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PRIMEIROS SOCORROS 1 PRIMEIROS SOCORROS CONCEITO Conceituamos primeiros socorros como o tratamento aplicado, de imediato, ao acidentado ou portador de mal súbito, antes da chegada do médico. SOCORRISTA É a pessoa que está habilitada a prática dos primeiros socorros, utilizando-se dos conhecimentos básicos e treinamentos técnicos que a capacitou para esse desempenho características básicas a um socorrista: • Ter espírito de liderança • Ter bom senso, compreensão tolerância e paciência • Ser um líder na concepção da palavra • Saber planejar e executar suas ações • Saber promover e improvisar com segurança • Ter iniciativa e atitude firmes • Ter acima de tudo, espírito de solidariedade humana. “O amor ao próximo” 2 KITS LACRADOS DE MATERIAL FIXO DA AERONAVE • Solução de mercúrio cromo 1 vd --30 ml. • Água oxigenada 10 volumes 1 vd– 100 ml. • Adrenalina solução a 1/1000 – 2 amp- 01 ml • Antianginoso (Isordil, Isocord – 5 mg.) 1vd 24 comp. • Seringas descartáveis com agulha 00 ml-4 unids. • Compressas de gaze (esterilizadas) 7,5 x 7,5 cm-2 conj. -05 unidades. • Atadura de crepe elástica -02 rls -15cm • Atadura de gaze 10x9,0 cm-1 rls • Tesoura reta de ponta redonda 1 unid. • Garrote de 30cm – 1 unidade • Pomada para queimadura (furacim, Paraqueimol) 1tb. • Manual de primeiros socorros. • Kit Do Comissário Chefe De Equipe DEVE ESTAR SEMPRE EM PODER DO COMISSÁRIO: • Antisséptico e antinauseante (Plasil, Dramin) 1cx – 20 comp. • Antitérmico (buscopan, Atroveran, Baralgin) 1 cx – 20 comp. • Antidiarreico (imosec, lomotil) 1 cx – 12cmp. • Medicação ocular (colírio Moura Brasil, lerin e lacrima) 1vd. – 10 ml • Descongestionante nasal (afrin, sorine, suspirin) 1v. – 10ml • Analgésico para o ouvido (otomicina, otoxylodase) 1v- 10ml. • Antiácido 10 unids • Band-aid 06 unidades 3 • Parâmetros Clínicos Pode-se utilizar com segurança os kits de Primeiros Socorros, deve conhecer algo sobre os parâmetros clínicos, como se segue: PRESSÃO ARTERIAL (P.A) O fluxo sanguíneo vindo através de um sistema de vasos arteriais, ao passar encontra resistência e para vencê-la, exerce uma determinada força. A resistência a essa força chamamos de pressão ou tensão arterial. O grau de pressão ou tensão depende: • Da elasticidade das paredes das artérias; • Da força dos batimentos cardíacos; • Da resistência periférica; • Do volume de sangue circulante nas artérias; • Da viscosidade sanguínea. A PRESSÃO ARTERIAL NORMAL Máxima (Sistólica): 130x90 mm Hg Média (Equilibrada): 120x80 mm Hg Mínima (Diastólica): 80x60 mm Hg TEMPERATURA É o nível de calor a que chega a um determinado corpo. No organismo humano, o calor que é eliminado pelo corpo. Resulta de modificações que se processam na intimidade das células. 4 A temperatura normal corporal oscila segundo os valores que se seguem bem como, nos diferentes sítios do nosso corpo, a saber: Axilar..........................................36,0ºC a 37,0ºC Retal...........................................36,4ºC a 37,2ºC Bucal...........................................36,2ºC a 37,0ºC PULSAÇÃO Pulso é a ondulação pela expansão das artérias seguindo as contrações oriundas do coração. O pulso é um dos mais utilizados métodos de informação acerca das condições de um doente. O pulso pode ser verificado mais facilmente, nas artérias radiais e carótidas, bem como nas femorais, pediosas e faciais. Frequência das pulsações por minuto: Homem............................60 a 70 BPM Mulher.............................65 a 80 BPM Criança..........................120 a 125 BPM Lactente........................125 a 160 BPM RESPIRAÇÃO É a troca de gases entre o organismo e o meio externo, e consiste na absorção do oxigênio (O2 e a eliminação de gás carbônico (CO2). Frequência: Homem........................................15 a 20 distensões abdominais por minuto Mulher..............................................18 a 20 por minuto (distensão torácica) Criança......................................................... ....................20 a 25 por minuto Lactente....................................................... ....................30 a 40 por minuto 5 DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS HIPÓXIAS Em pessoas normais, a variação da altitude (que acarreta variação do percentual de oxigênio do sangue arterial) provoca, comumente, os seguintes sintomas de hipóxia: De acordo com os vários experimentos, foram obtidos os seguintes resultados para o TUL (Tempo útil de Lucidez). Durante o voo, o comissário de bordo poderá encontrar casos de urgência respiratória em passageiros portadores de uma hipóxia preexistente, necessitando, pois, de maiores cuidados. Essas urgências classificam-se em: Altitude em pés % de saturação de oxigênio Condição clínica Nível do mar 95 – 98 Normal 10.000 88 – 89 Dor de cabeça, cansaço em exposição prolongada. 14.000 80 – 81 Sonolência, dor de cabeça, tontura, fraqueza de visão, mudança de personalidade, perda de coordenação muscular e cianose. 18.000 74 – 75 Todos acima porém mais críticos. 22.000 67 – 68 Convulsão,_colapso, coma. 25.000 55 – 60 Colapso e coma com aproximadamente_5 minutos. Altitude em pés Sentado em descanso Exercendo atividade moderada Despressurização rápida (pessoa em repouso) 22.000 10 minutos 05 minutos 03 minutos 25.000 05 minutos 03 minutos 02 minutos 30.000 90 segundos 45 segundos 30 segundos 35.000 45 segundos 30 segundos 20 segundos 40.000 25 segundos 18 segundos 12 segundos 6 Durante o voo, o comissário de bordo poderá encontrar casos de urgência respiratória em passageiros portadores de uma hipóxia preexistente, necessitando, pois, de maiores cuidados. Essas urgências classificam-se em: HIPÓXIA HIPÓXICA É devido ao menor aporte de oxigênio às células orgânicas, em virtude da dificuldade que o gás tem em se difundir para o sangue nos alvéolos pulmonares. É a saturação de oxigênio no sangue arterial abaixo do normal. Ocorre nos casos de pneumonia, asma brônquica, a impregnação pelo alcatrão. Quando o oxigênio não consegue absolutamente se difundir para o sangue e daí para as células, temos aí a hipóxia anóxia, como ocorre nos casos de asfixia, sedação por narcóticos e nas altas altitudes (acima de 24.000 pés). Anóxia é a denominação dada à falta de oxigênio nas células orgânicas. TRATAMENTO • Manter o passageiro sentado ou semissentado; • Afrouxar as vestes deixando-o respirar; • Desobstruir as vias aéreas; • Administrar oxigênio. HIPÓXIA ANÊMICA OU HIPÊMICA É devida à chegada de oxigênio em quantidades reduzidas às células, em virtude de problemas no transporte do gás pelas hemácias. Normalmente a encontramos durante a gravidez. Patologicamente: nas hemorragias, anemias ferroprivas, carência proteica, e nas intoxicações por monóxido de carbono. TRATAMENTO • Administração de oxigênio por máscara sob pressão; • Transfusão de sangue; • Combater a carência protética. 