento dentro da sociedade; ele “ocorre dentro do cérebro dos consumidores individuais e em suas interações sociais com outros”. A convergência não se dá somente pela tecnologia. Significa uma transformação cultural, pois os consumidores hoje “são incentivados a procurar novas informações e fazer conexões em meio a conteúdos de mídia dispersos” (JENKINS, 2009, p. 30). Nessa busca pelas informações, com novas ferramentas, na cultura participativa, o espectador deixa a sua antiga posição de passividade e passa a ocupar uma posição tanto de produtor como de consumidor. E o consumo passa a ser um processo coletivo. A união das nossas habilidades, conhecimentos e recursos é a base do conceito da inteligência coletiva (JENKINS, 2009). Dessa forma,mescla estilo com substância no desenvolvimento de marcas e, finalmente, complementa a conectividade máquina a máquina com o toque pessoa a pessoa para fortalecer o engajamento dos consumidores. Ele ajuda os profissionais de marketing na transição para a economia digital, que redefiniu os conceitos-chave do marketing. O marketing digital e o marketing tradicional devem coexistir no Marketing 4.0 com o objetivo máximo de conquistar a defesa da marca pelos clientes (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 71). Já concluímos que o objetivo do marketing é pensar estratégias que visem a resultados futuros e, dependendo do tipo de objetivo almejado pela empresa, os profissionais definem se as ações serão digitais ou não. O que precisamos ter em mente sempre é o percurso que o cliente faz em sua busca pela satisfação de suas necessidades. Essa trajetória será determinante para a decisão de como elaborar o seu plano. 2.3.3 Entendendo como os consumidores compram Apesar das fontes de informação serem enormes no contexto atual, quando o assunto é tomar uma decisão de compra, muitas vezes o consumidor se sente perdido pela quantidade de anúncios e pelo ritmo de vida acelerado que leva. Normalmente, pelo excesso de informação que é ofertada a ele, as decisões costumam ser pautadas a partir das opiniões de pessoas que fazem parte de seu círculo social, como familiares e amigos. Por essa razão, as empresas precisam entender que o grande sucesso de suas estratégias será saber escolher o ponto de contato certo, não uma grande quantidade deles (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 77). A psicologia da compra e venda utilizou, por anos, o modelo AIDA (atenção, interesse, desejo e ação). Após, de acordo com Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 78-79), esse modelo transformou-se nos “quatro As: assimilação, atitude, ação e ação nova”. Isso significa que, nessa reformulação, “os estágios do interesse e do desejo são simplificados em atitude e um estágio novo, ação nova, é acrescentado. O modelo modificado pretende rastrear o comportamento pós-compra do consumidor e medir a retenção de clientes”. O modelo funcionava como uma espécie de funil, refletindo o caminho pessoal que o consumidor leva. Porém, em uma era de marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce conectividade, temos mais uma reconfiguração desse percurso, que Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 80) chamam de “cinco As: assimilação, atração, arguição, ação e apologia”. Cada uma das cinco etapas é explorada na Figura 8. Figura 8 – Mapeamento do caminho do consumidor ao longo dos cinco A's. Fonte: Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 84). O desafio, portanto, está em aprender a pensar em como conduzir o cliente por meio desse percurso em uma era de Marketing 4.0. O entendimento e a exploração de todas essas fases podem ajudar o profissional de marketing a pensar as ações da forma mais efetiva possível. Contudo sempre é importante frisar que nunca se deve esquecer de medir os resultados, pois em uma época em que o digital permite a dinamicidade sempre podemos adaptar a ação caso o resultado não esteja saindo como esperado. Nas próximas unidades, vamos discutir com mais detalhes as principais estratégias utilizadas no ambiente digital. Começaremos pelo marketing de conteúdo, depois vamos explorar o e-commerce , mobile e redes sociais até o marketing participativo. Resumo: Nesta unidade, vimos as principais características das estratégias em marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce tempos de conectividade. Inicialmente, diferenciamos estratégias de ações, identificamos o novo composto de marketing e o percurso do cliente. Todas essas características enfatizam a importância de entender o contexto do Marketing 4.0 para definir as estratégias que devem fazer parte de um plano de marketing de uma empresa nos dias de hoje. REFERÊNCIAS BBC BRASIL. Entenda o escândalo de uso político de dados que derrubou valor do Facebook e o colocou na mira de autoridades. Disponível em: . Acesso em: mar. 2018. GRAY, Dave. A empresa conectada. São Paulo: Novatec, 2013. KOTLER, Philip; KARTAJAYA, Hermawan; SETIAWAN, Iwan. Marketing 4.0. Rio de Janeiro: Sextante, 2017. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Marketing essencial: conceitos, estratégias e casos. São Paulo: Pearson, 2013. MERIGO, Carlos. Mark Zuckerberg compra anúncio em jornais para pedir desculpas do caso Cambridge Analytica. Disponível em: . Acesso em: mar. 2018. PORTER, Michael. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e de concorrência. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. TURCHI, Sandra. Estratégias de marketing digital e e-commerce . São Paulo: Atlas, 2012. __________ 2. Ou FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas, Ameaças). 3. Avanço dos aplicativos no Brasil estimula startups e grandes empresas. Disponível em: . Acesso em: 26 mar. 2018. 4. Para aprofundamento das forças, sugere-se a leitura de PORTER, Michael. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e de concorrência. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 5. Sugere-se a leitura de CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede: volume 1. São Paulo: Paz e Terra, 1999. 6. Seth Godin é autor de ideias vanguardistas sobre marketing. Fundou e foi CEO de uma das primeiras empresas de marketing digital, a Yoyodine, que foi vendida para a Yahoo!, onde Seth https://goo.gl/NHXZCH https://goo.gl/1FMZ8q https://goo.gl/JA439y marinalugoch Realce passou a atuar como vice-presidente de Marketing de Permissão. Fonte: . 7. Notícia completa em: . 8. Leia mais em: . 9. Referência ao termo apresentado por Zygmunt Bauman na obra “Modernidade Líquida”. 10. Disponível em: . 11. Disponível em: . 12. Disponível em: . 13. Disponível em: . https://marketingdeconteudo.com/seth-godin/ http://www.bbc.com/portuguese/internacional-43461751 https://goo.gl/RKgJgj https://goo.gl/9YWZU6 https://goo.gl/5DkkAE https://goo.gl/iCphMx https://goo.gl/eGjeXK Estratégias para o planejamento digital de marketing - Anaís Schüler Bertoni CAPÍTULO 3 As diferentes estratégias e ações digitais de marketing: marketing de conteúdo – Nesta unidade, vamos explorar o marketing de conteúdo, conceituando-o e apresentando os fatores essenciais para utilizá-lo como estratégia digital de marketing. 3.1 O que é marketing de conteúdo? O caminho do consumidor ao longo dos cinco As, apresentados por Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017) na unidade anterior, mostra-nos uma jornada que apresenta a marca e conduz até a fidelidade. Essa lógica não é diferente do já conhecido funil de vendas que mostra os estágios em que o cliente inicia como visitante em um website e, à medida que vai encontrando informações que sejam relevantes, pode vir a se tornar um lead da marca; se a oferta for suficiente para suprir suas necessidades, vira um prospect e, se as condições forem as adequadas para que ele efetive a compra, passa então a ser um cliente. Vamos relembrar essa estrutura na Figura 9. marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce Figura 9 – Funil de vendas. Fonte: Sinnapse (2018). De acordo com Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 147), o marketing de conteúdo “é uma abordagem que envolve criar, selecionar, distribuir e ampliar conteúdo que seja interessante, relevante e útil para um público claramente definido com o objetivo de gerar conversas sobre esse conteúdo”. Esse tipo de estratégia é visto como elemento importante para o chamado Inbound Marketing. O Inbound Marketing é uma forma de divulgação baseada na ideia de criação de conteúdo de qualidade para um público específico e veiculação por ferramentas de Marketing Digital para atrair o público-alvo, construir um relacionamento quepoderá levá-lo até a experiência de venda. Ou seja, seu objetivo é ganhar o interesse das pessoas por meio da divulgação de conteúdo relevante e com isso convertê-las em clientes. É, assim, oposta ao Outbound Marketing, o marketing tradicional que utiliza propagandas diretas e vazias de conteúdo (ASSAD, 2016, p. 9). Trabalhar uma estratégia assim, no entanto, exige do profissional de marketing o entendimento de que a relevância é um ponto-chave crucial, pois hoje o público vive rodeado por informações. Por isso não aceita qualquer coisa. Conteúdo de sucesso deve ser relevante, visando transformá-lo em lead qualificado, seguindo pelas demais fases do funil e do percurso de compra. Mas “para isso as ações marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce devem estar alinhadas com três princípios: lugar, tempo e conteúdo” (ASSAD, 2016, p. 9). Vamos pensar em um exemplo prático. Imagine que seu fogão estragou e você chega à conclusão de que o melhor a fazer é comprar um novo ao invés de consertar o antigo. A primeira reação que você tem é pesquisar em websites de grandes varejistas os preços e opções que existem no mercado. Então entra em um website que contém novidades sobre eletrodomésticos e, após, passa a receber um e-mail de promoção do produto. Diante de uma situação como essa, percebemos que a chance de uma compra ser realizada é grande, pois lugar, tempo e conteúdo são apresentados a você de forma alinhada. Logo, para Assad (2016, p. 9), Todo o processo de Inbound Marketing inclui atrair o público por blogs, redes sociais, técnicas de SEO, converter utilizando calls-to-action em landing pages, preenchendo formulários, e-mail, organizar esses contatos em lead scoring, integrar com o CRM, e nutrir o relacionamento pelas redes sociais, smart calls-to-action e e-mail, apresentar seus produtos e serviços e seus diferenciais no mercado até conquistar o cliente. Mas o trabalho não para por aí; a nutrição do relacionamento continua, o foco é fidelizar e fazer com que o cliente se torne um propagador da marca no longo prazo. Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 147-148) explicam que esse tipo de estratégia “muda o papel dos profissionais de marketing, de promotores da marca para contadores de histórias” e hoje está sendo considerada “o futuro da publicidade na economia digital”. No marketing de conteúdo, essas histórias são traduzidas nos mais diversos tipos de materiais: artigos em blogs, posts e stories em redes sociais, notícias, e-books, vídeos, imagens, webinars e outros. Para Assad (2016, p. 10), para trabalhar com essa estratégia é necessário “posicionar uma marca como referência de mercado com base no que ela entende e tem de melhor: seu conteúdo e o relacionamento que ele pode gerar”. Para isso, “o Content Marketing age engajando o público-alvo por meio da criação e divulgação de materiais relevantes que atraem, envolvem e geram valor para os usuários, que passam a ter uma percepção positiva da marca”. Os autores enfatizam que o marketing de conteúdo é uma estratégia positiva tanto para empresas que têm como objetivo obter um marinalugoch Realce marinalugoch Realce resultado financeiro mais efetivo como empresas que queiram fortalecer sua imagem e podem ser utilizadas tanto por empresas com foco no consumidor final (B2C) como em negócios entre empresas (B2B). Um estudo do Content Marketing Institute e do MarketingProfs revelou que 76% das empresas que vendem diretamente para os consumidores (B2C) e 88% daquelas que vendem para outras empresas (B2B) nos Estados Unidos usaram marketing de conteúdo em 2016. As empresas B2B gastaram em média 28% de seu orçamento de marketing nessa abordagem e as empresas B2C gastaram em média 32%. Os profissionais dessa área poderiam afirmar que o conteúdo se tornou a nova propaganda e as #hashtags usadas na distribuição de conteúdo pela mídia social igualaram o papel dos slogans tradicionais (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 147- 148). Vamos então entender as características das principais ações que podem ser integradas em uma estratégia focada em marketing de conteúdo por meio do Quadro 3. Quadro 3 – Ações de marketing de conteúdo Ação Características BLOG O blog hoje é visto como ação importante para uma estratégia de marketing de conteúdo ideal. Ele pode ser hospedado em um domínio próprio e estar vinculado ao website da marca. Hoje, ele é considerado como uma porta de entrada para os consumidores, ainda mais quando bem planejado, tanto em termos de conteúdo como em termos de otimização em SEO (Search Engine Optimization). O blog é a melhor forma de conseguir tráfego, relacionamento via e-mail, marketing e mídias sociais. D ICAS: 1. Cadência nas postagens: defina a frequência adequada de postagens que devem ser postadas de acordo com seu público e a siga rigorosamente. 2. Planejamento de pautas: defina o tema central e trabalhe as pautas em torno desse tema. Uma boa dica é pensar nos problemas que uma pessoa pode marinalugoch Realce marinalugoch Realce encontrar na jornada de compra e elaborar as pautas focadas nisso, sempre com antecedência. 3. Otimização do texto para o Google: siga as práticas de SEO para ter um bom posicionamento nos buscadores. Defina as palavras-chave e técnicas de SEO on-page , como: título, URL do post, descrição, alt-text das imagens, entre outras. 4. D iversif icação da Comunicação: lembre-se que escrever para internet é diferente de escrever um livro. Parágrafos menores com blocos de textos menores enriquecidos com imagens, itálicos, listas, subtítulos e outros recursos ajudam o público na leitura. CASE PARA LEITURA: “Elas transformaram os blogs de moda num caso de sucesso”: https://goo.gl/LKHNSa CONTEÚDOS RICOS São materiais educativos que agregam valor para seus visitantes de modo que as empresas possam educar seus potenciais clientes e os preparar ao longo do tempo para, no momento certo, fazer a abordagem de venda. Para isso, é preciso divulgá-los de maneira correta e eficiente para conseguir leads e, a partir daí, iniciar um relacionamento com tais leads. Esses conteúdos podem ser ofertados por meio de landing pages (páginas voltadas para a conversão), que em troca do conteúdo solicitam algumas informações de contato dos potenciais clientes (nome, e-mail, telefone etc.). A produção desse material não precisa ser algo trabalhoso. É possível iniciar oferecendo conteúdos que a empresa já possui e utiliza, como planilhas, templates, pesquisas/análises de mercado, artigos técnicos, checklists, glossários etc. Posteriormente, é possível produzir materiais pensados especificamente para responder dúvidas e curiosidades dos seus potenciais clientes. PRINCIPAIS TIPOS DE CONTEÚDOS RICOS: https://goo.gl/LKHNSa marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce E-books: boa opção para conteúdos extensos que não cabem em um post de blog. Eles transmitem uma imagem de autoridade no assunto, passando confiabilidade para seu público-alvo, pois organizá-lo exige pesquisa e conhecimento do tema. Além disso, um e-book organiza um determinado tema em uma sequência lógica de aprendizado, o que pode ser útil para quem está estudando um assunto em particular. Além disso, esse tipo de formato tem o benefício de ter grande viralidade, já que basta divulgá-lo nas redes sociais com uma imagens e um título atrativo para que os leitores compartilhem. Um e-book é um formato barato de ser desenvolvido e na internet existem vários templates que podem auxiliar quem não domina ferramentas de design editorial. Webinars: são materiais que têm um toque mais pessoal, que aproximam mais o potencial cliente da empresa e são uma ótima oportunidade de estabelecer contato com pessoas-referência de seu mercado. Também não possuem um custo alto: você pode gravar um webinar apenas com uma câmera amadora ou celular, um microfone e um computador para editar o vídeo – é claro que, quanto melhor for a produção, melhor a imagem que você vai passarda sua empresa. Contudo, você pode oferecê-lo tanto ao vivo como gravado. Versões ao vivo têm como benefício uma maior proximidade com os interessados, já que é possível responder a perguntas na hora. Mas nada impede que depois você disponibilize esse webinar em uma versão gravada, para que ele continue gerando leads ao longo do tempo. Além disso, você ainda pode utilizar o que foi dito no webinar para criar outros formatos de conteúdo, como novos posts, e-books, infográficos etc. Ferramentas: ajudam seus prospects com problemas práticos, que muitas vezes não poderiam ser resolvidos só com a leitura de um e- book ou assistindo a um webinar. Elas têm um bom marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce potencial de geração de leads, pois, se são capazes de facilitar o trabalho do seu público-alvo, provavelmente vão gerar bastante engajamento. Ferramentas podem tanto ser parte do seu produto/serviço como algo totalmente novo. Caso sejam parte de seu produto/serviço, elas podem fazer o lead avançar no processo de compra, pois mostram uma pequena parte de como a solução completa funciona. Geralmente, criar ferramentas exige uma infraestrutura um pouco maior, pois é necessário contar com a ajuda de um profissional que entenda de programação. Em compensação, dificilmente sua ferramenta será copiada, já que é mais complicado reproduzir esse tipo de conteúdo do que um post, por exemplo. Isso torna as ferramentas uma bela forma de diferenciação. Kits: são um formato de conteúdo rico que reúne dois ou mais materiais sobre um mesmo tema ou destinados a uma audiência específica. Um grande benefício dos kits é que, se você já trabalha com a produção de conteúdos ricos, eles podem ser simplesmente a junção de materiais que você já tem, otimizando os esforços da equipe de conteúdo. Por isso mesmo costumam ter um baixo custo de produção, pois só é preciso adaptá-los para um novo lançamento, criando novas landing pages, thank-you pages, e-mails, imagens etc. Mas mesmo que você decida criar um material totalmente novo, o kit pode ser muito atrativo para os interessados e ter um bom custo-benefício, já que chama a atenção pela quantidade de conteúdo sendo ofertada gratuitamente. Além disso, também auxilia quem está aprendendo sobre determinado assunto, já que costuma reunir o que você oferece de mais interessante sobre o tema. Infográficos: consistem na união de informações nos formatos visual e escrito, com gráficos e dados destacados para facilitar o entendimento de uma mensagem. Os infográficos como estratégia de marketing de conteúdo podem ser tão eficientes marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce como material rico porque facilitam a leitura através de informações visuais, principalmente quando há muitos dados numéricos ou é necessário explicar algum processo com um passo a passo. Além disso, podem atrair mais leads porque costumam exigir menos tempo do que ler um e-book ou assistir a um webinar, por exemplo. Apesar de parecer complicado, desenvolver um infográfico pode ser simples até para quem não tem muita familiaridade com softwares de edição e criação de imagens, pois há diversas ferramentas, muitas delas on-line e gratuitas, que podem ajudar você nessa tarefa, como o Canva.com. Templates: são modelos de planilhas, apresentações, listas e outros materiais prontos para o uso, que, assim como as ferramentas, facilitam na execução de alguma tarefa dos seus prospects. Como têm uma aplicação bem prática, os templates são muito bons para atrair leads qualificados. Por isso, lembre-se de criar templates autoexplicativos ou que possuam um material de apoio para serem bem utilizados. Além disso, eles são mais fáceis de criar do que se imagina. Afinal, muitas empresas já utilizam templates em seus processos internos e podem ofertá-los sem ter que mudar praticamente nada. VÍDEOS O vídeo é outro formato que, quando aplicado dentro de uma estratégia de marketing de conteúdo, pode ser extremamente valioso para sua empresa. É um formato que está se popularizando cada vez mais e muito em virtude da facilidade que existe hoje para criar um vídeo. Algumas empresas sequer possuem câmeras profissionais e utilizam webcams ou celulares para gravações. Os vídeos estão tão em alta, que, em 2016, 50% de todo o tráfego mobile da internet já era composto por eles. Mais: ter um vídeo em uma página de produto aumenta em até 85% a intenção de compra por reforçar a confiabilidade do marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce produto para o cliente. É interessante usar vídeo nos blogs, nas redes sociais e ter canais em media centers como YouTube, Vimeo, Daily Motion, etc. Hoje, com a difusão dos vloggers e youtubers, muitas marcas costumam promover seus produtos e serviços nesses canais. Explore o canal Coisa de Nerd, do casal Leon Martins e Nilce Moretto, que discutem tecnologia, games e ciência: https://goo.gl/CwzFTX REDES SOCIAIS As redes sociais são ótimos canais para sua empresa fazer marketing de conteúdo. São canais multifunções dentro do digital, porque podem funcionar tanto para atração como para relacionamento e, em alguns casos, até mesmo para a venda. Há muitos motivos para que uma empresa esteja presente nas redes sociais: Para muitas pessoas, é o principal canal usado para consumir conteúdo, informação e entretenimento; É um canal barato e que pode render resultados até para quem não impulsiona suas publicações; Tem alto poder de disseminação de conteúdo e de viralização; É um canal para relacionamento com clientes e fãs, tanto por mensagens inbox como nas próprias publicações públicas; É uma poderosa fonte de tráfego e de geração de leads para o site de sua empresa. Com certeza ainda existem mais vantagens. Portanto manter presença nas redes sociais é fundamental. Agora, quando falamos de conteúdo, uma alternativa interessante é usar as redes sociais não só para promover o que sua empresa produz para o blog ou para o site , mas também usá-las para produzir conteúdo diretamente na plataforma, em formatos diferentes do que é publicado no blog. As maiores redes sociais hoje são multimídias, o que permite que marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce sua empresa possa produzir textos, infográficos, montagens, vídeos, transmissões ao vivo, concursos, fotografias, gifs e o que mais sua criatividade permitir. E-MAIL MARKETING O E-mail Marketing tem sido o carro-chefe de muitas empresas que sabem utilizá-lo. Hoje, o canal vai muito além do envio de mensagens ou notificações: é uma boa forma de espalhar conteúdo, atrair novos visitantes e aprofundar relacionamentos com a base de contatos. Por ser um canal ágil e de baixo custo, é útil para vários tipos de negócios e tamanhos de empresas que desejam aplicar marketing de conteúdo e outras estratégias de marketing. Separando seus contatos por áreas de interesse (conteúdos acessados ou baixados no seu site , que indiquem de que tipo de produto ou serviço ele possa estar precisando), é possível entregar mensagens com as ofertas certas para o potencial cliente, aumentando consideravelmente a taxa de conversão. Isso traz resultados importantes no nível de engajamento, além de ser fundamental para guiar seus prospects em direção à venda. Além do envio de newsletters e da divulgação de novos materiais por meio de e-mails promocionais, sua empresa pode investir em uma estratégia de nutrição de leads. Use cada e-mail para educar e motivar os seus clientes potenciais ou informar sobre suas ofertas – de conteúdos, serviços ou produtos. D ICAS: 1. Não compre lista de e-mails: geralmente composta por pessoas que não conhecem sua empresa e até e-mails inexistentes. O investimento pode ir direto para o spam . 2. Gaste esforços na segmentação: nada como direcionar o e-mail certo para a pessoa certa. A pergunta certa em umalanding page já classifica o lead no tema em que ele está interessado em saber mais. marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce 3. Não envie um “e-mail imagem”: a maioria dos principais serviços de e-mail (como Hotmail, Yahoo e Outlook) possui um bloqueio-padrão de segurança para exibição de qualquer formato de imagem que esteja em um e-mail. É preciso que a peça mostre a que veio logo de cara. Ao usar apenas uma imagem, muitos destinatários irão ignorar o e-mail, ou ainda deletá-lo ou marcá-lo como spam . A melhor forma de se certificar de que a mensagem do será transmitida ao destinatário, mesmo que esse não autorize a exibição das imagens, é utilizar um template de e-mail em HTML com uma boa distribuição entre textos e imagens com alt tags, sempre colocando um texto que descreva a imagem. 4. Preocupe-se com a frequência: um alto volume de e-mails pode ter um alcance maior e até gerar mais vendas na hora, mas costuma também incomodar os leitores e causar uma gradual queda dos assinantes da lista. Por outro lado, mandar poucos e-mails pode “esfriar a relação” e subaproveitar o potencial do canal, além de causar estranheza ao leitor quando o e-mail chega. Para ajudar a encontrar o ponto ideal, pense no objetivo do e- mail. Se você quer informar ostos da semana, por exemplo, a frequência é semanal. Para casos em que a ideia é manter um relacionamento ou promover algo atemporal, no entanto, é preciso ter mais informações e deve-se partir para o próximo passo. 