Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
OBSTETRÍCIA IV DHEG, DMG PRÉ-ECLÂMPSIA · PA ≥ 140x90 mmHg + proteinúria ≥ 300mg/dia ou ≥ 1+ na fita ou proteína/creatinina urinária > 0,3 · Após 20 semanas de gestação Atenção: o exame padrão-ouro para avaliar proteinúria é a urina de 24h (um EAS normal não descarta proteinúria → diante de um EAS normal, solicitar o padrão-ouro). Fisiopatologia Normalmente ocorrem ondas de invasão trofoblástica, diminuindo a RVP e a PA. As artérias espiraladas necessitam das invasões trofoblásticas, que destroem o vaso e diminuem a resistência, melhorando o fluxo e aumentando o aporte sanguíneo necessário ao feto. Quando não ocorre a segunda onda de invasão (em torno de 20-22 semanas), a RVP não diminui, levando à alta pressão e baixo fluxo, com isquemia e lesão endotelial e consequente liberação de substâncias vasoativas. O endotélio lesado libera tromboxane e diminuição de prostaciclinas, aumentando a agregação plaquetária e levando à insuficiência placentária, CIUR, sofrimento fetal crônico... A proteinúria relaciona-se à endoteliose capilar glomerular, característica de pré-eclâmpsia. Lembrar que algumas mulheres têm pré-eclâmpsia sem lesão glomerular (e sem proteinúria). Ondas de invasão trofoblástica · 1ª → 6 – 12 sem · 2ª 16 – 22 sem Pré-eclâmpsia sem proteinúria Apenas se hipertensão > 20 semanas MAIS plaquetopenia (< 100.000), Cr > 1,1, EAP, ↑ 2x transaminases, sintomas cerebrais ou visuais Fatores de Risco · Pré-eclâmpsia anterior (pessoal ou familiar) · Exposição à “placenta” pela 1ª vez (primípara) ou excessiva (gemelar, mola) · Vasculopatia (HAS, DM, doença renal) Classificação da pré-eclâmpsia LEVE GRAVE PA ≥ 140 x 90 mas < 160 x 110 e sem sinais de gravidade Aquela que não é grave! PAS ≥ 160 OU PAD ≥ 110 Proteinúria > 5g/urina 24h ou 2+ na fita Edema Agudo de Pulmão (EAP) Oligúria Creatinina ≥ 1,3mg/dL HELLP: LDH ≥ 600 / esquizócitos / Bt ≥ 1,2 / AST (TGO) ≥ 70 / plaquetas < 100.000 Iminência de eclâmpsia: cefaleia (refratária fronto-occipital), escotomas, epigastralgia / dor em barra em HD, ↑ reflexos Conduta - Anti-hipertensivo · Não fazer caso PA < 160 x 110 mmHg · Objetivo: manter PAS 140 – 155 e PAD 90 – 100 · Não medicar pacientes com pré-eclâmpsia leve → pode mascarar um quadro grave! CRISE (EMERGÊNCIA) MANUTENÇÃO Hidralazina IV Labetalol IV Nifedipina VO Metildopa VO Hidralazina VO Pindolol VO · Nifedipina + Sulfato de magnésio → pode provocar hipotensão refratária ao tratamento, por isso tem-se preferência em utilizar a hidralazina · Metildopa → categoria B · EVITAR: diurético, IECA e propranolol · O propranolol não é contraindicado, mas deve ser evitado, pois pode fazer CIUR (e existem drogas mais seguras na gestação para HAS) Prevenção da eclâmpsia Em toda paciente grave e eclâmpsia Droga de escolha: SULFATO DE MAGNÉSIO PRITCHARD Ataque: 4 g IV + 10g IM Manutenção: 5g IM 4/4h Deve ser utilizado em locais sem Bomba infusora ZUSPAN Ataque: 4g IV Manutenção: 1-2g/h IV em BI SIBAI Ataque: 6g IV Manutenção: 2-3g/h IV em BI Magnesemia terapêutica: 4 - 7 mEq/L (*) Mais utilizados: Pritchard e Zuspan (**) A dose de ataque é feita de forma lenta (20 min). · Não é necessário fazer a dosagem para fazer o acompanhamento. Pode-se fazer o acompanhamento clínico para avaliar a intoxicação! · Se a mulher convulsionar em uso de sulfato de magnésio → repetir (porém fazer metade da dose de ataque) Risco de intoxicação Reflexo patelar presente Respiração > 16 irpm Diurese (≥ 25mL/h) Oligúria (< 25ml/h) não é sinal de intoxicação, e sim risco de intoxicação. Não é uma consequência, mas pode provocar a intoxicação! Neste caso, ajustar a dose de magnésio! INTOXICAÇÃO: reflexo patelar ausente ou FR < 16 irpm · Suspender o sulfato de Mg · Aplicar antídoto: GLUCONATO DE CÁLCIO 10% · Manter gluconato de cálcio 10mL a 10% preparado à beira do leito na prescrição da sulfatação (obrigatório) Interrupção da gestação LEVE GRAVE Expectante até o termo, conforme condições maternas e fetais Tratamento definitivo é o PARTO! QUANDO? < 34 sem: avaliar bem-estar para corticoide / parto se piorar ≥ 34 sem: PARTO Via de parto ... pode ser vaginal Depende das condições