7 HIPÓXIA ESTAGNANTE, ISQUÊMICA OU ESTÁTICA Ocorre em consequência do retardo na chegada do oxigênio às células, em virtude da diminuição da velocidade do fluxo sanguíneo. Verifica se nos casos de insuficiência cardíaca congestiva (ICC), e nas tromboses vasculares. TRATAMENTO Combater a causa do distúrbio circulatório. HIPÓXIA HISTOTÓXICA É devida à inabilidade das células teciduais para utilizar o oxigênio transportado pelas hemácias, em virtude da presença de tóxicos nas células. Ocorre nos envenenamentos por cianetos, no alcoolismo agudo, intoxicação pela nicotina e cocaína. • TRATAMENTO • Administrar antídoto específico para cianetos; • Combater o alcoolismo; • Remoção urgente para o hospital; • Formas combinadas: Verificam–se com a concomitância de dois ou maistipos de hipóxias acima citadas. É o que ocorre no caso de uma cardiopatia (ICC), associada a uma pneumonia ou anemia; e tratar cada um dos fatores determinantes atuantes. ASMA BRÔNQUICA A Asma Brônquica é uma doença caracterizada por recorrentes episódios de obstrução das vias aéreas que pelo menos, nos estágios iniciais, são reversíveis. Resulta de obstrução dos bronquíolos alveolares (bronquiolite) difusa e reversível decorrente de constrição dos músculos lisos brônquicos, edema e inflamação 8 da mucosa brônquica, e o acúmulo de secreções dentro da luz dos brônquios, dificultando a passagem do ar. O ataque asmático, geralmente se inicia de modo súbito, com chiados, tosse expectoração de muco transparente e viscoso, e dispneia, sobretudo expiratória. TRATAMENTO • Manter o passageiro sentado ou semissentado; • Administração abundante de líquidos; • administração de oxigênio; • Administração de broncodilatadores. AFOGAMENTO O afogamento deve-se a uma série de fenômenos que tem lugar no organismo devido à sua total imersão na água durante um tempo mais ou menos prolongado. A morte pode sobrevir por asfixia ou como consequência dos problemas gerados pela água no organismo. A asfixia, portanto, só é responsável pela morte em 10% dos casos de pessoas afogadas, nas quais ocorre, enquanto estão submersas, um laringoespasmoreflaxo. Nos outros casos, a morte deve-se a entrada maciça de água nos pulmões. Existem dois tipos de afogados, a saber: AFOGADO CIANÓTICO É o indivíduo que apresenta uma forma de asfixia pela entrada maciça de água nos pulmões. Quando retirado da água, apresenta-se com pulso fino, respiração superficial e irregular. Jugulares túrgidas, e cianóticas (arroxeado). Há necessidade de se mover a água. AFOGADO PÁLIDO Ocorre quando não há asfixia pela água, mas sim devido a um laringoespasmo reflexo, ou uma parada respiratória. 9 TRATAMENTO DO QUASE AFOGAMENTO Em ambos os casos: • Rápida remoção da vítima da água; • Desobstruir as vias aéreas, retirando corpos estranhos e limpando as secreções; • Aplicar a respiração boca a boca, ou através de aparelho; • Aplicar massagem cardíaca externa, se necessário; • Tão logo quanto possível, administração suplementar de oxigênio; • E transportar a vítima para um hospital Não devemos retardar a ventilação por tentativas de remover líquidos dos pulmões. Um bom nadador pode iniciar a respiração boca a boca ou boca - nariz ao mesmo tempo em que domina a água, ou mesmo quando posto em pé, em água rasa. Para a remoção da água das vias aéreas usa - se a seguinte técnica: • Coloca-se o passageiro quase - afogado em decúbito ventral, com a cabeça lateralizada; • Estende-se seus braços elevando–os lateralmente ao longo da cabeça; • Coloca-se as mãos (Socorrista) sobre o dorso da vítima, exercendo-se pressão. DISTÚRBIOS CARDÍACOS INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO É a necrose (morte) do músculo cardíaco (miocárdio), que ocorre como aplicação de uma deficiência ou ausência da circulação do mesmo. Resulta, portanto, de uma obstrução de algum ramo das artérias coronarianas que levam o sangue ao próprio coração. SINTOMAS E SINAIS Dor forte e constritiva, intensa e duradoura localizada na região anterior do tórax, que pode irradiar-se para os membros superiores, principalmente para o esquerdo, base do pescoço e epigástrio. É uma dor constante que não se modifica com a respiração ou troca de posição, tampouco com o emprego de vaso dilatador coronariano. 10 • Sua duração vai de 30 minutos a várias horas; • Midríase; • Sudorese intensa; • Dispneia; • Agitação; • Aparência de sofrimento; • Pulso fino e acelerado; • Pode ocorrer confusão mental, desmaio, fraqueza e febre; Diferentemente da angina do peito, o infarto do miocárdio não é desencadeado por nenhuma circunstância específica. Pode ocorrer enquanto se está passeando, descansando, dormindo, sem qualquer esforço físico prévio e violento. TRATAMENTO • Afrouxar as vestes e manter o paciente em posição confortável e em repouso absoluto; • Administrar analgésico; • Administrar tranquilizante; • Administrar vaso dilatador coronariano; • Administrar oxigênio se houver dispneia, cianose, tosse ou sibilos; • E encaminhar urgentemente ao hospital. ANGINA DO PEITO A angina do peito é um problema cardíaco caracterizado pelo aparecimento brusco de uma dor torácica, produzida por irrigação sanguínea insuficiente e momentânea do miocárdio; Diferentemente do infarto, na angina do peito não há lesão do músculo cardíaco e tem como fatores desencadeantes: refeições pesadas, esforço físico, o fumo, o frio intenso, e ansiedade. 11 SINTOMAS E SINAIS São semelhantes aos do infarto do miocárdio, dele diferindo pelo tempo e duração da dor, em geral, de 3 a 10 minutos. Isto é muito importante, porque se durar menos de 1 minuto pode-se descartar a hipótese de angina no peito. Porém, se durar mais de 10 minutos, deve-se interpretar como manifestação de infarto. TRATAMENTO É o mesmo para o infarto agudo do miocárdio, sem administração de tranquilizante. PARADA CÁRDIO RESPIRATÓRIA Algumas causa da parada cardiorrespiratória incluem: Hemorragias, Acidentes, Infecções generalizadas, Problemas neurológicos como AVC, Doenças Cardíacas, Infecção respiratória, Falta de oxigênio, Falta ou excesso de açúcar no sangue, Desequilíbrios de Potássio. Independente das causas, a para cardiorrespiratória é uma situação muito grave que necessita de atendimento médico urgente. PRINCIPAIS SINTOMAS: • Dor forte no Peito; • Falta de ar; • Suores Frios; • Sensação de Palpitação; • Tonturas e Desmaio; • Visão turva ou embaçada; Além destes sintomas, surgem sinais como ausência de pulso e falta de movimentos respiratórios. 12 COMO PROCEDER O que se deve fazer na parada cardiorrespiratória é chamar imediatamente uma ambulância, ligando para o número 192, e iniciar a massagem cardíaca, para que o individuo tenha melhores chances de sobreviver. COMPRESSÕES TORÁCICAS As compressões torácicas ajudam o sangue a circular com base em dois princípios: primeiro, elas elevam a pressão na cavidade torácica, fazendo o coração bombear; segundo, elas fornecem compressão direta no próprio coração. Para as compressões torácicas externas, a vítima deve estar na posição de decúbito dorsal (deitada de costas), sobre superfície firme e plana. As roupas da vítima não impedem você de fornecer compressões torácicas eficazes, mas podem impedir o posicionamento correto das mãos; se necessário, afaste as roupas. Ajoelhe-se perto dos ombros da vítima, a distância entre seus joelhos deve ser a mesma que entre seus ombros. POSICIONAMENTO DAS MÃOS O posicionamento correto das mãos sobre o tórax da vítima é essencial para se evitar a ocorrência de lesões internas decorrentes das compressões torácicas e para a perfeita efetividade da manobra. Suas mãos devem ficar sobre a extremidade inferior do esterno. Para esta posição, trace uma linha imaginária entre os mamilos, o ponto médio localiza-se no exato local que sua mão deverá posicionar-se para as compressões 13 torácicas. Nesse ponto, o esterno é flexível – é possível comprimi-lo sem fraturá-lo. Coloque o “calcanhar da mão” no esterno com a outra mão por cima, com os dedos de ambas as mãos apontando na direção oposta à sua. Entrelace os dedos ou estenda-os, mantendo-os afastados do tórax da vítima. MASSAGEM CARDÍACA EXTERNA E RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL Socorristas leigos devem fornecer RPC somente com as mãos, com ou sem orientação de atendente, para adultos