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UNILASALLE PSICOLOGIA Ana Carolina Costa, Andressa Melo, Isabelle Luz, Isabella Ramos, Maria Clara Alves, Vitória Martins, Ygor Freitas. Behaviorismo Niterói 2022 INTRODUÇÃO O presente trabalho é sobre a teoria do Behaviorismo, mais concretamente, tendo como foco principal o psicólogo americano Burrhus Frederic Skinner e seus principais conceitos, será abordado também autores como John B. Watson e Ivan Pavlov. O objetivo desta pesquisa é expressar a teoria Behaviorista, visando a relevância deste para a formação enquanto psicólogos. Está organizado em 3 partes, na parte 1 será abordado os conceitos de Behaviorismo Radical e Metodológico, na parte 2 optámos por abordar sobre os principais conceitos de Skinner, tais como, reforço, punição, extinção, entre outros, concluindo, na parte 3, abordamos a diferença do Behaviorismo Radical e Metodológico. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica. BEHAVIORISMO Behaviorismo é uma teoria psicológica que o objetivo é estudar a psicologia através da observação do comportamento, com embasamento em metodologia objetiva e científica fundamentada na comprovação experimental, e não através de conceitos subjetivos e teóricos da mente como sensação, percepção, emoção e sentimentos. O nome Behaviorismo tem origem no termo em inglês Behavior, que significa comportamento. O Behaviorismo, também chamado de Comportamentismo ou Comportamentalismo, tem como objeto de estudo o comportamento. Essa teoria psicológica defende que a psicologia humana ou animal pode ser objetivamente estudada por meio de observação de suas ações Os estudos do Behaviorismo iniciaram-se no século 19, a partir de um trabalho do psicólogo John B. Watson, intitulado de “Psicologia como um comportamentista a vê”. Esse estudo teve como referências as teorias dos filósofos russos Vladimir Mikhailovich Bechterev e Ivan Petrovich Pavlov. BEHAVIORISMO RADICAL Em 1945, Burrhus Skinner publicou o livro “The Operational Analysis of Psychological Terms”, como uma tentativa de responder às correntes internalistas do comportamentalismo e também influenciado pelo behaviorismo filosófico. Com a publicação desse livro foi marcada a origem da corrente comportamentalista denominada de behaviorismo radical, que foi desenvolvido não como uma área de pesquisa experimental, mas como uma proposta de reflexão sobre o comportamento humano. A realização de pesquisas empíricas constitui o campo da análise experimental do comportamento, enquanto a implementação prática faz parte da análise aplicada do comportamento. Nesse sentido, o behaviorismo radical é uma filosofia da ciência do comportamento. Skinner era radicalmente anti-mentalista, uma vez que considerava não pragmáticas as noções internalistas (elementos mentais como origem do comportamento) que compõem as variadas teorias psicológicas existentes. Apesar disso, Skinner nunca negou em sua teoria a existência dos processos mentais, apenas defendeu que é improdutivo procurar nessas variáveis a motivação das atitudes humanas. Segundo o pensamento de Skinner ao se analisar um comportamento (cognitivo, emocional ou motor) é preciso considerar o contexto em que ele ocorre e os acontecimentos envolvidos nessa conduta. O behaviorismo skinneriano nega a importância científica de indicadores mediacionais, uma vez que para Skinner o ser humano é uma entidade única e uniforme, opondo-se à ideia de homem como ser composto de corpo e mente, pois para ele não é possível dissociar ou distinguir elementos humanos. Os princípios do condicionamento operante foram elaborados por Skinner, além de ter sistematizado o modelo de seleção por consequências a fim de se explicar um comportamento. A teoria do condicionamento operante segue o princípio de que a ocorrência de um estímulo chamado de estímulo discriminativo aumenta a probabilidade de ocorrência de uma resposta, e após a resposta segue-se um estímulo reforçador, podendo ser um reforço (positivo ou negativo) que