5. Mensure os resultados: após enviar os e-mails, é importante mensurar os resultados para ver o que é preciso alterar, testar e melhorar. Para isso, algumas métricas, como as taxas de crescimento da lista, de abertura, de cliques e de descadastros devem ser observadas. A taxa de crescimento da lista é o percentual de novos e-mails em relação ao total da lista. Essa métrica permite observar como anda a construção de uma base relevante como ativo de marketing digital. Uma taxa ruim pode significar que sua empresa precisa investir mais em iscas para a obtenção de e-mails. A taxa de abertura é o número de pessoas que abriram a mensagem dividido pelo número de pessoas que a receberam. Apesar de não ser muito precisa (há algumas distorções técnicas), a taxa de abertura é uma métrica muito importante para indicar a qualidade do assunto escolhido para o e- mail e o melhor horário de envio. A taxa de cliques é um dos itens mais importantes, e por isso muitas empresas importam-se unicamente com ela. Mas analisá-la de forma exclusiva e separada não mostra onde está o problema. Um e-mail com baixa taxa de abertura obviamente tende a ter menos cliques. Quando mensuramos também a taxa de cliques/aberturas, conseguimos identificar o problema de forma mais clara: vemos se não houve cliques porque o conteúdo é ruim (depois que o e-mail foi aberto) ou se a taxa de abertura é que é ruim (e o problema está no assunto, horário de envio e histórico com a marca). A taxa de descadastros por envio indica quantas pessoas optaram por sair da sua lista e reflete problemas na qualidade do conteúdo e/ou na frequência de envio. Um alto índice de descadastros é um alerta grande para sua empresa e indica necessidade de reformulação na política de E-mail Marketing. Vale a pena analisar também qual é o impacto das ações no seu site : quantas visitas o e-mail gerou e, principalmente, quantas conversões são realizadas por essa fonte de tráfego. Fonte: adaptado de RD Station (2018). 3.2 Como trabalhar com o marketing de conteúdo? Conforme Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017), o marketing de conteúdo, por natureza, envolve a produção e a distribuição de conteúdo. Porém antes de mais nada, é necessário planejar como fazer isso. Para os autores, o processo segue o passo a passo apresentado na Figura 10. Figura 10 – Marketing de conteúdo passo a passo. Fonte: Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 152). No primeiro passo “Fixação de metas”, definem-se claramente os objetivos, os quais devem ser alinhados às metas gerais da empresa e “ser traduzidas em métricas-chave, em relação às quais o marketing de conteúdo será avaliado”. Normalmente, metas de marketing de conteúdo envolvem a geração de leads (interessados no que a marca oferta) e vendas (vendas, cross-selling e up-selling) ou “consciência da marca, associação da marca e fidelidade/ defesa da marca”. Logo, definir quais metas serão usadas auxilia o profissional de marketing a “projetar melhor” sua estratégia de conteúdo. (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 153). No passo seguinte, “Mapeamento do público”, como o nome sugere, cabe a definição de quem será impactado pela mensagem. Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 154) defendem que “definir um subconjunto específico do público os ajudará a criar conteúdo mais relevante e profundo, contribuindo assim para contar a história da marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marca de modo eficaz”. Tal segmentação pode obedecer a critérios “geográficos, demográficos, psicográficos e comportamentais”. Após, sugere-se a criação de personas, uma ferramenta que ajuda a pensar como esses perfis atuam na vida real. O Airbnb, por exemplo, concentra-se em viajantes que desejam experimentar seus destinos como moradores, não como turistas. Assim, publica resenhas de anfitriões locais nos principais destinos. O guia descreve o que os moradores fazem e os lugares favoritos que frequentam em uma cidade específica. Trata-se basicamente de um guia de viagem, mas adota o ponto de vista de um morador, não o de um turista. O segmento público bem definido ajuda o Airbnb a desenvolver um conteúdo relevante e interessante (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 155). No passo de “Concepção e planejamento de conteúdo”, por sua vez, deve-se categorizar e selecionar as ideias sobre as quais os conteúdos serão desenvolvidos, para então planejar como colocá-lo em prática. Segundo Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 155), “a combinação de temas pertinentes, formatos adequados e narrativas genuínas assegura uma campanha de marketing de conteúdo bem- sucedida”. Para selecionar as melhores ideias sobre conteúdos, sugere-se analisar quais conteúdos são relevantes para a vida dos consumidores e quais podem ser utilizados para contar histórias que reflitam tanto a personalidade como os códigos da marca. É importante levar em conta a quantidade de informações que as pessoas enfrentam no cotidiano, além das tendências multitelas que colocam o desafio de diferentes formatos para a concepção de conteúdos. O quarto passo, então, é o de “Criação do conteúdo”. Essa é a etapa mais importante do processo. É a fase que exige mais empenho e dedicação dos profissionais de marketing, não só em termos de criatividade, mas também em termos de tempo e orçamento. “Se o conteúdo não for de alta qualidade, original e rico, uma campanha de marketing de conteúdo torna-se uma perda de tempo e fracassa.” Algumas empresas produzem seu próprio conteúdo, outras patrocinam conteúdos já elaborados (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 157). Uma vez criado o conteúdo, passa-se para o passo de “Distribuição do conteúdo”. Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 158) explicam que o sucesso dessa fase depende da boa distribuição do conteúdo que, necessariamente, não precisa ser apenas digital. “Há formatos de marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce conteúdo e canais de distribuição físicos que são utilizados com frequência. E até os nativos digitais usam produtos de marketing de conteúdo não digital.” Entre os exemplos, os autores citam livros corporativos como o “The Everything Store”,da Amazon, além detos presenciais que “proporcionam uma abordagem de marketing de conteúdo mais eficaz”,pois “permitem interações pessoa a pessoa mais significativas, que faltam ao marketing de conteúdo digital”. Ainda para os autores, há três categorias de canais de mídia de que os profissionais de marketing que produzem conteúdos podem fazer uso: próprios, pagos e conquistados. Os primeiros referem-se aos próprios canais da empresa, os quais se encontram sob seu controle (sites, blogs, newsletters etc.), sendo geralmente utilizados para direcionar conteúdos a quem já segue a marca; os segundos são aqueles que são contratados para fazer a distribuição dos conteúdos da marca (banners, links patrocinados, posts patrocinados etc.), visando novos públicos, e os terceiros “incluem a cobertura e a exposição obtidas pela marca em virtude de propaganda boca a boca ou defesa da marca” (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 159). O sexto passo, “Ampliação do conteúdo”, ainda conforme Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 160) serve como base para uma mídia conquistada. “Nem todos os públicos são iguais, e quando o conteúdo alcança influenciadores-chave no grupo de público visado, esse conteúdo tem mais chance de viralizar”. Portanto deve-se identificar quem são esses possíveis influenciadores, pois geralmente eles são experts em suas comunidades. Para que esses influenciadores endossem e disseminem um conteúdo de marca, muitas vezes a boa qualidade não é suficiente. A regra da reciprocidade se aplica. O segredo é desenvolver e cultivar um relacionamento de ganho mútuo com os influenciadores. Os profissionais de marketing precisam assegurar que os influenciadores acharão útil melhorar sua reputação ao disseminar o conteúdo da marca. Alguns influenciadores também estão interessados em expandir seu alcance, e os profissionais de marketing podem ajudá-los fornecendo acesso a um público maior. Uma vez que o conteúdo tenha sido ampliado, é preciso seguir em frente e acompanhar as conversas geradas pelo conteúdo, engajando-se nelas. Isso às vezes pode ser uma tarefa esmagadora, considerando-se a magnitude de conversas e o número de mídias envolvidas. Assim, os profissionais de marketing precisam selecionar com cuidado as conversas das quais querem participar (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 160). marinalugoch Realce marinalugoch Realce O penúltimo passo do marketing de conteúdo é o de “Avaliação do marketing de conteúdo”. Conforme Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 160-161), esse passo é importante para a avaliação pós- distribuição, envolvendo indicadores de desempenho estratégico e tático. De modo estratégico, deve-se observar se as metas de conteúdo ligadas às vendas e à marca (propostas no primeiro passo) foram contempladas. “Como as metas estão alinhadas com os objetivos gerais da empresa, a avaliação é direta e pode ser integrada com o indicador de desempenho geral da marca.” Já sob o ponto de vista tático, Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 161) explicam que se deve olhar mais para “as métricas-chave do marketing de conteúdo, que dependem da escolha dos formatos e dos canais de mídia”. Ou seja, “os profissionais irão rastrear o desempenho do conteúdo ao longo do caminho do consumidor com a ajuda de ferramentas de escuta social e análise de dados”. Há cinco categorias de indicadores, as quais se responsabilizam por medir “se o conteúdo é visível (assimilação), comunicável (atração), pesquisável (arguição), útil (ação) e compartilhável (apologia)”. O Quadro 4 detalha cada uma dessas categorias de indicadores. Quadro 4 – Indicadores de Avaliação de Conteúdo Indicador Características Visibilidade Faz referência à quantificação do alcance e da consciência. Entre as mais comuns estão impressões (quantas vezes o conteúdo foi exibido), visitantes únicos (quantas pessoas veem o conteúdo) e lembrança da marca (qual porcentagem é capaz de se lembrar do nome da marca). Comunicabilidade Mede quão bem o conteúdo atrai o interesse. Os indicadores incluem visualizações de página por visitante (o número de páginas que as pessoas visitam enquanto estão em um site de conteúdo), taxa de rejeição (a porcentagem de pessoas que saem do site após visitar apenas uma página) e tempo gasto no site (a duração da visita), entre outros. marinalugoch Realce marinalugoch Realce Pesquisável Costumam medir o grau em que o conteúdo é descoberto por mecanismos de busca (posições do conteúdo na lista de resultados de um mecanismo de busca quando pesquisado por certas palavras-chave) e referências dos mecanismos de busca (quantas visitas ao site da empresa decorrem dos resultados dos mecanismos de busca). Útil Também chamadas de métricas de ação estão entre as mais importantes a ser rastreadas. Elas medem basicamente se o conteúdo consegue induzir o cliente a realizar uma ação. As métricas típicas incluem a taxa de cliques (proporção entre o número de cliques e o número de impressões) e outras taxas de conversão (porcentagem dos públicos que completam certas ações, como se registrar e comprar). Compartilhável Entre as métricas de compartilhamento estão a taxa de compartilhamento (proporção entre o número de compartilhamento e o número de impressões) e a taxa de engajamento (no Twitter, por exemplo, ela é medida dividindo-se o total de seguidores pelas ações de compartilhamento, como retuítes, favoritos, respostas e menções). Fonte: adaptado de Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 161-162). O último passo, segundo Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 162), é chamado “Melhoria de marketing de conteúdo”. Aqui os autores enfatizam a vantagem do marketing de conteúdo ser controlável quando comparado ao marketing tradicional, pois “é possível rastrear o desempenho por tema do conteúdo, formato do conteúdo e canal de distribuição”. A partir desse controle, identificam-se oportunidades de melhoria, além de ser possível testar novos formatos, temas e canais. Porém sempre atentando para o impacto que esse deve causar no público. marinalugoch Realce marinalugoch Realce Resumo: Nesta unidade, apresentamos as principais características do marketing de conteúdo, enfatizando como trabalhar essa estratégia, seguindo um passo a passo que acompanha a jornada do consumidor vista na unidade anterior, além de focar nas etapas para seu planejamento. REFERÊNCIAS ASSAD, Nancy. Marketing de conteúdo: como fazer sua empresa decolar no meio digital. São Paulo: Atlas, 2016. KOTLER, Philip; KARTAJAYA, Hermawan; SETIAWAN, Iwan. Marketing 4.0. Rio de Janeiro: Sextante, 2017. RD STATION. Marketing de Conteúdo. Website RD Station , 2018. Disponível em: . Acesso em: 30 mar. 2018. SINNAPSE. Funil de Vendas. Website Sinnapse , 2018. Disponível em: . Acesso em: 30 mar. 2018. https://goo.gl/DNFZ35 http://sinnapse.com/funil-de-vendas/ Estratégias para o planejamento digital de marketing - Cíntia da Silva Carvalho CAPÍTULO 4 As diferentes estratégias e ações digitais de marketing: e-commerce – Este capítulo tem como intuito apresentar o e-commerce ou mercado eletrônico: o que é, de onde vem, há quanto tempo existe e de que maneira as empresas estão utilizando esse meio para fazer negócios. 4.1 E-commerce e modelos de negócios Silva (2009, p. 30) indica que “o termo e-commerce é usado para designar qualquer transação comercial (compra e venda) que ocorra via processos digitais em uma rede”. Desse modo, o e-commerce , venda no comércio eletrônico, está em expansão, interligando redes sociais, blogs, internet, sites de compra e venda a consumidores a empresas e entre os próprios consumidores. O comércio eletrônico somente tornou-se possível, por conseguinte, após a expansão da internet. Cabe dizer ainda que esse comércio é a realização de toda a cadeia de valor dos processos de negócios num ambiente eletrônico por meio da aplicação de tecnologia da informação e de telecomunicações para atingir os objetivos de negócio da empresa. Este termo em inglês – electronic commerce – deu origem à expressão abreviada e-commerce (TEIXEIRA FILHO, 2001, p. 27). Conforme análise deTeixeira Filho (2001, p. 9), “o comércio eletrônico, que disponibiliza quase tudo por meio da internet, é na avaliação de muitos especialistas a mais forte onda de mudança identificada na chamada ‘nova economia’”. Entretanto é preciso mencionar que o comércio eletrônico está informatizado e pronto para as buscas e compras, mas, ainda assim, o consumidor precisa que esse novo canal de compra atenda as suas necessidades. O autor (2001, p. 11) cita que “as empresas têm que estar preparadas marinalugoch Realce para vender seus produtos em qualquer lugar do planeta, 24 horas por dia, 365 dias do ano, com um atendimento sob medida para as necessidades individuais dos consumidores”. O autor segue dizendo que esse comércio conquista o consumidor justamente por suas funcionalidades. No entanto, uma loja física não atende muitas vezes o baixo custo, e as informações técnicas não são, em alguns casos, especificadas. Analisando o canal de comunicação do comércio eletrônico, percebe-se um déficit em seu atendimento justamente porque as informações disponíveis podem gerar dúvidas. E essas dúvidas que venham a surgir demoram a ser respondidas, muitas vezes fazendo com que o cliente desista da compra. Verificando empresas ou sites que realizam a venda pelo mercado eletrônico, cabe mencionar que elas precisam deixar um canal direto para o consumidor tirar suas dúvidas, reclamar e, até mesmo, para a realização do pós-vendas. Nessa direção, as empresas identificaram na rede uma possibilidade de expandir seus mercados públicos a que até então não tinham acesso; surge, então, o e-business, que define as formas de negócios no meio virtual. E-business é o negócio realizado através de equipamentos tecnológicos, cujos princípios focam em uma sinergia entre mercado e organização, sistemas internos e externos e com as demais alianças (O’CONNELL, 2002). A partir do e-business surge o e-commerce , ou comércio eletrônico, como também é conhecido, que é um processo de compra, troca, venda de bens e serviços (O’CONNELL, 2002). Strauss (2012) define e- commerce como tecnologia, softwares e hardwares que facilitam as transações comerciais no meio virtual. Catalani (2006), por sua vez, considera e-commerce como algo maior do que simples transações comerciais devido a seu impacto na economia. Assim, o mercado virtual possui algumas definições de modelo de negócios para saber quem é provedor e quem é cliente. De acordo com Turban, Mclean e Wetherbe (2004), dentre os modelos existentes destacam-se os seguintes: Quadro 5 – Principais modelos de negócios do comércio eletrônico Empresa-a-empresa (B2B - business-to-business). São transações em que tanto compradores como vendedores são empresas; Empresa-a-consumidores (B2C — business-to-consumers). Os vendedores são empresas e os compradores são indivíduos; Consumidor-a-empresa (C2B — consumer-to-business). Os clientes anunciam a necessidade específica de um produto ou serviço, e as empresas concorrem para fornecê-lo; Consumidor-a-consumidor (C2C — consumer-to-consumer). Ocorre quando alguém vende produtos ou serviços a outras pessoas diretamente; Comércio intraorganizacional (intrabusiness). Uma empresa utiliza o comércio eletrônico internamente para melhorar as operações; Governo para cidadãos (G2C) e outros. O governo fornece serviços a seus cidadãos via tecnologias de comércio eletrônico. O governo pode fazer negócios com outros governos e com empresas; Comércio cooperativo (c-commerce). É a modalidade em que os parceiros de negócios colaboram via eletrônica. Essa cooperação ocorre em geral entre parceiros de negócios da cadeia de suprimentos; Comércio móvel (m-commerce). Quando o comércio eletrônico ocorre em um ambiente sem fio. Exemplo via telefone celular. Fonte: adaptado de Turban, Mclean e Wetherbe (2004, p. 192-193). Como é possível notar, esses modelos de negócios apresentam características diferenciadas tanto no serviço e produto ofertado como no seu processo de comercialização e logística, conforme apresentado por Turban, Mclean e Wetherbe (2004). Além dos modelos indicados, existem os modelos entre empresas e profissionais (B2E – Business to Employee), modelo de negócios entre governo e empresas, consumidores e governo (government to consumers) e vice-versa (CATALANI, 2006). O modelo de negócios business-to-business (B2B) (ALBERTIN, 2004) é caracterizado pelas transações comerciais realizadas entre empresas que utilizam o e-commerce para relacionar-se com seus fornecedores, distribuidores, revendedores e parceiros. É uma modalidade comumente utilizada e que mais movimenta importâncias monetárias. Em 2005, segundo Reggiani (2006), foram movimentados 67 bilhões de dólares no mercado eletrônico brasileiro. Somente a Petrobrás foi responsável por 45 bilhões de dólares em B2B. Albertin (2004) mostra que o B2B oferece às empresas informações sobre: produtos (especificação, preços e histórico de vendas), clientes (histórico de vendas, previsões), transportes (operadores e custos), estoque (nível de estoque, localização), competidores (benchmarking, market share), processo e desempenho da cadeia de fornecimento (tempo de entrega, satisfação do cliente, descrição dos processos, medidas de performance), vendas e marketing (pontos de vendas, promoções). Albertin (2004) destaca que o modelo business-to-consumer (B2C) é a negociação eletrônica entre empresas e consumidores finais, sendo a modalidade que representa a virtualização da compra e venda. O autor evidencia que o B2C é caracterizado também pela sua frequente mudança, que, de certa forma, faz com que os consumidores sejam impulsionados a comprar cada vez mais e se tornem mais exigentes em relação a preços e à qualidade dos produtos. Além disso, o cliente que compra pela internet deseja receber o produto com mais rapidez. Podem-se citar como exemplos os sites www.americanas.com, www.submarino.com.br. A negociação eletrônica entre consumidores e empresas é o consumers--to-bussines (C2B). É o reverso do B2C. Acontece quando consumidores vendem a empresas. De acordo com Albertin (2004), essa modalidade começa a crescer no mercado eletrônico, pois uma empresa que deseja adquirir um produto anuncia na rede a intenção de compra. Os consumidores que possuem o que a empresa quer fazem a oferta. Nesse caso, em vez de o consumidor procurar o melhor lugar para comprar o que deseja, são as empresas que devem adequar-se e oferecer a melhor proposta. Já o consumer-to-consumer (C2C), segundo Albertin (2004), é a negociação eletrônica em que os consumidores negociam com consumidores, sem que haja empresas diretamente envolvidas. Essa modalidade é muito comum, motiva muitas negociações, mas de valores pequenos. O exemplo mais conhecido no Brasil dessa modalidade é o site www.mercadolivre.com.br. http://www.americanas.com http://www.submarino.com.br http://www.mercadolivre.com.br O e-business vem conquistando cada vez mais espaço, independentemente do modelo de negócio (B2B, B2C, C2C, C2B). As empresas e os consumidores estão aderindo à internet como um excelente canal de compra e venda de produtos e serviços. Isso pode ser claramente observado na evolução do faturamento do comércio eletrônico e no número de acessos. Além disso, de acordo com Souza e Serrentino (2002), o modelo de operações multicanal do varejo, baseado no tripé loja/catalogo/internet, mostra a diversificação nas composições de canais. Figura 11 – Multicanais em multicomposições. Fonte: adaptado de Souza e Serrentino (2002, p. 130). Conforme a Figura 11, os fabricantes de bens de consumo sentem a necessidade de criar canais de venda e de contato direto com o consumidor final, para que esse possa identificar tendências e analisar comportamentos com mais agilidade e abrir alternativas de distribuição. Assim, empresas como Levi`s e Nike, por exemplo, criam sites de venda direta ao consumidor e lojas monomarca. A estratégia de muitas marcas em utilizar outros canais deve-se a um comportamento observado pelo consumidor em relação ao comércio eletrônico.Essas percepções foram evidenciadas por Peter e Olson (2009) e apresentadas na Figura 12: Figura 12 – Avaliação do comércio eletrônico do ponto de vista dos consumidores. Fonte: Peter e Olson (2009, p. 488). Analisando o âmbito administrativo, uma empresa de e-commerce requer uma agilidade de atualização e infraestrutura de logística boa para seus clientes. Nesse sentido, Catalani et al. (2006) indicam que “estabelecimentos na internet enfrentam dificuldades talvez maiores que aqueles estabelecidos no mundo tradicional”. A realização da venda on-line em relação ao pagamento das mercadorias é semelhante à utilizada nas compras tradicionais: “pagamos por meio de boletos bancários, transferências ou cartões de crédito”” (CATALANI et al., 2006, p. 64). As transações de pagamento no comércio eletrônico, conforme citam os autores acima, tornam-se formais. Percebe-se, nesse ponto, semelhança com a utilizada pelo comércio tradicional. No entanto, essa forma de pagamento diferencia-se pelo fato de haver maior comodidade na realização dos processos através da internet. O cliente realiza a compra por impulso, mas o pagamento é analisado e, muitas vezes, a compra não se efetiva, uma vez que, ao analisar o pagamento a ser feito, o cliente tem nova possibilidade de avaliação da real necessidade do produto (KALAKOTA; WHINSTON, 1996). Em relação ao risco da compra on-line , estabelece-se um desafio essencial para o comércio eletrônico, que é o gerenciamento de risco. Nesse caso, a percepção de cada cliente sobre o risco dessa compra on-line diverge da afirmação dos autores Catalani et al. (2006), que citam as formas de transição de pagamento, mas não as identificam como sendo o desafio essencial do e-commerce . Silva (2009) recomenda que é necessário preocupar-se com atualizações frequentes, estruturadas, funcionais, manutenção de um ambiente rápido e seguro e, preferencialmente, que tenha suporte 24 horas. Nessa situação, esses cuidados tornam-se o diferencial para que se realizem acessos e para a publicação de comentários em redes, sites e indicações entre os internautas. Percebe-se, então, que a interação virtual pode trazer não só dúvidas ao consumidor, como também servir de impeditivo para a compra, ou seja, a incerteza faz com que o consumidor utilize outras redes de compra para se informar ou nas quais tenha maior confiança. Souza e Serrentino (2002) ressaltam que as compras eletrônicas oferecem várias vantagens e desvantagens do varejo, conforme apresentadas na Figura 13. Figura 13 – Vantagens e desvantagens do varejo eletrônico. Fonte: adaptado de Souza e Serrentino (2002). Em relação à maioria dos produtos, os consumidores podem usar as compras eletrônicas e as lojas tradicionais para procurar e comprar o que desejam, conforme ressaltam Peter e Olson (2009), já que ainda apresentam algumas objeções quanto ao comércio eletrônico. Os consumidores traçam comparativos entre os varejos físico e eletrônico e, de acordo com o tipo de compra, decidem-se por efetivar a mesma através de um dos canais de venda que, geralmente, é o que lhe dá maior segurança para atender as suas necessidades e expectativas. A análise comparativa dos varejos físico e eletrônico é o que será apresentado na sequência, permitindo ampliar o entendimento das estratégias multicanais que as marcas adotam para poder atender os diferentes tipos de clientes. 