maternas (gravidade, BISHOP) e fetais (SFA) Parto só após estabilização!!! DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS PRÉ-ESCLÂMPSIA PA ≥ 140 x 90 mmHg + proteinúria após 20 sem ECLÂMPSIA Pré-eclâmpsia + convulsão HAS CRÔNICA PA ≥ 140 x 90 mmHg antes de 20 sem PRÉ-ECLÂMPSIA SOBREPOSTA HAS + pré-eclâmpsia HIPERTENSÃO GESTACIONAL PA ≥ 140 x 90 após 20 semanas sem critério p/ pré-eclâmpsia e que melhora até 12 semanas de puerpério DIABETES GESTACIONAL Intolerância aos carboidratos iniciada na gestação. Ocorre devido à secreção placentária, a partir da 2ª metade da gestação, de hormônios contra-insulínicos, que é o hormônio lactogênio placentário, além de estrogênio, progesterona e cortisol. Com maior resistência à insulina, a glicose circula mais tempo no sangue, havendo maior disponibilidade para o feto na forma de difusão facilitada. Diagnóstico ZUGAIB e REZENDE 1ª consulta (1º trimestre) GLICEMIA COM JEJUM GJ < 92 TOTG 75g* (24 - 28sem) GJ ≥ 92 e < 126 DM GESTACIONAL GJ ≥ 126 DM PRÉVIO Obs.: valores devem ser repetidos e confirmados GLICEMIA SEM JEJUM GJ ≥ 200 + sintomas DM PRÉVIO HEMOGLOBINA GLICADA HbA1C ≥ 6,5 DM PRÉVIO TOTG 75g (24 – 28 sem) Glicemia de jejum ≥ 92 mg/dL Após 1 hora ≥ 180 mg /dL Após 2 horas ≥ 153 mg/dL 1 valor alterado confirma DMG! MS 2017 Havendo viabilidade financeira, o rastreio é feito: 1ª consulta (< 20 semanas) GLICEMIA DE JEJUM GJ < 92 TOTG 75g* (24 - 28sem) GJ ≥ 92 e < 126 DM GESTACIONAL GJ ≥ 126 DM PRÉVIO TOTG 75g (24 – 28 sem) → DM Gestacional · Glicemia de jejum 92 a 125 mg/dL · 1 hora ≥ 180mg/dL · 2 horas: 153 a 199mg/dL Classificação de Priscilla White · Classe A (Gestacional) → adquirido na gestação · A1: sem insulina · A2: com insulina · Classe ≥ B (prévio) → ≥ D → com doença vascular Conduta – DM gestacional Dieta fracionada + atividade física + controle glicêmico por 2 semanas ↓ Se não controlar = INSULINA Conduta – DM prévio Suspender antidiabéticos orais e partir para insulina! · 1º trimestre / pós-parto: diminuir dose da insulina · 2º e 3º trimestre: aumentar a dose da insulina · HIPOGLICEMIA NO 3º TRIMESTRE → insuficiência placentária (?) Parto Feto bem / mãe bem indicação obstétrica Macrossomia, SFA Cesariana Complicações Macrossomia, distócia de espáduas, SFA, polidramnia e malformação fetal Malformação mais específica de diabetes · Síndrome da Regressão Caudal · Não é a mais comum, porém é a mais específica! · Mais observada em diabéticas prévias · DM gestacional não aumenta malformação (porque ela ocorre depois do período de organogênese) INFECÇÃO URINÁRIA · Principal agente é a E. coli. · Toda gestante deve ser rastreada para bacteriúria assintomática · Bacteriúria assintomática: ≥ 105 UFC/ml em pacientes assintomáticas · Sempre tratar gestante + urocultura de controle · ATB: amoxicilina, nitrofurantoína, fosfomicina · Fosfomicina: amplo espectro, segura na gravidez, dose única. · Demais ATB: 10 dias de tratamento · Cistite → Mesmo tratamento e controle anterior · Pielonefrite → Sempre internar + ATB parenteral GEMELARIDADE Número de ovos fertilizados Monozigótica: do mesmo ovo Dizigótica: ovos diferentes Número de placentas Monocoriônica: uma placenta (+ RISCO) Dicoriônica: placentas diferentes Número de cavidades amnióticas Monoamniótica: uma cavidade Diamnótica: cavidades diferentes Toda dizigótica tem que ser dicoriônica e diamniótica. A monozigótica irá depender do tempo de divisão do ovo. Uma monozigótica, caso divida-se em até 72hserá dicoriônica e diaminiótica. Fatores de risco · História familiar / raça / idade dizigótica · Técnicas de fertilização monozigótica e dizigótica Diagnóstico · Dicoriônica: SINAL Y/ LAMBDA · Monocoriônica: SINAL T Obs.: só visto no 1º trimestre (USG no 1º tri → melhor para avaliar a corionicidade) Complicações específicas (MONOCORIÔNICAS) Indicação de cesariana SÍNDROME TRANSFUSÃO FETO-FETAL (diamniótica) · FETO DOADOR: pálido, oligodramnia, CIUR · FETO RECEPTOR: polidramnia, hidropsia Tratamento: · Amniocenteses seriadas (casos leves) · Fotocoagulação com laser (casos graves) Tripla, complicações (síndrome da transfusão feto-fetal, unidos), monoamnióticas e 1º feto não cefálico
Compartilhar