estimule o comportamento (aumentando sua probabilidade de ocorrência), ou uma punição que iniba a ocorrência do comportamento posteriormente em situações semelhantes. Além do exposto sobre o comportamento humano, o behaviorismo radical propõe-se a explicar o comportamento animal por meio do paradigma de seleção por consequências. O behaviorismo radical propõe, dessa forma, um paradigma de condicionamento não-linear e estatístico, em oposição ao paradigma linear e reflexo das linhas teóricas precedentes do comportamentalismo. Em suma, Skinner defende que a maioria dos comportamentos humanos são condicionados de modo operante. BEHAVIORISMO METODOLÓGICO Behaviorismo - derivado do termo inglês comportamento - é um conceito amplo que engloba as teorias mais autocontraditórias sobre o comportamento na psicologia. Em 1913, surge o Behaviorismo em contraposição às psicologias mentalista então dominantes. Antes de seu advento, os psicólogos da época estavam voltados para o estudo da mente ou da consciência humana, através do método da introspecção. O Behaviorismo é considerado um verdadeiro marco na história da psicologia, a partir do momento que determinou o comportamento como objeto de estudo. O comportamento, na concepção de Watson, exemplificou-se de acordo com as mudanças observadas no organismo, enfaticamente os sistemas motores e glandulares movido por algum estímulo externo antecedente. Para Watson, comportamentos são reflexos, pela razão que consistem em “respostas eliciadas por estímulos”, dessa forma utilizou o paradigma pavloviano para elucidar o comportamento. Em decorrência disso, o Behaviorismo Watsoniano também é conhecido como Behaviorismo Clássico, “Psicologia S-R” ou Behaviorismo Metodológico. Tal denominação está diretamente atrelada com a opção metodológica de Watson, quando ele abandonou o estudo da mente, o fez por uma limitação de método e não por considerar que os processos mentais inexistissem. Substanciando, o Behaviorismo de Watson, foi fundado baseado nas teorias de condicionamento do russo Ivan Pavlov, além de se opor completamente ao introspeccionismo e mentalismo, descarta também os estudos relacionados à mente e às emoções do sujeito. Sendo assim, o respaldo era constituído através das análises de experimentação e observação. Este tipo de abordagem defende que o comportamento pode ser controlado e previsível por estímulos. O experimento mais famoso para explicar o condicionamento clássico é o chamado "cachorro de Pavlov", realizado com um cachorro que baba ao ver a comida e baba a qualquer sinal ou postura que o lembre de comer. Cão de Pavlov Neste experimento, Pavlov treinou cães para babar mesmo quando não havia comida por perto. Pavlov tocava a campainha toda vez que alimentava o cachorro. Com o tempo, os cães começaram a associar sinos com comida e, mesmo quando seus potes de comida estavam vazios, ficavam com fome e babando toda vez que o sino tocava. Segue-se que os organismos nascem com uma certa resposta, isto é, uma certa resposta a um comportamento específico. Pequeno Albert Outro experimento clássico de condicionamento foi guiado por John B. Watson juntamente com a estudante de pós-graduação Rosalie Rayner. Um bebê de nove meses, chamado Albert, vivia em um orfanato com um comportamento sereno e tranquilo, ele foi exposto a um rato branco e outros animais peludos, como coelhos, cachorros, algodão, lã, jornais em chamas e outros irritantes que não assustavam Albert. O teste continuou e os bebês foram colocados próximo aos ratos de laboratório para brincar, o que não assustou as crianças a princípio. Mas neste experimento, Watson e Rayner fizeram um barulho muito alto com o martelo, assustando Albert e fazendo-o chorar. Depois que esse processo foi repetido algumas vezes,o bebê ficou com medo de ratos antes mesmo De fazerem um barulho alto. Albert passou cerca de um ano passando por vários testes ligando outros elementos que antes não tinha medo aos sons estrondosos que Watson e seus assistentes