4.2 E-commerce x comércio tradicional O e-commerce cresceu rapidamente e está se tornando algo muito agradável para os consumidores. Contudo o varejo está adotando estratégias de marketing melhor elaboradas e planejadas, visando à obtenção de resultados mais eficazes, com o objetivo de suplantar a concorrência e atender bem os consumidores. Nessa linha, Rodrigues (1998) destaca que o varejo físico demonstrou uma vez mais demora em decodificar corretamente as mudanças e com elas evoluir. O autor também comenta que é no ponto de venda que tudo acontece, e isso exige dos gerentes e vendedores da loja maior agilidade e iniciativa. O mesmo autor (1998) reforça que o varejo digital colabora com uma realidade de comodidade ao consumidor. Por isso, quando o consumidor se desloca a uma loja, fá-lo por uma questão de prazer. As compras on-line possibilitam a localização de produtos difíceis de encontrar e criam oportunidades para negócios, conforme afirma Solomon (2002). O entendimento do comportamento dessa compra eletrônica perante o comportamento de compra da loja física aborda vários fatores que contribuem para a tomada de decisão de compra. O varejo eletrônico pode, de muitas formas, ser comparado ao varejo tradicional com loja, conforme é apresentado no Quadro 6. A diferença entre esses canais de varejo é evidente, mesmo assim os dois possuem características que chamam a atenção do consumidor visualmente. Quadro 6 – Quadro comparativo varejo tradicional x varejo eletrônico VAREJO TRADICIONAL VAREJO ELETRONICO Loja Site Fachada, decoração externa e interna, letreiros, uniformes dos vendedores. Layout gráfico das páginas, existência ou não de banners e pop-ups chamando para outras páginas do site. O cliente percorre os corredores da loja, procurando os produtos em prateleiras, estantes, cabides. O cliente navega pelas páginas do site, procurando informações sobre os produtos em um catálogo eletrônico. Espaço geográfico-temporal: a loja está localizada fisicamente em um Espaço cibernético: o consumidor pode acessar o ponto, com horário de abertura e fechamento delimitando o intervalo de tempo em que o cliente pode realizar suas compras. site de qualquer computador, onde quer que ele esteja, na hora em que desejar, para fazer consultas ou compras. Facilidade nas vias de acesso favorece o deslocamento físico do cliente para a loja. Existência de links em outros sites favorece o aumento do tráfego de visitantes para o site. Fonte: adaptado de Parente (2000). O varejo tradicional e o varejo eletrônico, com certeza, têm estratégias diferentes para atender os consumidores. Parente (2000) afirma que as lojas virtuais têm se registrado como um importante canal de vendas, já as lojas físicas têm um atributo muito importante: o próprio espaço físico. Assim, o comércio eletrônico está se tornando algo muito agradável para os consumidores e, no Brasil, vem se tornando cada vez mais atraente para os varejistas. O comércio eletrônico brasileiro faturou R$ 12,74 bilhões no primeiro semestre de 2013. Esse valor é, nominalmente, 24% maior que o registrado no mesmo período de 2012. A quantidade de pedidos feitos via web aumentou 20%, chegando a 35,54 milhões. As categorias mais vendidas em volume de pedidos foram ‘Moda & Acessórios’ (13,7%), ‘Eletrodomésticos’ (12,3%), ‘Cosméticos e Perfumaria/Cuidados Pessoais/ Saúde’ (12,2%), ‘Informática’ (9%) e ‘Livros/ Assinaturas e Revistas’ (8,9%) (WEBSHOPPERS 2 , 2013 p. 8). Para complementar, de acordo com pesquisa realizada pela EBIT14, quase 1/4 da população brasileira (cerca de 48 milhões de consumidores) comprou no comércio eletrônico pelo menos uma vez em 2016 – alta de 22% ante 2015. Desse total, 21,2 milhões de compradores gastaram US$ 2,4 bilhões em sites internacionais. Pode-se destacar o aumento do uso de smartphones nas compras do ano passado: 21,5% das transações on-line foram realizadas por meio de dispositivos móveis; em 2015, esse porcentual havia sido de 12%. “As compras via dispositivos móveis foram importantes para o aumento das vendas no Brasil em 2016. Em outros países do Brics, como China e Índia, esse fenômeno pode ser constatado com ainda mais intensidade”, afirma o CEO da Ebit e presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Pedro Guasti. A idade média de quem compra pela internet no Brasil permanece 43 anos. A distribuição por faixa etária é a seguinte: 8% dos e- consumidores brasileiros têm até 24 anos; 23%, de 25 a 34 anos; 35%, de 35 a 49; e 34% têm 50 anos ou mais. Houve pequenas variações nesse quesitona comparação com 2015, quando esses porcentuais foram, respectivamente, de 8%, 21%, 39% e 33%. O estudo constata ainda que a participação feminina aumentou no e-commerce . Foram 1.572.584 mais mulheres comprando pela internet do que homens. O número de e-consumidoras representou 51,6% do total em 2016 ante 48,6% em 2015; a participação dos homens caiu de 51,4% em 2015 para 48,4% em 2016. A renda familiar média dos e- consumidores registrou alta de 8% em 2016, potencializada pelo enfraquecimento da classe C nas compras on-line , e somou R$ 5.142 ante R$ 4.761 em 2015. As regiões Sul e Centro-Oeste registraram maior crescimento de participação nas vendas do comércio eletrônico, enquanto o Sudeste teve redução, embora seja líder no país com 60% em 2016 ante 64,5% em 2015. A participação do Centro-Oeste nas vendas brasileiras subiu de 6,3% para 8,5% na comparação anual; do Sul, de 14,8% para 16%; do Nordeste, de 11,7% para 12,5%; e do Norte, de 2,7% para 3%. 4.3 Internet e os negócios A internet, desde seu surgimento, vem ocasionando mudanças em toda a sociedade e, por conta disso, Catalani (2006) recomenda que se deva fazer um planejamento das atividades na internet. Para isso, o modelo da cadeia de valor (Figura 14), de Porter et al. (2002), possibilita a visualização das formas sistêmicas e das possibilidades que ela pode oferecer para a cadeia de valor. Figura 14 – Cadeia de valor. Fonte: adaptado de Porter et al. (2002). Após uma análise crítica da cadeia de valor no que tange à empresa, fornecedores e parceiros identificam as oportunidades para a organização, porém sempre mantendo o foco no posicionamento que a empresa pretende manter (CATALANI, 2006). Então se percebe que a internet não influi apenas nos sistemas internos, mas também nos sistemas externos. Com isso – uma análise crítica adequada da cadeia de valor da empresa, de provedores e da concorrência – é possível compreender em quais segmentos a empresa tem condições de operar, trazendo maiores retornos competitivos (CATALANI, 2006). Diante disso, a análise subsequente é de impactos nos produtos. O que determina se o produto sofrerá alterações é a quantidade de informações que ele possui, isto é, quanto mais informações um produto contiver, maiores são suas chances de sofrer modificações para que seja viável a sua comercialização on-line (CATALANI, 2006). Por conta disso, alguns produtos estão correndo o risco de tornar-se obsoletos, como, por exemplo, jornais, revistas, livros, CD’s. Por outro lado, isso possibilita o avanço tecnológico e a criação de novos produtos, como, por exemplo, carros com mapas, sistemas bancários virtuais, geladeiras inteligentes, entre outros produtos que surgiram ou evoluíram (CATALANI, 2006). Entretanto, apesar das possíveis modificações que os produtos possam sofrer, elas devem estar de acordo com as necessidades dos clientes, tanto que Catalani (2006, p. 34) comenta que “[...] ao pensar nos impactos da internet sobre os produtos com os quais sua empresa trabalha, é importante que você se concentre nos seus benefícios para o consumidor e não apenas nas suas características”. Catalani (2006, p.151) reforça que a “internet trouxe enormes mudanças para a sociedade. Mais ainda: é quase impossível prever as muitas que ainda estão por vir”, isto é, por conta da internet ser algo consideravelmente novo no mundo dos negócios ainda existem muitos desafios que estão ocultos. Por isso, para que se tenha uma melhor compreensão acerca do tema, necessita-se de maiores estudos para observar atitudes e ações que estão surtindo efeito positivo ou negativo nos negócios. Além disso, um dos principais desafios do e-commerce é definir seu posicionamento estratégico (CATALANI, 2006). Esse desafio é imposto às empresas por conta do meio virtual ainda ser algo novo perante as organizações e pela dificuldade de mensuração de mercado, uma vez que existe um ambiente virtual definido e de acordo com as necessidades do cliente, mas esse opta por utilizar o meio físico tradicional. Após mensurar o mercado, o passo seguinte é compreender o que esse cliente espera ou deseja das organizações virtuais. Então se necessita de um levantamento do mercado em potencial, o perfil desse consumidor e o que ele deseja. Na sequência, deve-se desenvolver uma oferta de valor para conquistar esses clientes, definir as estratégias de marketing para que esse mercado seja realmente atingido. Apesar da análise ser no meio on-line , os fundamentos do Composto de Marketing e Estratégia de Marketing são semelhantes; a única diferença é que ele opera no meio virtual (KOTLER; KELLER, 2011). Ainda que o e-commerce seja considerado algo novo, as perspectivas em torno dos negócios no mundo on-line têm se mostrado numa constante crescente e são muito positivas; basta verificar que, segundo a 36ª edição do relatório Webshoppers, publicada pelo Ebit15 em 2017, o volume de pedidos on-line cresceu 3,9% em comparação aos anos de 2015 e 2016. Além disso, um outro fator importante diz respeito ao engajamento dos consumidores o mercado on-line . Em relação a 2016, houve um aumento de 10,3% no volume de clientes, deixando claro que a migração para os meios digitais é constante e se mantém expressiva. Cabe ressaltar, ainda de acordo com a pesquisa, que o mobile commerce (vendas on-line feitas por dispositivos móveis) segue apresentando índices de crescimento acima do mercado. Conforme o relatório do Ebit, o crescimento do mobile commerce em 2017 foi de 35,9% , representando 24,6% de todas as transações on-line realizadas no ano. Embora pesquisas mostrem o significativo crescimento do comércio eletrônico, podemos perceber que ainda muitos consumidores preferem o ambiente físico para fazer suas compras. Para que esse cenário mude, ou seja, para que o comércio eletrônico siga em expansão, é necessário que as inovações ocorridas nesse ambiente sejam melhor compreendidas e assimiladas pelas organizações e seus gestores, de forma a explorar a potencialidade desses canais e, sobretudo, apropriar-se plenamente das vendas por dispositivos móveis, local esse onde o consumidor já começa a entender que o mobile commerce é um canal onde ele pode comprar o que quiser e com uma segurança que vem demonstrando melhorias contínuas. Resumo: Nesta unidade, apresentamos as características, vantagens e desvantagens de ter um negócio de varejo on-line ou e-commerce . Apresentamos as principais diferenças entre esse tipo de varejo e o tradicional, além de suas potencialidades com o crescimento das plataformas mobile . https://www.ebit.com.br/ REFERÊNCIAS ALBERTIN, Luiz Alberto. Comércio Eletrônico – Modelo, aspectos e contribuições de sua aplicação. São Paulo: Atlas, 2004. CATALANI, Luciane et al. 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Acesso em: 01 mar. 2018 http://www.fecomercio.com.br/noticia/comercio-eletronico-dribla-crise-e-fatura-7-4-mais-no-ano https://moip.com.br/blog/retrospectiva-ecommerce-2017/ Estratégias para o planejamento digital de marketing - Anaís Schüler Bertoni CAPÍTULO 5 As diferentes estratégias e ações digitais de marketing: mobile e redes sociais – Nesta unidade, vamos discutir as estratégias e ações voltadas para redes sociais e mobile, destacando suas peculiaridades, características e benefícios para o plano estratégico de marketing. 5.1 Conexão e interação em rede A necessidade de o homem precisar construir vínculos sociais não é uma história nova. Desde que desenvolveu a capacidade de comunicar-se, esse promove a discussão de assuntos que lhe convém: antes por meio da figura do ancião da tribo em torno da fogueira; agora, as conversas acontecem na mesa de bar, na parada de ônibus, nas mesas de reunião e nos mais diversos lugares que preenchem os espaços contemporâneos. Na era da informação, a Web 2.0 foi a que proporcionou o desenvolvimento das redes sociais na internet. Gabriel (2010, p. 194) explica que foi “a introdução da mobilidade, especialmente por meio dos smartphones, permitindo que as interações nas redes sociais sejam em tempo real [...], em qualquer lugar, tem incentivado também, [...], a participação” das pessoas nas mais diversas redes digitais que se encontram on-line . Portanto, redes sociais são estruturas sociais que existem desde a antiguidade e vêm se tornando mais abrangentes e complexas devido à evolução das tecnologias de comunicação e informação. No entanto, é importante ressaltar que redes sociais têm a ver com pessoas, relacionamento entre pessoas, e não com tecnologias e computadores. Têm a ver com ‘como usar as tecnologias’ em benefício do relacionamento social. A essência das redes sociais é a comunicação, e as tecnologias são elementos catalisadores que facilitam as interações e o compartilhamento comunicacional (GABRIEL, 2010, p. 194). marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce Essas redes foram muito impulsionadas pela constante evolução das tecnologias mobile , que permitem, inclusive, que as mesmas sejam acessadas por meio de aplicativos instalados em smartphones. Tal fato gerou uma mudança nos hábitos do consumidor de informação. Tanto que hoje é muito comum as pessoas utilizarem seus smartphones como segundas telas enquanto assistem à boa e velha televisão, seja comentando programas pelo Twitter ou revisando alguma mensagem ou e-mail. O fato é que tanto o mobile como as redes sociais tornaram-se importantes canais de relacionamento entre marcas e consumidores, permitindo a interação e a promoção de produtos e serviços. A ênfase da era 4.0 permite que se trabalhem diferentes estratégias, como veremos ao longo da unidade. 5.1.1 Marketing onicanal Para Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 168), o marketing onicanal consiste “na prática de integrar vários canais para criar uma experiência de consumo contínua e uniforme”. Isso implica a unificação das estratégias de marketing (ou a convergência das estratégias de marketing), que serão asseguradas em um “esforço conjunto de vários canais on-line e off-line para levar os consumidores ao compromisso com a compra”. O mobile tem sido um dos aliados dessa estratégia, pois com consumidores ligados 24 horas por dia na internet o tempo é considerado um recurso precioso. Os consumidores “escolhem marcas que ofereçam conveniência no acesso e nas transações. Esperam que as empresas forneçam soluções instantâneas para suas necessidades sem quaisquer inconveniências” (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 169). A popularidade dos smartphones permitiu isso, pois esses apresentam essas características de proximidade, além de ser extremamente pessoais e convenientes. Por essa razão, a maioria das propostas de serviços sob demanda faz tanto sucesso hoje. Com um número cada vez maior de consumidores fazendo compras pelo celular – o comércio mobile representou 30% do total do comércio eletrônico americano em 2015, segundo o portal Internet Retailer –, é imperativo que os profissionais de marketing ponham os dispositivos móveis no centro de sua estratégia onicanal (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 170). marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce No Brasil, de acordo com o estudo global realizado pela análise do e-commerce no mundo feita pela Criteo16, 44% das compras realizadas no varejo já são feitas por meio dos dispositivos mobile . Dentro desses números, 16% dos pedidos são realizados por aplicativos e 28% por web mobile . Percebe-se que “o desktop ainda sai na frente com 56%, entretanto o relatório revela que 16% das vendas concluídas no canal são precedidas de um clique no ambiente móvel”. No total, “31% das transações pós-clique em desktop são iniciadas em outro dispositivo” (E-COMMERCE BRASIL, 2017). Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 167) enfatizam dois cenários comuns de compra na era digital. Observe o Quadro 7. Quadro 7 – Cenários de compra na era digital Cenário Características Showrooming Imagine um cenário no qual um consumidor toma conhecimento de um produto por meio de anúncios na TV. Ele então visita uma loja próxima e tenta testar o produto. Depois de examiná-lo, bem como a outros produtos concorrentes, e consultar um atendente da loja, o consumidor enfim decide que aquele produto é o melhor. Ele então busca o mesmo produto on-line e compra ali por um preço menor. Webrooming Agora imagine outro cenário, em que um consumidor descobre um produto por anúncios em banners on-line . Ele então busca mais informações sobre o produto na mídia social com um smartphone . Um post na mídia social leva-o a um site de comparação de produtos, que é prontamente examinado. O consumidor então conclui que o produto é o melhor do mercado, procura a loja mais próxima onde pode encontrar a marca e vai até lá comprar. Fonte: adaptado de Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 167). marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce Ambos os cenários apresentados pelos autores mostram que os consumidores atuais são indiferentes aos canais, pois ficam transitando de um para o outro. No entanto, como nem sempre os canais se encontram alinhados pelas próprias estratégias de marketing, o que acontece, na realidade, é uma perda enorme de oportunidades de negócios. Por essa razão, Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 170) sugerem que os profissionais de marketing aprendam a usar as opções em tecnologias para direcionar os clientes a tomar decisões de compra precisas. O webrooming, por exemplo, pode vir para dentro das estruturas físicas das lojas por meio de “sensores – beacon , comunicação por campo de proximidade (NFC) e identificação de radiofrequência (RIFD)”. Lojas como a Apple Store possuem os dispositivos conhecidos como “beacons, que se comunicam via tecnologia Bluetooth com os smartphones dos clientes quando estão bem próximos, criando conexões de máquina a máquina” (Figura 15). Além disso, “os beacons permitem que varejistas rastreiem a localização dos clientes dentro da loja” e monitorem “quais departamentos os clientes mais visitam e quanto tempo passam lá”. Como se não fosse suficiente, esses dispositivos ainda “tornam possível o envio de ofertas personalizadas aos smartphones dos clientes com base no local onde estão”, permitindo que os departamentos de marketing trabalhemem ofertas muito personalizadas para cada um que circula pela loja (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 171). marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce Figura 15 – Beacons apple store. Fonte: Staff (2013). Mais do que isso, ainda segundo o que contam Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 171), mesmo tendo ofertas extremamente direcionadas, os clientes ainda querem avaliá-las, buscando ainda mais informações on-line . Eles só aceitam a sua oferta quando a informação consegue validar seu interesse. Vamos ver alguns casos no Quadro 8. Quadro 8 – Exemplos de webrooming Cenário Características Burberry A Burberry, por exemplo, utiliza tecnologias de sensor em suas lojas. Os artigos de vestuário são equipados com etiquetas de identificação por radiofrequência (RFID) que ativam os espelhos das cabines quando os clientes provam as roupas. No espelho, os clientes podem assistir a um vídeo que descreve o produto. SAIBA MAIS: marinalugoch Realce Burberry à moda da tecnologia: https://goo.gl/yDg3F2 O que fala a marca: https://goo.gl/qLQxnb Casino O Casino, uma rede de supermercados francesa, coloca etiquetas de comunicação por campo de proximidade (NFC) em seus produtos. Quando os clientes tocam na etiqueta com seus smartphones, obtêm acesso instantâneo a detalhes do produto. E não é só: a empresa conduz os clientes por todo o caminho até a compra. Os clientes podem escanear as etiquetas com seus smartphones para acrescentar produtos às suas cestas virtuais e pagar. SAIBA MAIS: Como funciona o NFC: https://goo.gl/q3toZT NFC: 17 usos legais para a nova tecnologia que está dominando o mercado: https://goo.gl/ZAFEg6 Supermercado Francês Testa Ferramenta NFC para os Compradores Deficientes Visuais: https://goo.gl/3c459h Fonte: adaptado de Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 167). Portanto pode-se concluir que é extremamente positivo utilizar a conectividade máquina a máquina. Contudo vemos que, mesmo com a expansão do digital, os canais físicos ainda são importantes para os clientes em sua jornada de compra. Logo, a partir disso, eles continuarão a utilizar seus cinco sentidos para determinar se uma compra será efetivada ou não, pois muitas pessoas precisam sentir o produto, testá-lo, antes de decidir. Tendo isso em vista, algumas lojas trabalham o cenário de showrooming como estratégia, permitindo ainda ao cliente usar seus sentidos e criar conexões “pessoa a pessoa enquanto compram”. Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 172-173) trazem o exemplo da Tesco, empresa da Coreia do Sul que apostou na criação de lojas virtuais “feitas, basicamente, de papéis de parede com estampa que imita prateleiras de supermercado – em locais públicos, como estações metrôs” (Figura 16). A ideia é que, enquanto esperam o metrô, os consumidores podem escanear o QR Code dos produtos via marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce inclusive canais pontualmente digitais como a Amazon estão experimentando canais offline marinalugoch Realce marinalugoch Realce aplicativo instalado em seus smartphones e realizar suas compras, que são entregues momentos após a chegada do consumidor em sua casa.17 Figura 16 – Loja Tesco no metrô coreano. Fonte: disponível em: https://exame.abril.com.br/tecnologia/supermercado-leva-prateleiras-virtuais- ao-metro/. Em todas essas alternativas que o mobile oferece hoje, desde os mais diversos aplicativos até as tecnologias que capturam os dados dos clientes, o jogo entre canais on-line e off-line oferta muitas possibilidades interessantes para alcançar os objetivos da empresa. Vamos analisar a Figura 17, que ilustra o mapeamento de pontos de contato e de canais ao longo da jornada do cliente. https://exame.abril.com.br/tecnologia/supermercado-leva-prateleiras-virtuais-ao-metro/ marinalugoch Realce marinalugoch Realce Figura 17 – Mapeamento do ponto de contato e canais ao longo do caminho do consumidor. Fonte: adaptado de Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 175). Os autores sugerem três passos essenciais para trabalhar o marketing onicanal, os quais foram organizados no Quadro 9 e explorados na imagem anterior. Quadro 9 – Passo a passo do marketing onicanal Etapa O que fazer Passo 1 Mapear todos os possíveis pontos de contato e canais ao longo do caminho do consumidor (cinco As) . Pontos de contato são toda interação direta ou indireta, on-line ou off- line , do consumidor com a marca dentro de um contexto (pode envolver um ou mais canais). Canal é um dos pontos intermediários on-line ou off-line utilizados pelo consumidor para interagir com a marca (televisão, mídia impressa, mídia social, lojas, equipes de vendas, sites de e- commerce etc.). Passo 2 Identif icar os pontos de contato e canais mais críticos. Qualquer consumidor individual pode escolher experimentar uma combinação diferente de pontos de contato por vários canais em determinada sequência, o que marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce chamamos de cenário do caminho do consumidor. Imagine que ele deseja comprar um carro. Para isso ele pode ver um banner em um site , clicar e acessar o conteúdo que está em um website , conhecer o carro, agendar um test-drive e então decidir pela compra. Ou, simplesmente, ele pode ver o anúncio na televisão, ir na loja, fazer o test-drive e decidir a compra após o teste. Muitos cenários são possíveis, os quais podem aumentar a complexidade da execução onicanal. Contudo, os recursos da empresa devem se concentrar em criar uma experiência contínua e uniforme ao longo dos pontos de contato e canais mais relevantes (veja a Figura 18, que explora esses cenários). Passo 3 Melhorar a integrar os pontos de contato e canais mais críticos para determinar o sucesso da estratégia onicanal. A empresas devem pensar em alocar recursos e organizar sua estrutura para ser possível operacionalizar a estratégia e a experiência onicanal para o cliente. Fonte: adaptado de Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 167). Figura 18 – Identificar os pontos de contato e os canais mais populares. marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce Fonte: adaptado de Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 175). Essa estratégia, por fim, alia estratégias on-line e off-line com a missão de acompanhar o cliente por todo o percurso de compra. Com a popularização dos smartphones, estratégias mobile têm sido de muita valia para que profissionais de marketing efetivem suas estratégias onicanal. Porém frisamos que o mobile não é o único ponto de contato. A seguir, vamos explorar mais algumas características de estratégias digitais por meio das redes sociais. Saiba mais: Sport Zone : juntar o melhor de dois mundos numa estratégia omnicanal. Acesse: https://goo.gl/4XXU59. Salesforce Marketing Cloud – Electrolux. Acesse: https://goo.gl/Eyj4QE. Expectativas del Cliente Omnicanal. Acesse: https://goo.gl/NmeKxH. 