vítimas de PCR. • Para o leigo treinado, foi reforçada a sequência C – A – B para atendimento (circulation – airway – breathing). Portanto o socorrista deve começar pelas compressões torácicas antes de realizarabertura de vias aéreas e ventilações. A proporção é de 30 compressões para 2 ventilações; • A profundidade da compressão torácica em um adulto médio, que deve ser em torno de 5cm, evitando ultrapassar 6cm; O socorrista deve continuar a RPC até a chegada e preparação de um DEA. 14 DISTÚRBIOS CARDIOVASCULARES VERTIGEM É uma sensação em que a vítima sente-se girar em torno dos objetos que rodeia, ou objetos que a cercam é que parecem girar em torno dela, sempre no plano horizontal. Pode-se também sentir, em vez da sensação giratória, um deslocamento lateral, como se estivesse caindo para um dos lados. Esses sintomas podem ainda ser acompanhados de náuseas e vômitos. A vítima, porém, jamais perde a consciência. Os enjoos de viagem (cianetoses) são catalogados como estados vertiginosos e caracterizam-se por sempre virem acompanhadas de palidez de pele, discreta sudorese, náusea e vômitos. Durante a crise, nada deverá ser ministrado por via oral, pois a vítima vomitará o ingerido. TRATAMENTO • Colocar a vítima deitada, em decúbito dorsal; • Passar uma venda sobre os olhos e manter a cabeça sem travesseiro; • Não fazer movimentos bruscos, principalmente com a cabeça; • Manter a vítima arejada, com as vestes frouxas. DESMAIOS OU LIPOTIMIA A vítima acometida de desmaio tem a impressão que vai perder o contato com o ambiente que a cerca. A visão escurece, a pele torna-se pálida e com sudorese. Há sensação de mal-estar geral, acompanhado ou não de sensação de náuseas e vômitos. A mente fica embotada, dificultando o diálogo com quem o socorre. Não sendo prontamente atendido, pode subitamente e momentaneamente perder a consciência. TRATAMENTO Estando o “quase-desmaiado” sentado, abaixar sua cabeça e pedir para fazer esforço para erguê-la, ocasião em que o socorrista impede que isso aconteça fazendo pressão com sua mão sobre o occipital da vítima; Obtém-se o mesmo efeito fazendo com que a vítima fique sentada, e abaixe a cabeça o mais que puder colocando-a entre os joelhos; A cabeça abaixada faz com que haja maior irrigação cerebral às custas da gravidade. 15 ESTADO DE CHOQUE É um estado de depressão profunda e prolongada das funções neurovegetativas, com redução progressiva do volume líquido circulante, e queda de pressão arterial. O choque pode ser causado por: • Traumatismo craniano, dores violentas, fortes emoções (origem nervosa); • Hemorragias profundas, queimaduras extensas, desidratação (pela diminuição do líquido circulante). • Grandes traumatismos, esmagamento, contusão e compressão do tórax e abdômen; • Obstrução circulatória mecânica (embolias, trombose das coronárias e infarto); • Substâncias tóxicas e toxinas microbianas (choque anafilático). SINTOMAS E SINAIS Faciais: palidez, abatimento, olhar inexpressivo, cianose dos lábios; Pele: pálida e fria, temperatura abaixo do normal e suores frios. Função motora e psíquica: deprimida. Embora a consciência esteja íntegra, o paciente está prostrado, com relaxamento muscular, reflexos, por vezes, agitado; Hipotensão arterial: é uma característica do choque (PA abaixo de 90 X 70); Hipotensão venosa: as veias dilatam-se, o que torna difícil a aplicação de injeção; Taquisfigmia: o pulso é rápido, fino e vazio; Taquipneia: aumento da frequência respiratória, com certa dificuldade (dispneia); Hipoestesia: embotamento da sensibilidade dolorosa. A vítima parece não sentir dor apenas das inúmeras lesões de que é portador; Hipotermia: diminuição da temperatura corporal. 16 TRATAMENTO • Hemostasia, antissepsia, bandagem (curativo); • Administração de analgésico para combater a dor, que por si só, pode causar o choque; • Correção das deficiências orgânicas do acidentado, como combate a desidratação. DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS ALCOOLISMO É o beber excessivo que afeta adversamente a saúde do indivíduo, prejudicando sua função social ou ambos. A dependência do álcool caracteriza-se pela tolerância e pela dependência física. A tolerância ocorre quando o indivíduo consome quantidades progressivamente maiores de álcool, durante um certo tempo, a fim de induzir alterações nos estados afetivos, ou no seu comportamento, obtido anteriormente com doses menores. Já a dependência física do álcool é observada pelo aparecimento dos sintomas e sinais de abstinência após a interrupção da bebida, tais como: tremores das extremidades, delírios, alucinações, distúrbios convulsivos etc. QUADRO CLÍNICO AGUDO • Descoordenação motora e visual; • Distúrbios do comportamento (euforia, depressão, atitudes antissocial, comportamento pegajoso); • Distúrbios da consciência; • Náuseas e vômitos; • Midríase; • Hipotermia; • Convulsões; • Retenção ou incontinência urinaria ou fecal; • Taquisfigmia. TRATAMENTO • Suspensão imediata do consumo de bebida alcoólica; • Manter o passageiro sentado com a poltrona reclinada; • Oferecer café forte e doce. • Se o passageiro dormir, manter a cabeça lateralizada; • Aplicação de glicose E-V (somente médico); • A melhor conduta seria a prevenção, através da redução ou mesmo abolição do consumo de bebidas alcoólicas a bordo. 17 CONVULSÕES A convulsão palavra originada do latim e que quer dizer “sacudir”, “agitar”, caracteriza-se por entrarem os músculos em contrações. Os músculos contraem- se, enrijecem-se, mas logo em seguida relaxam-se. Como isso acontece em pequenos espaços de tempo, os músculos parecem tremer. A epilepsia é uma doença caracterizada, em sua forma típica, por ataques convulsivos, com perda temporária da consciência e/ou da memória. A convulsão se instala, na maioria das vezes, subitamente. Em certas ocasiões, a vítima percebe alguns sinais (auras) antes de se instalar a crise, como dor de cabeça, tonteiras, náuseas ou odores estranhos. O ataque dura alguns minutos, podendo haver eliminação involuntária de urina e fezes. Há também eliminação de muco (baba) espesso, pela boca, devido excesso de salivação. Não há, absolutamente, risco de contágio visto que, a Epilepsia, não é doença infectocontagiosa terminada a crise a vítima pode entrar em sono, e ao acordar, nada saber sobre o acontecimento. TRATAMENTO • Afrouxar as vestes do passageiro; • Proteger a vítima contra objetos traumatizantes (pontas de móveis, quina de paredes), que possam vir a causar lesões, e deixando a crise exaurir-se, cessar; • Colocar entre os dentes do passageiro um pano macio, para evitar que as arcadas dentárias se choquem violentamente, provocando a quebra de dentes, ou ferimentos na língua. 