faziam. Ao fim desse experimento, o pequeno Albert deixou de ser um bebê tranquilo e passou a ser ansioso e angustiado. Isso demonstrou que o bebê aprendeu a associar suas respostas, o medo que sentiu e os choros, com outro estímulo que antes não lhe causava medo. Após essa revolução behaviorista, houve muitas críticas a esta nova proposta da psicologia, alegando que esta era desumanizadora, mecanicista e rasa. No entanto, a crítica mais reverberada foi que as explicações behavioristas não eram satisfatórias, pois possuíam um caráter limitante e inadequado, já que nem todo comportamento pode ser explicado por conexões. PRINCIPAIS CONCEITOS DO BEHAVIORISMO Reforço Reforço é quando algumas das consequências aumentam a probabilidade de um comportamento acontecer novamente, gerando condições benéficas ou amenizando condições prejudiciais. Havendo assim, duas formas de reforço: REFORÇO POSITIVO - Adiciona estímulo de interesse (Adicionar algo que gere consequências positivas) Por exemplo: Estudar para a prova com um amigo e receber bons resultados, assim a tendência da pessoa de estudar com esse mesmo amigo, aumenta. Comportamento: Estudar com um amigo. Consequência: receber bons resultados na prova. REFORÇO NEGATIVO - Remove o estímulo aversivo (Remover algo que gere consequências negativas) Por exemplo: tomar aspirina para a dor de cabeça e a dor ser aliviada, aumentando as chances de voltar a tomar aspirina assim que a dor retornar. Comportamento: Tomar aspirina para remover a dor de cabeça. Consequência: Aliviar a dor Independentemente dos casos, os dois reforçam o comportamento precedente, ou seja, aumentam a frequência do comportamento. Punição A punição pode ser positiva ou negativa, uma ideia que ás vezes causa confusão. Punição positiva envolve a adição de uma consequência, enquanto punição negativa remove um estímulo. Punição positiva pode ser um conceito confuso. Isto ocorre quando algo indesejável acontece como resultado de um comportamento. Um exemplo clássico é uma criança que está recebendo tarefas extras. Punição negativa ocorre quando algo desejável é retirado devido ao comportamento. Isso ocorre, por exemplo, quando um adolescente tem sua carteira de motorista retirada. Extinção Conceito Extinção, na Psicologia, refere-se ao enfraquecimento gradual de uma resposta condicionada que resulta no decréscimo ou desaparecimento do comportamento. Em outras palavras, o comportamento condicionado eventualmente para. No paradigma respondente, a extinção ocorre quando um estímulo condicionado (CS) para de eliciar uma determinada resposta (CR). Assim, segundo Moreira e Medeiros (2007, p. 38) a “resposta reflexa condicionada pode desaparecer se o estímulo condicionado for apresentado repetidas vezes sem a presença do estímulo incondicionado”, fazendo com que o efeito eliciador do CS deixe de existir. O que causa a extinção e quando ocorre? No condicionamento clássico, a extinção acontece quando um estímulo condicionado não é mais emparelhado com um estímulo incondicionado. No condicionamento operante, a extinção pode ocorrer se o comportamento não for reforçado, ou se o tipo de reforço usado não é mais gratificante. No condicionamento clássico, quando um estímulo condicionado é apresentado sozinho, sem um estímulo incondicionado, a resposta condicionada acabará por cessar. Por exemplo, na experiência clássica de Pavlov, um cão foi condicionado a salivar ao som de um sino. Quando o sino foi repetidamente apresentado sem a apresentação dos alimentos, a resposta de salivação, eventualmente, tornou-se extinta. No condicionamento operante, a extinção ocorre quando uma resposta não é mais reforçada na sequência de um estímulo discriminativo. Fatores que podem influenciar a Extinção Uma série de fatores pode influenciar a forma como um comportamento é resistente à extinção. A força do condicionamento original pode desempenhar um papel importante. Quanto mais tempo o condicionamento ocorreu e a magnitude da resposta condicionada pode tornar