5.2 Estratégias em redes sociais Engajamento e conversão. Dois objetivos cada vez mais populares para quem trabalha com redes sociais e essenciais a serem trabalhados ao longo do caminho do consumidor ou na contemplação do funil de vendas. Mais uma vez, Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 183) defendem que hoje, no que envolve integrar o consumidor desde a assimalação até a apologia, atividades de engajamento são importantes para as marcas que estão vivendo a era da conectividade mobile e das comunidades e mídias sociais. No livro “Fundamentos para o Planejamento Digital de Marketing”, abordamos a diferença entre redes sociais e mídias sociais por meio do ponto de vista de Gabriel (2010). Vamos relembrar alguns pontos importantes dessa discussão por meio do Quadro 10. Quadro 10 – Redes Sociais x Mídias Sociais https://goo.gl/4XXU59 https://goo.gl/Eyj4QE https://goo.gl/NmeKxH marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce Etapa O que fazer Redes Sociais É uma estrutura social formadaas empresas necessitam pensar sua comunicação de maneira diferente. A cultura participativa precisa ser considerada em seu planejamento. Para Palma (2016), o desafio maior das empresas é estabelecer canais de comunicação que sejam dialógicos. Segundo a autora, Essa perspectiva dialógica acontece nas organizações em relação a todos os públicos, por isso a comunicação nos meios digitais faz parte desse cenário dialógico e complexo. Esse diálogo é ainda mais possível com a internet, a telefonia e outros meios de comunicação próprios das tecnologias (PALMA, 2016, p. 120). Para que as empresas consigam comunicar-se na esfera virtual com todas as transformações trazidas por ela, faz-se necessário incorporar as práticas de comunicação digital de forma integrada com todas as estratégias de comunicação. E qual seria a grande dificuldade disso? Com o acesso a todo tipo de informação e de ferramentas digitais que possibilitam a produção de conteúdo por parte de todos, uma das grandes dificuldades é a escassez de atenção. A intensidade do tráfego de informações na internet cresce de maneira exponencial. O marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce aumento da oferta de produtos é tão intenso e acelerado, que o consumidor não dá conta, pois a informação recebida precisa ser interpretada e consumida. A melhora da atenção não depende de melhores tecnologias ou melhores informações, mas como gerenciar a atenção (DAVENPORT; BECK, 2001). Para os autores, a grande pergunta é: “como conquistar e preservar a atenção de consumidores, acionistas, empregados potenciais e congêneres, e como distribuir a própria atenção em face de tantas opções sedutoras?” (DAVENPORT; BECK, 2001, p. 4). A era digital, segundo Palma (2016), traz especificidades que propiciaram importantes mudanças na forma de pensar, criar e constituir a comunicação. A linguagem tornou-se mais objetiva e concisa. O objetivo agora não é mais atingir grupos massificados, e sim públicos segmentados e/ou agrupados por interesses. Há mudança na relação do tempo; tudo tem que ter mais velocidade. O espaço também mudou, foi rompido; pode-se estar em qualquer lugar ou lugar nenhum. Há o entendimento da importância do feedback com a busca da participação das pessoas; o que é dito por elas precisa ser ouvido pelas empresas. Além disso, é importante considerar a construção coletiva on-line e a capacidade viral, ou seja, a rápida difusão. Esse entendimento do comportamento nesse novo contexto precisa estar contido nas estratégias de marketing para atrair e manter a atenção. Nas fazendas e nos campos das sociedades primitivas e nas fábricas da Revolução Industrial, a mão-de-obra física impulsionava a economia. Na era da Informação, conhecimento era poder – quanto mais uma empresa o acumulava, maiores suas chances de sucesso. Mas agora, torrentes de informações desnecessárias congestionam o cérebro dos trabalhadores e esclerosam as artérias da comunicação nas organizações; a atenção é o recurso escasso que efetivamente energiza a empresa (DAVENPORT; BECK, 2001, p. 21). Quanto mais a informação cresce, mais aumenta a necessidade por atenção. Dedica-se menos tempo para cada mensagem. Muitas são deletadas sem mesmo serem lidas. Em função disso, há muito menos espaço para a reflexão. E como a capacidade da atenção humana é limitada, não há como simplesmente expandi-la. A questão é captá- la e conservá-la. marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce Hoje, as pessoas trabalham muito mais horas, ficam mais tempo dedicadas às suas atividades por estar o tempo todo conectadas, porém o grande fluxo de informações faz com que a sua atenção tenha que ser diluída. Para Davenport e Beck (2001, p. 15), “quanto maior atenção recebo, mais fácil se torna atrair mais atenção. Se eu for um astro do rock, todas as minhas ações serão objeto de atenção”. Diferente de outros tempos, em que o surgimento de um novo meio sugeria a ideia de substituição, isto é, que o novo sobreporia o antigo, o cinema acabaria com o rádio, a televisão acabaria com o cinema, na era da convergência ocorre o contrário: antigas e novas mídias interagem. Então, além do fluxo intenso de conteúdo, esse encontra-se em diferentes mídias, dividindo ainda mais a atenção do público, mas permitindo a comunicação a todo momento e em qualquer lugar. É importante compreender que as mudanças trazidas com o acesso às ferramentas digitais ao consumidor tornaram o consumo um processo coletivo. Cada um sabe uma parte, sabe alguma coisa, que, associada a outras informações de outras pessoas, une recursos e habilidades que geram poder ao consumidor. Conforme Jenkins (2009, p. 43), a convergência “altera a lógica pela qual a indústria midiática opera e pela qual os consumidores processam a notícia e o entretenimento”. Estamos falando de um processo que tem, pelo menos, dez anos. Por que, então, os próprios meios, as agências de publicidade e os profissionais de marketing estão demorando tanto para se adaptar e dominar à nova realidade? Os consumidores foram mais rápidos. A nova tecnologia chegou primeiramente ao alcance das empresas; elas tinham acesso ao software e ao hardware , porém não sabiam bem como fazer ou o que fazer. Para Jenkins (2009, p. 35), as empresas “tinham a tecnologia para efetivar a convergência, mas não sabiam por que alguém iria querer usá-la”. Durante algum tempo ainda, as empresas não mudaram seu modo de pensar, de analisar, e tentaram utilizar o novo, os novos processos, as novas possibilidades trazidas pela tecnologia, dentro de velhos padrões de análise, para transformar tudo em retorno financeiro. Ou seja, velhas práticas num espaço totalmente novo. Quando os consumidores se apropriaram e estabeleceram essa nova posição, as corporações começaram a distribuir o conteúdo em vários canais, várias mídias. A marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce tecnologia foi a ferramenta utilizada para que as empresas transformassem a convergência em necessidade. O celular, o smartphone , está no centro dessa transformação por permitir que os consumidores estejam conectados, operando praticamente o tempo todo. Hoje, neste ambiente digital, na era da participação, Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010) sugerem uma mudança de tratamento do consumidor, que passa a ser chamado de prosumidor. Este, segundo os autores, caracteriza-se por desenvolver a participação, a colaboração e a cooperação entre os indivíduos. Eles criam e consomem notícias, ideias e entretenimento. Segundo Palma (2016, p. 309), “os consumidores, clientes ou usuários, têm um papel ativo, participativo e interativo na sociedade, com sua rede de relacionamento e com as marcas que eles consomem, admiram e gostam”. Para consumir, o cliente hoje se informa, busca conhecer a opinião de outros consumidores e suas experiências com os produtos e os serviços de seu interesse. Para Davenport e Beck (2001), existem seis tipos de atenção; eles sugerem que sejam colocadas em duplas: (i) cativa e voluntária; (ii) induzida pela aversão ou induzida pela atração e (iii) frente da mente ou fundo da mente, como observamos na Figura 1. Figura 1 – Seis tipos de atenção. marinalugoch Realce marinalugoch Realce Fonte: adaptado de Davenport e Beck (2001, p. 27). Para os autores, a atenção cativa é aquela que é impositiva, que independe da vontade do consumidor. A atenção voluntária, ao contrário da cativa, é aquela que é movida pelo interesse do consumidor, mesmo que seja por algo proibido. Já os tipos de atenção atrativa ou aversiva ocorrem com motivação prêmio e castigo, ou seja, evitar experiências negativas (aversiva) ou buscar experiências positivas (atrativa). Esses dois tipos de atenção podem ocorrer juntos em oposição. Já a atenção de frente da mente é consciente, explícita, focada. Essa é a atenção utilizada para as atividades mais formais, em que as pessoas estão dedicadas a isso, ou seja, movimentação bancária, conversas, elaboração de textos, relatórios,por pessoas que compartilham interesses similares. O objetivo é conectar pessoas (nós, como sugere Raquel Recuero18). Mídias Sociais Envolve o uso de tecnologias para tornar interativo o diálogo entre pessoas. Abrange diferentes mídias, como vídeos, blogs e plataformas de redes sociais com objetivos diferenciados como: relacionamento (Facebook); entretenimento (Pinterest, YouTube); profissional (LinkedIn) e de nicho (TripAdvisor). Fonte: adaptado de RD Station (2018). Dentre as vantagens desse tipo de estratégia a RD Station (2018b) destaca as seguintes: Compartilhar a visão da empresa: as redes sociais são uma espécie de vitrine de sua empresa; são nelas que você poderá mostrar a visão do negócio, no que acredita; A personalização da mensagem e interação direta com o cliente: nas redes sociais, é possível ter um relacionamento muito mais customizado e direto com cada cliente ou possível cliente, já que você pode entrar em contato com cada um, seja para resolver problemas ou descobrir novas informações; Possibilidade de segmentação do público: ao publicar nas redes sociais, é possível segmentar seus posts de acordo com as características da audiência, direcionando seus esforços para aquelas parcelas do público que possuem mais afinidade com sua solução; Poder saber mais sobre cada um dos seus clientes: as pessoas compartilham seus gostos, desejos e outras informações que podem ser valiosas para as empresas na hora de aproximar-se de seu público-alvo. Fique atento ao que é relevante para sua audiência a fim de conectar-se melhor com ela; Possibilidade de vender por esses canais: da mesma forma marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce que é possível relacionar-se com o público por meio das redes sociais, é também possível utilizá-las para vender seus produtos ou serviços, principalmente se você abordar aquela audiência que já tem um relacionamento com você e já se mostra madura para a compra; Criar um ambiente controlado pela marca: independentemente de quem é seu público, ele vai estar em alguma rede social; Possibilidade de divulgação para empresas com baixo orçamento: ao contrário dos meios tradicionais, anunciar nas redes sociais possui um custo mais baixo, além da vantagem de que na web é muito mais fácil mensurar os resultados; Informação em tempo real: as redes sociais permitem comunicar mensagens de marca urgentes em um canal oficial. Isto é muito importante no caso de gestão de crise, por exemplo, em que é necessário que a marca se posicione rapidamente, evitando assim que tome maiores proporções. Tendo como base as vantagens acima, podemos perceber que essa estratégia é muito importante para as empresas no contexto atual. Ainda mais se pegarmos os dados que mostram que mais da metade da população brasileira usa esse tipo de rede e passa, em média, mais de três horas por dia navegando por elas (RD STATION, 2018b). Por isso, para pensar em contemplar uma estratégia desse tipo, num primeiro momento é importante entender as diferenças entre as plataformas de redes sociais existentes e escolher quais dessas podem atender da melhor maneira a comunicação de sua empresa com o público. Assim como no marketing de conteúdo, as estratégias em redes sociais precisarão seguir um planejamento baseado em objetivos, como: divulgação da marca, canal de comunicação com os clientes, comunidade de fãs de sua empresa, educação do cliente por meio de conteúdos ricos, vendas etc. Uma vez definidos os objetivos, os conteúdos podem seguir o planejamento apresentado no capítulo 3, em que abordamos o planejamento de marketing de conteúdo. As postagens nessas redes podem ser orgânicas, impulsionadas ou pagas (ads/anúncios). Obviamente, as estratégias que contemplam marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce falar mais sobre isso nessa aula impulsionamento ou anúncios têm maior alcance e melhores resultados. No entanto, é importante que o profissional entenda o funil das mídias sociais (Figura 19), baseado em três métricas principais: impressões, cliques e conversões. Figura 19 – Funil das mídias sociais. Fonte: adaptado de RD Station (2018) e Gennaro (2016). Sobre os anúncios, eles potencializam o alcance das publicações, inclusive em anúncios orgânicos. No Facebook, é possível investir menos de um dólar por dia e obter ótimos resultados. Para aprender um pouco sobre como desenvolver anúncios nas plataformas de redes sociais, consulte os materiais disponíveis no Quadro 11, que apresentam roteiros e casos específicos nos próprios sites das plataformas de redes sociais. Quadro 11 – Anúncios em mídias sociais Mídia Social L inks Facebook ADS Facebook: . RD Station: . Instagram ADS Instagram: . RD Station: . L inkedIn ADS LinkedIn: . RD Station: . RD Station: . Twitter ADS Twitter: . Twitter para empresas: . YouTube ADS YouTube: https://www.youtube.com/intl/pt- BR_ALL/yt/advertise/>. RD Station: Fonte: adaptado de RD Station (2018b). 5.2.1 Que tipo de anúncio fazer em plataformas de redes sociais? O planejamento de estratégias inicia justamente quando se tem a noção do tipo de objetivo que a empresa, marca, produto/serviço precisam atingir. Por exemplo, se seu objetivo é a conversão de marca, posts que trabalhem conteúdos sobre a marca devem ser explorados de modo que o público entenda o que a empresa faz, no que acredita e o que pode fazer por ele. Agora, se o objetivo é a conversão em vendas, a mensagem deve vir munida de um discurso persuasivo, objetivo e claro, possível de ser trabalhado de acordo com o perfil da mídia social aceita pela plataforma. Aí nesse caso cabe o uso de formulários que coletem dados dos clientes para serem, posteriormente, trabalhados pela equipe comercial da https://business.instagram.com/advertising/ https://resultadosdigitais.com.br/blog/anunciar-instagram-ads/ https://business.linkedin.com/pt-br/marketing-solutions/ads https://resultadosdigitais.com.br/blog/anuncios-linkedin-ads/ https://goo.gl/s11jgQ https://ads.twitter.com/login https://business.twitter.com/pt.html https://www.youtube.com/intl/pt-BR_ALL/yt/advertise/ https://goo.gl/j5NBCU marinalugoch Realce marinalugoch Realce empresa. Hoje, a maioria das plataformas de redes sociais faz uso de diferentes mídias que permitem que se trabalhem ações com recursos muito interativos, como por exemplo live marketing e stories. Abordagens assim mostram situações em tempo real e permitem a interação direta do público com a marca ou empresa. Além disso, é uma ótima oportunidade para criar relacionamento com o cliente, pois ele pode comentar a ação, enviar perguntas, dúvidas e até mesmo avançar em uma possível negociação. Toda essa dinamicidade de estratégias em redes sociais permite também o monitoramento constante. Se uma ação não está trazendo o resultado de engajamento e conversão esperado pela empresa, é possível alterar os elementos quecompõem o post de modo que ele fique mais atrativo para o público, dando maior controle da ação para o profissional de marketing e ajudando no monitoramento dos indicadores, que, por consequência, tornam o valor do ROI mais controlável. Ou seja, você pode utilizar o recurso investido com mais precisão e esperar melhores resultados. O Quadro 12 apresenta algumas dicas de como elaborar ações em estratégias de diferentes plataformas de redes sociais. Quadro 12 – Dicas para complementar ações embasadas em estratégias de plataformas de redes sociais Rede Social L inks Facebook Saiba o usar o Live : essa alternativa tem um maior índice de rakeamento dentro da rede, ou seja, as chances de uma postagem feita no modo Live estarem no topo ou serem notificadas a seus curtidores é bastante alta. Fazer transmissões ao vivo é uma ótima maneira de estar mais perto de seu público. As possibilidades de geração de conteúdo com essa ferramenta são infinitas, portanto é importante estar em sintonia com sua persona para saber o que funciona melhor para ela. Vídeos para responder perguntas ao vivo são uma ótima pedida para a época de lançamento de novos produtos. Essa é uma boa oportunidade de apresentar alguma novidade e ainda colher feedback marinalugoch Realce marinalugoch Realce dos usuários, aproveitando para sanar dúvidas e já se preparar para corrigir qualquer problema, caso ele seja encontrado. Fazer Lives de shows etos também funciona muito bem, principalmente se o seu público é mais jovem. Está acontecendo alguma festinha na empresa? Aproveite para fazer uma Live e entrevistar algumas figuras icônicas. Sua empresa está patrocinando algumto? Faça uma Live rápida cobrindo estandes e atrações, convidando-os a se juntar a seu negócio. Uma boa estratégia para conseguir o máximo de atenção em suas transmissões é combinar antes um horário com o público. Assim fica certo de que as pessoas já estarão atentas para a transmissão no horário em que ela iniciar. Otimize L inks para postagem: já reparou que os links que ficam em primeiro no seu feed geralmente estão dentro de uma caixa acompanhada de imagem, título e descrição? Pois é, isso não é à toa. Com a otimização de links é possível postar seus principais endereços da web e embuti-los dentro do Facebook como se fizessem parte da própria estrutura de postagem da rede. Para isso, utilize a ferramenta de debug do Facebook. Por ela é possível conferir os dados de um determinado link e então estabelecer como ele será exibido na timeline de seus curtidores. Não se esqueça também de adicionar os códigos Meta especiais no seu site , assim a captura de imagem e descrição será feita de maneira automática para o Facebook. Pronto, agora você já pode compartilhar links com postagens de seu blog ou website e garantir que a página do Facebook permaneça alimentada com conteúdo novo para seu público. Participe se quiser participação: quer que as pessoas engajem em sua página? Então, antes disso, é preciso que você engaje com o seu público. Alguns ótimos exemplos podem ser encontrados com fatura pelo próprio Facebook. A página da Netflix, ou da Prefeitura de Curitiba, são ótimos exemplo de um social media bem feito e voltado para o engajamento com o público. Observe como as páginas respondem aos comentários feitos e interagem com o seu público de maneira leve e inteligente, sem nunca perder o tom da linguagem e sendo útil e interessante ao mesmo tempo. Esse tipo de interação motiva os usuários a manter o contato com alguma constância, além de ajudar suas postagens a se manter no feed dos amigos dos curtidores de sua página, como sugestão do próprio Facebook. Elabore postagens de engajamento: além de interagir nos comentários, é possível também chamar os usuários para engajar com o seu conteúdo por meio das próprias ferramentas oferecidas pelo Facebook. Um modelo bastante comum é o de “Curte ou compartilha”, que começou um tanto antes do Facebook inserir a funcionalidade de “reações”. Com esse tipo de postagem é possível fazer votações sem recorrer ao modelo de enquete (que, convenhamos, ainda precisa ser melhorado), além de garantir que o público interaja e ainda coloque seus posts no topo do feed alheio. Saiba também que é possível realizar concursos etos na sua página (lembre-se sempre de conferir a lei N°5.786 antes de pensar em distribuir prêmios) para conseguir mais curtidas e aproveitar para divulgar o seu produto. Hoje em dia não é permitido colocar o compartilhamento como parte decisiva de um sorteio, mas não custa nada pedir, por favor, que os usuários divulguem a promoção por aí. Engajamento é muito importante para todo perfil em rede social, além de ser um ótimo termômetro para saber o que está ou não fazendo sucesso. Atenha-se às regras de boa conduta: já ouviu falar de etiqueta no Facebook? Essa expressão é muitíssimo válida hoje, principalmente para empresas. Algumas das regras básicas incluem: Não “floodar”, ou seja, não postar conteúdos repetidos em um intervalo curto demais. Estar atento a conteúdos sensíveis para algum grupo. Faltar nesse cuidado pode comprometer sua página para sempre. Estar atento às regras do Facebook a respeito de conteúdo para maiores de idade. Evite usar imagens com direito autoral sem a prévia autorização do responsável. Não implore por curtidas em sua página. Em vez disso, preocupe-se em fazer postagens de qualidade e logo os likes virão. Não exagere nas #Hashtags. Cuidado com boatos e não os divulgue sem antes conferir fontes. Evite bate-boca ou conflitos desnecessários nos comentários. Tenha uma política definida para lidar com Trolls e comentários criminosos. Estar atento a esse tipo de conduta ajuda na hora de definir a experiência do usuário na sua página. Você não vai querer que algum usuário saia ofendido por um descuido seu, não é mesmo? Isso pode acabar alastrando e prejudicando, para sempre, a reputação de seu negócio. Facebook e o paraíso do UGC: UGC, ou User Generated Content, é todo conteúdo gerado por usuário sem que tenha havido o patrocínio da empresa por trás disso. Investir no UGC depende, antes de tudo, que o seu negócio saiba como gerenciar o engajamento e incitar a participação dos curtidores de sua página. São várias as maneiras de se conseguir bom conteúdo gerado pelo usuário: você pode checar tags específicas pela busca, pode buscá-las nos comentários da página etc. A maneira mais rápida, porém, é convidar os leitores e usuários a participar de sua página e contribuir com conteúdos próprios que possam ser reaproveitados para suas postagens. Isso inclui depoimentos, opiniões, ilustrações fotografias e tudo mais que possa ser produzido. Outra alternativa para conseguir conteúdo marinalugoch Realce gerado pelo usuário é criando concursos etos em que as pessoas sejam chamadas a postar fotos com seus produtos, por exemplo, ou criando alternativas de uso para ele. Algumas empresas, geralmente no ramo de sanduíches e pizzarias, costumam convidar os consumidores a criar seus próprios sabores. Depois dessestos, as opções mais votadas ganham um espaço no cardápio. Esse é um ótimo exemplo de como o UGC pode ser incorporado no seu negócio, mobilizar o público e ainda ajudar no fortalecimento do seu negócio. Instagram O Instagram é uma das redes sociais que enfrentou maiores mudanças nos últimos anos. Com a adição do stories, o app ganhou uma cara completamente diferente, batendo de frente com o Snapchat, que apresentou o formato de mensagens com autodestruição alguns anos antes (e já estava caindo no gosto da população). Hoje, o Instagram é a melhor rede social para trabalhar com produtos imagéticos como roupas, calçados, fotografia, maquiagem e tudo mais que depende fortemente do visual para ser promovido. Saiba utilizar as #hashtags: Hashtags são usadas, principalmente, para a categorização de fotos dentro do Instagram, facilitando a descoberta de conteúdo dentro de uma temática específica e auxiliando na exibição e busca por aumento de tráfego orgânico na sua rede. Saber usar as hashtagsé fundamental para quem quer fazer sucesso no Instagram, uma vez que será essa a sua primeira porta de entrada para novos usuários e interessados nas fotos e conteúdos postados. Cuidado com o excesso. Entupir suas fotos com hashtags aumentará o alcance na rede, mas aumenta também as chances de que usuários não relacionados ao seu negócio venham a curtir sua página, desperdiçando um potencial que poderia ser melhor aproveitado pela correta disposição das tags. Aproveite também hashtags de discussões para acrescentar conteúdo personalizado. Essas são aquelas tags relacionadas a assuntos específicos (e do momento), que volta e meia sobem no Instagram para reunir grupos de interesse. Na eleição marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce presidencial americana, por exemplo, a tag #election2016 foi altamente compartilhada, e todos os que postavam utilizando esse marcador engajavam em discussões a respeito do tema. É possível inserir seu negócio em discussões relevantes e fazer contribuições para que o tema cresça e sua empresa se posicione de maneira positiva para sua imagem. Instagram Stories: funcionalidade que chegou com tudo e resgatou muitos dos usuários que haviam debandado para o outro app. Ele funciona assim: Você tem uma timeline paralela à do Instagram tradicional, e nela é possível adicionar fotos e imagens que tenham a duração prevista de 24 horas. E pronto. Assim como o Snapchat, essa funcionalidade é ideal para a postagem de making-of e bastidores da criação de produtos, festas e tudo mais que acontece no dia a dia de sua empresa. Aproveite o Stories para fazer também reviews, entrevistas curtas e rápidas e mostrar novidades no negócio que não demandem um post inteiro para isso. Repost e UGC no Instagram: esta rede também é ótima para a repostagem de conteúdo de terceiros e usuários interessados no seu negócio (o já mencionado UGC – User Generated Content). Para isso, você pode usar de aplicativos satélite, como o Regram ou Repost, por exemplo, e garantir o recompartilhamento de conteúdo. Escolha o conteúdo de maneira inteligente. Foque em imagens que valorizem o seu produto, feedbacks positivos ou mesmo fotografia de influenciadores que tenham alguma relação com o seu negócio. É possível convidar os usuários a postar fotos e marcar a sua empresa, com a promessa de compartilhar as melhores no seu perfil. Assim você garante algum tráfego para a sua conta e ainda dá visibilidade aos usuários fãs do seu negócio. Promova seu conteúdo: de outras redes sociais. Postou algum artigo novo? Tire uma foto ou prepare uma imagem relacionada e anuncie para seus seguidores. Você pode disponibilizar os links para a postagem original, indicar na sua bio o endereço da homepage , ou marinalugoch Realce marinalugoch Realce apenas anunciar a nova postagem no Instagram. Aproveite para integrá-lo às suas outras redes sociais, como o Facebook e Twitter, e compartilhe