18 DISTÚRBIOS DOS SISTEMAS NERVOSO E CIRCULATÓRIO INSOLAÇÃO É um conjunto de fenômeno que se desenvolvem no organismo quando se eleva a temperatura corporal, devido a uma alteração dos mecanismos nervosos reguladores da mesma. É causada pela exposição prolongada aos raios solares, e relativamente frequente durante o verão nas pessoas que frequentam as praias, no período das 12:00hs às 15:00hs. PROFILAXIA • Evitar exposição prolongada ao sol, principalmente depois das 10:00hs; • Iniciar a temporada de verão com curtas exposições ao sol, aumentando progressivamente; • Ingerir bastante líquido. INTERMAÇÃO Em nosso meio ocorre principalmente entre os lactentes (crianças abaixo de 1 ano de idade), mantidos em quartos mal ventilados e superaquecidos pelo sol. Nessas condições, o organismo não consegue perder calor para o meio ambiente, causando as manifestações da intermação. QUADRO CLÍNICO • Casos benignos: • Cefaleia (dor de cabeça); • Vertigens; • Fadiga; • Anorexia (perda do apetite); • Insônia; 19 • Estado subfebril. • Casos graves: • Desidratação; • Cefaleia violenta; • Vertigens; • Rigidez da nuca; • Febre elevadíssima; • Vômitos; • Delírios; • Convulsão e morte. TRATAMENTOCOMBATE A HIPERTERMIA Remover a vítima para um local fresco e arejado; Valer-se de meios físicos (gelo sobre a cabeça, envoltórios úmidos em todo o corpo), e meios químicos (antitérmicos). HIDRATAÇÃO • Oferecer bastante líquido à vítima; • Em casos graves, hidratação endovenosa (EV). DESIDRATAÇÃO É a perda de água do organismo, motivada por varias causas, tais como: vômitos repetidos, diarreia abundante, sudorese intensa, hemorragias graves e queimaduras. O primeiro socorro consiste em suspender imediatamente a alimentação, e administrar água ou soro caseiro em colheradas, repetidamente. A fórmula do soro caseiro é: 1 litro de água filtrada + 2colheres de sopa de açúcar + 1 colher das de chá de sal. DIARRÉIA É o aumento da frequência habitual das evacuações, com diminuição da consistência fecal. As causas mais frequentes são: erro alimentar, infecção intestinal, verminoses, medicamentos, etc. 20 TRATAMENTO • Hidratação por via oral; • Dieta sem gorduras, com pouco condimento (tempero), assim como, evitar alimentos como laranjas, mamão, ameixas etc. • Administrar antidiarreico. QUEIMADURAS São lesões tissulares (teciduais) ocasionadas quase sempre por um agente térmico: o calor, a água, e outros líquidos em alta temperatura e o vapor. Existem também queimaduras provocadas por substâncias químicas, por radiações solares ou por diversas substâncias radioativas, pela eletricidade. CLASSIFICAÇÕES As queimaduras são classificadas de acordo com sua profundidade nos tecidos lesados, como se segue: • Queimaduras de 1º grau – Lesão apenas da epiderme; • Queimaduras de 2º grau – Lesão da epiderme e derme; • Queimaduras de 3º grau – Lesão profunda atingindo a epiderme, derme, hipoderme e tecidos profundos. 21 GRAVIDADE DAS QUEIMADURAS É importante frisar que a gravidade de uma queimadura não é determinada pela sua profundidade nos tecidos orgânicos, mas sim, pela extensão da área corporal atingida. Para se avaliar a extensão da pele comprometida, utiliza-se a “Regra dos Nove”. Os indivíduos com mais de 15% de área corporal queimada, são considerados grandes queimados, correndo, portanto, sério risco de vida. SINTOMAS E SINAIS Queimaduras de 1º grau – Caracteriza-se pelo surgimento do eritema (vermelhidão) e calor no local afetado. Queimadura de 2º grau – Caracteriza-se pela presença de vermelhidão e de bolhas d’água (flictenas), geradas pela saída de plasma sanguíneo, provocado pelo calo; Cabeça 9% Membro superior D. 9% Membro superior E. 9% Tronco-frente 18% Tronco-atrás 18% Coxa D. 9% Coxa E. 9% Perna D. 9% Perna E. 9% Pescoço 1% Períneo 1% 22 Queimaduras de 3º grau – Caracteriza-se pela destruição dos tecidos, com a formação de escaras amareladas ou enegrecidas, ou mesmo feridas. COMPLICAÇÃO DAS QUEIMADURAS A lesão provocada, no organismo, por um agente térmico (queimaduras) é, em última análise, uma ferida. É, como tal, suscetível ao risco de infecção. Nos grandes queimados outros fatores podem gerar complicações. A pele íntegra é uma barreira impermeável, mas quando queimada, perde essa importante função. Nestes casos, ocorre perda de líquidos e eletrólitos (sais minerais) através da extensa área lesada, o que pode ocasionar desidratação intensa, choque e morte. TRATAMENTO DAS QUEIMADURAS • Retirada das vestes sujas e queimadas; • Lavagem e antissepsia das lesões com soro fisiológico. • Curativos com gaze esterilizada e vaselina líquida. • Evitar a movimentação e o resfriamento do paciente, aquecendo-o com cobertores ou lençóis limpos, sem provocar sudorese; • Administração de analgésicos e líquidos. 23 TRAUMATOLOGIA As lesões corporais, mais prováveis, em consequência de um acidente, são: contusões, entorses, luxações, fraturas, ferimentos, traumatismo craniano, queimaduras e lesões internas. As vítimas de lesões traumáticas que atingem gravemente os diversos seguimentos corpóreos apresentam, às vezes, quadros clínicos graves, onde o risco de vida está sempre presente. • Ao prestarmos os primeiros socorros a um acidentado, devemos tomar certos cuidados, tais como: Lavagem das mãos com água e sabão, antes e após o curativo; • Uso instrumental esterilizado; • A manipulação do ferimento deverá ser feita através de pinças e gazes esterilizadas; • Deverá ser feita a antissepsia (limpeza) de toda a área a ser manipulada; • Fixação do curativo. ATADURAS Entre outras utilidades, as ataduras são empregadas para fixar curativos onde o uso de esparadrapo torna-se difícil pela mobilidade da região, presença de pelos e secreções. Aplicação De Ataduras • A atadura deve ser aplicada de modo a não afrouxar, e nem comprimir em demasia; • O enfaixamento deve ser feito com as articulações na posição que será mantida depois; • O enfaixamento não deve trazer desconforto ao paciente; 24 • A tensão aplicada sobre a faixa deve ser suficiente para distender sua malha ate o próximo ao seu limite de elasticidade; • O enfaixamento deve ser iniciado sempre da região distal para a proximal, isto é, da extremidade para o centro; • Nas mãos e pés, o enfaixamento deve estender-se, exatamente até o nível da cabeça dos metacarpianos e metatarsianos, respectivamente, e com a mesma tensão e o mesmo número de voltas aplicadas no restante do membro, deixando as extremidades livres; • Nas articulações a faixa deve ser aplicada assumindo a forma de um ‘’8’’ • As saliências ósseas e os pontos em que os nervos periféricos se tomam superficiais, devem ser protegidos com algodão ortopédico. TRAUMATISMO FECHADO CONTUSÃO Lesão superficial do corpo sem laceração da pele, produzida por um impacto. Nem sempre uma contusão é simples. Ela pode complicar-se ao provocar uma lesão interna em um órgão vital. Como veremos nos traumatismos abdominais. TRATAMENTO • Aplicação de frio (gelo) no local, sempre protegendo a pele com um pano, ou uma camada de vaselina por tempo limitado; • Imobilizando com faixa de crepe; • Administração de analgésico. 25 DISTORÇÕES OU ENTORSES São traumatismos privativos das articulações, resultantes de um movimento brusco das articulações, sem acarretar a perda da relação entre as superfícies articulares. Dependendo da intensidade do traumatismo, poderá provocar lesões de ligamento ou cápsulas articulares. SINTOMAS • Dores intensas, que aumentam com a manipulação ou apalpação da região; • Impotência funcional por contratura muscular; • Equimose; • Edema. TRATAMENTO • Aplicação de frio intenso (gelo) no local, com devida proteção da pele; • Imobilização com faixa de crepe, compressiva; • Repouso da articulação atingida; • Administração de analgésico. LUXAÇÃO Lesão que, devido a um movimento corporal anormal, compromete peças ósseas que se articulam, ocorrendo à perda da relação entre as mesmas. OBS: A única luxação que os comissários podem tentar reduzir (colocar no lugar) é a de mandíbula. SINTOMAS • Dor intensa, com redução de estalo; • Impotência funcional devido à perda do contato articular, e a contratura muscular; • Edema Deformidade; • Diferença de comprimento do membro lesado. 