a resposta mais resistente à extinção. Alguns estudos têm sugerido que a habituação também pode desempenhar um papel na extinção. Por exemplo, a exposição repetida a um estímulo condicionado pode eventualmente levá-lo a tornar-se habituado. Fatores de personalidade também podem desempenhar um papel na extinção. Estudos descobriram que as crianças que estavam mais ansiosos eram mais lentas para se habituar a um som. Como resultado, a extinção de sua resposta de medo ao som foi mais lenta do que a das crianças não-ansiosas. Resistência A resistência à extinção gerada por reforçamento intermitente -isto é, quando nem todas as respostas de uma determinada classe de respostas são seguidas de reforço- pode ser muito maior do que se o mesmo número de reforços for dado para respostas consecutivas. Os estudos da Análise do Comportamento mostram que três fatores relevantes influenciam a resistência à extinção: (1) Número de reforços anteriores, ou seja, quanto mais o comportamento foi reforçado no passado, mais resistente ele será à extinção; (2) Custo da resposta, isto é, quanto mais difícil e cansativo é se comportar de determinada forma, mais rápido a pessoa é capaz de desistir e (3) Esquemas de reforçamento. Os esquemas de reforçamento intermitentes controlam o comportamento dos indivíduos de forma a desenvolver maior resistência à extinção quando comparados com o esquema de reforçamento contínuo, CRF (Moreira e Medeiros, 2007). O valor do reforço para pessoas que se comportam de forma perseverante pode ser avaliado diante de tamanha resistência a extinção, ou seja, quanto mais resistentes, maior o valor do reforço final. Estímulo discriminativo Os estímulos antecedentes que são correlacionados com a apresentação de estímulos reforçadores. Após a emissão de um determinado comportamento são denominados estímulos discriminativos, cuja sigla é SD. Outra forma de defini-los, ainda que menos precisa, é dizer que os estímulos discriminativos são aqueles que sinalizam que uma dada resposta provavelmente será reforçada. Estímulo aversivo O estímulo aversivo é algo que produza um efeito de aversão no indivíduo, isto é, esse estímulo causa incômodo, desprazer, o que resulta na diminuição das chances de resposta. O mesmo se encontra na teoria do Reforço, que pode ser tanto positivo quanto negativo. Um reforço positivo cria prazer no indivíduo, enquanto que no reforço negativo retira um estímulo aversivo do ambiente. Contingência Contingência é uma formulação das interações entre um organismo e o seu meio ambiente, para ser adequada, deve sempre especificar três coisas: 1) a ocasião na qual ocorreu a resposta; 2) a própria resposta; 3) as consequências reforçadoras As relações entre elas constituem as contingências. Exemplo: uma criança está brincando (contexto), porém ele quer o brinquedo no alto de uma estante e começa a chorar (comportamento), em seguida não obtém o brinquedo desejado (consequência). Pode-se perceber no exemplo acima que todo comportamento é influenciado pelos seus antecedentes e, principalmente, pelas suas consequências. Dessa forma, a consequência de um comportamento pode fazer que a frequência da sua ocorrência aumente ou diminua. Ambiente Para o behaviorista radical, “ambiente” é o conjunto de condições ou circunstâncias que afetam o comportar-se, não importando se estas condições estão dentro ou fora da pele (Smith, 1983). É importante entender que, para Skinner, o ambiente é externo à ação, não ao organismo. Condicionamento clássico O condicionamento clássico, também chamado de condicionamento de Pavlov, diz respeito às relações entre estímulos e resposta. Ele serve para explicar o comportamento involuntário e as reações emocionais condicionadas. No condicionamento clássico, um estímulo neurológicose converte em um reflexo associado, como por exemplo, o som de uma campainha, como estímulo neurológico, se associa ao reflexo de salivação. Pavlov mostrou que um estímulo incondicionado provoca uma resposta incondicionada; um