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Síndrome do Túnel do Carpo

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Khilver Doanne Sousa Soares 
 Síndrome do Túnel do Carpo 
Problema 27; 5º período; “Além de grávida. . .”; 1. Revisar a anatomofisiologia da inervação e tendões das mãos; 2. Estudar a fisiopatologia e manifestações clínicas da 
síndrome do túnel do carpo; 3. Compreender as manobras realizadas no exame físico da patologia (tinel e phalen). 
 
Os tendões entram no compartimento 
central da mão e se abrem em leque para entrar 
nas respectivas bainhas sinoviais dos dedos. As 
bainhas dos músculos flexores e dos dedos 
permitem que os tendões deslizem livremente 
um sobre o outro durante os movimentos dos 
dedos. Perto da base da falange proximal o 
tendão do FSD divide-se e permite a passagem 
do tendão do FPD; o cruzamento dos tendões 
forma um quiasma tendíneo. As metades do 
tendão do músculo FSD estão fixadas às margens 
da face anterior da base da falange média. 
Distalmente ao quiasma tendíneo, o tendão do 
FPD fixa-se à face anterior da base da falange 
distal. 
As bainhas fibrosas dos dedos são os fortes 
túneis ligamentares que contêm os tendões dos 
músculos flexores e suas bainhas sinoviais. As 
bainhas estendem-se das cabeças dos ossos 
metacarpais até as bases das falanges distais. 
Essas bainhas evitam que os tendões afastem-se 
dos dedos. As bainhas fibrosas dos dedos 
associam-se aos ossos para formar túneis 
osteofibrosos através dos quais passam os 
tendões até chegarem aos dedos. As partes 
anular e cruciforme são reforços espessados das 
bainhas fibrosas dos dedos. 
Os nervos mediano, ulnar e radial suprem a 
mão. Além disso, ramos ou comunicações dos 
nervos cutâneos lateral e posterior podem enviar 
algumas fibras que suprem a pele do dorso da 
mão. 
Na mão, esses nervos conduzem fibras 
sensitivas dos nervos espinais C6–C8 para a pele, 
de modo que os dermátomos C6–C8 incluem a 
mão. Os nervos mediano e ulnar conduzem fibras 
motoras do nervo espinal T1 para a mão; os 
músculos intrínsecos da mão formam o miótomo 
T1. 
Logo proximal ao punho, o nervo ulnar emite 
um ramo cutâneo palmar, que segue 
superficialmente ao retináculo dos músculos 
flexores e à aponeurose palmar e inerva a pele 
na face medial da palma da mão. 
O ramo cutâneo dorsal do nervo ulnar supre 
a metade medial do dorso da mão, o 5o dedo e 
a metade medial do 4º dedo. O nervo ulnar 
termina na margem distal do retináculo dos 
músculos flexores dividindo-se em ramos 
superficial e profundo. 
O ramo superficial do nervo ulnar envia 
ramos cutâneos para as faces anteriores do dedo 
mínimo e da metade medial do dedo anular. O 
ramo profundo do nervo ulnar supre os músculos 
hipotenares, os dois músculos lumbricais mediais, 
o músculo adutor do polegar, a cabeça profunda 
do músculo FCP e todos os músculos interósseos. 
O nervo radial não supre músculos da mão. 
O ramo superficial do nervo radial é apenas 
sensitivo. Perfura a fáscia muscular perto do 
dorso do punho para suprir a pele e a fáscia nos 
dois terços laterais do dorso da mão, o dorso do 
polegar e as partes proximais do polegar e da 
metade medial do dedo indicador. 
 