26 TRATAMENTO • Aplicação de frio intenso (gelo) no local atingido; • Imobilização da articulação luxada com talas rígidas, sem tentar melhorar a deformidade existente; • Administração de analgésico. TRAUMATISMO ABERTO FERIMENTOS Ferimento é a agressão à integridade tecidual produzindo solução de continuidade entre o meio externo e interno. O ferimento é sempre ocasionado por um agente lesivo que, na maioria das vezes, alberga patógenos (bactérias, micróbios) e, dessa forma, contamina o ferimento. Leva aqueles micróbios que vivem na superfície da pele parao interior do corpo. Esta contaminação, se não for localizada, pode ser disseminada. TIPOS DE FERIMENTOS ESCORIAÇÕES OU ABRASÕES São ferimentos superficiais, geralmente produzidos pelo atrito com superfícies ásperas, atingindo as camadas superficiais da pele. PUNCTÓRIOS OU PUNCTIFORMES São os ferimentos causados por agentes perfurantes (prego, agulhas, estiletes etc.), provocando pequena solução de continuidade na pele, porém profunda, e, desse modo, importantes veículos de infecções. Sua gravidade varia conforme a região atingida, tórax e abdome. 27 INCISIVOS São os causados por instrumentos cortantes (facas, navalhas, bisturis). As bordas do ferimento são regulares, estando afastadas conforme a elasticidade da pele da região lesada. LACERANTES São causados por agentes que dilaceram a pele e os tecidos vizinhos (cacos de vidro, de louça e serra). As bordas do ferimento são bastante irregulares podendo haver perda de tecidos, e a cicatrização é defeituosa. DE ACORDO COM O TRAJETO PERCORRIDO PELO OBJETO TRAUMÁTICO, OS FERIMENTOS PODEM SER: TRANSFIXANTE O objeto atravessa o corpo provocando duas lesões, sendo que a de entrada é bem menor que saída. Ex: Ferimentos à bala 28 PENETRANTES O objeto penetra em uma cavidade fechada do corpo. São mais graves, pois podem lesar órgãos vitais como os pulmões, fígado, baço, rins e coração. COMO AGIR EM CASO DE FERIMENTOS PEQUENOS FERIMENTOS Deve-se tomar muito cuidado para que não infeccionem. A limpeza é importante, pois além de evitar as infecções, ajuda a cicatrização. CONDUTA • Lavagem das mãos com água e sabão, antes e depois do curativo limpar o ferimento com água limpa e sabão comum; • Aplicar um antisséptico com mercúrio cromo; • Proteger o ferimento com gaze ou pano limpo fixando-o; • Observar se há sangramento; • Mantenha um curativo compressivo; • Certificar-se de que a vítima é vacinada contra o tétano; • Orienta-la. FERIMENTOS MAIS GRAVES HEMOSTASIA Fazer cessar ou estancar o sangramento. ANTISSEPSIA Limpeza cuidadosa da lesão com água e sabão comum, raspar os pelos da região se necessário (tricotomia), e aplicar antisséptico (mercúrio cromo). 29 CURATIVO Tentar aproximar as bordas do ferimento com pontos falsos utilizando tiras de esparadrapo, e cobri-los com gaze esterilizada. IMOBILIZAÇÃO Usar faixa de crepe se necessário. Em caso de dor, administrar analgésico. HEMORRAGIAS Denomina-se hemorragia a perda sanguínea resultante de uma lesão vascular. Ocorre, portanto, em veias, artérias e capilares. As hemorragias internas podem levar o acidentado ao estado de choque, e se não socorrido a tempo, ao óbito. Geralmente os ferimentos são acompanhados de perda sanguínea, o que dramatiza o quadro do acidente, visto que, o sangue é um elemento de alarme, tanto para o ferido, como para quem o socorre. A intensidade da hemorragia depende do tipo e do calibre do vaso lesado. 30 CLASSIFICAÇÃO DAS HEMORRAGIAS ARTERIAL: O sangue provém de uma artéria lesada, flui em jatos intermitentes, tem uma coloração vermelho vivo (rutilante), e com aspecto espumoso. VENOSA: O sangue provém de uma veia lesada. Saí continuamente e apresenta coloração vermelho escuro. CAPILAR: O sangue provém de vasos de pequeno calibre. Geralmente tendem a coagulação espontânea EXTERNAS: São hemorragias facilmente identificadas, pois o sangue sai diretamente do ferimento ou através das cavidades naturais do organismo para o meio externo. INTERNAS: São hemorragias que ocorrem no interior do organismo. O sangue não se exterioriza, ficando coletado no abdome, tórax, caixa craniana e pele. TIPOS ESPECIAIS DE HEMORRAGIAS EXTERNAS OTORRAGIA (OUVIDO): Sangramento pelo ouvido externo, devido à fratura da base do crânio ou traumatismo do conduto auditivo externo. 31 EPISTAXE OU RINORRAGIA (NARIZ): Saída de sangue pelas narinas. Causas: insolação, lesão da mucosa nasal e picos hipertensivos. HEMOPTISE: Sangramento proveniente do aparelho respiratório (pulmões), fluindo pela boca, quase sempre ao tossir. O sangue é vermelho vivo e espumoso. Causas: Tuberculose pulmonar, câncer do pulmão e pneumopatias agudas. ESTOMATORRAGIA (BOCA): Saída de sangue pela boca devido a: lesões da própria boca, avitaminose C, extrações dentárias, ferimentos e câncer da língua. HEMATÊMESE: Saída de sangue pela boca vinda do aparelho digestivo, de cor vermelho escuro. Geralmente vem precedido de náuseas, com coágulos e restos alimentares. Causas: Ruptura de varizes esofagianas, úlcera do estômago e tumores malignos. MELENA: Saída de sangue através do ânus de coloração muito escura semelhante à borra de café. Origina-se da parte alta do tubo digestivo e tem forte odor. Causas: Varizes do esôfago, úlceras e tumores malignos do estômago. ENTERORRAGIA: Sangramento oriundo das porções finais do tubo digestivo, eliminado pelo ânus, e de cor vermelho vivo. Causas: Lesões dos intestinos como ulcerações, hemorroidas, úlceras provocadas pela Febre Tifoide, tumores malignos do reto, etc... 32 HEMATÚRIA (URINA): Sangramento proveniente do sistema urinário, e é eliminado juntamente com a urina. Causas: Traumatismo dos rins, cálculos renais, lesões e câncer de bexiga e ruptura de varizes prostáticas. MENORRAGIA (VAGINAL): Saída de sangue pela vagina, por consequência deficiência hormonal. Não está ligada ao plano menstrual. Causas: doenças dos ovários. METRORRAGIA: Eliminação de sangue pela vagina, de causa não hormonal, devido a tumores do útero (Miomas, por exemplo). SINTOMAS E SINAIS DAS HEMORRAGIAS AS EXTERNAS Geralmente por consequência de traumatismo e ferimentos, são facilmente identificáveis através da simples inspeção do acidentado, visto que o sangue flui externamente. 33 AS INTERNAS Não são visíveis. São diagnosticadas através de sinais e sintomas indiretos, tais como: palidez da pele, taquicardia, pulso rápido e fino, resfriamento das extremidades e sensação de fraqueza. O paciente pode sentir sede. TRATAMENTO DAS HEMORRAGIAS MEDIDAS GERAIS Quando a hemorragia não para por si mesma, deve-se deitar o paciente e elevar, por exemplo, a parte ferida de um membro lesado (por exemplo), se não houver fratura. MEDIDAS ESPECÍFICAS Pode-se utilizar a compressão ou o garroteamento para fazer cessar uma hemorragia. Na hemostasia por compressão, o socorrista comprime diretamente o foco hemorrágico com uma gaze, ou faz um curativo compressivo. Pode-se também comprimir a principal artéria da região de encontro a um osso longe do local do ferimento. É a compressão indireta ou à distância. TORNIQUETE Essa medida pode ser realizada por garrote ou torniquete. É empregada em ferimentos graves dos membros quando todas as outras tentativas não surtirem o efeito desejado, e onde o risco de vida está presente. O garrote deve ser colocado sempre entre o ferimento e o coração. Quando se utiliza o garrote com o auxílio de um pedaço de madeira para apertar e afrouxá-lo, estamos fazendo um torniquete. Tanto um como o outro deve ser mantido apertado 15 minutos e afrouxá-lo por 30 segundos. Nunca usar arame, cabo, barbante ou outro material muito fino para fazer garrote ou torniquete. Nos casos de hemorragia interna, o passageiro deve ser mantido em repouso em decúbito dorsal, e com a cabeça mais baixa que o resto do corpo; exceto se houver ferimentos na cabeça, suspeita de fratura do crânio ou derrame cerebral, ocasião em que a cabeça deve ser mantida elevada. Não se deve dar bebidas alcoólicas em nenhuma hipótese, tampouco, dar líquidos à vítima inconsciente ou semiconsciente, ou quando houver suspeita de lesão do abdômen. 