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FACULDADE DE MEDICINA DE GARANHUNS CURSO DE MEDICINA YASMIN AYANA XIMENES AMORIM LESÃO NEUROLÓGICA: MÃO EM GARRA E SINAL DA BÊNÇÃO Garanhuns 2022.2 YASMIN AYANA XIMENES AMORIM LESÃO NEUROLÓGICA: MÃO EM GARRA E SINAL DA BÊNÇÃO Atividade virtual apresentada à disciplina Sistemas Orgânicos Integrados II (SOI II) do curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Garanhuns, como requisito parcial à avaliação somativa. Discente: Yasmin Ayana Ximenes Amorim Coordenador: Almir de Araújo Penaforte Júnior Garanhuns 2022.2 Antes de apontar os sinais decorrentes de uma lesão neurológica na inervação da musculatura do antebraço e da mão, é importante conhecer aspectos anatômicos básicos para um melhor entendimento. A mão (figura 1) é a região do membro superior distal da articulação do punho, e é um elemento com funções mecânica e sensitiva. É subdividida em três partes: carpo, metacarpo e dedos. A mão apresenta uma superfície anterior (palma) e uma superfície posterior (dorso da mão). Figura 1. Anatomia da mão. Os dedos são mostrados em uma posição de repouso, na qual eles se mostram levemente flexionados. Na posição anatômica, os dedos são estendidos e aduzidos. (Fonte: Anatomia Básica de Gray - Ricardo Drake) A abdução consiste no movimento distal ao plano mediano, enquanto a adução é direcionada a este plano médio do corpo. A abdução e a adução dos dedos são definidas em relação ao eixo longitudinal do dedo médio. As articulações carpais (entre os ossos carpais), embora tenham movimentos limitados, contribuem para o posicionamento da mão em abdução, adução, flexão e, particularmente, extensão. É relevante citar, portanto, a inervação presente nessa estrutura corporal. A mão é suprida pelos nervos ulnar, mediano e radial. Os três nervos contribuem na sensibilidade cutânea geral. O nervo ulnar inerva todos os músculos intrínsecos da mão, exceto os três músculos tenares e os dois músculos lumbricais laterais, que são inervados pelo nervo mediano. O nervo radial inerva apenas a pele na face posterolateral da mão. Os músculos tenares são responsáveis por rodar medialmente o polegar, bem como abduzir e flexionar o polegar na articulação metacarpofalângica. Os músculos lumbricais laterais flexionam as articulações metacarpofalângicas dos dedos indicador e médio, além de estender as suas articulações interfalângicas. A figura 2 ilustra a localização das estruturas articulares citadas. Figura 2. Articulações do punho e da mão direita. (Fonte: https://www.researchgate.net/) Compreendida a base anatômica dessa aplicação clínica, é possível correlacionar lesões nervosas e a presença de sinais como a “mão em garra” e o “sinal da bênção”. O nervo ulnar é formado pelas raízes nervosas de C8 e T1, sendo uma extensão do cordão medial do plexo braquial. Em sua origem, localiza-se entre a artéria e veia axilares, medialmente à artéria axilar, com o nervo cutâneo medial do antebraço anterior a ele. O nervo ulnar é mais frequentemente lesado em dois locais: o cotovelo e o punho. As lesões nervosas ulnares são caracterizadas pela presença da “mão em garra” (figura 3), na qual as articulações metacarpofalângicas ficam hiperestendidas e as articulações interfalângicas mantêm-se flexionadas porque ocorre a perda da função da maior parte dos músculos intrínsecos da mão. Figura 3. Mão em garra, característica da paralisia do Nervo Ulnar. (Fonte: https://www.renantakemura.com.br/) O nervo mediano (C5 a T1) se origina na região axilar e recebe contribuições do cordão lateral e do cordão medial do plexo braquial. Após sua origem, o nervo mediano segue na região da axila e, em seguida, cursa para a face medial do braço. A lesão do nervo mediano pode acarretar diferentes déficits motores a depender da região do trauma. Em lesões proximais a flexão de interfalangianas do 2º e 3º dedos é inibida pelo comprometimento dos flexores superficiais e profundos destes dedos, ao passo que a flexão de interfalangianas proximais do 4º e 5º dedos é compensada pelos flexores profundos de inervação ulnar. A manifestação clínica referente a essa lesão consiste na dificuldade do paciente em flexionar o polegar e os dedos cuja flexão foi inibida (indicador e médio), enquanto os demais dedos encontram-se flexionados. Este desequilíbrio muscular faz com que a mão assuma a deformidade conhecida como “sinal da bênção”, uma vez que remete a posição da mão de um padre ao dar a bênção (figura 4). Figura 4. Sinal da bênção. (Fonte: https://www.chegg.com/) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Drake, Ricardo. Anatomia Básica de Gray . Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2013. Siqueira, Mario, G. e Roberto S. Martins. Lesões Traumáticas de Nervos Periféricos . Disponível em: Minha Biblioteca, Thieme Brasil, 2022.
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