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1 Diferença entre direitos humanos e direitos fundamentais - aplicação

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Diferença entre 
direitos humanos 
e direitos 
fundamentais: 
aplicação
 
SST
Zolotar, Márcia
Diferença entre direitos humanos e direitos fundamen-
tais: aplicação / Márcia Zolotar 
Local: 2020
nº de p. : 10
Copyright © 2019. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.
Diferença entre direitos 
humanos e direitos 
fundamentais: aplicação
3
Apresentação
De um modo não raro os direitos humanos e os direitos fundamentais podem ser 
confundidos. Os direitos humanos e os direitos fundamentais muitas vezes possuem 
o mesmo conteúdo, tratam-se de direitos que considerados inerentes a todos os 
seres humanos, mas não de forma idêntica, tanto por sua fonte quanto por sua 
positivação ou não nos ordenamentos jurídicos dos Estados nacionais.
Neste capítulo, serão analisadas as principais diferenças entre direitos humanos 
e direitos fundamentais. Você poderá ver que o conteúdo deles pode ser bastante 
similar, porém verá também que as classificações doutrinárias de ambos são 
distintos. 
Os direitos humanos e os direitos fundamentais podem e devem 
conviver de forma pacífica e complementar
Fonte: Plataforma Deduca (2018)
4
Direitos humanos e direitos 
fundamentais: conceitos
Os direitos humanos e os direitos fundamentais possuem divergência quanto ao 
espaço onde os direitos humanos são reconhecidos e positivados. No primeiro caso, 
os direitos humanos pertenceriam ao Direito Internacional, tendo o ser humano 
como um objeto de direito.
Nesse contexto, os direitos humanos passaram por um profundo processo de 
internacionalização e universalização. Hoje tais direitos contam com um Sistema 
Global e Sistemas Regionais de Proteção de Direitos Humanos e um sem número de 
Tratados, Convenção e Instrumentos para a implementação dos chamados direitos 
1ª, 2ª, 3ª e 4ª geração.
No segundo caso (direitos fundamentais), há uma vinculação a um ordenamento 
jurídico interno, constitucional. Vamos lembrar que, no caso da Constituição Federal 
de 1988, os Tratados Internacionais de Direitos Humanos ratificados pelo Brasil têm 
natureza de normas constitucionais.
Assim, são duas ordens jurídicas diferentes, que se sobrepõem e que podem até 
conviver de forma pacífica e complementar. Uma outra questão que surge quando 
analisamos esses dois conceitos é o seu grau de efetividade no mundo real. Ou 
seja, dentro de cada âmbito de atuação – internacional e interno, qual dos direitos 
possuem mais eficácia, efetividade e poder?
Ao analisar o Sistema Global e os Sistemas Regionais de Proteção aos Direitos 
Humanos, é possível constar que esses sistemas possuem órgãos de proteção e 
implementação aos direitos humanos.
Ocorre, porém, que, na maioria dos casos, é necessário que os Estados aceitem a 
competência dos referidos órgãos e ratifiquem os instrumentos de proteção para se 
submeterem ao julgamento deles.
Os direitos fundamentais são direitos positivados nas Constituições Federais, que 
são o instrumento normativo mais importante de um Estado. A partir da Constituição 
Federal, é que todas as demais leis (infraconstitucionais) são criadas e nela 
baseadas.
5
Os princípios fundamentais são ali criados. Não se fala em aceitação dos direitos 
determinados na Constituição ou ainda não se pode arguir desconhecimento dos 
direitos ali garantidos.
A resposta é clara. Dos dois direitos em tela, os que gozam de mais eficácia, sem 
dúvida, são os direitos fundamentais.
Os princípios e as garantias fundamentais encontram-se na Constituição 
e têm sua eficácia e implementação garantida no ordenamento interno
Fonte: Plataforma Deduca (2018)
Valerio Oliveira Mazzuolli (2018, p. 753) nos lembra que a Constituição de 1988 
utiliza as expressões direitos humanos e direitos fundamentais em contextos 
diferentes. Segundo ele, há uma “absoluta precisão técnica” no uso delas, de modo a 
não confundir o significado ou o seu uso.
Assim sendo, a Constituição quando se refere aos direitos ali previstos usa a 
expressão “direitos fundamentais”, por exemplo, no Art. 5º, § 1ª CF/88. Ao se referir 
aos direitos humanos protegidos por Tratados Internacionais, menciona a expressão 
direitos humanos, conforme Art. 5º, § 3º CF/88. 