tudo de novo nessas redes, cuidando apenas para não se tornar excessivamente repetitivo. Spam não faz bem para ninguém e só afasta seus seguidores. L inkedIn O que postar: um dos conteúdos com maior procura no LinkedIn é a respeito de dados e insights de grandes nomes do mercado. Conseguiu aumentar o tráfego no seu negócio? Duplicou o quadro de funcionários? Conquistou todas as metas do ano? Esteja certo de que esse tipo de postagem é perfeitamente adequada para a plataforma do LinkedIn. Mas é claro que não é só isso. Pelo perfil de sua empresa você pode postar anúncios sobre vagas, mudanças na empresa que possam interessar ao público, novidades na administração e tudo mais que possa fazer inveja na concorrência. E, apesar de tudo isso, não é necessário que você se atenha ao ultra formalismo. Sua empresa pode ser leve, engraçada e tudo o que ela já é sem perder o contexto do LinkedIn. Engajando em discussões: outra ótima maneira de usar o LinkedIn para sua empresa é proporcionar espaços para discussões (e engajar nelas). Ouviu alguma notícia na área dos negócios? Discorda de algum dado apresentado por outro negócio? Concluiu uma pesquisa e agora tem informações exclusivas sobre o mercado? Tudo isso abre margem para ótimas discussões on-line , que podem acabar gerando conteúdo suficiente para novas postagens no seu blog ou website . O público sempre está disposto a discutir e defender algum ponto de vista, só precisa do material necessário e do espaço propício para tal. Mas atente-se para as regras de boa conduta. As mesmas do Facebook valem aqui, e evitar conflitos não construtivos deve ser sua prioridade a todo instante. Cuidado com trolls e usuários maliciosos e esteja sempre pronto para excluir algum comentário inapropriado. Incluindo o SlideShare: uma das funções exclusivas do marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce LinkedIn é a sua integração do SlideShare. Ele funciona quase que como o famoso Power Point e serve para compartilhar apresentações, infográficos, documentos, vídeos, PDFs etc., tudo on-line . Essa é uma ótima maneira de exibir os dados e informações de performance de sua empresa, aproveitando-se do visual para reforçar os resultados e tornar o conteúdo de muito mais fácil digestão. Para incorporar seu conteúdo do SlideShare no LinkedIn, basta acessar a página do arquivo subido, clicar no ícone de compartilhamento de documento e obter o código para compartilhamento, que pode ser colado diretamente na postagem no LinkedIn. Lembre-se de que é possível controlar o tamanho do Slide e adequá-lo ao formato do seu conteúdo, buscando a melhor experiência de consumo possível para seus visitantes. Não só isso, o SlideShare é repleto de alternativas para a geração de leads, controle de acessos e outras ferramentas que podem ajudar no monitoramento de sua estratégia de marketing e coleta de resultados cada vez mais assertivos. Vale testar a funcionalidade e conferir se ela é adequada para seu negócio. Guest posting: nome dado para artigos postados por convidados em sua rede ou blog, geralmente com o objetivo de contribuir para o site e gerar tráfego para ambos os lados. No LinkedIn, essa prática é muito valorizada, e você pode aproveitar o funcionamento da rede para divulgar seus guest posts em outros sites (e cobrar que o site faça o mesmo, ganhando também na divulgação do seu nome). Aproveite também a estrutura do LinkedIn para buscar parceiros de guest posting. São vários os nichos atuantes na rede, e por meio dos grupos, pontos de discussão e contatos da rede você com certeza encontrará alguém com um blog ou site ideal para seu próximo post. Twitter ADS Já são mais de 330 milhões de usuários ativos pelo Twitter ao redor do mundo, fazendo desta uma das principais redes sociais para se estar presente. Aqui no Brasil, o seu acesso caiu bastante desde 2013, mas a rede ainda configura como uma das principais fontes marinalugoch Realce de contato com o seu público, estando na frente do próprio LinkedIn, Snapchat, Google + e Pinterest. A verdade é que o Twitter tem uma particularidade muito importante: o limite de caracteres e o tom despojado da rede, muito mais voltada para cotidianos do que o Facebook, por exemplo. O que acontece é que muitos usuários não entendem as diferenças entre as duas redes sociais e acabam fazendo de sua timeline no Facebook o seu Twitter pessoal. Isso jamais pode acontecer com uma conta empresarial, porém. Esteja bem atento para as principais diferenças entre essas duas redes sociais se quiser tirar o melhor delas na hora de manter sua estratégia de marketing de conteúdo. Esteja atento aos Trending Topics: Trending Topics, ou TTs, são os assuntos mais comentados do momento que se agrupam na barra esquerda do Twitter (se você estiver pelo desktop) ou no ícone de busca (se você estiver pelo mobile). Esse é um dos melhores termômetros da rede, já que independe de patrocínio para estar ali em cima, mas apenas do buzz gerado na rede social e na quantidade de menções feitas por outros usuários. Essa é uma ótima maneira de engajar nos assuntos mais comentados,colocando sua empresa no círculo de discussão e permitindo que você contribua para que o tema se desenrole. Os Trending Topics também funcionam como inspiração de conteúdo, principalmente aqueles mais rápidos, que logo perdem o vapor na primeira semana, mas acabam gerando um ótimo tráfego para os seus links. Por isso esteja atento ao que está subindo na lista e adiante-se a produzir conteúdo voltado para o que está bombando. Quem sabe você não acaba acertando um viral? Não se preocupe com os 140 caracteres: precisa contar uma história, mas os 140 caracteres parecem um empecilho? Bem, não mais. Apesar da fama de microblog, hoje é possível fazer conteúdos bem maiores pelo Twitter. Basta que você realize mentions aos seus próprios tweets. Dessa forma, suas respostas ficarão alinhadas e poderão ser linhas em ordem cronológica por qualquer usuário. Além disso, você também pode recorrer ao formato de imagem, que pode ser postada com todo o texto a ser lido. Claro que não é o ideal, mas se você preferir ter todo o conteúdo de uma só vez em lugar de reparti-lo entre vários tweets, essa é uma boa alternativa. Vídeos, Gifs e tudo mais: o Twitter hoje aceita o upload de vídeos, gifs, imagens, enquetes e até mesmo links com otimização, como acontece no Facebook. Essa gama de formatos é perfeita para a produção de conteúdos variados e pode ser bem explorada com um pouco de criatividade. Algumas contas, como a da Amazon, por exemplo, costumam subir gifs engraçados em época de promoção, geralmente com conteúdo relacionado e que instigue as pessoas a visitar o site ou a compartilhar o Tweet. Lembre-se sempre de variar nas suas postagens, mas mantendo em sincronia a linguagem a identidade visual definidas para sua empresa. Com um pouco de consistência, logo seu conteúdo se tornará cada vez mais original e adequado ao seu negócio. YouTube O Youtube hoje conta com uma média de 82 milhões de usuários ativos no Brasil, e isso contando apenas aqueles regulares, que assistem a vídeos como parte de sua rotina. Com esses números garantimos o segundo lugar no ranking de países que mais fazem uso da rede, o que significa que sua empresa não pode ficar de fora. Sem sombra de dúvidas, essa é, atualmente, a plataforma mais popular para vídeos, desbancando fácil alguns concorrentes como o Bing Video, MSNVídeos e Vimeo. A rede passa por constantes atualizações, principalmente a respeito de suas políticas internas, por isso é importante estar atento a qualquer mudança na hora de assegurar a permanência de seus vídeos em sua plataforma. Considere também assistir a muitos e muitos vídeos, independente de ser de sua concorrência ou não. É preciso que você se torne íntimo da linguagem do Youtube, que não aceita má qualidade no visual e muito menos no conteúdo. marinalugoch Realce Descubra o formato ideal de vídeos: o que o seu público mais curte? Tutoriais, bastidores, música, palestras, jogos ou vlogs? Existe uma infinidade de formatos que podem ser explorados no Youtube, e vários outros ainda a serem descobertos, basta que você ouça sua persona (e pesquise na concorrência), para entender o que dá ou não certo no seu nicho. Para isso, é possível levar em consideração alguns fatores que ajudam na hora de definir o formato: Sua persona utiliza mais o PC ou mobile para assistir vídeos? Qual o tempo médio de permanência de sua persona no Youtube? O que os influenciadores de seu mercado fazem no Youtube? Quanto você pode investir na produção de seus vídeos? Com essas informações em mãos você já pode começar a delinear o formato do seu canal do Youtube e como funcionarão os seus vídeos. Caso esteja ainda incerto sobre o tipo de vídeo ideal, lembre-se sempre que é possível fazer experimentações até entender o que sua persona realmente curte no Youtube. Você pode sempre mudar ou alterar os formatos no futuro, afinal de contas, é na experiência que você poderá otimizar o conteúdo para seu usuário. Busque pelos canais mais populares hoje em dia (Porta dos Fundos e Galinha Pintadinha são dois grandes nomes no Youtube Brasil), entenda sua lógica de funcionamento, avalie a qualidade da imagem, som etc. e monitore o processo de divulgação dos vídeos em outras redes sociais. Os públicos provavelmente serão diferentes, mas você tem a chance de entender o que está fazendo sucesso e como esses conteúdos estão sendo formatados. Conte uma história: nem só de vídeo institucional vive uma empresa. Observe os grandes nomes da propaganda nos últimos anos e você verá que boa parte delas tinha foco muito além do simples anúncio do produto, mas sim em uma história. Uma boa história é capaz de ensinar, anunciar e, claro, prender o espectador no seu conteúdo, convencendo-o a voltar no futuro para ter mais. Pense em como o seu produto pode protagonizar uma história, como ele pode compor um cenário ou como ele pode resolver um problema. Assim fica muito mais fácil desenvolver um roteiro ao seu redor, preparando um conteúdo realmente capaz de sensibilizar, entreter e, quem sabe, engajar em outras redes também. Utilize bem as anotações e legendas: anotações e legendas do Youtube são uma outra maneira de incrementar o seu vídeo e podem ajudar a contar uma nova história ou a otimizar o seu conteúdo. Além de legendar em múltiplas línguas, você pode usar a criatividade e direcionar o usuário para outros vídeos relacionados ao longo de um principal. Um clássico exemplo é a produção de vídeos de final interativo. Esse tipo de produção permite que você utilize as anotações do Youtube para selecionar diferentes redirecionamentos de conteúdo, sempre focando no storytelling e suas escolhas dentro de um conto. Seja criativo na hora de inserir anotações no seu conteúdo e não tenha medo de ousar. No final das contas, é tudo experiência na sua própria produção. Fonte: adaptado de Rock Content (2017). Estratégias em redes sociais, portanto, estão muito próximas do famoso marketing de conteúdo. O que o profissional de marketing precisa ter claro são seus objetivos estratégicos (metas), além do conhecimento das ações possíveis de serem elaboradas conforme cada uma das plataformas de redes sociais. Alie a tudo isso criatividade para a criação da ação, bem como o domínio dos indicadores (já discutidos no livro de “Fundamentos para o Planejamento Digital de Marketing”). Resumo: marinalugoch Realce marinalugoch Realce Discutimos nesta unidade estratégias e ações importantes para serem incluídas no planejamento digital focado em mobile e redes sociais. Buscamos apresentar exemplos e dicas que auxiliam o profissional de marketing no monitoramento dos resultados de suas ações e na efetividade de sua estratégia. REFERÊNCIAS E-COMMERCE BRASIL. Quase metade das compras no varejo é feita por celular, diz Criteo. Website E-commerce Brasil, 2018. Disponível em: . Acesso em: 30 mar. 2018. GABRIEL, Martha. Marketing na era digital. São Paulo: Novatec, 2010. GENNARO, Bruno. O Funil das Mídias Sociais: como acompanhar com eficiência os resultados em social media. Website Blog Resultados Digitais, 2016. Disponível em: . Acesso em: 30 mar. 2018. KOTLER, Philip; KARTAJAYA, Hermawan; SETIAWAN, Iwan. Marketing 4.0. Rio de Janeiro: Sextante, 2017. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Cocriação de valor: conectando a empresa com os consumidores através das redes sociais e ferramentas colaborativas. São Paulo: Atlas, 2014. RD STATION. Marketing de Conteúdo. Website RD Station , 2018a. Disponível em: . Acesso em: 30 mar. 2018. _____. Redes Sociais. Website RD Station , 2018b. Disponível em: . Acesso em: 30 mar. 2018. ROCK CONTENT. Aprenda a fazer Marketing de Conteúdo nas redes sociais como um profissional. Website Marketing de Conteúdo, 2017. Disponível em: . Acesso em: 30 mar. 2018. STAFF, Verge. Apple's iBeacon: tracking the tech that makes your iPhone a billboard. Website The Verge , 2013. Disponível em: . Acesso em: 30 mar. 2018. __________16. Empresa líder global em marketing para e-commerce. https://goo.gl/wshpYN https://goo.gl/jCFG9m https://goo.gl/DNFZ35 https://goo.gl/9x9gbR https://goo.gl/eoVgD4 https://goo.gl/PT6m25 17. Saiba mais sobre o caso da Tesco aqui: . 18. Sugere-se a leitura de RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009. https://goo.gl/rxZp1b Estratégias para o planejamento digital de marketing - Hélio Sassen Paz CAPÍTULO 6 As diferentes estratégias e ações digitais de marketing: marketing participativo – Esta unidade descreve a evolução da preocupação de clientes e agências relacionada à influência exercida pela voz do consumidor ao longo dos últimos cem anos. Da linha de produção taylorista-fordista aos influenciadores digitais, produtos, serviços e marcas foram sendo modificados juntamente com a dinâmica da publicidade que, de específica e centralizada, torna-se agora generalista e mais conversacional em seu discurso. 6.1 Informação é poder A frase acima soa como um lugar comum repetido à exaustão por vários publicitários e gestores de marketing. No entanto, apesar de ser dita com bastante ênfase em nosso meio nas últimas décadas, a versão do filósofo inglês Sir Francis Bacon publicada em seu livro “Meditationes Sacrae” (1597) parece ser a mais antiga documentada até o momento. Logo adiante, um discípulo de Bacon, Thomas Hobbes, escreveu em “O Leviatã” (1668) que o conhecimento em si é poder. A discussão política e social sobre a origem dessa expressão leva- nos à década de 1920 nos Estados Unidos, quando a preocupação de Walter Lippmann com a opinião pública em função da mídia de massa (principalmente pelos jornais, naquele momento) já transcendia a política para nos levar à ideia de que a publicidade seria uma área que necessitava desenvolver lógicas, técnicas e uma ética mais profissional.19 Como transpor as frases informação é poder e a informação em si é poder para o final da segunda década do século XXI na comunicação? Hoje em dia, o poder de acumular informação por parte de clientes, agências e institutos de pesquisa refere-se à necessidade multidisciplinar das empresas de utilizar a informação fornecida por todo o ambiente que define suas rotinas de criação, produção, distribuição, divulgação, avaliação, repercussão etuais adaptações relacionadas aos produtos e serviços ofertadas a seu público-alvo. As ideias que geram produtos e serviços capazes de suprir necessidades e realizar desejos iniciam por aquilo que Domenico De Mais (2003) considera o objetivo da criatividade: a tentativa de derrotar os inimigos atávicos da humanidade (cansaço, solidão, ignorância, feiura, tradição, autoritarismo, miséria, dor e morte). Para isso, o autor menciona metas que estão sempre presentes em nossa oferta de trabalho (poupar cansaço, poupar matéria-prima, reduzir a dor, incrementar o bem-estar, aumentar a segurança e manter a morte a distância). A grosso modo, o principal objetivo de qualquer negócio visa aumentar o seu lucro e reduzir seus custos. O sucesso da realização desse objetivo depende da satisfação máxima do consumidor, pois é ele que – na linha de frente – tentará derrotar os inimigos que sempre perseguem a nossa espécie ao longo do tempo. Para o consumidor, a oferta de produtos e serviços é um conjunto de ferramentas suficientemente capazes de tornar intuitiva a realização dessas metas. O consumidor recomenda e advoga tudo o que o faz sentir-se competente e satisfeito, seja na estética, na funcionalidade, no conforto, na praticidade, de maneira divertida, pelo preço, pelo atendimento e pela assistência técnica, entre outros. Antes de entrarmos no protagonismo do consumidor como agente de marcas, produtos e serviços e nas estratégias de agências e clientes para canalizar esse voluntariado em vendas, faremos um breve apanhado sobre a evolução da importância que o marketing destinou ao poder da voz do consumidor em momentos-chave dos últimos cem anos. 6.2 O poder da informação migra do produtor ao consumidor Nos primórdios da Ciência da Administração, a preocupação com os dados relacionados à sensação do público era muito menor do que a prioridade que as empresas davam aos dados que seus gestores acumulavam a partir da observação da rotina da linha de produção e da intuição do contato do vendedor com o consumidor. O domínio da informação pela lógica taylorista-fordista20 ainda não privilegiava as impressões do consumidor final. Os dados mais relevantes para as marcas em função de sua oferta de produtos relacionavam-se à mensuração da otimização do uso da matéria-prima (para evitar o seu desperdício), do custo da matéria-prima em diferentes mercados (visando investir menos), do custo da mão-de-obra em função de sua produtividade (buscando produzir mais em menos tempo), da padronização e da simplificação da montagem dos produtos e de sua distribuição (uma quantidade menor de processos gera menos desgaste e proporciona maiores resultados). O lendário automóvel Ford modelo T era vendido somente na cor preta com acessórios padronizados, sem diferentes ofertas de opções. A baixa concorrência e o baixo retorno (feedback) sobre o produto permitiam essa forma limitada de relacionamento com o cliente. Consequentemente, o poder desse cliente era extremamente baixo, pois ele não tinha subsídios nem alcance suficiente para modificar um produto, por exemplo. A publicidade tem por objetivo básico utilizar um conjunto de técnicas narrativas para tornar pública a existência de produtos e serviços, proporcionando maior resultado a seus clientes. Naquele período, predominavam os anúncios classificados. Aos poucos, a eficiência dos anúncios passou a aumentar a partir de um discurso mais adequado culturalmente ao contexto socioeconômico, cultural e simbólico, com diferentes graus de persuasão e sedução. Desde então, em diferentes mídias e sob diferentes tecnologias, os argumentos capazes de descrever e estimular a percepção sobre atributos de reconhecimento de valor a uma determinada marca, produto e/ou serviço adequados à cultura desse público tem apresentado sucessivas transformações. Desde o início da atividade comercial, de diferentes maneiras e em contextos bastante distintos, o público sempre encontrou formas de repercutir tanto suas manifestações elogiosas como a sua insatisfação sobre tudo o que possa vir a ser consumido. Contudo o reconhecimento de que a sua crítica possa tanto vir a forçar a descontinuidade de um produto ou serviço como ajudar a aperfeiçoá-lo veio apenas após décadas de entendimento sobre Jornalismo, Publicidade, Relações Públicas, Administração, pesquisas de opinião e mercado. Salientamos ainda que nem sempre um conjunto de elogios significa a satisfação da maioria do público em relação às opções que o mercado oferece. Profissionais de marketing, publicitários e clientes procuram tentar combater o ruído, a imprecisão, a falta de senso de adequação da mensagem e procuram mitigar riscos. Atualmente, é cada vez mais difícil concretizar o seu desejo de controlar e conduzir a percepção dos consumidores, cada vez mais autônomos e exigentes. Sob o ponto de vista empresarial, a redução do dano e o interesse econômico em regras menos rígidas impostas pelos órgãos de defesa dos direitos do consumidor também dependem desse desejo de controle sobre toda a informação disponibilizada pelo consumidor. Às agências de publicidade e às agências de comunicação digital não basta apenas contar com o conhecimento do cliente sobre como o público-alvo que percebe os seus produtos via técnicas de aplicação e de tabulação de questionários dirigidos. Da mesma forma, a observação superficial sobre a opinião da maioria dos consumidores (independentemente do fato de essa ser positiva ou negativa, construtiva ou destrutiva) também não garante o sucesso de uma campanha nem o aumento das vendas. Há aí uma série de manchas cinzentas, incapazes de esclarecer exatamente como a massa ou como determinados nichos de consumidores interpretam a mensagem. Cada vezmais, a construção da inteligência depende de um intenso trabalho de observação, monitoramento, apuração, mensuração, quantificação e qualificação dos dados fornecidos pelos clientes, pelo público e também pela forma como a mídia especializada decide abordar a questão. Mais do que observar, é importante tanto para a agência como para o cliente saberem posicionar-se no mesmo ambiente de conversação onde seu público se encontra para falar sobre produtos e serviços (principalmente os seus). Monitorar essa impressão socialmente compartilhada em rede é uma preocupação constante, cuja observação deve ser constante. As opiniões do consumidor são decisivas. Afinal de contas, é ele quem possui o poder de escolha sobre qual o melhor momento para gastar ou investir o seu dinheiro em função do quanto possa despender com base em um determinado conjunto de motivações (seus desejos e necessidades). A importância que ele dá às histórias que decide contar e acompanhar nas redes sociais digitais sobre as suas relações de consumo não constitui mais uma dinâmica meramente induzida pela técnica do discurso publicitário: hoje é a publicidade que precisa moldar-se ao reconhecimento e à repercussão dos anseios e da vivência discutidos pelo público-alvo, pelo seu cliente e – sobretudo – pelo cliente do cliente da agência. Mais do que nunca, é preciso aprender a ouvir, a ler e a assistir às narrativas construídas por esse público, seja em uma conversação aberta nas redes, seja em um fórum organizado pelas próprias agências digitais ou por seus próprios clientes. À medida que a segmentação e a diversidade foram se ampliando, questões relacionadas à necessidade, ao gosto e a atributos de valor direcionados à relação entre o produto e o sentimento que ele causa em seu consumidor passaram a ser exploradas pela publicidade. O grau de exigência desse público passou a crescer em termos do reconhecimento da qualidade, da quantidade e da diversidade. Fatores como a estética, aliada à funcionalidade, passaram a projetar a existência e a durabilidade dos produtos, sendo o design reconhecido como valor. Mais do que isso: a publicidade e a propaganda, o jornalismo e as relações públicas, cada qual com suas técnicas discursivas e funções específicas, isoladamente não apresentam mais discursos capazes de dar conta da multiplicidade de meios, veículos, repercussões e públicos. A comunicação digital, bem como as técnicas digitais de marketing, por sua vez, oferecem diferentes estratégias e relações, em que predomina uma hibridização das técnicas anteriormente restritas às três grandes áreas da Comunicação Social, desenvolvidas ao longo do século XX, em cujo modelo de negócio a produção e o monitoramento de conteúdo vivem em franca conversação junto ao consumidor. Assim, a atuação de agências de publicidade, de relações públicas, de assessorias de imprensa ou de escritórios de comunicação integrada – ainda que necessária e em vias de adaptação a essa realidade – perde em termos de especializações e departamentos para a multidisciplinaridade das agências digitais. 