estímulo condicionado, uma resposta condicionada; e um estímulo incondicionado associado a um estímulo neutro passa a ser condicionado. Este tipo de condicionamento está muitas vezes relacionado com o comportamento involuntário. Condicionamento Operante O conceito de “Condicionamento Operante” foi criado pelo escritor e psicólogo Burrhus Frederic Skinner. No condicionamento operante o aprendiz “opera” a sua volta e recebe uma recompensa por determinada conduta, a ação está associada a consequências pelo organismo. Ações que são reforçadas tornam-se fortalecidas enquanto as ações que são punidas estão sendo enfraquecidas. Por exemplo, quando um rato de laboratório pressiona um botão azul, ele recebe uma bolinha de comida como recompensa, mas quando ele aperta o botão vermelho ele recebe um leve choque elétrico. Como resultado, ele aprende a pressionar o botão azul, mas evitar o botão vermelho. Modelagem A modelagem consiste em reforçar as aproximações sucessivas tendo por fim um comportamento desejado, sendo por isso a modelagem também chamada “método das aproximações sucessivas” é o método pelo qual através do reforçamento positivo instalam-se novas respostas por meio de um processo gradativo de aprendizagem tendo como objetivo um comportamento ter O termo “modelagem” tem um significado semelhante ao de “imitação”, “aprendizado social”, “aprendizado observacional” e ” aprendizado vicário “. Cada um desses conceitos enfatiza uma característica distinta desse tipo de aprendizado. A modelagem tem funções diferentes. Serve principalmente para adquirir novos comportamentos, por exemplo, habilidades manuais, mas também pode inibir ou desinibir comportamentos; isso depende das expectativas da pessoa em relação às consequências. Albert Bandura é considerado o autor mais proeminente no campo da modelagem e aprendizagem social. É bem conhecido o experimento que ele conduziu em 1963 com Richard Walters, que mostrou que as crianças imitavam ou não comportamentos de adultos, dependendo de terem observado que eram recompensadas ou punidas. De acordo com SKINNER (2003, p.103) “assim, o comportamento é fracionado para facilitar a análise. Estas partes são as unidades que consideramos e cujas frequências desempenham um importante papel na busca das leis do comportamento”. Segundo WHALEY e MALOTT (1980, p.96) “através de um processo gradual, as respostas que se assemelham cada vez mais ao comportamento terminal são, sucessivamente, condicionadas até que o próprio comportamento terminal seja condicionado”. Assim na modelagem há o comportamento inicial, há o (s) comportamento (s) intermediário (s) que são modelados pelo reforçamento positivo e há o comportamento terminal que é o estabelecido pelo experimentador e, segundo WHALEY e MALOTT (1980, p.97) “estes comportamentos pertencem a uma mesma classe de respostas”. A continuidade do comportamento é feita na fase da modelagem, onde o pesquisador modela o sujeito, de acordo com as respostas que deseja obter do sujeito e durante a modelagem, o reforço além de fortalecer uma resposta particular, também aumenta a probabilidade de ocorrência de resposta em situações aproximadas. Citando SKINNER (2003, p.101) “o condicionamento operante modela o comportamento como o escultor modela a argila. [...]. No mesmo sentido, um operante não é algo que surja totalmente desenvolvido no comportamento do organismo. É o resultado de um contínuo processo de modelagens” Toda vez que falamos em controle aversivo do comportamento, estamos falando de fenômenos comportamentais básicos como o reforçamento negativo, a punição (positiva e negativa) e também da extinção operante. Ao falar em reforçamento negativo estamos nos referindo à função de ao menos dois comportamentos, que seriam aqueles denominados fuga e esquiva. A nível didático poderíamos apontar que esses comportamentos são autoexplicativos, uma vez que, pela esquiva, você evita a ocorrência de um evento aversivo e, fugindo, o evento aversivo em ocorrência é interrompido. Fuga