Uma vez entendido o conceito e a atuação de cada um dos direitos humanos e dos 
direitos fundamentais, vamos conhecer a sua classificação. Siga em frente!
6
Direitos humanos
A classificação dos direitos humanos é baseada na chamada Teoria das gerações. 
Ela foi criada pelo jurista theco-francês Karel Vasak por meio de um texto publicado 
em 1977 e de uma palestra proferida em 1979. Essa teoria estabelece um paralelo 
entre os lemas da Revolução Francesa – liberdade, igualdade e fraternidade - e as 
dimensões ou gerações de direitos humanos, que se dividiriam, em um primeiro 
momento, em três gerações. São elas:
a. Direitos de 1ª geração – são direitos surgidos no final do século XVIII, em de-
corrência da Independência dos Estados Unidos e do advento da Constituição 
(1787) e da Revolução Francesa (1789). Nesse momento, procura-se limitar o 
poder do Estado e fortalecer os direitos dos indivíduos. São os direitos civis e 
políticos.
b. Direitos de 2ª geração – o contexto histórico do surgimento dos direitos des-
sa geração, paradoxalmente, é oposto ao dos direitos de 1ª geração. Procura-
-se a maior intervenção do Estado com o objetivo de garantir direitos econô-
micos, sociais e culturais. Exemplos de instrumentos constitucionais desse 
período são as Constituições do México, de 1917, de Weimar e a Constituição 
Brasileira de 1934.
c. Direitos de 3ª geração – são também chamados de transindividuais. Refletem 
as mudanças ocorridas na comunidade internacional e na sociedade, com o 
surgimento de questões com impactos em escala mundial, tais como meio 
ambiente, direitos humanos, proteção aos consumidores, dentre outros. São 
direitos coletivos e pertencem a toda a humanidade.
José Eliaci Nogueira Diógenes Júnior (20-?) menciona alguns autores, dentre 
os quais Paulo Bonavides, Norberto Bobbio e José Adércio Sampaio Leite, que 
entendem existir uma 4ª e uma 5ª geração de direitos:
a. Direitos de 4ª geração – são os direitos relacionados à manipulação do patri-
mônio genético. Muitos questionam a forma pela qual vem sendo feita essa 
manipulação e os respectivos riscos.
b. Direitos de 5ª geração – segundo alguns doutrinadores, esses direitos esta-
riam relacionados à evolução da cibernética e de tecnologias, como a realida-
de virtual e a Internet. Outros, no entanto, os vinculam ao ideal da paz, como 
ideal supremo da humanidade.
7
Importante destacar que, embora essa classificação seja utilizada por grande parte 
da doutrina, inúmeras críticas apontam para falhas na relação das gerações de 
direitos e o processo histórico dos direitos humanos. Destacamos algumas delas:
1. As gerações de direitos humanos trazem uma ideia de sucessão de direitos, 
quando, na realidade, ocorre uma concomitância de direitos convivendo e pro-
tegendo direitos de âmbitos diversos. À medida que surge a necessidade de 
proteção de no vos direitos, criam-se instrumentos normativos capazes de 
salvaguardar esses direitos.
2. Trata-se de uma cumulação de direitos que vão surgindo ao longo da história. 
Todos esses direitos se revestem das características de universalidade, indi-
visibilidade, interdependência e inter-relacio-nariedade.
Nas palavras de Mazzuolli (2018, p. 759):
Deve ser afastada a visão fragmentária e hierarquizada das diversas 
categorias de direitos humanos, a fim de se buscar a “concepção 
contemporânea” desses mesmos direitos, tal como introduzida pela 
Declaração Universal de 1948 e reiterada pela Declaração de Direitos 
Humanos de Viena de 1993.
A manipulação do patrimônio genético é objeto de preocupação de muitos 
cientistas e estudiosos do direito e da filosofia
Fonte: Plataforma Deduca (2018)
8
Direitos fundamentais
A Constituição Federal de 1988 tratou dos Direitos e Garantias Fundamentais no 
Título II, muito embora possamos encontrar alusões a essesprincípios no texto 
constitucional, de forma expressa ou implícita. Recordamos o mérito atribuído 
à Constituição ao inovar e determinar que as normas definidoras dos direitos 
e garantias fundamentais possuíssem aplicabilidade imediata. Essas normas 
passaram a possuir um status jurídico diferenciado.