6.3 A fragmentação das identidades cria oportunidades Como vimos anteriormente, não é apenas na política, na economia, nas artes e nas ciências que o mundo pós-moderno caracteriza-se pela crise de identidade que Hall (2014) identificou em relação à suposta estabilidade da modernidade na definição sobre quem somos, a quais instituições pertencemos e em quais conjuntos de crenças acreditamos: a identidade do comunicador anteriormente definida por um conjunto aparentemente estável de procedimentos especializados dá lugar a uma prática mais aberta, horizontal e generalista. Atualmente, essa é a consequência mercadológica mais significativa para o desenvolvimento do mercado de comunicação a fim de oferecer soluções para clientes cujo público conversa, se informa e convive em um ambiente cada vez mais digitalizado. A despeito da tecnologia e do alcance do monitoramento das sensações do público disponíveis na atualidade, essa preocupação foi evoluindo conforme os meios de produção, distribuição, armazenamento e ressignificação de histórias foram se descentralizando. As redes sociais digitais proporcionaram ao público um ambiente de conversação, de interação, de publicação e de busca cujo modelo de circulação da informação induz à colaboração e à participação, desde as antigas listas de discussão via e-mail aos fóruns, passando por aplicativos de mensagens instantâneas21 ou pelos comentários em várias redes sociais digitais22. Ainda que grandes empresas globais sejam donas de múltiplas marcas e que haja bastante semelhança no design e no direcionamento de seus produtos para públicos cada vez mais homogêneos, é inegável que surgem opções em uma profusão muito maior do que observamos a cada ano. Paralelamente, a própria oferta de redes sociais digitais tornou insuficiente aquela modalidade da publicidade que informa, mas não conversa. Neste final da segunda década do século XXI, o mundo globalizado e em rede apresenta incontáveis mídias, em que as ponderações mais repercutidas sobre a assertiva acima referem-se às observações que o sociólogo Michel Foucault fez sobre o mecanismo de vigilância omnidirecional (o panóptico) no presídio mencionado em "Vigiar e Poder", quando dissertou sobre a relação de poder a partir da vigilância. O poder dos guardas residia na possibilidade de monitorar todos os presos, estando o panóptico em posição central, dotado de vidros em seus 360º e voltado para as celas dispostas em círculo, todas com portões voltados para si. Poder enxergar todos simultaneamente possibilita o reconhecimento de hábitos e atitudes regulares e irregulares dos detentos. Uma vez anotadas, oferecem um volume significativo de informações individuais e coletivas no que tange ao comportamento e à movimentação dos detentos. Monitoramento. Análise do comportamento. Recorrência de observações por hora, por dia, a cada turno, na sucessão de repetições do mesmo horário em cada dia. Esse método de visualização, proporcionado pela arquitetura do presídio, concedeu um poder bastante amplo aos policiais de plantão. A eficiência da análise comportamental via acúmulo e controle desses dados induz ao aumento do poder de uns sobre os outros. Portanto as relações de conversação que envolvem trocas sociais, econômicas e simbólicas (sendo que os símbolos e as imagens compõem a matéria-prima das produções em comunicação) necessariamente constituem dinâmicas de poder.23 No entanto, conforme mencionamos anteriormente, o poder do consumidor de contar histórias em rede surgiu antes de agências e clientes adaptarem a sua rotina. Hoje, o público possui amplo acesso às técnicas de produção e de distribuição em rede, anteriormente disponíveis aos meios de comunicação de massa. Ele é produtor e usuário de conteúdo simultaneamente (produser) em um processo contínuo de cocriação e de remixagem de referências digitalizadas amplamente compartilhadas via internet (produsage24). Em "Textual Poachers – fans and participatory culture”25, Jenkins (1992) talvez tenha antecipado a busca por esse público que interage, que compartilha, que cria, que cobra, que comenta, que avalia marcas, produtos e serviços on-line , fazendo recomendações tanto presencial (o típico boca a boca) como virtualmente. A partir dos então incipientes estudos sobre a cultura de fã, o pesquisador estadunidense procura explicar que o fã que debate, cria novas histórias e sugere alterações ou então novos produtos baseados em seus objetos de culto (seriados, filmes, novelas, músicos, atrizes, hobbies, atletas, esportes, políticos) tanto presencialmente como nas redes sociais digitais não é alienado, ignorante nem infantil: ele apenas utiliza essa sua faceta para discutir n questões sob outros termos, de maneira diferente daquelas propostas pelo jornalismo ou pela ciência, sob um ponto de vista mais lúdico e até mesmo mais metafórico. Em outros termos, essa cultura participativa de compartilhamento de gostos e de temas a partir deproduções artísticas, literárias e midiáticas também ajuda a compreender e a reproduzir o cotidiano. Shirky (201126) aborda a cultura da participação como um fenômeno inerente à faculdade das redes sociais digitais em conectar pessoas. O autor fala sobre a quantidade de horas que essa reconexão de conversas, de sociabilidade e de cocriação passou a substituir em parte o comportamento mais reativo e menos social da assistência televisiva. Tanto as observações de Jenkins como de Shirky sugerem-nos que grande parte das pessoas está disposta a participar e a colaborar através de pequenas atividades. No caso do marketing de boca a boca, indicar, recomendar, avaliar, sugerir ou não uma infinidade de produtos e serviços tanto on-line como presencialmente ajudam na definição de compra por terceiros. Caso o produto, o serviço ou a marca tenham pouquíssimas avaliações negativas, o entusiasmo de seus usuários ao indicá-los para seus amigos, familiares, colegas, vizinhos, conhecidos ou até mesmo para desconhecidos pode ser representado pela forma de uma história. E essa história pode ser narrada de diversas formas, podendo inclusive vir a ser apropriada, transformada ou até mesmo induzida pela marca através de uma agência ou de um departamento específico.27 6.4 Finalmente, o marketing de boca a boca Segundo o portal Management Mania, o WOMM28 significa “recomendação pessoal” ou “o que é dito”. Pode ter a forma de publicidade não paga via fala ou escrita. Trata-se de uma conversação entre consumidores existentes e em potencial e divide- se em: 1. WOMM espontâneo: ocorre entre os usuários e/ou os fãs da marca ou do produto, sem nenhuma motivação ou interferência direta do produtor; 2. WOMM artificial: é induzido pelo produtor ou por sua agência.29 Na Forbes, em julho de 2014, a antiga CMO30 e atual professora da Darden School of Business da Universidade de Virginia (EUA), Kimberly A. Whitler, publicou um artigo em que menciona os 3 E’s do marketing digital de boca a boca: i. Engajar: ouvir o que os fãs têm a dizer sobre você (marca/produto/serviço). Ser parte da conversa sobre sua marca. Estar presente na vida de seus fãs; ii. Equipar: dar aos fãs motivos para falar sobre você (marca/produto/serviço). Contar histórias sobre o produto, sobre como o produto ajudou alguém etc.; iii. Empoderar: oferecer aos consumidores diferentes formas de falar e compartilhar informações sobre você. Faça-os saber que eles são importantes para você e que o que eles dizem sobre você é importante. Ofereça caminhos para compartilhar e expandir a conversação de suas redes próximas para redes mais amplas.31 No Social Media Today, em junho de 2017, Megan Mosley justifica a importância do WOMM a partir dos seguintes dados32: Segundo pesquisa da Nielsen33, 92% dos consumidores acreditam mais nas recomendações de conhecidos próximos do que na publicidade; O compartilhamento de boca a boca não se encerra na primeira interação: uma vez na rede, qualquer conteúdo pode ser compartilhado indefinidamente (para o bem ou para o mal). Uma compilação de dados de fevereiro de 2018 pela mesma Megan Mosley no Referral Rock sobre WOMM traz as seguintes informações34: Mil clientes podem gerar cerca de 500 mil interações sobre uma determinada marca; 66% das menções de uma marca nas redes sociais digitais são positivas, o que sugere que o uso do marketing de boca a boca pode levar a uma reputação positiva sobre a marca; 81% dos consumidores são influenciados por posts de seus amigos nas redes sociais da internet; 92% dos consumidores confiam nas recomendações de pessoas que eles já conhecem; 50% das recomendações de boca a boca são o principal fator por trás de uma decisão de compra; 72% das pessoas confiam tanto em avaliações on-line como em recomendações pessoais; 84% dos decisores B2B iniciam seus processos a partir de uma referência pessoal; Na internet, atualmente, encontram-se aproximadamente 3,3 bilhões de menções a marcas por dia; Nove em cada dez conversações sobre marcas ocorrem presencialmente; A maioria dos estadunidenses menciona uma determinada marca cerca de 60 vezes por semana. De maneira geral, a intenção do WOMM é gerar buzz, isto é, fomentar ampla repercussão. Ainda no mesmo artigo, a autora menciona o Marketing de Referência ou Referral Marketing, uma subdivisão do WOMM artificial cujo objetivo é fomentar as discussões a partir de uma estratégia na qual a marca cria subsídios e realiza uma comunicação pessoal junto a pessoas as quais considera como formadoras de opinião, a fim de que elas indiquem a marca, o produto ou o serviço em questão para seus contatos, compartilhando para uma ampla rede de seguidores. Esses são os influenciadores digitais. Essa estratégia, contudo, precisa ser utilizada com cuidado, pois, caso os seguidores desse influenciador não saibam ou não concordem que ele esteja sendo patrocinado, sua credibilidade poderá ruir junto com a credibilidade da marca. Basicamente, chegamos a um momento em que todas as relações convergem para o estreitamento de laços e para a recuperação da credibilidade em quem faz parte do público, se expressa como o público e age espontaneamente (sendo pago ou não, sem perder seu estilo e sem soar falso). As próprias marcas e suas agências também precisam fazer parte do mesmo ambiente de conversação, sem nenhum tipo de distanciamento. A aplicação de estratégias de marketing de boca a boca e um detalhamento maior sobre várias de suas características e objetivos aqui mencionados apontam para o presente. Mas, em um mundo que muda de maneira cada vez mais acelerada, o que o futuro reserva para o convencimento de um consumidor cada vez mais participativo e bem informado? A história social ajuda a descrever um conjunto maior de fatos interligados a partir de um amplo eixo temático. Ainda que não traga discussões aprofundadas sobre detalhes de cada período abordado, funciona como uma base de lançamento em busca de referências específicas. Tal proposta é suficiente para discutirmos a partir das questões socioeconômicas e culturais inerentes a cada momento. Sua leitura proporciona um entendimento sobre a complementaridade de cada contexto. Resumo: Esta unidade apresenta uma breve tentativa de produção de uma história social da relação entre mídia, agências e o público, com ênfase nos diferentes momentos em que cada um desses atores desempenhou um papel de maior ou menor protagonismo sob o binômio comunicação e consumo. Seu ponto alto é a importância atual do marketing de boca a boca como uma introdução às características, às especificidades e ao exemplos sobre WOMM. Afinal de contas, para saber fazer e para saber por que, precisamos saber de onde surgiu e como evoluiu o repertório disponível. A informação como poder para criar produtos e para comunicar leva-nos às visões altruísta (combater os inimigos atávicos da humanidade) e pragmática (a essência do capitalismo) do comércio e da comunicação, passando pelos caminhos por onde a indústria e a administração iniciaram o século passado. O poder do consumidor e alguns dos principais estágios da comunicação (com alguma ênfase na publicidade, mas se encaminhando para a multidisciplinaridade) direcionam-se à construção de conversas, à avaliação severa quantificada e qualificada por parte do público, mas também à apropriação profissional dessas conversas, induzidas estrategicamente conforme as necessidades do cliente. Apesar do fã utilizar a ficção para explicar a vida, nossa espécie só foi capaz de sobreviver, de se desenvolver e de produzir tecnologia convivendo em sociedade: afinal de contas, somos seres eminentemente comunicativos. Assim, o resgate da colaboratividade e da confiança nas pessoas mais próximas ao invés da crença primária em personagens da mídia é um reflexo da mudança de hábito proporcionada pela internet nos últimos 25 anos. O resgate na confiança pelos mais próximos, a priorização de acontecimentos locais e a busca por uma sociabilidade maior (seja ela presencial, digital ou, quase sempre, dígito-presencial)sugere a substituição do individualismo pela necessidade de pertencermos a algum grupo. Necessariamente, todo produto passa pelo crivo de alguma tribo contadora de histórias. No final, a conexão entre pessoas pode organizar ou desorganizar uma forma de consumo. REFERÊNCIAS BRUNS, Axel; JACOBS, Joanne (Orgs.). Uses of Blogs. Coleção Digital Formation. Estados Unidos: Peter Lang Inc., International Academy Publishers, 2006. BRUNS, Axel. Blogs, Wikipedia, Second Life and Beyond : from production to produsage. Coleção Digital Formation. Estados Unidos: Peter Lang Inc., International Academy Publishers, 2008. DE MASI, Domenico. Criatividade e Grupos Criativos. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. FORD, S., GREEN, J. E, JENKINS, H. Cultura da Conexão: criando valor e significado por meio da mídia propagável. Tradução: Patrícia Arnaud. São Paulo: Editora Aleph, 2014. HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-Modernidade . Tradução: Thomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. Rio de Janeiro: Editora Lamparina, 2014. JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. Tradução: Susana Alexandria. 2. ed. São Paulo: Editora Aleph, 2009. ______. Invasores do Texto: fãs e cultura participativa. Tradução: Érico Assis. Nova Iguaçu: Marsupial Editora, 2015. LIPPMANN, Walter. Opinião Pública. Coleção: Clássicos da Comunicação Social. São Paulo: Vozes, 2008. MAFFESOLI, Michel. O Tempo das Tribos: o declínio do individualismo nas sociedades de massa. 4. ed. São Paulo: Forense Universitária, 2006. SHIRKY, Clay. A Cultura da Participação: criatividade e generosidade no mundo conectado. Tradução: Celina Portocarrero. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2011. __________ 19. Do original em inglês de 1922 à sua localização em português, Lippmann (2008) menciona tópicos de Propaganda Política, Relações Públicas e Publicidade e Propaganda. Ainda que as áreas não estivessem plenamente formalizadas como bacharelados separados naquele momento, já havia essa conexão empírica em paralelo à disciplina sobre Publicidade em Harvard. O prof. Neil H. Borden era seu titular quando iniciou os estudos que – na década de 1940 – resultaram em uma divisão das práticas de atividade do marketing. Em 1960, o prof. E. Jerome MacCarthy propôs uma simplificação da proposta de Borden: seus 4 Ps do marketing esclareceram aquilo que Borden considerava como marketing mix. Salientamos, neste artigo, que nossa preocupação com o marketing de boca a boca via conversação e produção de conteúdo pelo consumidor envolve tão somente o P de Promoção, que é onde a Comunicação ajuda a promover e a publicizar produtos, serviços, marcas e ideias. Portanto, apesar de toda a evolução sociotécnica, científica, ética e estética, vivemos um retorno à generalização sobre a especialização – embora os generalistas partam de uma formação muito mais evoluída e formal baseada no domínio de um conjunto de especialidades. (N. do A.) 20. Frederick Winslow Taylor foi um engenheiro que protagonizou o chamado Efficiency Movement, advogando suas técnicas de eficiência industrial que contribuíram para o surgimento de linhas de montagem mais organizadas por tempo, por atividade e por objetivos de produção. Escreveu o livro de gestão mais influente do século XX, segundo a Academy of Management em 1911 (“The Principles of Scientific Management”). Henry Ford foi um dos primeiros grandes industriais a seguir e a defender a Ciência da Administração. (N. do A.) 21. ICQ, MSN Messenger, WhatsApp, Telegram, entre outros. (N. do A.) 22. No Facebook, no Twitter, no Pinterest e no Instagram, podemos encontrar facilmente a repercussão sobre muitos produtos e serviços, bem como tendências estéticas, desejos e necessidades. (N. do A.) 23. Ainda que “Vigiar e Punir” tenha sido a tese mais repercutida sobre a obra de Foucault (original em francês de 1975; edição em português do Brasil da Ed. Vozes de 2015), “Microfísica do Poder” (original em francês de 1994, em meio aos quatro volumes de “Dits et Écrits1980-1988”, editados post mortem.A adaptaçãodesse trabalho em português do Brasil sob esse título é de 2008, da Editora Graal; sua edição mais recente é de 2015, pela Editora Paz e Terra). Cabe salientar que Foucault jamais desenvolveu um conceito de poder: em seu trabalho, procurou identificar e descrever dinâmicas relacionais de subordinação que claramente caracterizam relações de poder. (N. do A.) 24. V. BRUNS (2008), onde o autor aplica esses conceitos a partir da colaboratividade observada em blogs, na Wikipedia e em um antigo aplicativo chamado Second Life. Em uma obra anterior organizada por ele e por Jean Burgess em 2006 (Uses of Blogs), o autor menciona, na introdução e em seu artigo, aspectos básicos sobre produser e produsage. (N. do A.) 25. Traduzido para o português do Brasil como “Invasores de Texto: fãs e cultura participativa” (Marsupial Editora, 2015). 26. A versão original em inglês de “A Cultura da Participação: criatividade e generosidade no mundo conectado” é de 2010. (N. do A.) 27. Jenkins discute melhor tanto a produção midiática apropriada do conteúdo dos fãs como estratégias de criação de filmes, séries, músicas, livros, peças de teatro, histórias em quadrinhos, desenhos animados e uma série de outros produtos voltados ao engajamento do público e à sua repercussão a partir do pensamento de cada produto não como um conteúdo isolado, mas, sim, como uma plataforma transmidiática, isto é, como uma narrativa que perpassa múltiplas mídias sem repeti-las, induzindo o público a encontrar o fio da meada. Ele desenvolve mais essa questão em “Cultura da Convergência” (2006) e “Cultura da Conexão: criando valor e significado por meio da mídia propagável” (2014). 28. Em inglês, WOMM (Word of Mouth Marketing). 29. Disponível em: . Acesso em: 22 fev. 2018. 30. CMO: Chief Marketing Officer ou diretora executiva de marketing (tradução nossa). 31. Disponível em: . Acesso em: 22 fev. 2018. 32. Disponível em: . Acesso em: 22 fev. 2018. 33. Disponível em: . Acesso em: 22 fev. 2018. 34. Disponível em: . Acesso em: 22 fev. 2018. https://managementmania.com/en/word-of-mouth-marketing-womm https://www.forbes.com/sites/kimberlywhitler/2014/07/17/why-word-of-mouth-marketing-is-the-most-important-social-media/#2f8842c154a8 https://www.socialmediatoday.com/marketing/why-word-mouth-marketing-so-important http://www.nielsen.com/us/en/insights/news/2012/consumer-trust-in-online-social-and-mobile-advertising-grows.html https://referralrock.com/blog/word-of-mouth-marketing/ Estratégias para o planejamento digital de marketing OS AUTORES Anaís Schüler Bertoni (org.) Doutoranda em Comunicação (UNISINOS) Publicitária com experiência nas áreas de Marketing, Comunicação e Design com atuação na gestão de marketing de empresas de diferentes segmentos como: tecnologia da informação, serviços de saúde e educação, indústria multinacional do setor metal-mecânico e serviços imobiliários. Atualmente estuda doutorado em Comunicação na linha de pesquisa de Midiatização e Processos Sociais da Unisinos. Mestre em Design, Educação e Inovação. Atua como docente desde 2012 em cursos de Publicidade e Propaganda, Marketing e Design. Atualmente é professora no Bacharelado em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e coordenadora do mesmo curso no Campus Porto Alegre. Cíntia da Silva Carvalho Doutora em Comunicação Social (PUCRS) Doutora em Comunicação Social pela PUCRS; bacharel em Comunicação Social – Habilitação Relações Públicas também pela PUCRS. Possui mais de 13 anos de experiência como docente.Atuou como gestora de cursos de Pós-graduação: Especialização em Comunicação Estratégica, Especialização em Marketing - Ênfase em Vendas e MBA internacional em Comunicação Estratégica e Branding. Também exerceu a função de pesquisadora nos projetos de pesquisa: Crises organizacionais: um estudo junto às empresas coureiro- calçadista do Vale dos Sinos, blogs como objeto de percepção e análise de riscos à imagem organizacional, Comunicação corporativa em tempos de conteúdo gerado pelo consumidor: desafios e tendências. Ministra diversos cursos de curta duração, em especial nas áreas de organização de eventos, crises empresariais, reputação e imagem organizacional e comunicação digital. É proprietária da empresa ComThato Comunicação Estratégica, onde atua em projetos de Gestão estratégica da comunicação e planejamento e organização de eventos. Docente da UNISINOS desde fevereiro de 2014. Contato: cintia.carvalho.rp@gmail.com e cintiascarvalho@unisinos.br. Helio Sassen Paz Doutorando em Comunicação (UNISINOS) Hélio Paz é publicitário pela UFRGS, mestre e doutorando em Comunicação pela Unisinos. Já foi docente de graduação (UFRGS, como substituto; UNIFRA, UNISC e UNISINOS) e ministra cursos de especialização (UNIFRA, UPF e UNISINOS). Pesquisa sobre cultura de fãs online e offline no futebol e sobre mobilizações sociais e políticas em rede. Lisiane Cohen Mestra em Ciências da Comunicação (UNISINOS) Lisiane Cohen é roteirista, cineasta, atriz e professora. É bacharela em Publicidade e Propaganda pela PUC-RS (1987). Especialista em Produção Cinematográfica pela PUC-RS (2000). Mestra em Ciências da Comunicação pela Unisinos (2010). É professora da Unisinos nas disciplinas de Produção Audiovisual e Produção em Imagem do curso de Comunicação, habilitação Publicidade e Propaganda, Roteiros no curso de Digitais; É membra do Núcleo Teresas que discute, pesquisa e desenvolve o protagonismo feminino no audiovisual. Possui mais de 30 anos de experiência profissional no mercado de produção, roteiro, direção e atuação na área artística no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo. Produziu diversos trabalhos para cinema, internet e televisão, entre séries, curtas e longas-metragens. Tem na bagagem diversos prêmios na área de cinema, teatro e televisão. É Produtora Executiva do longa-metragem em animação As Aventuras do Avião Vermelho, lançado em 2014, é diretora e roteirista do longa- metragem Nós, que nos queremos tão pouco, em fase de captação de recursos, do documentário Tapete Preto, lançado em 2017, da série para televisão Lua em Câncer, vencedor do PRODAV02/TVE-RS, e é diretora geral da websérie Nascidos para Medicina, lançado em outubro de 2016, que concorreu em 3 categorias no Cannes Lions 2017. UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS Reitor: Pe. Marcelo Fernandes de Aquino, SJ Vice-reitor: Pe. Pedro Gilberto Gomes, SJ Diretor da Editora Unisinos: Pe. Pedro Gilberto Gomes Editora Unisinos Avenida Unisinos, 950, 93022-000, São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil editora@unisinos.br www.edunisinos.com.br © dos autores, 2018 2018 Direitos de publicação da versão eletrônica (em e-book) deste livro exclusivos da Editora Unisinos. E82 Estratégias para o planejamento digital de marketing [recurso eletrônico] / Anaís Schüler Bertoni (org.) – São Leopoldo, RS : Ed. UNISINOS, 2018. 1 recurso online – (EaD) ISBN 978-85-7431-813-4 1. Marketing na Internet. 2. Mídia digital. 3. Comunicações digitais. 4. Comércio eletrônico. 5. Planejamento estratégico. I. Bertoni, Anaís Schüler. II. Título. III. Série. CDD 658.84 mailto:editora@unisinos.br http://www.edunisinos.com.br/ CDU 658.8:004.738.5 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Bibliotecária: Carla Maria Goulart de Moraes – CRB 10/1252) Coleção EAD Editor: Carlos Alberto Gianotti Acompanhamento editorial: Rui Bender Revisão: Rui Bender Editoração: Emmanoel Ferreira Linhares A reprodução, ainda que parcial, por qualquer meio, das páginas que compõem este livro, para uso não individual, mesmo para fins didáticos, sem autorização escrita do editor, é ilícita e constitui uma contrafação danosa à cultura. Foi feito depósito legal. Estratégias para o planejamento digital de marketing Folha de rosto Sumário Apresentação Capítulo 1 – Transmídia e convergência Capítulo 2 – Conceitos básicos para a formulação de estratégias digitais Capítulo 3 – As diferentes estratégias e ações digitais de marketing: marketing de conteúdo Capítulo 4 – As diferentes estratégias e ações digitais de marketing: e-commerce Capítulo 5 – As diferentes estratégias e ações digitais de marketing: mobile e redes sociais Capítulo 6 – As diferentes estratégias e ações digitais de marketing: marketing participativo Os autores Informações técnicas Contracapaleituras. A atenção de fundo da mente ocorre ao mesmo tempo em que a de frente da mente. Enquanto prestamos atenção naquilo que racionalmente fazemos, o cérebro presta atenção em diversas outras coisas ao mesmo tempo, em vários outros assuntos que dificilmente chegarão ao nível da consciência explícita. Ao mesmo tempo em que conversamos com alguém conseguimos dirigir um automóvel. Quando se aprendem pela primeira vez novas habilidades ou quando se defronta com novas informações, as tarefas quase sempre exigem atenção de frente. Mas as pesquisas em psicologia revelam que, quando as tarefas se tornam familiares, muitas vezes é possível relegá-las ao fundo da mente (DAVENPORT; BECK, 2001, p. 28). Os tipos de atenção colocados em pares, como os autores sugerem, podem atuar em oposição ou de forma complementar e não excludente. Lembramos que a questão da atenção ocorre em todos os níveis, sejam eles a sua própria atenção, a atenção dos colaboradores e a atenção dos consumidores. Para maior eficiência em sua captação e em seu gerenciamento precisam ser pensados em todos esses espaços, com os seis tipos de atenção. Este tipo de atenção absorta parece ser uma faceta do que o psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi chama de experiências de fluxo. Essas experiências de fluxo caracterizam os momentos mais intensamente recompensadores e prazerosos da vida, instigando o anseio dos seres humanos para buscá-los ou criá-los a qualquer custo. Os esportes radicais são bons exemplos de atividades que arrebatam a atenção cativa e voluntária, aversiva e atrativa, de frente da mente e de fundo da mente (DAVENPORT; BECK, 2001, p. 28). Com a quantidade de informação recebida e com a falta de marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce capacidade de total aproveitamento existe um gargalo da atenção. Decidimos o que merece nossa atenção. Somente nesse momento as informações selecionadas se tornarão conscientes, o que não necessariamente significa atenção. Consciência não é atenção. Ela só se converte em atenção “quando a informação atinge os limites do significado em nosso cérebro e estimula o potencial para ação” (DAVENPORT; BECK, 2001, p. 26). Para Jenkins (2009), esse ambiente digital que proporcionou tantas transformações nas relações, sejam comerciais ou pessoais, trouxe com a convergência uma necessidade de desenvolver novos modelos de marketing que procurem aumentar os investimentos emocionais, sociais e intelectuais do consumidor. É importante atrair a audiência desse público participativo. As mudanças são grandes também para os anunciantes que antigamente com inserção de anúncios e/ou comerciais nos principais veículos, que se restringiam a dois ou três, conseguiam atingir boa