34 FRATURAS É a solução de continuidade total ou parcial de um osso, determinado por um agente traumático,cuja intensidade da força atuante suplanta a elasticidade e a resistência do osso. TIPOS DE FRATURA FECHADA OU SIMPLES Quando não há comunicação entre o foco de fratura e o meio ambiente, permanecendo, portanto, a pele íntegra. COMPLETA Quando os fragmentos ósseos se destacam nitidamente. INCOMPLETA Quando apenas uma das corticais do osso é rompida. É também chamada de subperiostal ou “em galho verde”. São muito comuns nas crianças até os 10 nos de idade, onde os ossos são flexíveis e elásticos como um galho verde. 35 COMINUTIVA Quando se formam mais de dois fragmentos ósseos. EXPOSTA Quando há comunicação entre o foco de fratura e o meio externo, sendo a pele lesada. É fundamental para essa classificação, que os ossos fraturados estejam expostos. SINTOMAS • Dor intensa; • Edema • Impotência funcional; • Diferença no comprimento do membro lesado; • Desalinhamento ósseo; • Movimento anormal • Hemorragia • TRATAMENTO • Imobilização da fratura com talas rígidas, atingindo a articulação acima e abaixo da fratura; • Evitar mover ou manipular o local afetado, pois pode haver risco de lesão grave; de um vaso ou nervo; • Nunca tentar fazer a redução da fratura. TRAUMATISMO CRÂNIO – ENCEFÁLICO O cérebro encontra-se localizado na caixa craniana, protegido ainda pelas meninges (dura mater, pia mater e aracnoide) e circundado, pelo líquido cefalorraquidiano (LCR), em situação que o torna imune a traumatismos moderados. 36 TIPOS DE LESÕES São três os tipos de lesões consequentes a um traumatismo crânio – encefálico, a saber: a. Lesões Superficiais b. Lesões ósseas, c. Lesões encefálicas. LESÕES SUPERFICIAIS São aquelas em que apenas o couro cabeludo é lesado. Apesar de sangrar bastante não traz maior complicação, por não haver lesão neurológica. O acidentado mantém-se consciente, sem maiores sintomas. TRATAMENTO: Fazer o tratamento das feridas, lembrando sempre que o couro cabeludo sangra muito, podendo ser necessário aplicações de um capacete compressivo com atadura de crepe. LESÕES ÓSSEAS São aquelas que ocorrem à altura do crânio, podendo, nesses casos, ocorrer formação de hematomas intracranianos, extradural e subdural e afundamento ósseo. LESÕES ENCEFÁLICAS Onde o Sistema Nervoso Central (cérebro) é atingido, com graves repercussões em todo o organismo. Na maioria das vezes, estas duas últimas lesões estão associadas (óssea e encefálica). A inspeção e apalpação da cabeça do acidentado nos dá valiosas informações sobre: 37 • Extensão das lesões do couro cabeludo, presença de hematomas ou fraturas ósseas, e a existência de hemorragias pelo nariz ou ouvido; • Estado de consciência que é avaliado através da resposta a estímulos térmicos tátil, doloroso e viva voz; • Condição respiratória, podendo esta mostrar-se lenta e profunda, o que indica lesão cerebral. • Frequência do pulso, que se lento e cheio, é provável sinal de lesão neurológica; • Condições dos olhos das pupilas, que poderão apresentar desvios oculares, e desigualdades das pupilas. Isto também indica lesão cerebral; • Vômito em jato nos dá indício de que está havendo hipertensão intracraniana; • Descontrole dos esfíncteres, onde o acidentado pode urinar e evacuar sem controle, em consequência de lesão neurológica. TRATAMENTO DE LESÕES CRÂNIO – ENCEFÁLICAS A preocupação imediata é a manutenção das funções vitais, a respiração, o pulso e a pressão arterial. Fazer o tratamento das feridas, com extremo cuidado, protegendo as lesões com gaze esterilizada, e se necessário, aplicar capacete com faixa de crepe, sem compressão excessiva. Caso o paciente esteja consciente, mantê-lo sentado ou semissentado. Se estiver inconsciente, o decúbito recomendado é o dorsal, com a cabeça lateralizada. Não administrar medicamentos ou umedecer a boca da vítima com gaze embebida em água. FRATURA DO CRÂNIO Uma vítima de fratura do crânio requer cuidadosa observação, visto tratar- se sempre de uma lesão grave; e dependendo da intensidade do traumatismo, poderá apresentar. SINTOMAS • Perda da consciência que poderá ser imediata ou tardia; • Cefalgia (dor de cabeça intensa); 38 • Vômitos com frequência em jato; • Confusão mental; • Hemorragia pelos ouvidos e boca; • Convulsão. • TRATAMENTO • Estímulo para manter o acidentado acordado; • Verificar: estado geral, choque, respiração, hemorragias e extensão das lesões; • Escolher o decúbito, ou seja, a posição para colocar o acidentado (decúbito dorsal com cabeça lateralizada); • Curativo sobre os ferimentos: capacete com faixa e crepe se for o caso; • Não administrar líquido ou medicamentos. FRATURA DA COLUNA VERTEBRAL Várias são as causas que poderão provocar uma fratura da coluna vertebral. Entre elas podemos citar: as quedas de costas, de pé bruscas, movimentos com a cabeça (muito comum em acidentes automobilísticos lesão em chicote), bem como um movimento excessivo de flexão ou extensão da coluna. Ao se encontrar um passageiro caído, e deitado de costas, não se deve levantá-lo, a menos que o mesmo consiga mover os membros, incluindo mãos e pés. 39 Se houver impossibilidade para realizar esses movimentos, a coluna vertebral poderá estar fraturada e, muito provavelmente com lesão neurológica. SINTOMA • Dor na região cervical, dorsal ou lombar, com irradiação para os membros. • Sensação parestesica (formigamentos) nos membros superiores ou inferiores; • Hipoestesia ou anestesia, diminuição ou ausência de dor no tronco, a partir do ponto onde ocorre a fratura da vértebra; • Impossibilidade de fazer movimentos voluntários com os membros superiores e inferiores. TRATAMENTO • Transportar cuidadosamente o acidentado imobilizado; • Colocá-lo sobre uma maca dura em decúbito dorsal; • Não fletir a cabeça e mantê-la imobilizada; • Deslocá-lo somente após haver colocado apoio (coxins) sob as curvaturas das regiões cervical, lombar e sob os joelhos, para evitar retificação da coluna; • Não administrar medicamentos ou alimentos. TRAUMATISMOS PARTICULARES DA FACE A simples inspeção da face do acidentado pode nos mostrar a maioria das lesões aí localizadas. Podemos visualizar a existência de hematomas, edemas, deslocamento, afundamentos ou saliências ósseas. Devemos apalpar delicadamente as regiões suspeitas e fazer cuidadosa limpeza da cavidade oral, evitando-se asfixia. Devemos ainda verificar: • A simetria das estruturas da face; • A boa oclusão dos dentes; • A movimentação das pálpebras, bochechas, mandíbulas e da língua; • A drenagem de sangue pelos orifícios naturais: nariz, ouvido e boca. 40 LESÕES OCULARES Um traumatismo ocular, dependendo da sua intensidade, pode resultar em grave prejuízo à visão, chegando às vezes à cegueira total. Essas lesões classificam-se em: EXTERNAS: Afetando os órgãos anexos do globo ocular: pálpebras, supercílios e conjuntivas bulbares. INTERNAS: As que atingem as camadas do globo, tais como a córnea, esclera, íris coroide e retina. MISTAS: São as que afetam as estruturas internas e externas. Ex: Pálpebras e córnea. TRATAMENTO • Nunca utilizar os antissépticos convencionais no olho afetado (iodo, mertiolate e mercúrio cromo); • Lavar o olho abundantemente com água limpa; • Nunca tentar remover corpos estranhos; • Não permitir que a vítima esfregue o olho afetado; • Fazer curativo oclusivo. LESÕES NASAIS Nas lesões não sangrantes pode- se aplicar gelo sobre o nariz, para reduzir o edema e diminuir a dor. Nas lesões sangrantes, hiperestender a cabeça do acidentado, e fazer compressão digital na asa do nariz lesado contra o septo nasal por 2 a 3 minutos. Se essa manobra não surtir efeito, fazer tamponamento com gaze embebida em água oxigenada a 10%. 