x esquiva FUGA Comportamento de Fuga: é uma fuga quando um estímulo aversivo está no ambiente e esse comportamento retira o estímulo aversivo do ambiente. São comportamentos de fuga aqueles em que um estímulo aversivo está presente no ambiente no momento em que o comportamento é emitido e em que a consequência produzida por ele é a retirada do estímulo aversivo do ambiente. Ex: A mãe reclama com o filho que ele não está levando os estudos a sério, e o filho começa a passar mais tempo no quarto dizendo estar estudando (ESTÍMULO REFORÇADOR NEGATIVO) para que a mãe pare de reclamar. ESQUIVA Comportamento de Esquiva: é uma forma de evitar ou adiar o contato com um estímulo aversivo. O estímulo aversivo não está no ambiente e o comportamento de esquiva faz com que esse estímulo não apareça ou demore a aparecer. São comportamentos de esquiva, aqueles em que um estímulo aversivo não está presente no ambiente no momento em que o comportamento é emitido, e sua consequência é o atraso no cancelamento do contato com o estímulo aversivo. EX: O filho passa mais tempo no quarto dizendo que está estudando para q a mãe não reclame que ele não está se dedicando pouco aos estudos (ESTÍMULO REFORÇADOR NEGATIVO) cancelamento do contato com o estímulo aversivo. DIFERENÇA RADICAL X METODOLÓGICO Diferenças entre Behaviorismo Metodológico e Behaviorismo Radical: O Behaviorismo metodológico (também chamado de behaviorismo clássico) foi criado por John B. Watson em 1913, e tem como marco fundamental o artigo " A psicologia como o behaviorista a ver " - É uma Psicologia estímulo - resposta (S - R) - Watson rejeitava a introspecção como meio para se obter informações e conhecimento. - Adotou como critério o observável consensual, e o que estivesse fora desse critério não poderia ser estudado. - Watson não negava a existência da mente ou de processos cognitivos, mas afastava-se deles, pois não havia como estudá-los, uma vez que são eventos inacessíveis à observação. - Esse paradigma é dualista, pois a mente e os processos mentais estão em uma dimensão e os comportamentos em outra. Com esse paradigma S → R, a teoria de Watson apresentava grandes problemas para explicar uma série de comportamentos. O Behaviorismo Radical foi criado por BF Skinner. Como Skinner explica comportamentos que não cabem no paradigma estímulo - resposta (S → R)? A partir da noção de comportamento operante. O comportamento é selecionado por suas consequências. Passa - se para o paradigma S → R → C Estímulo → Comportamento → Consequência (Reforço ou Punição) Skinner aceitou a introspecção, não como método, mas como: - um tipo de comportamento verbal - forma de observação e obtenção de conhecimento sobre o próprio indivíduo Afinal de contas, quem melhor do que eu mesmo para saber o que está acontecendo comigo? O behaviorismo radical nega pensamentos e sentimentos? Não. No behaviorismo radical esses processos são considerados comportamentos encobertos ou comportamentos sob a pele. CONCLUSÃO A partir da revisão literária que foi apresentada neste trabalho podemos concluir que Behaviorismo e de fato uma das abordagens mais importantes e necessárias para o entendimento do comportamento humano, foi abordado a visão do psicólogo behaviorista Burrhus Frederic Skinner, no qual o mesmo atribuiu para tal perspectiva um olhar do que é o behaviorismo radical. Por fim observamos que tal abordagem tem etapas e uma continuidade cientifica. REFERÊNCIAS MOREIRA; MEDEIROS, Márcio, Carlos. Princípios Básicos da Análise do Comportamento. Edição 1. Brasil. 12.09.2006. Skinner, B.F. (2002). Sobre o behaviorismo. Tradução de Maria da Penha Villalobos. São Paulo: Cultrix/EDUSP. (Trabalho original publicado em 1974). Chiesa, M. (2006). BehaviorismoRadical: a filosofia e a ciência. Tradução C. E. Cameschi. Brasília: Celeiro. (Trabalho original publicado em 1994). Skinner, B.F. (1978). O comportamento verbal. Tradução de Maria da Penha Villalobos. São Paulo: Cultrix/EDUSP. (Trabalho original publicado em 1957).