 
 
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Khilver Doanne Sousa Soares 
 
 
Fonte: MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F.; AGUR, Anne M. R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2014. 
Os tendões dos músculos FRC e palmar longo 
podem ser palpados anteriormente ao punho, um pouco 
lateral ao seu ponto médio, e geralmente são observados 
mediante flexão do punho fechado contra resistência. 
O tendão do músculo FUC pode ser palpado 
quando cruza a face anterior do punho perto da face 
medial e se insere no osso pisiforme. O tendão do 
músculo FUC serve como guia para o nervo e a artéria 
ulnar. 
Os tendões do músculo FSD podem ser palpados 
quando os dedos são fletidos e estendidos 
alternadamente. A palpação do pulso ulnar costuma ser 
difícil. Os tendões dos músculos ALP e ECP indicam o 
limite anterior da tabaqueira anatômica. 
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Khilver Doanne Sousa Soares 
 
 
Fonte: MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F.; AGUR, Anne M. R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2014. Inervação sensitiva do punho e da mão. A. Distribuição dos nervos cutâneos periféricos para 
a mão e o punho. B. Distribuição das fibras dos nervos espinais para a mão e o punho (dermátomos). 
 
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Khilver Doanne Sousa Soares 
 
 
Fonte: MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F.; AGUR, Anne M. R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2014. Tendões dos músculos flexores, bainha comum dos músculos flexores, bainhas fibrosas dos 
dedos e bainhas sinoviais dos dedos. A. As bainhas sinoviais dos tendões dos músculos flexores longos dos dedos são 
organizadas em dois grupos: (1) proximal ou carpal, posterior ao retináculo dos músculos flexores, e (2) distal ou digital, 
dentro das bainhas fibrosas dos músculos flexores dos dedos. B. Tendões, bolsas tendíneas e bainhas fibrosas dos 
dedos. C. A estrutura do túnel osteofibroso de um dedo, que contém um tendão. Dentro da bainha fibrosa, a bainha 
sinovial consiste no revestimento sinovial (parietal) do túnel e no revestimento sinovial (visceral) do tendão. Na verdade, 
as camadas da bainha sinovial são separadas apenas por uma camada capilar de líquido sinovial, que lubrifica as 
superfícies sinoviais para facilitar o deslizamento do tendão. D. Bainha tendínea fibrosa dos dedos, mostrando as partes 
anular e cruzada (“polias”).
 
A síndrome do túnel do carpo (STC), 
mononeuropatia compressiva mais comum dos 
membros superiores, é uma condição clínica 
resultante da compressão do nervo mediano no 
túnel do carpo. A STC é a mais frequente 
síndrome compressiva de nervos periféricos. 
Estudos transversais têm demonstrado 
prevalência de 9,2% nas mulheres e 0,6% nos 
homens1,2, com pico de incidência entre 40 e 59 
anos. Os sinais e os sintomas clínicos mais 
comuns são: dor, hipoestesia e parestesia no 
território de sensibilidade do nervo mediano 
(particularmente no polegar, dedo indicador e 
médio e face radial do dedo anular), com piora 
noturna dos sintomas. 
Caracteristicamente, os sintomas de 
parestesia e dor noturna acordam o paciente 
durante o sono e melhoram com uso de tala para 
imobilização do punho e com movimentos da mão 
e do punho. A dor pode ter irradiação proximal 
para o braço e o ombro. O paciente pode referir 
diminuição de força de preensão e, em estágios 
mais avançados, pode-se observar hipotrofia da 
musculatura tenar. 
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Khilver Doanne Sousa Soares 
Na literatura nacional, foram relatadas 
atividades em posições forçadas e/ou com gestos 
repetitivos, alta força e/ou alta repetitividade. 
Observou-se que a associação de movimentos 
repetitivos e baixas temperaturas aumenta o 
risco, bem como a flexão e a extensão de punho 
repetidos, principalmente se associados com 
força, a compressão mecânica da palma das 
mãos, o uso de força na base das mãos e as 
vibrações. A síndrome afeta especialmente 
digitadores, trabalhadores que lidam com caixas 
registradoras, telegrafistas, costureiras, 
açougueiros e trabalhadores em abatedouros de 
aves ou em linhas de montagem. 
O complexo sintomático da STC depende de 
dois mecanismos: 
1. Alteração reversível rápida das fibras 
nervosas, relacionada à isquemia, também 
chamado bloqueio agudo fisiológico rapidamente 
reversível; eletroneuromiografia (ENMG) normal 
por conta da ausência de anormalidades 
estruturais no nervo. 
2. Anormalidade estrutural que se 
desenvolve lentamente nas fibras nervosas, como 
resultado da pressão abaixo do retináculo flexor 
(ligamento transverso do carpo). A ENMG revela 
lentificação focal por desmielinização segmentar 
localizada; secundariamente, pode haver 
degeneração axonal, particularmente nos casos 
de compressão mais acentuada e por tempo mais 
prolongado. 
Do ponto de vista fisiopatológico, uma 
síndrome compressiva combina fenômenos de 
compressão e tensão. Anatomicamente, existem 
dois locais de compressão do nervo mediano: o 
primeiro é no níveldo limite proximal do túnel do 
carpo, ocasionado pela flexão do punho em razão 
da alteração na espessura, na rigidez da fáscia 
antebraquial e na porção proximal do retináculo 
flexor; e o segundo no nível da porção mais 
estreita, próximo do hâmulo do hamato. 
Compressão e tração nervosa podem criar, 
de maneira sequencial, problemas na 
microcirculação sanguínea intraneural, lesões no 
nível da bainha de mielina e no nível axonal, e 
alterações no tecido conjuntivo de suporte. 
Sinal de Tinel e Phalen 
O sinal de Tinel é provocado pela percussão 
suave com o dedo ou percussão com o martelo 
ao longo do curso de um nervo lesado. 
 