41 LESÕESBUCAIS Deve-se, antes de tudo, proceder a limpeza da cavidade oral. Nas lesões de menor gravidade, o sangramento tende a estancar espontaneamente. Não administrar alimentos. LESÕES MANDIBULARES FRATURAS MANDIBULARES Deve ser feita a imobilização através de atadura de crepe, passando sob a mandíbula e elevando-a contra o maxilar superior, mantendo os dentes cerrados. LUXAÇÃO DA ARTICULAÇÃO TÊMPORO–MANDIBULAR (ATM) É a queda do queixo. É o único tipo de luxação que o comissário poderá tentar reduzir (colocar no lugar) e o que deve ser feito prontamente. TÉCNICA: • Colocar o passageiro sentado, com a cabeça estendida; • Proteger os polegares com gaze e colocá-lo sobre os dentes molares inferiores; • Apoiar os outros dedos no ângulo da mandíbula; • Fazer pressão para baixo e para trás; • Repetir essa manobra três a quatro vezes, até conseguir a redução; • Imobilizar a mandíbula contra o maxilar superior, como no caso anterior. TRAUMATISMO DO PESCOÇO As causas mais frequentes de lesões nesta região são as quedas de cabeça para baixo, acidentes automobilísticos, de motocicleta, podendo ocorrer: 42 LESÕES DE VASOS SANGUÍNEOS Percebe-se esta ocorrência pela formação de um volumoso hematoma na região, e pelo estado de choque que poderá se estabelecer precocemente. Pode ocorrer dificuldade respiratória por compressão da traqueia. Para amenizar o quadro, fazer compressão digital sobre o vaso lesado. CORPOS ESTRANHOS NOS OLHOS MANIFESTAÇÕES • Lacrimejamento; • Ardência; • Dor local; • Irritação ocular (vermelhidão); e • Inflamação. 43 • CONDUTA • Lave imediatamente o olho afetado com bastante água fria, de modo contínuo lento por 2 a 3 minutos; • Solicite que a vítima pestaneje, ou mantenha o olho fechado para que a própria lágrima locomova o corpo estranho para o canto do olho, e tente retirá-lo com um cotonete ou gaze; • No caso de corpo perfurante ou encravado no globo ocular, pedir à vítima para não esfregar o olho. Não tente retirá-lo. Faça um curativo oclusivo e encaminhe ao médico. NO NARIZ • Encha os pulmões de ar, pela boca; • Comprima com o dedo a narina não obstruída; • Expulse o ar dos pulmões através da narina obstruída, mantendo a boca fechada algumas gotas de óleo vegetal para aliviar a irritação; • Para aliviar a irritação; • Não tente retirá-lo e encaminhe ao médico. OUVIDOS • Deite a vítima com o ouvido afetado para cima; • Pingue algumas gotas de óleo vegetal ou azeite morno; • Em caso de ser vivo (inseto), tente atraí-lo incidindo um facho de luz. • Não conseguindo, pingue algumas gotas de óleo ou azeite vegetal. Não conseguindo mesmo assim, pingue algumas gotas de álcool; e não tente retirá-lo procure um médico. 44 NA GARGANTA • Acalmar a vítima; • Solicite que a vítima tussa; • Tente remover o corpo estranho introduzindo o indicador junto às paredes da boca para conseguir abordar o objeto por trás, e assim trazê-lo para fora; • Quando se trata de criança, coloque-a de cabeça para baixo e bata entre as omoplatas (escapula). • Tente a manobra de heimlich, posicionando-se por trás da vítima, contornando sua cintura com os braços. Fechar uma das mãos superpondo à outra no punho na altura do epigástrio da vitima, e aplica forte e rápida compressão. • Repetir várias vezes se necessário; • Caso não seja possível removê-lo, faça uma traqueotomia. TRAUMATISMO TORÁXICO Conforme sabemos, o ar é inspirado para dentro dos pulmões graças à pressão negativa criada pelo diafragma e pela caixa torácica. Se um ferimento coloca em comunicação permanente a parte interna (cavidade pleural) com a parte externa (atmosfera), este mecanismo de inspiração é seriamente comprometido passando o ar também a penetrar pelo orifício causado pelo ferimento, determinando o colabamento do pulmão do lado afetado. 45 PNEUMOTÓRAX TIPOS DE LESÕES EXTERNA São ferimentos que atingem a pele e o tecido subcutâneo do tórax. Nas lesões das costelas, o principal sintoma é a dor que piora com os movimentos respiratórios. Algumas vezes, há formação de edema ou hematoma local. O tratamento consiste no enfaixamento do tórax, visando diminuir os movimentos respiratórios e a tosse. Quando se apalpa a região afetada há exacerbação da dor. Podem ocorrer as seguintes complicações: Pneumotórax: Ar na cavidade pleural; Hemotórax: Sangue na cavidade pleural; Insuficiência respiratória; e Choque. O acidentado poderá apresentar um quadro de hemoptise. Em alguns casos podemos observar através de ferida. Neste caso, deve ser feito o curativo com o PAX em apneia e expiratória. O tratamento depende também das condições respiratórias do PAX. Se ele estiver respirando normalmente, mas queixando-se de dor intensa, deve- se fazer o enfaixamento do tórax semelhante ao da fratura de costelas. Porém, se houver dispneia intensa, onde o enfaixamento do tórax é contra indicado. 46 TRAUMATISMO ABDOMINAL O abdome, sítio de várias lesões traumáticas em um acidente, não apresenta arcabouço ósseo, o que o toma mais vulnerável a esses traumatismos. Os principais são: CONTUSÃO ABDOMINAL Quando não ocorre solução de continuidade (ferimento) da parede abdominal. Geralmente são produzidos por pancadas. Em muitos casos, embora não haja aparentemente lesão externa grave, poderão ocorrer lesões internas como a ruptura de uma víscera. FERIMENTOS ABDOMINAIS SUPERFICIAIS: Quando atingem somente a pele, o tecido celular subcutâneo ou a musculatura, não penetrando na cavidade abdominal. PROFUNDOS: Devemos considerar como ferimento profundo, aqueles que atingem o peritônio ou alguma víscera. Devido ao grande número de órgãos existentes na cavidade abdominal, o quadro é extremamente variável, dependendo da víscera que for atingida. SINTOMAS E SINAIS Dor abdominal intensa, a princípio localizada, mas que precocemente se torna difusa; Vômitos: podem ser precoces ou tardios, de constituição alimentar, mucosa, biliar, cefaloide ou mesmo fecal. Estes dois últimos indicam maior gravidade e duração do caso; Distensão abdominal: acentuado aumento do volume do abdome, como ocorre nos casos em que houve lesão de uma víscera oca como o estômago ou intestino; Choque: que pode se estabelecer por dois mecanismos, neurogênico e hemorrágico; 47 Víscera abdominal: pode ocorrer a exposição de uma víscera abdominal através do ferimento; Febre: onde deve ser feito o controle da temperatura axilar ou retal. TRATAMENTO • Em lesões superficiais; • Tratar os ferimentos com os cuidados de uma boa assepsia; • Nas lesões profundas; • Manter o passageiro em jejum, sem ingerir qualquer tipo de alimento, nem mesmo líquidos; • Se houver exteriorização de alguma víscera, não tente recolocá-las na cavidade abdominal. Fazer cuidadosamente limpeza local com soro fisiológico ou água limpa, evitando manipular as vísceras; • Recobrir a lesão com gaze esterilizada umedecida em soro fisiológico ou em água limpa, e, se possível, aquecida à temperatura corporal. NÃO TENTAR RETIRAR CORPOS ESTRANHOS ENCRAVADOS NO ABDÔMEN. POLITRAUMATIZADO É o indivíduo que sofreu várias lesões traumáticas em vários segmentos do corpo. São quadros clínicos graves em que o risco de vida está sempre presente. Ante a um quadro dessa natureza um exame cuidadoso e orientado da vítima nos dará importantes dados sobre o seu estado, a saber: 48 ESTADO DE CONSCIÊNCIA: É verificado através da resposta a estímulo térmico, tátil, doloroso, ou