Sarlet (2018, p.70) enfatiza o papel da Constituição de 1988 em sua obra:
(...) sem medo de errar, que, a despeito da existência de pontos passíveis 
de crítica e ajustes, os direitos fundamentais estão vivenciando o seu 
melhor momento na história do constitucionalismo pátrio, ao menos 
no que diz respeito ao seu reconhecimento pela ordem jurídica positiva 
interna e pelo instrumentário que se colocou à disposição dos operadores 
de Direito, inclusive no que concerne às possibilidades sem precedentes 
no ordenamento nacional.
De forma resumida, elencamos para você esses direitos:
I. Direitos individuais e coletivos: estão relacionados ao ser humano e à perso-
nalidade dele e protegem os direitos referentes à vida, igualdade, dignidade, 
segurança, honra, liberdade e propriedade. Encontram-se determinados no Ar-
tigo 5º e seus incisos.
II. Direitos sociais: procuram garantir as liberdades positivas, que se referem à 
educação, à saúde, ao trabalho, à previdência social, ao lazer, à segurança, à 
proteção à maternidade e à infância e à assistência aos desamparados. Têm 
como objetivo melhorar as condições de vida dos menos favorecidos. Estão 
previstas a partir do Artigo 6º.
III. Direitos de nacionalidade: garante ao nacional o vínculo jurídico político ao 
seu país e os respectivos direitos e obrigações daí decorrentes para ambas 
as partes.
IV. Direitos políticos: por meio desses direitos, o indivíduo pode exercer sua cida-
dania, como votar e ser votado. Pode participar do processo democrático no 
país. Encontram-se previstos no Artigo 14.
V. Direitos relacionados à existência, organização e participação em partidos 
políticos: assegura a existência, autonomia e liberdade dos partidos políticos. 
Trata-se de um elemento fundamental em um Estado Democrático de Direito. 
Está determinado no Artigo 17.
9
Fechamento
Nesta unidade, você pôde conhecer mais sobre os direitos humanos e os direitos 
fundamentais. Na primeira parte você pode conhecer a origem e fonte atribuída a 
cada um dos tipos de direitos, bem como as principais diferenças entre ambos no 
que diz respeito à positivação ou não deles. 
Na segunda, você pode conhecer algumas das classificações dos direitos dos 
direitos humanos que podem ser divididos em três ou mais dimensões, de acordo 
com o referencial teórico utilizado. Na terceira parte, você pôde conheceu algumas 
das classificações dos direitos fundamentais presentes na Constituição Federal que, 
como visto, são de natureza bastante diversa.
10
Referências
BRASIL. (Constituição 1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
Disponível em: . https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/518231/
CF88_Livro_EC91_2016.pdf Acesso em: 15 jun. 2018. 
______. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo 
Facultativo. Disponível em: . http://www.pcdlegal.com.br/convencaoonu/wp-
content/themes/convencaoonu/downloads/ONU_Cartilha.pdf Acesso em: 25 jun. 
2018.
 ______. Emenda Constitucional nº 45, De 30 De Dezembro De 2004. Disponível em: 
. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm 
Acesso em: . 24 jun. 2018. 
DIÓGENES JUNIOR, J. E. N. Gerações ou dimensões dos direitos fundamentais? [20-
?]. Disponível em: . http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/29835/
geracoes-ou-dimensoes-dos-direitos-fundamentais Acesso em: 28 jun. 2018. 
MAZZUOLI, V. O. Curso de Direito Internacional Público. Rio de Janeiro: Forense, 
2018. 
PIOVESAN, F. Temas de Direitos Humanos. São Paulo: Saraiva, 2013. 
______. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 6. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2015a. 
______. Direitos Humanos e Justiça Internacional. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2015b. 
SARLET, I. W. A Eficácia dos Direitos Fundamentais: Uma Teoria Geral dos Direitos 
Fundamentais na Perspectiva Constitucional. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 
2018.
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/518231/CF88_Livro_EC91_2016.pdf
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/518231/CF88_Livro_EC91_2016.pdf
http://www.pcdlegal.com.br/convencaoonu/wp-content/themes/convencaoonu/downloads/ONU_Cartilha.pdf%20
http://www.pcdlegal.com.br/convencaoonu/wp-content/themes/convencaoonu/downloads/ONU_Cartilha.pdf%20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm
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