Fonte: Site Enfermagem Ilustrada. Acesso em: 07/11/2021. 
Disponível em: https://enfermagemilustrada.com/sinal-
de-tinel/. 
A percussão do nervo mediano ao nível do 
canal do carpo ou imediatamente proximal a ele 
pode provocar choques ou hiperestesia no 
território inervado pelo nervo mediano na 
síndrome do túnel do carpo. 
O teste de Phalen foi considerado positivo 
quando parestesia ou "formigamento" na 
topografia inervada pelo nervo mediano, no 
momento em que o paciente mantinha seus 
punhos fletidos entre 30 e 60 segundos. 
Parestesia = dormência ou formigamento de 
alguma parte do corpo. 
Hiperestesia = aumento da sensibilidade ao tato, 
à dor ou a outros estímulos sensoriais. 
https://enfermagemilustrada.com/sinal-de-tinel/
https://enfermagemilustrada.com/sinal-de-tinel/
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Khilver Doanne Sousa Soares 
O paciente mantém uma posição de pulso 
total e extensão do dedo por dois minutos. A 
pressão no túnel do carpo aumenta após 10 
segundos (em comparação com 20 a 30 
segundos para o teste padrão de Phalen). Quanto 
mais tempo a posição é mantida, maior a pressão 
no punho e no túnel do carpo. O teste positivo dá 
os mesmos sintomas da síndrome do túnel do 
carpo, parestesia (enterramento, formigamento, 
dormência) na distribuição do nervo mediano. 
 
Fonte: Site Enfermagem Ilustrada. Acesso em: 07/11/2021. 
Disponível em: 
https://enfermagemilustrada.com/manobra-de-phalen/. 
 
 
REFERÊNCIAS 
FILHO, João Rodrigues de Oliveira; OLIVEIRA, 
Aline Cristina Rodrigues. Síndrome do túnel do 
carpo na esfera trabalhista. Revista Brasileira 
de Medicina do Trabalho, São Paulo, v.15, n.2, 
p.182-92, 2017. 
MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F.; AGUR, 
Anne M. R. Anatomia orientada para a clínica. 
7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. 
 
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Teste de Phalen invertido 
https://enfermagemilustrada.com/manobra-de-phalen/

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