viva voz; CONDIÇÕES RESPIRATÓRIAS: Pode-se mostrar lenta, dificultosa ou ausente. PULSO: Pode-se apresentar cheio, fino, célere ou mesmo ausente. CONDIÇÃO DA PELE MUCOSA: Onde a palidez indica má condição circulatória e, a cianose má oxigenação do sangue, devido à alteração pulmonar oucirculatória; CONDIÇÕES DOS OLHOS E PUPILAS: Pode haver desvio conjugado dos olhos e pupilas, ou desigualdade das pupilas; REALIZAÇÃO DE MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS: Em que o acidentado poderá realizá-los ou não movimentos voluntários; VÔMITOS: Presentes ou não, e com as mais diversas características; OUTROS SINTOMAS: Convulsão, anuíra, febre, evacuação e sudorese intensa. TRATAMENTO Manter a permeabilidade das vias aéreas; Promover o estancamento das hemorragias (hemostasia); Imobilização provisória das fraturas; Tratamento das feridas através de curativos; Transporte do politraumatizado que deve obedecer aos seguintes critérios: nos casos de traumatismo cranioencefálico, se o passageiro estiver consciente, deverá ser mantido em posição sentado ou semissentado. Se estiver inconsciente, deverá ser mantido em decúbito ventral, com a cabeça lateralizada. Nos casos de traumatismo torácico, se o paciente estiver consciente, deverá ser mantido sentado ou semissentado. Se estiver inconsciente, deverá ser mantido em decúbito dorsal, com a cabeça em hiperextensão e lateralizada. Quando se tratar de traumatismo da coluna vertebral, o paciente deverá ser mantido, rigorosamente, em decúbito dorsal com o apoio de todas as curvaturas naturais da coluna com coxins, e dois suportes laterais para a cabeça. 49 ENVENENAMENTO Veneno é qualquer substância que, quando ingerida, absorvida, aplicada à pele ou desenvolvida no próprio organismo, produz lesão. OBJETIVO DO TRATAMENTO • Remover ou inativa o veneno antes de ser absorvido; • Prestar cuidados de manutenção; • Empregar o antídoto específico; • Providenciar a aceleração da eliminação de veneno absorvido. VENENOS INGERIDOS • Mantenha a vítima em repouso e agasalhada; • Manter as vias aéreas permeáveis e observar o aparelho cardiorrespiratório; • Fornecer oxigênio, se necessário; • Em caso de parada cardiorrespiratória realizar massagem cardiorrespiratória; • Observar o aspecto físico da urina (cor e odor); • Em caso de choque administrar soro e o antídoto específico • Administrar analgésico ou antitérmico em caso de dor intensa ou febre alta; • Antídoto universal: duas partes de torradas queimadas, uma parte de leite de magnésia e uma parte de chá forte; • Transportar urgentemente para o hospital. 50 VENENOS CORROSIVOS PARA OS ÁCIDOS Dar leite de magnésia ou claras de ovo batidas (quatro claras para 1 litro de água); PARA AS BASES: Dar leite, suco de frutas ou vinagre diluído em água; • não faça lavagem gástrica; • não provoque vômitos; e encaminhar para um socorro hospitalar. VENENOS NÃO CORROSIVOS Dar leite ou água morna em grande quantidade; Provocar vômitos (ministrar três a quatro copos de água morna com sal ou sabão); Fazer lavagem estomacal com água morna ou soro fisiológico em abundância. VENENOS INALADOS • Remover a vítima para o local livre e arejado; • Administrar oxigênio; • Não dar bebidas alcoólicas; • Manter a vítima aquecida; • Se for intoxicação por monóxido de carbono (CO), administrar oxigênio a 100%, com máscara, sob pressão. VENENOS DE CONTAMINAÇÃO CUTÂNEA • Aplicar jato d’água enquanto retira as vestes da vítima; • Lavar a pele com água abundante e corrente; • Evitar o estado de choque; • Manter a vítima agasalhada; • Procurar socorro médico urgentemente. PARTO SÚBITO Denomina-se parto súbito, aquele que ocorre fora do ambiente médico – hospitalar. A gestação normal, com duração de 9 meses (36 semanas), culmina com o parto. A interrupção da gestação com menos de 28 semanas, ou 7 meses, é considerada abortamento. 51 O parto prematuro ocorre entre o 7º e 8º mês. Completado os 9 meses, o parto é denominado a termo. O trabalho de parto pode subdividir-se nas seguintes etapas: • Dilatação do colo uterino como eliminação do tampão mucoso e líquido amniótico; • Expulsão do feto; • Eliminação da placenta ou dequitação. Etapa 1: Dilatação do colo uterino com a eliminação do tampão mucoso e líquido amniótico: Ocorre para possibilitar o acesso do feto ao canal do parto (vagina), sendo determinada pelas contrações uterinas. Este período caracteriza-se por cólicas no baixo ventre provocados por essas contrações. A princípio espaçadas, as dores intensificam- se com o trabalho de parto, até atingir uma média de três a quatro, a cada dez minutos. O tempo de duração desta primeira etapa varia muito entre as mulheres. Para a primeira gravidez (primigesta), a média está entre quatro a dez horas; e nas demais gestações (multíparas) varia entre três a seis horas. Etapa 2: Expulsão do Feto: Período expulsivo caracterizado pela saída do feto do interior do organismo materno. Normalmente é breve, ocorrendo em cerca de três a dez minutos. Esta etapa pode ocasionar lacerações maternas, ou mesmo traumatismos fetais. Etapa 3: Eliminação da Placenta: Na maioria das vezes ocorre cerca de dez a vinte minutos após a expulsão do feto. Este fenômeno verifica-se espontaneamente. ATENDIMENTO AO PARTO Sendo inevitável o parto, o socorrista rapidamente deve orientar-se quanto à idade da gestação, a multiparidade ou não, e à duração do trabalho de parto da gestante. Em seguida: 52 • Comunicar ao Comandante e procurar um médico a bordo (anotar o nome e o CRM do mesmo); • Preparar todo o material a ser utilizado, tais como: tesoura, fios, mantas etc. • Manter a gestante depois parturiente, deitada antes e depois do parto; Urgência: As urgências podem ser divididas em quatro categorias, a saber: EXTREMA URGÊNCIA (Remoção imediata), nos casos de: Hemorragias internas, hemorragias externas que não se detém com garroteamento; Hemorragias Arteriais • No momento do parto, proteger o períneo da parturiente e desfazer alguma circular do cordão umbilical, porventura existente; • Após a saída do feto, mantê-lo com a cabeça para baixo, limpando as vias aéreas, evitando aspiração; • Proceder a ligadura do cordão umbilical e a posterior secção do mesmo, sem tracioná- lo, a uma distância média de 7 cm (4 dedos transversos) do abdome do bebê; Providenciar dois cordões limpos e proceder a ligadura do cordão umbilical do feto como segue: Medir 4 ou 5 dedos transversos ao abdômen do feto e dar um forte nó com um dos cordões. A uma distância aproximada de 3 dedos dar outro nó e cortar entre eles. Após o corte do cordão, promover a limpeza da criança, começando pelos olhos, mantendo-a sempre aquecida; Aguardar a eliminação da placenta, massageando o baixo ventre da parturiente; Uma vez eliminada a placenta, a mesma deve ser guardada em um saco plástico, para ser entregue à equipe médica que for receber a parturiente no aeroporto. OS GRANDES CHOQUES (GRANDES QUEIMADOS); • Ferimento no tórax; • Asfixiados. PRIMEIRA URGÊNCIA (Remoção antes de uma hora) • Situação de garroteamento; • Membros esmagados; • Ferimentos abdominais. 53 SEGUNDA URGÊNCIA (Remoção antes de três horas) • Fraturas do crânio; • Fraturas da coluna vertebral; • Fraturas da pelve; • Fraturas expostas e ferimentos profundos. SEM URGÊNCIA OU PEQUENA URGÊNCIA (REMOÇÃO POSTERIOR) Fraturas fechadas dos membros e ferimentos com pouca gravidade. Com base nestas categorias, o socorrista poderá priorizar o atendimento, tendo sempre em mente as três situações mais críticas que exigem um pronto atendimento, e que são: 1 – Parada cardíaca; 2 – Parada respiratória; 3 – Hemorragias. 54