parte de seu público. Hoje, para atingir o mesmo público, precisariam investir em mais de cem canais, o que coloca em cheque o marketing pensado para a comunicação de massa, pois poucos e grandes blocos de espectadores não existem mais. O que observamos é uma grande quantidade de diferentes microssegmentos de público em movimento constante de transformação. O que torna a obtenção de sua atenção ainda mais complexa. A consequência disso, portanto, é um significativo crescimento da produção de conteúdo, o uso das redes sociais como ferramenta de comunicação, além do fim da homogeneidade de formatos desses conteúdos. Para que se obtenha a atenção necessária às informações, aos conteúdos veiculados, esses precisam estar relacionadas à pessoa. Para Davenport e Beck (2001, p. 82): [...] o tema deve ser: o que isso tem a ver comigo? De que maneira essa informação me diz o que preciso saber? Como ela se adapta à minha situação? Se a mensagem lançar novas luzes sobre o mais fascinante de todos os temas – eu – decerto também a acharei fascinante. Os autores consideram que a própria tecnologia que criou o problema de atenção pode resolvê-lo. Propõem a ideia de trabalhar com tecnologias de atenção e classificam-nas como captadoras de atenção, estruturadoras de atenção e protetoras de atenção. Nas marinalugoch Realce marinalugoch Realce captadoras de atenção, encontramos a ação ao vivo através dos videogames, a customização com a informação personalizada e o push versus pull, que consiste em empurrar informação; porém, para que tenhamos acesso a mais, precisamos puxar a informação, o que aumenta a necessidade de atenção. As tecnologias estruturadoras de atenção tentam retê-la por uma série de experiências de captação. Para manter a atenção conquistada através das tecnologias de captação, um conjunto de estruturas pode ser utilizado. Uma delas é Faça mudanças. Para manter o interesse na mensagem, é importante que mudanças no conteúdo, no formato, no tom, no nível de envolvimento, entre outros, sejam feitas. Outra estrutura, destacada por Davenport e Beck (2001), é “conte uma história”. As narrativas, se bem desenvolvidas, podem ser bastante poderosas para a retenção da atenção. O que os autores chamam de Mostre as portas é a ideia de não entregar toda a informação de uma única vez. A serialização da informação pode ser bastante útil para a manutenção da atenção. Já a estrutura Misture tudo é uma proposta de quebra de linearidade, pois diminui a necessidade de altas doses de atenção. A linearidade exige que o consumidor fique envolvido mais tempo e sem pontos de saída da experiência, o que pode afastá-lo do conteúdo. Os autores chamam de Caia na real o uso de mensagens realistas, com a busca pela verossimilhança, pois facilita a identificação do público com o conteúdo. A estrutura Lembre-se de mim busca focar no próprio indivíduo ou em alguma celebridade que possa, de alguma maneira, servir de modelo e assim conservar a atenção obtida. O uso de mídias mais ativas como a web, por exemplo, é a estrutura Parta para a ação, pois envolve níveis de atenção mais profundos do que as mídias tradicionais, como a televisão. A estrutura Concentre-se na tarefa sugere o uso de objetivos ou metas para o consumidor que tenham significado para ele, algo que envolva o seu emprego ou algo importante para a vida. Sugerem também o Não pare , pois, após a conquista da atenção, torna-se marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce possível o deslocamento dela para outro tema ou tópico ou mesmo outro espaço. Não interrompa refere-se à necessidade de continuidade do fluxo de informações. Por mais que sejam necessárias as saídas para o consumidor, a interrupção do fluxo pode levá-lo a colocar sua atenção em outros conteúdos e não mais retornar. E, por fim, Altere o fluxo, pois a viabilidade da autonomia do consumidor hoje é fundamental. Ele precisa ter a liberdade de mudar o contexto da informação. Dessa maneira, altera-se o fluxo de atenção (DAVENPORT; BECK, 2001). Já as tecnologias protetoras de atenção são aquelas que possuem a capacidade de aprender as preferências do consumidor, sem que haja a necessidade de perguntar. Analisam as escolhas do usuário e assim conseguem determinar seus interesses. Temos exemplos de algoritmos utilizados por empresas como Netflix, Google, entre outros, que chegam a determinar preferências não só de informação pronta como orientar a produção de conteúdo. Aderência é a maior dificuldade de atenção encontrada na internet. Para resolver esse problema, existem quatro táticas que podem ser utilizadas: relevância, com a produção de conteúdos dirigidos para necessidades; envolvimento, buscando interatividade através de narrativas e entretenimento; comunidade , que permitirá ao consumidor o sentimento de cocriação e reconhecimento; e conveniência, que oferece facilidades de navegação, velocidade de download , entre outros benefícios (DAVENPORT; BECK, 2001). A importância da atenção na contemporaneidadeé tão grande, que já encontramos bens e serviços sendo distribuídos de forma gratuita em troca de alguns segundos de atenção do usuário. Ferramentas, plataformas, mídias, canais, programas e outros conteúdos que tenham a capacidade de captar a atenção de maneira que essa possa ser mantida e resguardada já são considerados altamente valiosos. Nesta era digital de convergência, a transformação no comportamento do consumidor trouxe a necessidade de proporcionar experiências aos usuários. Experiências que, além de captar a atenção, também possam conservá-la. marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce 1.3 Narrativa transmídia O ato de contar histórias remonta há muito tempo e é essencial ao ser humano. Segundo Palacios & Terenzzo (2016, p. 4), “uma história bem contada interage com as emoções das pessoas”, o que facilita o seu engajamento. Para que seja possível captar a atenção dos usuários, precisamos oferecer algo que proporcione satisfação, que atinja os níveis de necessidades cognitivas, avaliativas e afetivas (PALACIOS e TERENZZO, 2016). As histórias são eficientes na captura da atenção porque trabalham o fator biológico e não lógico emocional. Portanto deixam de ser propriedade intelectual e passam a ser capital emocional (JENKINS, 2009). A oxitocina é um hormônio produzido pelo hipotálamo e armazenado na neuroipófise posterior, que tem a função de promover apego e empatia entre pessoas e produzir parte do prazer do orgasmo. Ela também é produzida quando acreditamos em algo, quando estamos confiantes, quando demonstramos algum tipo de generosidade e ainda quando motivamos a cooperação entre pares (PALACIOS; TERENZZO, 2016, p. 13). Como as decisões de compra não são somente racionais, é necessário criar experiências multissensoriais e que tenham a capacidade de ser disseminadas em diversas mídias no maior número possível. Desenvolver histórias que criem identificação com o consumidor é, sem dúvida, um dos mais eficientes caminhos, pois a emoção é um recurso ilimitado (JENKINS, 2009). A convergência constrói um ambiente que permite que os conteúdos sejam exibidos ou distribuídos por diferentes mídias. E o interesse das corporações é captar a atenção da maior audiência possível, mesmo que hoje tenha uma característica mais segmentada e participativa. Para que esse conteúdo possa ser compartilhado e assim impactar o maior número de pessoas, precisa estar disponível quando e onde o público quiser, necessita ser portátil, facilmente reutilizável de diversas maneiras, relevante para os vários segmentos de público e parte de um fluxo constante de conteúdo (JENKINS, 2016). O material a ser produzido e veiculado nas diversas mídias precisa instigar, deixar lacunas para o público preencher. Não permitir a apropriação e interpretação do público limita sua propagação. marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce Essas características estão contidas na narrativa transmídia, que é uma história contada em diversas mídias. A mesma história sendo contada em inúmeros meios Jenkins (2009) define como crossmedia. A narrativa transmídia conta histórias que fazem parte de um mesmo universo. Ou seja, em cada meio encontraremos uma história diferente, que se constrói de forma completa, mas que também é parte valiosa do universo da narrativa como um todo. Aquele que puder somar as partes, porque assistiu às histórias que foram distribuídas por outros meios, terá uma experiência diferente de quem assistiu somente a uma das histórias. Na forma ideal de narrativa transmídia, cada meio faz o que faz de melhor – a fim de que uma história possa ser introduzida num filme, ser expandida pela televisão, romances e quadrinhos; seu universo possa ser explorado em games ou experimentado como atração de um parque de diversões. Cada acesso à franquia deve ser autônomo, para que não seja necessário ver o filme para gostar do game, e vice-versa (JENKINS, 2009, p. 138). A narrativa transmídia, segundo Palma (2016), é a narrativa da cultura da convergência, pois transcende os meios e atravessa os canais de forma fluida. É basicamente o que já acontece com a história da construção da identidade da própria marca. Para Palma (2016), o uso de diferentes meios e práticas publicitárias, de relações públicas, de marketing e da empresa constrói uma narrativa contínua sobre a marca ao longo dos anos. Para a autora, uma grande narrativa transmídia. O consumidor atual, que, como já vimos, deixou de ser passivo, quer interagir. Se houver espaço para explorar, para saber mais, expandir o universo, muitos o farão, o que criará uma conexão muito mais profunda com a marca que a publicidade tradicional não pode criar. A integração do entretenimento com o marketingtem se mostrado muito eficiente na construção do laço emocional entre consumidor e marca (JENKINS, 2009). Atualmente, as empresas têm utilizado, através do marketing, o storytelling, expressão que começou a ser utilizada no mundo corporativo a partir de 2005, quando apareceu em todos os relatórios de tendências do futuro da comunicação (PALACIOS; TERENZZO, 2016). O objetivo é construir um significado próprio para os produtos e/ou serviços, deslocando o interesse dos consumidores da identidade do produto e/ou serviço para as narrativas da marca. marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce Com o uso da narrativa transmídia, as formas de produção sofreram alterações. Agora, o planejamento deve incluir todas as plataformas e deve contemplar os diferentes tempos de produção, ou seja, o game possui especificidades de produção que trazem diferenças de tempo de realização em relação a um filme. Dessa forma, essas diferenças precisam ser previstas no planejamento para que todas as partes estejam prontas no momento de seu lançamento. Além disso, a passagem da história de um meio para outro, que envolve também diferenças de linguagem, deve ser orgânica e, com isso, não deixar dúvida ao consumidor de que ele se encontra no mesmo universo narrativo. O uso da narrativa também permite que a empatia desenvolvida entre público e personagens ou entre público e história crie o fã. Os fãs acabam compartilhando interesses desenvolvidos através dessas histórias, o que, com a narrativa transmídia, pode ser ainda mais desenvolvido por deixar espaço para a busca de informações que completam o universo narrativo. O diálogo entre os fãs também aumentou com a internet. E, segundo Jenkins (2009), assistir a um programa em grupo estimula a maior atenção, a probabilidade de procurar interações com tudo o que se relaciona a ele, assim como diminui a chance de mudar de canal. Em alguns casos, os reality shows vendem acesso a conteúdos exclusivos, o que expande a experiência do espectador. Devido à penetração e à diversidade dessa publicidade, qualquer fã pode saber algo que seus amigos não sabem, criando assim um incentivo ao compartilhamento de conhecimento (JENKINS, 2009, p. 127). Ainda para o autor, nem todos os fãs consomem o conteúdo da mesma maneira. Para ele, existem três tipos de fãs: os zapeadores, os fiéis e os casuais. Os zapeadores, que fazem parte da audiência televisiva, assistem a fragmentos sem um envolvimento maior. Os fãs fiéis são aqueles que escolhem o conteúdo de seu interesse e passam mais tempo falando sobre ele do que propriamente o assistindo. Esses são os maiores consumidores da narrativa transmídia. Já os casuais circulam entre os dois tipos anteriores, assistindo a determinados conteúdos quando têm tempo. Para Jenkins (2009), todos os consumidores apresentam, em algum momento, um comportamento de zapeadores, fiéis e casuais. O objetivo, ao explorar a potencialidade da narrativa transmídia, é tentar transformar os espectadores em fãs fiéis. marinalugochRealce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce Quando falamos em narrativa transmídia para empresas, é importante que as histórias estejam alinhadas à identidade da marca, que auxiliem na construção e manutenção de sua imagem, que dialoguem com os valores da corporação. Essa preocupação e esse posicionamento trarão verdade para as histórias, e o consumidor só se relaciona com aquilo em que ele acredita. Para Palacios & Terenzzo (2016, p. 14), “quem não aprender a dinâmica da atenção e como atrair sua audiência por meio de histórias poderá ficar fora do mercado”. Não falamos aqui em uma nova forma de contar histórias, mas sim sugerimos pensar numa lógica que permita criar explorando o potencial dos meios e desenvolver a melhor forma de contá-las. É importante esclarecer que a narrativa é independente. Ela pode ser utilizada em diversas mídias, mas a compreensão das diferenças existentes em cada uma aumenta a probabilidade de sucesso em sua exploração, pois “cada meio, cada mídia, tem características próprias que interferem e alteram a compreensão da narrativa como um todo” (PALMA, 2016, p. 689). Podemos observar que não basta saber contar uma boa história; é preciso conhecer as possibilidades de cada linguagem para a construção de sentido. As partes da história que estarão em diversas plataformas serão conectadas através do conteúdo que convergirá entre as mídias. Os fãs precisam ser envolvidos na história para querer buscar o restante e assim entrar na lógica transmídia. A expansão do universo narrativo hoje é uma prática tanto de criadores como já é esperada pelo espectador. Elementos são inseridos em filmes, em comerciais, em séries, webséries, novelas etc, para criar aberturas a serem exploradas em outras mídias. A criação desse conteúdo precisa estimular várias formas de participação e interações sociais entre consumidores para expandir ainda mais o universo narrativo proposto. Cada vez mais, as narrativas estão se tornando a arte da construção de universos, à medida que os artistas criam ambientes atraentes que não podem ser completamente explorados ou esgotados em uma única obra ou mesmo uma única mídia (JENKINS, 2009, p. 161). Hoje, a criação do universo é pensada primeiramente para que permita a inclusão de vários personagens e múltiplas histórias. Com o objetivo de manter a intensificação das histórias, essas já são marinalugoch Realce pensadas para que possam ter uma duração maior, com narrativas mais complexas, com arcos longos e curtos, que permitem viradas e sejam surpreendentes. Dessa maneira, as obras seriadas têm sido bastante utilizadas, pois permitem uma construção narrativa mais elaborada, com personagens mais aprofundados, que criam maior identificação com o público. Essa mudança na construção das histórias tem atraído um público mais jovem, que já apresenta uma forma de consumir um pouco diferente de outras gerações que estavam acostumadas a receber o conteúdo mais pronto, mais acabado em si. Esse público exige mais proximidade e profundidade em termos de relacionamento com o conteúdo. Essa relação entre consumidores e empresas ainda está se construindo nesse ambiente digital. As corporações querem a participação dos usuários, porém de uma forma que ainda tenham o total controle, que consigam manter um limite seguro e transformar essa participação em lucro. Já os consumidores querem participar como, quando e onde quiserem (JENKINS, 2009). Um bom exemplo de campanha transmídia é do filme “Prometheus”, do diretor Ridley Scott, que será mostrada a seguir. É importante destacar que o que está em análise aqui é a campanha do filme e não o filme em si. 1.4 A campanha transmídia do filme “Prometheus” “Prometheus” é um filme de longa-metragem que se propõe a ser um prequência de “Alien”, uma das franquias mais bem-sucedidas do cinema e também criada por Ridley Scott. O primeiro filme, “Alien, o oitavo passageiro”, foi lançado em 1979 e conta a história da tripulação da espaçonave comercial Nostromo, que investiga um pedido de socorro de uma nave alienígena e descobre um ninho de ovos em seu interior. A partir disso, a tripulação começa a ser atacada por um organismo e vai sendo dizimada, sobrando somente a tenente Ripley, vivida pela atriz Sigourney Weaver. O último filme da franquia foi lançado em 1997 com o nome “Alien, a ressurreição”. “Prometheus” retoma a história da origem do organismo que aniquilou a tripulação da Nostromo. O filme foi lançado em 2012. A complexa campanha transmídia de “Prometheus” foi premiada com o Cannes Lions1 de 2013 na categoria Campanha Integrada. Seu lançamento teve início em março de 2012 com o lançamento de um marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce TED Talk em vídeo, que apresenta a personagem Peter Weyland (Guy Pearce) em 2023, CEO da empresa Weyland Industries, responsável pelo projeto Prometheus, falando sobre as descobertas tecnológicas que possibilitarão a construção de androides que não poderão ser distinguidos dos seres humanos, como é possível notar na Figura 2. As pessoas que assistiam ao vídeo pela internet no final eram direcionadas ao site da Weyland Industries, que era o hub narrativo de toda a campanha. Esse vídeo mostra Weyland de uma maneira como ele não é mostrado no filme, pois a palestra ocorre em 2023, enquanto que o projeto Prometheus só se realiza, no filme, em 2089. A personagem, então, é jovem e no filme já é idoso. Figura 2 – TED Talk: Frame - 0min 11s. Fonte: disponível em: https://www.youtube.com. No site (Figura 3), os usuários poderiam acessar dados financeiros da empresa para investidores interessados, informações sobre produtos desenvolvidos pela indústria, a história detalhada da empresa e especificações sobre o David 8, o androide com as características que Peter Weyland previa no seu TED Talk, que no filme é vivido pelo ator Michael Fassbender. https://www.youtube.com marinalugoch Realce Figura 3 – Dados financeiros no site da Weyland Industries. Fonte: disponível em: https://www.youtube.com. Criaram o Weyland business card , um cartão de visitas que foi entregue aos fãs na Wondercon na Califórnia, um dos maiorestos de consumo de cultura pop do mundo. Nesse cartão havia um número de telefone que as pessoas ligavam, ouviam áudios falando sobre um grande anúncio que ocorreria em poucas semanas. Além disso, houve um chamamento para que as pessoas retornassem ao estande de Prometheus noto para o lançamento do androide David 8. Essa ação gerou uma comoção noto e direcionou o público para o trailer do filme (Figura 4). https://www.youtube.com marinalugoch Realce Figura 4 – Lançamento do android David 8. Fonte: fastcompany, 2018. Depois disso, lançaram uma nova ação no site : um comercial do David 8. Para assisti-lo, era necessário realizar um desbloqueio através de senhas liberadas pelas redes sociais. O anúncio do David 8 envolveu diversas peças: vídeos on-line , comercial veiculado na TV por assinatura e anúncios impressos. Também no site entraram com a divulgação do Projeto Prometheus, que levaria as pessoas a uma expedição científica até uma lua distante para explorar um mapa estelar que apareceu em várias culturas humanas antigas. A viagem está prevista para 2089. Os fãs poderiam participar de testes para saber se estariam aptos a participar da missão. Caso não passassem nos testes, poderiam inscrever-se no Training Center, uma página dentro do site , para capacitar-se a fazer os testes novamente. Outra ação que fazia parte da campanha foi o recrutamento de influenciadores para participar do Projeto Prometheus através de mensagens enviadas pelo LinkedIn. Mais tarde, ainda antes do lançamento do filme, veicularam um vídeo introduzindo a personagem doutora Shaw (Noomi Rapace), que estava confirmada na missão, mostrando sua busca por engenheiros. Esse vídeo ficava hospedado num site que mostrava a sua pesquisa e levavaao site da Weyland Industries. No site da empresa lançaram o espaço “Descubra novos mundos”. Nele, o usuário poderia explorar mais de sessenta colônias que a Weyland Industries possuía em diferentes sistemas solares. Ao explorar, desbloqueavam concepts arts exclusivos. Também no site , marinalugoch Realce marinalugoch Realce quem tivesse feito o cadastro no Training Center ganhava acesso a um aplicativo que estava disponível no Facebook. Esse aplicativo permitia que se criasse um crachá como empregado da Weyland Industries, que incluía o seu status no Projeto Prometheus. Houve, então, o lançamento do filme em novembro de 2012. Nos créditos finais era apresentado o endereço Whatis2012.com ,no qual havia um vídeo com uma série de perguntas que ainda precisavam ser respondidas em um próximo filme. Todo esse projeto foi desenvolvido pelas empresas de marketing digital Forbes, Mashable e Fast Company e realizado através da parceria entre a Fox e a Microsoft (FASTCOMPANY, 2018). A opção pela campanha transmídia para o lançamento do filme mostrou-se bastante eficiente, conforme os números apresentados pelo vídeo que apresentou o case em Cannes (20TH CENTURY FOX, 2013). Os vídeos da campanha receberam mais de 30 milhões de views. Só o TED Talk teve 3 milhões de views em dois dias de exibição. Foram mais de 3 bilhões de dólares em mídia espontânea com as peças e a própria campanha, sendo citadas por matérias em diversos veículos de comunicação pelo mundo. Portanto a campanha transmídia desenvolvida para o filme “Prometheus” utilizou diversos conceitos abordados neste capítulo. O uso de diferentes mídias auxiliou a produção do filme a atingir um público hoje bastante segmentado. A convergência permitiu que variadas peças fossem utilizadas em diferentes mídias e, através da narrativa transmídia, formassem um todo proposto no universo criado. A campanha captou e manteve a atenção do público por oito meses até o lançamento do filme e também após, ao sugerir questões não respondidas por ele com a intenção de já deixar o público preparado para um novo filme. Todas as 11 estruturas de atenção (faça mudanças, conte uma história, mostre as portas, misture tudo, caia na real, lembre-se de mim, parta para a ação, concentre-se na tarefa, não pare, não interrompa e altere o fluxo) nominadas e propostas por Davenport e Beck (2001) foram utilizadas na campanha. Toda a campanha foi estruturada respeitando as novas características do espectador, buscando oportunizar e incentivar a sua participação por meio de ações desenvolvidas em diferentes marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce espaços. As peças trouxeram informações adicionais à história principal. Por intermédio de vídeos disponibilizados, ações realizadas, convergência e jogos que provocaram o engajamento do público a fim de obter mais informações e maior participação, a campanha demonstra as muitas possibilidades que a convergência aliada à narrativa transmídia pode oferecer para captar, estruturar e proteger a atenção dos consumidores. Convergência e narrativa transmídia são hoje mais do que alternativas; são ferramentas eficientes para a comunicação de marca. Resumo: Nesta unidade, abordamos as características da convergência e transmídia. Entramos no conceito de narrativa transmídia como ferramenta de comunicação, ressaltando suas características para captar, estruturar e proteger a atenção do público. Como exemplo, apresentamos a campanha transmídia do filme “Prometheus”, de Ridley Scott. REFERÊNCIAS 20TH CENTURY FOX. Prometheus Transmedia Campaign. Ignition, 2013. (2min55s). Disponível em: . Acesso em: 25 fev. 2018. CANCLINI, Néstor García. Consumidores e cidadãos: conflitos multiculturais da globalização. Rio de Janeiro: UFRJ, 2001. DAVENPORT, Thomas; BECK, John. A economia da atenção. Rio de Janeiro: Campus, 2001. FAST COMPANY. Behind the innovative social content driven campaign for Prometheus. Disponível em: . Acesso em: 25 fev. 2018. FLUSSER, Vilém. Filosofia da caixa preta: ensaios para uma futura filosofia da fotografia. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2002. JENKINS, Henry. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2009. https://vimeo.com/52252122 https://www.fastcompany.com/1680976/behind-the-innovative-socialcontent-driven-campaign-for-prometheus marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce JENKINS, Henry; FORD, Sam; GREEN, Joshua. Cultura da conexão: criando valor e significado por meio da mídia propagável. São Paulo: Aleph, 2014. MARTÍN-BARBERO, Jesús. Globalización comunicacional y descentramiento cultural. Revista Dia-Logos de la Comunicación. PALACIOS, Fernando; TERENZZO, Martha. O guia completo do storytelling. Rio de Janeiro: Alta Books, 2016. PALMA, Claudia. A narrativa transmídia como prática de comunicação: aplicação e métodos. Porto Alegre: PoloBooks, 2016. PROMETHEUS. Peter Weyland's 2023 TED Talk. Prometheus, 2012. (3min08s). Disponível em: . Acesso em: 25 fev. 2018. __________ 1. Sobre o Festival de Cannes: https://pt.wikipedia.org/wiki/Festival_de_Publicidade_de_Cannes>. https://www.youtube.com/watch?v=dQpGwnN3dfc https://pt.wikipedia.org/wiki/Festival_de_Publicidade_de_Cannes Estratégias para o planejamento digital de marketing - Anaís Schüler Bertoni CAPÍTULO 2 Conceitos básicos para a formulação de estratégias digitais – Este capítulo apresenta uma breve introdução sobre a importância do marketing nas organizações e como devemos pensar as estratégias em um mundo cada vez mais digital. 2.1 O ponto de partida A importância do marketing nas empresas vem sendo cada vez mais enfatizada pelos estudiosos ao longo do tempo. Apesar da visão míope de alguns empresários relacionarem a área apenas com a divulgação de produtos e serviços, cada vez mais observamos sua importância e aplicação para o bom funcionamento das engrenagens estratégicas que movem a empresa. O lugar em que o marketing deve ser visto justamente é o de propulsor do motor estratégico da organização. Portanto essa é uma área extremamente fundamental para a elaboração das metas do negócio, pois compreende desde o conhecimento prévio (o passado, o que já foi realizado antes), o presente (o que acontece agora, o que está sendo feito pela empresa, concorrentes, públicos etc.) e prepara para um objetivo futuro (o que irá ocorrer a partir da análise dos fatores que fazem parte do universo da empresa ou que a influenciam externamente). Para Turchi (2012, p. 66), o marketing, portanto, deve ir além de campanhas de propaganda, na medida em que está profundamente relacionado à análise da viabilidade mercadológica e financeira que deve anteceder a abertura e a sustentabilidade de qualquer negócio. Assim, uma medida que ajuda muito o profissional de marketing é a marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce pesquisa. Entender o que o cliente tem a dizer, o que ele espera da marca, produto ou serviço, além de muitos outros cenários que as diversas ferramentas de pesquisa podem sugerir, faz com que seja possível perceber pontos críticos e pontos positivos, oportunidades e ameaças que rondam o negócio. Mas, muito além disso, as pesquisas trazem pistas que podem ser indícios importantes a serem trabalhados de modo a oferecer a solução certa no momento certo por meio do canal mais adequado ao tipo de cliente. Com certeza, você já ouviu falar da análise SWOT (Strenghts, Weakness, Opportunities, Threats)2, ferramenta largamente utilizada no marketing, que, quando bem desenvolvida, apresenta um belo cenário das forças macro e microambientais, oportunidades e ameaças envoltas no ambiente da empresa. Olhar, com uma visão cuidadosa e atenta, os resultados dessa análise também ajuda o profissional de marketing a traçar estratégias. Por isso é imprescindível que se entenda que o marketingperpassa e permeia “todo o ciclo de planejamento e implantação do negócio com o objetivo de reduzir incertezas para que se acerte melhor o alvo ao se abrir um novo empreendimento” (TURCHI, 2012, p. 67). As estratégias, então, devem ser pensadas de modo que contemplem as áreas da empresa como um todo (branding, comunicação, produtos, propaganda, promoção, vendas, assistência técnica etc.). Hoje, com o impulsionamento do digital, as empresas não podem ficar apenas no mundo off-line (que está fora da web). O acesso à internet é crescente; diversos dados apontam que, cada vez mais no Brasil, as pessoas acessam a web via smartphone3. Tendências que mostram essa rede como uma impulsionadora de consumo que se materializa por meio dos aplicativos (apps). Logo, é cada vez mais coerente entender por onde as estratégias on- line (que estão dentro da web) passam para que sua empresa se torne conectada. Na maioria das vezes, estratégias focadas no digital envolvem desde uma melhor exposição dos resultados da empresa nos motores de busca (resultados no Google, por exemplo) até estratégias focadas em conteúdo, redes sociais, e-mail marketing e até em videogames. O sucesso das ações pensadas para cada uma das estratégias envolverá, por fim, a forma como serão planejadas, bem como a análise dos indicadores de performance, seja sua execução transmidiática (como visto no capítulo anterior) ou não. marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce Dessa forma, é importante perceber as nuances do processo de planejamento de marketing, identificando o que é uma estratégia de marketing e o que é uma ação de marketing. Essa diferença nos auxilia a organizar nosso plano de forma mais dinâmica e assertiva, como veremos na sequência. 2.2 Diferenças entre estratégia e ação de marketing Já sabemos há muito tempo que o marketing entrega valor e por isso é construído em cima de uma ampla cadeia de competências que têm o foco de realizar, com sucesso, essa entrega ao cliente. Finalizamos o livro da atividade acadêmica de “Fundamentos de Marketing Digital” apresentando justamente os passos importantes que envolvem a elaboração de um plano de marketing. Agora, no entanto, nosso foco está na compreensão das estratégias (ou metas) a serem contempladas nesse planejamento. Para Kotler e Keller (2013, p. 36), “metas são objetivos específicos em termos de magnitude e tempo”, que podem visar a resultados distintos, como: lucratividade, aumento nas vendas, maior participação no mercado, engajamento do público, reputação da marca, inovação etc. No cotidiano de uma empresa, as estratégias demandam a utilização dos diversos tipos de recursos (físicos, humanos, tecnológicos e financeiros) para alcance dos resultados. A definição de estratégia de Porter (2004, p. XXVI), por sua vez, envolve um olhar do lugar da empresa no ambiente competitivo, mostrado na Figura 5. Por isso a estratégia competitiva envolve uma fórmula muito ampla que sustenta a empresa em seu mercado de atuação. Nesse sentido, o autor entende a estratégia como uma série de orientações praticadas pelas organizações para alcançar uma melhor posição dentro de seu mercado, tendo como referência suas forças competitivas. Mas, para que isso seja possível de ser colocado em prática, os tomadores de decisões devem selecionar linhas de negócio, definir a melhor maneira de alocar recursos entre tais linhas e elaborar ações que almejem a integração entre as várias unidades da organização, o que significa que, quando se trata de estratégias, devemos ter em mente que essa deve ser injetada diretamente na veia da cultura organizacional, espalhando-se para todos os departamentos e funcionários, de modo que todos criem consciência sobre ela e trabalhem focados em seu alcance. marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce Figura 5 – Roda da estratégia competitiva de Porter. Fonte: Porter (2004). Dessa forma, quando trabalhamos com estratégias, trabalhamos conectados com um resultado futuro. Imagine que seu objetivo seja ter crescimento a longo prazo. Nesse caso, você está buscando entrar em um dado mercado com um produto ou serviço novo. Logo seu objetivo será trabalhar esse mercado a seu favor, desenvolvendo-o. Porém, para isso, você vai precisar definir suas estratégias de modo a lutar contra as forças competitivas desse mercado, que, conforme Porter (2004), envolvem cinco tipos principais (Figura 6), a saber: (i) rivalidade entre concorrentes; (ii) poder de barganha dos marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce fornecedores; (iii) ameaça de produtos substitutos; (iv) poder de barganha dos clientes e (v) ameaça de novos entrantes4. Figura 6 – Cinco forças de Porter. Fonte: Porter (2004). Para Porter (2004), esse conjunto de forças permite a determinação do potencial de desempenho da empresa, pois faz com que se identifiquem os elementos da estrutura de um determinado setor, além da importância desses elementos no contexto da empresa. Ainda: a compreensão das forças ajuda muito os tomadores de decisão a pensar estratégias ofensivas ou defensivas. marinalugoch Realce marinalugoch Realce Contudo, para que seja possível alcançar o sucesso dessas estratégias, é preciso pensar em como realizá-las, pois, além de mobilizar os mais diversos tipos de recursos, é importante também pensar que tipo de ações mercadológicas pode estar incluído em cada uma das metas estabelecidas pela empresa. Em outras palavras, trabalhar com estratégias envolve selecionar ferramentas que viabilizam sua execução e proporcionam seu monitoramento. Por essa razão, frisamos novamente a importância de explorar os conteúdos do livro da atividade acadêmica de “Fundamentos de Marketing Digital”, que exploram, em detalhe, as ferramentas utilizadas para compor as mais diversas estratégias digitais de marketing e seus indicadores de monitoramento. 2.3 Estratégias para competir em um mundo conectado O marketing sofreu muitas transformações ao longo do tempo. Uma vez esse era centrado no produto, depois passou a ser centrado no consumidor e, nos dias de hoje, fala-se sobre ser centrado no ser humano. Em “Marketing 3.0”, Kotler, Kartajaya e Setiawan já nos levavam a pensar sobre a valorização dos valores humanos, sobre a criação de produtos, serviços e culturas empresarias. Agora, com a constante convergência das tecnologias e seus impactos na sociedade, muito se tem discutido sobre as práticas de marketing no mundo em uma era da informação. Era que traz novos conceitos, como: “economia ‘compartilhada’, economia do ‘agora’, integração onicanal, marketing de conteúdo, CRM social e muitas outras coisas” (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 12). Porém, mesmo que diversas tecnologias tenham surgido dentro desse contexto, as formas de comunicação são as mesmas nesse novo mundo convergente. O que se observa, então, é uma tendência de que, assim como as mídias convergiram, o marketing siga pelo mesmo caminho. Em um mundo altamente tecnológico, as pessoas anseiam por um envolvimento profundo. Quanto mais sociais somos, mais queremos coisas feitas sob medida para nós. Respaldados pela análise de big data (coleta, processamento e análise de megadados), os produtos tornam-se mais personalizados e os serviços, mais pessoais. Na economia digital, o segredo é alavancar esses paradoxos (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 12). Isso faz com que o profissional de marketing necessite entender o marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce percurso que esse cliente faz, desde o momento em que ele tem o primeiro contato com a marca até o ponto em que se torna fiel a ela. Portanto o papel do profissional de marketing dessa era busca, entre tantas aptidões, a esperteza de aprender a guiar de forma inteligente o consumidor até a compra. Isso significaa produção de muitas ideias e horas de trabalho, focadas no desenvolvimento de estratégias que, vistas sob esse ângulo, se assemelham a pistas que o cliente vai encontrando no mundo on-line até a efetivação da compra. Por isso entendê-lo também se torna imprescindível. 2.3.1 Características do consumidor conectado Não é de hoje que diversos teóricos escrevem sobre uma sociedade em rede.5 Graças à forma como a tecnologia se engendra na sociedade, experenciamos, ao longo do tempo, conexões que foram sendo construídas em diferentes redes sociais. Algumas começavam de forma física (presencial) e, após, continuavam acontecendo de forma mediada (a distância). Portanto, da mesma forma que a sociedade como um todo se conectou por meio de diversos dispositivos tecnológicos que promoveram a comunicação em rede, os clientes das empresas também se agruparam nessas redes, permitindo que o compartilhamento de informações, interesses, desejos etc. se organizasse em “poderosos grupos de interesse” (GRAY, 2013, p. 23). A sociedade on-line de hoje trouxe não só a conectividade, mas também transparência para os relacionamentos construídos no ambiente digital (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 20). A forma de atuação dos profissionais também se alterou a partir desse novo contexto. Com a popularização dos websites e das plataformas de redes sociais, muitos negócios migraram para o digital, alterando a própria estrutura de poder das empresas, antes vertical, para uma cultura mais horizontal. O que vivemos agora é um contexto emergente não só de se relacionar com as marcas, mas também de viver no mundo em geral. Um exemplo bem claro dessa discussão pode ser observado nos pequenos atos diários que nós fazemos. Pense nas suas próximas férias: como você decide em qual hotel se hospedar? E se for viajar de avião, onde irá pesquisar o valor das passagens? Se precisar deslocar-se a um determinado ponto desconhecido da cidade, vai marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce pesquisar esse local por algum tipo de mapa on-line? Pois é, a internet apresenta-nos essas e muitas outras facilidades. Imagine então o que ela tem a fazer por seu negócio! Cada acesso que um indivíduo realiza na internet cria um rastro que ajuda as empresas a direcionar um determinado conteúdo a ele. Com tecnologias e ferramentas cada vez mais personalizadas, o ambiente digital permite que os profissionais de marketing consigam trabalhar os mais diversos tipos de ofertas dentro dessa rede digital inteligente. Mas, cuidado, o consumidor de hoje é esperto. As empresas não podem mais ignorar que estão diante de uma ampla rede de compartilhamento. Logo, aceitar o feedback dos clientes e tomar a decisão adequada para resolver possíveis problemas é essencial para ter uma boa credibilidade, seja ela on- line ou off-line . Veja o case que segue no Quadro 1: Quadro 1 – Case “A Revolta Bancária” Em setembro de 2011, o Bank of America anunciou que começaria a cobrar 5 dólares por mês de seus clientes pelas compras feitas por meio de seus cartões de débito. No início de outubro, Kristen Christian, 27 anos, proprietária de uma galeria de arte, residente em Los Angeles, criou uma página deto no Facebook convidando 500 de seus amigos para que transferissem suas contas bancárias para cooperativas de crédito locais no dia 5 de novembro, o que ela chamou de “Bank Transfer Day” (Dia da Transferência Bancária). “Juntos podemos garantir que essas instituições bancárias sempre se lembrarão do dia 5 de novembro”, escreveu ela. “Se transferirmos nossos saldos das instituições bancárias que visam ao lucro para cooperativas de crédito que não o visam antes dessa data, enviaremos uma mensagem clara de que consumidores conscientes não apoiarão empresas com práticas de negócios que não são éticas”. marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce O movimento crescente de Christian rapidamente tornou-se uma bola de neve. Em três dias, 8 mil pessoas tinham se registrado para atender aoto. “Eu estava cansada”, escreveu Christian em outra postagem. “Cansada do aumento de tarifas, cansada de não ser capaz de dispor meu próprio dinheiro quando precisava dele, cansada de vê-los usando o pouco que tenho para oprimir meus irmãos e minhas irmãs. Então eu resolvi lutar. Fiquei impressionada com a quantidade de pessoas que se juntaram a mim. A cada pessoa que respondia a esseto, meu coração se enchia de alegria. Eu, absolutamente sozinha, fechando minha conta bancária, não teria feito nenhuma diferença para esses ricaços. Mas com cada um de VOCÊS que resolveu lutar comigo... eles não poderão abafar o barulho que faremos”. No dia 4 de novembro, um dia antes do Dia da Transferência Bancária, pelo menos 650 mil pessoas tinham transferido US$ 4,5 bilhões para cadernetas de poupança em cooperativas de crédito. Na mesma semana, o Bank of America desistiu de seu plano de cobrar tarifas adicionais. Fonte: adaptado de Gray (2013, p. 30-31); https://expertfile.com/experts/kristen.christian e https://www.bankofamerica.com/. No case apresentado, observamos o poder que a rede tem de mobilização social, unindo pessoas que pensam de forma semelhante em prol de uma causa comum. Por isso é imprescindível que as empresas busquem atuar de forma honesta para que sejam vistas como confiáveis pelo consumidor. Estamos vivendo tempos de inclusão, tempos em que existem soluções para, pelo menos, quase todos os tipos de necessidades. Hoje, empresas pequenas têm o poder de competir com as grandes, pois a inclusão permite o ingresso dessas em mercados que, no passado, não teriam condições de competir. “Alguns anos atrás, empresas de táxi e redes de hotéis não imaginariam competir por passageiros e hóspedes com startups de tecnologia como Uber e Airbnb, que fornecem transporte e alojamento privados” (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 26). Portanto esse relacionamento entre consumidores e marcas, bem como a própria forma de pensar as estratégias devem ser pensadas https://expertfile.com/experts/kristen.christian https://www.bankofamerica.com/ marinalugoch Realce horizontalmente. As empresas precisam ver seus consumidores como amigos, incluindo-os nas conversas, sem barreiras geográficas ou demográficas, permitindo que o consumidor se integre à empresa por meio da colaboração. O processo de compra do público “está se tornando mais social do que nunca. Eles prestam mais atenção ao seu círculo social ao tomar decisões. E buscam conselhos e avaliações tanto on-line como off-line” (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 29). Podemos afirmar, então, que “o futuro do marketing será uma mescla contínua de experiências on-line e off-line”. As duas formas devem coexistir e complementar-se, pois o grande objetivo sempre será ofertar uma experiência única ao consumidor. Observamos hoje três tipos principais de grupos de consumidores que se destacam no contexto digital: os jovens (público que visa adotar novos produtos, tecnologias e difundir tendências); as mulheres (com seus vários papéis na sociedade têm um importante poder de compra) e os chamados netizens (conectores sociais, consumidores que estão sempre se conectando entre si, trocando experiências). Integrados, esses públicos são donos de grande parte da economia digital. Portanto entender como pensar as estratégias do composto de marketing e o percurso que fazem no ambiente digital é importante para alcançar os objetivos da organização e colocá-la na era do “Marketing 4.0” (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 39-58). 2.3.2 Estratégias para o “Marketing 4.0” De maneira tradicional, o processo de planejamento de marketing inicia pela segmentação de mercado. Hoje, notamos que a horizontalização passou a tornar-se uma característica importante do digital. Com isso as comunidades passaram a ser consideradas novos segmentos, onde estão os próprios consumidores delimitados por fronteiras por eles mesmo determinadas. Esse perfil de cliente é imune a spams e conteúdos irrelevantes. Eles rejeitama tentativa de uma empresa de invadir suas redes de relacionamento (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 64). Nesse sentido, para que uma empresa seja capaz de adentrar essas fronteiras, é necessária a permissão do consumidor. O conceito de marketing de permissão, conceituado por Seth Godin6, envolve a ideia de pedir o consentimento prévio ao consumidor para que sejam enviadas mensagens de marketing a ele. Por isso as marcas marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce precisam posicionar-se como amigos desse consumidor, mostrando- se dispostas a ajudá-lo e não a caçá-lo. Isso não impede que as empresas ainda utilizem a segmentação. Contudo elas devem tornar- se cada vez mais transparentes para agir dessa forma (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 64). Recentemente, ficamos sabendo de um escândalo que envolveu o Facebook. De acordo com a BBC Brasil (2018)7, O Facebook sofreu um forte abalo [...] com a revelação de que as informações de mais de 50 milhões de pessoas foram utilizadas sem o consentimento delas pela empresa americana Cambridge Analytica para fazer propaganda política. A empresa teria tido acesso ao volume de dados ao lançar um aplicativo de teste psicológico na rede social. Aqueles usuários do Facebook que participaram do teste acabaram por entregar à Cambridge Analytica não apenas suas informações, mas os dados referentes aos amigos do perfil. A denúncia, feita pelos jornais The New York Times e The Guardian, levantou dúvidas sobre a transparência e o compromisso da empresa com a proteção de dados dos usuários. O caso do Facebook enfatiza não só essa questão de permissão como questões de segurança e vigilância. Por mais que o mundo on-line seja repleto de possibilidades, é preciso ética quando o assunto são os dados dos clientes. Ninguém gosta de receber mensagens irrelevantes, ainda mais sem ter pedido por elas. A marca que definir suas estratégias de modo honesto e ético ganhará cada vez mais respeito, e esse repercutirá sobre valores como confiabilidade, segurança, credibilidade e seriedade. Na economia digital, os clientes estão empoderados e tornou-se mais fácil para eles avaliarem e até esmiuçarem a promessa de posicionamento da marca de qualquer empresa. Com essa transparência (graças à ascensão da mídia social), as marcas já não podem fazer promessas falsas, não verificáveis. As empresas podem se posicionar como qualquer coisa, mas, a menos que exista um consenso baseado na comunidade, o posicionamento não significará nada mais que dissimulação corporativa (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 65-66). Mesmo que a plataforma de rede social do Facebook tenha impulsionado, e muito, esse empoderamento dos consumidores, o abandono da plataforma por alguns usuários já vem acontecendo, especialmente após o escândalo sobre o vazamento de dados, fazendo com que a plataforma tenha cada vez menos credibilidade.8 Em resposta ao ocorrido, Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, marinalugoch Realce marinalugoch Realce publicou uma carta de desculpas e afirmou que a plataforma terá mais opções de segurança para os usuários (MERIGO, 2018). Em tempos líquidos, característicos da sociedade moderna9, em que a economia digital mudou as formas como o consumidor interage com o mundo, ter o negócio sob controle é tudo o que os gestores desejam. Por isso liquidez dos tempos significa a necessidade de uma marca sólida, sinônimo esse que favorece a personalidade transmitida ao público por meio dos códigos de marca. Essa solidez pode ser traduzida por meio da boa elaboração de estratégias ligadas ao composto de marketing ou mix de marketing. Tradicionalmente, tínhamos os 4 P’s (produto, preço, praça e promoção). Contudo, no mundo “conectado, o conceito de mix de marketing evoluiu para acomodar mais participação do cliente”, transformando-se, assim, em 4 C’s: “cocriação (co-criation), moeda (currency), ativação comunitária (comunal activation) e conversa (conversation)”, explorados no Quadro 2 (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 67). Quadro 2 – Os 4 C’s do composto de Marketing 4.0 Item do composto Descrição Cocriação É a nova estratégia de desenvolvimento de produtos. Ela é embasada na cocriação e no envolvimento dos clientes desde cedo no estágio de concepção; as empresas podem melhorar as taxas de sucesso do desenvolvimento de novos produtos. A cocriação também possibilita aos clientes a personalização de produtos e serviços, criando proposições de valores superiores. Exemplo: Fiat e Nike mostram que projetos colaborativos funcionam10. Moeda O antigo conceito de preço evoluiu para um conceito de precificação dinâmica que estabelece preços flexíveis com bases na demanda do mercado e na capacidade de utilização. Esse conceito não é novo marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce em alguns setores, como o de hospitalidade (turismo, hotelaria e restaurantes) e companhias aéreas, por exemplo. Contudo, essa prática acaba se estendendo a outros setores a partir dos avanços tecnológicos. Varejistas on-line , por exemplo, coletam uma série de informações e recorrem à análise por big data para ofertar uma precificação única para cada cliente. Tal atitude demonstra que a precificação dinâmica permite a otimização da rentabilidade ao cobrar de diferentes consumidores preços distintos com base em seu histórico de compra, proximidade das lojas físicas e outras aspectos percebidos em seus perfis. Na economia digital, o preço é semelhante à moeda, que flutua em função da demanda do mercado. Exemplo: Como a precificação dinâmica transformou a elite do beisebol dos EUA11. Ativação Comunitária O conceito de canal envolve, no contexto digital, a distribuição ponto a ponto baseada na economia compartilhada. Empresas como Airbnb e Uber, que vêm abalando os setores de hotelaria e transporte via táxi, servem de modelo para outras tipos de negócios. Empresas desse tipo ofertam aos clientes um fácil acesso a produtos e serviços que não são de sua propriedade, e sim de outros clientes. A ascensão da impressão 3-D, por exemplo, estimulará ainda mais essa distribuição ponto a ponto no futuro próximo. Imagine clientes querendo um produto e, em questão de minutos, recebendo esse produto impresso diante deles. Em um mundo conectado, os consumidores exigem acesso quase instantâneo a produtos e serviços, o que é só viável se as outras pessoas estiverem bem próximas. Essa é a essência da ativação comunitária. Exemplo: Como a Uber funciona?12 Conversa Tradicionalmente, a promoção sempre foi uma relação unilateral. Ou seja, as empresas enviavam mensagens aos consumidores como um público passivo. Com a marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce proliferação das mídias digitais, os consumidores são capazes de reagir a essas mensagens e conversar sobre elas com seus pares. A ascensão de sistemas de avaliação como TripAdvisor, Reclame Aqui e o próprio sistema de avaliações do Facebook fornece uma plataforma para que os consumidores possam conversar e oferecer avaliações de marcas com as quais tenham interagido. Exemplo: Brasil ganha ‘TripAdvisor’ do mercado imobiliário13. Fonte: Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 67-68). Esses novos valores que compõem o composto de marketing da era da informação mostram que não há uma necessidade de substituir a forma como pensamos o marketing tradicional e o digital, como podemos ver na Figura 7, pois eles coexistem e se complementam. Figura 7 – Papéis permutáveis do marketing tradicional e digital. Fonte: Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 70). marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce marinalugoch Realce Marketing 4.0 é uma abordagem de marketingque combina interação on- line e off-line entre empresas e clientes,